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São Mateus
80p.: 14x 21 cm
ISBN: 978-85-7972-077-2
Coordenação:
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia
Coordenação Editorial:
Pe. Valdeir dos Santos Goulart
Revisão:
D. Hugo Cavalcante, OSB
Capa e Diagramação:
Henrique Billygran da Silva Santos
Projeto Gráfico:
Fábio Ney Koch dos Santos
12 Edição - 2011
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita do autor - CNBB.
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Sumário
Apresentação... iiererireceeerereareerentaanaas 7
A liturgia no tempo pascal... 9
MISSA VESPERTINA DA CEIA DO SENHOR
OUINTA-FEIRA SANTA
21 de abril de 2011... ereto era ceara rir eree ese eeetao 14
VIGÍLIA PASCAL
(A mãe de todas as vigílias)
23 de abril de 2011... eeererteeree roer rane rr rrere ren ranets 28
DOMINGO DA PÁSCOA NA
RESSURREIÇÃO DO SENHOR
24 de abril de 2011... rece srr ti e aaa rats att tata 35
2º DOMINGO DA PÁSCOA
Domingo da Divina Misericórdia
1º de maio de 201... ea rear r rear err reeenereeaeen 40
3º DOMINGO DA PÁSCOA
8 de maio de 201... E EEE 45
4º DOMINGO DA PÁSCOA
15 de maio de 20h... EEE 51
5º DOMINGO DA PÁSCOA
22 demaio de 201... ERES 56
6º DOMINGO DA PÁSCOA
29 de maio de 2011... tretas tre ai tetra ni eeaa rea rea tee 61
DOMINGO DA ASCENSÃO DO SENHOR
Solenidade
5 de junho de 2011... irerrereerrerecrereerararenaeeno
Apresentação
Queridos ministros e ministras da Palavra de Deus do nosso Brasil,
animadores da vida litúrgica em nossas comunidades, é com ale-
gria que, em nome da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia,
apresento-lhes os Roteiros Homiléticoos do Tríduo Pascal e dos do-
mingos da Páscoa deste ano de 2011, ano A da liturgia.
No Tempo Pascal, uma festa de cinquenta dias, celebrar a Pa-
lavra na Liturgia significa: reconhecer todas as manifestações de
Jesus Ressuscitado na sua Igreja; tornar-nos instrumentos destas
manifestações; dar graças ao Pai pela presença contínua entre nós
de Cristo Ressuscitado, no Espírito Santo. O tempo das profecias (o
Antigo Testamento) passou; não por nada, na liturgia eucarística
dos domingos do Tempo Pascal a leitura do Antigo Testamento dá
lugar à leitura dos Atos dos Apóstolos: passa-se da profecia à reali-
zação plena e jubilosa do Mistério de Cristo, na história humana. O
Tempo Pascal nos mostra a fé das primeiras comunidades cristãs
e dos Apóstolos em Cristo Ressuscitado e nos convida a fazer da
nossa vida uma contínua páscoa, testemunhando corajosamente a
nossa fé cristã no mundo de hoje. “Cristo venceu. Aleluia”.
Celebrar a Páscoa é festejar a alegria de termos recebido os sa-
cramentos pascais. Neles vivenciamos a graça de sermos batizados
e de renascermos como filhos e filhas de Deus; o dom de sermos
marcados com o Espírito Santo e de sermos, apesar de nossas fra-
quezas, outros cristos. Na Eucaristia, somos transformados naquele
que recebemos: o corpo do Senhor!
Como aos discípulos de Emaús, Jesus nos “interpreta as Es-
crituras” e sua Palavra aquece o nosso coração ao longo do “ca-
minho”. Não estamos sozinhos, pois no “caminho” — que é Cris-
to — se encontram, movidos pela força da Páscoa, os que buscam
“Fraternidade e a Vida no Planeta” (CF 2011), “justiça e profecia
a serviço da Vida”. Não estamos sozinhos, pois somos “CEBs,
“Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as escrituras no caminho?” (Lc 24,32). E
v
Situando-nos
Recordando a Palavra
Atualizando a Palavra
O texto do Evangelho de hoje não fala da instituição da eucaristia,
mas de seu significado através da cena do lava-pés. Ele nos faz com-
preender que o banquete da graça, ou seja, a eucaristia é celebração
da vida. Deixar-se lavar por Jesus significa fazer comunhão com
seu projeto de amor que o levou a entregar a vida pela salvação da
humanidade.
Celebramos a vitória de Cristo, o Cordeiro pascal, que quis Ji-
vremente servir-nos no amor até o fim. Alegremente anunciamos
sua morte e proclamamos sua ressurreição, enquanto esperamos
sua vinda gloriosa. Semelhante a Cristo que ofereceu a vida para
libertar os seus, somos impelidos ao serviço amoroso, ao acolhi-
mento e à partilha solidária.
“SÓ participamos autenticamente da eucaristia, memorial do
sacrifício de Jesus, quando ela é também memorial do nosso sacri-
fício. Trata-se de ter para com o corpo eclesial do Cristo aquele res-
peito que se tem por seu corpo eucarístico. A presença do Senhor
morto e ressuscitado no pão e no vinho, sobre os quais se proclama
a ação de graças, se estende, embora de outro modo, à pessoa dos
irmãos, especialmente dos mais pobres. Quem faz discriminação,
“Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as escrituras no caminho?” (Lc 24,32). 84
» Bendito sejais, Deus da vida, por esta luz e pelo clarão que
arde em todas as religiões e em todos os que buscam o vosso
rosto.
» Bendito sejais, Deus da vida, por esta luz e pela luz que brilha
na luta e esperança de todos os pobres da terra.
» Bendito sejais, Deus da vida, por esta luz e pela luz que vós
fizestes brilhar entre nós nesta campanha da fraternidade.
à Bendito sejais, Deus da vida, por esta luz e por toda luz que
ilumina a nossa comunidade.
à Bendito sejais, Deus da vida, por esta luz e pela luz que vós
fazeis resplandecer em todos os amigos e amigas da nossa
comunidade.
Situando-nos
Hoje celebramos a paixão e morte de Jesus Cristo na cruz. Não en-
fatizamos o sofrimento de Cristo, mas a sua morte vitoriosa.
Recordamos aqui palavras eloquentes de São Teodoro Estudita
sobre a cruz de Cristo: “Ô preciosíssimo dom da cruz! Não mostra
apenas uma imagem mesclada de bem e de mal, como aquela árvore
do Paraíso, mas totalmente bela e magnífica para a vista e o paladar.
É uma árvore que não gera a morte, mas a vida; que não difunde as
trevas, mas a luz; que não expulsa do Paraíso, mas nele introduz. A
esta árvore subiu Cristo (...) para libertar o gênero humano da escra-
vidão do tirano (..). Se antes, pela árvore, fomos mortos, agora, pela
árvore, recuperamos a vida; se antes, pela árvore, fomos enganados,
agora, pela árvore, repelimos a astúcia da serpente. Sem dúvida, nova
e extraordinária mudança! Em vez da morte, nos é dada a vida; em
lugar da corrupção, a incorrupção; da vergonha, a glória...”.!º
Neste dia, em que Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado, a
Igreja, comunidade de fé, contempla a paixão do Senhor Jesus, adora
a cruz e comemora o seu próprio nascimento do lado de Cristo.”
10 Liturgia das Horas, Ofício das Leituras da 2º semana do tempo pascal, p. 609-611.
1 Cf, CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Paschalis Sollenitatis: Preparação e Celebra-
ção das Festas Pascais. Documentos Pontifícios, 224, n. 58.
“Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as escrituras no caminho?” (Lc 24,32). “— tt
Recordando a Palavra
O Evangelho apresenta a narrativa do julgamento, condenação e
crucificação de Jesus. O relato do sofrimento, paixão e morte de
Jesus Cristo aparece à luz da fé no Ressuscitado. Jesus, enviado ao
mundo para não perder nenhum daqueles que o Pai lhe confiou
(Jo 18,9), conclui sua missão na cruz como sinal de glória e exal-
tação. Desde a prisão até a crucificação, salienta-se a soberania de
Jesus, sua entrega livre e obediente à vontade do Pai. Ele se entrega
livremente para ser preso e julgado por aqueles que se opõe ao pro-
jeto de salvação de Deus.
Jesus afirma que seu Reino não é deste mundo, pois se funda-
menta na fraternidade, justiça, amor solidário. O modo de agir de
Jesus manifesta a verdadeira realeza e rejeita toda forma de poder,
dominação, violência. A morte de Jesus é consequência de sua ação
em favor da vida, de seu compromisso com a verdade. “Eu nasci e
vim ao mundo para dar testemunho da verdade” (Jo 18,37). Pilatos não
se compromete com a verdade. Sob pressão e com ironia, ele entre-
ga Jesus “o rei dos judeus” para ser crucificado.
A entrega de Jesus por amor à humanidade ocorre durante a
preparação para a Páscoa, quando era imolado o cordeiro pascal
(Jo 19,14). No caminho doloroso para o Calvário, Jesus carrega so-
zinho a sua cruz. Ele entrega conscientemente seu Espírito, pois
“tudo está consumado” (Jo 19,30), realizando-se plenamente a obra da
redenção. O sangue e a água, que jorram do lado aberto, simboli-
zam a vida nova do Espírito do Senhor glorificado (Jo 7,38-39).
A cena da Mãe e do Discípulo Amado (Jo 19,25-27) revela que
a comunidade está renascendo e encontrando o sentido da missão
a partir do amor de Jesus consumado na cruz. Assim, os discípulos
superam a dificuldade que tinham de compreender o ministério de
238 Roteiros Homiléticos para Tríduo Pascal e Tempo Pascal - Ano A - Abril / Junho 2011
Atualizando a Palavra
12 Exortação apostólica pós-sinodal, Verbum Domini. Brasília: Edições CNBB, 2010, p. 24.
Ee Roteiros Homiléticos para Triduo Pascal e Tempo Pascal - Ano A - Abril/ Junho 2011
Situando-nos
Esta noite mil vezes feliz é “em honra do Senhor”.
“A vigília que nela se celebra, comemorando a noite santa em
que o Senhor ressuscitou, deve ser considerada como 'mãe de todas
as santas vigílias”.!º
Na vigília pascal, a comunidade de fé, permanece à espera da
ressurreição do Senhor e a celebra com os sacramentos da iniciação
cristã.”
Celebrar a vigília é exultar em plena escuridão o resplendor de
uma luz que não se apaga. É proclamar as maravilhas que o Senhor
fez, desde a criação do mundo, passando pela libertação dos hebreus
17 Idem, n. 77.
E] Roteiros Homiléticos para Tríduo Pascal e Tempo Pascal - Ano A - Abril / Junho 2011
Recordando a Palavra
Atualizando a Palavra
Nesta noite jubilosa, somos iluminados pela Boa Notícia da ressur-
reição de Jesus Cristo. “No mistério refulgente da ressurreição, o
silêncio da Palavra manifesta-se com o seu significado autêntico
e definitivo. Cristo, Palavra de Deus encarnada, crucificada e res-
suscitada, é Senhor de todas as coisas; é o Vencedor, o Pantocra-
tor, e assim todas as coisas ficam recapituladas nEle para sempre
(cf. Ef 1,10). Por isso, Cristo é 'a luz do mundo” (Jo 8,12), aquela luz
que resplandece nas trevas, mas as trevas não a acolheram (...). Na
ressurreição, o Filho de Deus surgiu como luz do mundo. Agora
vivendo com Ele e para Ele, podemos viver na luz”.º
Ouvimos nesta noite o relato da criação, onde o caos, as trevas
foram transformadas em luz. A força da vida, que surge da ressur-
reição de Cristo, renova todos os seres criados. O Senhor continua
nos libertando de todas as opressões. Proclamemos com alegria e jú-
bilo que a vida vence a morte. Com a ressurreição de Jesus, começa
o mundo novo ao qual somos chamados a cooperar para a sua rea-
18 Exortação apostólica pós-sinodal, Verbum Domini. Brasília: Edições CNBB, 2010, p. 25.
“Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as escrituras no caminho?” (Lc 24,32). EM
lização plena.
Como as mulheres discípulas, a Palavra de Deus nos plenifica
de esperança e nos faz crer no mistério da vida que surge da morte.
Somos impelidos a correr para anunciar que Jesus ressuscitou e vai
à nossa frente na missão. Cantemos com Moisés, Míriam e todo o
povo, pois o Senhor é a nossa força e salvação. “Ele nos faz compre-
ender os prodígios de outrora, prefigurando na passagem do mar
Vermelho a fonte batismal e, naqueles que foram libertados da es-
cravidão, o povo que renasce do batismo”.
19 Cf. Matias AUGÊ. Quaresma, páscoa, pentecostes; tempo de renovação no Espírito. São Paulo,
Ave Maria, 2005, p. 66-67.
55 Roteiros Homiléticos para Triduo Pascal e Tempo Pascal - Ano A - Abril / Junho 2011
ressuscitado.
Percorremos esse itinerário na certeza de que Ele ressuscitou.
A vida triunfou, aleluia. A luz venceu as trevas. Mergulhados nele
nascemos para uma nova vida. Por Ele, com Ele participamos da
ceia pascal, memorial e atualização de sua morte e ressurreição, na
certeza de sua nova vinda.
Que a experiência da ressurreição nos faça pessoas pascais —
unidas no amor do Senhor e comprometidas com o Reino de paz e
de justiça.
Situando-nos
Recordando a Palavra
Atualizando a Palavra
As leituras falam do fundamento da fé cristã: a ressurreição de Je-
sus. Sendo a nossa vida, Cristo continua revelando os sinais de sua
ressurreição ao longo do caminho, na palavra, na eucaristia, quan-
do partilhamos o pão. Graças à vitória de Cristo sobre a morte e
toda forma de maldade, realiza-se a grande esperança: uma terra e
céus novos, um mundo de paz e justiça, amor, alegria e vida plena.
Cristo ressuscita e restaura a vida plena, a nossa dignidade, re-
vestindo-nos da vida nova de filhos e filhas. Somos chamados a co-
laborar com a graça e a força do Espírito, morrendo continuamente
para ressuscitar com Cristo. Quem segue os passos de Jesus Cristo
ressuscita com ele e empenha-se em buscar as coisas do alto.
A vida nova de ressuscitados nos leva a agir conforme o projeto
de Deus, na abertura de coração para acolher o outro e construir ati-
tudes justas. Assim, damos testemunho da ressurreição de Cristo,
“Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as escrituras no caminho?” (Lc 24,32). ELI
Neste dia que o Senhor fez para nós, celebramos com exultação a
ressurreição do Senhor e com Ele, por Ele e n'Ele as nossas esperan-
ças de vida nova.
Ele está verdadeiramente vivo e presente no meio de nós. Sa-
cramentalmente presente na nossa reunião, na Palavra proclamada
e no pão e vinho, consagrados e partilhados.
Com Maria de Magdala e com os discípulos proclamamos que
vimos o Cristo Ressuscitado, o tâmulo abandonado, pois Ele res-
suscitou de verdade.
Elevamos ao Senhor, um imenso canto de ação de graças, por-
que “eterna é a sua misericórdia” para conosco.
Que o Senhor ressuscitado nos renove no seu Espírito e nos
ressuscite na luz da nova vida (oração do dia).
Somos convidados a perder o medo, a vencer as incertezas, a
abandonar o velho fermento, pois o nosso cordeiro pascal, Cristo,
foi imolado.
23 Exortação apostólica pós-sinodal, Verbum Domini. Brasília: Edições CNBB, 2010, p. 123.
ELA Roteiros Homiléticos para Tríduo Pascal e Tempo Pascal - Ano À - Abril / Junho 2011
Situando-nos
Recordando a Palavra
Atualizando a Palavra
As leituras acentuam a realidade da ressurreição e a profissão de
fé no Senhor ressuscitado. “Felizes os que acreditam sem terem visto”,
A Palavra e o testemunho de fé dos apóstolos que viram o Senhor
vivo e ressuscitado, nos possibilitam crer sem ver. Como Tomé, po-
demos fazer uma profunda profissão de fé a partir do encontro com
Jesus na comunidade reunida para a celebração dominical.
Vale para nós também o elogio dos ouvintes dado pelo autor, na
segunda leitura de hoje: “Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem o ver
ainda, nele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria inefável e gloriosa,
pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação” (1Pd 1,8-9). Somos
chamados a participar da alegria da salvação, testemunhando a res-
surreição de Cristo mediante a paz, a esperança, a vida nova.
A comunidade, com sua vida alicerçada na fé e na partilha so-
lidária, testemunha que Cristo está vivo, ressuscitado. A presen-
ça do Senhor abre as portas do nosso coração e nos faz romper as
barreiras do medo, enviando-nos em missão com a força do seu
[45 | Roteiros Homiléticos para Tríduo Pascal e Tempo Pascal - Ano A - Abril / Junho 2011
Situando-nos
Recordando a Palavra
O Evangelho descreve o encontro de Jesus ressuscitado com os dis-
cípulos a caminho de Emaús. Os dois discípulos partem de Jerusa-
lém, tristes e decepcionados, e voltam dispostos a continuar a mis-
são libertadora de Jesus junto com a comunidade. A tristeza decorre
do fracasso de suas expectativas messiânicas. A cruz tornara-se para
eles o fim de toda a esperança.
Os discípulos precisam abandonar a mentalidade de um mes-
sianismo político nacionalista, para crer num Messias que realiza o
verdadeiro projeto de salvação de Deus, passando pelo sofrimento
“Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as escrituras no caminho?” (Lc 24,32). | 40
Atualizando a Palavra
A liturgia de hoje indica o caminho para um verdadeiro encontro
com Jesus ressuscitado, presente de modo especial nas Escrituras e
no partir o pão. “Palavra e Eucaristia correspondem-se tão intima-
mente que não podem ser compreendidas uma sem a outra: a Pa-
lavra de Deus faz-Se carne, sacramentalmente, no evento eucaristi-
co. A Eucaristia abre-nos à inteligência da Sagrada Escritura, como
esta, por sua vez, ilumina e explica o Mistério eucarístico”.”
Os discípulos reconhecem Jesus ao partir o pão, sinal de sua en-
trega total por amor. As reuniões das comunidades primitivas, onde
a escuta da Palavra tinha um papel importante, culminavam com a
fração do pão, a Eucaristia (cf. At 2,42.46). Agradecemos ao Senhor
pela possibilidade de reconhecê-lo na palavra, na eucaristia, na co-
munidade dos irmãos na fé. Com os discípulos de Emaús, insisti-
mos: “Fica conosco, Senhor”, caminha ao nosso lado, para que possa-
mos repartir o pão e acolher todas as pessoas sem discriminação.
Após a morte de Jesus, a comunidade dos discípulos se disper-
sou por causa das desilusões, das adversidades. A compreensão do
mistério pascal de Jesus, na perspectiva do desígnio do Pai: a sal-
25 Exortação apostólica pós-sinodal, Verbum Domini. Brasília: Edições CNBB, 2010, p. 82, 83.
“Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as escrituras no caminho?” (Lc 24,32). Eua
26 Cf. TRIACCA, A.M. Valore teologico della liturgia della parola. Rivista Liturgica. p. 616-632.
49 | Roteiros Homiléticos para Tríduo Pascal e Tempo Pascal - Ano À - Abril / Junho 2011
Situando-nos
Hoje celebramos o domingo que nos apresenta a figura do Bom
Pastor. Ele chama as ovelhas pelo nome, caminha à frente das ove-
lhas. Recebemos dele o carinho e o cuidado.
Jesus é o pastor verdadeiro. Ele estabelece um relacionamento
pessoal e de verdadeira comunhão com suas ovelhas.
Neste itinerário pascal, fizemos com as discípulas e os discípu-
los do Senhor a experiência de ver o Ressuscitado e de professar a
fé nele.
A partir deste domingo, os/as seguidores/as de Jesus vão as-
sumindo a proposta de Jesus, dando continuidade a sua missão. A
comunidade é chamada a enfrentar a perseguição e o sofrimento, a
dar a sua vida, como fez Jesus.
Hoje, na certeza de que o Senhor é o Pastor das nossas vidas e
que cuida de nós, somos convidados/as a renovar a nossa vocação
batismal, que nos faz participantes da vida e da missão de Jesus.
Recordando a Palavra
O Evangelho apresenta Jesus como o Bom Pastor, que oferece a
vida em plenitude às suas ovelhas. Ezequiel havia profetizado a
“Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as escrituras no caminho?” (Lc 24,32). PH
Atualizando a Palavra
Situando-nos
Recordando a Palavra
O Evangelho evidencia que a partida de Jesus, para a casa do Pai
através da morte e ressurreição, deixou o coração dos discípulos
perturbado. Tomé e Filipe representam a comunidade na busca
de libertação do medo que impede a ação missionária. O Senhor
ressuscitado consola os discípulos com a sua presença, revelada es-
pecialmente na oração, no dom do Espírito, na escuta amorosa da
palavra, no dom da paz (Jo 14,13-14.16-17.21.27).
Os discípulos ainda não tinham compreendido que Jesus, me-
diante sua vida e missão, indicou o caminho a seguir para chegar ao
Pai. Tomé expressa o desejo de conhecer o caminho. No encontro
EIA Roteiros Homiléticos para Tríduo Pascal e Tempo Pascal - Ano A - Abril / Junho 2011
com Tomé, Jesus faz a grande revelação: “Eu sou o Caminho, a Ver-
dade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14,6). Jesus é
caminho por ser a verdade, expressão de sua fidelidade ao desígnio
salvífico; por ser a vida que consiste na comunhão perfeita de amor
com o Pai.
A pergunta de Filipe mostra que os discípulos ainda não se de-
ram conta de que Jesus como o caminho, a verdade e a vida é o
lugar onde Deus mesmo se torna acessível. “Há tanto tempo estou
convosco, e não me conheces? Quem me viu, tem visto o Pai” (Jo 14,9). O
discípulo é chamado a contemplar no Filho a presença amorosa do
Pai. Jesus é o caminho que possibilita fazer a autêntica experiência
de amor e comunhão com o Pai.
Por meio do caminho de seguimento a Jesus, os discípulos ex-
perimentam a verdade que é vida em plenitude, não uma doutrina.
A vida de Jesus, suas palavras e obras revelam o Pai. A obra de Jesus
continua através do testemunho de fé dos discípulos. “Quem acredi-
ta em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas”
(Jo 14,12). Pela adesão a Jesus, o comprometimento com sua obra
mediante o amor fiel aos irmãos, os discípulos trilham o caminho
para o Pai.
A primeira leitura dos Atos dos Apóstolos destaca que a comu-
nidade, diante das dificuldades, organiza sua missão. O crescimento
da comunidade e a necessidade de dar assistência às viúvas suscitam
o surgimento de novas lideranças. Os Doze apóstolos reuniram os
discípulos e juntos “escolheram sete homens, repletos do Espírito Santo”
para cooperar na obra da evangelização.
Os apóstolos oram e impõem as mãos sobre os sete escolhidos,
invocando a força do Espírito Santo para a missão. A abertura à
ação do Espírito possibilita a unidade da comunidade em meio à
diversidade. Além do ministério de pronunciar a oração nas assem-
bleias litúrgicas e da pregação da palavra de Deus era necessário
acolher os pobres, representados, sobretudo pelas viúvas. Por meio
da ação e testemunho dos cristãos, a palavra do Senhor se difunde
e cresce o número dos discípulos.
“Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as escrituras no caminho?” (Lc 24,32). II
Atualizando a Palavra
Jesus liberta o coração dos discípulos, infundindo-lhes confiança e
segurança para a missão, pois ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Como os discípulos, conhecemos o caminho indicado por Jesus
para chegar ao Pai, mas a sua realização concretiza-se através de
nossa opção radical pelo Evangelho, renovada a cada momento. Je-
sus, presença do Pai, nos impele a manifestar sua vida em plenitude
mediante a fé e o amor solidário.
Confiantes, deixemos que o Senhor oriente a nossa caminhada,
como fizeram os primeiros cristãos. Em Cristo ressuscitado, pedra
angular do edifício, somos escolhidos e preciosos para Deus; mas
22 Roteiros Homiléticos para Tríduo Pascal e Tempo Pascal - Ano À - Abril / Junho 2011
Situando-nos
Recordando a Palavra
Atualizando a Palavra
O Espírito da verdade permanece conosco como advogado para nos
defender e guiar no caminho de Jesus. Ele vem do Pai, a fonte de
toda a verdade, para iluminar a nossa caminhada de fé, concreti-
zada no amor e fidelidade à sua vontade. A presença animadora do
Espírito nos leva a viver como filhos e filhas de Deus. O Espírito
nos ajuda a conservar viva a memória de Jesus, suas palavras, seu
amor sem reservas pela humanidade.
Cristo sofreu e morreu para que tivéssemos nova vida no Es-
pírito. Somos chamados a testemunhar sua presença através da
mansidão, respeito, consciência reta, não violência. Em Cristo vivo,
“Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as escrituras no caminho?” (Lc 24,32). | 04|
5 de junho de 2011
Situando-nos
Atualizando a Palavra
As palavras de Jesus e sua presença viva, que estará sempre em nos-
so meio, nos colocam a caminho e nos incentivam a sermos fieis à
missão. Elas nos impelem a sair de nós mesmos para abrir-nos a um
novo horizonte, que possibilita a todos os seres humanos a alegria
de sentirem-se filhos de Deus e irmãos entre si.
ESA Roteiros Homiléticos para Tríduo Pascal e Tempo Pascal - Ano À - Abril /Junho 2011
28 Exortação apostólica pós-sinodal, Verbum Domini. Brasília: Edições CNBB, 2010, p. 125.
“Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as escrituras no caminho?” (Lc 24,32). KA
12 de junho de 2011
Situando-nos
O domingo de Pentecostes (no qual desemboca todo o tempo pas-
cal) recorda o Espírito Santo, dom do Pai, Amor de Deus derrama-
do sobre nós, condição de nossa comunhão no Cristo Ressuscitado,
fonte da transformação pascal de toda a realidade. Esta festa ativa
em cada um de nós a vocação e a capacidade para o encontro, para
o amor, para a união, para a doação, como pede a aclamação ao
Evangelho: “Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e
acendei neles o fogo do vosso amor”.
No Pentecostes, o mistério pascal é celebrado como um todo
(morte, ressurreição, ascensão, envio do Espírito).
Neste dia, o mistério pascal atinge a sua plenitude no dom do
Espírito derramado em nossos corações. Imbuídos deste mesmo Es-
pírito somos capacitados para o anúncio da Boa Notícia, sem temer
perseguições, nem morte.
Recordando a Palavra
No Evangelho, o Espírito Santo aparece como dom do Ressuscita-
do. Jesus manifesta-se aos discípulos no primeiro dia da semana,
"Não ardia o nosso coração enquanto ele nos explicava as escrituras no caminho?” (Lc 24,32). /4|
Atualizando a Palavra
A ação do Espírito manifesta no mundo a salvação de Deus, desti-
nada a todo o ser humano. O Espírito nos fortalece e anima a for-
mar comunidades comprometidas em viver a unidade na diversi-
dade. Ele nos conduz a permanecer em comunhão com o Senhor
ressuscitado, deixando-nos envolver pela sua presença de amor e
vida nova.
O Espírito do Senhor nos liberta de todas as formas de opres-
sões, de pecado, para vivermos fraternalmente como irmãos e irmãs.
Como os discípulos, o Espírito nos plenifica da presença de Deus,
“Não ardia O nosso coração enquanto ele nos explicava as escrituras no caminho?” (Lc 24,32). E&S
29 Exortação apostólica pós-sinodal, Verbum Domini. Brasília: Edições CNBB, 2010, p. 12.
Ee Roteiros Homiléticos para Tríduo Pascal e Tempo Pascal - Ano A - Abril / Junho 2011