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ROUND UFC 526

Soberba x Fé
O Rei Davi
Santos x Pecadores
Comunidade Católica
Do Caos à Glória
Introdução: a figura de Davi
Junto com Moisés, Davi é o principal
personagem bíblico do Antigo Israel:
a) É o protagonista dos livros de
Samuel;
b) Sua imagem permanece presente
nos livros do Reis, mesmo após sua
morte;
c) É o protagonista dos livros das
Crônicas;
d) São abundantes as referências a ele
nos Salmos e nos Profetas;
e) Sua figura é paradigmática para o
desenvolvimento das esperanças
messiânicas em Israel.
"
Tua casa e teu reino estão
estabelecidos para sempre diante
de mim e o teu trono está firme
para sempre.
2Sm 7,16
Críticas à figura de Davi, o rei
2Sm 10-12 revelam impressões muito negativas a respeito de Davi.

Antes de tudo, encontramos Davi é descrito como um rei E mais: o rei torna-se ainda
um Davi irresponsável. apático, indeciso e adúltero e assassino.
preguiçoso.

Ao rei cabiam quatro funções Joab, oficial do exército, critica Num destes passeios descobre
capitais: militar, judicial, cultual e duramente a ausência de Davi nas Betsabeia, esposa de um de seus
de governo. E o aspecto militar campanhas contra Rabá (2 Sm mais fiéis oficiais: sente-se atraído,
parece ter sido o motivo que deu 12,27-28). Davi é descrito como um deita com ela, deixa-a grávida e,
origem à monarquia (1Sm 8,20). O rei que faz longas sestas, das quais depois, planeja o assassinato de
aspecto militar, aliás, é de grande se levanta ao entardecer para Urias, seu marido (2Sm 11, 6-27).
significado para a história de Davi. passear pelo terraço do palácio
Todavia, Davi não dirige suas (2Sm 11,1-2a);
tropas na guerra contra os
amonitas (2Sm 10,6-14; 2Sm 11,1)
Davi, no entanto, é tão importante
que sua figura permanece durante
toda a história do Antigo Israel:
Deus se comprometeu com Davi e
Ele nunca falta com sua promessa.
Chave de leitura:
"Soberba x Fé - Davi'
“A soberba é a rainha dos vícios” (São
Gregório Magno): através dela se detecta
a existência de um desprezo por Deus.

Quatro tipos soberbos:


a) Pessoas que estimam possuir o bem,
graças a eles próprios;
b) Pessoas que, mesmo acreditando que o
bem lhes foi dado do alto, acham que foi por
seus méritos que o receberam;
c) Pessoas que se gabam de possuir o que
não possuem;
d) Pessoas que desprezando os demais,
apreciam particularmente ostentar o que
possuem.
A fé como remédio
contra a soberba
a) Pela fé, o homem entrega-se total e
livremente a Deus (DV 5) e, por isso,
procura conhecer e fazer a vontade de
Deus.
b) Não são as coisas que fazemos, não
são as obras que realizamos, não são
as vitórias que conquistamos que
determinam o ponto máximo de
verdade sobre nossa fé. É a relação
homem-Deus atuada como busca de
Deus e comunhão com Ele.
"
Criai em mim um coração que seja puro, dai-me
de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me
afasteis de vossa face, nem retireis de mim o
vosso Santo Espírito! Dai-me de novo a alegria de
ser salvo e confirmai-me com espírito generoso!
Ensinarei vosso caminho aos pecadores, e para
vós se voltarão os transviados.
Sl 50, 12-15
A ação da graça
a) O soberbo deixa de viver como filho de
Deus para existir em-si-mesmado.
b) Pela ação da graça, o Espírito Santo
educa-nos para a liberdade espiritual, para
fazer de nós colaboradores livres da sua
obra na Igreja e no mundo.
c) A experiência cristã sobretudo na
oração certifica que, quanto mais dóceis
formos aos impulsos da graça, tanto mais
crescem a nossa liberdade interior e a
nossa segurança nas provações.
d) A fé aponta e atualiza nossa busca pela
comunhão com Deus. Por ela, nos
colocamos em marcha rumo ao
reconhecemos o primado de Deus em
nossa existência.
"
Deus eterno e misericordioso, afastai de nós
toda a adversidade, para que, sem
obstáculos do corpo ou do espírito,
possamos livremente cumprir a vossa
vontade!

Or. Coleta 32º Dom. Tempo Comum


O combate da oração e
o Reino de Deus.
A comunhão com o Pai e o
diálogo constante com ele
impelem Jesus à vitória sobre a
soberba. Como atesta o Novo
Testamento, a oração atravessa
toda a vida de Jesus, como um
canal secreto que irriga toda a
sua existência, as relações e os
gestos, e que o guia com
firmeza progressiva, rumo ao
dom total de si mesmo, segundo
o desígnio de amor de Deus Pai.
PAI-NOSSO QUE
ESTAIS NOS CÉUS
O PAI-NOSSO COMEÇA COM UMA
GRANDE CONSOLAÇÃO; NÓS
PODEMOS DIZER PAI. NESTA ÚNICA
PALAVRA ESTÁ CONTIDA TODA A
HISTÓRIA DA REDENÇÃO. NÓS
PODEMOS DIZER PAI, PORQUE O
FILHO ERA NOSSO IRMÃO E NOS
REVELOU O PAI; PORQUE NÓS NOS
TORNAMOS DE NOVO FILHOS DE
DEUS ATRAVÉS DA AÇÃO DE
JESUS.
A palavra "nosso"
Só Jesus é que podia com pleno
direito dizer "meu Pai", porque só Ele
é realmente o Filho unigênito de
Deus, da mesma essência que o Pai.
A palavra "nosso" contém em si uma
enorme pretensão: ela exige de nós
que deixemos a clausura do nosso
eu. Ela exige de nós que nos
abandonemos à comunidade dos
outros filhos de Deus. Ela exige de
nós que nos desfaçamos daquilo que
é próprio, daquilo que separa. Ela
exige de nós aceitar o outro, aceitar
os outros — abrir para eles o nosso
ouvido e o nosso coração.
Santificado seja o vosso
nome.
O nome cria a possibilidade da
alocução, do chamamento.

Este pedido representa para nós um


enorme exame de consciência: como é
que eu me relaciono com o santo nome
de Deus? Situo-me com respeito diante
do mistério da sarça ardente, diante do
modo inefável da sua proximidade até a
presença na Eucaristia, na qual Ele
realmente se entrega nas nossas mãos?
Preocupo-me que a presença de Deus no
meio de nós não seja jogada na lama, e
que nos puxe para cima, para a sua
pureza e santidade?
Venha a nós o vosso Reino.
Com este pedido reconhecemos o
primado de Deus.

Jesus estabelece uma decisiva


prioridade. "Reino de Deus" quer dizer
"soberania de Deus", e isso significa:
onde Ele não está, nada pode ser bom.
Onde Deus não é visto, o homem
arruína-se e arruína-se o mundo. Pedir
pela vinda do Reino significa dizer a
Jesus: deixa-nos ser teus, Senhor!
Penetra-nos, vive em nós; reúne a
humanidade dispersa no teu corpo,
para que em Ti tudo esteja submetido a
Deus e Tu então possas entregar tudo
ao Pai, para que “Deus seja tudo em
todos” (1 Cor 15,26-28).
Seja feita a vossa vontade
assim na terra como no
céu.
Há uma vontade de Deus conosco e
para nós.

Onde a vontade de Deus acontece, aí é o céu.


Jesus é, no sentido mais profundo e próprio,
“o céu”; Ele, no qual e pelo qual a vontade de
Deus acontece plenamente. Ele nos recebe,
nos atrai para si, e na comunhão com Ele
aprendemos também a vontade de Deus. Em
última instância, pedimos neste terceiro
pedido do Pai-Nosso para estarmos sempre
mais próximos d'Ele e que a vontade de Deus
vença o lastro do nosso egoísmo, nos torne
capazes da altura para a qual fomos
chamados.
"
A vida deste reino é Cristo, que continua a viver nos
seus; no coração que já não for alimentado pela força de
vida de Cristo, termina o reino; no coração que for por
ela tocado e transformado, ele começa... as raízes da
árvore que não pode ser destruída procuram penetrar em
semelhante coração. O reino é um só; ele mantém-se
apenas pelo Senhor, que é a sua vida, a sua força, o seu
centro...
Reinhold Schneider

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