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Sermão 06

Data 15.12.19
O Poder de uma Palavra
Igreja Presbiteriana da Penha
Salmo 52

Salmo 52:
- Está no SEGUNDO LIVRO dos Salmos (42-71)
- Seu gênero é LAMENTO
- Atribuído a DAVI
- Estruturado em QUIASMO – Um estilo muito comum aos Salmos. É um estilo
composto de ideias frases invertidas ou opostas; onde a primeira declaração está
em paralelo com a última.

Um salmo que fala sobre: eternidade, fé, amor a Deus, misericórdia,


honestidade, esperança, paciência, oração, reverência, retidão, gratidão, riqueza.
Mas que também nos fala sobre: ganância, julgamento, orgulho, calúnia.

Introdução:
Um Salmo que também retrata o poder de uma palavra.

Através de uma palavra podemos reconciliar uma família que há anos não se falava,
quando dizemos perdão.

Através de uma palavra podemos declarar todo nosso amor a nossa esposa, marido,
filhos, etc, quando dizemos que os amamos.

Através de uma palavra podemos dar pulos de alegria, quando nosso chefe diz que
seremos promovidos.

Através de uma palavra podemos chorar e nos alegrar com a vida, quando um médico
diz que o câncer foi curado.

Mas também através de uma palavra podemos provar de morte, dor e choro.

Este Salmo retrata o poder de uma palavra.

Contexto:
O seu título nos aponta a um acontecimento na vida de Davi quando Doegue, um
Edomita que servia como pastor principal do Rei Saul, tinha um cargo de supervisão, de
responsabilidade. Mas que proferiu palavras que foram responsáveis pela morte dos
sacerdotes que haviam ajudado a Davi.

1Samuel 22:16-19 - Respondeu o rei: Aimeleque, morrerás, tu e toda a casa de teu


pai. 17 Disse o rei aos da guarda, que estavam com ele: Volvei e matai os
sacerdotes do SENHOR, porque também estão de mãos dadas com Davi e porque
souberam que fugiu e não mo fizeram saber. Porém os servos do rei não
quiseram estender as mãos contra os sacerdotes do SENHOR. 18 Então, disse
o rei a Doegue: Volve-te e arremete contra os sacerdotes. Então, se virou
Doegue, o edomita, e arremeteu contra os sacerdotes, e matou, naquele dia,
oitenta e cinco homens que vestiam estola sacerdotal de linho. 19 Também a
Nobe, cidade destes sacerdotes, passou a fio de espada: homens, e mulheres,
e meninos, e crianças de peito, e bois, e jumentos, e ovelhas.

A destruição de famílias, injustiças e morte são as consequências de palavras de morte


proferidas por pessoas que pertenciam ao povo de Deus.

Este será o tema desta manhã...

Tema: O PODER DE UMA PALAVRA

A Palavra de Doegue foi responsável pela morte de muitas pessoas, Davi então,
inspirado pelo Senhor, compõe este lamento em primeiro lugar:

I. Lamento contra o Malfeitor

Versículos 1 a 4:
1 Por que te glorias na maldade, ó homem poderoso?
Pois a bondade de Deus dura para sempre.
2  A tua língua urde planos de destruição;
é qual navalha afiada, ó praticadora de enganos!
3  Amas o mal antes que o bem;
preferes mentir a falar retamente.
4  Amas todas as palavras devoradoras,
ó língua fraudulenta!

Argumentos:

É bem incomum encontrar um salmo que não comece falando a Deus, mas este é o
primeiro que se dirige a um homem mau.

Ele é descrito como “um homem poderoso” ou “nobre”, e visto que os “nobres”
tinham o privilégio de portar armas para o rei (Rt 2.1; 1Sm 9.1), o termo então veio a
aplicar-se aos guerreiros ou soldados (v. 1).

Este “nobre” não é descrito por tirar proveito em batalha, mas por sua habilidade no uso
de sua língua como uma arma a causar dano (vs. 2,3). Fraude e destruição são sua
marca registrada, e estas procedem de um coração que segue a vereda do mal.

As palavras que causam destruição são o que ele de mais valor, ou ao que ele mais tem
prazer (v. 4).

Uma “palavra nociva” é aquela que tem como resultado a morte.

Qualquer triunfo que se pode obter por meio da violência, da traição ou quaisquer
outros meios injustificados, tem prazo de validade.

Ilustração:
Aplicação:
Precisamos entender que nossa língua deve ser uma fonte de vida, ou uma cova de
morte. Qual destes dois tem sido a sua?

“A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la
comerão do seu fruto. (Provérbios 18:21 NVI)”

Nós precisamos ficar atentos dia a dia e escolher do que queremos fazer nossa língua:
uma árvore que dá vida, ou um espinho que fere.

“A boca do justo é fonte de vida, mas a boca dos ímpios abriga a violência.
(Provérbios 10:11 NVI)”

Para resolver o problema da língua precisamos primeiro resolver o problema do


coração.

II. Anunciado o Juízo de Deus

Versículo 5:

5  Também Deus te destruirá para sempre;


há de arrebatar-te e arrancar-te da tua tenda
e te extirpará da terra dos viventes.

Argumentos:
Apresenta-se o contraste do juízo justo de Deus, e as palavras usadas para descrevê-lo
pressupõem a forma repentina como ele vem: “agarrar”, “arrancar”, “desarraigar”.

A referência à “tenda” não parece ser ao tabernáculo, mas antes à habitação individual
da pessoa injusta. Ser tirado da terra dos viventes é sinônimo de morte (cf. a mesma
frase usada para o Servo do Senhor em Is 53.8).

À luz destas palavras se faz ainda mais evidente que seu objetivo, ao insistir na
agravada culpa de Doegue, era provar a certeza de sua ruína que se aproximava, e isso
mais em função de sua própria convicção e conforto do que com o propósito de alarmar
a consciência do criminoso. Conseqüentemente, ele declara sua persuasão de que Deus
não permitiria que tal traição passasse impunemente, ainda que por algum tempo ele
permitisse a perpetração dela. Os ímpios se dispõem, enquanto prossegue suas
prosperidade, a viver em imperturbável segurança; e o santo de Deus, ao ver o poder de
que os ímpios possuem, e testemunha seu arrogante desdém dos juízos divinos, sente-se
profundamente esmagado por apreensões de incredulidade. Mas a fim de estabelecer
bem sua mente na verdade que anuncia, observa-se que o salmista amontoa expressão
sobre expressão – Deus te destruirá, te arrebatará, te arrancará, te desarraigará –, como
se através de tal multiplicidade de palavras ele se convencesse mais eficientemente que
Deus era capaz de vencer tal adversário com todo seu blazonado poder e autoridade.4
Ao acrescentar que Deus o desarraigaria de sua habitação ou tenda,5 e da terra dos
viventes, ele insinua que o perverso será destruído por Deus, por mais seguro pareça
repousar no leito de alguma confortável mansão e não vã esperança de viver na terra
para sempre. Possivelmente estaria aludindo, ao mencionar uma tenda, à profissão de
Doegue, como os pastores têm sua morada em tendas.

Exemplo Bíblico:
Mt 12.34–37 – “Porque a boca fala do que está cheio o coração. 35 O homem
bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira
coisas más. 36 Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens,
dela darão conta no Dia do Juízo; 37 porque, pelas tuas palavras, serás
justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.”

Este texto narra como Doegue ganhou créditos com o rei de todo o Israel. Em nenhum
outro lugar, além da novelinha da Record, se fala como se deu o fim da vida de Doegue.

Diante disso uma pergunta se levanta: ‘Vale a pena viver o evangelho, buscar a
santidade, abrir mão de muitas coisas para viver isso, enquanto os ímpios que não fazem
nenhuma dessas coisas estão em melhores condições do que nós?’

Ilustração:

Mas precisamos sempre nos lembrar que somos chamados por Cristo a ajuntar tesouros
no céu, a ganhar crédito com o Rei dos reis do que com homens.

Aplicação:

III. A Bênção dos Justos

Versículos 6 a 9:

6  Os justos hão de ver tudo isso,


temerão e se rirão dele, dizendo:
7  Eis o homem que não fazia de Deus a sua fortaleza;
antes, confiava na abundância dos seus próprios bens
e na sua perversidade se fortalecia.
8  Quanto a mim, porém, sou como a oliveira verdejante,
na Casa de Deus;
confio na misericórdia de Deus
para todo o sempre.
9  Dar-te-ei graças para sempre,
porque assim o fizeste;
na presença dos teus fiéis,
esperarei no teu nome, porque é bom.

Argumentos:
Quando os justos divisam o juízo de Deus, se deixam dominar de reverência. Também
entendem que este juízo se destina a encorajá-los, e por isso se regozijam nele (vs. 6,7).
Seu riso não é tanto de zombaria quanto de jubiloso reconhecimento da natureza justa
das ações de Deus. Se uma pessoa falha em tomar a Deus por seu refúgio, e põe sua
confiança em suas própria riquezas, então não é justo que seja desarraigada?
A mesma sorte de contraste é traçada entre os justos e os ímpios (v. 8), como se dá no
Salmo 1. Enquanto os perversos se assemelham a árvores que serão desarraigadas, os
justos se assemelham a uma oliveira florescente. É provável que a comparação com uma
oliveira seja por causa de sua vida longa e de sua natureza produtiva.
O salmista expressa a constância de sua confiança no amor pactual de Deus (v. 9). As
ações de Deus em prol de seu povo produzem louvor, e isto também envolve oferta de
louvor na assembléia do povo de Deus. Sua bondade tem sido exibida ao salmista que
agora quer reconhecer esse fato. Com o reconhecimento vem uma expressão adicional
de sólida confiança no caráter de Deus (“seu nome”), o qual já se demonstrou ser,
respectivamente, bom e amorável.

Os justos também verão e temerão.6 Ele aqui aduz, como outra razão por que se podia
esperar a ruína de Doegue, que um importante fim se obteria dela, no sentido de que
poderia promover a religião no coração do povo do Senhor e oferecer-lhes uma nova
exibição da justiça divina. Aconteceria que ela seria testemunhada tanto pelos ímpios
quanto pelos justos; mas há duas razões por que o salmista a representa como sendo
vista especialmente pelos últimos. Os ímpios são incapazes de tirar proveito dos juízos
divinos, sendo cegos ante as mais claras manifestações que ele faz de si mesmo em suas
obras, e portanto somente os justos poderiam vê-la. Além disso, o grande fim que Deus
tem em vista, quando prostra a soberba dos ímpios, é o conforto de seu próprio povo,
para que lhes mostre o cuidado com que ele vela por sua segurança. É a eles, portanto,
que Davi representa como que testemunhando este espetáculo da divina justiça. E ao
dizer que temeriam, não quer dizer que tremeriam ou experimentariam alguma servil
apreensão, mas que sua reverente consideração para com Deus seria acrescida por esta
prova de seu cuidado por seus interesses. Ao expor-se ao injurioso tratamento de seus
inimigos, é possível que sejam angustiados por dúvidas quanto ao cuidado que ele toma
no governo do mundo. Mas tais ilustrações, ao contrário, têm o efeito de aquecer seu
descoroçoado zelo, e estimulando que o temor de forma alguma é inconsistente com a
alegria expressa no final do versículo. São levados a reverenciá-lo ainda mais quando
vêem que ele é o vingador da crueldade e injustiça. Em contrapartida, quando percebem
que ele vem em defesa de sua causa e se une a eles na comum batalha contra seus
adversários, naturalmente se enchem da mais triunfante alegria. O belo jogo das
palavras ver e temer, no hebraico, não pode ser transferido para nosso idioma; a forma
da expressão notifica que eles veriam, e veriam eficientemente.
7. Eis aqui o homem que não pôs em Deus sua fortaleza. Há quem pense que estas
palavras expressam o que mais tarde se aplicaria proverbialmente a Doegue; mas parece
que tiveram a intenção de restringir a significação. Simplesmente expressam a
leviandade com que o povo de Deus tomaria o juízo. Visaria ensinar-lhes, de um lado, a
paciência diante da insolência dos ímpios, a qual é rapidamente humilhada; e, do outro,
de precaver-se de ceder a semelhante enfatuação do espírito. Rir-se-iam de sua
destruição, contudo não na forma de insultá-los, mas regozijando-se mais e mais na
confiança do socorro divino, e se negando com mais jovialidade os vãos prazeres deste
mundo. Esta é a lição a ser aprendida de tais dispensações da providência: elas devem
lembrar nossos errantes afetos por Deus. O versículo é introduzido com uma
exclamação: Eis aqui o homem etc.; pois Davi quer que olhemos para isso de relance
como se representa a nossos olhos, de uma vívida maneira, o fim de todos quantos
desprezam o Senhor; e pode-se notar que não é um pequeno ponto de sabedoria prática
generalizar assim as providências individuais. As duas cláusulas, não fez de Deus sua
fortaleza e confiou na abundância de suas riquezas, se acham mutuamente conectadas.
Pois ninguém pode sinceramente repousar em Deus senão aquele que se esvazia de toda
confiança em seus próprios recursos. Enquanto os homens crerem que possuem algo
propriamente seu, no qual podem vangloriar-se, jamais recorrerão a Deus; apenas na
mesma proporção que arrogamos para nós, derrogamos dele; e não apenas riqueza, mas
qualquer outra possessão terrena que, ao absorver nossa confiança, nos impeça de
inquirir do Senhor. O substantivo, ‫הוה‬, havah, que a maioria dos intérpretes tem
traduzido por perversidade,7 e outros por mortandade ou destruição, parece, neste
passo, significar antes substância.8 Tais repetições do mesmo sentimento em diferentes
palavras são comuns com o salmista; e, segundo esta tradução, o versículo fluirá
conectadamente, lendo que o homem que confia em suas riquezas, e se fortalece em sua
substância, defrauda a Deus de sua justa glória.

[vv. 8–9]
Eu, porém, sou como uma oliveira verde na casa de Deus; tenho esperado na
benevolência de Deus para sempre e eternamente. Eu te louvarei para sempre, porque tu
o fizeste; esperarei em teu nome, porque é bom diante de teus humildes.

8. Eu, porém, sou qual uma oliveira verde.9 Já vimos que Davi se sentira condicionado,
pelo exercício da fé, a contemplar a grandeza mundana de Doegue com santo desdém; e
agora o encontramos se erguendo superior a tudo que era presentemente aflitivo em sua
própria condição. Ainda que aparentemente ele mais se assemelhava ao tronco seco de
uma árvore arrancada do chão, ele se compara, na confiança da chegada da
prosperidade, a uma árvore verde. Não careço dizer que a destruição de Doegue só
poderia comunicar conforto à sua mente na forma de convencê-lo que Deus era o
vingador e juiz da crueldade humana, e levá-lo a inferir que, como Deus havia punido
seus próprios erros, assim ele se manifestaria para novas expansões da prosperidade. À
luz desta linguagem, aparentemente não podia conceber mais sublime felicidade em sua
condição do que ser admitido no número dos adoradores de Deus e se envolver nos
exercícios de devoção. Esta era uma característica de seu espírito. Já tivemos ocasião de
ver que ele sentia o banimento do santuário divino mais agudamente do que a separação
de sua própria consorte, a perda da substância mundana, ou os perigos e obstáculos do
deserto. A idéia de que aqui se faz uma alusão, à guisa de contraste, a Doegue vindo ao
tabernáculo do Senhor simplesmente como espião, e sob hipócritas pretextos, é tacanha
e artificial. É mais natural supor que Davi se distingue de todos os seus inimigos, sem
exceção, notificando que, embora estivesse presentemente afastado do tabernáculo, logo
seria restaurado em relação ao mesmo; e que aqueles que se vangloriavam de possuir,
ou antes monopolizar, a casa de Deus, seriam desarraigado dela miseravelmente. E
gravemos aqui a valiosa lição em nosso coração, ou seja, que devemos considerar o
grande objetivo de nossa existência encontrar-se arrolada entre os adoradores de Deus; e
que nos avaliemos pelo prisma do inestimável privilégio das assembléias instituídas da
Igreja, as quais são indispensáveis auxílios à nossa debilidade e meios de mútuo
incitamento e encorajamento. Por esses meios, bem como por meio de nossos comuns
Sacramentos, o Senhor, que é o único Deus, e que designou que devêssemos ser um
nele, nos está educando juntos na esperança da vida eterna e na unida celebração de seu
santo nome. Aprendamos com Davi a preferir um lugar na casa de Deus a todas as fúteis
vaidades deste mundo. Acrescenta a razão por que devemos ser como a oliveira verde –
porque ele esperou na bondade de Deus; pois a partícula causal parece estar
subentendida. E nisto ele adverte para o contraste entre ele e os inimigos. Poderiam
prosperar por algum tempo, expandir seus ramos ainda mais, e sobressair-se numa
estrutura gigantesca, mas subitamente estariam secos, porquanto não lançaram suas
raízes na benevolência divina; enquanto que ele tinha consciência de que proviera desta
fonte sempre renovada e sempre suprida de seiva e vigor. Visto que o término de suas
provações terrenas poderia ser prolongado, e corria-se o risco de que viesse a sucumbir
em sua longa continuação, a menos que sua confiança se estendesse ainda mais pelo
futuro a fora, ele declara expressamente que não pretendia prescrever tempos a Deus, e
que sua esperança se estendia pela eternidade a fora. Deduz-se que ele se entregou
inteiramente a Deus em tudo quanto dizia respeito a esta vida ou à sua morte. A
passagem nos põe de posse da grande distinção entre os genuínos filhos de Deus e
aqueles que são hipócritas. Infelizmente se encontram juntos na Igreja, como o trigo se
mistura à palha na mesma eira; uma classe, porém, permanece para sempre na
inabalável e bem fundada esperança, enquanto que a outra se dissipa na ilusão de sua
falsa confiança.
9. Eu te louvarei etc. Ele conclui o Salmo com ações de graças, e mostra que é sincero
nisto, mediante especial reconhecimento que faz do fato de que esta tem sido a obra de
Deus. Tal é a corrupção do coração humano, que de cem que professam gratidão a Deus
com seus lábios, raramente um seriamente pondera sobre os benefícios que tem
recebido como provindo da mão divina. Davi declara, pois, que foi inteiramente devido
à proteção divina que escapara da traição de Doegue e de todos os seus subseqüentes
perigos, e promete reter um grato senso disto ao longo de toda sua vida. Não há dever
religioso no qual não se nos torna manifesto um espírito de perseverança; mas
carecemos ser especialmente empurrados em direção ao dever da render graças,
dispostos como somos a tão rapidamente esquecer as misericórdias recebidas, e
ocasionalmente imaginar que a gratidão de uns poucos dias é um suficiente tributo pelos
benefícios que merecem ser perenemente guardados na memória. Ele fala de juntar o
exercício da esperança com o da gratidão; pois esperar no nome de Deus é sinônimo de
esperar pacientemente em sua misericórdia, sempre que houver um mínimo vislumbre
de a mesma ser concedida, e confiar na palavra divina, por mais que se delongue em seu
cumprimento. Ele se anima na fé de que sua esperança não seria vã, ponderando no fato
de que o nome de Deus é bom diante dos santos. Alguns lêem assim: porque é bom
diante dos santos; isto é, esperar no divino Nome [Sl 118.8]. A outra redação, porém,
parece-me mais simples e natural, expressando a verdade de que Deus não frustrará as
expectativas de seu povo, visto que sua benevolência para eles é sempre evidente. O
nome de Deus pode ser detestado pelos ímpios, e o próprio som dele ser suficiente para
lançar terror em seus corações; Davi, porém, assevera ser o mesmo doce à experiência
de todo o seu povo. São aqui chamados seus humildes, porque, como já observei ao
comentar o Salmo 16.3, refletem em seu caráter a bondade e beneficência de seu Pai
celestial.

Exemplo Bíblico:

Ilustração:

Conclusão:

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