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Não participe da ceia indignamente

 
Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor,
indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se,
pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois
quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a
razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que
dormem. I Cor. 11:27-30

Infelizmente muitos acreditam que tomar a ceia indignamente é participar


da ceia tendo pecado em sua vida. Por causa disso muitos temem ficar
doentes e até morrerem. Pastores exortam seus membros a terem cuidado
antes de participar da ceia e perguntam: “será que vocês são dignos de
tomarem a ceia hoje?” Essa é uma situação problemática. Os irmãos ficam
numa sinuca onde qualquer resposta que derem será ruim diante de Deus.

Se avaliarem sua vida e concluírem que são dignos e que podem tomar a
ceia, estarão confiando em sua justiça própria, o que os torna reprovados
diante de Deus. Mas se, depois de se avaliarem, eles concluírem que são
indignos, pois têm pecado, e por causa disso decidirem não participar da
ceia, estarão negando a eficácia do sacrifício de Cristo na cruz. É uma
situação ruim causada por um ensinamento errado.

O que significa participar indignamente?


Participar indignamente não se refere a você não ser digno de participar da
ceia por causa dos seus pecados. Ninguém é digno de tomar a ceia. O
Senhor morreu por pessoas indignas. Observe que Paulo diz: “aquele que
comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente…” A
palavra indignamente é um advérbio que se refere à forma como
participamos da ceia. Se fosse a palavra indigno então se referiria a mim,
mas não é esse o caso.
Advérbio é uma qualidade da ação e indigno é uma qualidade da pessoa,
essa é a diferença entre advérbio e adjetivo. A palavra usada por Paulo é
um advérbio, ou seja, ele está dizendo que temos de ter cuidado com a
forma como participamos da Ceia.

No verso 21 Paulo diz que alguns tomam antecipadamente, a sua própria


ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há também quem se embriague.
O problema deles era a falta de respeito e a irreverência com a mesa do
Senhor.
Participar indignamente é falhar em discernir que o pão representa o corpo
de Cristo e o cálice representa o sangue de Jesus. Muitos irmãos na igreja
de Corinto estavam comendo o pão apenas porque estavam com fome e
outros bebiam o vinho até se embriagarem. O problema todo era o
desrespeito e a falta de compreensão do sentido da ceia.

Portando tomar de modo indigno não tem a ver com você falhar em
examinar-se a si mesmo e confessar seus pecados antes da ceia, de modo a
ter certeza de ser digno de participar. Tem a ver com o modo como a
pessoa participa da mesa do Senhor.

Eu creio que Paulo diz que muitos estão fracos e doentes e outros até já
morreram simplesmente porque não puderam desfrutar da cura que há no
corpo de Cristo. Se eles tivessem discernido o significado do pão que é o
corpo de Cristo, eles teriam entendido que pelas suas pisaduras nós somos
curados. Se tivessem entendido eles teriam tido fé para receber a cura.

O grande problema desse conceito errado é que ele se estende para todas as
áreas de nossa vida espiritual. Se pedimos para alguém liderar ele vai
primeiro se examinar para ver se é digno. Se o mandamos orar com um
enfermo ele vai primeiro sondar a si mesmo e ver se é digno. Se pedimos
que ele ore para expulsar o demônio de alguém ele vai parar para ver se é
digno. Se ele concluir que é digno estará confiando em sua justiça própria e
não terá resultado algum. Se ele concluir que não é digno não terá fé para
fazer o que foi pedido. Somente aqueles que creem que foram justificados
pelo sangue de Jesus são úteis a Deus. Eles sabem que nada é pela justiça
deles e tudo procede da força de Deus que é residente em nós pelo Espírito
Santo.

Consciência de pecado ou consciência de perdão?


Precisamos nos opor frontalmente ao ensino de que somos mudados
quando olhamos a nós mesmos. Isso é uma mentira maligna disseminada
no mundo e muitos caíram no engano de trazer a psicologia para dentro da
igreja.

O diabo quer desviar a nossa atenção de Cristo e colocá-la em nós mesmos.


Pensamos que se nos olharmos, analisarmos e nos conhecermos poderemos
ser mudados, mas não é essa a verdade do evangelho, somos mudados
apenas se olharmos para Cristo.
Olhar para si mesmo continuamente é chamado de introspecção. Quem
vive se olhando e analisando acredita que pode mudar a si mesmo. Mas a
verdade é que a introspecção produz desânimo e condenação.

Quanto mais você olha para si mesmo menos fé você tem. Quanto mais
consciente você fica de si mesmo mais sentirá condenação e angústia. Nós
só podemos ter fé quando olhamos para Cristo.

Infelizmente há duas coisas mundanas que invadiram a igreja: a psicologia


e a filosofia. Muitos crentes acreditam que a psicologia tem o poder de
mudar o homem. De forma bem geral podemos dizer que a psicologia
ensina que você é o que é hoje porque existe algo que aconteceu no
passado que ainda o prende. Se você pudesse se lembrar então você seria
mudado. Sendo assim vamos fazer uma regressão, uma terapia até
lembrarmos de tudo a assim sermos transformados.

Tudo isso é apenas obra humana. Se a psicologia pudesse mudar o homem


não teríamos os presídios cheios e os manicômios superlotados. Se a
psicologia pudesse mudar o homem o Senhor Jesus não precisava ter vindo.

A máxima filosófica “conhece-te a ti mesmo” não é bíblica. Jesus disse que


a vida eterna é essa: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a
Jesus Cristo, a quem enviaste (Jo. 17:3). Só podemos ser mudados quando
conhecemos a Cristo. Olhar para si mesmo só produz mais introspecção e a
introspecção produz depressão e desespero em alguns e sentimento de
justiça própria em outros.

Psicologia é o homem tentando mudar o homem. Mas a verdadeira


mudança só acontece pelo poder do evangelho. Paulo diz que o Evangelho
é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê (Rm. 1:16). A palavra
salvação é sozo no grego e significa não apenas ser salvo do inferno, mas
também ser transformado e restaurado.
A introspecção nos paralisa, pois estamos sempre nos olhando para ver se
há algum pecado, se estamos na carne ou no espírito, se tudo está correto
em nós, se oramos o suficiente, se estudamos o suficiente, se fizemos tudo
o suficiente.

Por que muitos não conseguem liderar? Porque estão o tempo inteiro se
perguntando sobre si mesmos. Se eu ficar o tempo inteiro olhando para
mim, não vou conseguir fazer nada. Uma das coisas mais terríveis é ficar
consciente de si mesmo tempo inteiro.
Quem vive assim está sempre com alma cansada. Ser crente assim é
extenuante. Mas Jesus disse que para você herdar o reino tem que ser como
criança. Criança nunca se olha, nunca está consciente de si. Por isso ser
criança é ser sempre livre. Ela não está se olhando e vasculhando.

Mas será que devemos ignorar quando algo está errado conosco? Claro que
não. Mas nem precisamos nos pereocupar pois o Espírito mesmo vai falar
conosco quando algo precisar ser corrigido. O padrão bíblico é: “Senhor,
Tu me sondas. Tu me conheces. Tu vês se há em mim algum caminho mau,
e o Senhor me guia pelo caminho eterno” (Sl. 139:23-24). Mas alguns
irmãos mudaram completamente o conceito bíblico. Veja como ele
confessa o versículo. “Eu me sondo, Eu me conheço, Eu vejo se há em mim
algum caminho mau, Eu me guio pelo caminho eterno”. Ele desvirtua a
palavra de Deus para o seu próprio sofrimento.
Mas a palavra de Deus não diz para examinarmos anós mesmos antes de
participar da Ceia? Sem dúvida I Corintios 11.28 diz: “Examine-se, pois, o
homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice.”

Todavia, para você entender esse “examine-se a si mesmo”, você precisa


entender o contexto. Aqui os irmãos da igreja de corinto, tinham um
problema, eles ficavam bêbados no dia da ceia. Consegue imaginar algo
assim? Paulo então lhes diz nos versos 26 e 27.

Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice,


anunciais a morte do Senhor, até que ele venha. Por isso, aquele que
comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do
corpo e do sangue do Senhor. I Corintios 11.26-27

O que significa a expressão “indignamente”? É um adverbio de modo, é a


maneira de como se faz algo. Não é a pessoa que é indigna, é a maneira
como ela está agindo. Paulo não disse para eles observarem se eram dignos
de participarem da Ceia. Ele disse que se você está fazendo de uma
maneira errada, não faça.

Mas nós interpretamos mal o versículo, e transformamos o dia da Ceia em


uma reunião de introspecção. O pastor pega o pão e o cálice, entrega para
cada um e diz: “fecha os seus olhos. Será que você é digno de comer deste
pão e beber este cálice?” Qualquer pessoa minimamente honesta
reconhecerá que não é digna de participar da mesa do Senhor.

Quando eu era novo convertido o momento da ceia era tão sério que era
feito a portas fechadas, só os membros da igreja podiam entrar. E era muito
comum o diácono na hora de entregar o pão e o vinho, algumas pessoas
mais velhas falarem: Hoje não! Hoje não! Eu olhava aquilo e achava tão
elegante o “Hoje não”. Mas o que ele estava falando realmente era “Não
sou digno”.
Mas é obvio que ninguém é digno, não há um que seja digno. A Bíblia diz
que não se achou nos céus, nem na terra e nem debaixo da terra alguém
digno de abrir o livro e desatar-lhes o selo. João chorava, mas o ancião
falou, não chore, porque o Cordeiro, o Leão da Tribo de Judá venceu e Ele
vai abrir o livro, porque Ele é digno. Só Ele é digno.

Esse desejo de merecer a benção é viver na lei do Velho Testamento. A


introspecção mata, por isso a ceia é dia de morte para muitos. Minha esposa
foi criada numa igreja pentecostal, e em certa ocasião os diáconos vieram
distribuir a ceia. Hoje em dia o cálice é descartável, mas em algumas
igrejas ele é de vidro e bem pequeno. Então quando foram entregar o cálice
para uma irmã, ela com a mão suada e deixou cair o cálice no chão.
Rapidamente o profeta falou, “O anjo bateu na mão dela”… Imagine
aquela irmã tentando se justificar, dizer que estava com a mão suada, mas a
condenação tinha sido lançada. Mas qual a consequência disso? Nos outros
meses no dia da ceia o diácono entregava o cálice ae os irmãos o agarravam
com todos os dedos das mãos. “Quero ver se algum arcanjo consegue
derrubar esse cálice!” Já tinham perdido o sentido da Ceia. Ficaram apenas
com a condenação da introspecção.

Convencidos da justiça
O Espírito não precisa mais convencer o crente a respeito do seu pecado.
Nós já nascemos de novo e o nosso espírito possui uma função chamada
consciência. Todo crente possui uma consciência em seu espírito e
imediatamente ele sabe quando fez algo fora da Palavra de Deus. Ninguém
precisa de uma revelação especial para saber que pecou.

O Espírito Santo na verdade está trabalhando hoje para convencer o crente


que ele é justo em Cristo. Mesmo quando você falha ele está sempre
presente para lembrá-lo que você é purificado pelo sangue do Cordeiro. O
que realmente precisamos é que o Espírito Santo nos dê revelação de que
Cristo é a nossa justiça. Quando falhamos precisamos ser lembrados que
ainda somos justiça de Deus em Cristo. Crer que Deus ainda nos vê como
justos mesmo quando erramos precisa de uma grande revelação do Espírito
Santo. A justificação pela fé somente pode ser entendida pela revelação do
Espírito.
João 16:8 diz que o Espírito Santo veio para convencer o mundo do
pecado, da justiça e do juízo. Observe que ele veio para convencer o
mundo. E mesmo assim não é convencê-lo de cada pecado no plural, mas
do pecado no singular. O pecado é a descrença na obra de Cristo. Esse
versículo, portanto, não se refere aos crentes, mas aos incrédulos. Mas o
verso seguinte complementa quando o Senhor diz aos discípulos: “da
justiça, porque vou para o Pai, e vós não me vereis mais.” Observe que
aqui ele estava falando com os discípulos.
Porque precisamos ainda de sermos convencidos da justiça? Simplesmente
porque pensamos que somos justo quando fazemos coisas corretas, mas o
ser justo é permanecer justo diante de Deus por sustentar uma fé correta no
sangue de Jesus. O que nos faz justos não é o nosso comportamento, mas a
fé na obra de Cristo na Cruz. Somos justificados por fé e não por bom
comportamento.

O Espírito Santo é o ajudador. Ele foi enviado para ajudá-lo e não para
importuná-lo. Ele não é um sujeito implicante que veio para atormentá-lo o
tempo todo. Ele veio para te dar a paz!

Confissões:
Pão
Este pão é o corpo do Senhor Jesus que foi moído na cruz. Ele já levou as
minhas maldições, e as minhas enfermidades. Pelas suas pisaduras eu já fui
curado. Ao comer este pão, estou comendo dele, ele é a minha vida ele é
minha cura, ele é a minha saúde. Eu creio que sou membro de Cristo, eu
sou membro do corpo de Cristo. O corpo de Cristo, não há maldição, e
nenhuma maldição. O diabo não toca em Cristo, então ele não toca em
mim, eu sou membro de Cristo. Ao comer este pão, eu declaro, que estou
em unidade com meus irmãos, nos cremos em um só Deus, em um só
Senhor, uma só fé e andamos em um só Espirito. Em nome de Jesus. 

Cálice
Este cálice é a Nova Aliança, no sangue de Jesus. É por este sangue, que eu
fui lavado, perdoado, purificado, santificado, justificado. Por este sangue,
eu fui comprado, não sou mais meu, eu tenho dono, ele me comprou, por
preço de sangue. Por este sangue, eu piso agora na cabeça do acusador, eu
declaro que sobre mim não há nenhuma condenação, porque eu fui
justificado pelo sangue do Cordeiro. Ele se fez pecado para que eu fosse
feito justiça de Deus
Ele tomou a coroa de espinhos, para me dar a coroa da gloria. Ele se fez
pobre para que nele eu fosse enriquecido. Ele se fez filho do homem para
que hoje eu seja filho de Deus.

Compartilhe com seu irmão a verdade da redenção, em nome de Jesus.

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