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A comunidade escolar

Terreno de
encontro e
convergência de
ideias e ações
Educandário Madre Güell
Dezembro de 2022
"
É preciso revigorar a consciência de que
somos uma única família humana. Não há
fronteiras nem barreiras políticas ou sociais
que permitam isolar-nos e, por isso mesmo,
também não há espaço para a globalização da
indiferença.
Papa Francisco (LS 52)
Uma comunidade escolar
e, especialmente, uma
comunidade escolar
católica, deve representar
um terreno de encontro,
uma ferramenta para a
convergência de ideias e
ações.
A constante retomada de alguns princípios
pode colaborar no processo de procura
permanente por caminhos viáveis para
que, diante de eventuais tensões,
prevaleça o desejo pelos melhores
resultados no âmbito educativo e,
especialmente, no âmbito das relações na
comunidade escolar.
A Parábola do bom samaritano
Lc 10,30-37
Jesus então contou esta parábola: “Um homem descia de Jerusalém a
Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o
terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o
meio morto. Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-
o e passou adiante. Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o
e passou também adiante. Mas um samaritano que viajava, chegando
àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão. Aproximando-se, atou-
lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre a sua
própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele. No dia
seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: Trata
dele e, quanto gastares a mais, na volta to pagarei. Qual desses três
parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?”.
Respondeu o doutor: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”.
Então, Jesus lhe disse: “Vai, e faze tu o mesmo”.
A realidade é repleta de conflitos e estes não
podem ser ignorados ou dissimulados: eles
existem, estão aí e devem ser aceitos.
A postura que assumimos diante deles, no entanto, diz
muito sobre nossas disposições interiores

Alguns limitam-se a olhá- Outros entram de tal E há uma terceira forma, a


los e passam adiante como maneira no conflito que mais adequada, de
ficam prisioneiros, perdem enfrentar o conflito: é
se nada fossem, lavando as
o horizonte, projetam nas aceitar suportá-lo, resolvê-
mãos para poder continuar instituições as suas lo e transformá-lo no elo de
com a sua vida. próprias confusões e um novo processo. «Felizes
insatisfações e, assim, a os pacificadores» (Mt 5, 9)!
unidade torna-se
impossível.

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Educar é apostar e infundir no presente a
esperança que rompe os determinismos e
fatalismos com que muitas vezes o egoísmo
do forte, o conformismo do vulnerável e a
ideologia do utopista se querem impor como
único caminho possível.
Papa Francisco em mensagem em vídeo aos participantes do “Global Compact on Education”
na Pontifícia Universidade Lateranense, 15 de outubro de 2020
Ser geradores de
processos de
desenvolvimento
É fundamental que nos ocupemos mais
com “iniciar processos” do que defender
posições e espaços de poder.
Este princípio permite trabalhar a longo
prazo, sem a obsessão pelos resultados
imediatos. Ajuda a suportar, com
paciência, situações difíceis e hostis ou as
mudanças de planos que o dinamismo da
realidade impõe. É um convite a assumir a
tensão entre plenitude e limite, dando
prioridade ao tempo.
Buscando resolver um problema, é
preciso questionar-se se as
soluções propostas e elaboradas
servem principalmente para
defender a própria posição ou se
elas podem iniciar uma dinâmica
positiva, geradora de novos
processos de desenvolvimento. O
nosso interesse deve sempre
objetivar a promoção humana dos
indivíduos e o desenvolvimento
sustentável das instituições.
O tempo ordena os espaços,
ilumina-os e transforma-os em elos
duma cadeia em constante
crescimento, sem marcha atrás.
Trata-se de privilegiar as ações que
geram novos dinamismos e
comprometem outras pessoas e
grupos que os desenvolverão até
frutificar em acontecimentos
históricos importantes. Sem
ansiedade, mas com convicções
claras e tenazes.
Ser elaboradores de
soluções reais e
duradouras
Não nos esqueçamos jamais: a
realidade é mais importante do
que a ideia.
Este critério impele-nos a pôr em prática a
palavra, a construir um estilo de
relacionamentos nas quais se torne
fecunda a palavra. Não pôr em prática,
não levar à realidade a palavra é construir
sobre a areia, permanecer na pura ideia e
degenerar em intimismos e gnosticismos
que não dão fruto, que esterilizam o seu
dinamismo.
Ser construtores de
unidade
A unidade é superior ao conflito
Apenas pessoas magnânimas, que
têm a coragem de ultrapassar a
superfície conflitual e consideram
o sentido da unidade profunda da
realidade, conseguem se tornar
facilitadores de comunhão em
meio às diferenças.
A solidariedade, entendida
no seu sentido mais
profundo e desafiador,
torna-se assim um estilo
de construção da história,
um âmbito vital onde os
conflitos, as tensões e os
opostos podem alcançar
uma unidade
multifacetada que gera
novas possibilidades.
Uma comunidade escolar norteada por estes
princípios fundamentais torna-se uma
comunidade de indivíduos que tomam a
iniciativa, que se envolvem, que
"
acompanham, que frutificam e festejam.
Tomar a iniciativa!
Saber ir à frente,
tomar a iniciativa sem
medo, ir ao encontro.
Ousemos um pouco
mais no tomar a
iniciativa!
Envolver-se!
Com obras e gestos,
entrar na vida diária
dos outros, encurtar
as distâncias, abaixar-
se (se for necessário)
para tocar as pessoas!
Acompanhar!
Acompanhar e
interagir com os
outros em todos os
seus processos, com
paciência, por mais
duros e demorados
que sejam.
Frutificar!
Manter-se atento aos
frutos, porque a
educação deve sempre
ser fecunda. Cuida do
trigo e não perde a
paz por causa do joio,
porque a educação
tem força suficiente
para redimir o mundo.
Festejar!
Nunca deixemos de
celebrar e festejar cada
pequena vitória, cada
pequeno passo adiante.
No meio da exigência
diária de fazer avançar
o bem, a educação
jubilosa torna-se beleza
no reconhecimento dos
progressos alcançados
"
O pluralismo e as diversidades de religião, de
cor, de sexo, de raça e de língua fazem parte
daquele sábio desígnio divino com que Deus
criou os seres humanos. Esta Sabedoria divina
é a origem donde deriva o direito à liberdade de
credo e à liberdade de ser diferente.
Papa Francisco e Grão Imame de Al-Azhar Ahmad Al-Tayyeb

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