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Convertei-vos!
O Reino de Deus está
no meio de vós.
Coordenação:
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia
Coordenação Editorial:
Pe. Valdeir dos Santos Goulart
Projeto Gráfico e Diagramação:
Fábio Ney Koch dos Santos
Capa:
Henrique Billygran da Silva Santos
Revisão Doutrinal:
Pe. Wilson Luís Angotti Filho
Revisão:
Lúcia Soldera
12 Edição - 2008
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita do autor- CNBB.
Edições CNBB
SE/Sul, Quadra 801, Cj. B,
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Fone: (61) 2103-8383 - Fax: (61) 3322-3130
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Sumário
Apresentação ......................r
rr rrreeeerrrernererrrenranrrao 7
Quaresma, um Convite Especial ........... eeeeneneeearenrarerarero 9
Sugestões para as Celebrações
do Tempo da Quaresma ....................
ren 15
Quarta-Feira de Cinzas
25 de feveiro de 2000 ............ececrereernrereareeerenensecenesrasansaresasoa 19
Situando-nos
Recordando a Palavra
Atualizando a Palavra
Sugestões
Situando-nos
Na Quarta-feira de Cinzas iniciamos a Quaresma - tempo de pre-
paração da comunidade e de cada cristão para a celebração Pascal,
centro da vida cristã e do Ano Litúrgico. Quaresma é caminho
marcado pela conversão através da oração, da escuta da Palavra de
Deus, do jejum, da esmola e de gestos concretos de caridade. Com
Jesus vamos ao deserto: o tempo já se completou e o Reino de Deus
está no meio de nós. Importa que o Reino, que nos é dado viver e
construir, se realize em nossas vidas e na história. Na Vigília Pas-
cal, celebraremos em Cristo e com Cristo a vitória sobre a morte, o
pecado, a violência, a prepotência, o egoísmo e a auto-suficiência.
Nesse tempo, mora, em nosso coração, a oração do salmista: Quan-
do meu servo chamar, hei de atendê-lo, estarei com ele na tribula-
ção. Hei de livrá-lo e glorificá-lo e lhe darei longos dias (antífona de
entrada, Sl 90,15-16).
O Documento de Aparecida insiste na conversão para a
missão. O Projeto Nacional de Evangelização, o Brasil na Mis-
são Continental, nos conclama a ...incentivar o processo de con-
versão pessoal e pastoral ao estado permanente de Missão para a
Vida plena.
No horizonte maior do caminho da Quaresma está o tema
da Campanha da Fraternidade: Fraternidade e Segurança Pública,
evocando o profeta Isaías: A paz é fruto da justiça (Is 32,17).
Convertei-vos! O Reino de Deus está no meio de vós. Z 0:
Recordando a Palavra
As leituras bíblicas propostas para esse domingo nos apresentam a
destruição do mundo dominado pelo mal e pela morte e nos apon-
tam o surgimento de um novo mundo e o nascer de uma nova so-
ciedade. Na primeira leitura, o dilúvio que purifica o mundo do mal
e faz surgir uma nova humanidade com o símbolo da paz plantada
na gratuidade da aliança que Deus faz conosco. No Salmo, Deus
eternamente fiel e amoroso mostra-se como o Deus da salvação. Na
segunda leitura, a água do dilúvio é símbolo do Batismo. Pelo Ba-
tismo, mergulhados na morte e ressurreição de Cristo, renascemos
para uma vida nova e nos tornamos homens novos. No evangelho,
Jesus está no centro de toda renovação e vida nova. Em sua vida
sempre derrotou o mal e venceu o pecado. É o novo Adão que nos
introduz na humanidade renovada.
Na leitura do Gênesis, encontramos uma história muito antiga.
Está na Bíblia porque tem ensinamentos muito importantes. Deus
não castiga os homens. Somente tem amor por eles e os quer felizes.
Deus não fica indiferente diante das ações e projetos dos homens.
Suas obras boas e também maldades, egoísmos e injustiças não pas-
sam despercebidos diante de Deus. Como Pai, intervém para criar
uma nova sociedade. O dilúvio não é um desastre provocado por
Deus, mas um retrato da ruína que os pecados provocam. A Bíblia
fala em castigo, pois, naquele tempo, as pessoas assim se expressa-
vam e atribuíam a Deus os fenômenos da natureza.
No texto do Gênesis, ainda há outro ensinamento: Deus nun-
ca silencia diante do mal e da injustiça, mas age para reconciliar e
renovar. Deus faz aliança com a humanidade num gesto de gra-
tuidade. Ele sabe que somos pecadores. Mesmo assim nos ama e
nos transforma em novas criaturas. O arco-íris, símbolo da aliança,
significa a paz entre o céu e a terra, o abraço entre Deus e a huma-
nidade. Arco-íris: simbolo da salvação oferecida a todos os homens
em todos os tempos.
Na Primeira Carta de Pedro aparece a ligação das águas do di-
lúvio com as águas do Batismo. Os efeitos da água do dilúvio es-
EJA PNE - BMC - Roteiros Homiléticos da Quaresma - Ano B - 2009
Atualizando a Palavra
Sugestões
Situando-nos
Estamos no segundo domingo da Quaresma. Lentamente avança-
mos para a solene celebração da Vigília Pascal. À luz do evange-
lho da Transfiguração, somos convidados por Deus a um tempo
especial de conversão, de mudança de caminhos. Ao nosso redor,
tantas coisas mexem com o coração e desafiam a nossa fé. Tan-
tas pessoas que se afastaram das nossas comunidades. Milhões de
crianças que moram nas ruas, na mais triste pobreza. Tantos jo-
vens entregues às drogas. É incontável a fila de irmãos e irmãs que
passam fome e não têm casa para morar. Entre os poderosos e do-
nos do dinheiro imperam o egoísmo, a concentração de poder e os
privilégios. São milhões os sobrantes e excluídos da mesa da vida,
no dizer dos Bispos em Aparecida. O que essa situação tem a ver
com a nossa preparação para a festa da Páscoa e com o evangelho
da Transfiguração de Jesus? Esta realidade é uma denúncia muito
séria: porque ainda não somos plenamente convertidos ao Reino,
existem milhões na pobreza.
O projeto do Brasil na Missão Continental, a Campanha da Fra-
ternidade sobre Segurança Pública e as Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora querem inspirar uma ação fraterna, solidária e profé-
tica para mudar ou transfigurar em Cristo essa triste e dura realidade.
Com o sofrimento e o grito dos pobres, nos aproximamos hoje da
comunidade reunida e nos colocamos em oração diante do Senhor,
Convertei-vos! O Reino de Deus está no meio de vós. RES
Recordando a Palavra
No livro do Gênesis, há uma pergunta intrigante: como é possível
Deus pedir a um homem que sacrifique seu filho? A Bíblia, escrita
há milhares de anos, nos obriga a recordar o modo de pensar das
pessoas daquele tempo.
Por exemplo, “Deus falou para Abraão”. Foi certamente um
pensamento ou conclusão de Abraão que, em dado momento de
sua vida, achava que Deus exigia dele o sacrifício de seu filho. Hoje,
nos perguntamos: será possível que um pai seja tão cruel com seu
filho? No tempo de Abraão, contudo, era costume oferecer aos deu-
ses os próprios filhos, queimando-os em fogueiras.
Na verdade, o texto quer nos mostrar que Deus condena o cos-
tume pagão de sacrificar crianças. Ele é o Deus da vida e não da
morte. Os ídolos é que exigem sacrifícios humanos e não o Deus de
Israel. Por causa do deus mercado, cujas catedrais são os shoppin-
gs, cuja espiritualidade é o consumismo, cujo culto é o lucro, cujo
coração é o dinheiro e não a pessoa humana, morrem no mundo,
diariamente, milhares de pessoas por fome e violência.
O texto ressalta a fidelidade de Abraão. Ele acreditou profun-
damente em Deus: abandonou sua terra; deixou a segurança e a
comodidade que encontrava na família; dispensou a proteção que
possuía em sua tribo e na organização da sociedade. Deixou tudo,
cortou os laços com o passado, partiu para uma terra longínqua,
porque tinha certeza que Deus lhe daria uma descendência nume-
rosa. E como resultado, dele nasceu um novo povo que caminha
movido pela fé.
sf PNE - BMC - Roteiros Homiléticos da Quaresma - Ano B - 2009
mais secretos. Quer que eles entrem mais profundamente nos in-
sondáveis desígnios do seu Pai sobre a vida e a missão do Messias.
As vestes brancas indicam quem é Jesus. Para os israelitas a cor
branca é símbolo de Deus e sinal de festa, alegria e felicidade.
Elias e Moisés, dois ícones no Antigo Testamento. Elias, profe-
ta, líder, recordado na história como homem de Deus e tido como
aquele que não morreu, mas foi arrebatado aos céus, é lembrado
como aquele que um dia voltará para apresentar o Messias a seu
povo. No texto, ele aparece para mostrar Jesus, o Messias espera-
do. Moisés está na Transfiguração porque antes de morrer dissera:
“O Senhor teu Deus te suscitará dentre os teus irmãos um profeta
como eu: é a ele que deveis ouvir” (Dt 18,15). Está na montanha
para testemunhar que Jesus é quem fala em nome de Deus, o pro-
feta por excelência.
As tendas têm um significado especial. Todos os anos celebrava-
se a festa das Tendas no encerramento das colheitas. O povo cons-
truía tendas para lembrar a passagem pelo deserto. Era de fato uma
grande festa. Ela continha também uma inspiração voltada para o
futuro: o dia da chegada do Messias, quando todos os povos da terra
se encontrariam em Jerusalém para celebrar juntos a festa das ten-
das (Zc 14,16-19).
Pedro, ao falar das tendas, refere-se a este futuro e a esta festa.
Aposta na chegada do Reino de Deus: época de descanso e da festa
perene, prometida e anunciada pelos profetas. Escapa-lhe, porém,
um dado fundamental: ele pensava que seria possível entrar na festa
e no Reino de Deus sem passar pela doação da vida, sem passar pela
cruz e pelo caminho de Jesus. Marcos observa: “Ele não sabia o que
estava dizendo, porque tinha sido tomado de medo”.
A nuvem e a sombra são imagens conhecidas no Antigo Tes-
tamento para indicar a presença de Deus. No evangelho de hoje
temos: da nuvem sai uma voz, ou seja, para dizer que Deus estava
presente, agindo no acontecimento da Transfiguração.
ER) PNE - BMC - Roteiros Homiléticos da Quaresma - Ano B - 2009
Atualizando a Palavra
Pelo Batismo, nós constituímos esse novo Povo de Deus, que ca-
minha para a “Terra Prometida”, onde haverá fartura de bens, sufi-
ciente para saciar a todos.
A fé experimentada por Abraão é proposta hoje aos catecúme-
nos. Chamados a serem discípulos missionários, devem abandonar
muitas coisas: o consumismo, o individualismo, a auto-suficiência,
a mediocridade, a passividade e muitas atitudes incompatíveis com
o evangelho.
Aos que estão no catecumenato, Deus faz grandes e solenes
promessas: a paz, o perdão, alegrias, serenidade, bênçãos, acolhida
na sua misericórdia.... Mas, de repente, aparecem as desilusões, as
horas difíceis e as noites muito escuras, momentos de abandono,
nos quais parece que Deus não está presente e não cumpre tudo
que prometeu.
Da experiência concluímos: das coisas maravilhosas que Deus
nos prometeu percebemos, muitas vezes, apenas pequenas realiza-
ções. Aparecem apenas sinais da nova realidade que está surgindo.
No meio dos grandes sofrimentos, só temos pequenos consolos. E
aí vem a pergunta provocadora: nestes momentos, conseguimos
nos alimentar na fé de Abraão? No momento em que as esperanças
somem, continuamos acreditando em Deus? Contudo, Deus nunca
nos abandona, é sempre fiel e sempre está confirmando suas pro-
messas. Nós muitas vezes não conseguimos perceber isso.
Na leitura da carta aos Romanos, aprendemos que o amor de
Deus Pai é imenso, gratuito, generoso, infinito e que não pode
ser destruído por nenhuma quebra da aliança ou infidelidade
por parte do ser humano.
A narrativa da Transfiguração está no centro do evangelho de
Marcos. O evangelista quer responder a uma pergunta bem con-
creta: Quem é Jesus? (Mc 1,27; 4,41; 6,2-3). O povo vai descobrindo
que ele é o Messias. Mas não um Messias milagreiro, rei glorioso,
vencedor, rico, poderoso, capaz de mudar rapidamente a condição
Convertei-vos! O Reino de Deus está no meio de vós. pl)
Sugestões
Situando-nos
Estamos no terceiro domingo da Quaresma - caminho que nos
leva à festa da Páscoa. A liturgia da Palavra e as orações nos co-
locam diante do Senhor que nos pede um culto perfeito, nascido
na sinceridade do coração e fonte do bem, da solidariedade e da
justiça. Somos chamados a uma verdadeira purificação e a respon-
der algumas perguntas: em que consiste o nosso culto a Deus? O
que esse culto traz de novo e significativo para as nossas vidas?
O Senhor não nos pede coisas, dinheiro, liturgias pomposas, mas
obediência à sua vontade e solidariedade com todas as pessoas frá-
geis, abandonadas e deixadas ao longo da estrada, do mercado e
da Igreja. Somos chamados a ser santos e perfeitos com a graça e a
força de Deus. Com a antífona entramos no espírito e no sentido
da liturgia e do culto: “Quando reconhecerdes a minha santidade,
eu vos reunirei de todas as nações. Derramarei sobre vós uma
água pura, e sereis purificados de todas as faltas. Dar-vos-ei um
espírito novo, diz o Senhor”.
Jesus expulsa os vendilhões do Templo de Jerusalém para mos-
trar que a sua casa, a assembléia reunida, não é lugar de exploração
nem de alienação. Essa assembléia é o novo templo, construído sobre
Cristo, morto e ressuscitado, que fundamenta a nova aliança e a nova
religião em espírito e verdade. Ela veio substituir o antigo culto.
Convertei-vos! O Reino de Deus está no meio de vós. se
Recordando a Palavra
Na leitura do livro do Êxodo, Deus nos oferece os Dez Mandamentos
como condição da aliança que faz conosco. São normas curtas e fáceis
de serem guardadas e regulam as relações das pessoas entre si e com
Deus. O israelita piedoso e fiel é comprometido com a observância
dos mandamentos que envolvem toda a vida e supõem uma adesão
pessoal a Deus, que se revelou, e conduz os caminhos do povo. Para
o israelita, Deus é um Pai que conhece e ama seus filhos, dialoga com
eles e lhes indica os segredos da felicidade e da realização.
Chama atenção o modo como Deus propõe os mandamentos.
Antes de tudo diz: “Eu sou o Senhor que fez sair da terra do Egito,
da casa da escravidão”. Ou seja, mostra o que fez pelo povo e depois
coloca as condições do pacto. Os mandamentos não foram decreta-
dos por um senhor poderoso e tirano, mas por um Deus libertador,
que escolheu esse povo e quer ser amigo e parceiro. Os Dez Manda-
mentos não são leis severas, difíceis ou absurdas, impostas por um
dominador. São indicações, chamadas não para cercear a liberdade,
mas para indicar o caminho certo. Quem segue as orientações do
Senhor foge da opressão das próprias paixões e do fechamento so-
bre si. Não destrói a própria vida, mas se torna uma pessoa livre,
feliz e segura.
Na leitura da carta de Paulo aos Coríntios, encontramos o co-
ração da pregação de Paulo: o Cristo crucificado. Os judeus espera-
vam que Deus manifestasse seu poder e destruísse todos os inimi-
gos. Contudo, Jesus se apresenta diante deles não como vencedor,
mas como derrotado. Os sábios gregos confiavam na sabedoria e no
poder das idéias.
Nessa lógica, a morte na cruz não se enquadra em nenhuma
lógica humana. A cruz é uma verdadeira loucura.
A expulsão dos vendilhões do templo acontece em pleno tem-
po da Páscoa dos judeus, quando Jerusalém encontra-se apinhada
de peregrinos, vindos de todas as partes do mundo para celebrar,
oferecer sacrifícios e cumprir suas promessas. Muitos peregrinos
St PNE - BMC - Roteiros Homiléticos da Quaresma - Ano B - 2009
Atualizando a Palavra
A grande pergunta que precisamos responder: por que observamos
os mandamentos de Deus? Por que temos medo do castigo? Por que
temos medo de sermos descobertos? Ou por que confiamos nas pa-
lavras de um Pai que nos ama e a quem queremos bem e, por isso,
respondemos com o nosso “sim”?
Os Dez Mandamentos têm sentido nos dias de hoje? Jesus redu-
ziu a dois todos os mandamentos: amar a Deus e amar ao próximo
(Mt 22,34-40). No evangelho de João, há um só mandamento: amar
o irmão (Jo 13,34-35). Paulo vai mais longe e diz: “Quem ama o
irmão cumpriu toda a lei”. Pois os preceitos: “Não cometerás adul-
tério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás” e ainda outros man-
damentos que existem, se resumem nestas palavras: “Amarás ao teu
próximo como a ti mesmo” (Rm 13,8-9). Logo, o mandamento do
amor engloba todos os outros.
Não podemos negar que o amor é muito mais exigente do que
qualquer lei. O amor me compromete muito mais com o irmão e
com sua história. Coloca-me em atitude de alerta permanente com
a seguinte pergunta: o que posso e devo fazer para tornar o meu
próximo mais feliz e pleno de vida?
Os Dez Mandamentos exercem uma pedagogia em nosso rela-
cionamento com Deus: servem para mostrar e indicar as coisas mí-
nimas das exigências do amor. Contudo não esgotam a lei de Deus,
porque “somente o amor é a plena perfeição da lei” (Rm 13,10).
Relendo a carta aos Coríntios (1 Cor. 1,22), ainda hoje encontra-
mos pessoas, em nossas comunidades, que são como aqueles judeus:
consideram a religião como fonte de milagres, privilégios, curas...
Frequentam as celebrações para estarem livres de desgraças. Re-
zam só quando estão doentes ou em meio a dificuldades financei-
ras, quando estão desempregadas ou quando precisam passar no
final do ano...
Existem pessoas que se comportam como aqueles gregos e pen-
sam que é possível levar as pessoas à fé só pelo raciocínio, reunindo
el PNE - BMC - Roteiros Homiléticos da Quaresma - Ano B - 2009
Na liturgia importa cantar tudo que o Senhor fez por nós antes e
depois de ter proposto o código da aliança. A oração eucarística canta
exatamente isso, tendo como centro o memorial da páscoa de Cristo.
Celebrar a Eucaristia, memória da páscoa de Cristo, significa
entrar de corpo e alma na liturgia que Ele oferece eternamente ao
Pai. Significa tornar-se discípulo missionário e adorador perfeito e
privilegiado.
Sugestões
22 de março de 2009
Situando-nos
Recordando a Palavra
Olhar para Jesus levantado” numa cruz significa crer nele. Crer
nele significa acolher a mensagem que Ele, do alto da cruz, dirige a
todos os homens: a única maneira de realizar a própria vida é doá-la
por amor como Ele fez. Crer, numa palavra, é identificar a própria
vida com a vida de Cristo, ou seja vivê-la a serviço dos irmãos. Este
é o único caminho para conseguir a salvação.
No evangelho, temos ainda outra afirmação importantíssima:
“Deus tanto amou o mundo que lhe deu seu próprio Filho e este
não veio para julgar o mundo, mas para salvá-lo; quem, porém, não
crê, já está condenado”,
Como entender essa palavra de Jesus? Estamos no contexto da
proposta feita do alto da cruz, ou seja de dar a vida por amor, como
única maneira de valorizá-la. Diante da doação de Jesus é preciso se
definir e acolher a proposta de também entregar a vida e fazer dela
um dom para Deus e para os irmãos.
Atualizando a Palavra
Do livro das Crônicas concluímos: a história de amor entre Deus e
o homem nunca termina como uma condenação. Tal como aconte-
ceu com os israelitas, o homem que se afasta de Deus mete-se em
complicações e desajustes e torna-se escravo dos ídolos. Mas Deus
nunca o abandona. Não há situações desastrosas nem forças resis-
tentes que possam impedir o poder de seu amor misericordioso.
Contudo é grande a responsabilidade do homem que, ao negar-se
a seguir o caminho de Deus, se condena e se destrói. Entretanto,
nunca será o mal que prevalecerá mas o amor de Deus.
Na carta aos Efésios, aparece claramente que não é o homem
a causa da sua salvação por suas boas obras. As boas obras são uma
resposta ao amor e à ação de Deus. São sinais que indicam que a
graça de Deus conseguiu penetrar e produzir frutos no coração do
homem e da comunidade. Nós nada fazemos para merecer a salva-
ção. As nossas ações maldosas nos trazem a condenação. Mas Deus
nos ama e salva gratuitamente.
RA PNE - BMC - Roteiros Homiléticos da Quaresma - Ano B - 2009
Sugestões
Situando-nos
Recordando a Palavra
Atualizando a Palavra
Sugestões
Situando-nos
Recordando a Palavra
Atualizando a Palavra
A Palavra que ouvimos na celebração de hoje é muito forte. Ela nos
confronta com nossa própria fé, com o modo como a vivemos e tes-
temunhamos. No Evangelho que segue a bênção dos ramos, vemos
Jesus a caminho de Jerusalém. Em que ponto deste caminho nós
estamos? Estamos à frente, atrás ou nos mantemos à beira da estra-
da? Exultamos convictos “bendito o que vem em nome do Senhor”
ou o fazemos superficialmente, levados pelo 'embalo da multidão”?
Não basta clamar “bendito o que vem em nome do Senhor”, urge
agir e ser para que efetivamente haja espaço para Ele se tornar pre-
sente em nossa sociedade. Há várias formas de buscar que isto se
realize, uma delas é nos fazermos portadores da paz positiva, que é
fruto da justiça. É assumir, apesar de todas as pedras no caminho, o
chamado que nos é feito e, a exemplo do servo sofredor, poder dizer
“não lhe resisti nem voltei atrás”... “ sei que não sairei humilhado”.
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