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RESUMO DA HISTÓRIA DE DAVI

A história do reinado de Davi começa com a rejeição de Saul, o primeiro rei de Israel. Por várias vezes ele fez o que o
Senhor reprovava, até que por fim, o Senhor o rejeitou e anunciou o fim do seu governo (1 Samuel 16.1).
Com isso, o caçula de Jessé entra em cena com características muito diferentes do belo e introvertido Saul. Desde
muito jovem, ele era responsável, trabalhador, valente e de forte personalidade.

Quem Ele Era?


Davi era o filho mais novo de Jessé, filho de Obede e da linhagem de Rute a moabita que casou com Boaz. A
trajetória normal de sua história seria uma vida pacata no campo e uma boa prestação de serviços aos seus irmãos.
Contudo, o Deus de Israel estava atento ao estilo de vida do jovem pastor. A ponto, de o Senhor o escolher para ser
o segundo rei de seu povo e o mais amado e conhecido até os dias de hoje. No texto de 1 Samuel 16.11 – 13, fica
muito claro que nem Jessé seu pai, ou muito menos seus irmãos o viam de maneira tão privilegiada. Quando Samuel
chega a casa e anuncia seu propósito, não se passou pela cabeça de ninguém que o caçula seria o ungido. Todos,
inclusive Samuel acreditavam que seria um dos imponentes irmãos. Mas como o próprio Deus advertiu o profeta, Ele
estava atento ao coração e não ao exterior do novo rei (1 Samuel 16:7). Em nossa vida não são poucas as vezes que
temos de lidar com isso. Indiferença, rejeição, falta de apoio. Os mais célebres da história tiveram de lidar com isso.
Davi foi um deles, mas vamos perceber na sua trajetória, que o desprezo de sua família não influenciou na sua fé
e confiança em Deus, pelo contrário, ao que tudo indica ele usou isso como combustível para desenvolver um
maravilhoso e estreito relacionamento com o Senhor.

Segundo o Coração de Deus


O termo que o autor utiliza para dizer que Davi era um homem segundo o coração de Deus (1 Samuel 13:14) 
Ou seja, Davi amava ao Senhor e guardava os seus mandamentos com todo o seu ser interior. Ele era
completamente cheio de amor por seu Deus. Suas decisões, palavras, comportamento e fé, refletiam exatamente
aquilo que o Senhor espera de nós. Esta é na minha opinião a declaração mais forte acerca da vida de Davi. Vemos
que ele não foi escolhido por causa de suas habilidades humanas: Inteligência, beleza, porte físico, etc. O que
chamou a atenção de Deus foi o seu coração. O desejo do coração de Deus é que seja assim conosco. Vivemos dias
em que a aparência tem muito mais influência sobre as pessoas que nos dias antigos. Ora, se um profeta experiente
e sensível como Samuel se deixou levar, imagine quantos de nós não tem sofrido por causa da insensibilidade
espiritual e a carnalidade dos líderes de nossos dias. Contudo, o Senhor nosso Deus continua atento aos corações.
Ele não mudou. Seus critérios são os mesmos.

A VERDADEIRA ADORAÇÃO
O Senhor Jesus disse a mulher samaritana que Deus estava à procura de verdadeiros adoradores (João 4:23,24).
Muitas vezes nos frustramos porque as pessoas na Igreja não nos veem, não dão oportunidade, enfim. Mas o Deus
de amor não devia seu olhar de nós. Nos observa o tempo todo, mas na maioria dos casos, isso não nos interessa. O
motivo é que na verdade queremos a promoção humana e não a promoção de Deus. Os verdadeiros servos, servem
ao Senhor. Para serem vistos e notados por Ele. Para trabalhar no crescimento do Reino, na edificação da Igreja e
na salvação de almas.

AS CARACTERÍSTICAS DE DAVI
Davi era um jovem impressionante, muito à frente de seu tempo. Mesmo sendo de família humilde e passando a
maior parte de seu tempo com os animais de seu pai e os serviços domésticos, ele possuía traços de comportamento
muito diferente de seu contexto (1 Samuel 16:18).

AS CARACTERÍSTICAS QUE SAMUEL VIU EM DAVI:


1. habilidoso com instrumentos musicais;
2.Valente – termo hebraico utilizado é chayil e significa: força, poder, eficiência, fartura, exército, habilidade;
3. Vigoroso – termo hebraico utilizado é gibbowr ou gibbor e significa: forte, valente, homem forte, homem
corajoso, homem valente;
4. Homem de guerra – termo hebraico utilizado é milchamah e significa: batalha, guerra;
5. Prudente em palavras – termo hebraico utilizado é dabar e significa: discurso, palavra, fala, declaração;
6. Gentil presença – termo hebraico utilizado é ‘iysh e significa homem, macho (em contraste com mulher, fêmea),
servo, campeão, homem grande.
7. O Senhor é com ele – Deus estava com Davi, assim como era com Noé e José.
Vemos nesta pequena relação que Davi era um homem de qualidades valorosas. Quem o observava o percebia como
alguém que sabia se comportar, falar e cuja vida refletia a presença de Deus.
Além disso, ele era corajoso. Valente! Ou seja, não tinha medo das dificuldades ou empecilhos da vida. Ele “partia
para cima” e os enfrentava com a força de Deus. A NOSSA ORAÇÃO, é que o Senhor nos ajude a desenvolver as
mesmas características de Davi. Que sejamos tão virtuosos quanto ele. Que haja em nós disposição para viver a vida
e buscar o melhor daquilo que o Senhor tem preparado para nós.

A BATALHA CONTRA GOLIAS


Essa é uma das mais famosas histórias da Bíblia. A vitória gloriosa de Davi sobre  o gigante Golias, nos traz esperança,
conforto e fé. Golias desafiou o exército de Israel, por quarenta dias e quarenta noites. Podemos supor que depois
do vigésimo dia, ele estava soberbo. Zombando do povo de Deus. Mas não havia ninguém entre o povo de Deus que
ouvisse e honrasse e acreditasse nos feitos do Senhor entre o seu povo, até aquele dia (1 Samuel 17:23,24). Quando
Golias se posicionou para desafiar Israel, como habitualmente fazia, Davi ouviu. E questionou: “Quem é esse filisteu
incircunciso para desafiar os exércitos do Deus vivo? “ Noutras palavras, quem é este homem que não tem aliança
com Deus e ousa desafiar o seu povo. Davi não se dispôs contra Golias porque o Senhor lhe mandou, ou porque ele
teve alguma revelação sobre aquilo, como Gideão. Não! Ele foi contra Golias porque ele estava insultando o Senhor.

De onde vem essa confiança?


Com Davi aprendemos que não existe lugar em nossa vida que o Senhor não possa utilizar como sala de
treinamento. Mesmo estando em uma situação que todos consideravam insignificante, foi ali que o Deus de Israel
escolheu e começou a capacitar o futuro rei (1 Samuel 17:34-37). Não podemos desprezar o lugar de treinamento, os
pequenos começos. Neles o Senhor prova o nosso coração e as nossas motivações, e aperfeiçoa os nossos talentos
de acordo com seu propósito para nossa vida. Mesmo sendo mais forte e preparado que Davi, Golias não pode
resistir a unção que havia em sua vida. Aquele seria apenas o primeiro obstáculo, dentre os muitos que o homem
segundo o coração de Deus enfrentaria até o trono. Até o melhor de Deus para sua vida. Precisamos ter a paciência,
a persistência e o discernimento necessário para perceber as situações de promoção que o Senhor cria para as
nossas vidas.

A INVEJA DE SAUL
Até se tornar rei de Israel, o homem segundo o coração de Deus precisou lidar com muitos desafios. Enfrentar Golias
foi a maneira que o Senhor agiu para levá-lo ao próximo nível. Mas uma vez que chegou lá, o futuro monarca do
povo de Deus não teve vida fácil. Mais complicado era o fato de já haver um rei no trono. E a regra soberana da
monarquia estabelece que, enquanto houver descendente direto do rei com vida, este deve sentar no trono.
Pois bem, ao determinar que o próximo rei seria de outra linhagem, Deus estava avisando que Saul e toda a sua
família seria destituída, inclusive seu filho Jônatas – que era amigo de Davi. A inveja de Saul chegou a um ponto, que
sua única obsessão por um bom tempo, era matar Davi. Mas por que isso aconteceu? Porque a unção de Deus o
deixou, e um espírito maligno se apoderou dele de Saul (1 Samuel 19:9,10). A trajetória que leva até os propósitos
de Deus para nossa vida, não são simples e fáceis como a maioria dos cristãos acredita. A vida de Davi deve nos levar
a uma reflexão profunda. Devemos responder a seguinte pergunta – Estou realmente disposto a passar pelo que for
necessário para viver as promessas de Deus? A inveja de Saul causou ao filho de Jessé, muita dor, cansaço e
lágrimas. Ele precisou deixar o país, viver com os inimigos, morou no deserto, em cavernas, foi considerado como
bandido, traidor, enfim. A inveja de Saul lhe causou muitos males.

A SUBMISSÃO A AUTORIDADE DA UNÇÃO


Vivemos em dias no Brasil, em que as pessoas de maneira geral têm grande dificuldade para respeitar as autoridades
constituídas. Xingam, amaldiçoam e menosprezam suas lideranças como se elas não tivessem nenhum valor.
Com Davi, aprendemos que não devemos agir dessa maneira. O fato de Saul ser rei, significava que ele havia
recebido a unção de rei. Isto é, o sacerdote lhe havia ungido como sinal de benção, aprovação e separação de Deus
para tal serviço. Mesmo sabendo que o Senhor havia rejeitado Saul, ele se sente completamente constrangido em
fazer-lhe mal. Mesmo a situação sendo completamente favorável e seus homens lhe instigando a vingança, o temor
ao Senhor falou mais alto e Davi não atacou Saul. Pelo contrário, o fato de ter cortado a ponta de suas vestes lhe
apertou profundamente o coração (1 Samuel 24:4 -6). Davi se condoeu e não levantou a mão contra Saul
reconhecendo Saul como um ungido do Senhor. (1Samuel 24:10). Davi se tornou o rei mais amado e respeitado de
Israel, não sem motivo. Atitudes como essa mostram como ele era diferenciado em sua forma de relacionamento
com Deus e na devoção a sua Palavra.

NOMEADO REI DE ISRAEL


Com a promessa de Deus, era uma questão de tempo até que Davi se tornasse rei de Israel. E assim foi. Com  a morte
de Saul e todos os seus filhos, inclusive Jônatas, todo o povo de Israel viu no filho de Jessé seu próximo líder.
Sua liderança era algo percebido por todos. Líderes religiosos, magistrados e o povo comum, todos eles
reconheceram as promessas de Deus na vida dele. Como é bom quando o próprio Deus levanta pessoas entre nós
para liderar segundo o seu coração. Lideranças levantadas dessa forma nos conduzem a vitória e prosperidade.
Já as lideranças que não são segundo o propósito de Deus tendem a nos causar prejuízo e dor.
O rei Davi levou Israel ao seu momento mais glorioso em toda a sua história. Nele se cumpriu a promessa do Senhor
feita a Abraão, no que se refere as conquistas territoriais do povo de Deus.
Nisto vemos que o desejo de Deus é o de nos usar para fazer coisas grandes, não no sentido de dar foco em nós, mas
no sentido da importância. Nossa vida deve ser um instrumento da glória do Senhor.

PROMESSAS ETERNAS
Depois de todo o respeito, vitórias e conquistas em seu governo, o rei Davi, agora em um palácio glorioso, percebeu
que a Arca de Deus habitava em uma Tenda e desejou fazer para o Senhor um belo Templo.
A atitude inusitada, gerou no coração de Deus ainda mais prazer em seu servo. Tanto, que o Senhor renovou as
promessas na vida de Davi e as tornou ainda mais intensas (2 Samuel 7:8,9).
Por meio do profeta Natã, o Senhor disse ao rei que seu reinado seria eterno. Isto porque, o Messias viria de sua
linhagem. E assim foi, Jesus Cristo o Filho do Deus vivo é descendente direto de Davi, como podemos ver em Mateus
1.(ler em casa). E a promessa de que tornaria seu nome famoso permanece até hoje, ele é considerado um dos
maiores reis e conquistadores de todos os tempos. Isto se tornou realidade, também porque, não se desviou de sua
vocação. Permaneceu na direção de Deus, sempre buscando saber que caminho seguir e quais direções tomar.

A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
Uma das atitudes do rei Davi que mais nos chama a atenção, é o seu amor sincero pelo Senhor. Ele não se satisfazia
com projetos “de qualquer jeito” para Deus. Ele sempre procurava dar o seu melhor  (1 Crônicas 22:18,19). Do seu
tesouro pessoal separou uma oferta que em dias atuais chega perto dos dez bilhões de dólares, e incentivou o povo
a doar voluntariamente para a casa do Senhor. Fez tudo o que era necessário para garantir que o projeto seria
concluído, mesmo após a sua morte. Ou seja, o rei se doou completamente. A construção do Templo foi mais uma
forma que ele encontrou para honrar ao Senhor com todo o seu coração, e conduzir o povo e seu próprio filho nesse
projeto, isso nos mostra o quanto ele era dedicado e respeitado. A nossa oração é que o Senhor nos conduza de
maneira que seja gerado em nós um coração assim. Que haja em nós esse desejo de desenvolver projetos relevantes
para Deus.

BATE-SEBA, A ESCOLHA ERRADA


Por mais dedicados e sinceros que sejamos em nosso amor ao Senhor, os erros vão fazer parte da nossa trajetória. É
algo inerente a nossa natureza humana. Não foi diferente com Davi. Ele adulterou com a mulher de um de seus
soldados, e depois planejou sua morte. Do adultério com Bate-Seba veio uma gravidez, mas a criança acabou
morrendo (2 Samuel 11:2 – 5). Essa é com certeza uma parte obscura do rei Davi, e precisamos analisá-la sob a
perspectiva do exemplo e do cuidado. Não podemos baixar a guarda para  o pecado. Devemos, a todo custo, evitá-lo
e manter a atenção para possíveis brechas que possamos dar para que ele não encontre espaços em nossas vidas.

CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
O erro do rei Davi não ficou sem punição. O Deus de amor e justiça o advertiu severamente por causa de sua atitude
e escolhas erradas. Desta vez, as promessas não foram de prosperidade e crescimento, mas sim de angústia e muita
dor (2 Samuel 12:11,12). Daquele dia em diante, o rei testemunharia um incesto, o assassinato de seu filho, um
golpe de estado e seria vítima de adultério. E o pior, em todos estes acontecimentos os principais causadores foram
seus próprios filhos.

SUA FAMÍLIA!
A dor que ele causou a Urias, aquilo que ele fez em oculto, foi testemunhado em sua própria vida por todo o reino.
Precisamos temer a Deus e continuar temendo. Não podemos achar que no período da graça, o Senhor Deus mudou
e não pune mais o pecado e a desobediência.

A Recomendação de Paulo
O apóstolo Paulo nos faz essa advertência e, Romanos 6:1-4. Seu objetivo é abrir os nossos olhos para não enxergar
a graça de Deus como oportunidade para dar vasão a carne. Pelo contrário, agora que estamos em Cristo, devemos
fazer morrer o desejo da carne que é contrário a vontade de Deus.
Não devemos acolher a prática do pecado de maneira deliberada em nossas vidas. No batismo nas águas,
simbolicamente fomos sepultados e ressuscitados com Cristo para uma nova vida agradável a Deus.
Sendo assim, devemos ter claro em nossas mentes que as escolhas erradas e o erro, tem consequências negativas –
muitas vezes irreversíveis – e por mais que a graça de Deus seja abundante elas permanecem.
Perto do fim da sua vida, o rei Davi compôs um hino para Deus como forma de gratidão por tudo o que o Senhor
havia feito em sua vida, por ela e através dela (2 Samuel 22: 1 – 4). Mais uma preciosa lição do Homem Segundo o
Coração de Deus! Ao longo de sua vida ele escreveu inúmeros Salmos. Muitos de dor, oração, clamor, por
livramento, mas sobretudo expressando sua gratidão ao Senhor.
Precisamos aprender com Davi. Devemos ser gratos ao Senhor nosso Deus. Sim, Ele é o que nos guarda. Aquele que
supre nossas necessidades, que sara nos feridas e cura as nossas enfermidades. Ele é Elohim, o nosso Deus que nos
salva. Não devemos olhar para Ele como o “gênio da lâmpada”, em que nos aproximamos dele apenas para pedir.
Entre nós e o Senhor deve haver relacionamento. Intimidade. Portanto, devemos expressar nossa gratidão por tudo
o que ele tem feito em nossa vida, por ela e através dela. O rei fez isso. Quando observou tudo o que o Senhor lhe
havia dado, de onde o havia tirado. Ele deu glória a Deus e exaltou o Seu Nome.

Conclusão
A vida do rei Davi é com certeza uma grande fonte de inspiração sobre como devemos amar a Deus e nos submeter
aos seus propósitos para nossa vida.
Tendo sido retirado do pasto para se assentar no trono de Israel, o povo santo, o filho de Jessé cultivou um profundo
relacionamento com o Senhor e um amor sincero por Sua Palavra.
Com altos e baixos, esse homem de Deus nos ensina que o arrependimento é o caminho a seguir quando as falhas
cruzarem nosso caminho. Ele nos mostra que o nosso coração deve continuar sensível ao Senhor, submisso.
Há um enorme contraste entre ele e Saul neste ponto. Saul sempre procurava desculpas e justificativas para seus
erros, Davi ao contrário, se humilhava e suplicava o perdão do Senhor. A minha oração é que o próprio Deus gere em
nós um coração semelhante ao de Davi. Que ao olhar para nossa vida, o Senhor nos perceba segundo o seu coração

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