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Português

Ano Letivo: 2020-2021 Ano de Escolaridade: 10º Ano


PROFESSOR(A): Data:

Guião de visionamento: Grandes livros - Crónica de D. João I de Fernão Lopes


Depois de teres visionado com atenção o vídeo e registado as informações solicitadas, completa os quadros
seguintes.

 Nasceu em Lisboa, por volta da época da crise de sucessão dinástica,


no seio de uma família humilde (pobre).
 Estudou e leu os clássicos e tornou-se tabelião (notário).
 1418 – É nomeado guarda-mor da Torre do Tombo, Arquivo Geral do
Reino.
 Foi acumulando funções e, em 1434, é nomeado cronista-mor do
Dados biográficos de Fernão Lopes reino por D. Duarte, que o encarrega de escrever a História dos Reis
de Portugal.
o Esta tarefa foi renovada pelos sucessores de D. Duarte ao
longo de 20 anos.
 1454 – D. Afonso V dispensa-o da função de cronista por considerá-
lo velho e fraco.
 1459 – Ainda é vivo, pois assinou um documento a deserdar um neto
bastardo.

 Século XIV – Acontecimentos extraordinários registados por Fernão


Lopes.
Contextualização histórico-social da  1383 – Crise da sucessão dinástica, provocada pela morte de D.
obra de Fernão Lopes Fernando que deixou D. Beatriz, a única filha, casada com João de
Castela. Por direito o trono é deles, mas o povo não apoia esta
decisão. D. Leonor, a viúva, e a maioria concordam com a união dos
reinos.

 Os objetivos das crónicas escritas por Fernão Lopes não eram apenas
contar a História de Portugal, mas legitimar uma dinastia que por
direito não teria governado, mas que subiu ao trono apoiada pelo
povo e pela burguesia.
 Fruto da sua formação como tabelião, Fernão Lopes procurou a
verificação dos factos através de documentos, o que, segundo alguns,
permite atribuir veracidade ao conteúdo das suas crónicas.
Crónicas de Fernão Lopes
o A descoberta recente de documentação confirma a versão
(assunto, características literárias,
dos factos apresentada por Fernão Lopes.
linguagem, …)
 As crónicas escritas por Fernão Lopes compreenderiam 2 volumes:
crónicas de todos os reis da 1ª dinastia e crónica de D. João I.
 A maior parte das crónicas perderam-se, chegando até aos nossos
dias as de D. Pedro, D. Fernando e a de D. João.
o A Crónica de D. Pedro será a menos rica do ponto de vista
historiográfico, mas é um dos textos mais ricos em termos
literários.

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 Segundo Damião de Góis, Fernão Lopes teria escrito uma terceira
parte da Crónica de D. João I e até a Crónica de D. Duarte.
o Estas crónicas chegaram até nós atribuídas a Gomes Eanes
de Zurara e Rui de Pina.
o Como explicações apontam-se as seguintes: Fernão Lopes
perdera o filho na expedição a Tânger e poderia não fazer
um relato favorável à política expansionista. Cumprida a
missão de legitimação de D. João, era preciso legitimar o
Infante D. Henrique.

 A origem da crise de sucessão dinástica tem parte da sua origem no


episódio dramático de Inês de Castro.
 Na Crónica de D. Pedro, Fernão Lopes relata a vinda de D. Inês para
Portugal, no séquito de D. Constança. Com a morte desta, D. Pedro
assume o seu relacionamento com D. Inês e da relação nascem dois
filhos, D. João e D. Dinis. D. Afonso IV, temendo a influência da família
de D. Inês, manda matá-la. Chegado ao trono, D. Pedro declara ter
casado em segredo com D. Inês e pede ao Papa para legitimar a
união, o que não acontece.
 Na Crónica de D. Fernando, Fernão Lopes apresenta uma visão
pouco favorável ao rei cognominado Formoso. Ao contrário de D.
Pedro que deixara o reino pacificado e estável, envolve-se em
guerras sucessivas com Castela, estabelecendo acordos de paz
efémeros. O seu casamento com D. Leonor Teles trouxe-lhe a
impopularidade.
o Com a morte de D. Fernando, o reino corre o risco de passar
para o poder de Castela, pois a única filha encontra-se
casada com João de Castela.
o D. Leonor Teles assume a regência, mas é impopular, pois
Crise de sucessão dinástica
mantém um relacionamento com o Conde Andeiro,
(intervenientes e acontecimentos
principais)
partidário da união dos reinos.
o Neste período, surgem 4 candidatos ao trono: D. Beatriz,
filha legítima de D. Fernando, mas casada com o rei de
Castela; D. João e D. Dinis, filhos de D. Pedro e D. Inês; D.
João, Mestre de Avis, filho bastardo de D. Pedro com uma
dama galega.
 Crónica de D. João I, Álvaro Pais conspira com o Conde de Barcelos
o assassinato do Conde Andeiro, fidalgo galego, amante de D. Leonor
Teles, convencendo D. João a matá-lo.
o No ano seguinte, o Rei de Castela invade Portugal e tenta
tomar Lisboa. Após 4 meses, o cerco da capital é levantado.
o Oficialmente, Portugal não tem rei, mas o povo decidiu fazer
de D. João o regente do reino.
o Em 1385, as cortes reúnem em Coimbra para decidir quem
será o rei de Portugal. Há 3 fações: uma defende D. Beatriz e
João de Castela; outra mostra-se partidária de D. João e D.
Dinis, filhos bastardos de D. Pedro; uma outra, favorável a D.
João, Mestre de Avis, representada por João das Regras.
o Este defende que o rei deve resultar de uma eleição e
elimina os outros candidatos numa argumentação famosa:

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 João de Castela, porque quebrara a promessa de
nunca invadir Portugal.
 D. Beatriz, porque não havia certeza de que fosse
filha de D. Fernando, uma vez que D. Leonor Teles
não lhe fora fiel.
 D. João e D. Dinis, porque eram tão bastardos como
o Mestre de Avis.
 O rei deveria ser de boa linhagem e corajoso; ter
amor aos súbditos, perfeição e devoção. O Mestre de
Avis cumpria os requisitos.
o As cortes declaram D. João, Mestre de Avis, rei de Portugal.
o O rei de Castela volta a invadir Portugal. O grande combate
dá-se em Aljubarrota e a figura de destaque é D. Nuno
Álvares Pereira.
 Em inferioridade numérica, este dispôs as tropas em
quadrado, protegidas por um riacho de cada lado;
uma ligeira vantagem do terreno permitia às tropas
portuguesas disparar de cima para baixo. Mandou
escavar fossas e cobri-las de folhagem.
 Quando as tropas castelhanas chegaram ao local,
muitos soldados caem nas fossas; outros vão em
direção às lanças portuguesas; a maior parte fica
presa no quadrado. Terá sido um massacre.

 Casa com D. Fernando, mas não é amada pelo povo.


 Na sua história há um caso insólito: diante da multidão, D. Fernando
diz que D. Leonor não é sua mulher e promete explicações que acaba
D. Leonor Teles (retrato e intervenção por não dar.
política)
 Depois da morte de D. Fernando, mantém um relacionamento com o
Conde Andeiro.

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