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1.

(Uema 2021) Tradicionalmente, costuma-se definir conhecimento como o modo pelo qual o
sujeito se apropria do objeto pelos sentidos e pela razão. E para compreender o mundo, a
razão vai além das informações concretas e imediatas dos sentidos.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à
filosofia. São Paulo: Moderna, 2013,

Sentidos e razão se apoderam dos objetos, respectivamente, por


a) intuição e imagens.
b) imagens e conceitos.
c) imaginação e experiências.
d) experiências e imagens.
e) opinião e intuição.

2. (Ufpr 2021) Na introdução ao Ensaio sobre o entendimento humano, John Locke declara
que nessa obra ele pretende investigar “a origem, a certeza e a extensão do conhecimento
humano, juntamente com as bases e graus da crença, opinião e assentimento”.
(LOCKE, John. Coleção Os Pensadores. Vol. XVIII. São Paulo: Victor Civita, 1973. p. 145.)

Com base nessa citação e na obra de que foi retirada, é correto afirmar que essa investigação:
a) levará o entendimento a ter certeza sobre seus conteúdos.
b) levará o entendimento a estender os seus limites.
c) requer o exame dos processos físicos pelos quais o entendimento recebe suas ideias.
d) requer o abandono das opiniões recebidas.
e) busca critérios de verdade.

3. (Uece 2020) Observe as seguintes citações, que refletem posições divergentes, colocadas
por empiristas e racionalistas, sobre o método que deveria ser usado para o estabelecimento
do correto processo de conhecimento da realidade:

“Primeiramente, considero haver em nós certas noções primitivas, as quais são como originais,
sob cujo padrão formamos todos os nossos outros conhecimentos”.
DESCARTES, R. Carta a Elisabeth. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Col. Os Pensadores.

“De onde a mente apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo
numa palavra, da experiência. Todo o conhecimento está nela fundado, e dela deriva
fundamentalmente o próprio conhecimento”.
LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Col. Os
pensadores.

Considerando o que propunham o empirismo e o racionalismo, atente para o que se afirma a


seguir e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

( ) O racionalismo é a forma de compreensão do conhecimento que prioriza a razão e


recorre à indução como método de análise.
( ) O empirismo, ao contrário do racionalismo, parte da experiência para a construção de
afirmações gerais a respeito da realidade.
( ) Para o racionalismo, sobretudo o cartesiano, a verdade deveria ser buscada fora dos
sentidos, visto que eles são enganosos e podem nos equivocar em qualquer experiência
de percepção.
( ) O empirismo, vertente de compreensão da qual Locke fazia parte, aproxima-se do modelo
científico cartesiano, ao negar a existência de ideias inatas.

A sequência correta, de cima para baixo, é:


a) V, F, V, F.
b) V, V, F, V.

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c) F, F, F, V.
d) F, V, V, F.

4. (Uece 2020) Atente para a seguinte citação que, em parte, reflete a concepção hobbesiana
sobre a origem do ordenamento social:

“Devemos, portanto, concluir que a origem de todas as grandes e duradouras sociedades não
provém da boa vontade recíproca que os homens tivessem uns para com os outros, mas do
medo recíproco que uns tinham dos outros”.
Hobbes. Thomas. Do cidadão. São Paulo: Martins Fontes, 1992. P.32.

Com base na citação acima e atentando para a compreensão que possuía Thomas Hobbes a
respeito da origem da sociedade, é correto afirmar que
a) Hobbes, em concordância com os pensadores da antiguidade grega, entendia a
sociabilidade como da natureza humana, boa em sua origem, mas tornada má pela
corrupção dos valores.
b) Hobbes, diferente de Locke, não aceitava a distinção entre estado de natureza e estado civil.
Para ele, os indivíduos eram obrigados a se submeter a um soberano e, assim, tornavam-se
cidadãos.
c) Hobbes, da mesma maneira que seus contemporâneos, entendia que o estado de guerra de
todos contra todos era determinado pelo absolutismo, pela soberania absoluta que deveria
ser combatida.
d) Hobbes defendia que a rivalidade de cada um com cada um era a condição natural da
humanidade. Uma nova arte política baseada na renúncia de direito natural e no medo de
punição foi a solução.

5. (Uece 2020) Leia com atenção a seguinte passagem da obra de Immanuel Kant:

“O idealismo consiste na afirmação de que não existe outro ser senão o pensante; as demais
coisas seriam apenas representações nos seres pensantes, às quais não corresponderia
nenhum objeto. Eu afirmo, ao contrário: são-nos dadas coisas como objetos de nossos
sentidos, existentes fora de nós, só que nada sabemos do que eles possam ser em si mesmos,
conhecemos apenas as representações que produzem em nós ao afetarem nossos sentidos”.

Kant. Immanuel. Prolegómenos a toda a metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1987. p.68.

Estabelecer as condições de possibilidade do conhecimento foi um dos principais desafios ao


qual Kant se propôs a partir de sua filosofia transcendental. Sobre esta filosofia, é correto
afirmar que
a) buscou superar a oposição empirismo/ racionalismo propondo a existência de estruturas a
priori de conhecimento, sem as quais não é possível nenhuma experiência de nenhum
objeto.
b) ocupou-se em consolidar a visão racionalista de tradição cartesiana ao criticar as
concepções empiristas de Locke e Hume, segundo as quais sentidos e experiência são a
base do conhecimento.
c) procurou ultrapassar completamente tanto o racionalismo, como o empirismo, através de seu
criticismo, cuja abordagem da realidade nem é sensível, nem empírica, mas puramente
metafísica.
d) foi muito influenciada pela filosofia hegeliana em sua percepção dialética da realidade: sua
postulação da oposição númeno/fenômeno expressa tal influência.

6. (Enem 2020) Adão, ainda que supuséssemos que suas faculdades racionais fossem
inteiramente perfeitas desde o início, não poderia ter inferido da fluidez e transparência da
água que ela o sufocaria, nem da luminosidade e calor do fogo que este poderia consumi-lo.
Nenhum objeto jamais revela, pelas qualidades que aparecem aos sentidos, nem as causas
que o produziram, nem os efeitos que dele provirão; e tampouco nossa razão é capaz de
extrair, sem auxílio da experiência, qualquer conclusão referente à existência efetiva de coisas
ou questões de fato.

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HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Unesp 2003.

Segundo o autor, qual é a origem do conhecimento humano?


a) A potência inata da mente.
b) A revelação da inspiração divina.
c) O estudo das tradições filosóficas.
d) A vivência dos fenômenos do mundo.
e) O desenvolvimento do raciocínio abstrato.

7. (Ueg 2019) John Locke afirmou que a mente é como uma folha em branco na qual a cultura
escreve seu texto e Descartes demonstrava desconfiança em relação aos sentidos como fonte
de conhecimento. A respeito desses dois filósofos, verifica-se o seguinte:
a) Locke é um representante do racionalismo e Descartes é um representante do empirismo.
b) Locke é um representante do empirismo e Descartes é um representante do racionalismo.
c) Descartes e Locke possuíam a mesma concepção, pois ambos eram críticos do iluminismo.
d) Descartes é um representante do teologismo e Locke é um representante do culturalismo.
e) Descartes é um representante do materialismo e Locke é um representante do idealismo.

8. (Ufu 2019) Quando olhamos em torno de nós na direção dos objetos externos e
consideramos a ação das causas, não somos jamais capazes, a partir de um único caso, de
descobrir algum poder ou conexão necessária, alguma qualidade que ligue o efeito à causa e
torne um a consequência infalível do outro como, por exemplo, o impulso de uma bola de bilhar
é acompanhado pelo movimento da segunda. Eis tudo o que se manifesta aos sentidos
externos.

HUME, David. Investigação acerca do entendimento humano. In: Os Pensadores. Tradução:


AIEX, A. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 76.

Considerando-se o excerto acima, segundo Hume, o que permite que o entendimento humano
seja alcançado é a suposição de que as causas e os efeitos dos acontecimentos sejam
conhecidos.

Nesse sentido, é correto afirmar que esse conhecimento é consequência


a) da razão.
b) da causa.
c) do efeito.
d) do hábito.

9. (Uece 2019) Johannes Hessen afirma, sobre o empirismo e o racionalismo na modernidade,


que “quem enxerga no pensamento humano, na razão, o único fundamento do conhecimento,
está convencido da independência e especificidade psicológica do processo de pensamento.
Por outro lado, quem fundamenta todo conhecimento na experiência negará independência,
mesmo sob o aspecto psicológico, ao pensamento”.

HESSEN, J. Teoria do conhecimento. Trad. João Vergílio Gallerani Cuter. São Paulo: Martins
Fontes, 2012, p. 48.

Relacione empirismo e racionalismo à descrição apresentada por Hessen e assinale a


afirmação verdadeira.
a) Racionalista é quem entende que o conhecimento depende psicologicamente de fatos extra
mentais.
b) Empiristas fundamentam todo seu conhecimento na capacidade da razão humana.
c) Empirista baseia o conhecimento na experiência e o racionalista entende que a razão é o
fundamento do conhecimento.
d) Racionalista baseia o conhecimento na experiência e o empirista entende que a razão é o
fundamento do conhecimento.

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10. (Enem PPL 2018) Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais
complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se resolvem em ideias simples que
são cópias de uma sensação ou sentimento anterior. Mesmo as ideias que, à primeira vista,
parecem mais afastadas dessa origem mostram, a um exame mais atento, ser derivadas dela.

HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

Depreende-se deste excerto da obra de Hume que o conhecimento tem a sua gênese na
a) convicção inata.
b) dimensão apriorística.
c) elaboração do intelecto.
d) percepção dos sentidos.
e) realidade transcendental.

11. (Unesp 2018) Posto que as qualidades que impressionam nossos sentidos estão nas
próprias coisas, é claro que as ideias produzidas na mente entram pelos sentidos. O
entendimento não tem o poder de inventar ou formar uma única ideia simples na mente que
não tenha sido recebida pelos sentidos. Gostaria que alguém tentasse imaginar um gosto que
jamais impressionou seu paladar, ou tentasse formar a ideia de um aroma que nunca cheirou.
Quando puder fazer isso, concluirei também que um cego tem ideias das cores, e um surdo,
noções reais dos diversos sons.

(John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado.)

De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se


a) da reminiscência de ideias originalmente transcendentes.
b) da combinação de ideias metafísicas e empíricas.
c) de categorias a priori existentes na mente humana.
d) da experiência com os objetos reais e empíricos.
e) de uma relação dialética do espírito humano com o mundo.

12. (Unioeste 2018) O filósofo alemão Immanuel Kant formulou, na Crítica da Razão Pura,
uma divisão do conhecimento e acesso da razão aos fenômenos. Fenômenos não são coisas;
eles nomeiam aquilo que podemos conhecer das coisas, através das formas da sensibilidade
(Espaço e Tempo) e das categorias do entendimento (tais como Substância, Relação,
Necessidade etc.). Assim, Kant afirma que o conhecimento humano é finito (limitado por suas
formas e categorias). Como poderia haver, então, algum conhecimento universalmente válido?
Ele afirma que tal conhecimento se formula num “juízo sintético a priori”. Juízos são
afirmações; o adjetivo “sintéticos” significa que essas afirmações reúnem conceitos diferentes;
“a priori”, por sua vez, indica aquilo que é obtido sem acesso à experiência dos fenômenos,
antes deles e para que os fenômenos possam ser reunidos em um conhecimento que tenha
unidade e sentido.

Com base nisso, indique a alternativa CORRETA.


a) Para Kant, o conhecimento humano é diretamente dado pela experiência das coisas,
acessíveis pelos sentidos (visão, audição, etc.).
b) Juízos sintéticos a priori são afirmações de conhecimento cuja natureza é particular e que se
altera caso a caso.
c) Se a Metafísica é o conhecimento da essência das coisas elas mesmas, Kant é, na Crítica
da Razão Pura, um defensor da Metafísica, e não um defensor da finitude do conhecimento.
d) Para Kant, Espaço e Tempo são categorias do entendimento mediante as quais
conhecemos os fenômenos.
e) Juízos sintéticos a priori permitem organizar o conhecimento, dando a ele validade universal
e unicidade.

13. (Ufu 2018) De acordo com o pensamento do filósofo Immanuel Kant (1724-1804), os juízos
a priori são todos analíticos e os juízos a posteriori são todos sintéticos.

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Assinale a alternativa que define corretamente as noções de juízo analítico e juízo sintético.
a) O juízo analítico é uma proposição que não pode ser pensada sem ser simultaneamente
acompanhada de sua necessidade, já o juízo sintético não é uma proposição necessária.
b) No juízo analítico, o sujeito está contido no conceito do predicado, mas, no juízo sintético, o
predicado advém da experiência.
c) No juízo analítico, o predicado pertence ao sujeito como algo que está contido nele, já no
juízo sintético, o predicado está totalmente fora do conceito do sujeito.
d) O juízo analítico é uma proposição necessária, já no juízo sintético, o predicado vai além do
conceito do sujeito, acrescentando algo a esse.

14. (Ufpr 2019) Em um texto chamado “Resposta à questão: o que é esclarecimento?”, Kant
afirma que o “esclarecimento é a saída do homem da menoridade”. Afirma também que a
“menoridade é a incapacidade de servir-se do próprio entendimento sem direção alheia” e que
“o homem é o culpado por esta incapacidade, quando sua causa resulta na falta, não do
entendimento, mas de resolução e coragem para fazer uso dele sem a direção de outra
pessoa”.

(KANT, Resposta à questão: O que é esclarecimento? In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.;
FANTIN, M. E. (Org.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 407.)

Por sua vez, Foucault afirma: “Houve, durante a época clássica, uma descoberta do corpo
como objeto e alvo do poder. Encontraríamos facilmente sinais dessa grande atenção dedicada
então ao corpo – ao corpo que se manipula, se modela, se treina, que obedece, responde, se
torna hábil ou cujas forças se multiplicam [...]”, referindo-se a um corpo (homem) que se torna
ao mesmo tempo analisável e manipulável.

(FOUCAULT, Michel. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Trad. Ligia M.
Pondé Vassalo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1987, p. 125.).

Com base nos dois textos e no pensamento desses filósofos, considere as afirmativas abaixo:

1. O Esclarecimento seria uma espécie de menoridade intelectual e corresponderia à afirmação


da religião como ponto de partida para o homem tomar suas principais decisões.
2. Enquanto Kant se preocupa em avaliar o quanto os indivíduos são responsáveis por se
deixarem dirigir por outros, Foucault trata de mostrar os modos como a sociedade torna o
homem manipulável.
3. Tanto Kant quanto Foucault se questionam pelo nível de autonomia do homem, ambos,
porém, a partir de abordagens diferentes e chegando a conclusões diferentes.
4. Fica claro no texto de Foucault que a idade clássica favorece o autoconhecimento e a
autonomia de pensamento.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

15. (Enem 2019) TEXTO I


Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado
sobre mim e a lei moral em mim.
KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, s/d (adaptado).

TEXTO II
Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu dentro de mim.

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FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015.

A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do pensamento kantiano:
a) Possibilidade da liberdade e obrigação da ação.
b) A prioridade do juízo e importância da natureza.
c) Necessidade da boa vontade e crítica da metafísica.
d) Prescindibilidade do empírico e autoridade da razão.
e) Interioridade da norma e fenomenalidade do mundo.

16. (Uel 2021) Contra o obscurantismo, o Iluminismo/Esclarecimento sustentou que a


ignorância não é uma virtude e que a obediência cega à autoridade é incompatível com nossa
natureza racional. A esse respeito, Immanuel Kant foi taxativo:

“Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento
[«Aufklärung»]”.
KANT, Immanuel. Resposta à pergunta Que é “Esclarecimento”? (Aufklärung) Trad. Floriano de
Souza Fernandes, 2 ed. Petrópolis, Editora Vozes, 1985. p. 100.

A defesa dos benefícios civilizatórios da liberdade do pensamento, da laicidade do Estado e de


uma educação pautada nos valores republicanos extensível aos cidadãos como obrigação do
Estado é outro princípio iluminista ainda bastante atual.

Com base nos conhecimentos sobre o Iluminismo/Esclarecimento, atribua V (verdadeiro) ou F


(falso) às afirmativas a seguir.

( ) Instituiu a crença no progresso da humanidade, expressa na confiança de que o exercício,


tanto individual quanto coletivo, da razão faria a humanidade alcançar um estágio de
maior realização das potencialidades humanas.
( ) Consistiu na substituição da autoridade do clero e da nobreza pela autoridade da
Filosofia, tendo em vista que a Filosofia, amparada numa tradição reflexiva milenar,
possui condições mais objetivas de criar consensos para a ação.
( ) Baseou-se na ascensão econômica das camadas populares antes da Revolução
Francesa, as quais consideravam o enriquecimento econômico como substituto da
salvação religiosa.
( ) Manifestou o princípio da liberdade na forma republicana de governo por meio da
finalidade desta em representar os interesses particulares e os negócios privados da
nascente classe trabalhadora do século XVIII.
( ) Possibilitou o questionamento da autoridade divina do rei, buscando justificar o poder
pelos meios racionais ao aplicar essas concepções no seu exercício.

Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.


a) V, V, F, F, V.
b) V, F, V, V, F.
c) V, F, F, F, V.
d) F, V, F, V, V.
e) F, V, V, F, F.

17. (Uema 2021) O século XVIII da história humana foi marcado por grandes revoluções, entre
elas a francesa. Foi um século de muitas dúvidas e novas conquistas para o conhecimento
humano. Nesse período, duas correntes de pensamento sobre o conhecimento, denominadas
racionalismo e empirismo, se colocavam como detentoras da verdade sobre o conhecimento, o
que levou os pensadores a refletirem sobre o problema.

Essa teoria do século XVIII que juntou racionalismo e empirismo é conhecida como
a) Ceticismo.
b) Dogmatismo.
c) Idealismo.
d) Criticismo.

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e) Iluminismo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


“As maiores descobertas/invenções da humanidade”

Um dos aspectos que diferenciam os humanos de outros seres vivos é a capacidade


de lidar com situações de maneira inteligente, criando meios para solucionar problemas ou
para, simplesmente, compreender melhor o Universo. A busca pela inovação/descoberta levou
muitos homens e mulheres a desenvolverem ferramentas, materiais e tecnologias tão bem-
sucedidas que mudaram completamente a forma de as pessoas viverem e verem o mundo.

Nesse sentido, a(s) questão(ões) abordarão o eixo temático “As maiores


descobertas/invenções da humanidade”.

18. (Ucs 2021) Para Chaui, a descoberta da Filosofia ocorreu “quando alguns gregos,
admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes
dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas, demonstrando que o mundo
e os seres humanos, os acontecimentos e as coisas da natureza, os acontecimentos e as
ações humanas podem ser conhecidos pela razão humana, e que a própria razão é capaz de
conhecer-se a si mesma”.

Fonte: CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000. Disponível em:
https://home.ufam.edu.br/andersonlfc/Economia_Etica/
Convite%20%20Filosofia%20-%20Marilena%20Chaui.pdf. Acesso em: 27 mar. 2021. (Parcial e
adaptado.)

Colocando a razão no centro de suas análises, Immanuel Kant pressupôs que era necessário
saber o que ela é, o que ela pode ou não conhecer, quais são seus limites e suas relações com
a experiência, entre outros. Para além de conhecer o mundo e as coisas que existem nele, seja
pela razão ou pela experiência, o filósofo queria conhecer a própria razão.

Sobre a filosofia de Kant, é correto afirmar que


a) a estrutura da razão é, do ponto de vista do conhecimento, posterior à experiência, ou seja,
é uma estrutura que depende da experiência.
b) os conteúdos que a razão conhece e nos quais ela pensa, dependem da experiência, sem a
qual a razão seria sempre vazia, inoperante.
c) a razão, que é gerada pela experiência, fornece a matéria (o conteúdo) do conhecimento
para o sujeito.
d) um ser existe em si mesmo, ou seja, um objeto a ser conhecido pela razão existe
independente de alguém conhecê-lo.
e) os conteúdos do conhecimento são inatos e a estrutura da razão é adquirida pela
experiência.

19. (Unesp 2021) Texto 1

Nos últimos tempos, reservou-se (e, com isso, popularizou- se) o termo fake news para
designar os relatos pretensamente factuais que inventam ou alteram os fatos que narram e que
são disseminados, em larga escala, nas mídias sociais, por pessoas interessadas nos efeitos
que eles poderiam produzir.
(Wilson S. Gomes e Tatiana Dourado. “Fake news, um fenômeno de comunicação política
entre jornalismo, política e democracia”. Estudos em Jornalismo e Mídia, nº 2, vol. 16, 2019.)

Texto 2

As vacinas foram os principais alvos de fake news entre todas as publicações monitoradas pelo
Ministério da Saúde em 2018. Cerca de 90% dos focos de mentiras identificados pelo órgão
tinham como alvo a vacinação. Reconhecido internacionalmente, o programa de imunização

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brasileiro viu doenças como sarampo e poliomielite voltarem a ameaçar o país em 2018 após
os índices de cobertura vacinal caírem em 2017.

(Fabiana Cambricoli. “Ministério da Saúde identifica 185 focos de fake news e reforça
campanhas”. https://saude.estadao.com.br, 20.09.2018. Adaptado.)

Os textos tratam de uma prática que é contrária ao princípio da fundamentação racional


sustentado por Descartes, que propôs a
a) busca por um conhecimento seguro proveniente do ato de duvidar.
b) construção da compreensão a partir da lógica dialética.
c) eliminação da subjetividade na produção do conhecimento.
d) fundamentação das certezas a partir da experiência sensível.
e) percepção da realidade por meio da associação entre fé e razão.

20. (Unesp 2021) Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo, que não havia nenhum
céu, nenhuma terra, espíritos alguns, nem corpos alguns; me persuadi também, portanto, de
que eu não existia? Certamente não, eu existia, sem dúvida, se é que eu me persuadi ou,
apenas, pensei alguma coisa. Mas há algum, não sei qual, enganador mui poderoso e mui
ardiloso que emprega toda a sua indústria em enganar-me sempre. Não há pois dúvida alguma
de que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que
eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa. De sorte que, após ter pensado bastante
nisto e de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por
constante que esta proposição, penso, logo sou, é necessariamente verdadeira, todas as vezes
que a enuncio […].

(René Descartes. Meditações, 1973.)

Segundo o texto, um dos pontos iniciais do método de Descartes que o levou ao cogito
(“penso, logo sou”) foi
a) a análise das partes.
b) a síntese das partes analisadas.
c) o prevalecimento da alma sobre o raciocínio.
d) o reconhecimento de um Deus enganador.
e) a arte da persuasão grega.

21. (Uem 2021) A teoria do conhecimento, uma das disciplinas mais importantes da filosofia,
passa por uma mudança paradigmática na modernidade ao inverter a relação entre o sujeito de
conhecimento e a realidade do mundo. Com essa inversão, atribui ao sujeito uma função
central na elaboração dos conhecimentos, no que se refere tanto à adoção de um método
confiável quanto à investigação da origem, da natureza, da extensão e do limite do
conhecimento humano. Nesse contexto surgem concepções filosóficas como o racionalismo, o
empirismo e a filosofia crítica. Sobre a teoria do conhecimento, assinale o que for correto.
01) De acordo com René Descartes, a intuição primeira é a concepção de ideias inatas, claras
e distintas, inerentes à nossa capacidade de pensar, e constituem o fundamento para todos
os conhecimentos.
02) O empirismo moderno é uma corrente filosófica que se baseia na crença de que todo nosso
conhecimento tem origem na experiência, por meio das impressões dos sentidos como
fonte de conhecimento.
04) Immanuel Kant afirma que os fenômenos são representações a priori da razão e dados a
nós mediante a intuição intelectual; constituem o único material para a elaboração de todos
os nossos conhecimentos, seja a priori seja a posteriori.
08) Para David Hume, o princípio da causalidade é de origem metafísica e transcendente,
razão pela qual é um princípio universal e necessário que explica a origem de todas as
ideias como efeitos em nossa mente, afetada pelos objetos como causas situadas no
espaço e no tempo.
16) O racionalismo moderno tem como uma de suas características mais importantes a
confiança na razão como fonte e critério de conhecimento, e considera a matemática o
modelo perfeito de ciência cujos conhecimentos são claros e distintos, ou seja, evidentes.

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22. (Uem 2020) Na obra Discurso do método, René Descartes, filósofo francês do século XVII,
propõe quatro regras que esclarecem a forma como a liberdade do arbítrio deve ser
disciplinada segundo a razão, a fim de se aplicar na tarefa de separar os juízos verdadeiros
dos juízos falsos, e, com isso, realizar o projeto do conhecimento humano a partir de
fundamentos sólidos.

De acordo com o pensamento de Descartes, assinale o que for correto.


01) Uma das quatro regras do método cartesiano afirma que só se deve aceitar alguma coisa
como verdadeira se não houver causa para dela duvidar.
02) A filosofia de Descartes é uma forma de ceticismo, porque propõe suspender o juízo sobre
a existência do mundo exterior.
04) O método cartesiano pressupõe que todo problema verdadeiro tem uma solução, porque,
sendo o mundo racional, deve ser sempre possível descobrir as razões que nele se
encontram.
08) A quarta e última regra do método cartesiano estipula que se deve garantir a correta
aplicação das regras anteriores a um problema por meio da revisão exaustiva de todos os
passos de sua solução.
16) O uso disciplinado da razão exige que a construção do conhecimento comece com os
objetos mais complexos para decompô-los em seus elementos mais simples.

23. (Ufu 2020) René Descartes (1596-1650) pode ser considerado o pai da filosofia moderna,
pois, em vários aspectos, permitiu uma visão crítica da filosofia medieval, especialmente no
que se referia à possibilidade do conhecimento da natureza. Seu livro Discurso do método é
um marco para esse ponto de virada filosófica e coloca, em destaque, a importância da dúvida
metódica para a investigação científica.

Nesse sentido, essa dúvida cartesiana implicava


a) exercitar o método, obter e aceitar apenas ideias claras e distintas.
b) duvidar de tudo, exceto das verdades da fé cristã já estabelecidas.
c) aceitar os conceitos da filosofia tomista como verdades absolutas.
d) só aceitar como indubitáveis as certezas que vierem dos sentidos.

24. (Unioeste 2020) “Ao chegar a Londres, um francês encontrará tudo muito mudado em
filosofia, e também no resto. Deixou o mundo cheio, encontrou-o vazio. Em Paris, vê-se o
universo composto de turbilhões de matéria sutil, em Londres, não se vê nada disso. Entre nós,
a pressão da Lua causa o fluxo do mar; entre os ingleses, o mar gravita em direção à Lua (…)”
VOLTAIRE, Cartas Inglesas. Carta XIV: Descartes e Sir Isaac Newton.

Na décima quarta das Cartas inglesas, Voltaire identifica o atraso francês diante da supe-
rioridade inglesa não apenas no campo do conhecimento científico, mas com relação às
instituições que o produzem. Ao fim, Voltaire contrapõe o itinerário tortuoso de Descartes às
estáveis condições produtivas de Newton a fim de aquilatar duas grandes figuras da filosofia
natural na modernidade.

Assinale a alternativa que expressa CORRETAMENTE o contraste entre as filosofias naturais


de Descartes e de Newton.
a) A diferença entre a res cogitans cartesiana e a res extensa newtoniana.
b) A diferença entre a filosofia empirista de Descartes e o racionalismo apriorista da gravitação
de Newton.
c) A diferença entre a metafísica estritamente mecanicista da física cartesiana e a dinâmica
exposta na física newtoniana.
d) A diferença entre a vida na conturbada capital francesa e nos silenciosos arredores da
capital da Grã-Bretanha.
e) A diferença entre o regime das marés em países insulares e países continentais.

25. (Ufpr 2020) Nas primeiras linhas das Meditações Metafísicas, Descartes declara que
“recebera muitas falsas opiniões por verdadeiras” e que “aquilo que fundou sobre princípios
mal assegurados devia ser muito duvidoso e incerto”.

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(DESCARTES, R. Meditações Metafísicas, In: MARÇAL, J. CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E.
(org.) Antologia de textos filosóficos, Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 153.)

A fim de dar bom fundamento ao conhecimento científico, Descartes entende que é preciso:
a) confiar nas próprias opiniões.
b) certificar-se de que os outros pensam como nós.
c) seguir as opiniões dos mais sábios.
d) partir de princípios seguros e proceder com método.
e) aceitar que o conhecimento é duvidoso e incerto.

26. (Enem PPL 2020) Na primeira meditação, eu exponho as razões pelas quais nós podemos
duvidar de todas as coisas e, particularmente das coisas materiais, pelo menos enquanto não
tivermos outros fundamentos nas ciências além dos que tivemos até o presente. Na segunda
meditação, o espírito reconhece entretanto que é absolutamente impossível que ele mesmo, o
espírito, não exista.
DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).

O instrumento intelectual empregado por Descartes para analisar os seus próprios


pensamentos tem como objetivo
a) identificar um ponto de partida para a consolidação de um conhecimento seguro.
b) observar os eventos particulares para a formação de um entendimento universal.
c) analisar as necessidades humanas para a construção de um saber empírico.
d) estabelecer uma base cognitiva para assegurar a valorização da memória.
e) investigar totalidades estruturadas para dotá-las de significação.

27. (Uepg-pss 1 2020) Sobre o empirismo e o racionalismo, assinale o que for correto.
01) O racionalismo traz a razão humana como fundamento primordial na busca pelo
conhecimento.
02) O filósofo empirista John Locke afirmava que nada vem à mente humana sem que antes
tenha passado pelos sentidos.
04) O filósofo racionalista René Descartes expressa em suas ideias que o homem deve se
ancorar na evidência de sua razão.
08) Conforme o racionalismo, a razão humana se origina do conhecimento principiado em duas
operações: sensação e reflexão.

28. (Uem-pas 2020) Liberdade e determinismo são conceitos abordados por vários autores no
decorrer da história da filosofia. Para alguns filósofos, tanto as ações humanas quanto os
eventos da natureza são determinados por uma lei da causalidade necessária, que afirma que
tudo o que acontece não pode ser de outro modo, portanto não há liberdade. Para outros,
somente os eventos da natureza estão em conexão causal necessária, ao passo que as ações
humanas são determinadas pela liberdade.

Sobre liberdade e determinismo, assinale o que for correto.


01) Para Aristóteles (século IV a.C.), as ações humanas voluntárias são livres, pois a escolha
entre a virtude e o vício depende da vontade do indivíduo como um princípio de agir por si
mesmo.
02) Immanuel Kant (século XVIII) defende a tese de que as ações humanas morais são
motivadas unicamente pelos sentimentos inerentes à natureza humana e ao instinto, por
exemplo, o sentimento de piedade em relação ao próximo.
04) Segundo Espinosa (século XVII), o homem exerce sua liberdade à medida que reconhece
nos seus apetites e nos seus desejos o poder natural de autoconservação, o conatus, como
uma causalidade interna atribuída a Deus.
08) As ciências, como a física, a química e a biologia, procuram compreender e explicar a
natureza e os fenômenos naturais como determinados segundo leis causais necessárias;
por isso as ciências não podem reconhecer como causa desses fenômenos a liberdade.
16) Alguns filósofos contemporâneos, como Auguste Comte (século XIX), consideram a
liberdade humana mera ilusão e afirmam que tanto as ações humanas quanto os

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fenômenos da natureza são determinados pela causalidade da natureza, rigorosa e
necessária, portanto, como não livres.

29. (Ufpr 2019) Mas, logo em seguida, adverti que enquanto eu queria assim pensar que tudo
era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que
esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes
suposições dos céticos não seriam capazes de abalar, julguei que podia aceitá-la, sem
escrúpulo, como o primeiro princípio da Filosofia que procurava.

(DESCARTES. Discurso do método. Col. Os Pensadores. Trad. J. Guinsburg e Bento Prado


Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p. 46.)

O texto citado corresponde a uma das passagens mais marcantes da filosofia de Descartes,
um filósofo considerado por muitos intérpretes como o pai do racionalismo. Com base no texto
e na ideia geral de racionalismo, é correto afirmar:
a) O racionalismo tem como garantia de verdade a experiência.
b) Descartes é um filósofo empirista, visto que faz experiências de pensamento.
c) Descartes inaugura um tipo de busca pela verdade que se ampara no exercício.
d) A expressão “penso, logo existo” é uma das suposições dos céticos sobre o conhecimento.
e) Descartes não buscava um princípio seguro, pois duvidava de todas as coisas.

30. (Ufms 2019) Leia atentamente o texto a seguir:

“Neste ponto, o filósofo compreendeu que havia uma crença da qual ele não podia duvidar: a
crença na própria existência. Cada um de nós pensa ou diz: ‘Sou, existo’ – e, enquanto
pensamos ou dizemos isso, não podemos estar errados. Quando o filósofo tentou aplicar o
teste do gênio maligno a sua crença, percebeu que o gênio só podia levá-lo a acreditar que ele
existe se ele, o próprio filósofo, de fato existir – como ele poderia duvidar da própria existência,
se é preciso existir para ter dúvida?

O axioma ‘Eu sou, eu existo’ constitui a primeira certeza desse filósofo. Em sua obra anterior,
Discurso sobre o método, ele a apresentou como ‘Penso, logo existo’, mas abandonou a frase
ao escrever suas Meditações, pois o uso de ‘logo’ leva a afirmação a ser lida como premissa e
conclusão. O filósofo queria que o leitor – o ‘eu’ que medita – percebesse que, assim que
considero o fato de que existo, sei que isso é verdadeiro. Tal verdade é instantaneamente
apreendida. A percepção de que existo é uma intuição direta, não a conclusão de um
argumento.”

(Vários colaboradores. O livro da Filosofia. Tradução Douglas Kim. São Paulo: Globo, 2011. p.
120. Adaptado).

O texto desse enunciado exprime uma vertente do pensamento racionalista de um importante


filósofo ocidental. Assinale a alternativa correta que apresenta o filósofo racionalista autor das
reflexões apresentadas.
a) Nicolau Maquiavel.
b) São Tomás de Aquino.
c) René Descartes.
d) Voltaire.
e) Immanuel Kant.

31. (Ufsc 2019) No que se refere à obra Meditações Metafísicas de Descartes, é correto
afirmar que:
01) os sentidos corpóreos são enganadores e, portanto, não são confiáveis para a obtenção de
conhecimento.
02) só é possível distinguir o sono da vigília com o auxílio do gênio maligno.
04) não é possível adquirir conhecimento, portanto só nos resta aceitar o ceticismo.
08) Deus não existe, de modo que a melhor posição em filosofia é o ateísmo.
16) a dúvida metódica não se deve aplicar às verdades matemáticas.

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32) a expressão “eu sou, eu existo” é a primeira certeza da filosofia cartesiana.
64) Deus existe, e tal verdade pode ser provada pela ideia que temos de Deus como um ser
perfeito e pela constatação de que sua inexistência implicaria uma imperfeição.

32. (Enem 2019) TEXTO I


Considero apropriado deter-me algum tempo na contemplação deste Deus todo perfeito,
ponderar totalmente à vontade seus maravilhosos atributos, considerar, admirar e adorar a
incomparável beleza dessa imensa luz.
DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

TEXTO II
Qual será a forma mais razoável de entender como é o mundo? Existirá alguma boa razão para
acreditar que o mundo foi criado por uma divindade todo-poderosa? Não podemos dizer que a
crença em Deus é “apenas” uma questão de fé.
RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

Os textos abordam um questionamento da construção da modernidade que defende um


modelo
a) centrado na razão humana.
b) baseado na explicação mitológica.
c) fundamentado na ordenação imanentista.
d) focado na legitimação contratualista.
e) configurado na percepção etnocêntrica.

33. (Uel 2019) Leia o texto a seguir.

E se escrevo em francês, que é a língua de meu país, e não em latim, que é a de meus
preceptores, é porque espero que aqueles que se servem apenas de sua razão natural
inteiramente pura julgarão melhor minhas opiniões do que aqueles que não acreditam senão
nos livros dos antigos. E quanto aos que unem o bom senso ao estudo, os únicos que desejo
para meus juízes, não serão de modo algum, tenho certeza, tão parciais a favor do latim que
recusem ouvir minhas razões, porque as explico em língua vulgar.
DESCARTES, R. Discurso do Método. Trad. J. Guinsburg e Bento Prado Jr. São Paulo: Abril
Cultural, 1973. Coleção “Os pensadores”. p. 79.

Com base nos conhecimentos sobre Descartes e o surgimento da filosofia moderna, assinale a
alternativa correta.
a) A língua vulgar, o francês, expressa de modo mais adequado o espírito da modernidade por
estar livre dos preconceitos da língua dos doutos, o latim.
b) Redigir o Discurso do Método em francês teve propósito similar à tradução da bíblia para o
alemão feita por Lutero: facilitar o acesso à sacralidade do texto em língua vulgar.
c) O desencantamento do mundo, resultante da radical crítica cartesiana à tradição, teve como
consequência o abandono da referência à divindade.
d) As ideias expressas por Descartes em seu Discurso do Método refletem a postura
tipicamente moderna de ruptura total com o passado.
e) A razão natural inteiramente pura é um atributo inerente à natureza humana,
independentemente da tradição ou da cultura à qual o humano se vincula.

34. (Uece 2019) “[É] uma coisa bem notável que não haja homens [...] que não sejam capazes
de arranjar em conjunto diversas palavras e de compô-las num discurso pelo qual façam
entender seus pensamentos; [...] os homens que, tendo nascido surdos e mudos, são
desprovidos dos órgãos que servem aos outros para falar, [...] costumam inventar eles próprios
alguns sinais, pelos quais se fazem entender por quem, estando comumente com eles,
disponha de lazer para aprender a sua língua.”

DESCARTES, R. Discurso do método, V.

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A passagem acima informa sobre a relação entre pensamento e linguagem no racionalismo
moderno.

Sobre essa relação, pode-se afirmar corretamente que


a) a linguagem, quer seja sonora quer seja em sinais, tem a função de fazer o pensamento ser
entendido pelos outros.
b) a capacidade de produzir discursos, isto é, a linguagem, é o que permite aos homens ter
pensamentos.
c) o entendimento entre homens se dá através da linguagem, que, todavia, é anterior ao
pensamento.
d) o pensamento existe independentemente do discurso e, como ocorre entre surdos e mudos,
não precisa ser entendido.

35. (Uepg-pss 1 2019) Sobre o método cartesiano, assinale o que for correto.
01) René Descartes buscou encontrar um método que o levasse à verdade indubitável.
02) O método cartesiano está fundamentado na razão.
04) O método seguro baseia-se em quatro regras de raciocínio: da evidência, da análise, da
ordem e da enumeração.
08) A frase "cogito ergo sum" está se referindo à autoevidência como exercício do sujeito
pensante.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[B]

A separação entre razão e sentidos, conforme expressa na questão, remonta à disputa entre
empiristas e racionalistas, que durante muito tempo foi uma das mais árduas oposições da
história do pensamento filosófico. Os empiristas, priorizavam os sentidos, a exemplo da visão e
da percepção de imagens, como fontes do conhecimento; em oposição, os racionalistas
desconfiavam dos sentidos, das imagens captadas pelos olhos, dos sons captados pelos
ouvidos e da experiência, de maneira geral possibilitada pelos sentidos, em seu lugar
confiavam na razão e nos conceitos criados por ela.

Resposta da questão 2:
[E]

No Ensaio sobre o entendimento humano, Locke desenvolveu elementos fundamentais da


epistemologia empirista, ou seja, o filósofo refletiu sobre o conhecimento humano (sua origem,
sua extensão e suas certezas) e expôs tese na qual afirma que tudo o que sabemos é
adquirido através da experiência. Na obra, há a busca por critérios ou guias para a verdade, o
que, para Locke, é encontrado justamente na experiência.

Resposta da questão 3:
[D]

O racionalismo é a perspectiva epistemológica que reconhece a razão humana, inata aos


indivíduos, como o aspecto central no processo do conhecimento, haja vista que as
experiências sensíveis podem ser ilusórias, incorrendo em erros e afastando o homem do
conhecimento verdadeiro. Os racionalistas se baseiam no método dedutivo, a partir do qual um
conhecimento genérico possibilita a obtenção de um conhecimento específico. A partir dessas
considerações, o aluno deve considerar a primeira afirmação como incorreta, e a terceira
afirmação como correta.

A perspectiva empirista parte da consideração oposta, ou seja, a de que são as experiências


sensíveis a única fonte segura para chegar ao conhecimento verdadeiro, por meio do método
indutivo, que chega a conclusões gerais partindo de conhecimentos particulares. Essa
consideração permite que o aluno identifique a segunda afirmativa como correta.

A quarta afirmativa, por sua vez, deve ser identificada como incorreta, uma vez que a
epistemologia empirista nega o modelo científico cartesiano ao colocar as experiências
sensíveis como principal instrumento para a obtenção do conhecimento e que o racionalismo
cartesiano parte do pressuposto de que o sistema cognitivo humano é inato.

Resposta da questão 4:
[D]

Para Hobbes, a existência humana é marcada por desejos e interesses que tendem a conduzir
à rivalidade e à guerra. Assim, Hobbes não defendia a existência de uma sociabilidade natural
da humanidade, nem afirmava que a sociedade ou o soberano eram responsáveis pelas
guerras existentes. Em sentido oposto, é a política e a sua força de coação e punição que pode
conduzir à paz e à ordem social, pois ao se submeter ao Estado, as pessoas renunciam à
liberdade e à violência em função da segurança e da regulação dos conflitos que o soberano
deve garantir.

Resposta da questão 5:
[A]

Para pensadores empiristas, como Locke e Hume, o único conhecimento existente é aquele a
que se chega através da experiência. Já para os racionalistas, como Descartes, a capacidade

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de raciocinar é mais importante do que a experiência na produção de conhecimento. Diante
dessa oposição, Kant não buscou ultrapassar essas perspectivas, como afirma a alternativa
[C], nem se ocupou em consolidar o racionalismo em oposição ao empirismo, como afirma a
alternativa [B]. Kant argumentou que tanto os empiristas quanto os racionalistas estavam
parcialmente corretos e procurou superar a suposta oposição afirmando que tanto a razão
quanto a experiência são necessárias para compreender o mundo. A alternativa [D] inverte a
ordem de influência, na verdade, foi a filosofia hegeliana que sofreu influência do pensamento
de Kant.

Resposta da questão 6:
[D]

David Hume foi um filósofo cuja produção no campo da epistemologia se insere na perspectiva
do empirismo. Segundo essa perspectiva, a obtenção do conhecimento tem origem nas
experiências sensíveis, ou seja, na percepção empírica dos fenômenos. Assim, para Hume,
são as experiências que conduzem o processo do conhecimento para além das possíveis
distorções e ilusões que as impressões obtidas pelos sentidos podem gerar.

Resposta da questão 7:
[B]

John Locke, ao considerar que a cultura determina o processo racional do conhecimento,


sendo a mente humana uma “folha em branco” antes de qualquer experiência sensorial, se
classifica como um filósofo da corrente empirista. Já Descartes considera que os sentidos
podem ser falhos como fonte de conhecimento, uma vez que são ilusórios e falhos, induzindo
ao erro. Para ele, o conhecimento só pode ser alcançado através de um processo abstrato,
pois as estruturas cognitivas humanas seriam inatas à consciência. Assim, Descartes pertence
à corrente filosófica do racionalismo.

Resposta da questão 8:
[D]

O excerto presente no enunciado torna evidente a abordagem de David Hume, segundo a qual
o conhecimento é consequência do hábito. Para o filósofo, ao observar um padrão que se
repete (como o contínuo nascer do sol todas as manhãs), passamos a crer que esse mesmo
padrão continuará existindo no futuro (que amanhã o sol voltará a nascer), pois assumimos que
a natureza continuará se comportando de maneira uniforme. Ao dizer isso, Hume apresentou
uma forte crítica ao racionalismo, pois afirmou que não é a razão que leva uma pessoa ao crer
na repetição e sim o hábito, resultante de alguma experiência muitas vezes repetida (como a
de ver o sol nascer).

Resposta da questão 9:
[C]

Na filosofia empirista, a fonte de todo conhecimento humano são as experiências sensíveis. Já


segundo o racionalismo, os sentidos podem ser falhos como fonte de conhecimento, uma vez
que são ilusórios e falhos, induzindo ao erro. Nessa perspectiva, o conhecimento só pode ser
alcançado através de um processo abstrato e racional, pois as estruturas cognitivas humanas
seriam inatas à consciência.

Resposta da questão 10:


[D]

Para Hume, pensador empirista, o conhecimento humano tem origem na experiência sensível,
que pode ser dividida em impressões e ideias, sendo as impressões relativas aos sentidos
humanos, tais como olfato, tato e visão, e as ideias as representações mentais derivadas das
impressões sensíveis. Hume concebe, assim, as ideias como provenientes das impressões
sensíveis, de modo que as impressões seriam a causa das ideias, rejeitando, portanto, o

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inatismo. Com efeito, toda ideia corresponderia à uma impressão e seria uma “cópia” da
impressão que a originou.

Resposta da questão 11:


[D]

John Locke é um dos principais representantes do empirismo. Segundo ele, as ideias são
resultado da experiência humana, exatamente como apresenta a alternativa [D].

Resposta da questão 12:


[E]

Para Kant, os juízos são estruturas que formulam o processo do conhecimento, sendo alguns
juízos necessários e universais e, portanto, puros e a priori. Esses juízos, para ele, possibilitam
o conhecimento denominado puro, ou seja, o conhecimento que está relacionado à estrutura
cognitiva humana a priori, independentemente da experiência empírica.

Resposta da questão 13:


ANULADA

Questão anulada no gabarito oficial.

O enunciado da questão afirma que “os juízos a posteriori são todos sintéticos”, no entanto,
Kant classifica esses juízos em juízos sintéticos a priori e juízos sintéticos a posteriori, de modo
que também os juízos sintéticos podem ser a priori. Ademais, a questão apresenta duas
alternativas corretas, no caso, as alternativas [C] e [D].

Justificativa:
[C]
De acordo com a proposta epistemológica kantiana e com a alternativa [C], o juízo analítico,
por ser a priori, é universal e necessário. Esse tipo de juízo se caracteriza, ainda, pela relação
direta que o predicado possui com o sujeito, de modo que o predicado está contido no sujeito,
enquanto nos juízos sintéticos o predicado está fora do sujeito, ou seja, o predicado não está
contido no sujeito, estando “fora” dele, sendo a relação entre eles uma relação de ampliação.

[D]
A alternativa [D], por sua vez, também está correta pois, segundo Kant, são universais e
necessários tanto os juízos analíticos quanto os juízos sintéticos a priori, sendo que nos do
segundo tipo o predicado não está contido no sujeito, ou seja, o predicado não está
diretamente relacionado com o sujeito, estando além do sujeito, como indicado pela alternativa.
Tendo em vista estas considerações, a anulação da questão é justificada.

Resposta da questão 14:


[C]

Tanto Kant quanto Foucault, como se pode observar a partir dos trechos destacados na
questão, tem como objeto de reflexão a questão da autonomia, ainda que partindo de
perspectivas diferentes. Kant relaciona a autonomia ao processo de esclarecimento, que
consiste na capacidade de uso autônomo da própria razão, rejeitando a adoção passiva da
razão de outro, o que possibilitaria ao indivíduo passar de um estado de menoridade para um
de maioridade. Já para Foucault, o poder se manifesta, também, no controle dos corpos dos
indivíduos, de modo que a manipulação e a disciplinarização dos corpos consistem em uma
maneira de retirar a autonomia individual. A partir dessas considerações, os itens [2] e [3] são
os únicos verdadeiros, sendo a letra [C] a única alternativa correta.

Resposta da questão 15:


[E]

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Essa famosa formulação de Kant diz respeito tanto ao imperativo categórico (lei moral em mim)
e ao seu conceito de fenômeno (o céu estralado sobre mim).

Resposta da questão 16:


[C]

O iluminismo ou Esclarecimento foi um movimento intelectual caracterizado pela crença na


razão e na ciência em oposição ao dogmatismo ou a qualquer ordem de conhecimento e
autoridade sem um fundamento racional. No campo político, o pensamento iluminista
fundamentou o questionamento da autoridade divina do rei e incentivou a busca de critérios
racionais para julgar a adequação e a viabilidade de um governante (o que tona o item cinco
verdadeiro). De maneira geral, o pensamento iluminista professa um ideal de progresso
humano resultante do uso da razão, de forma que quanto mais racional e científica fosse a
experiência humana, mais progresso a humanidade poderia alcançar (o que torna o primeiro
item verdadeiro).

Resposta da questão 17:


[D]

A questão faz referência ao Criticismo de Kant. Diferente dos racionalistas e dos empiristas,
que privilegiavam uma ou outra forma de obtenção do conhecimento, Kant compreendeu que a
cognição humana é resultado da interação entre os sentidos e a razão. De acordo com ele,
conceitos sem experiências são vazios, assim como experiências sem conceitos são cegas.

Resposta da questão 18:


[B]

A questão pede aos estudantes a compreensão da teoria do conhecimento de Kant. Por mais
que o filósofo considere a racionalidade e a experiência como necessárias para compreender o
mundo, sua síntese entre racionalismo e empirismo define que sem o conteúdo da experiência
o racionalismo seria vazio, bem como sem os conceitos (racionais) a experiência não faria
sentido.

Resposta da questão 19:


[A]

O pensamento filosófico de Descartes, no que diz respeito à Teoria do conhecimento,


fundamenta-se no princípio metodológico da dúvida sistemática. Para Descartes, o ponto de
partida para se chegar à verdade é colocar em questão todo conhecimento previamente
estabelecido como verdadeiro, obtendo, com isso, um conhecimento mais seguro. Nesse
sentido, o método cartesiano é o oposto do que se observa com o fenômeno das fake news, já
que a disseminação de informações falsas tem como princípio a falta de rigorosidade com o
que é apresentado como verdade, de forma que não há questionamento algum acerca das
informações obtidas.

Resposta da questão 20:


[D]

No pensamento de Descartes, o problema do conhecimento humano é central. Para esse


pensador racionalista, as percepções oriundas dos sentidos humanos, para a obtenção do
conhecimento, seriam falhas, podendo levar a ilusões, ainda que essa percepção falha derive
de algo real. Partindo dessa perspectiva, Descartes formula, então, a ideia de uma entidade do
mal, um “gênio maligno”, causadora dessas percepções enganadoras. Tal ideia, entretanto,
também admitia a existência de uma “substância” pensante, que só é passível de ser
enganada porque existe: o cogito, que seria a “capacidade de pensar”. Com efeito, a única
alternativa correta é a letra [D].

Resposta da questão 21:


01 + 02 + 16 = 19.

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[01] Para Descartes, assim como para outros racionalistas, a experiência e os sentidos podem
conduzir a erro, assim, o fundamento racionalidade e de todo o conhecimento deveria se
assentar na capacidade racional, analítica. Na obra de Descartes, especificamente, a
primeira certeza, que é fundamento do seu método, é a intuição da própria existência,
vinda da mais básica capacidade de pensar.
[02] Em oposição aos racionalistas, os empiristas acreditavam que o fundamento de qualquer
conhecimento é a experiência, pois tudo o que é possível conhecer é resultante da relação
entre as pessoas e o mundo, através dos sentidos.
[04] Diferente do que é apontado na questão, o pensamento de Kant não se restringe ao
racionalismo, isto é, para o filósofo tanto a razão quanto a experiência são necessárias
para produzir conhecimento e entender o mundo.
[08] O item associa o David Hume a um pensamento racionalista, quando o filósofo defende
uma perspectiva empirista e uma sólida crítica do racionalismo.
[16] Racionalistas, como o citado Descartes, desconfiam dos sentidos e da experiência como
fonte de conhecimento, por considerar essas fontes como imprecisas e passíveis de erro. Em
oposição, conhecimentos como os matemáticos são considerados perfeitos, pela possibilidade
de processá-los separados da imprecisão dos sentidos e experiências.

Resposta da questão 22:


01 + 04 + 08 = 13.

A filosofia cartesiana se fundamenta no racionalismo, de modo que pressupõe a existência da


realidade exterior ao indivíduo e a do próprio sujeito pensante, sendo o processo do
conhecimento mediado através da razão, constituída por ideias inatas. A razão é, nesse
sentido, o único “caminho” seguro para se obter o conhecimento, segundo o pensamento de
Descartes. Com efeito, Descartes rejeita o princípio do ceticismo, que suspende o juízo sobre a
realidade exterior, sendo o item [02], portanto, falso.

Para obter verdades absolutas, Descartes propõe o uso disciplinado da razão a partir do
método cartesiano, que se verifica em quatro etapas: a evidência, que pressupõe a rejeição de
tudo como verdadeiro; a análise, etapa em que o objeto de investigação é “dividido” em
quantas partes for possível e as dificuldades de cada parte são analisadas; a ordem, em que
as dificuldades divididas são ordenadas, conduzindo o pensamento do objeto mais simples
para o mais complexo e, por fim, a enumeração, etapa em que é feita uma revisão geral, de
modo a não deixar passar nenhuma “lacuna” no entendimento formulado. O aluno deve
observar que o item [16] inverte o processo da etapa da “ordem” sendo, portanto, falso.

Resposta da questão 23:


[A]

A filosofia cartesiana adota uma abordagem racionalista, o que quer dizer que o conhecimento
valorizado e considerado seguro era aquele obtido através da razão, especificamente da razão
orientada pelo método. Essa perspectiva enfraqueceu o poder da Igreja, já que tendia a não
aceitar seus dogmas, o que também pode ser dito sobre a filosofia tomista, de Tomás de
Aquino, filósofo medieval vinculado à Igreja. Descartes, assim como outros racionalistas, não
aceitava como indubitáveis os conhecimentos adquiridos pelos sentidos, mas duvidava deles, a
ideia geral é que os sentidos podem nos enganar e, portanto, só a racionalidade metódica
poderia nos esclarecer.

Resposta da questão 24:


[C]

Segundo o pensamento de Descartes, a filosofia natural tem como fundamento central o


conceito de substância. Para esse pensador, as substâncias podem ser do tipo pensante, que
seria relativa ao sujeito pensante, ou do tipo extensa, que seria a matéria com as suas
características, como largura, profundida, altura etc. Assim, a filosofia natural seria relativa ao
entendimento dos movimentos dos corpos e da variação desses movimentos por meio de uma
perspectiva mecanicista. Essa perspectiva parte do pressuposto de que os fenômenos se

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explicam por uma causa mecânica instrumental, como se o universo funcionasse tal qual uma
máquina.

Newton, por sua vez, parte de uma mecânica que valoriza o conhecimento dos aspectos
dimensionais dos fenômenos, centralizando o caráter dinâmico dos movimentos.

Resposta da questão 25:


[D]

Descartes defende que o conhecimento é bem fundamentado quando parte de princípios


seguros e da prática metódica. Ele parte, então, da dúvida metódica, que o leva a questionar
todas as prenoções, duvidando de tudo que até então foi considerado como certo. Junto à
dúvida, é necessário também um ordenamento desse “caminho” investigativo da verdade, que
constitui o que Descartes chama de método. O método seria, então, a organização do
processo da dúvida.

Resposta da questão 26:


[A]

A filosofia inaugurada por Renè Descartes, no campo da epistemologia, tem como fundamento
metódico o princípio da dúvida sistemática como “caminho” para a obtenção de um
conhecimento verdadeiramente seguro. Para esse pensador, tal princípio implica o
questionamento sistemático de todos os pressupostos até então tidos como verdadeiros, pois
só o processo que coloca em dúvida todo o conhecimento construído até então poderia
produzir uma verdade “sólida”. Tais formulações se relacionam à uma tentativa de identificar as
bases racionais para a obtenção de um conhecido seguro.

Resposta da questão 27:


01 + 02 + 04 = 07.

Na perspectiva epistemológica do racionalismo, da qual René Descartes é um dos principais


representantes, o conhecimento humana se origina a partir da razão humana, em oposição à
perspectiva empirista, da qual Locke é um importante pensador e que atribui às experiências
dos sentidos a origem do conhecimento. Assim, o item [08] deve ser considerado o único
incorreto.

Resposta da questão 28:


01 + 04 + 08 + 16 = 29.

Todos os itens apresentam afirmações corretas, com exceção do item [02]: para Kant, as
ações morais são ações por dever, portanto, elas só podem ocorrer quando o indivíduo, no uso
autônomo da sua própria razão, age de acordo com o conhecido imperativo, “como se a
máxima da tua ação fosse para ser transformada, através da tua vontade, em uma lei universal
da natureza." Assim, para Kant, as ações humanas morais são motivadas pela razão, e não
pelo instinto, como afirma o item.

Uma possível dúvida pode surgir em relação ao item [08], pois é comum que os alunos
associem as práticas científicas à liberdade. Entretanto, o item não contradiz a liberdade na
ciência, mas destaca que as chamadas ciências da natureza operam sobre a realidade dos
fenômenos buscando regularidades que permitam antecipar o comportamento da natureza sob
determinadas condições. Nesse sentido, as leis causais necessárias mencionadas pelo item
dizem respeito à forma como a natureza se comporta a partir de padrões, e não a partir de
“escolhas” tomadas livremente.

Resposta da questão 29:


[C]

A filosofia de Descartes marca as bases epistemológicas da ciência moderna, estabelecendo


um novo método de investigação baseado na dúvida sistemática de todas as noções

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preestabelecidas, excerto uma: a de que o sujeito pensante existe. Por meio da dúvida
metódica seria possível, segundo Descartes, chegar a princípios seguros. Assim, Descartes
inaugurou um novo sistema de busca pela verdade que fundamenta epistemologicamente a
ciência moderna.

Resposta da questão 30:


[C]

O texto apresentado exprime o pensamento filosófico elaborado por René Descartes. Filósofo
moderno, Descartes fez parte da vertente epistemológica do racionalismo, de modo que
tomava como pressuposto que o conhecimento puro só pode ser alcançado a partir das
estruturas cognitivas inatas aos indivíduos. Descartes foi responsável por lançar as bases
filosóficas da ciência moderna, e o texto da questão destaca sua conhecida passagem acerca
da existência do sujeito pensante, estabelecendo que essa constatação é condição necessária
para a obtenção do conhecimento, sendo, portanto, uma premissa indubitável.

Resposta da questão 31:


01 + 32 + 64 = 97.

Na obra destacada pela questão, Descartes afirma que tudo aquilo que é oriundo das
observações e das percepções sensoriais deve ser colocado em questão, uma vez que os
sentidos humanos são ilusórios, podendo levar à falsas afirmações. Para ele, no entanto, há
uma premissa que não pode ser colocada em dúvida, haja vista que é condicionante do
pensamento humano, que é a existência do sujeito pensante, ideia contida na expressão
“penso, logo existo”. Descartes entende, ainda, que o pensamento da não existência de Deus
entra em conflito com a possibilidade da obtenção de verdades, de modo que esse
pensamento não conduz a nenhum conhecimento verdadeiro, devendo, pois, ser abandonado
como inútil. Essas ideias encontram-se expressas nos itens [01], [32] e [64].

Resposta da questão 32:


[A]

Os dois textos, em momentos históricos distintos, apresentam questionamentos bastante


modernos: a utilização da racionalidade como ferramenta de escrutínio da realidade.

Resposta da questão 33:


[E]

[A] Incorreta. Não é a língua por si só que abriga o preconceito, mas sim a adesão irrefletida à
autoridade motivada pela fé cega. Por essa razão, a criticidade não é garantida pelo mero
abandono do latim em favor do francês.
[B] Incorreta. Redigir o Discurso do Método em francês não teve por objetivo dar acesso à
sacralidade de um texto. Ao contrário, deslocou a suposta legitimidade de um texto
simplesmente por ter sido escrito em latim. Além disso, instaurou um gesto crítico com
relação à autoridade das explicações da natureza e do humano, vinculadas à supremacia
explicativa dos autores antigos, principalmente de Aristóteles e dos aristotélicos medievais.
Além disso, o gesto cartesiano, na medida em que apela para uma “razão natural
inteiramente pura”, possui um espírito completamente distinto do gesto de Lutero, pois,
diferentemente deste, não há a sacralidade do texto. Existe, sim, a apresentação do método
por meio do qual é possível chegar à verdade, baseado não na fé, mas na razão.
[C] Incorreta. Descartes, além de não abandonar a ideia de Deus, apreende-a como uma ideia
perfeita que surge ao pensamento, por meio da qual garante a objetividade do mundo
exterior ao pensamento.
[D] Incorreta. Embora haja uma crítica à tradição, ou mais precisamente, às práticas históricas
que sustentam determinados pressupostos, muito mais por hábito e crença do que por
razões sustentadas em argumentos, no Discurso do Método, Descartes apresenta uma
“moral provisória”, que valeria enquanto não se chegasse a estabelecer novos fundamentos
para o conhecimento. A primeira máxima dessa moral consistia em “obedecer às leis e aos
costumes do meu país”.

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[E] Correta. A novidade do pensamento de Descartes, que faz com que ele seja definido na
posteridade como o filósofo que inaugurou a modernidade filosófica, consiste em submeter a
validação e legitimação de qualquer teoria, não mais à fé ou à crença religiosa, e sim, aos
poderes da “razão natural inteiramente pura”. O famoso “Eu, eu penso, eu, eu existo”, ou
“penso, logo existo”, é a primeira verdade que inaugura a série de verdades posteriores, sendo
algo a que se chega pelo pensamento, não mais por meio da revelação.

Resposta da questão 34:


[A]

A partir da leitura do texto e, principalmente, do trecho “[É] uma coisa bem notável que não
haja homens [...] que não sejam capazes de arranjar em conjunto diversas palavras e de
compô-las num discurso pelo qual façam entender seus pensamentos”, infere-se que, para
Descartes, a linguagem constitui um instrumento para a expressão e comunicação dos
pensamentos humanos. Assim, o pensamento precede a linguagem, sendo esta última o
elemento que permite ao primeiro ser entendido. Assim, a alternativa [A] é a única que deve ser
identificada como correta.

Resposta da questão 35:


01 + 02 + 04 + 08 = 15.

O método proposto por René Descartes, pensador que lança as bases da racionalidade
moderna, se baseia em dois aspectos principais: no uso da dúvida metódica, que consiste no
questionamento de todos os pressupostos existentes, a fim de se alcançar uma verdade
indubitável; e no pressuposto da existência do sujeito racionalizante, única verdade que não
deveria ser posta em dúvida, uma vez que, para o exercício do pensamento racional, seria
preciso aceitar que o sujeito existe.
Assim, o método cartesiano está estruturado na razão moderna e nas regras de raciocínio da
evidência, da análise, da ordem e da enumeração. Com efeito, todos os itens estão corretos.

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