Você está na página 1de 3

1

AS CELEBRAÇÕES DO TRÍDUO PASCAL

O Tríduo Pascal é o centro de todo o Ano Litúrgico. O ponto alto é a Vigília Pascal. Os três
dias são como um desdobramento da celebração do mistério central de nossa fé: o Mistério Pascal.
QUINTA-FEIRA SANTA
Nesta Missa, que se celebra na tarde da Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao sagrado
Tríduo Pascal. Nesta celebração repetimos em memória de Jesus, os gestos da sua última ceia
que estrutura a Liturgia eucarística: “tomou o pão, deu graças, partiu e passou aos seus”.
Com esta celebração retomamos o verdadeiro sentido da Eucaristia. Eis o gesto de Jesus
na noite em que foi entregue, tendo à mesa Judas, aquele que o iria entregar. Com este mesmo
sentido, repetimos o gesto do lava-pés, outra versão da eucaristia, segundo João.

Para esta celebração segue o que se prescreve:


- Para o Rito do lava-pés seja realizado, mas com todo cuidado e seguindo as normas sanitárias de
cada município.
- O pão dos fiéis seja consagrado na missa e não somente do sacrário, que neste dia deve estar
vazio antes da celebração. Consagrem-se nesta missa hóstias em quantidade suficiente para este
dia e para o dia seguinte.
- Concluída a oração após a comunhão, forma-se a procissão (Translado) que, passando pela
Igreja, acompanha o Santíssimo Sacramento ao lugar da reposição.
- Sequência da procissão: turíbulo e naveta, velas e padre (Diácono, ministro leigo ou leiga onde
houver celebração da Palavra com Eucaristia) com o Santíssimo no Cibório coberto com o véu. Ao
chegar ao local preparado deposita o cibório no Sacrário, incensa três vezes, canta Tão Sublime
Sacramento; fecha a porta do sacrário e começa a adoração. O padre, diácono, ministros e acólitos
se retiram em silêncio. (Observação: na Celebração da Palavra com Eucaristia feito pelo Mece
não se usa incenso)
- Recomenda-se sobriedade para não ofuscar a densidade da própria Ceia do Senhor e seu caráter
de Memorial. O Santíssimo seja conservado em tabernáculo e cibório fechados, nunca exposto
em ostensório (cf. Paschalis Sollemnitatis, 55). E a adoração não se prolongue depois da meia
noite.
- Não se trata de bênção do Santíssimo. Não é recomendável, ficar “caminhando” com o Santíssimo
entre o povo. Nesse dia a transladação acontece de forma discreta, como pede o mistério
celebrado.
- A adoração eucarística depois da Ceia do Senhor é um desdobramento devocional da celebração
desta noite e não o seu ápice. Portanto, não convém prolongar esta adoração a noite inteira. Ela é
solene até meia noite. Se continuar até o dia seguinte, que seja discreta. A adoração da Quinta-
feira não deve sobrepor-se à Vigília Pascal.
- O altar da celebração é desnudado (fica sem toalhas) após a missa, e permanece assim até a
Vigília Pascal.
CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR
Neste dia, em que “Cristo nossa Páscoa foi imolado”, torna-se clara realidade o que desde
há muito havia sido prenunciado em figura e mistério: a ovelha verdadeira substitui a ovelha
figurativa, e mediante um único sacrifício realiza-se plenamente o que a variedade das antigas
vítimas significava.
2

Com efeito, “a obra da Redenção dos homens e da perfeita glorificação de Deus, prefigurada
pelas suas obras grandiosas no povo da Antiga Aliança, realizou-a Cristo Senhor, principalmente
pelo mistério pascal da sua bem-aventurada Paixão, Ressurreição de entre os mortos e gloriosa
Ascensão, ministério este pelo qual morrendo destruiu a nossa morte e ressuscitando restaurou a
nossa vida. Foi do lado de Cristo adormecido na cruz que nasceu o admirável sacramento de toda
a Igreja.
Ao contemplar Cristo, Senhor e seu Esposo, a Igreja comemora o seu próprio nascimento e
a sua missão de estender a todos os povos os salutares efeitos da Paixão de Cristo, efeitos que
hoje celebra em ação de graças por dom tão inefável.
Para esta celebração segue o que se prescreve:
- Pelas três horas da tarde, salvo se razão pastoral leve a escolher hora mais tardia, celebra-se a
paixão do Senhor que consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da Cruz e Sagrada
Comunhão.
- Após a Liturgia da Palavra segue a adoração da cruz, gesto querido do povo, que requer o tempo
necessário para possibilitar que todos se aproximem com calma para o beijo de uma única cruz,
conforme exige a “verdade do sinal” (cf. Paschalis Sollemnitatis, n. 69). Portanto, usa-se,
obrigatoriamente, uma única cruz para a adoração, tal como requer a verdade do sinal.
- Para a Adoração da Cruz conforme a orientação Diocesana de 2021 poderá ser feito o beijo da
Cruz somente pelo Sacerdote ou Diácono e Mece na Celebração da Palavra com Eucaristia. Após
a Liturgia da Palavra e no final da Celebração a comunidade em gesto reverente poderá adorar a
Cruz com certa distância, porém sem beijar a Cruz.
- O altar deve estar completamente desnudado, sem Cruz, sem castiçais, sem toalhas.
- Pela importância pastoral, sejam valorizadas a Via-sacra, as procissões da Paixão e a memória
das dores da bem-aventurada Virgem Maria na Semana Santa.
O GRANDE SÁBADO DA SEPULTURA DO SENHOR
O foco deste segundo dia do Tríduo é a sepultura do Senhor, certificação de sua morte,
pertencente à forma mais antiga da fé: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as
Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (lCor 15,3-4). “A Igreja
permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e morte, a sua descida à mansão
dos mortos, e esperando na oração e no jejum a sua ressurreição” (Paschalis Sollemnitatis, 73).
A Igreja propõe o mistério pascal em sua totalidade, pelos hinos, salmos, antífonas, leituras
e orações na Liturgia das Horas e na sua versão inculturada, o Ofício Divino das Comunidades.
Reunida em oração, na igreja despojada (não na capela da reposição), ouvindo a Palavra e a
Homilia do Sábado Santo, a comunidade faz a experiência de passar da morte à vida que se
anuncia.
Para esta celebração segue o que se prescreve:
- A celebração da Vigília Pascal se realiza de noite. Não é permitido, em hipótese alguma que,
neste dia, pela manhã ou em outro horário, se antecipe a celebração da Vigília Pascal antes do
anoitecer. Mais grave ainda antecipar, neste dia, a celebração do Domingo da Páscoa na
Ressurreição do Senhor.
- Para facilitar a participação dos fiéis está prevista a Vigília Pascal presidida por ministros leigos e
leigos, que “por força do seu Batismo e Confirmação assume legitimamente este serviço” (CNBB,
documento 43, n.100). Inclui em nossa Diocese a participação dos Diáconos permanentes neste
número 100 do documento.
3

DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR


VIGÍLIA PASCAL (Na noite santa)
Segundo antiquíssima tradição, esta noite deve ser comemorada em honra do Senhor, e a
Vigília que nela se celebra, em memória da noite santa em que Cristo ressuscitou, deve considerar-
se “a mãe de todas as santas Vigílias”. Pois, nela, a Igreja mantém-se de vigia à espera da
Ressurreição do Senhor.
Para esta celebração segue::
- Toda a Vigília Pascal seja celebrada durante a noite, de modo que não comece antes do início da
noite e sempre termine antes da aurora de domingo (cf. Missal Romano, p. 270, n. 3).
- A liturgia da luz e do fogo tem uma densidade e eficácia própria. Urge tomar alguns cuidados, tais
como: preparar uma fogueira para o começo da celebração, em torno da qual toda a assembleia
se reúne, fora da igreja.
- Prever antecipadamente o círio pascal. O círio pascal deve ser de cera, novo a cada ano, único,
relativamente grande, nunca artificial, para poder recordar que Cristo é a luz do mundo. Prever
velas para todos.
- A solene proclamação pascal (Exultet) seja bem preparada e realizada com a igreja iluminada
apenas pelas velas.
- Na liturgia da Palavra, embora seja previsto a omissão de algumas leituras, recomendamos que
sejam feitas todas as leituras previstas, por constituírem o memorial da história da salvação. No
mínimo façam-se três leituras do Primeiro Testamento (incluindo a narrativa da Páscoa em
Êxodo), e a epístola aos Romanos, de tom batismal. Atenção se dê aos salmos, que devem ser
cantados com beleza e preparação.
- Dar destaque ao “Hino de Louvor” e ao “Aleluia”, cantos omitidos durante a quaresma e reservados
para a noite pascal.
- Trata-se da celebração mais oportuna do ano para a celebração dos batizados, sobretudo dos
adultos.
- Realizem-se a renovação dos compromissos batismais de toda a comunidade, e a bênção e a
aspersão com água. Trata-se de uma aspersão de caráter batismal e não penitencial.
- A celebração da Eucaristia é o ápice da Vigília, sendo de modo pleno o sacramento da Páscoa,
ou seja, memorial do sacrifício da cruz e presença de Cristo ressuscitado, consumação da iniciação
cristã e antegozo da Páscoa eterna.
- Na preparação do altar colocam-se as flores, velas.
- Bênção solene da Vigília Pascal e dia de Páscoa.
DOMINGO DA RESSURREIÇÃO
A estrutura da missa é a mesma de todos os domingos, devendo ser celebrado de modo
solene.
Para esta celebração segue o que se prescreve:
- Presença do Círio Pascal.
- O Ato Penitencial é substituído pelo rito da aspersão.
- Solenizar o Hino de Louvor e o Aleluia!
- Cantar solenemente a Sequência Pascal.
- Prefácio da Páscoa.
- Bênção solene.

Você também pode gostar