Você está na página 1de 1

Liberdade de decisão: universal, mas não absoluta

A vida é feita de escolhas, sendo cada um de nós confrontado, diariamente, com múltiplos momentos
em que precisamos de decidir. Desde que acordamos, até ao que iremos vestir, até ao que iremos comer, o
que iremos fazer, passando pela tomada de decisão de comprar um carro, uma casa, uns sapatos, uma
oportunidade de negócio, mudar de emprego, optar por um curso, decidir emigrar, ligar a um amigo. São
múltiplas as escolhas que podemos tomar. E em liberdade. Contudo, apesar de sermos livres para escolher,
será que, em todas as situações, a liberdade de decisão é absoluta? No meu ponto de vista não, uma vez que
existem muitos fatores que influenciam as nossas decisões, ou seja, há diversas situações em que a liberdade
não é absoluta. Assim, o ser humano não é totalmente dotado de uma genuína liberdade, mas sim
determinado, por vezes, por fatores que não controla

Por exemplo, em filosofia, este é um assunto discutível, usando-se a expressão livre-arbítrio para se
fazer referência à capacidade de decisão sobre as nossas ações, de uma forma parcialmente livre. Isto é,
apesar de a maioria das pessoas pensarem que são livres no que diz respeito às suas decisões, ocorre que não
somos livres de forma absoluta quando fazemos uma determinada escolha, dado que em muitas situações
das quais escolhemos entre fazer ou não fazer algo, ou seja, em que é utilizada a liberdade, somos
influenciados por fatores externos e internos, que restringem a nossa liberdade, indo, assim, ao encontro da
afirmação inicial que nem sempre temos total liberdade nas nossas escolhas. Deste modo, as nossas decisões
são, maioritariamente, determinadas por fatores de natureza biológica (por exemplo, um cego está impedido
de realizar determinado tipo de tarefas e um portador de deficiência cardíaca não poderá ser atleta, por muito
que o queira) e sociocultural (ainda que o desejemos, não devemos apoderar-nos do telemóvel de outrem
sem o seu consentimento), que são exemplos de determinantes que eliminam por completo uma certa
escolha ou decisão.

Contudo, existem outros fatores (éticos, financeiros, políticos, etc.) que, embora tenham um peso nas
nossas decisões, não retiram a possibilidade de decisão e de escolha, e nem sempre as influenciam. Daí que
hajam decisões em que a nossa liberdade de decisão é absoluta (por exemplo, eu posso sentir-me
pressionada a fazer uma determinada ação, porque toda a gente o fez, mas a última decisão é apenas e só
minha).

Resumindo, apesar de o ser humano ser sistematicamente confrontado, ao longo da vida, com a
necessidade de tomar decisões, exercendo, assim, o direito de as tomar livremente, a verdade é que a
liberdade de decisão nem sempre é absoluta, uma vez que, independentemente da nossa força de vontade,
existem fatores que vão para além do nosso controlo, daí a que sem sempre sejamos verdadeiramente livres
quando escolhemos tomar uma determinada decisão.

Você também pode gostar