Livre- arbítrio VS Determinismo

Filosofia10ºAno
 Teorias sobre o livre-arbítrio
Problema
É o livre-arbítrio
compatível com o
determinismo?

Supomos que somos seres

dotados de livre-arbítrio.
Mas podemos, de facto,
fazer opções?
O que é o determinismo?

 O Determinismo é uma corrente filosófica

segundo a qual a ação humana é sempre provocada
por causas anteriores. Assim, para os adeptos desta
conceção, a liberdade não tem qualquer sentido.
Tipos de determinismo

Determinismo Determinismo Determinismo Determinismo Determinismo

Físico Biológico Psicológico Sociológico Religioso

Leis físicas Códigos Personalidade Regras Deus

regem o biológicos e carácter sociais continua a
comporta- determinam psicológico de condicio- governar o
mento a conduta cada ser nam Mundo
humano humana humano levam determinan- depois da
o Homem a temente a sua criação,
decidir desta acção não
ou daquela humana concedendo
maneira liberdade ao
ser humano
O que é a liberdade?
 Liberdade é capacidade de fazer tudo o que se
quer?

 Pode o Homem fazer tudo o que quer?

 Liberdade como faculdade de se determinar

conscientemente em favor desta ou daquela
escolha, sem constrangimento e em virtude
apenas da sua vontade e de boas razões.
Tipos de liberdade
Liberdade Liberdade Liberdade Liberdade Liberdade
Física Biológica Psicológica Sociológica Religiosa
Possibilidade Saúde e bom Capacidade Liberdade Independente-
de dar livre funciona- de escolher concedida mente de se
curso a mento uma entre ao indivíduo aceitar que
Deus criou o
actividades orgânico várias pela
Mundo ou
corporais alternativas sociedade não, o Homem
em que está é responsável
inserido pelas suas
acções
Compatibilidade ou Incompatibilidade
entre determinismo e liberdade
 Não podemos dizer que somos totalmente livres, pois
não podemos fazer tudo o que nos apetece.

 No entanto, parece que também não somos

absolutamente determinados por forças extrínsecas a nós
mesmos.
Compatibilidade ou Incompatibilidade
entre determinismo e liberdade
 Talvez seja plausível afirmar que a nossa liberdade começa
onde as condicionantes exteriores à nossa vontade
própria (condicionantes físicas, biológicas, psicológicas,
sociológicas, religiosas ou morais) terminam.

 Dentro de determinados parâmetros que não permitem

uma liberdade absoluta, há espaço para decisões e ações
livres.
 Teorias acerca do problema do livre-arbítrio
 Determinismo radical (incompatibilismo)

 Determinismo moderado (compatibilismo)

 Libertismo (incompatibilismo)
 Determinismo radical
Determinismo é um conceito importado da física clássica
Afirma:
se cada acontecimento no mundo decorre necessariamente da
série de acontecimentos que o antecederam, então tendo
ocorrido o fenómeno X, causa de Y, este último tem de ocorrer.
A vontade não é livre, mas determinada por condições físicas
ou psíquicas.
 Determinismo radical
 Todos os acontecimentos, inclusive as opções humanas,
são causados por acontecimentos anteriores.
 Num mundo regido por leis determinísticas, as ações e os
acontecimentos sucedem-se em cadeias causais.
 Não podemos interferir nessas ocorrências (mesmo que
tenhamos consciência delas).
 As leis que as regem não estão minimamente sob o nosso
controlo.
 A existência de livre-arbítrio é incompatível com o
determinismo.

determinismo e liberdade
 Determinismo radical
 O determinismo defende que o ser
humano, pelo facto de não ter livre-
arbítrio, não é responsável pelos
seus atos. As ações humanas são
totalmente determinadas pelas causas
que as antecedem pelo que a vontade
humana não tem qualquer intervenção
na sua ocorrência.

Argumento:
Se o determinismo é verdadeiro,
então não existe o livre-arbítrio.
O determinismo é verdadeiro.
Logo, não existe o livre-arbítrio.
 Objeções ao determinismo radical
 Será legítimo desresponsabilizar as
pessoas invocando fatores que o
agente não controla?

 Os deterministas defendem que o

livre arbítrio é uma ilusão. Como
seria viver de acordo com a crença
de que não há livre arbítrio?
 Consequências do determinismo
 Se o determinismo for verdadeiro no
domínio do humano e do seu mundo
mental, então os conceitos de
responsabilidade, culpa, heroísmo, e
mesmo de bem e mal, perderão o
significado que têm.
 Se o determinismo for verdadeiro,
nenhuma ação tem realmente o seu
início em nós. Seremos apenas veículos
pelos quais passam várias cadeias de
causas e efeitos.
 Se o determinismo for verdadeiro, deixa
de fazer sentido a nossa diferenciação
em termos de estatuto moral,
relativamente aos animais, às plantas, às
máquinas e a toda a realidade inanimada.
 Problemas
 Se não somos responsabilizáveis
pelo que fazemos – porque não
podemos agir de modo diferente
– então:
 Como condenar e ilibar
alguém?
 Como elogiar e censurar?
Como dizer a alguém que não
devia ter feito o que fez?
 Como explicar sentimentos
de remorso, de arrependimento e
de culpa?
 Libertismo
 O libertismo rejeita que as ações humanas sejam causalmente
determinadas (como defende o determinismo) ou aleatórias
(como propõe o indeterminismo).

 Assentando numa perspetiva dualista (Homem = corpo +

mente) os libertistas sustentam que as ações humanas
resultam de deliberações racionais que podem alterar o
decurso dos acontecimentos.

 No domínio mental, que não está sujeito à causalidade natural,

porque se age segundo desejos e crenças, existe
intencionalidade da ação.
 Libertismo
 O libertismo considera o ser humano,
enquanto ser racional com capacidade
deliberativa, responsável pelas suas
ações, pois, enquanto ser racional com
capacidade deliberativa, depende
exclusivamente da vontade humana
praticá-las ou não.
 Assim, o ser humano é responsável
pelas suas ações.

Argumento:
Se o determinismo é verdadeiro,
então não existe o livre-arbítrio.
Existe o livre-arbítrio.
Logo, o determinismo não é
verdadeiro.
 Objeções ao Libertismo
 O libertista não tem bons
argumentos a favor da sua ideia:
Argumento por analogia entre o
caso da existência e o caso da
escolha livre (p.39)
 A dificuldade desta teoria excluir a
hipótese da impressão que
mantemos em muitas situações (em
que nos sentimos constrangidos) de
que o livre-arbítrio é uma ilusão.
 Como explicar que o puramente
mental possa ter efeitos sobre o
mundo puramente físico e não o
contrário?
Determinismo moderado (compatibilismo)
 As nossas ações são ao mesmo tempo livres e
determinadas.
 Parte do conceito comum de liberdade e aceita a convicção de que
poderíamos ter feito outra coisa se o tivéssemos escolhido.
 No mundo todos os fenómenos são causalmente relacionados.
 Os atos não livres são todos causados por forças físicas e condições
físicas existentes foras do agente.
 A vontade humana, igualmente determinada, é livre quando não
for obrigada a escolher sob ameaça (de uma arma, por exemplo),
isto é, constrangida.
 Tudo no mundo natural é determinado, mas as ações humanas são
livres, por serem determinadas mas não constrangidas.

 Quando o homem tem o poder de determinar, através das

decisões que toma e em resultado das suas deliberações
(desejos e crenças) os atos que pratica, então é livre.
Determinismo moderado (compatibilismo)
 O compatibilismo propõe que, embora
esteja determinado, o ser humano
quando age segundo os seus
motivos/causas não está constrangido.
Somos livres quando optamos pela(s)
alternativa(s) possível(eis). Ao
considerar que somos em parte
determinados e em parte livres, o
compatibilismo possibilita a
coexistência do determinismo e do
livre-arbítrio na ação humana.
Argumento:
O determinismo é verdadeiro.
Existe o livre-arbítrio.
Logo, o determinismo e o livre-
arbítrio são compatíveis.
Objeções ao determinismo moderado
 Apesar das aparências, o compatiblismo não distingue claramente
ações livres de ações não livres.
 Ex: Aponto uma arma à cabeça de uma pessoa e pronuncio o
famoso «A bolsa ou a vida». A pessoa dá-me a carteira porque
acreditou que eu estava a falar a sério. Assim, a causa imediata da
ação é um estado interno do sujeito. Ora, seguindo à letra a tese do
determinismo moderado, isso faz desta ação forçada uma ação livre.
Contradição evidente.
 O determinismo moderado não salvaguarda a nossa ideia comum de
liberdade porque não traça claramente a fronteira entre causalidade
interna e externa.
 Determinismo e Liberdade
QUESTÕES Determinismo Libertismo Compatibilismo
O que são ações livres? Se existissem, seriam São ações em que a nossa São ações determinadas
acontecimentos VONTADE inicia uma por fatores ou causas
indeterminados, isto é, nova sequência causal, internas – as crenças ou
sem causa. não sendo determinada desejos do agente
por acontecimentos
passados.
Há ações livres? NÃO. Todas as ações são SIM. São ações em que as SIM, desde que as causas
determinadas, isto é, são deliberações da nossa determinantes sejam
o resultado de alguma vontade iniciam uma nova crenças, desejos e
coisa que aconteceu série de sequências pensamentos do agente.
antes. causas.
Determinismo e NÃO. A liberdade é uma NÃO. Uma ação ou é SIM. Uma ação livre não é
Liberdade são ilusão. livre ou determinada. necessariamente uma
compatíveis? Uma ação livre é a ação indeterminada ou
negação de uma ação vice-versa.
determinada.
Somos responsáveis pelo NÃO. As nossas ações SIM. Devemos responder SIM. Somos responsáveis
que fazemos? não derivam das nossas pelas ações que resultam pelas açoes cuja causa
decisões. Não somos os das deliberações da nossa são estados internos –
nossos principais autores. vontade. crenças e desejos – do
agente.
 Determinismo e Liberdade
Incompatibilismo ou Libertarismo Compatibilismo ou
determinismo radical Determinismo
moderado
O livre-arbítrio As escolhas Leis causais
é incompatível humanas não são regem o
com a determinadas mundo; a ação
conceção de nem aleatórias. humana é livre:
um mundo regido determinada, mas
por leis causais. Resultam da não
deliberação constrangida.
racional
do Agente.
 Conclusões
 A principal motivação para a
discussão do problema do livre
arbítrio sempre foi a prática
quotidiana de atribuirmos
responsabilidade aos agentes
por aquilo que fazem.
 Acreditamos que se não formos
livres, também não podemos ser
responsabilizados.
 A dificuldade é que quer o
determinismo seja verdadeiro
quer seja falso a questão da
responsabilidade parece manter-
se sem uma solução clara.