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Definição

O libertismo é uma teoria sobre o problema do livre-arbítrio que defende que os seres
humanos são livres, que é, portanto, considerar que as pessoas são moralmente responsáveis
pelas suas ações, defende que podemos controlar as nossas ações e que, em pelo menos
algumas ocasiões, podemos escolher agir de uma forma diferente da forma que de fato
agimos. O desafio do libertismo é tentar mostrar, que, ao contrário do que acredita o
determinismo, não somos determinados.
O que defendem os libertistas?
Eles defendem que o ser humano tem a inteira liberdade de tomar todas as suas decisões, com
base no livre-arbítrio.
Tal como o determinismo radical o libertismo considera que o determinismo e o livre-arbítrio
são incompatíveis. Se uma ação humana tem causas anteriores e está submetida às leis da
natureza, não é uma ação livre. Este é um ponto em comum entre as duas teses, mas há
divergência quanto à existência ou não de livre-arbítrio.
O determinismo radical considera que não existe (pois tudo está determinado).
O libertismo considera que existe (pois nem tudo está determinado).
A perspetiva libertista é dualista, uma vez que concebe o ser humano como sendo constituído
por duas substâncias: corpo e alma.
Causalidade do agente
Uma das forma que o libertismo encontra de mostrar que os seres humanos não são
determinados por uma sequência de causas é considerar que existem dois tipos de seres
na natureza. Em primeiro lugar, existem objetos como pedras, carros, planetas, plantas
etc. esses objetos estão sujeitos à lei de causa e efeito e, portanto, são determinados por
causas, por outro lado, existem seres que não são determinados por causas. Os seres
humanos podem ser considerados dessa natureza. São agentes autodeterminados, ou seja,
pelo menos algumas de suas ações estão sob seu total controle e não são causadas por
nada que não seja sua livre vontade.
Ações livres
Para o libertismo, existem ações que não são determinadas por causas anteriores as escolhas
do agente – e por isso são ações livres. A existência de possibilidades alternativas de ação é
essencial para podermos dizer que agimos livremente: isso só acontece se escolhermos uma
coisa, mas podíamos ter escolhido outras, realizamos uma ação, mas podíamos ter realizado
outras. Para o libertismo, essa é uma característica fundamental da vida humana: o futuro
está em aberto, há uma pluralidade de caminhos.
Argumento de Experiência
Uma possibilidade de defender a existência de livre-arbítrio é alegar que temos experiência do
livre-arbítrio e, portanto, este existe. Mas que experiência é essa?
Temos experiência do livre-arbítrio quando não sentimos qualquer constrangimento para fazer
uma escolha. Esta é uma experiência oposta à da falta de liberdade, que sentimos quando
somos forçados a fazer algo e não o conseguimos evitar por muito que tentemos. Para o
libertismo, uma vez que o sentimento de livre-arbítrio é muito frequente e generalizado, seria
implausível que essas experiências não fossem verídicas. Assim, é muito provável que algumas
das nossas ações sejam livres.
Argumento de Responsabilidade
Se não houver livre-arbítrio é difícil entender como pode existir responsabilidade.
Se o livre-arbítrio não existir, as pessoas não são verdadeiramente as autoras das suas ações,
isto é, farão coisas inevitáveis. A ser assim, Adolfo Hitler não seria culpado pelo Holocausto – o
que é muito implausível ou por exemplo: suponhamos que um ladrão decide roubar um banco
e que ninguém o forçou a fazê-lo.
Para serem consistentes, os libertistas têm de dizer que só temos justificação para considerar o
ladrão moralmente responsável pela sua ação se ela não foi causada, nem mesmo pelos seus
próprios motivos, desejos ou objetivos.
Jean-Paul Sartre
Jean Paul-Sartre, filósofo argumenta que a liberdade é possível pois "a existência precede a
essência": o Homem nada é senão aquilo que faz, como se constrói a si mesmo e ao mundo.
Sartre não nega que os seres humanos nasçam num determinado contexto histórico, político,
social, cultural e que tenham um corpo que obedece a condicionantes químicas. físicas e
biológicas. Contudo, para Sartre nenhuma destas condicionantes define as escolhas que vamos
fazer e o tipo de pessoas que seremos em função dessas escolhas.
Sartre não se intitulava libertista nem recorria à terminologia usada pelos defensores do
libertismo. Porém, as suas ideias podem ser enquadradas nesta perspetiva filosófica.
Objeções:
Da aleatoriedade e da ilusão
Não há ações sem causa. Os defensores desta objeção consideram que a ideia libertista de
ações sem causas anteriores à decisão do agente é implausível e anticientífica.
Alegam que em qualquer ação encontramos sempre causas anteriores e que qualquer decisão
tem ela próprias causas anteriores.
Por isso, os defensores desta objeção consideram que o argumento libertista da experiência
não prova a existência de livre-arbítrio. Mesmo que isto seja verdadeiro não prova que temos
de facto livre-arbítrio, porque muitas sensações são enganadoras. Assim, o simples facto de
nos sentirmos livres não é razão suficiente para acreditarmos que somos realmente livres. Não
nos sentimos livres quando escolhemos fazer isto em vez de aquilo? Sim, claro. Mas não no
sentido relevante de independente de causas, porque não se pode sentir uma causa! Portanto,
também não se pode sentir a ausência de causa.
Podemos escolher livremente os nossos desejos e motivos?
Confrontados com objeções deste tipo, alguns libertistas admitem que aquilo que queremos é
influenciado pelos nossos desejos e motivos, mas defendem que podemos escolher livremente
os nossos motivos, pelo menos, decidir com base em quais agir.
Mas será isto correto? Em primeiro lugar, como mostrámos, todas as provas parecem
indicar que os nossos desejos e motivos são tão causados como tudo o resto. E, em segundo
lugar, se fôssemos realmente livres para escolher coisas como desejos, não haveria nenhuma
razão para escolhermos um desejo em vez de outro.

Podemos nós escolher resistir aos nossos desejos e motivos?


Confrontados com objeções deste tipo, alguns libertistas admitem que aquilo que queremos é
influenciado pelos nossos desejos e motivos e que não os podemos escolher
independentemente dos que já temos. Mas argumentam que podemos escolher
livremente resistir a agir com base nos nossos motivos e desejos imorais empregando a
nossa força de vontade e, portanto, somos moralmente responsáveis pelas ações realizadas
para satisfazer esses desejos. Estamos presos à conclusão de que as nossas escolhas e ações
têm de derivar dos nossos desejos e motivos ou, mais exatamente, do nosso carácter. É óbvio
que podemos escolher livrarmo-nos de um desejo particular, ou intensificá-lo, mas apenas
baseados noutros desejos e motivos que tenhamos. De outro modo, fazê-lo não teria qualquer
ligação com quem somos e certamente que não teríamos responsabilidade por o ter feito.
Parece, então, que o libertismo não é satisfatório.
Para concluir:
 O livre-arbítrio é incompatível com o determinismo;
 Temos livre-arbítrio e, por conseguinte:
 Nem tudo está determinado

Bibliografia
 https://criticanarede.com/hkahanelivre-arbitriodeterminismo.html
 https://filosofar.blogs.sapo.pt/tag/libertismo
 http://filosofarliberta.blogspot.com/2017/01/o-libertismo.html
 https://filosofianaescola.com/metafisica/libertismo/

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