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Sérgio Godinho Farias Lucas

Aluno nº 1100712

Turma 08

E-Fólio A de Metodologia das ciências Sociais - Métodos Qualitativos


A violência doméstica é o tema que escolhi para pesquisa no meu projecto de
investigação social, neste caso particular optei pela violência por parte dos homens
sobre a respectiva parceira, é um fenómeno em crescimento no nosso país, e vai desde a
violência verbal, psicológica, sexual e violência física que muitas vezes acaba de forma
trágica com a morte do agredido e eventualmente do agressor. Perante estes factos acho
importante um estudo social sobre o tema visto a sua gravidade.

A metodologia escolhida, para o estudo deste tema, é o método qualitativo, em virtude


desta metodologia escolher métodos e teorias adequados à questão, a aceitação e análise
de diferentes perspectivas, como adiante destacarei, aceitar a opinião e o pensamento do
cientista e investigador sobre o estudo e como parte integrante da produção do saber, e
as diferentes perspectivas e métodos aceites no processo que são sempre uma mais-valia
na procura de respostas. A investigação é ainda indutiva, holística e descritiva
procurando desenvolver ideias e conceitos, comprovar teorias e verificar hipóteses, é
intensiva estudando e analisando as poucas informações que dispõe mas de forma
complexa e pormenorizada.

Como objectivo, e base de início do projecto, coloquei a questão de partida: “A


violência doméstica em Portugal está a aumentar e a tomar proporções cada vez mais
graves?” Esta pergunta está inserida na fase de ruptura, a fase inicial de qualquer estudo
científico, e vai ser a partir daqui que se faz o modo de abordagem a adoptar para o
projecto. Para tal o cientista deve por de parte as suas ideias pré-concebidas, o senso
comum que tenha sobre o assunto, salientando o que diz o manual de investigação em
ciências sociais:” Dai a importância da ruptura, que consiste precisamente em romper
com os preconceitos e falsas evidências, que somente nos dão a ilusão de
compreendermos as coisas. A ruptura é portanto o primeiro acto constitutivo do
procedimento científico.” (Quivy, R.; Van Campenhoudt, L. 2008). De seguida entramos
na fase da exploração, recolhendo informação através da pesquisa e análise documental,
entrevista em profundidade e observação participante, fazendo leituras e entrevistas
explanatórias sobre o tema que sejam mais pertinentes, orientando o processo de
investigação e evitando o nevoeiro informacional em que o excesso de informação pode
dispersar a atenção do investigador. A gestão do tempo é um factor muito importante
para o programa da pesquisa e deve ser racional, bem planeado e seguido à risca de
forma a cumprir prazos e organizar tarefas por objectivos. Dentro da fase da ruptura, e
após a exploração, entramos na planificação e formulação da problemática que vamos
analisar. No caso da violência doméstica, dada a complexidade e riqueza do tema é
necessário e preferível delimitar com precisão o objecto de estudo e a forma como vai
ser feito, ou seja, a problematização será a definição das linhas condutoras, da reflexão
pessoal do cientista sobre o tema, delimitando com exactidão o objecto de estudo e a
forma como será feito, no caso optei por me focalizar e estudar a violência dos homens
sobre as mulheres. Na fase de construção, que inclui a problemática, temos a construção
do modelo de analise do conteúdo, no caso em apreço optei por não me limitar a apenas
uma linha teórica, passando pela etnometodologia onde a realidade social é construída
analisando as actividades do dia-a-dia, questionando o modo como as pessoas produzem
essa realidade social nos seus processos de interacção, ou seja analisando os métodos
que são usados por elas ao criar a realidade quotidiana, no caso analisando como se
comportam os “actores” da violência doméstica. O modelo estruturalista pode
igualmente ser aqui aplicado uma vez que analisa experiências e actividades de
superfície em todos participamos, e as estruturas de profundidade que estão na origem
das de superfície e que não são facilmente entendidas no quotidiano. São estruturas do
subconsciente e estão enraizadas nos modelos culturais, em minha opinião vai de
encontro às respostas do tema, o que leva à violência? Será uma questão cultural do
domínio do homem sobre a mulher? Será uma questão inconsciente de cada um que por
vezes acaba em violência sem sentido? O próprio contexto socioeconómico leva a tal?
Estas e muitas outras questões podem ser respondidas por esta linha teórica, sendo que a
triangulação das perspectivas é perfeitamente aplicável, visto cada uma delas estudar
parte do fenómeno, ou seja podem interagir e complementar se, alargando assim a visão
sobre o problema. Na fase da verificação temos a observação participante em que o
investigador tenta juntar se ao contexto em análise, passando depois à análise de todos
os dados recolhidos para finalmente chegarmos a conclusões. Neste estudo, após
algumas leituras explanatórias e pesquisas conclui que a violência doméstica em
Portugal está a aumentar e alastrar-se, com consequências cada vez mais gravosas,
resultando muitas vezes em homicídios e suicídio do agressor, duas mulheres morrem
por semana em Portugal vítimas de violência doméstica, mas por outro lado cada vez
mais há pessoas presas e condenadas por este crime nas cadeias portuguesas, denotando
uma viragem de mentalidade e atitude das autoridades em Portugal.

BIBLIOGRAFIA:

-Carmo, Hermano; Ferreira, Manuela Malheiro; Metodologia da investigação. Guia de


auto aprendizagem. 2º Edição, 2008.

-Flick, U; Métodos qualitativos na investigação científica, Lisboa, Monitor, 2005.

-Quivy,Raymond; Van Campenhoudt, Luc; Manual de investigação em Ciências


Sociais. Lisboa: Gradiva, 1998.

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