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Cristo Ressuscitado,
Fonte e Caminho da Missão
Coordenação:
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia
Coordenação Editorial:
Pe. Valdeir dos Santos Goulart
Projeto Gráfico e Diagramação:
Fábio Ney Koch dos Santos
Capa:
Henrique Billygran da Silva Santos
Revisão Doutrinal:
Pe. Wilson Luís Angotti Filho
Revisão:
Lúcia Soldera
1? Edição - 2009
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
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Sumário
Apresentação .......................
erre serorsrovona.a
Tríduo Pascal
Quinta-feira Santa / Missa Vespertina
da Ceia do Senhor
09 de abril de 2000...............e
err erre rent as nado eos nossooo,es
Sexta-Feira Santa
Celebração da Paixão do Senhor
10 de abril de 2000................ee
erre rear rer rr rsreado
Vigília Pascal
(A Mãe de todas as Vigílias)
11 de abril de 2000 ...........e
rr rerrrerrrnno
Domingo da Páscoa
12 de abril de 2000 ........... errei erre err erra
2º Domingo da Páscoa
19 de abril de 2000 ...........ee
erre rrr renan
3º Domingo da Páscoa
26 de abril de 2000 ...........ee
erre rrrere res rrsnrroa
4º Domingo da Páscoa
03 de maio de 2000 ......... renina rrr eee era eerana
5º Domingo da Páscoa
10 de maio de 2000 ........... een err rece rr se erises
6º Domingo da Páscoa
17 de maio de 2000 ............
erre erre erre ra rresernos
7º Domingo da Páscoa
Ascensão do Senhor
24 de maio de 2000 ............eerrrreers
eres r rsrs cerne sacra r re nros 80
Solenidade de Pentecostes
31 de maio de 2000 .............ee
reste rrs errar rece s eres ans rare neo 87
Quinta-feira Santa
/ Missa Vespertina da
Ceia do Senhor
09 de abril de 2009
Situando-nos
Iniciamos hoje o Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor.
É o ápice do ano litúrgico, porque celebra a Morte e a Ressurreição
do Senhor, “quando Cristo realizou a redenção humana e da perfei-
ta glorificação de Deus pelo seu mistério pascal, quando morrendo
destruiu a nossa morte e ressuscitando renovou a vida” (Guia Litúr-
gico Pastoral, p. 11).
O centro do rito é a ceia com a comunidade reunida. Pela parti-
cipação nesta ceia eucarística, elevemos nossa ação de graças ao Pai
que, por meio de seu Filho Jesus, libertou-nos da escravidão. Como
discípulos e discípulas de Jesus, aceitemos que nos lave os pés e, as-
sim purificados, vivamos o mandamento do amor sendo fraternos e
solidários com nossos irmãos e irmãs.
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão EO
Recordando a Palavra
so de Deus para com seu povo e no serviço mútuo que deve haver
entre os discípulos (Evangelho).
O texto do Êxodo nos traz a promulgação da lei da Páscoa ju-
daica. Esta era uma festa oriunda da antiga tradição agropastoril e,
mais tarde, passou a comemorar a libertação da escravidão do Egi-
to. Na ceia eram comidos pães ázimos, ervas amargas e o cordeiro
imolado, o qual recordava aquele outro cordeiro com cujo sangue
os israelitas “passaram sobre os dois batentes e sobre a travessa da
porta” (v. 7), para que o flagelo mortal não ferisse os filhos das casas
de Israel (v. 27). Todavia, a celebração anual da Páscoa, memorial da
passagem da escravidão para a terra prometida, orientava os israeli-
tas para uma libertação futura completa e definitiva, protagonizada
pela vinda do Messias. Jesus e os discípulos reuniram-se para cele-
brar a ceia pascal, memória da libertação do Egito. Este dia devia
ser celebrado de geração em geração (v. 14 - 1º Leitura).
A partir da prática da comunidade de Corinto em celebrar a
Eucaristia, o apóstolo Paulo nos brinda com o mais antigo relato
sobre a última ceia Tendo em vista a autêntica forma da celebração
eucarística, ameaçada por divisões e discriminações na comunida-
de de Corinto, o apóstolo afirma: “De fato, eu recebi pessoalmente
do Senhor aquilo que transmiti para vocês”. Ele introduz o relato
precisando as circunstâncias: “Na noite que foi entregue”. Refere-
se à noite em que Jesus fez a entrega de si mesmo. O pão repartido
recorda-nos o corpo entregue e o sangue derramado no sacrifício
da morte na cruz, selando a nova e eterna aliança. “Façam isto em
memória de mim”. A ceia eucarística realiza o que recorda e torna
presente a obra redentora do Cristo. Mais do que um simples rito,
a Eucaristia requer a prática da comunhão fraterna. Eucaristia sem
fraternidade é comungar a própria condenação. Insiste Paulo que
Aquele que, sempre dé novo, entrega-se nos sinais do pão e do vi-
nho é o Cristo vivo e ressuscitado, que um dia se manifestará em
sua glória. “Portanto, todas as vezes que vocês comem deste pão e
bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor, até que
Ele venha” (2º Leitura).
5)
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão
Atualizando a Palavra
Hoje, a Igreja recorda a instituição do sacerdócio ministerial e da
Eucaristia, memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus. O Se-
nhor, pelo gesto do lava-pés, transmite-nos também o mandamento
novo do amor. Neste sentido, celebrar a Eucaristia é dispor-se a viver
o mistério de Jesus que, por amor e com humildade, serve a Deus e
aos irmãos. Pela participação eucarística, o cristão torna-se promotor
de comunhão, de paz e de solidariedade, em todas as circunstâncias
da vida (cf. João Paulo II, Mane Nobiscum Domine, n. 27).
Na Ceia vespertina, com a qual a Igreja inicia a celebração dos
grandes mistérios da salvação, Jesus nos torna participantes da ceia
em que Ele e os seus recordaram a Páscoa da libertação - a passa-
gem pelo mar Vermelho e a consolidação da aliança no monte Si-
nai. Nessa mesma ceia, entregando a si mesmo à morte, Jesus passa
da antiga à nova Páscoa, da antiga à nova Aliança, selada em seu
sangue derramado e em seu corpo partido (cf. Papa Bento XVI, Sa-
cramentum Caritatis, n. 10). É a Páscoa que se renova, em cada cele-
bração eucarística da comunidade e na prática do amor fraterno e
solidário dos discípulos e missionários do Senhor.
Lavando os pés de seus discípulos, o Mestre nos dá um exemplo
de serviço gerador de um novo estilo de vida. “Eu lhes dei o exem-
plo”. O lava-pés é um gesto que encerra um mistério que transcen-
de o que se vê e sente. Jesus nos dá o exemplo da vida feita serviço
aos outros. Lembra aos discípulos de todos os tempos que a Euca-
ristia existe para ser testemunho de amor, no serviço solidário aos
irmãos. O lava-pés, na qualidade de gesto paradigmático, encontra
sua chave de leitura e explicação na cruz e na ressurreição. Pedro, a
princípio, nada compreendeu. O serviço, como expressão de amor,
precisa ser feito como Jesus o fez. “E tendo amado os seus que esta-
vam no mundo, amou-os até o fim”. O agir com amor, “não é buscar
o próprio interesse” (1 Cor 13,5), mas o bem dos outros. Ao lavar os
pés de seus discípulos, o Mestre nos dá o exemplo do serviço feito
por amor e com humildade. Em certas culturas, por exemplo, lavar
os pés do pai, constituía-se num sinal de afeição. “Por isso vocês
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Pascal - Ano B - 2009
devem lavar os pés uns dos outros”: pratiquem entre vocês servi-
ços de caridade humilde. Assim, caridade e humildade qualificam o
serviço dos discípulos missionários de Jesus. Eucaristia é colocar-se
diante dos irmãos em atitude de humilde disposição para buscar,
em conjunto, tudo o que qualifica e defende a vida.
Neste sentido, Jesus é o Servo de Deus e da humanidade. Toda
a trajetória de sua existência foi caracterizada pelo serviço aos de-
sígnios do Pai e ao bem da humanidade, sobretudo aos pobres e
excluídos da sociedade. São Paulo, na Carta aos Filipenses, explicita
o gesto do lava-pés afirmando: “Jesus Cristo, existindo em condição
divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esva-
ziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se
igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se
a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz” (F]
2,6-8); (2º. leitura do domingo de Ramos).
Neste sentido, recordemos o pensamento do Papa: “Ao instituir
o sacramento da Eucaristia, Jesus antecipa e implica o sacrifício da
cruz e a vitória da ressurreição; ao mesmo tempo, revela-se como o
verdadeiro Cordeiro Imolado, previsto no desígnio do Pai. A Insti-
tuição da Eucaristia mostra como aquela morte, de per si violenta e
absurda, se tenha tornado, em Jesus, ato supremo de amor e liber-
tação definitiva da humanidade do mal. (...) Aquilo que anunciava
as realidades futuras cedeu agora o lugar à própria Verdade. O an-
tigo rito consumou-se e ficou definitivamente superado mediante o
dom de amor do Filho de Deus encarnado. O alimento da verdade,
Cristo imolado por nós, pôs termo às figuras. Com o fazei isto em
memória de mim (cf. 1 Cor 11,25), pede-nos para corresponder ao
seu dom e representá-lo sacramentalmente” (Papa Bento XVI, Sa-
cramentum Caritatis, nn. 10 e 11).
Sugestões “GA
1. O ambiente da celebração deve ser preparado de tal forma
que revele o sentido de uma ceia festiva. Onde o espaço permitir,
a comunidade coloque-se, de forma circular, ao redor do altar. Pre-
parar o ambiente do lava-pés à vista de todos. Antecipadamente,
convidar pessoas que exercem os serviços comunitários e pessoas
que atuam na segurança pública para integrarem o grupo daqueles
a quem o ministro banhará os pés.
E PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Pascal - Ano B - 2009
Situando-nos
A Sexta-feira da Paixão do Senhor é dia particularmente sagrado. A
Igreja acompanha os passos do Senhor em sua paixão até sua entre-
ga total na cruz. Mais do que uma data dedicada a um herói, hoje,
a humanidade sensibilizada e reconhecida, para diante do Filho de
Deus, nascido da Virgem Maria que “passou a vida fazendo o bem”.
Livre e corajosamente, Ele entrega-se por uma causa maior que a
própria vida: para que todos tenham vida e vida em abundância.
Sua morte na cruz, O revelou como Servo de todos, Sacerdote úni-
co e verdadeiro mediador entre Deus e a humanidade. Neste dia,
enfim, Ele é reconhecido no seu mistério: “De fato, esse homem era
mesmo Filho de Deus!” (Mc 15,39).
Agradecidos ao Pai que nos entregou seu Filho querido para
nos salvar, unamos nossos passos à caminhada de Jesus até sua mor-
te na cruz. No silêncio deste dia, contemplando e adorando o Cruci-
17 PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Pascal - Ano B - 2009
Recordando a Palavra
O evangelista João, após apresentar o discurso de despedida e a ora-
ção pela unidade, nos conduz ao Jardim das Oliveiras onde Jesus,
muitas vezes, se encontrara com seus discípulos. Outrora, de um
jardim veio a perdição, agora, virá a salvação. O traidor conduz para
esse lugar as tropas. Jesus é preso, algemado e conduzido diante das
autoridades religiosas e do governador. Submetido ao interrogató-
rio, é injustamente condenado ao suplício da cruz. Um inocente é
entregue à fúria dos violentos os quais O flagelam, O coroam de
espinhos e O esbofeteiam sob os gritos do povo: “Crucifica-O! Cru-
cifica-O”! Ao confirmar que era Rei e que viera ao mundo para dar
testemunho da verdade, torna-se objeto de zombaria. Humilhado
e desprezado, Jesus foi obrigado a carregar sua cruz até o Calvário,
onde foi cruelmente crucificado, junto com outros dois. Erguido
entre o céu e a terra, de braços abertos, entrega sua Mãe ao discípu-
lo que Ele amava. Então, tomado por uma sede mortal e vendo que
tudo estava consumado, entrega seu espírito ao Pai . Não bastando
seu corpo ser dilacerado pela violência dos algozes, é atravessado
por uma lança, e imediatamente jorram sangue e água. Por fim,
alguns amigos fiéis intercedem junto às autoridades para conceder
a Jesus um sepultamento digno de Mestre, num jardim. A Paixão de
Jesus, segundo João, iniciou num jardim e se concluiu num jardim.
Desse local brotará a árvore da Vida.
O profeta Isaías, no emocionante poema “O quarto cântico do
Servo de Javé”, evoca um servo de Deus que enfrenta livremente a
dor e a humilhação até a morte e acaba sendo glorificado por sua
fidelidade. Este servo, na época em que o poema foi escrito, era,
provavelmente, o povo submetido a duras provações no exílio da
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão
Atualizando a Palavra
“Se o grão de trigo não morrer, não produzirá frutos” (Jo 12,24).
Jesus foi enviado ao mundo com a missão de doar sua vida para que
a humanidade tivesse vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10). Jesus
não estava buscando a morte, mas a vida plena, Contudo, não se
pode produzir a vida sem doação. A vida é fruto do amor e germina
lá onde o amor é pleno. Onde a doação de si mesmo é total. “Não
existe amor maior do que dar a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Amar
é doar-se sem se poupar, até desaparecer. A morte é condição para
que uma nova vida manifeste-se. A morte de Jesus não deve ser
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Pascal - Ano B - 2009
Sugestões
Situando-nos
Recordando a Palavra
como Filho de Deus, Messias e Rei, que veio com a missão de inau-
gurar o Reino de Deus, como Servo de Javé (cf. Mc 1,9-10). Com a
morte e a ressurreição, o Reino está inaugurado. É o alvorecer de
um novo tempo no horizonte da humanidade. O Ressuscitado será
visto e encontrado nos lugares onde Ele revelou a misericórdia do
Pai, agindo em favor dos excluídos da sociedade que O conduziu à
morte. Sua nova condição ilumina e confirma suas ações.
O evangelista Marcos registra ainda a reação das mulheres.
Animadas por sentimentos de solidariedade, vão ao túmulo pen-
sando em um cadáver encerrado num sepulcro sob uma grande
pedra. “Quem vai tirar para nós a pedra da entrada do túmulo?”
No horizonte das mulheres, ainda pairavam as trevas da morte. A
luz da fé na ressurreição tardava. Ao verem que a pedra já havia
sido tirada da entrada do túmulo e no seu interior um jovem ves-
tido de branco sentado no lado direito, “saíram correndo, porque
estavam com medo e assustadas”. Diante das manifestações do so-
brenatural e do anúncio da ressurreição, as mulheres sentiram-se
intimidadas e refugiaram-se no silêncio (cf. comentário da Bíblia
do Peregrino).
Atualizando a Palavra
Sugestões e
1 Cf CNBB. PNE-QV). Páscoa: a vida venceu a morte para sempre!. São Paulo. Paulinas, 2008. pp.
33-37.
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão
Ornamentação:
incenso;
. talha de barro ou turíbulo;
Oo
Pessoal e serviços:
Leituras Atos dos Apóstolos 10, 34. 37-43; Salmo 117 (118);
Colossenses 3,1-4 ou ICoríntios 5,4b-8; João 20,1-9 ou,
nas Missas vespertinas, Lucas 24,13-35.
1. Situando-nos
É Páscoa! Festa da vida que venceu a morte. Na verdade, o Cristo
ressuscitou, Aleluia! A Ele o poder e a glória pelos séculos eternos.
Neste domingo da Páscoa (1º dia da semana), transbordando de ale-
gria pascal, celebramos a ressurreição do Senhor, renovados pelo
Espírito, ressuscitamos também na luz da vida nova.
Depois de termos vivido quarenta dias de Quaresma, sem can-
tar Aleluia, neste domingo de Ressurreição, com todos os nossos ir-
mãos e irmãs, somos convocados a proclamar com alegria: “Aleluia,
o Senhor Ressuscitou, Aleluia”!
Nossa fé na Ressurreição de Jesus, causa de nossa esperança, baseia-
se na fé dos primeiros discípulos de Jesus que reconheceram o Cruci-
ficado-Ressuscitado! Embora ninguém tenha visto sua ressurreição, o
agir ressuscitador de Deus atua no silêncio, no segredo e na intimidade
de seu seio regenerador. A comunidade cristã percebeu e compreen-
deu, aos poucos, no encontro com o Senhor e pela ação do Espírito, que
seu Mestre tinha ressuscitado e continuava vivo no meio deles.
A fé no Ressuscitado nos impulsiona a ir ao encontro dos cruci-
ficados de hoje para partilhar com eles a Boa Nova de que Deus está
vivo no meio de nós, ressuscitando, libertando da morte e fazendo
uma nova criação.
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Pascal - Ano B - 2009
Recordando a Palavra
Atualizando a Palavra
As primeiras palavras do evangelho de hoje: “no primeiro dia da
semana”, nos remetem ao relato da criação do Gênesis. Dessa ma-
neira, o autor do quarto Evangelho quer situar o leitor diante de
uma nova criação: a ressurreição. Ela foi o ato supremo da criação,
a maior obra de Deus. A comemoração festiva da ressurreição de
Jesus celebra a vitória da vida contra tudo o que a ela se opõe.
O evangelista João motiva-nos à experiência de fé na ressurreição
por meio do verbo “ver”, citado quatro vezes no texto do evangelho.
É pelos diferentes modos de “ver” de Maria Madalena, de Pedro e do
discípulo amigo, ou seja, da comunidade, que se revela o processo da
passagem da morte, da dor e da perda para a experiência de fé na res-
surreição. É importante considerar que tanto Maria Madalena quanto
Pedro e o discípulo amigo simbolizam a comunidade cristã e o pro-
cesso que ela faz para perceber e acreditar na ressurreição de Jesus.
Na experiência de fé das primeiras comunidades, fundamenta-se
a força missionária da Igreja que, ao longo dos séculos, teve a certeza
de proclamar: “O Senhor Ressuscitou, verdadeiramente, aleluia!”.
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Pascal - Ano B - 2009
Sugestões -
1. Preparar de forma festiva o ambiente, dando destaque ao
Círio Pascal e à pia batismal, com muitas flores e a cor branca ou
amarelada nas vestes e toalhas. O canto do Aleluia deve marcar a
celebração.
2. Significativo seria cumprimentar as pessoas com as palavras:
“O Senhor ressuscitou, verdadeiramente ressuscitou. Aleluia!” Sole-
nizar a procissão de entrada em que as pessoas batizadas na Vigília
Pascal ingressam vestidas de branco (vida nova),
3. Dar particular destaque à acolhida do Círio Pascal. Por exem-
plo, após o canto de entrada, uma pessoa acende o Círio e proclama:
“Bendito sejas, Deus da Vida, pela ressurreição de Jesus Cristo e por
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão
Leituras: Atos 4,32-35; Salmo 118 (117); 1João 5,1-6; João 20,19-31
Situando-nos
Recordando a Palavra
No primeiro dia da semana, logo após o pôr-do-sol, a comunidade
dos discípulos estava reunida num ambiente bem protegido, por
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão 44
Atualizando a Palavra
Sugestões ir Ad
10. Fazer uma prece especial pela 48º. Assembleia Geral dos
Bispos do Brasil que se inicia na quarta-feira, dia 22 de abril, em
Indaiatuba, bairro Itaici, São Paulo-SP,
car Ta “a = : Free as o yu e o Y 15. BreE 7. “E É CRT SS a Da pe SEER
;
3º DOMINGO DA PÁSCOA
26 de abril de 2009
Situando-nos
Recordando a Palavra
A comunidade dos discípulos está reunida em Jerusalém. Está cien-
te das aparições do Ressuscitado. Jesus apareceu no meio deles e
os saudou: “A paz esteja com vocês!”. Contudo, o ambiente ainda é
de medo, de dúvida e de angústia. A comunidade sente-se desam-
parada e insegura. “Espantados e cheios de medo, pensavam estar
vendo um espírito”. O evangelista Lucas relata como os discípulos,
diante da manifestação do Ressuscitado, foram, progressivamente,
descobrindo e aderindo a Ele. A Ressurreição não é uma imagina-
ção, mas um fato real, incontestável, que, todavia, os discípulos des-
cobriram e experimentaram ao longo de uma caminhada difícil,
penosa, carregada de dúvidas e de incertezas. “Por que vocês estão
perturbados, e por que o coração de vocês está cheio de dúvidas?”
Mais uma vez, os discípulos aparecem como uma comunidade
desconfiada, crítica e exigente, que só reconhece Jesus vivo e res-
suscitado depois de percorrer um caminho longo e exigente. Não é
um grupo de idealistas ou de ingênuos que aceita qualquer ilusão. A
Ressurreição não foi para os discípulos um acontecimento imedia-
tamente evidente, mas um processo de amadurecimento da própria
fé, até chegar à experiência do Senhor ressuscitado. “Vejam as mi-
nhas mãos e os meus pés. Sou eu mesmo. Toquem-me e vejam”. Lu-
cas recorre a elementos sensíveis e materiais, como tocar e comer
peixe assado, para sublinhar que o encontro com o Ressuscitado foi
uma experiência muito forte e marcante, única.
Pretende também mostrar que o Jesus que está no meio dos
discípulos, embora diferente e irreconhecível, é o mesmo que per-
correu com eles os caminhos da Palestina, pregando a Boa Nova
do Reino. Como Ressuscitado, Ele continua presente no meio dos
seus, animando sua caminhada, seus sonhos e esperanças nas difi-
culdades e sofrimentos. Como no caminho de Emaús (Lc 24,36-47),
Jesus ressuscitado desvela o profundo sentido das Escrituras das
quais Ele torna-se intérprete e cumprimento. Destarte, animados
pelo encontro com o Ressuscitado e alimentados pela Palavra, os
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Pascal - Ano B - 2009
Atualizando a Palavra
Neste 3º domingo pascal, somos tomados pelo sentimento que in-
vadiu os corações dos discípulos: alegria pela ressurreição de Jesus.
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão
Sugestões
Deus da Vida, pela ressurreição de Jesus Cristo e por essa luz ra-
diante!”. Em seguida, o Círio é levado em procissão ao local prepa-
rado e visível.
3. Aspergir a assembleia com a água que o ministro abençoa,
rezando a oração de bênção conforme o Tempo Pascal (Missal Ro-
mano, p. 1002). O rito da aspersão, que substitui o ato penitencial,
ajuda aos batizados a renovarem e aprofundarem o Batismo. A as-
persão deve ser acompanhada de um canto adequado.
4. Proclamar, com vibração, a ação de graças (Oração Eucarísti-
ca). Pode-se cantar o Prefácio da Páscoa (cf. Missal Romano, p. 423),
as aclamações e o Amém da doxologia.
5. Dar realce ao gesto da Fração do Pão. Cristo nossa Páscoa
é o Cordeiro imolado, Pão vivo e verdadeiro. A assembleia canta:
“Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo...”.
6. Abençoar e enviar os irmãos e irmãs com a bênção final pró-
pria para o Tempo Pascal, conforme Missal Romano, p. 523. Lem-
brar as palavras de Jesus: “Em meu nome, vocês serão anunciadores
da conversão e do perdão dos pecados a todas as nações”.
à Lembrar que dia 1º de maio é dia de S. José Operário e Dia
do Trabalhador.
PRM OT em too carpinteiro
meira eo vu 7 Tr re
4º DOMINGO DA PÁSCOA
03 de maio de 2009
Leituras: Atos dos Apóstolos 4,8-12; Salmo 118 (117); 1João 3,1-2;
João 10,11-18
Situando-nos
Recordando a Palavra
João Evangelista nos apresenta uma alegoria com elementos que
se revestem de profundo significado. Os rebanhos que, sob os cui-
59 PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Pascal - Ano B - 2009
Atualizando a Palavra
A sociedade, sobretudo os jovens, vive de modelos e de figuras re-
ferenciais construídas por heróis, mestres ou outras personagens
ilustres. Os padrões editados pela mídia, dominada por uma elite,
projetam modelos que condicionam as pessoas a construírem, pela
imitação, seus próprios modelos, por vezes, com consequências ne-
fastas. Um atleta bem sucedido alimenta o sonho da autorrealiza-
ção, da fama, de ser um herói para milhões de indivíduos. Os mo-
delos mexem com o universo imaginário e simbólico das pessoas,
sobretudo com o dos jovens.
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Pascal - Ano B - 2009
Sugestões Re
Situando-nos
Recordando a Palavra
Jesus está reunido com seus discípulos ao redor de uma mesa, na
ceia de despedida, antes da festa da Páscoa. Tem consciência de que
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão
Atualizando a Palavra
A liturgia da Palavra deste 5º domingo da Páscoa sublinha a união
vital dos discípulos com o Ressuscitado. No domingo passado, Je-
sus apresentou-se como o Bom Pastor. Hoje, Ele apresenta-se como
'a verdadeira videira”.
A imagem da videira era empregada com significados diver-
sificados no Antigo Testamento. Ela era considerada o símbolo de
Israel como povo eleito de Deus. “Tiraste uma videira do Egito, ex-
pulsaste nações, e a transplantaste” (Sl 80(79),9) / (cf. Is 5,1-7). Agora,
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão
Sugestões “e
XVI Congresso
Eucaristico Nacional
Brasília 13-10 + maio « ZOI0
Tema:
Eucaristia, pão da unidade dos discípulos missionários
Lema:
Fica conosco, Senhor! (cf. Lc 24,29)
pe . TAÇA rm qu ST 2ERI Lo seção — als te Tm CEI PR UR A ?
1 a : Va Vota ÃO CS AE o Rr o
6º DOMINGO DA PÁSCOA
17 de maio de 2009
Situando-nos
Recordando a Palavra
Jesus e os discípulos estão em Jerusalém entre as inúmeras pessoas
que acorreram para a festa da Páscoa. As autoridades judaicas ti-
nham decidido eliminar Jesus. Ele tem consciência de estar diante
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão
Atualizando a Palavra
Deus é amor. “Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que
nos amou”. Eis a Boa Nova anunciada por Jesus, sublinhada por João
Evangelista e retomada, recentemente, pelo Papa Bento XVI, em
sua Encíclica, Deus caritas est.
O contexto do diálogo de Jesus com os discípulos é de despe-
dida, tendo no horizonte o mistério da cruz e a continuidade da
missão. A cena evoca a realidade de tantos pais ou mães que, na
iminência da partida, reúnem os filhos e, com emoção, transmitem-
lhes as últimas recomendações de vida. Quantos filhos não owvi-
ram e guardaram com carinho as palavras: “Permaneçam unidos,
querendo sempre bem uns aos outros”. Assim como a união dos
irmãos eterniza as recomendações dos pais, a comunidade eclesial
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão
Sugestões +
Situando-nos
Celebramos hoje o domingo da Ascensão do Senhor. A vitória de
Cristo, já é nossa vitória!
O mistério da Ascensão de Cristo significa “elevação' também
para nós, seus discípulos missionários. Ele elevou-se ao céu, não
para afastar-se de nossa humanidade, mas para dar-nos a certeza de
que nos conduzirá à glória da imortalidade.
Celebrando a elevação de Jesus à direita do Pai, não comemo-
ramos uma despedida, mas um modo novo de Ele estar presente.
Aquele que percorreu os caminhos deste mundo, no amor e na doa-
ção, é glorificado. Junto do Pai, como nosso eterno mediador, Jesus
continuará a acompanhar os discípulos e, por meio deles, propor à
humanidade vida nova e definitiva.
Elevemos nossos louvores ao Pai porque, em seu Filho glorifica-
do, nossa natureza humana já participa de sua glória. Supliquemos em
favor da unidade de todos os que professam sua fé em Jesus Cristo.
e] PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Pascal - Ano B - 2009
Recordando a Palavra
O evangelista Marcos, após referir-se às aparições do Ressuscitado
aos discípulos e discípulas, envia-os em missão com a ordem: “Vão
pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Nova para toda a humanida-
de”. A comunidade dos discípulos deverá anunciar a Boa Nova de
um mundo novo, inaugurado pelo Filho de Deus. Por isso, os discí-
pulos ultrapassarão as fronteiras de Israel e ganharão os caminhos
do mundo, dando continuidade à obra de Jesus.
O anúncio implicará uma decisão dos ouvintes: “Quem crer e
for batizado, será salvo. Quem não acreditar, será condenado”. Os
mesmos sinais que atestaram a ação libertadora de Jesus atestarão
a obra dos discípulos (os primeiros dois sinais). O mesmo anúncio
que, em alguns suscita fé, noutros gera conflito, oposição e morte
(o terceiro sinal). Os sujeitos privilegiados do amor misericordioso
de Jesus - os doentes, os sofredores e os excluídos - agora o serão
também dos discípulos que atuam em estreita comunhão com o
Mestre. Concluída a missão, Aquele que percorrera os caminhos da
história, fazendo o bem a todos em perfeita fidelidade à vontade do
Pai, é glorificado (Evangelho).
O livro dos Atos dos Apóstolos atesta que o mesmo Espírito
que esteve presente e acompanhou a Jesus, agora está presente na
missão da comunidade cristã. Num certo ambiente de crise, de de-
silusão e de perda do entusiasmo suscitados pela demora do Cristo
glorioso instaurar o Reino, Lucas adverte as comunidades de que o
projeto de salvação revelado por Jesus tem agora sua continuidade
na Igreja, animada pelo Espírito Santo.
Numa perspectiva historiográfica, Lucas faz referência ao tem-
po que separa a Ressurreição e a Ascensão. Quarenta dias define o
tempo simbólico de iniciação à experiência do Ressuscitado. O au-
tor dos Atos dos Apóstolos tranquiliza a comunidade revelando-lhe:
o Espírito será derramado sobre a comunidade e a fortalecerá para
o testemunho de Jesus em todas as partes da terra, de Jerusalém aos
confins do mundo. Concluída a vida terrena, de total fidelidade ao
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão
Atualizando a Palavra
“Ele, após a Ressurreição, apareceu aos discípulos e, à vista deles,
subiu aos céus, a fim de nos tornar participantes da sua divindade”
(Prefácio II da Ascensão).
A Ascensão, mais do que uma espécie de despedida ou de au-
sência, deve ser vista como “coroamento de uma caminhada”, con-
tinuidade e presença do Cristo Senhor no meio de sua comunidade
em missão. “Os discípulos partiram e o Senhor os ajudava e, por
meio de sinais que os acompanhavam, provava que o ensinamento
deles era verdadeiro” (Mc 16,20). A Ascensão comprova que o Se-
nhor continua no meio da comunidade dos discípulos, portanto a
ascensão lembra missão. O mesmo Senhor que nos envia, garante
estar sempre presente, para a nossa alegria e tranquilidade. A As-
censão, mais do que ausência, é um novo modo de presença. “O
Senhor está sempre no meio de nós!”
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Situando-nos
“Para levar à plenitude os mistérios da páscoa, o Senhor derramou,
hoje, o Espírito Santo prometido, em favor de seus filhos e filhas.”
(Prefácio da missa do dia)
Hoje, o Senhor nos reúne para celebrar o dom do Espírito San-
to — plenitude da Páscoa — derramado sobre a comunidade dos dis-
cípulos e para a unidade de todos os filhos e filhas de Deus.
O Espírito do Ressuscitado, prometido pelo Senhor, derramado
na comunidade reunida, renova-nos, transforma, edifica o Corpo de
Cristo, fortalece a missão e cria o homem novo, pois “todos os que
são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8,14).
Concluindo a caminhada dos cinquenta dias de Páscoa, ben-
digamos ao Pai, porque o Espírito Santo revelou a todos os povos,
raças e nações o mistério escondido desde toda a eternidade e con-
gregou a todos na alegria da libertação.
Celebrando a Páscoa de Jesus Cristo neste dia de Pentecostes,
o Espírito nos concedeu seus múltiplos dons para sermos testemu-
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão 88
Recordando a Palavra
Para o autor do quarto Evangelho, a ressurreição e a vinda do Espí-
rito Santo fazem parte do mesmo acontecimento. O Espírito Santo
é um dom que procede diretamente de Cristo ressuscitado, repre-
senta seu sopro de vida.
João inicia sua narrativa expondo a situação da comunidade.
“Ao anoitecer, do primeiro dia da semana, estando trancadas as
portas do lugar onde se encontravam os discípulos...”. Ele realça a
situação de insegurança própria de quem perde as referências e que
não sabe mais a quem recorrer. “Jesus aparece e se coloca no meio
deles”. Os discípulos ficam contentes por ver o Senhor, tanto que
recuperam a paz e a confiança. No encontro com Jesus ressuscitado,
eles O redescobrem como centro de referência, d'Ele recebem as co-
ordenadas que os levam a superar o medo e a incerteza. Diante dos
“sinais de suas mãos e do lado”, que evocam o amor total expresso
na cruz, os discípulos sentem que nada os poderá deter, nem o so-
frimento, nem a morte, nem a violência do mundo. Vivificados pelo
sopro do Espírito do Ressuscitado, eles constituem a comunidade
da nova Aliança e são enviados a testemunhar ao mundo, em gestos
e palavras, a vida que o Pai deseja oferecer a toda a humanidade. As-
sim, quem aceitar a proposta do perdão dos pecados, será integrado
na comunidade de Jesus que, animada pelo Espírito Santo, será me-
diadora da oferta do amor misericordioso do Pai (Evangelho).
O evangelista Lucas situa a vinda do Espírito Santo no dia de
Pentecostes. O Pentecostes era uma festa celebrada pelos israelitas
cinquenta dias após a Páscoa. De festa agrícola, na qual se agradecia
a Deus pela colheita do trigo, transformou-se na comemoração da
constituição do povo pela Aliança firmada no Sinai. Para o Autor
dos Atos dos Apóstolos, o Espírito é a lei da nova Aliança e, por Ele,
constitui-se a comunidade do novo Povo de Deus. O texto que nos
PNE - BMC - Roteiros Homiléticos do Tempo Pascal - Ano B - 2009
Atualizando da Palavra
Na celebração do Pentecostes, cumpre-se a promessa de Jesus aos
discípulos: “O Espírito Santo que o Pai vai enviar em meu nome,
Cristo Ressuscitado, Fonte e Caminho da Missão
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