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O ano litúrgico

Curso de
Formação
Litúrgica
LITURGIA NO CORAÇÃO DA IGREJA
OBJETIVO GERAL

Demonstrar que a Liturgia é a grande fonte


da espiritualidade cristã de toda a Igreja.
Ajudar os agentes da Pastoral Litúrgica a
crescer espiritualmente no exercício do seu
ministério litúrgico para um melhor
empenho no seu exercício pastoral.
O ANO
LITÚRGICO
Cristo, festa da Igreja
O Ano Litúrgico

A liturgia é a celebração do Mistério


Pascal de Cristo. Em volta deste núcleo
fundamental da nossa fé, celebramos o
Ano Litúrgico que foi se organizando para
manter viva a memória do Ressuscitado
na vida de cada pessoa e de cada
comunidade.
O Ano Litúrgico

O Ano Litúrgico “revela todo o mistério de


Cristo no decorrer do ano, desde a
encarnação e nascimento até à ascensão,
ao pentecostes e à expectativa da feliz
esperança da vinda do Senhor” (SC 102).

ENVIO DO VINDA
ENCARNAÇÃO PAIXÃO ASCENSÃO
ESPÍRITO GLORIOSA
O Ano Litúrgico não tem começo nem fim

Ele é tanto “fim” quanto “começo”


Dois modos de compreender
o Ano Litúrgico

A dimensão celebrativa-memorial

A dimensão pedagógica
A dimensão celebrativa-memorial

 Celebrar os mistérios de Cristo, do ponto de


vista teológico litúrgico, não é apenas “lembrar”
o que Jesus Cristo fez por nós. Nem, mesmo,
acompanhar a biografia de Jesus, iniciando no
Natal, quando nasceu, terminando na Ascensão.
Ano Litúrgico não é isso.
 O Ano Litúrgico, através das celebrações,
torna atual e insere os celebrantes na mesma
eficácia salvífica do gesto histórico realizado
por Cristo.
A dimensão pedagógica

 Outra questão é quanto ao modo da Liturgia administrar


este aspecto para os celebrantes. Entra aqui a dimensão
pedagógica do Ano Litúrgico.

 O Mistério Pascal que celebramos é dinâmico. Uma


dinâmica que precisa mexer com a vida pessoal de cada
celebrante, de tal modo que o cristão, domingo após
domingo, tempo litúrgico depois de tempo litúrgico, ano após
ano, cresça e modele sua vida a partir do projeto de Jesus
Cristo, a partir dos valores do Reino de Deus.

 A dinâmica pedagógica do Ano Litúrgico não tem a


finalidade de formar pessoas religiosas, apenas, mas formar
cristãos, isto é, pessoas que se comprometam com o projeto
de Jesus.
A Liturgia nos ritmos do tempo

As celebrações litúrgicas tem uma estreita


relação com o tempo. Como é esta relação?

1. Acontecem num determinado momento do


dia, da semana, do ano, ou num momento
especial da vida de uma pessoa, de uma
comunidade
2. Expressam o sentido do tempo e da vida
humana a partir da páscoa de Jesus, o Cristo.
A Liturgia nos ritmos do tempo

Para fazer memória do mistério, a liturgia se


utiliza de três ritmos diferentes:

O ritmo diário

alternando manhã e tarde, dia e noite, luz e trevas


A Liturgia nos ritmos do tempo

O ritmo semanal

alternando trabalho e descanso, ação e celebração

O ritmo anual

alternando o ciclo das estações e a sucessão dos anos


O ritmo diário

O dia litúrgico é marcado principalmente


por dois momentos fortes na liturgia das
horas:

Ofício da manhã Ofício da tarde

Acrescenta-se a vigília, principalmente aos


domingos e grandes festas.
O ritmo diário

O sentido de cada ofício (expresso


principalmente nos hinos):

Ofício da manhã

o nascer do sol, amanhecer, madrugada, manhã,


novo dia... simbolizando a ressurreição de Cristo e
nossa ressurreição nele
O ritmo diário

Ofício da tarde

pôr-do-sol, entardecer, noite, trevas, escuridão,


simbolizando a morte; porém, acendemos nossas
velas, expressando a fé na ressurreição
O ritmo diário

Ofício de vigílias

(à noite ou de madrugada)

aguardar o amanhecer, esperar pela vinda de


Jesus, pela vinda do Reino.
O ritmo semanal

Entre os sete dias da semana, um se destaca:

O Domingo

primeiro dia da semana, dia do Senhor, memória da


ressurreição de Jesus, o Cristo
É a páscoa semanal, dia de “festa primordial” dos
cristãos (SC 106)
O ritmo semanal

O que caracteriza a celebração litúrgica do domingo?


1. É o dia da reunião semanal dos cristãos, dia de assembleia
litúrgica.
2. É dia de celebração eucarística que é memória da paixão,
morte, ressurreição e glorificação do Senhor.
3. A assembléia litúrgica é caracterizada pela alegria e o clima de
festa, pelo encontro dos membros da comunidade entre si e
com o ressuscitado
4. Três elementos rituais, além da assembleia, da Palavra e da
Eucaristia ajudam a realçar o sentido pascal e batismal do
domingo: a) a aspersão com água no lugar do ato penitencial;
b) a profissão de fé renovando nossa adesão ao Senhor; c)
poderíamos ainda acender o círio pascal.
O ritmo semanal

Por causa de sua especial importância, o


domingo só sede sua celebração às
solenidades e festas do Senhor; contudo,
os domingos do Advento, da Quaresma e
da Páscoa tem precedência sobre todas as
festas do Senhor e todas as solenidades.
As solenidades que ocorram nestes
domingos sejam antecipadas para o
sábado.
O ritmo semanal

O domingo exclui por sua própria natureza a fixação


definitiva de qualquer outra celebração. Contudo:

1. No domingo dentro da Oitava do Natal do Senhor,


celebra-se a festa da Sagrada Família;

2. No domingo depois do dia 6 de janeiro, celebra-se a


festa do Batismo do Senhor;

3. No domingo depois de pentecostes, celebra-se a


solenidade da Santíssima Trindade;
O ritmo semanal

4. No último domingo do Tempo Comum,


celebra-se a solenidade de Jesus Cristo, Rei
do Universo;

5. A comemoração de todos os fiéis defunto;

6. No Brasil, as solenidades de São Pedro e São


Paulo, da Assunção de Maria e de Todos os
Santos.
O ritmo anual
A Páscoa e as alegrias de celebrá-la são grandes demais
para caberem nos limites de um Domingo. Desde cedo a
Igreja passou a consagrar a isso o ano todo, dividindo-o
em ciclos:

Ciclo da Ciclo do
Páscoa Natal

Tempo
Comum
O ritmo anual

Todo ano comemora-se duas


grandes festas:

PÁSCOA NATAL

A Páscoa é mais importante que o Natal


O ritmo anual

Ambas as festas são precedidas


por um tempo de preparação:

QUARESMA PÁSCOA

ADVENTO NATAL
O ritmo anual

E se prolongam por outros


domingos e festas:

Tempo Pascal
PÁSCOA e Pentecostes

Tempo do Natal
NATAL e Epifania
Ciclo da Páscoa
Ciclo da Páscoa

O Tríduo Pascal
O Tríduo Pascal

O sagrado Tríduo Pascal da Paixão e


Ressurreição resplandece como ápice de
todo o ano litúrgico. Portanto, a solenidade
da Páscoa goza no ano litúrgico a mesma
culminância do domingo em relação à
semana.
O Tríduo Pascal

TRÍDUO PASCAL

VIGÍLIA PASCAL
Ceia do Senhor Sexta-feira da Iniciando o
Quinta-feira Santa Paixão do Senhor Domingo da
ressurreição
O Tríduo Pascal

A Vigília Pascal, na noite santa em que o


Senhor ressuscitou, seja considerada a
“mãe de todas as vigílias”, na qual a
Igreja espera, velando, a ressurreição
de Cristo, e a celebra nos sacramentos.
A vigília é o ponto alto do ano litúrgico.
Ciclo da Páscoa

O Tempo
Pascal
O Tempo Pascal

50 dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo


de Pentecostes sejam celebrados com alegria, como se
fossem um só dia de festa, ou melhor, “como um
grande domingo”.

Os domingos deste tempo são chamados, depois do


domingo da Ressurreição, de II, III, IV, V, VI e VII
domingos da Páscoa. O domingo de Pentecostes
encerra este tempo sagrado de cinqüenta dias.
O Tempo Pascal

Os oito primeiros dias do tempo pascal formam a


Oitava da Páscoa e são celebrados como solenidades
do Senhor.

No quadragésimo dia depois da Páscoa celebra-se a


Ascensão do Senhor. No entanto, no Brasil ela é
transferida para o domingo seguinte, ocupando assim o
VII domingo de Páscoa

As férias depois da Ascensão, até o sábado antes de


Pentecostes inclusive, constituem uma preparação
para a vinda do Espírito Santo Paráclito.
Ciclo da Páscoa

Tempo
da
Quaresma
O Tempo da Quaresma

O tempo da Quaresma vai da Quarta-feira de cinzas até


à Missa da Ceia do Senhor. São 40 dias de preparação
às festas pascais. Do início da Quaresma até a Vigília
Pascal não se canta o Aleluia.

Na quarta-feira de abertura da Quaresma, que é por


toda parte dia de jejum, faz-se a imposição das cinzas.

Os domingos deste tempo são chamados de I, II, III, IV e


V domingos da Quaresma. O VI domingo, com o qual se
inicia a Semana Santa, é chamado “Domingo de Ramos
e da Paixão do Senhor”.
Ciclo do Natal
Tempo do Natal
Ciclo do Natal
CICLO DO NATAL

TEMPO DO ADVENTO TEMPO DO NATAL

I DOMINGO NATAL
DO ADVENTO

OITAVA DO NATAL
II DOMINGO
DO ADVENTO
SAGRADA FAMÍLIA

III DOMINGO
DO ADVENTO MARIA, MÃE DE DEUS
IMPOSIÇÃO DO SANTÍSSIMO NOME DE JESUS

IV DOMINGO
DO ADVENTO
EPIFANIA

BATISMO DO SENHOR
O Tempo do Natal

Após a celebração anual do Mistério da Páscoa, a Igreja


nada considera mais venerável do que comemorar o
Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, o que
se realiza no tempo do Natal.

O tempo do Natal vai das primeiras vésperas do Natal


do Senhor ao domingo do Batismo de Nosso Senhor
Jesus Cristo (domingo depois do dia 6 de janeiro ou na
segunda-feira seguinte, caso o domingo seja ocupado
com a festa da Epifania).
O Tempo do Natal

A Missa da Vigília do Natal é celebrada à tarde do dia 24


de dezembro.

No dia do Natal do Senhor, seguindo antiga tradição


romana, pode-se celebrar a missa três vezes:

Na Durante
À noite
Aurora o dia
O Tempo do Natal
O Natal do Senhor tem a sua oitava organizada do seguinte modo:

1. No domingo dentro da oitava, ou na falta dele, no dia 30 de


dezembro, celebra-se a festa da Sagrada Família de Jesus, Maria
e José.
2. No dia 26 de dezembro, celebra-se a festa de Santo Estevão.
3. No dia 27 de dezembro, celebra-se a São João, Apóstolo e
Evangelista.
4. No dia 28 de dezembro, celebra-se a festa dos Santos
Inocentes.
5. Nos dias 29, 30 e 31 são dias dentro da oitava.
6. No dia 1º de janeiro, oitavo dia do Natal, celebra-se a solenidade
de Santa Maria, Mãe de Deus, na qual se comemora também a
imposição do Santíssimo nome de Jesus.
O Tempo do Natal

A Epifania do Senhor é celebrada no dia 6 de janeiro.


No Brasil esse dia é celebrada no domingo entre 2 e 8
de janeiro. Na Epifania celebramos a manifestação de
Deus em nossa carne humana, aos pastores
(representando os pobres) e os magos do Oriente
(representando as nações)

No domingo depois do dia 6 de janeiro celebra-se a


festa do Batismo do Senhor.
Ciclo do Natal

Tempo do Advento
O Tempo do Advento

O tempo do Advento possui dupla característica:

1.Tempo de preparação para as solenidades do Natal,


em que se comemora a primeira vinda do Filho de
Deus entre os homens;

2.Tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-


se os corações para a expectativa da segunda vinda
de Cristo no fim dos tempos.
O Tempo do Advento

O tempo do Advento começa com as primeiras


vésperas do domingo que cai no dia 30 de novembro
ou no domingo que lhe fica mais próximo, terminando
antes das primeiras vésperas do Natal do Senhor.

Os domingos deste tempo são chamados I, II, III e IV


domingos do Advento.

As férias dos dias 17 a 24 de dezembro inclusive, visam


de modo mais direto à preparação do Natal do Senhor.
Tempo Comum

Além dos tempos que tem


características próprias,
restam no ciclo comum, 33
ou 34 semanas nas quais não
se celebra nenhum aspecto
especial do mistério do
Cristo; comemora-se nelas o
próprio mistério de Cristo em
sua plenitude, principalmente
aos domingos. Este período é
chamado Tempo Comum.
O Tempo Comum

O Tempo Comum começa na segunda-feira que segue


ao domingo do depois do dia 6 de janeiro (Batismo do
Senhor) e se estende até à terça-feira antes da
Quaresma

Recomeça na segunda-feira depois do domingo de


Pentecostes e termina antes das primeiras vésperas do
I domingo do Advento
O Tempo Comum

Na ‘mesa’ da Palavra nos é servida um rico cardápio de


leituras bíblicas, percorrendo um ciclo de três anos:

MATEUS A

MARCOS B

LUCAS C
O Tempo Comum

O evangelho de João é lido nos tempos


fortes do ano litúrgico, e a leitura do
capítulo 6 sobre o pão da vida, vem
completar a leitura do evangelho de
Marcos, no ano B.
Festas do Senhor no TC

Solenidade/Festa Dia/Período
Apresentação 02/02

Anunciação 25/03

Santíssima Trindade No 1º domingo depois de Pentecostes

Na quinta-feira depois do domingo da


Corpo e Sangue de Cristo
Santíssima Trindade

Na sexta-feira da 2ª semana depois do


Sagrado Coração de Jesus
domingo de Pentecostes

Transfiguração 06/08

Cristo, Rei do Universo Último domingo do tempo comum


Solenidades, Festas e Memórias

No ciclo anual, a Igreja, celebrando o mistério de Cristo,


venera com particular amor a Santa Virgem Maria, Mãe
de Deus, e propõe à piedade dos fiéis as memórias dos
Mártires e outros Santos.

Os Santos de importância universal são celebrados


obrigatoriamente em toda a Igreja.

Suas festas jamais prevaleçam sobre as festas que


recordam os Mistérios da Salvação.
Solenidades, Festas e Memórias

SOLENIDADES

são constituídas pelos dias mais importantes, cuja


celebração começa no dia precedente com as
primeiras vésperas. Algumas solenidades são
enriquecidas com uma Missa própria para a Vigília, que
deve ser usada na véspera quando houver Missa
vespertina. A celebração das duas maiores
solenidades, Páscoa e Natal, prolonga-se por dias
seguidos
Solenidades, Festas e Memórias

FESTAS

são celebrações nos limites do dia natural; por


isso não tem primeiras vésperas, a não ser que se
trate de festas do Senhor que ocorrem no domingo
do Tempo Comum e do tempo do Natal, cujo ofício
substituem.
Solenidades, Festas e Memórias

MEMÓRIAS

as memórias são obrigatórias ou facultativas. Sua


celebração, porém, se harmoniza com a celebração da
féria corrente segundo as normas expostas das
IGMR´s. Trata-se de celebrações que ocorrem no dia
de semana, nas quais se inclui uma simples
recordação (daí memória) do respectivo santo. Neste
caso, os elementos fundamentais, como as leituras,
são os do dia de semana ocorrente.
As Férias

Os dias da semana que seguem o domingo são


chamados férias; celebram-se de diversos modos,
segundo sua importância:

A Quarta-feira de Cinzas e as férias da Semana Santa, de


segunda a quinta-feira inclusive, tem preferência a todas as
outras celebrações.
As férias do Advento, de 17 a 24 de dezembro, e todas as
férias da Quaresma tem preferência às memórias obrigatórias.
Todas as outras férias cedem o lugar às solenidades e festas,
e se combinam com a memória.
No domingo dentro da oitava do Natal,
08/12 Imaculada Conceição de Maria Domingo da Sagrada Família
ou no dia 30 de dezembro
25/12 Natal do Senhor Jesus No domingo depois do dia 06 de janeiro Batismo do Senhor Jesus
01/01 Santa Maria mãe de Deus 25/01 Conversão do Apóstolo Paulo
Domingo da Epifania do Senhor
Entre os dias 02 e 08 de janeiro 02/02 Apresentação do Senhor Jesus
Jesus
19/03 José, esposo de Maria 22/02 Cátedra de Pedro
25/03 Anunciação do Senhor 03/05 Felipe e Tiago, apóstolos
Domingos de Ramos 14/05 Matias, apóstolo
Domingo da Ressurreição do Senhor 31/05 Visitação de Maria a Isabel
Domingo da Ascensão do Senhor
03/07 Tomé, apóstolo
Jesus
Nossa Senhora do Carmo, mãe do
Domingo de Pentecostes 16/07
Senhor
No 1º domingo depois de Pentecostes Domingo da Santíssima Trindade 06/08 Transfiguração do Senhor
Na quinta-feira depois do domingo da
Corpo e Sangue do Senhor 08/09 Natividade de Maria, mãe do Senhor
Santíssima Trindade
24/06 Nascimento de João Batista 14/09 Exaltação da Santa Cruz
Na sexta-feira da 2ª semana depois do
Sagrado Coração de Jesus 29/09 Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael
domingo de Pentecostes
Sempre no domingo entre 28 de junho
Domingo de Pedro e Paulo 18/10 Lucas, Evangelista
e 04 de julho
Sempre no domingo seguinte ao dia Domingo da assunção de Maria, mãe
28/10 Simão e Judas Tadeu, apóstolos
15 de agosto do Senhor
Nossa Senhora Aparecida, mãe do Dedicação da basílica de Latrão, 1ª
12/10 09/11
Senhor catedral de Roma
Sempre após o dia 1º de novembro Santos e santas da humanidade

Último domingo do tempo comum Domingo de Cristo, Rei do universo

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