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PSCJ - MÉIER

A ESPIRITUALIDADE E
A CELEBRAÇÃO DAS
SOLENIDADES
PASCAIS
Diác. Luis Carlos Pereira
No itinerário litúrgico, o
Domingo de Ramos da
Paixão do Senhor, abre a
Semana Santa e nos
encaminha para a
celebração do Tríduo do
Senhor crucificado,
sepultado e ressuscitado, o
memorial do mistério da
nossa salvação.

VI Domingo da Quaresma: Início da


Semana Santa
Domingo, Páscoa semanal.
Solenidades pascais, centro
do ano litúrgico
O culto da Igreja surgiu para celebrar
a Páscoa de Cristo, centro da vida dos
primeiros cristãos, semanalmente no
“domingo” e anualmente no “Grande
Domingo”. Apenas depois outras
celebrações vão sendo assimiladas.
Entretanto é sempre o mistério pascal
de Cristo o centro do culto, que passa
a serem cada uma de suas facetas.
O conceito de Mistério Pascal
“Em Cristo, se realizou plenamente a nossa
reconciliação e se nos deu a plenitude do culto
divino. Esta obra da redenção dos homens e da
glorificação perfeita de Deus, prefigurada pelas suas
grandes obras no povo da Antiga Aliança, realizou-a
Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal
da sua bem-aventurada Paixão, Ressurreição dos
mortos e gloriosa Ascensão, em que morrendo
destruiu a nossa morte e ressurgindo restaurou a
nossa vida” (SC 5).
Liturgia: celebração do
Mistério Pascal de Cristo
O centro de toda economia da salvação é o Mistério
Pascal de Cristo e este, por sua vez, constitui o
núcleo de toda Liturgia (cf. SC 5). “A liturgia é ação
de Cristo Cabeça e de seu Corpo que é a Igreja (...). A
liturgia, momento em que a Igreja é mais
perfeitamente ela mesma, realiza, a comunhão com
Deus e entre os homens” (Medellín – Lit. 9,2). Pela
Liturgia "se opera o fruto da nossa Redenção" (SC 2)
Celebração dos mistérios da
salvação, levados a cumprimento
por Cristo nos últimos dias da sua
vida, a começar pelo seu ingresso
messiânico em Jerusalém. A partir
da missa vespertina in Cena Domini
inicia-se o tríduo pascal, que
abrange a Sexta-feira Santa da
Paixão do Senhor e o Sábado Santo,
e tem o seu centro na vigília pascal,
concluindo-se com as vésperas do
domingo da ressurreição.

Semana Santa e Tríduo Pascal (PS 27)


O Domingo de Ramos
da Paixão do Senhor
Une o triunfo real de Cristo e o anúncio da paixão.
Nessa celebração, desde a antiguidade se
comemora a entrada do Senhor em Jerusalém com
a procissão solene, com a qual os cristãos celebram
este evento, imitando as aclamações e os gestos das
crianças hebreias, que foram ao encontro do
Senhor com o canto do Hosana e se faz a memória
da história da Paixão.
Na manhã da Quinta-feira
da Semana Santa, é
celebrada a Missa do
Crisma, quando se
consagra o santo crisma e
se benze os outros óleos.
O novo Crisma e o novo
óleo dos catecúmenos
devem ser usados para a
celebração dos
sacramentos da iniciação
cristã.
A Quinta-feira da Semana Santa
A Missa in Cena Domini
Início do Tríduo Pascal. A celebração da Missa
Vespertina da Quinta-feira in Cena Domini orienta os
fiéis para os mistérios da instituição da Eucaristia, da
instituição da Ordem sacerdotal e o mandamento do Senhor
sobre a caridade fraterna. Este último aspecto, aliás, fica
evidente pelo rito do lava-pés que significa o serviço e a
caridade de Cristo, que veio “não para ser servido, mas
para servir” (Mt 20, 8).
O dia da Paixão do Senhor
Após a Missa in Cena Domini, todos são convidados a
permanecerem em adoração ao Santíssimo Sacramento.
No Dia da Paixão do Senhor, em que “Cristo, nosso
cordeiro pascal, foi imolado” (1Cor 5. 7), a Igreja, a
medita a paixão do seu Senhor e Esposo e adora-o na
cruz. Seguindo uma antiquíssima tradição, neste dia não
celebra a Eucaristia. A Sexta-feira da Paixão do Senhor
é dia de penitência obrigatória para a Igreja toda, a ser
observada com a abstinência e o jejum.
O dia do Sábado Santo
Durante o Sábado Santo a Igreja permanece junto
do sepulcro do Senhor, meditando a sua paixão e
morte, a sua descida aos infernos, e esperando na
oração e no jejum a sua ressurreição. Também
neste dia a Igreja abstém-se absolutamente do
sacrifício da missa.
A celebração A Igreja celebra, comemorando, a
noite santa em que o Senhor

da Vigília Pascal ressuscitou. Por isso mesmo ela deve


ser considerada como “mãe de todas
as santas vigílias” (Sto. Agostinho).
A vigília tem a seguinte estrutura: A bênção do fogo novo, a preparação
depois do lucernário e da do círio pascal e sua procissão pela
proclamação da Páscoa (primeira igreja, as leituras do AT, o canto do
parte da vigília), a santa Igreja Hino de Louvor, o toque dos sinos, as
contempla as maravilhas que Deus leituras do NT a exortação do apóstolo
operou em favor do seu povo desde o sobre o Batismo, a entoação por três
início (segunda parte ou liturgia da vezes do Aleluia, o Evangelho que
Palavra), até ao momento em que, anuncia ressurreição do Senhor, a
com os seus membros regenerados liturgia batismal e a celebração da
pelo Batismo (terceira parte), é eucaristia indicam que, nesta vigília, de
convidada à mesa, preparada pelo fato, a Igreja permanece à espera da
Senhor para o seu povo, memorial da ressurreição do Senhor e celebra-a
sua morte e ressurreição, à espera da com os sacramentos da iniciação
sua nova vinda (quarta parte). cristã.
A missa do dia da Páscoa deve
ser celebrada com grande
solenidade. Em lugar do ato
penitencial, é muito
conveniente fazer a aspersão
com a água benzida durante a
celebração da vigília para

O dia da Páscoa reforçar o caráter batismal das


celebrações pascais. O círio
pascal, sinal do Cristo
Ressuscitado, colocado junto
do ambão ou perto do altar,
permaneça aceso ao menos em
todas as celebrações litúrgicas
mais solenes deste tempo até
ao domingo de Pentecostes.
O centro do ciclo pascal é
ocupado pelo Tríduo, que se
prolonga no Tempo Pascal. De
fato, o Tríduo da Paixão e da
Ressurreição do Senhor brilha
como a culminância de todo o
Ano Litúrgico (SC 106) e este

O ciclo pascal Tempo Pascal, que compreende


os cinquenta dias entre o
Domingo da Ressureição e o
Domingo de Pentecostes, devem
ser “celebrados com alegria e
exultação como se fossem um só
dia de festa, ou melhor, como
um grande domingo” (S.
Atanásio, séc. IV).
“O primeiro anúncio de Páscoa que gostaria de vos
deixar: é possível recomeçar sempre, porque sempre
há uma vida nova que Deus é capaz,
independentemente de todos os nossos fracassos, de
fazer reiniciar em nós (...). Ele sempre nos precede: na
cruz do sofrimento, da desolação e da morte, bem
como na glória duma vida que ressurge, duma
história que muda, duma esperança que renasce. E,
nestes tempos sombrios, ouçamos o Senhor ressuscitado
que nos convida a recomeçar, a nunca perder a
esperança”.
Homilia do Papa Francisco - Sábado Santo, 2021

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