Margarida Alves nº11 Margarida Gomes nº25 Índice: 1. O contexto histórico-literário: - Quem foi D.João I? - Vida e obra de Fernão Lopes 2. Crónica de D.João I, de Fernão Lopes: - I. «Capítulo XI: Do alvoroço que foi na cidade cuidando que matavom o Mestre…» - II. «Capítulo CXLV: Per que guisa estava a cidade corregida» - III. «Capítulo CXLVIII: Andavom os moços de três e de quatro anos pedindo pão pela cidade por amor de Deus» 3. Conceito da Crónica 4. Atores individuais da crónica 5. Atores coletivos da crónica 6. A crise dinástica de 1383-1385 7. O estilo de Fernão Lopes 8. Vida de Gil Vicente Quem foi D.João I? • D. João I foi um monarca português, nascido a 11 de abril de 1357 e o seu falecimento foi a 14 de agosto de 1433. • Foi o primeiro rei de Portugal e o primeiro da Dinastia de Avis, conhecido como "O de boa Memória". • Filho ilegítimo de D.Pedro I. Foi aclamado rei, entre 1383- 1385 na sequência de uma crise que ameaçou a independência de Portugal. • Iniciou a expansão portuguesa ao conquistar Ceuta em 1415. • Com a ajuda de Nuno Álvares Pereira, travou a batalha de Aljubarrota contra o reino de Castela, que invadiria o país. Quem foi Fernão Lopes? Apesar da sua grande influência na história, não se sabe muito sobre a vida de Fernão Lopes. Foi cronista oficial e guarda da Torre do Tombo (reinados de D. João I e D. Duarte). É provável que tenha nascido em Lisboa ou que se tenha fixado na capital desde muito novo. Era de origem modesta, mas foi ascendendo socialmente, graças ao apreço da corte. D. Duarte encarregou-o da tarefa de escrever as crónicas dos reis portugueses até D. João I, algo que se pensa ter concretizado, apesar de os textos terem desaparecido. Fernão Lopes escreveu apenas três crónicas, que são encontradas hoje em dia, tais como: "Crónica de D.Pedro"; "Crónica de D.Fernando" e "Crónica de D.João I" . Capítulos da crónica de D.João I Capítulo 11: No capítulo 11 da Crónica de D. João I, relatam-se os acontecimentos que se seguem ao momento em que D. João, Mestre de Avis, mata o Conde Andeiro, nobre galego e amante de D. Leonor Teles, viúva do rei D. Fernando. Este é um momento de indecisão política, visto que o rei de Castela aspira ao trono de Portugal e a regente se prepara para aceitar esse desfecho. Capítulo 115: Conta-se neste cap. como se fez a preparação da cidade de Lisboa para resistir ao cerco dos castelhanos. Comandando a defesa da cidade, o Mestre de Avis manda guardar alimentos, por forma a que eles não faltem, uma vez que o cerco impediria o reabastecimento da cidade. Descreve-se também o trabalho de organização dos defensores e dos equipamentos: a reparação e o fortalecimento das muralhas, a verificação das armas, a distribuição de tarefas de defesa e a regulação da ordem na cidade. Salienta-se, ao mesmo tempo, que se trata de um esforço de guerra coletivo, que chega a causar a admiração de quem relata. Capítulo 148: Este cap. ocupa-se dos tempos de sofrimento da população de Lisboa, sujeita ao cerco castelhano. As privações que ele provoca são descritas de forma pormenorizada, salientando-se os vários aspetos do sacrifício a que o referido cerco obriga: a escassez de alimentos e o seu preço elevado, a falta de esmolas, o recurso a produtos de baixa qualidade, etc. E, contudo, sempre que o inimigo ameaçava era visível o esforço coletivo para superar as dificuldades. Conceito de crónica • No início da era cristã, o vocábulo «crónica» designava a narração histórica pela ordem do tempo em que os factos iam acontecendo. A crónica limitava-se a registar os eventos, de forma objetiva e sem lhes aprofundar as causas ou lhes dar qualquer interpretação. • Porém, após o século XII, as crónicas passaram a narrar os acontecimentos com abundância de pormenores e a apresentar alguns comentários pessoais dos autores sobre o que se passou, isto é, marcas de subjetividade. É o que acontece nas obras de Fernão Lopes. Crónica de D. João I – Atores individuais
• Para verificar com o maior
rigor possível os seus relatos, Fernão Lopes procura evitar deixar-se influenciar pelo afeto à pátria e pelo sentimento de dívida para com a pessoa que o encarrega de escrever as crónicas, embora nem sempre o consiga, já que é evidente a sua parcialidade Crónica de D. João I Atores coletivos: afirmação da consciência coletiva • O povo assume grande protagonismo nas crónicas de Fernão Lopes. O cronista dá vida às multidões, transformando-as numa força unificada, principalmente através do movimento que lhes imprime e que elas cumprem como se fossem um ser único, um ator coletivo. • Exemplo disso, na Crónica de D. João I, é o tumulto que ocorre quando o povo de Lisboa pensa que o Mestre de Avis vai ser assassinado. A crise dinástica de 1383-1385
D.Constança D.Pedro I D.Inês
D.Fernando D.Teresa Lourenço
D.Leonor Teles
D.Beatriz D.Dinis D.João, Mestre de Avis
Pretendentes ao trono português
O estilo de Fernão Lopes
• Vivacidade
Capítulos organizados em sequências narrativas que
evoluem de forma gradual até ao clímax do episódio (planos cenográficos). Caracterização das personagens a partir das suas atitudes. Utilização de narração, descrição e diálogo de forma alternada. Utilização de verbos de ação e do gerúndio. Gil Vicente: Vida • O seu nascimento está cheio de incertezas, mas a data mais consensual é a de 1465 em Guimarães. • Ainda novo fixou-se em Lisboa, onde a sua principal ocupação foi a de escrever e representar autos nas cortes do rei D. Manuel e do rei D. João III. Guimarães: Possível local de nascimento