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Lisbertismo
que analisamos encontramos sempre
essas causas.
A tese de que há livre-arbítrio defende que - Podemos não sentir ou não
temos capacidade para decidir sobre as reconhecer os efeitos provocados
nossas ações de modo pelos menos pelas causas anteriores e, mesmo
parcialmente livre. assim, estas existirem e determinarem
Para o libertismo, não há, ao nível das ações a nossa vontade (como as nossas
humanas, quaisquer cadeias predefinidas de crenças e desejos). Portanto, o
acontecimentos. Ao agir livremente, o agente argumento da experiência não prova a
autodetermina-se: age independentemente de existência de livre-arbítrio.
quaisquer causas anteriores. Essa
autodeterminação resulta dos nossos estados
mentais (crenças e desejos). O libertismo defende que o
O livre-arbítrio envolve a existência de determinismo é falso ainda que possa
possibilidades alternativas de ação ser verdadeiro no mundo físico. Os
(realizarmos uma certa ação, mas podíamos seres humanos têm livre-arbítrio
ter realizado outras). (capacidade para escolher, agir e
decidir e iniciar cadeias causais).
Determinismo Radical - Põe em causa a noção de
A tese no determinismo radical afirma que responsabilidade moral. Se não temos
todos os acontecimentos estão determinados. várias opções em aberto no momento
Diz ainda que os seres humanos estão de decisão, não podemos ser
sujeitos às mesmas leis que regem o responsabilizados por termos
funcionamento dos fenómenos físicos. Assim, escolhido uma única coisa.Todavia,
tudo é resultado ou consequência necessária abdicar das noções de
de acontecimentos anteriores. responsabilidade, mérito e culpa pode
Para os deterministas radicais, o livre arbítrio trazer consequências sociais
não passa de uma ilusão pois qualquer ação desastrosas. Por esse motivo, os
é o efeito necessário e inevitável das causas críticos do determinismo julgam que
prévias determinadas e por isso, o agente só não devemos aceitar esta perspetiva.
podia ter feito o que fez, não tendo assim
possibilidades alternativas de ação.
Dado que as ações não são livres, os agentes Critério de distinção entre atos
não têm genuína responsabilidade (não são
realmente culpados pelo que fazem de mal e livres e atos não livres.
não têm mérito pelas boas ações). Mas
apesar de não existir genuína
Ambas as crenças, no determinismo e no
responsabilidade, as pessoas devem ser
livre-arbítrio usam o mesmo critério para
responsabilizadas, pois desse modo
distinguir atos livres de atos não livres e
promove-se as boas ações e dissuade-se as
ambas têm a mesma conceção do que é o
más.
livre-arbítrio. O critério baseia-se na
existência ou inexistência de uma causa.
Argumentos a favor do determinismo radical:
Se existir uma causa, o ato não é livre.
- A ciência é determinista. Sem ela não
Se não existir uma causa, o ato é livre.
podemos compreender
adequadamente o mundo. Este apoia
as ideias deterministas, de que tudo Ato livre Ato não livre
obedece a relações causais. Por isso,
Ato não causado Ato causado
para um determinista radical, negar o
determinismo, é contrariar a ciência, e
é uma atitude pouco racional.
- O livre-arbítrio e a liberdade são O Determinismo radical e o libertismo
ilusões. Não podemos ignorar as estão de acordo numa coisa: o
causas que determinam os nossos determinismo e o livre-arbítrio são
desejos e crenças. incompatíveis, ou seja, se uma ação
humana tiver causas anteriores, então não
será livre.
Objeções ao determinismo radical:
- Sem o livre-arbítrio, a vida não teria Ambas as crenças definem o livre arbítrio
sentido, porque seríamos como robôs, como a autodeterminação do agente que
programados para fazer o que dá início a uma cadeia causal e que lhe
fazemos. torna possível escolher sem a presença de
uma causa. Mas o determinista diz que
esta autodeterminação é ilusão.
resolve o problema, pois os
incompatibilistas não duvidam de que