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LIÇÃO 12 – A CEIA DO SENHOR

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LIÇÃO 12
A CEIA DO SENHOR
Texto básico: 1 Coríntios 11.23-26
Introdução
Como aluno interessado em tornar-se membro da igreja você já observou que em
certos cultos acontece a Santa Ceia. Qual o significado dela? Primeiramente vejamos
o que não é Santa Ceia.

Santa Ceia não é mero formalismo ou ritual; não é um mero acréscimo ao culto, para
ser rapidamente liquidada; não é uma mera encenação para ser simplesmente
observada pelos espectadores, quer este papel seja desempenhado pelos músicos,
pelos presbíteros ou pastores; não é a repetição de chavões sem sentido e não é um
ato forçado, realizado com má vontade.

1 - DEFININDO O QUE É SANTA CEIA


A Ceia foi instituída pelo próprio Senhor Jesus Cristo1 na ocasião da celebração da
Páscoai. Trata-se de é um ato de adoração na forma de uma refeição cerimonial, em
que os servos de Cristo participam do pão e do vinho em memória de seu Senhor
crucificado e em celebração da relação com Deus na nova aliança através da morte de
Jesus.

O ritual prescrito para a Ceia tem três níveis de significado para os participantes.

A) Referência passada - “fazei isto em memória de mim” - A ceia do Senhor faz a


igreja lembrar-se do sacrifício de Jesus Cristo e de que, por meio de seu corpo
oferecido e de seu sangue derramado, somos libertos da condenação que o pecado
traz – (Lucas 22.19,20).

B) Referência presente - “comerdes este pão e beberdes o cálice” - Porque nos


remeta à nossa participação em comunhão e santificação no corpo de Cristo, com
implicações sobre como tratamos nossos irmãos na fé (1 Coríntios 11.20-22).

C) Referência futura - “anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” -


Aguardarmos o retorno de Cristo, sendo encorajados por esse pensamento (1
Coríntios 11.26).

3 - A PRESENÇA DE CRISTO NA CEIA


Na história da Igreja, questões sobre a natureza da presença de Cristo na Ceia e a
relação do rito com sua morte expiatória foram objeto de muita controvérsia. Veja as
principais linhas teológicas sobre o assunto.

A) Transubstanciação

É a crença de que uma vez que um sacerdote ordenado


abençoe o pão da Ceia do Senhor, este é transformado
literalmente na carne de Cristo; e quando ele abençoa o vinho,
este é transformado literalmente no sangue de Cristo.

1
Mateus 26.26-28; Marcos 14.22-24; Lucas 22.19 e 20; 1 Coríntios 11.23-26
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Esta é a doutrina adotada pela Igreja Católica Romana. Em 12152 o Papa Inocêncio
III interpretou literalmente as palavras figuradas de Cristo "Isto é meu corpo... isto é
meu sangue..." (Mateus 26.26-28). Como consequência tardia disso, no ano 14143, o
papa João XXIII retirou o vinho da cerimônia e as Igrejas passaram a servir aos fiéis
somente a hóstiaii. E finalmente no ano 15514, foi definida e aprovada oficialmente a
doutrina da Transubstanciaçãoiii.

O fato de interpretar literalmente o texto significa que qualquer sacerdote católico,


como num passe de mágica, transforma o pão e o vinho em carne, ossos, sangue,
nervos, cabelos, alma e divindade de Cristo tudo dentro de uma pequena hóstia.

Esta doutrina traz consigo diversos problemas teológicosiv e práticosv, se configurando


em um grave erro contrário à Bíblia, objeto de tropeço, idolatria e superstição. É
repugnante à razão, contrário aos testemunhos dos nossos sentidos (visão, olfato,
paladar e tato), destitui o significado real do sacramento e pende para a superstição e
a idolatria mais grosseira.

B) Consubstanciação

É a crença na presença espiritual de Jesus nas espécies do


pão e do vinho. Significa que Jesus se encontra presente COM
a substância do pão e do vinho sem modificá-las ou
transformá-las. Na consubstanciação, o Corpo e o sangue, se
juntam ao pão e vinho, porém a substância do pão permanece,
juntamente com sua aparência.

É a doutrina adotada pela Igreja Luterana. Lutero insistia na interpretação literal das
palavras da instituição e na presença corporal de Cristo na Ceia do Senhor. Ele não
cria que os elementos se transformavam em Cristo, mas que Cristo está fisicamente
presente na Ceia, ou seja, "em, com e sob" os elementos.

Apesar de Lutero ter sido levantado por Deus para a Reforma, no princípio não
pretendia separar-se da Igreja Católica, mas reformá-la por dentro. Tendo este pano
de fundo histórico podemos entender porque ele não abandonou de certas noções
católicas.

C) Memorial

O conceito da Santa Ceia como Memorial nega absolutamente


a presença corporal de Cristo na Ceia e dá figurada das
palavras da instituição. O sacramento é visto como um ato de
comemoração, embora não nega que nele Cristo está
espiritualmente presente à fé dos crentes.

Esta doutrina é adotada por várias igrejas evangélicas atuais e é defendida pelo
teólogo Zwínglio, que negou que o Cristo glorificado, agora no céu, esteja presente na
Ceia corporalmente, fisicamente ou localmente. A deficiência deste conceito está em
considerar a Ceia apenas como um memorial.

2
IV Concílio no palácio de Latrão em Roma.
3
Concílio de Constança.
4
Segunda fase do Concílio de Trento, que foi uma reação contra a Reforma Protestante.
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D) Presença espiritual de Cristo

É a crença que enquanto o pão e o vinho permanecem


imutáveis, o Espírito Santo eleva o crente através da fé, pra
gozar da presença de Cristo de um modo que é glorioso e real,
ainda que indescritível. Desta forma, espiritualmente falando,
Jesus está presente na Ceia.

Esta doutrina é adotada pela Igreja Presbiteriana do Brasil. O teólogo Calvino


sustentou que, embora o pão e o vinho se mantivessem inalterados, Cristo, através do
Espírito Santo, concede aos adoradores um verdadeiro gozo de sua presença pessoal,
atraindo-os à comunhão consigo no céu de forma gloriosa e bem real, não obstante
indescritível5.

4 - AS BÊNÇÃOS DA CEIA
A Santa Ceia é para alimentar espiritualmente o crente. Todo homem está sujeito a
tentações e acomodação espiritual. Um dos modos dele se fortalecer, reanimar é a
comunhão com Deus por meio da Santa Ceia6.

"Os que comungam dignamente, participando exteriormente


dos elementos visíveis deste sacramento, também recebem
intimamente, pela fé, a Cristo crucificado e a todos os
benefícios de sua morte e dele se alimentam, não carnal ou
corporalmente, mas real, verdadeira e espiritualmente..." -
Confissão de Fé de Westminster, cap. XXIX, VII.

5 - QUAIS PESSOAS PODEM PARTICIPAR DA CEIA?


A Ceia é um sacramento para a igreja, mas é necessário estabelecer mais limitações.
Nem todas as pessoas que estão na igreja podem ser admitidas na Ceia do Senhor.

A) A Ceia é para os crentes e membros da igreja.


Para participar da Ceia é necessário ser convertido e identificado com Cristo por meio
do batismo, vivendo em plena comunhão com a sua igreja7. Além disso, tem de ter
capacidade espiritual para discernir, ou seja, entender a razão do sacrifício de Jesus
Cristo8.

Além disso, o crente ao participar da Ceia:

• Deve lembrar que o vinho e o pão são lembranças do corpo e do sangue de


Cristo e não apenas refeições comuns.

• Devem ter um anseio de crescimento espiritual e de cada vez maior


conformidade com a imagem de Cristo.

• Devem fazer um exame de si mesmovi antes de participar, ter o coração limpo


e a vida digna. A comunhão dever ser com alegria, sem mágoa ou raízes de
amargura9.

5
Hebreus 12.22-24
6
João 6.48-59
7
As igrejas evangélicas sérias administram essa questão com base no compromisso com a
igreja local, que no caso da Igreja Presbiteriana se expressa pela profissão de fé.
8
Atos 2.38; 1 Coríntios 10.18-22; 11.29
9
1 Coríntios 11:28-31
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B) As crianças não atendem as exigências para participar da Ceia


Os presbiterianos batizam crianças, mas por que não lhes servem a Santa Ceia?

Desde o Antigo Testamento, por ocasião da circuncisão, entendemos que Deus


trabalha com famílias, portanto isso não exclui as crianças do batismo no Novo
Testamento. Além disso, a principal responsabilidade do batismo infantil recai sobre os
pais, portanto os filhos são ali incluídos como herdeiros da promessa.

Já no caso da Ceia é necessário um preparo interior, discernimento. Neste caso as


crianças não possuem discernimento completo, elas estão em formação. Quando
chegar à fase da razão elas poderão fazer profissão de fé e participar da Ceia.

Embora as crianças tenham tido permissão para comer a Páscoa nos tempos do
Antigo Testamento, entendemos que o caso muda na Santa Ceia, visto que elas não
podem satisfazer estas exigências que se requerem para uma participação digna.

Observe:

• Paulo insiste na necessidade de exame próprio antes da celebração10 e as


crianças não são capazes de examinarem-se a si mesmas.

• Paulo assinala para uma digna participação na ceia que é necessário discernir
o corpo, isto é, distinguir apropriadamente entre os elementos utilizados na
Ceia do Senhor e o pão e o vinho comuns, reconhecendo aqueles elementos
como símbolos do corpo e do sangue de Cristo e não uma mera refeição11.

C) Os descrentes não podem participar da ceia


A igreja deve exigir daqueles que desejam celebrar a Ceia uma confiável profissão de
fé, porém não se pode observar o que ocorre no íntimo do coração das pessoas. Se
um descrente participar da Ceia está pecando contra Cristo, trazendo juízo para si,
uma vez que ele é indigno de gozar de comunhão com o Senhor e de participar de sua
mesavii.

D) Nem todos os crentes podem participar da ceia


Nem mesmo os crentes devem participar da ceia em toda e qualquer condição ou em
toda e qualquer disposição mental. A condição de sua vida espiritual, sua consciente
relação com Deus, e sua atitude para com os seus irmãos em Cristo podem ser tais
que os desqualificam e envolver-se em exercícios espirituais no nível da celebração da
ceia. Afinal, o desrespeito às coisas sagradas é um desrespeito à própria Divindade12.

10
1 Coríntios 11.28
11
Idem.
12
1 Coríntios 11.30
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CONCLUSÃO
"O dever dos crentes, depois de receberem o sacramento da
ceia do Senhor, é o de seriamente considerar como se
portaram nele, e com que proveito; se foram vivificados e
confortados, devem bendizer a Deus por isto, pedir a
continuação do mesmo, vigiar contra a reincidência, cumprir
seus votos e animar-se a atender sempre a esta ordenança; se
não acharem, porém, nenhum benefício, deverão refletir
novamente, e com mais cuidado, na sua preparação para este
sacramento e no comportamento que tiverem na ocasião,
podendo, em uma e outra coisa, aprovar-se diante de Deus e
de suas próprias consciências, esperando com o tempo o fruto
de sua participação; se perceberem, porém, que nessas coisas
foram remissos, deverão humilhar-se, e para o futuro participar
desta ordenança com mais cuidado e diligência"13.

Aplicação
Como devemos nos preparar espiritualmente, antes de participar da ceia do Senhor?
Temos o costume de separar um tempo antes dos cultos para participar deles
convenientemente? A ceia do Senhor tem aumentado nossa comunhão com ele?

VERIFIQUE O SEU DESEMPENHO

Esse questionário é uma importante ferramenta para verificar o


seu desempenho. Se surgirem dúvidas ou inseguranças,
significa que você deve reler o conteúdo para fixá-lo melhor.

1. Quais os três níveis de significado para os participantes da


Santa Ceia?
2. Quais são as linhas teológicas sobre a presença de Cristo na
Ceia? Qual é a da Igreja Presbiteriana?
3. Por que não podemos dar Santa Ceia para as crianças
apesar de batizá-las?
4. Uma pessoa não convertida pode tomar Santa Ceia? Se
tomar, qual o problema disso?
5. Quais são as bênçãos da Ceia?

13
Resposta à pergunta 175 do Catecismo Maior.
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NOTAS COMPLEMENTARES

i
COMO ERA CELEBRADA A PÁSCOA. Celebravam a Páscoa num grupo mínimo de
dez pessoas e nesta cerimônia havia ação de graças além beberem vinho. Bebendo
primeiro o líder, passava o cálice ao redor para que todos bebessem. Também
comiam ervas amargas, o cordeiro pascal e pão sem fermento. Logo que se bebia o
primeiro cálice, uma criança ou um prosélito que ali se encontrava fazia a seguinte
pergunta: Que ritual é este? (Êxodo 12.26) Isso dava margem para que o líder fizesse
uma exposição sobre o assunto.
ii
POR QUE OS CATÓLICOS NÃO BEBEM O VINHO? Só o Sacerdote Católico pode
beber o vinho. Os católicos acreditam que o corpo de Cristo está presente inteiro em
cada partícula e em cada gota do vinho. Portanto, o cuidado que se deve ter com o
vinho consagrado é enorme, e há possibilidade de que gotas possam cair do cálice
durante a comunhão; há também a questão prática da distribuição do vinho que torna
a comunhão dos fiéis complexa. Esses problemas foram resolvidos pela tradição da
Igreja Católica que definiu que a hóstia comporta o corpo e o sangue de Cristo. É o
princípio da concomitância: tanto o corpo quanto o sangue de Cristo estão em cada
elemento; daí quando o cálice é recusado aos leigos, o Cristo inteiro, o corpo e o
sangue, é recebido no pão isoladamente. Refutação: A Bíblia afirma claramente em
Mateus 26.27 e Marcos 14.23 que devem ser ministrados o pão e o vinho. A Confissão
de Fé de Westminster afirma que "a missa particular ou recepção do sacramento por
uma só pessoa, bem como a negação do cálice ao povo, a adoração dos elementos, a
elevação ou procissão deles para serem adorados e a sua conservação para qualquer
pretenso uso religioso, são coisas contrárias à natureza deste sacramento e à
instituição de Cristo" - Confissão de fé, cap. XXIX, IV”. Os apóstolos seguiram o
costume bíblico de ministrar a ceia sob os dois emblemas: pão e vinho. A igreja pós-
apostólica também seguiu o mesmo exemplo como vemos analisando as obras
patrísticas dos primeiros séculos. Os católicos precisam rodear e florear suas
explicações para argumentar o fato de o sacerdote dar apenas um dos emblemas
(pão) ao fiel, o que é uma clara desobediência ao mandamento do mestre. Jesus foi
taxativo ao dizer "bebei dele TODOS", esta ordem de fato não se pode cumprir na
Igreja Católica.
iii
O RITUAL DA IGREJA CATÓLICA ROMANA HOJE: [1] Princípio da
concomitância: tanto o corpo como o sangue estão presentes na hóstia. [2] A
consagração - é quando ocorre a transformação dos elementos, ato este que é
realizado exclusivamente pelo sacerdote. [3] Presença real de Cristo na Ceia - o
corpo, o sangue, a alma e a divindade, um sacrifício é oferecido a Deus; [4] O
sacrifício oferecido é propiciatório; [5] Os elementos consagrados, ou a hóstia, podem
ser reservados para uso posterior [6] Os elementos assim reservados devem ser
adorados como o Cristo vivo.
iv
PROBLEMAS TEOLÓGICOS DA DOUTRINA DA TRANSUBSTANCIAÇÃO. [1] Se
aplicarmos o mesmo literalismo da transubstanciação nas outras palavras figurativas
de Cristo, como interpretamos quando Jesus disse "Eu sou a porta"( João 10.7), "Eu
sou o caminho" (João 14.6), "Eu sou a luz do mundo?" (João 8.12)? Jesus seria
literalmente uma porta de madeira, um caminho de terra ou mesmo uma lâmpada ou o
sol? Obviamente Jesus disse em sentido figurado e espiritual, mostrando que o
literalismo da Igreja Católica Romana na Ceia é contra a interpretação idônea da
Bíblia. [2] Já que Cristo está presente de maneira corporal na ceia, corpo, sangue,
alma e a divindade, trata-se de mais um sacrifício oferecido a Deus. Ou seja, em todas
as ceias cristo é sacrificado novamente em favor de nós. Mas a Bíblia fala que Cristo
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morreu e ressuscitou uma vez (1 Pedro 3.18). [3] Quando Jesus instituiu a Santa Ceia
ele consagrou aquele pão e vinho. Seria correto então dizer que naquele momento
existiam no mesmo lugar dois corpos de Jesus? É certo que Jesus comeu e bebeu do
pão e cálice, então segundo a transubstanciação ele comeu e engoliu a si mesmo?
Isso é um absurdo teológico. [4] Se Cristo nos ordenou que celebrássemos a
cerimônia até que Ele voltasse, conforme 1 Coríntios 11:26 como pode estar presente
literalmente na hóstia? [5] O Papa Pio IX se vangloriava dizendo – “Não somos meros
mortais, somos superiores a Maria. Ela deu à luz só a um Cristo, mas nós podemos
fazer quantos Cristos quisermos; nós padres criamos o próprio Deus.”
v
PROBLEMAS PRÁTICOS E SUPERSTIÇÕES NA DOUTRINA DA
TRANSUBSTANCIAÇÃO. [1] É por esta crença que os católicos recebem a ceia “na
boca”, pois se cair no chão é o Corpo de Cristo que está cairá. E se tal hóstia for
comida por formigas ou por um rato, eles estariam cometendo sacrilégio? [2] E se tal
hóstia vier a apodrecer e estragar, seria o caso do Corpo de Cristo estar passando
pelo mesmo processo também? Como ficaria o texto de Atos 2.31 que afirma que o
corpo de Cristo não se corrompe? [3] Um padre de antigamente escreveu num livro
que se o fiel vomitasse a Ceia ele teria que comer de volta, pois é literalmente o corpo
e o sangue de Cristo. [4] Tendo em vista que os elementos consagrados podem ser
reservados para uso posterior, devem ser venerados como o Cristo vivo. Ou seja, a
hóstia é adorada como sendo o próprio Cristo. Isso explica a festa idólatra Corpus
Christi.
vi
A IMPORTÂNCIA DO AUTOEXAME NA SANTA CEIA. Entre os cristãos daquela
época existia a chamada "Festa Ágape" (Judas 12). Era comum entre os cristãos
celebrarem a ceia com esta refeição (esta prática perdurou até na época de Justino, o
Mártir) que era destinada a ajudar os pobres. Corinto era uma igreja problemática em
termos de doutrinas (véu, dons espirituais, batismo, brigas, divisões e Santa Ceia).
Eles não estavam discernindo o real objetivo de suas reuniões (v. 17,18,20). Para eles
aquilo era apenas uma festa como as demais festas mundanas da sociedade grega da
qual tinham vindo. Quando se reuniam, muitos se embriagavam, (v.21) como faziam
antes de se converterem e não discerniam que aquilo era muito mais que uma festa,
era "em memória" de Cristo (v.25). Por isso as pessoas deveriam se examinar antes
de tocar no pão e no cálice (v.28), pois correriam o risco de tomar a ceia de modo
indigno, fora do propósito para qual fora estabelecida, ou seja, para a comunhão e não
divisão dos fieis (v.18).
vii
O QUE OCORRE QUANDO UM DESCRENTE PARTICIPA DA SANTA CEIA.
Confissão de Fé de Westminster, capítulo VIII - "Ainda que os ignorantes e os ímpios
recebam os elementos visíveis deste sacramento, não recebem a coisa por eles
significada, mas, pela sua indigna participação, tornam-se réus do corpo e do sangue
do Senhor para a sua própria condenação; portanto eles como são indignos de gozar
comunhão com o Senhor, são também indignos da sua mesa, e não podem, sem
grande pecado contra Cristo, participar destes santos mistérios nem a eles ser
admitidos, enquanto permanecerem nesse estado". Ref.I Cor. 11:27, 29, e 10:21; II
Cor. 6:14-16; I Cor.5:6-7, 13; II Tess. 3:6, 14-15; Mat. 7:6.

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