Você está na página 1de 64

i

NELMA MANUEL PASSE

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE QUEBRA DE


DORMÊNCIA EM SEMENTES DE FEIJÃO NHEMBA (Vigna
unguiculata) PRODUZIDAS NO POSTO ADMINISTRATIVO
DE INHAMIZUA

Monografia a ser apresentada na


Faculdade de Ciências Agrárias, no
Departamento de Ciências Agronômicas,
como requisito para obtenção do grau de
Licenciatura em Agro-pecuária com
Habilitações em Extensão Rural.

Supervisor: Eng. Jaime M. Daipa

Beira

2022
ii

Dedicatória

Dedico este trabalho a Deus Todo-poderoso, aos meus Pais irmãos e meu noivo pelo apoio
incondicional durante todo o percurso académico.
iii

Agradecimentos
Gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos à Deus, pelo incontestável dom da
vida;

Aos meus pais Manuel Passe Mussobelo e minha mãe Deolinda Filipe Mupanguiua, meus
irmãos José Passe, Paulo Passe, Alberto Passe, Deolinda Passe, Amélia Passe, Julieta Passe,
Lídia Passe (em memória) e Catarina Passe, pela alegria que sempre me proporcionaram
durante este percurso;

Ao meu noivo um especial obrigado pelo companheirismo e presença durante esta


caminhada;

Ao meu supervisor, Engenheiro Jaime Daipa, pela orientação sábia durante a condução da
pesquisa, elaboração da monografia, por acreditar em mim para este desafio e, sobretudo pela
grande abertura demonstrada na discussão de assuntos relacionados ao tema;

Agradecimento extensivo aos meus amigos e companheiros da academia, Ana Teresa,


Miguel Constantino, Albino Henriques, Albino Furquia, Maria Inês, Dulce António,
Ermelinda Depor, Rotafina Miguel e Engº Diogo.

À todos aqueles que directa ou indirectamente contribuíram para que eu chegasse nessa fase
e que sempre acreditaram em mim.

Muito obrigada !
iv

Resumo
Nelma Manuel Passe, Avaliação de diferentes métodos de quebra de dormência em
sementes de Feijão-nhemba (Vigna unguiculata) produzidas no Posto Administrativo de
Inhamizua. Faculdade de Ciências Agrarias-FCA. Universidade Licungo.
O feijão nhemba [Vigna unguiculata (L.) Walp.], é uma das leguminosas mais produzidas
em Moçambique, além de fazer parte das culturas eleitas para a segurança alimentar e
nutricional das famílias. Todavia, os rendimentos desta cultura são ainda muito baixos e
bastante variáveis. Por isso, a identificação de métodos pré-germinativo para quebra da
dormência de sementes é crucial para garantir o bem-estar e segurança alimentar nessa
região. Foi nesse contexto que o presente estudo foi conduzido com objectivo de avaliar o
efeito de diferentes métodos pré-germinativos na superação de dormência em sementes de
Feijão-nhemba. O experimento foi conduzido no Bairro de Inhamizua, cidade da Beira, de
Julho a Outubro de 2021. O delineamento experimental utilizado foi Blocos
Completamente Causalizado com 4 tratamentos, 4 repetições e 24 sementes em cada
parcela, totalizando 1152 sementes. Para isso, foram estudados os seguintes tratamentos
pré-germinativos: testemunha (T1), imersão em água quente (T2), escarificação mecânica
(T3) e escarificação química (T4), sendo avaliadas as variáveis: a germinação,
percentagem de germinação, velocidade de germinação, índice de velocidade de
germinação e tempo médio de germinação. A contagem de sementes germinadas foi em
um período de 5 dias. De acordo com os dados obtidos constatou-se que a escarificação
manual do tegumento com lixa foi considerada o tratamento mais eficiente para a
superação da dormência das sementes. A percentagem de germinação de cada tratamento
em estudo foi maior em 86% com uma média de 19 se comparado com o tratamento
testemunho e em água quente que resultaram em 67% e 75% respectivamente. As sementes
submetidas à água tiveram um tempo de germinação superior sendo que a escarificação
mecânica germinou primeiro. Com isto é importante que estes métodos mais eficazes de
superação de dormência sejam disseminados aos agricultores por forma a aumentar se a
produção e produtividade em seus campos, assim como também aplicar estas técnicas em
outras culturas que se apresentam com germinação tardia.
Palavras-chave: Vigna unguiculata; Dormência; Germinação.
v

Abstract
Nelma Manuel Passe, Evaluation of different dormancy breaking methods in nhemba bean
seeds (Vigna unguiculata) produced at the Inhamizua Administrative Post. Faculty of
Sciences Agrarias-FCA. Licungo University.
The nhemba bean [Vigna unguiculata (L.) Walp.], is one of the most produced legumes in
Mozambique, besides being part of the crops elected for the food and nutritional security
of families. The dry regions are better adapted, being a rustic plant, of wide genetic
variability, with grains rich in proteins, minerals and fibers, constituting a basic food
component in arid and semi-arid regions. However, the yields of this crop are still very
low and quite variable. Therefore, the identification of pre-germinative methods for
breaking seed dormancy is crucial to ensure well-being and food security in this region. It
was in this context that the present study was conducted with the objective of evaluating
the effect of different pre-germination methods on overcoming dormancy in nhemba bean
seeds. The experiment was conducted in inhamizua neighborhood, beira city, from July to
October 2021. The experimental design used was Completely Causalized Blocks with 4
treatments, 4 replicates and 24 seeds in each plot, totaling 1152 seeds. For this, the
following pre-germination treatments were studied: control (T1), immersion in hot water
(T2), mechanical scarification (T3) and chemical scarification (T4), and the following
variables were evaluated: germination, germination percentage, germination speed,
germination speed index and average germination time. The count of germinated seeds
was in a period of 5 days. According to the data obtained, it was found that manual
scarification of the integument with sandpaper was considered the most efficient treatment
for overcoming seed dormancy. The germination percentage of each treatment under study
was higher in 86% with an average of 19 when compared to the testimony treatment and
in hot water which resulted in 67% and 75% respectively. The seeds submitted to water
had a higher germination time and mechanical scarification germinated first. With this it
is important that these most effective methods of overcoming dormancy are disseminated
to farmers in order to increase production and productivity in their fields, as well as apply
these techniques in other crops that present themselves with late germination.
Keywords: Vigna unguiculata; Numbness; Germination.
vi

Lista de tabelas
Tabela 1: Descrição dos tratamentos ...................................................................................... 9

Tabela 2: Comparação de médias entre tratamentos na percentagem de germinação .......... 28

Tabela 3: Comparação de médias entre tratamentos na velocidade de germinação ............. 29

Tabela 4: Comparação de médias entre tratamentos no IVG ............................................... 31

Tabela 5: Comparação de médias entre tratamentos no TMG ............................................. 33

Tabela 6: Casualização do bloco I ......................................................................................... X

Tabela 7: Casualização do bloco II........................................................................................ X

Tabela 8: Casualização do bloco III ...................................................................................... X

Tabela 9: Casualização d bloco IV ........................................................................................ X


vii

Lista de gráficos
Gráfico 1: Grau de germinação das sementes da Vigna unguiculata ................................... 26

Gráfico 2: Período de germinação das sementes da Vigna unguiculata............................... 27

Gráfico 3: Percentagem de Germinação das sementes por tratamento ................................ 27

Gráfico 4: Velocidade de Germinação das sementes por tratamento ................................... 30

Gráfico 4: Índice de velocidade de germinação das sementes por tratamento ..................... 32


viii

Lista de figuras
Figura 1: Desenho experimental ........................................................................................... IX

Figura 2: Imagem ilustrativa do processo de selecção das sementes ................................ XVI

Figura 3: Imagem ilustrativa do preparação do solo e construção das parcelas ................ XVI

Figura 4: Imagem ilustrativa do processo da sementeira .................................................XVII

Figura 5: Imagem ilustrativa da colocação de cobertura morta........................................XVII

Figura 6: Imagem ilustrativa das plantas germinadas ......................................................XVII

Figura 7: Imagem ilustrativa da disposição dos Blocos e Tratamentos ......................... XVIII

Figura 9: Imagem ilustrativa de plantas atacadas por pragas ............................................ XIX

Figura 10: Imagem ilustrativa da actividade de pulverização no controlo de pragas e doenças


........................................................................................................................................... XIX
ix

Lista de Abreviaturas e Siglas


CV – Coeficiente de Variação

DBCC – Delineamento em Blocos Completamente Casualizado

FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

Kg – Quilogramas

G – Germinação

ha – hectares

IIAM – Instituto de Investigação Agrária de Moçambique

IVG – Índice de Velocidade de Germinação

TMG – Tempo Médio de Germinação

VG - Velocidade de Germinação
x

Índice
Dedicatória.............................................................................................................................. ii

Agradecimentos ..................................................................................................................... iii

Resumo .................................................................................................................................. iv

Abstract ................................................................................................................................... v

Lista de tabelas ...................................................................................................................... vi

Lista de gráficos.................................................................................................................... vii

Lista de figuras .................................................................................................................... viii

Lista de Abreviaturas e Siglas ............................................................................................... ix

CAPÍTULO ӀINTRODUÇÃO................................................................................................ 1

1.1. Justificativa ...................................................................................................................... 2

1.2. Problema .......................................................................................................................... 3

1.3. Hipóteses ......................................................................................................................... 4

1.4. Objectivos ........................................................................................................................ 4

1.5. Delimitação da pesquisa .................................................................................................. 5

1.6. Caracterização da área de estudo ..................................................................................... 5

1.7. Enquadramento do Tema ................................................................................................. 7

1.8. Métodos e técnicas de pesquisa ....................................................................................... 7

1.8.1. Tipo de pesquisa ........................................................................................................... 7

1.8.2. Métodos de procedimentos ........................................................................................... 8

1.8.2.1. Método bibliográfico ................................................................................................. 8

1.8.2.2. Método Experimental ................................................................................................ 8

1.8.2.3. Método de abordagem ............................................................................................... 8

1.9. Delineamento experimental ............................................................................................. 9

1.10. Descrição dos tratamentos ............................................................................................. 9


xi

1.11. Projecção de campo experimental ................................................................................. 9

1.11.1. Constituição da unidade experimental e da área útil ................................................ 10

1.12. Material........................................................................................................................ 10

1.13. Selecção de sementes................................................................................................... 10

1.14. Selecção de amostra..................................................................................................... 10

1.15. Condução de ensaio ..................................................................................................... 11

1.15.1. Preparação do solo .................................................................................................... 11

1.15.2. Submissão das sementes em tratamento ................................................................... 11

1.15.3. Sementeira ................................................................................................................ 12

1.15.4. Rega .......................................................................................................................... 12

1.15.5. Cobertura do solo ..................................................................................................... 12

1.16. Controlo de infestantes ................................................................................................ 13

1.17. Controlo de pragas e doenças ...................................................................................... 13

1.18. Processamento e análise de dados ............................................................................... 13

1.19. Interpretação de dados ................................................................................................. 13

1.20. Variáveis analisadas .................................................................................................... 14

1.20.1. Velocidade de emergência e de germinação............................................................. 14

1.20.2. Índice de velocidade de emergência e germinação .................................................. 14

1.20.3. Percentagem de germinação ..................................................................................... 14

1.20.4. Tempo médio de germinação ................................................................................... 14

1.21. Relevância Do Tema ................................................................................................... 14

CAPITULO II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 16

2.1. Aspectos gerais da cultura de feijão nhemba................................................................. 16

2.2. Maneio da cultura de Feijão Nhemba ............................................................................ 16

2.2.1. Preparação de solo ...................................................................................................... 16


xii

2.2.2. Sementeira .................................................................................................................. 17

2.2.3. Adubação .................................................................................................................... 17

2.2.4. Necessidades de humidade e irrigação ....................................................................... 17

2.3.1. Tipos de dormências ................................................................................................... 19

2.3.1.1. Dormência fisiológica ............................................................................................. 20

2.3.1.2. Dormência morfológica ........................................................................................... 20

2.3.1.3. Dormência morfofisiológica .................................................................................... 21

2.3.1.4. Dormência física ...................................................................................................... 21

2.3.1.5. Dormência química ................................................................................................. 21

2.3.1.6. Dormência mecânica ............................................................................................... 22

Capitulo III RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 26

3.1. Germinação .................................................................................................................... 26

3.2. Percentagem de germinação .......................................................................................... 27

3.3. Velocidade de Germinação (VG) .................................................................................. 29

3.4. Índice de Velocidade de Germinação ............................................................................ 31

3.5. Tempo Médio de Germinação ....................................................................................... 33

CAPÍTULO IV CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................. 35

4.1. Conclusão ...................................................................................................................... 35

4.2. Recomendações ............................................................................................................. 35

3.3. Referências Bibliográficas ............................................................................................. 37

APÊNDICES ..................................................................................................................... VIII

ANEXOS ........................................................................................................................... XVI


1

CAPÍTULO Ӏ: INTRODUÇÃO
O Feijão Nhemba é uma das leguminosas alimentares mais importantes na África Sob
Saariana. Em Moçambique, o feijão é considerado como alimento e cultura de rendimento
ao mesmo tempo, especialmente na Região Central, isto é, nas províncias de (Tete e Manica)
e Norte (Niassa). (MAGALHÃES, 2015).

O Feijão-nhemba, por ser uma leguminosa anual de fácil adaptação aos climas tropicais e
subtropicais, e em Moçambique pode atingir produtividades em torno de 2.000 kg/ha,
apresenta-se como importante fonte de alimentação. Ele representa uma importante fonte
protéica para a população rural, onde o seu cultivo está muito difundido, sendo cultivado na
maior parte em consorciação com milho ou mapira (MANUAL DO EXTENSIONISTA,
2010).

A preparação do solo deve começar antes das primeiras chuvas, de forma a proporcionar
condições adequadas para a germinação das sementes e o desenvolvimento das plantas,
incluindo a circulação de ar, melhorar a infiltração, a temperatura do solo, bem como o
controlo de ervas daninhas. O feijão nhemba cresce melhor em solos férteis. Porém,
frequentemente é mais cultivado em solos de baixa produtividade (MOREP, 2015).

Dormência é o estádio em que uma semente viva se encontra quando se fornecem todas as
condições adequadas para germinação e a mesma não germina. A quebra da dormência é um
dos pontos mais importantes em quase todas as culturas, e por isso a cultura de feijão não
poderia ser diferente pois ela dita o bom desempenho produtivo da cultura. (Azania et. al.,
2009).

A eliminação da dormência em sementes duras consiste em provocar alterações na estrutura


do tegumento, que possam permitir a entrada de água. Isto seria conseguido mediante a
aplicação de tratamento adequado, conforme o tipo de semente; dentre eles, pode-se citar:
escarificação mecânica, tratamento com ácido sulfúrico, imersão em água quente, tratamento
com solventes e incisão com lâmina ou estilete.

Apesar do potencial produtivo de até 4 ton/ha, normalmente a produtividade é baixa devido


ao pouco emprego de tecnologias adequadas, especialmente o uso de variedades
2

seleccionadas, sementes de qualidade e densidade de planta por área. Em Moçambique por


exemplo, dados da FAO indicam uma produtividade média de 250 kg/ha (FAO, 2015).

Este trabalho tem como finalidade de avaliar a eficiência de vários tratamentos pré-
germinativos nas sementes do Feijão Nhemba e estabelecer métodos para solucionar os
problemas de atraso e desuniformidade de germinação.

A monografia conta com quatro capítulos: o primeiro é a introdução onde conta com
justificativa do tema, problema, hipóteses, objectivos, métodos e técnicas de pesquisa,
delimitação do tema, o enquadramento do tema e a relevância do tema, seguindo no segundo
capítulo com a fundamentação teórica, depois o capítulo três apresentação, análise e
discussão de dados e finalmente no quarto capítulo que conta com os conclusões e
recomendações.

1.1.Justificativa

Segundo PEREIRA (2004) a dormência é causada por mecanismos inibidores envolvendo os


processos metabólicos e o controlo do desenvolvimento. A superação da dormência pode ser
efectivada por meio de vários métodos, e existem métodos mais fáceis de implementar e
acessíveis aos produtores, tal é o caso do uso da imersão em água quente em diferentes
períodos, complementado com o uso de substratos orgânicos que podem ser adquiridos
localmente.

Constatou-se que, no Posto Administrativo de Inhamizua, os produtores tem apresentado


baixa produção da cultura de feijão nhemba, sendo que após observação atenciosa as
sementes apresentavam germinação tardia, dai que influenciava negativamente no
rendimento. Os produtores desta região recorrem a colheita anterior para obtenção da
semente para a época seguinte, pois nestas regiões o acesso as sementes certificadas é
bastante limitado devido ao alto custo na compra das sementes. Com isto o uso de métodos
alternativos que garantem boa produção agrícola torna se fundamental para o
desenvolvimento deste sector de produção, e aplicação de métodos de superação da
dormência das sementes torna se viável para estes produtores pois a sua aplicação não é
dispendiosa.
3

Na família das leguminosas, a causa da dormência mais comum é decorrente da


impermeabilidade do tegumento. A dureza do tegumento é atribuída a camadas de células
em paliçadas, que apresentam paredes espessas e recobertas externamente por uma camada
cerosa, e a imersão em água quente irá quebrar essa impermeabilidade do tegumento,
favorecendo assim a emergência do embrião. A alta produtividade do Feijão Nhemba
depende principalmente da alta percentagem de germinação da semente, bom vigor, e baixa
percentagem de sementes duras. A uniformidade de emergência das sementes em campo é
um dos principais faCtores de sucesso da agricultura moderna, no que se refere a culturas
para produção de grãos (MARCOS FILHO, 2005)

LIN & FERRARI (1993), estudando diversas linhagens do feijão nhemba, observaram que
algumas apresentavam dormência, devida à impermeabilidade dos seus tegumentos à água
(sementes duras). A eliminação da dormência em sementes duras consiste em provocar
alterações na estrutura do tegumento, que possam permitir a entrada de água.

1.2.Problema

Para que uma semente germine é necessário, principalmente, que os ambientes químicos e
físicos sejam favoráveis, ou seja, que haja disponibilidade de água, temperatura e a
concentração de oxigénio no meio não limitem o metabolismo germinativo. Entretanto
algumas sementes não germinam mesmo quando colocadas em condições ambientais
aparentemente favoráveis (LOPES & NASCIMENTO, 2012)

Ha grande perda de sementes antes da germinação ocasionada pela dormência das sementes,
e estas dificuldades levam o produtor a obter baixa produção podendo ter grandes prejuízos
antes da colheita. Os produtores usam as sementes que guardam da colheita anterior, pois as
sementes certificadas para além do difícil acesso aos produtores, os custos de compra são
altos.

A causa de dormência em sementes de Feijão Nhemba, consistentemente, reside na dureza


imposta pela impermeabilidade da casca à água, determinada por vários factores que agem
conjuntamente como idade e teor inicial de água da semente, deposição de substâncias
cerosas sobre a camada externa das células paliçadicas, pericarpo e membrana nuclear
(BEWLEY & BLACK, 1994; BORGES et al., 1980).
4

Portanto todos estes factores concorrem para uma redução na produção do Feijão Nhemba
nesta região, que tem nesta cultura como uma das principais praticadas para o seu consumo,
dai que surge a necessidade de se encontrar mecanismos alternativos para ultrapassar a
problemática da dormência das sementes, que sejam de fácil aplicação e com recursos
disponíveis no meio rural.

O método usado para a quebra de dormência da semente com tegumento impermeável com
água quente ou fervente, tem a vantagem de ser prático, de baixo custo e de fácil manuseio
sendo, portanto, recomendado para uso pelos agricultores rurais. Olhando para os vários
condicionantes na germinação da semente de feijão nhemba, surge como questão de partida
a seguinte:

Até que ponto o uso de diferentes métodos de quebra de dormência pode influenciar na
germinação da semente de feijão nhemba?

1.3.Hipóteses

H1:A aplicação de métodos de quebra de dormência pode melhorar a germinação da semente


do Feijão Nhemba influenciando no aumento da produção e produtividade, e contribuindo
para o desenvolvimento económico dos produtores rurais e também no aumento das rendas
familiares.

H2: Pode ser que a água não seja eficiente na quebra de dormência da semente do Feijão
Nhemba.

1.4.Objectivos
1.4.1. Objectivo Geral:
 Conhecer a eficiência dos diferentes métodos de quebra de dormência na germinação
das sementes de Feijão nhemba (Vigna unguiculata)
1.4.2. Objectivos Específicos:
 Avaliar o desenvolvimento inicial das sementes após aplicação dos métodos de
quebra de dormência;
 Comparar o desenvolvimento das sementes submetidas a imersão em água quente e
as que são a escarificação mecânica;
5

 Relacionar o rendimento das plantas submetidas a diferentes métodos de quebra de


dormência.

1.5.Delimitação da pesquisa
O tema de pesquisa em questão foi realizado, numa zona que possibilitou o estudo da mesma.
A pesquisa foi realizada na província de Sofala, no distrito da Beira, no Posto Administrativo
de Inhamizua, a escolha do local de pesquisa, deve-se o facto de ser um lugar de produção
contínua da cultura em estudo e de acesso rápido para o pesquisador na garantia na eficácia
do experimento, pós o lugar possui uma excelente segurança para que o ambiente externo
não influencie nos resultados experimentais.

1.6.Caracterização da área de estudo


A Capital da província de Sofala, a cidade da Beira é o segundo maior centro urbano do país
depois de Maputo (Capital de Moçambique). Com uma superfície geográfica de 633 km² e
uma população actualmente estimada em 533 825 (INE, 2017), a cidade tem como limites
geográficos o distrito de Dondo a Norte, o Oceano Indico ao Sul e Este e o rio Púnguè a Oeste
(Muchangos, 1989). Historicamente, onde se situa a cidade da Beira, era uma das regiões que
pertencia ao Distrito de Manica e Sofala, “país Ndau”, que durante a 2.ª metade do séc. XIX
foi ocupado pelos invasores Nguni, liderados por Gungunhane.

1.6.1. Relevo

O relevo da cidade da Beira e seus arredores é dominado por uma extensa planície litoral
cujas altitudes variam entre 6 a 20 metros. O declive médio desta planície é muito fraco e só
raramente ultrapassa 1°. Tratando-se de uma planície de idade recente, resultante de
sucessivas fases de acumulação de sedimentos pleistocénicos e holocénicos. A cidade da
Beira apresenta uma singular alternância de depósitos argilosos e arenosos, provenientes
neste caso da sedimentação dos rios Búzi e Púngué que desaguam na baia.

Segundo MUCHANGOS (1999, p. 250) “a altitude raramente ultrapassa os 20m e o declive


é bastante fraco. Na transição do pleistoceno ou holoceno houve um abaixamento do nível
das águas ao longo de toda costa oriental, facilitando a deposição de aluviões dos rios Búzi,
assim como a formação da costa.
6

1.6.2. Clima

Segundo JOSSIAS (1996, p. 7) “duma forma geral, o clima da Beira pode caracterizar-se das
seguintes maneiras”: Quanto ao valor médio da temperatura do ar: quente por possuir uma
temperatura anual de 24,6; conforme a amplitude média da temperatura da variação da
temperatura do ar, oceânico ou marítimo; quanto ao valor médio da quantidade total anual de
precipitação 1.612,8 mm, o clima é chuvoso.

O regime climático da Beira é do tipo tropical húmido chuvoso de savana, caracterizado por
temperaturas elevadas e húmidas durante o Verão, ventos dominantes de frente Leste e
Sudoeste, o que faz com que a Cidade esteja sujeita tanto a ciclones sazonais como a secas
periódicas num ciclo de três anos sofrendo sedo assim uma das grandes causas de inundações.

Na estação quente e chuvosa verifica-se uma maior quantidade da precipitação como


consequência da existência da zona convergência intertropical que se desloca nos meses de
Dezembro a Fevereiro até a esta cidade, prolongando-se ao paralelo 20° Sul, o que
proporciona o estado de tempo caracterizado por muita nebulosidade de massas de ar,
trovoadas e aguaceiros locais. Fonte não publicada do JOSSIAS (1996)

O clima da cidade da Beira quanto a humidade ela é húmida pelo facto de apresentar os
normais mensais que variam entre 76 à 81% e um normal climatológico de 78% de humidade.
JOSSIAS (1996, p. 7). Segundo THORNWAITE, “o clima da cidade da Beira é do tipo B3,
pelo facto de possuir valores de índice hídrico no intervalo entre 60 à 80%. Fonte não
publicada do JOSSIAS (1996)

1.6.3. Solos

Pela sua posição sub-equatorial, Beira e arredores pertencem pedagogicamente à zona de


solos ferralíticos. A maior parte da área é constituída por um substrato de sedimentos
aluvionares marinhos (MUCHANGOS, 1994).

Segundo o projecto de urbanização (1995), nesta área predomina a argila, muito fina e em
geral cinzenta. A areia predomina junto à costa, havendo apenas para o interior pequenas
manchas arenosas de níveis mais altos que o terreno argiloso do pântano. As camadas só solo
7

se alternam, prevalecendo, nas superfícies, o “matope", e nas profundezas, a areia,


aumentando as espessuras das camadas de areia e adelgaçando-se as camadas de argila à
medida que a profundidade aumenta.

1.7.Enquadramento do Tema
A pesquisa enquadra se nas cadeiras de Botânica geral, Ciência do solo, Fisiologia vegetal,
Agricultura geral, na medida em que desenvolvem se práticas ligadas ao processo produtivo
de uma cultura, desde a preparação do solo ate a colheita, com produção e tecnologia de
sementes visto que busca estudar essencialmente a semente de Feijão Nhemba de forma a
proporcionar uma semente que nos garante germinação precoce, assim como com a difusão
e inovação de tecnologias dado que esta técnica em estudo ira trazer uma inovação na cadeia
produtiva do Feijão Nhemba nesta região.

Assim como enquadra-se especificamente na disciplina de Agropecuária porque esta


directamente ligado com a agricultura, pois fornece técnicas acessíveis aos produtores, e este
relacionado a Biologia da 9ª classe, na unidade temática que aborda sobre a classificação das
plantas.

1.8.Métodos e técnicas de pesquisa


1.8.1. Tipo de pesquisa
Sob ponto de vista da natureza, é uma pesquisa aplicada, visto que, objectiva gerar
conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução de problemas específicos.
Envolve verdades e interesses locais. O estudo foi desenvolvido de acordo com o
delineamento de uma pesquisa bibliográfica e de campo ou experimental com abordagem
qualitativa.
Quanto aos objectivos, é uma pesquisa exploratória, para GIL (2007), este tipo de pesquisa
tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo
mais explícito ou a constituir hipóteses.
Quanto a abordagem do problema, o estudo é uma pesquisa qualitativa e quantitativa.
Qualitativa por ser uma pesquisa em que a maior preocupação é a interpretação dos
fenómenos e a atribuição de significados (PRODANOV & FREITAS, 2013). Quantitativa,
na medida em que se recorreu ao uso de técnicas estatísticas, convertendo os resultados
obtidos das variáveis em dados numéricos.
8

Desta forma, entende-se que a utilização conjunta de pesquisa qualitativa e quantitativa


permite com que o pesquisador recolha mais informações do que se poderia conseguir
utilizando as duas pesquisas isoladamente (FONSECA, 2002).
1.8.2. Métodos de procedimentos
1.8.2.1. Método bibliográfico
Quanto aos procedimentos de pesquisa, para o desenvolvimento do presente estudo, a
efectivação da pesquisa foi mediante a pesquisa bibliográfica.
Na pesquisa bibliográfica recorreu se ao material já escrito sobre o cultivo de Feijão Nhemba,
particularmente os métodos para a superação da dormência das sementes do feijão, onde
abrangeu livros, artigos científicos, dissertações e teses. Podendo ser documentos de primeira
mão, que são aqueles que ainda não receberam qualquer tratamento analítico; e os
documentos de segunda mão, que são aqueles que, de alguma forma, já receberam algum
tratamento analítico (GIL, 2008).
1.8.2.2. Método Experimental
Para GIL (2007), a pesquisa experimental consiste em determinar um objecto de estudo,
seleccionar as variáveis que seriam capazes consistem em investigações de pesquisa empírica
cujo objectivo principal é o teste de hipóteses que dizem respeito a relações de tipo causa-
efeito. Todos os estudos desse tipo utilizam métodos experimentais que incluem os seguintes
factores: grupos de controlo (além do experimental), selecção da amostra por técnica
probabilística e manipulação das variáveis independentes com a finalidade de controlar ao
máximo as variáveis pertinentes.
Com este método foi possível realizar a pesquisa no campo com base em experimentos
usando todos os tratamentos em estudo e no final fez se a avaliação das variáveis em causa
por forma a se obter resultados da pesquisa.
1.8.2.3. Método de abordagem
O método de abordagem neste estudo é o método indutivo. Segundo GIL (2008), o método
indutivo “ (…) parte do particular e coloca a generalização como um produto posterior do
trabalho de colecta de dados particulares”, o que pressupõe que, através deste método estuda
se as vantagens da interacção na aplicação da imersão em água quente em substrato de esterco
de morcego.
9

1.9.Delineamento experimental
Para a concretização deste estudo usou-se o Delineamento em Blocos Completamente
Casualizado (DBCC), com 4 tratamentos e 4 repetições. Segundo Ferreira (2011), os
experimentos instalados são chamados experimentos em bloco completamente casualizado
porque utiliza-se o princípio do controlo local, tendo 4 tratamentos e 4 repetições.

Os blocos formam parcelas e estas por sua vez formam os tratamentos. Cada parcela é
composta por 72 sementes, 288 sementes por réplica e 288 sementes por bloco num universo
de 1152 sementes para todo o ensaio como mostra a figura 1 (APEDICE).

1.10. Descrição dos tratamentos


Tabela 1: Descrição dos tratamentos
Tratamentos Caracterização
T1 Sementes não submetidas a tratamento
pré-germinativo
T2 Sementes submetidas ao tratamento
pré-germinativo em imersão em água
T3 Sementes submetidas ao tratamento
pré-germinativo em escarificação
mecânica
T4 Sementes submetidas ao tratamento
pré-germinativo em escarificação
química (ácido sulfúrico)
Fonte: (Autora, 2021)

1.11. Projecção de campo experimental


O delineamento experimental realizado foi o de blocos completamente casualizado como
mostra o Apêndice A, por ser um delineamento simples, flexível e de alta precisão em
experimentos agrícolas onde cada bloco contém todos os tratamentos (MOITA, 2012), foram
constituídos por 16 unidades experimentais agrupadas em 4 blocos separados entre sim em
um metro, dos quais, quatro tratamentos e quatro repetições, como mostra o Apêndice 1. É
nessas parcelas onde foram estudadas os 3 métodos de quebra de dormência de sementes de
feijão nhemba.
10

A variedade de feijão nhemba com as parcelas dispostas no sentido este-oeste, com área útil
de 88,74 m². O período de experimentação foi de Julho a Outubro de 2021. Foram construídas
parcelas com 3,24 m², o espaçamento foi de 40x25 cm. Todas as parcelas no total foram 16
para o desenvolvimento das culturas e toda área teve cerca de 1152 plantas.

1.11.1. Constituição da unidade experimental e da área útil


A unidade experimental foi constituída por 24 plantas, distribuídas em 4 fileiras, que cada
fila teve 6 plantas, o espaçamento entre linha é de 40 cm e entre plantas 25 cm. As plantas da
bordadura são geralmente evitadas na avaliação por serem plantas que podem ter sido
influenciados por aquelas da parcela vizinha, caracterizando uma competição interparcelar,
o que pode aumentar a heterogeneidade entre as unidades experimentais e, com isso, maior
erro experimental e menor precisão experimental.

1.12. Material
Enxada de cabo curto, sementes de feijão nhemba, corda, fita métrica, catana, marcador,
cartolina, regador, pulverizador, bitolas, enxada de sacha, martelo.

1.13. Selecção de sementes


As sementes de Vigna unguiculata foram adquiridas junto de um produtor local, e de seguida
fez se a selecção destas sementes e foram submetidas a secagem. Após a secagem, fez se a
selecção das sementes separando-se das impurezas e as sementes da mesma variedade
segundo as características físicas das mesmas.

Na primeira fase adquiriu se 3,5 kg de sementes de feijão nhemba e após o processo de


selecção a quantidade reduziu para 2 kg, quantidade esta que foi usada para a realização do
experimento.

De acordo com Davide et all. (2008), existem vários indicadores de maturação de frutos que
indicam a época de colheita de sementes tais como, mudanças na coloração, consistência dos
frutos, queda dos frutos, presença de sementes dispersas no chão.

1.14. Selecção de amostra


A amostra, foi seleccionada de acordo com o tamanho e o peso de sementes, sendo as maiores
e as que tinham maior peso que outras é que foram seleccionadas. A amostra utilizada este
trabalho foi de 20% da população total de 1152 plantas, entretanto a amostra corresponde a
11

230 plantas e, isto significa que a amostra por parcela foi de 10 plantas segundo a regra de
três simples. (Cálculos no Apêndice)

Entretanto, todos os elementos da população da área útil tiveram 24 plantas, todas elas
possuíam a mesma probabilidade de serem seleccionadas, portanto, a técnica utilizada foi
amostragem probabilística aleatória simples. Segundo TRIOLA (1999), os métodos
probabilísticos são os que seleccionam os indivíduos da população de forma que todos
tenham as mesmas oportunidades de participar da amostra, entretanto, foi realizado
numerando se os elementos da população útil de cada parcela de 24 plantas, e sorteada por
meio de pedaços de papel, foram colhidos 10 pedaços de papel que corresponderam aos
elementos pertencentes a amostra.

1.15. Condução de ensaio


As actividades de preparação e montagem do ensaio no campo, começaram na última
semana de Agosto. Para a produção deste experimento obedeceu-se 9 fases distintas
(preparação do solo, submissão das sementes em tratamento, sementeira, rega, cobertura
do solo, controlo de infestantes, controlo de pragas e doenças, processamento e análises de
dado e interpretação dos dados). As regas e amanhos culturais foram realizados seguindo
as recomendações da produção do Feijão Nhemba em Moçambique, as sachas foram feitas
sempre que necessário para o controlo das infestantes.

1.15.1. Preparação do solo


O preparo do solo foi realizado no dia 8 de Agosto de 2021, fez-se manualmente baseada de
uma lavoura com enxada de cabo curto, um destorroamento e nivelamento da área. Esta
preparação do solo consistiu no revolvimento do solo, destorroamento e nivelamento do solo
para que o sistema radicular possa ter um desenvolvimento além de permitir um bom maneio
da cultura e boa capacidade de infiltração da água. Após esta prática seguiu-se com a
construção das parcelas onde foram feitas as sementeiras.

1.15.2. Submissão das sementes em tratamento


Para o tratamento em água quente, usou se para o ensaio 4 copos cheio de água e constituiu
se em lotes de 100 sementes, sendo que cada lote foi mergulhado no copo por um período de
5 minutos antes da sementeira.
12

Para a escarificação mecânica, um lote de 100 sementes foram submetidas a Escarificação


manual com auxílio de uma lixa de ferro. Cada semente foi raspada suavemente duas vezes
na lixa, no lado oposto à testa da semente possibilitando a remoção local da estrutura externa
de semente. Estas amostras de sementes escarificadas foram semeadas juntamente com as de
outros lotes.

Para o tratamento da semente com ácido sulfúrico concentrado, em cada copo colocou-se 100
ml de ácido sulfúrico concentrado. Em cada copo mergulhou se sementes do lote de 100
sementes num período de 1 minuto (MABUNDA, 1998). As sementes foram depois
transferidas para copos limpos, onde foram bem lavadas com água corrente e posteriormente
semeadas.

1.15.3. Sementeira
A sementeira foi realizada no dia 5 de Setembro de 2021, com o espaçamento de 40x25cm e
uma densidade de 3 sementes por covacho. A variedade usada é a IT16, com hábito de
crescimento determinado e um rendimento de 1.800 kg/ha. Após a emergência, seguiu se
com todos as técnicas de produção necessárias para garantir o bom desenvolvimento das
plantas.

1.15.4. Rega
Após a sementeira, iniciou se com a rega no campo, para garantir a humidade do solo de
modo a proporcionar a germinação e crescimento adequado das plantas. A cultura é exigente
em água no estágio inicial, portanto, as irrigações eram frequentes, sendo 2 vezes por dia. As
regas devem ser diárias, porém sem excesso de água (SEDIYAMA et all., 2007).

Na rega era usado um regador de 10 litros, colocando 2 regadores por parcela, e quando as
plantas estavam na fase de floração reduziu se a frequência da irrigação.

1.15.5. Cobertura do solo


A cobertura do solo é uma prática agrícola que visa principalmente controlar as ervas
daninhas, diminuir as perdas de água por evaporação do solo, e facilitar a colheita
(GONÇALVES, 2002). As coberturas mais tradicionais são de materiais orgânicos vegetais,
que contém carbono derivado de material como: capim, palha, bagaço, casca e outros que
estejam disponíveis (FILGUEIRA, 2005).
13

Como forma de se manter o solo húmido, todas as parcelas foram cobertas com capim logo
após a sementeira e manteve se esta cobertura até o final do experimento.

1.16. Controlo de infestantes


No decorrer do processo produtivo, fez se o controlo de infestantes de forma manual onde
usou-se enxadas de cabo curto para a remoção das infestantes. Na fase inicial do
desenvolvimento da cultura, sendo uma fase de muita competição com infestantes, fez se
duas sachas, sendo a primeira sete dias após a sementeira e a segunda doze dias após a
primeira sacha.

1.17. Controlo de pragas e doenças


As doenças representam um dos factores limitantes na produção do feijão nhemba em
Moçambique (HEEMSKERK, 1978). Durante todo o ciclo de produção constatou se a
existência de pragas e doenças. As pragas encontradas no campo são os anfídeos e gafanhotos
e a doença é a Antracnose. O seu controlo baseou se na pulverização com insecticida
Biomiprid 22,2% SL.

1.18. Processamento e análise de dados


Os resultados foram estatisticamente analisados utilizando se o programa Assistant (versão
7.7). Os dados foram, submetidos a um teste de análise de variância (ANOVA) pelo teste
F(p<0.05). As médias das características significativas foram comparadas utilizando-se o
teste de Tukey 5%. E as médias foram resumidas em tabelas e representadas graficamente
através do pacote MICROSOFT EXCEL.

1.19. Interpretação de dados


Usou se o método de procedimento comparativo. De acordo com PRODANOV & FREITAS
(2013), este método está centrado em estudar semelhanças e diferenças esse método realiza
comparações com o objectivo de verificar semelhanças e explicar divergências. Portanto,
comparou se os resultados dos três métodos de quebra de dormência e, em seguida, comparou
se o melhor método de quebra de dormência.
14

1.20. Variáveis analisadas


1.20.1. Velocidade de emergência e de germinação
A velocidade de emergência (VE) e velocidade de germinação (VG) foram calculadas
conforme metodologia proposta por Edmond e Drapala (1958), utilizando a seguinte
fórmula: VE ou VG = (N1G1) + (N2G2) + ... + (N1G1)/G1 + G2 + ... + Gn. Em que: N =
número de dias da semeadura a cada contagem; G = número de plântulas emergidas ou
germinadas observadas em cada contagem.

1.20.2. Índice de velocidade de emergência e germinação


O Índice de velocidade de emergência (IVE) e o índice de velocidade de germinação (IVG)
foram determinados pelas contagens diárias a partir da emergência ou germinação da
primeira plântula, conforme indica Maguire (1962), utilizando a seguinte fórmula: IVE ou
IVG = (G1/N1) + (G2/N2) + ... + (Gn/Nn). Em que: G e N = possuem o mesmo significado
da fórmula anterior, sendo a unidade adimensional.

1.20.3. Percentagem de germinação


A percentagem de germinação (PG) foi realizada juntamente com o teste de germinação,
sendo a contagem realizada aos cinco dias após a sementeira. Os resultados foram expressos
em percentagem de plântulas normais (BRASIL, 2009).

1.20.4. Tempo médio de germinação


O tempo médio de germinação (TMG) foi obtido através de contagens diárias das sementes
germinadas até o décimo dia após a sementeira e calculado conforme proposto por
Labouriau (1983) através da fórmula: TMG = Σ (ni ti) / Σ ni. Em que: ni = número de
sementes germinadas no intervalo entre cada contagem; ti = tempo decorrido entre o início
da germinação e a i-ésima contagem, sendo os resultados expressos em dias.

1.21. Relevância Do Tema


1.21.1. Relevância social

O tema é relevante na sociedade devido a alta perda da produção que os produtores têm
devido a germinação tardia das sementes do Feijão Nhemba. E com a aplicação destes
métodos de superação da dormência das sementes de Feijão Nhemba, ira trazer grandes
benefícios para os agricultores que poderão passar a obter maiores rendimentos podendo
15

ainda aumentar as suas áreas de produção o que vai reflectir no seu rendimento financeiro na
comercialização.

1.21.2. Relevância científica

A partir desta pesquisa espera-se que seja um meio para que se estimule outras pesquisas
semelhantes que conduzem para a busca de alternativas sustentáveis e de fácil acesso as
comunidades rurais de forma a garantir uma boa produção agrícola.

1.21.3. Relevância económica

Com aumento das áreas de cultivo, o nível de obtenção de receitas pela comercialização dos
produtos agrícolas é maior, pois na aplicação destes tratamentos pré-germinativos vai
concorrer para uma afluência maior na produção desta cultura e assim, haverá produção para
o autoconsumo e também com excedente para a comercialização.
16

CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Aspectos gerais da cultura de feijão nhemba


O Feijão Nhemba é uma dicotiledónea pertencente à ordem Fabales, família Fabaceae,
subfamília Faboideae, gênero Vigna, espécie Vignaunguiculata(L.) Walp. (PADULOSI;
NG, 1997). É uma planta herbácea, de germinação epígea, ou seja, os cotilédones inseridos
no primeiro nó do ramo principal, de crescimento determinado ou indeterminado, com
hábitos de crescimento erecto, semi-erectos, prostados, semi-prostados, ou trepadores (FALL
et al., 2003).

O género Vigna ocorre nas regiões tropicais e subtropicais com ampla distribuição mundial.
Faris (1965), em extensa revisão, catalogou 170 espécies, admitindo porem a possibilidade
da ocorrência de algum erro, devido aos sinónimos que ocorrem na Literatura. Esse numero,
entretanto, esta próximo dos sugeridos por Phillips (1951), 184 espécies, e Wilczek (1954),
154 espécies, citados por Faris (1965), Steele (1976), 170 espécies, e por Steele & Mehra
(1980), que relatam que o género Vigna tem em torno de 160 espécies. A grande maioria
dessas espécies esta na África, onde 66 delas são consideradas endémicas. Isso sugere que o
género Vigna deve ter tido sua evolução ligada a esse continente. Entre as espécies que
ocorrem na África esta a V. unguiculata (L.) Walp., a qual tem tido sua origem africana e a
localização do seu centro de origem bastante discutidos.

2.2. Maneio da cultura de Feijão Nhemba

2.2.1. Preparação de solo


A preparação do solo deve começar antes das primeiras chuvas, de forma a proporcionar
condições adequadas para a germinação das sementes e o desenvolvimento das plantas,
incluindo a circulação de ar, melhorar a infiltração, a temperatura do solo, bem como o
controlo de ervas daninhas (SILVEIRA et all. 2015).

A primeira lavoura utilizando tracção animal deve ser realizada 30-45 dias antes da
sementeira, para quebrar possíveis camadas duras debaixo do canteiro e para a decomposição
de resíduos vegetais (de 25 a 35 cm). Solos pesados precisam de lavouras mais profundas,
isto para permitir uma melhor penetração da água. A primeira gradagem deve contemplar 10
17

a 15 dias depois da lavoura. A segunda gradagem deve ser imediatamente antes da


sementeira, para nivelar o canteiro. (MUKANKUSI e AMPOFO 2010).

2.2.2. Sementeira
A taxa de sementeira varia de 45 a 65 kg /há. A quantidade de semente /ha a utilizar depende
do tamanho dos grãos e do seu poder germinativo. Em condições favoráveis deve contemplar-
se uma perda de 20-25 % entre a germinação, emergência e colheita. Por isso deve, adoptar-
se a densidade de sementeira tendo em conta esses factores (STONE & SARTORATO,
1994).

Segundo o MANUAL DO EXTENSIONISTA, o espaçamento pode ser de 60 x 25 cm. Isto


resulta numa densidade acima de 285.000 plantas /há. Semear a 3-5 cm de profundidade.
Para as zonas de regadio no sul, a melhor data de sementeira é o mês de Abril. Sementeiras
de Maio e Junho podem ser mais fortemente atacadas por ferrugem, a doença mais importante
no Feijão Nhemba.

2.2.3. Adubação
Pode-se aplicar, como adubação de fundo, cerca de 200 kg/ha de 12-24-12, em baixo e ao
lado da semente. Para o presente trabalho a adubação será feita mediante a aplicação do
esterco de morcego, com objectivo de maximizar a quebra da dormência das sementes do
Feijão Nhemba que serão submetidos aos tratamentos em questão (C.E.F.S., Goiás, 1977).

2.2.4. Necessidades de humidade e irrigação


Nas zonas de regadio, a primeira rega é feita imediatamente após a sementeira para garantir
uma boa germinação. Repete-se esta operação todos os 12-15 dias, dependendo das chuvas
que acontecerem no período (BRACCINI et al., 1997).
2.2.5. Colheita
A colheita deve ser feita na época correcta, ou seja, imediatamente após as vagens
completarem a secagem e, estas não devem ficar no campo além do necessário, porque a
maior exposição ao sol, possíveis chuvas e orvalho, acarretam perda de qualidade.
A colheita é uma das etapas mais importantes no processo produtivo do Feijão Nhemba. A
qualidade final do produto, quer seja semente ou grão, depende de uma colheita bem-feita,
18

na época correcta. A colheita deve ser realizada logo que a lavoura atinja o ponto de
maturidade adequado, estágio R5 (Campos et al., 2000).
O feijão Nhemba pode ser colhido manual ou mecanicamente. A quase totalidade dos
agricultores utiliza a prática da colheita manual. Apesar de ser o método mais demorado e
trabalhoso, necessitando de dez a doze homens/dia/ha, é o que apresenta menor grau de
perdas no campo, permitindo a selecção manual das vagens, principalmente nas cultivares de
maturação desuniforme (ZIMMERMANN, 1998)
Preferencialmente, a colheita deve ser realizada nas primeiras horas da manhã ou no final do
período da tarde, evitando-se as horas mais quentes do dia, ocasião em que as vagens, de
algumas cultivares, se abrem com certa facilidade, provocando perdas de grãos no campo
(CAVALCANTE, 1997).
A colheita mecanizada, é pouco frequente, sendo recomendada para regiões onde não há
disponibilidade de mão-de-obra e são cultivadas extensas áreas (EMBRAPA, 1995).
No caso do feijão Nhemba se destinar para consumo como grãos verdes, a colheita deve ser
realizada antes de a vagem entrar no início da maturação, ou seja, antes que ela mude
completamente de cor. Se o objectivo é o consumo como legume (vagem verde), a colheita
deve ser efectuada quando as vagens estiverem suficientemente desenvolvidas, com poucas
fibras, o que é atingido, geralmente, entre o sexto e o nono dia após a emissão da vagem
(CAVALCANTE, 1997).
2.2.6. Pragas e doenças do feijão Nhemba
É importante os devidos cuidados com o que diz respeito a pragas e doenças na cultura do
feijoeiro. Os insectos, de uma maneira geral, ocorrem na planta em uma determinada época
em que o seu estágio fenológico está produzindo seu alimento ideal. Assim, podemos
distribuir as pragas do feijão Nhemba de acordo com a fenologia da planta (Andrade júnior
et al. 2003).
As principais pragas do feijão Nhemba são divididas de acordo com o local de ataque na
planta, Sendo as principais pragas subterrâneas; paquinha; broca-do-colo; lagarta-elasmo;
lagarta-rosca; as principais pragas desfolhadoras do feijão Nhemba; vaquinha; pulgão; mosca
branca; minador das folhas; principais pragas dos órgãos reprodutivos; percevejo vermelho
do Nhemba; tripés; lagarta das vargens e principais pragas de armazenados; caruncho-do-
feijão; traça (Andrade júnior et al. 2003)
19

O feijão Nhemba é suscetível a diversas doenças, onde muitas das quais podem ser limitantes
a produção dependendo das condições climáticas e da suscetibilidade cultivar dentre as quais
destacam-se; podridão-das-raízes; podridão-do-colo; murcha-do-fusarium; ferrugem;
cercosporiose; oídio; mofo cinzento das vagens; mancha bacteriana. (Andrade júnior et al.
2003).
2.3. Conceito de Dormência

Rodrigues (1988) relata que algumas sementes são capazes de germinar logo após a
fertilização e algum tempo antes do período normal de colheita, enquanto outras podem estar
dormentes e exigirem um longo período de repouso ou de desenvolvimento adicional antes
que a germinação possa ocorrer.

Carvalho & Nakagawa (2000), define dormência como um fenómeno pelo qual sementes de
uma determinada espécie, mesmo sendo viáveis e tendo todas as condições ambientais para
tanto, deixam de germinar.

Já Popinigis (1977), caracteriza quando as sementes não germinam, embora colocadas sob
condições ambientais favoráveis à sua germinação, elas são denominadas dormentes.

Toledo & Marcos Filho (1997), caracteriza que o período de dormência pode ser temporário
ou estender-se durante muito tempo até que certa condição especial seja preenchida.

2.3.1. Tipos de dormências


Existem dois tipos de dormência: a natural ou primária e induzida, ou secundária. Segundo
Carvalho & Nakagawa (2000), a primária sempre ocorre, ainda que com intensidade variável
de ano para ano e de local para local. É, pois, uma característica da espécie. Em alguns casos
esta é superada por simples armazenamento da semente seca por algum tempo. Assim,
imediatamente após a colheita, as sementes não germinam (POPINIGIS, 1977).

A dormência secundária é um tipo que nem sempre ocorre. Quando isto ocorre é por indução
de uma condição ambiental especial, sendo geralmente induzida quando são dadas as
sementes todas as condições favoráveis à sua germinação, menos uma (POPINIGIS 1977,
CARVALHO & NAKAGAWA 2000).
20

Com base nos mecanismos presumivelmente envolvidos, a dormência de sementes pode ser
classificada em dois grandes grupos: endógena e exógena. (CARDOSO, 2004).

A dormência endógena, que também pode ser chamada de embrionária, é causada por algum
bloqueio à germinação relacionado ao próprio embrião – mas que eventualmente pode
envolver tecidos extraembrionários, podendo ser dividida em: fisiológica, morfológica e
morfofisiológica (CARDOSO, 2004).

A dormência exógena ou extraembrionária é causada primariamente pelo tegumento, pelo


endocarpo, pelo pericarpo e/ou por órgãos extraflorais, em geral por pouca ou nenhuma
participação directa do embrião na sua superação. Em geral, os mecanismos responsáveis por
essa modalidade de dormência estão relacionados à impermeabilidade, ao efeito mecânico,
e/ou à presença de substâncias inibidoras dos tecidos. Pode ser dividida em: física, química
e mecânica (CARDOSO, 2004).

2.3.1.1. Dormência fisiológica


A dormência fisiológica é causada por mecanismos inibitórios envolvendo os processos
metabólicos e o controle do desenvolvimento. Na dormência fisiológica operam diversos
mecanismos, localizados não só no embrião propriamente dito, mas também nos tecidos e
nas estruturas adjacentes, tais como tegumento e endosperma (CARDOSO, 2004).

Segundo Baskin & Baskin (2004), dormência fisiológica é aquela em que a presença de
substâncias inibidoras ou ausência de substâncias promotoras da germinação impedem que a
germinação ocorra. Ela pode ser subdividida em dormência fisiológica profunda,
intermediária ou superficial. A dormência profunda ocorre em espécies que necessitam de
período longo com temperaturas baixas para a sua superação. A distinção desta para as
demais subdivisões (intermediária e superficial) se dá pela ausência de crescimento do
embrião ou pela geração de plântulas anormais, mesmo quando o embrião é isolado da
semente. As dormências fisiológicas, intermediária e superficial, são mais comuns, sendo
necessário o isolamento do embrião para geração (VIVIAN et. al., 2008).

2.3.1.2. Dormência morfológica


Relaciona-se às sementes que são dispersas com o embrião não-diferenciado (estádio de pré-
embrião) ou não completamente desenvolvido (estádio de “torpedo” ou linear). Desse modo,
21

o embrião deverá passar por um período de maturação na semente separada da plântula-mãe,


até atingir a condição de quiescência. Principalmente em espécies tropicais, esse mecanismo
do embrião é praticamente contínuo no ambiente natural, ficando muitas vezes difícil separar
os processos de dormência e de germinação propriamente dita (Cardoso, 2004).

2.3.1.3. Dormência morfofisiológica


Nessa modalidade, a semente apresenta dormência morfológica e fisiológica. Para que a
germinação ocorra, é preciso que o embrião atinja um determinado período crítico, variável
conforme a espécie, e que a dormência fisiológica seja superada por estratificação ou outro
tratamento. Nesse caso, a pós-maturação do embrião e a quebra de dormência fisiológica
podem ou não requerer as mesmas condições ambientais e ocorrer ou não ao mesmo tempo,
dependendo da espécie. (CARDOSO, 2004).

2.3.1.4. Dormência física


Esta dormência é causada pela impermeabilidade do tegumento dos tecidos da semente e/ou
do fruto, restringindo total ou parcialmente a difusão de água ao embrião. Algumas pesquisas
sugerem que, todavia, que tegumentos e envoltórios da semente também podem restringir a
difusão de oxigênio para o interior da semente, considerando que os tegumentos embebidos
constituem um “filme” contínuo de água ao redor do embrião (CARDOSO, 2004).

Em laboratório, foram desenvolvidos diversos métodos, visando a superação da dormência


por impedimento a entrada de água, como a escarificação mecânica e química, a embebição
das sementes em água e tratamentos com altas temperaturas, sob condição úmida ou seca
(Bewley& Black, 1982; Bebawi& Mohamed, 1985; Perez & Prado, 1993).

2.3.1.5. Dormência química


Inicialmente, considerou-se dormência química aquela causada por inibidores de crescimento
presentes unicamente no pericarpo. A definição foi posteriormente estendida para
substâncias produzidas tanto dentro como fora da semente que, translocadas para o embrião,
inibem a germinação (Cardoso, 2004).

É preciso determinar uma distinção entre dormência química (um tipo de dormência exógena)
e a dormência fisiológica, tendo em vista que, em muitos casos, unidades de dispersão com
inibidores químicos também apresentam dormência fisiológica. A dormência química, o
22

embrião está em estado de quiescência, e o inibidor deve simplesmente impedir seu


crescimento. Assim, a rigor, a expressão dormência química deveria ser aplicada apenas ás
espécies cujas sementes não apresentam dormência fisiológica (CARDOSO, 2004).

2.3.1.6. Dormência mecânica


Por definição, sementes com dormência mecânica apresentam o endocarpo ou mesocarpo
pétreo, cuja rigidez impede a expansão do embrião (CARDOSO, 2004).A dormência
mecânica foi conceituada por Nikolaeva (1969) como a inibição da germinação pela presença
de frutos duros ou com parede lenhosa, atribuída, normalmente, ao endocarpo ou estendida
ao mesocarpo de espécies nativas florestais. Porém, o mesmo autor concluiu que não existem
evidencias claras da ação do endocarpo como obstáculo à germinação.

2.3.2. Causas de dormência

Carvalho &Nakagawa (2000) preferem se referir a mecanismos de dormência divididos em


sistemas com seus respectivos subsistemas caracterizando-os como: imaturidade do embrião,
impermeabilidade do tegumento a água e/ou oxigénio, restrições mecânicas que impedem o
crescimento do embrião, requisitos especiais de temperatura ou luz, a presença de substâncias
inibidoras da germinação, embrião rudimentar e combinação de causas. Existe controle
genético dessas causas de dormência e interacção com o ambiente.

2.3.3. Métodos de quebra de dormência

2.3.3.1. Dormência tegumentar ou exógena

a) Escarificação ácida ou química

As sementes são imersas em ácido sulfúrico, por um determinado tempo, que varia em função
da espécie, à temperatura entre 19ºC e 25ºC, sendo então lavadas em água corrente e
colocadas para germinar.

b) Imersão em Água

Imersão em água quente: a imersão em água quente constitui-se num eficiente meio para
superação da dormência tegumentar das sementes de algumas espécies florestais. A água é
23

aquecida até uma temperatura inicial, variável entre espécies, onde as sementes são imersas
e permanecem por um período de tempo também variável, de acordo com cada espécie;

Imersão em água fria: sementes de algumas espécies apresentam dificuldades para germinar,
sem contudo estarem dormentes. A simples imersão das sementes em água, à temperatura
ambiente (25ºC) por 24 horas, elimina o problema, que normalmente é decorrente de longos
períodos de armazenamento, e que causa a secagem excessiva das sementes, impedindo-as
de absorver água e iniciar o processo germinativo.

c) Escarificação mecânica

Este método tem se mostrado bastante eficaz para a superação da dormência de algumas
espécies florestais, em especial as leguminosas. O procedimento consiste, basicamente, em
submeter as sementes a abrasão, através de cilindros rotativos, forrados internamente com
lixa o que irá desgastar seu tegumento, proporcionando condições para que absorva água e
inicie o processo germinativo;

Para que se obtenham resultados positivos na utilização do processo, são necessárias algumas
precauções, como o tempo de exposição das sementes à sacarificação e a pureza do lote, pois
sementes com impurezas comprometem a eficiência do tratamento.

2.3.3.2. Dormência embrionária ou endógena

a) Estratificação a frio

As sementes de algumas espécies florestais apresentam embrião imaturo, que não germina
em condições ambientais favoráveis, necessitando de estratificação para completar seu
desenvolvimento. Para a estratificação, o meio em que as sementes serão colocadas deve
apresentar boa retenção de humidade e ser isento de fungos. Normalmente utiliza-se areia
bem lavada que apresente grãos em torno de 2,0 mm de diâmetro (média) para facilitar a
posterior separação das sementes por peneiragem.

O recipiente em que será colocado o meio, deve permitir boa drenagem evitando-se a
acumulação de água no fundo o que causa o apodrecimento das sementes.

A temperatura requerida para a estratificação a frio está entre 2ºC e 4ºC, que pode ser obtida
em uma geladeira ou câmara fria. As sementes são colocadas entre duas camadas de areia
24

com 5 cm de espessura. O período de estratificação vária de 15 dias para algumas espécies,


até 6 meses para outras. Uma vez encerrado o período de estratificação, as sementes devem
ser semeadas imediatamente, pois se forem secas poderão ser induzidas à dormência
secundária.

b) Estratificação quente e fria

A maturação dos frutos de algumas espécies ocorre no final do verão e início do Outono,
com temperaturas ambientais mais baixas. A estratificação quente e fria visa reproduzir as
condições ambientais ocorridas por ocasião da maturação dos frutos.

O procedimento é exactamente o mesmo descrito para a estratificação a frio, alterando-se


temperaturas altas (25ºC por 16 horas e 15ºC por 8 horas) por um período, e temperaturas
baixas (2ºC a 4ºC) por outro período. Dormência combinada

Algumas espécies apresentam sementes com dormência tegumentar e embrionária. Nestes


casos, submete-se a semente inicialmente ao tratamento de superação da dormência
tegumentar, e a seguir, para superar a dormência embrionária. Em alguns casos, apenas a
estratificação a frio é suficiente para superação de ambas.

2.4. Vantagens e desvantagens da quebra de dormência

a) Vantagens

De acordo com Macedo (1993), para a produção de mudas de qualidade é necessária a escolha
de boas sementes, que tenham sido beneficiadas e armazenadas de forma adequada, visando
padrões correctos, e que apresentem boa qualidade fisiológica e genética.

A germinação ocorre na sequência de eventos fisiológicos, quando o local tem água e luz
disponível, a semente absorve a água, hidratando o embrião e amolecendo o tegumento, de
forma que esse envoltório venha a se romper, devido a embebição, ocorrendo assim a
germinação (KRAMER; KOZLOWSKI, 1972).

O uso das técnicas de superação da dormência em sementes apresenta vantagens para as


plantas como o de ocorrer a germinação precoce e assim irá influenciar no rápido
25

desenvolvimento da planta, pois a qualidade das plântulas constitui em si um dos grandes


factores que influenciam na obtenção de uma boa produção.

Interfere no programa de plantio de modo a garantir à não germinação lenta e desuniforme,


reduz longos períodos para superação da dormência de forma natural, facilita na avaliação
da qualidade das plantas.

b) Desvantagens

Por outro lado a quebra de dormência apresenta determinadas desvantagens como o custo de
aplicação destas técnicas, falta de tegumento suficiente para fornecer nutrientes na fase inicial
da germinação (TOLEDO & MARCOS FILHO, 1997).
26

Capitulo III: RESULTADOS E DISCUSSÃO


Após o processamento e análises comparativas dos dados de experimento, pelo teste de
Tukey a 5% de nível de significância, permitiu chegar se as seguintes resultados e sua
respectiva discussão, na qual foi dividida em parâmetros (Germinação, Percentagem de
germinação, Velocidade de germinação, Índice de velocidade de germinação, Tempo médio
de germinação) da cultura estudada.

3.1. Germinação
Num universo de 1152 sementes lançadas, correspondente a 100%, somente 866 sementes,
germinaram no período estabelecido de controlo de germinação no ensaio (5 dias após a
semeadura), correspondente a 75% de germinação total e as restantes 286 sementes, não
germinaram, correspondente a 25% de germinação, como ilustra o gráfico 1. A germinação
não foi uniforme em todos tratamentos. Importa realçar que as sementes começaram a
despontar aos 3 dias nos tratamentos T3, T4. No entanto, o T1 a germinação foi observada a
partir do 5 dias, por último T2 verificou-se aos 4 dias (Gráfico 2).

Gráfico 1: Grau de germinação das sementes da Vigna unguiculata

Germinação
sementes
não
germinadas
25%

sementes
germnadas
75%

Fonte: (Autora, 2021)


27

Gráfico 2: Período de germinação das sementes da Vigna unguiculata

Tratamentos
6
5
4
3
2
1
0
T1 T2 T3 T4

Tratamentos

Fonte: (Autora, 2021)

3.2. Percentagem de germinação


Resultados derivados de sementes germinadas em cada tratamento, foram submetidos ao
Excel e expressos em percentagem como indica o gráfico 3.

Gráfico 3: Percentagem de Germinação das sementes da Vigna unguiculata por


tratamento

Germinação (%) em função de tratamentos


%Germinacao
86% 79%
67% 75%
Germinação (%)

T1 T2 T3 T4
Tratamentos

Fonte: (Autora, 2021)

Os percentuais de germinação das plântulas de feijão nhemba obtiveram diferenças


significativas entre os tratamentos estudados. Verificou-se que a escarificação mecânica das
sementes proporcionou percentual de 86%, ou seja, mais elevado da germinação que os
demais tratamentos, que apresentaram em médias percentagens menores. Sendo as sementes
submetidas à imersão em água quente, estatisticamente, obtiveram menor desempenho de
germinação quando comparado as sementes submetidas ao tratamento pré-germinativo.
28

Os tratamentos T2, T3 e T4 apresentaram maiores percentagens de 75, 86 e 79%


respectivamente comparativamente ao tratamento T1 com percentagem mais baixa de 67%.
Os resultados da germinação nos tratamentos, foram submetidos a análise de variância, com
objectivo de aferir a diferença entre tratamentos.

Segundo análise de variância na tabela 4 os dados mostram que existe diferença significativa
entre os tratamentos a nível de 5% probabilidade (p ˂ 0,05), com F= 4.415.

Tabela 2: Comparação de médias entre tratamentos na percentagem de germinação


Tratamento %G
Testemunha 16 a
Água quente 18 b
Escarificação mecânica 19 b
Escarificação química 20.75 c
CV 10.24 %
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao
nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste de comparação de médias "Tukey", existe diferença significativa entre
as médias dos tratamentos, as melhores médias são do T4 que representa, escarificação
química de sementes comparativamente com a média T1, sementes sem tratamento que foi a
menor de todos os tratamentos.

Costa et all., (2016) observaram que as sementes armazenadas por um período de 2 anos e
submetidas as fissuras apresentaram um percentual de 77% de germinação das plântulas, por
outro lado Furtado (2013) verificou que as sementes submetidas à escarificação com lixa
apresentou um percentual de 14% na emergência das plântulas enquanto que Alves et al.,
(2008) obtiveram resultados melhores e semelhantes aos encontrados neste experimento,
constatando uma percentagem de 76% de germinação.

Carrione (2008), observou que as sementes de Paneira tratadas com ácido sulfúrico,
apresentaram após 41 dias a maior % de germinação (96,25%) enquanto que com
escarificação mecânica (90%), tratamento testemunha (95%) e imersão em água quente foi a
menos eficiente com apenas (17,5%).
29

A técnica de escarificação neste caso mostrou se eficiente, pois promoveu maiores taxas de
germinação no dado tratamento, uma vez que, a remoção parcial do tegumento permitiu a
entrada de água possibilitando que o processo de germinação ocorresse (Zaidan& Barbedo,
2004)

3.3. Velocidade de Germinação (VG)


Para avaliar a velocidade emergência foram contadas diariamente as plântulas emergidas até
a estabilização numérica das contagens. Os resultados foram expressos em velocidade
emergência, conforme Maguire (1962).

Tabela 3: Comparação de médias entre tratamentos na velocidade de germinação


Tratamento VG
Testemunha 5.55ª
Água quente 5.44 a
Escarificação mecânica 5.78 b
Escarificação química 5.73 b
CV 1.52%
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao
nível de 5% de probabilidade.

Ao analisar as medidas individualmente (tabela 5) percebe-se que houve diferença


significativa para estes grupos de tratamentos, ou seja, o tratamento testemunho e água quente
com menores médias de 5,55 e 5,55 respectivamente, diferenciando se do outro grupo com a
escarificação mecânica com média de 5,78 e escarificação química com 5,73, conforme
ilustrado no gráfico 4.

Olhando para estes resultados, significa que estes tratamentos (T4 e T3) possibilitaram o
rompimento de tegumento externo facilitando a entrada de água na semente e acelerando
assim o processo germinativo.
30

Gráfico 4: Velocidade de Germinação das sementes da Vigna unguiculata por


tratamento
VG em função dos tratamentos
5,9
5,8
5,7
5,6
VG

5,5
5,4
5,3
5,2
T1 T2 T3 T4
Tratamentos

Fonte: (Autora, 2021)

Braga et all., (1991) também descobriu que, para a quebra de dormência em sementes de
Vigna radiata, o melhor método de tratamento é a imersão das sementes em ácido sulfúrico
durante 30 minutos, o que nos mostra a eficiência no uso deste método para acelerar a
germinação em muitas outras espécies. Assim constatou-se que quando as sementes são
submetidas a escarificação aumenta a área de contacto com o substrato, permitindo uma
maior velocidade de absorção de água, promovendo um maior aumento da velocidade de
germinação.

Contudo o tratamento com água quente apresentou menores médias se comparado até com a
testemunha que não foi aplicado nenhum tratamento pré-germinativo de quebra de
dormência, o que pode ter sido influenciado pelo tempo de imersão das sementes em água
quente.

Segundo Silva et all (2009) a velocidade com que as plantas emergem e germinam é um
factor fundamental para a sobrevivência e o desenvolvimento da espécie, diminuindo assim
o tempo de exposição da semente às condições adversas e às intempéries. Dessa forma o
método de escarificação mecânica possui potencial para promover a velocidade de
emergência e germinação das plântulas de feijão nhemba

As sementes submetidas aos métodos de escarificação mecânica e química apresentaram


maiores velocidades de germinação com uma média de 5,78 e 5,73 respectivamente,
31

resultado partilhado por MABUNDA (1998) ao concluir que o tratamento por escarificação
manual (mecânica) é o método mais eficaz a quebra da dormência nas sementes de Vigna
unguiculata, este autor observou que as velocidades de germinação eram maiores com
médias de 6,9 e 7,4 para tratamento com escarificação mecânica e química respectivamente,
diferente da imersão em água em água durante 10 minutos, com média de 3,7.

3.4. Índice de Velocidade de Germinação


Os dados referentes ao índice de velocidade de germinação foram submetidos a análise de
variância para aferir a diferença entre os tratamentos. Análise de variância dos dados do
índice de velocidade de germinação de sementes da Vigna unguiculata em diferentes
tratamentos inferidos, na tabela 8. Conforme análise de variância os dados provam que existe
diferença significativa entre os tratamentos a nível de 5% probabilidade (p ˂ 0,05), com F =
17.624.

Tabela 4: Comparação de médias entre tratamentos no IVG


Tratamento IVG
Testemunha 12.85 a
Água quente 13.96 a
Escarificação mecânica 18.07 c
Escarificação química 16.3 b
CV 7.29%
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukeyao
nível de 5% de probabilidade.

De acordo com teste de comparação de médias "Tukey" existe diferença significativa entre
os tratamentos, as melhores médias são dos tratamentos T3 e T4, isto é, o escarificação
mecânica (T3), escarificação química (T4) e as menores médias observaram-se com
evidência para sementes de testemunha e imersão em água quente.

O gráfico 5, mostra os resultados referentes ao índice de velocidade de germinação nos 4


tratamentos. Portanto a escarificação com lixa proporcionou os melhores Índices de
Velocidade de Germinação de plântulas com 18.07, seguido da escarificação química com
16.3 que deixam com um resultado satisfatório se comparado com os tratamentos de imersão
em água quente e o testemunha, 13.96 e 12.85 respectivamente.
32

Gráfico 4: Índice de velocidade de germinação (IVG) das sementes da Vigna


unguiculata

IVG em função dos tratamentos


20

15
IVG

10

0
T1 T2 T3 T4
Tratamentos

Fonte: (Autora, 2021)

Para este estudo, observou-se uma relação directa nos tratamentos referente a percentagem
de germinação e o índice de velocidade de germinação para gráficos 1 e 2. Isto corrobora
com BOVI (1999), quando afirma que quanto maior a percentagem de germinação maior é o
índice de velocidade de germinação. Este autor acrescenta que sementes com alto índice de
velocidade de germinação são menos vulneráveis as condições diversas do meio por
emergirem mais rápido no solo e, assim passarem menos tempo nos estágios iniciais de
desenvolvimento, sendo favorável a produção de mudas.

Para o índice de velocidade germinação, os melhores resultados obtidos foram atribuídos aos
tratamentos de escarificação mecânica e química. Provavelmente por ser mais eficazes e
devido a sua rapidez quando na quebra e no rompimento do tegumento durante a dormência,
enquanto os tratamentos em água quente e Testemunha foram os últimos a apresentarem
germinação. Estes resultados estão observados no gráfico abaixo.

Souza et all. (2008) avaliam diferentes métodos de quebra de dormência em Anonna


squamosa, e observaram que a água quente não foi um método eficiente, mas ao utilizar a
escarificação mecânica com lixa, obtiveram melhores resultados. Com isto o uso do método
de escarificação mecânica tem apresentado melhores resultados daí que este constitui se num
dos métodos com uma boa eficácia aos produtores locais.
33

3.5. Tempo Médio de Germinação


Com relação ao tempo médio de germinação (Tabela 9) os tratamentos não apresentaram
diferença significativa. No entanto constatou-se que as sementes submetidas à imersão em
água quente apresentaram menor tempo médio de germinação, com emissão da radícula aos
3 dias enquanto no tratamento onde as sementes foram tratadas com lixa o tempo médio foi
maior.

Tabela 5: Comparação de médias entre tratamentos no TMG

Tratamento TMG
Testemunha 3.54 a
Água quente 3.44 a
Escarificação mecânica 3.78 a
Escarificação química 3.73 a
CV 2.27%

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukeyao
nível de 5% de probabilidade.

Com relação ao método de quebra de dormência a água quente apresentou melhores


resultados, porém não diferiram entre si estatisticamente. Estudos de NASCIMENTO (2012)
testaram a eficiência do ácido sulfúrico como método de superação de dormência com
sementes de paineira-branca Ceibaglaziovii (kuntze) k. Schu, pertencente à família das
Bombacaceae. Segundo o autor, a alta acidificação foi à responsável pelos altos resultados
obtidos, por ter causado a deterioração da camada impermeável das sementes e acelerar o
processo germinativo.

Segundo dados representados no gráfico 6, neste experimento mostraram resultados de


menor tempo global de germinação para o tratamento em água quente com 3.44 e
escarificação mecânica com 3.78 maior tempo de germinação. Examinando se
cuidadosamente a fórmula de VG, verifica se que ela é idêntica á fórmula de TMG, logo, as
interpretações também podem ser similares. (Santana & Ranal, 2000).
34

Gráfico 5: Tempo Médio de Germinação (TMG) das sementes da Vigna unguiculata

TMG em função dos tratamentos


3,9
3,8
3,7
3,6
TMG

3,5
3,4
3,3
3,2
T1 T2 T3 T4
Tratamentos

Fonte: (Autora, 2021)

A impermeabilidade do tegumento à água ocorre durante a maturação das sementes


(Murdoch & Ellis, 1993) e, assim, observa se maior ocorrência de sementes duras quando a
maturação é completada anteriormente à colheita (Chaves & Kageyama, 1980). Com isto o
tempo de germinação de uma semente determina o período que a semente leva para germinar.

Contudo importa referir que a germinação rápida pode ser imprópria ou não estratégica ao
estabelecimento de uma espécie, por exemplo, germinar em resposta a chuva e isolada
durante a estação seca, as sementes germinadas poderiam perecer na continuidade da seca.
35

CAPÍTULO IV: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES


4.1. Conclusão
De acordo com as variáveis avaliadas, pode se concluir que os melhores resultados foram
alcançados com aplicação dos métodos de quebra de dormência estudos, em relação a não
aplicação de nenhum método de quebra de dormência.

Na germinação das sementes, do total de 1152 semeadas, 866 correspondente a 75%


germinaram e as restantes não germinaram. No entanto de forma geral todas as sementes
germinadas tiveram um bom desenvolvimento. Contudo a percentagem de germinação em
cada tratamento foi diferente, onde observou-se uma maior percentagem de 86% para o
tratamento escarificação mecânica, seguida da escarificação química com 79%,
representando os dois tratamentos que mais promoveu a germinação precoce das sementes.

O desenvolvimento das plantas para todos os tratamentos foi satisfatória, sendo que as plantas
em que foram aplicados os métodos de quebra de dormência apresentavam se mais vigorosas
e com floração precoce o que constituiu uma vantagem para obtenção de vagens de boa
qualidade.

Os métodos de escarificação mecânica e química tiveram maior velocidade de germinação


com médias de 5,78 e 5m73 respectivamente, o que nos dá a entender que o rompimento de
tegumento foi mais rápido facilitando deste modo a entrada de água na semente e acelerando
assim o processo germinativo.

O tempo que uma semente leva a germinar, influência no desenvolvimento inicial da planta,
e na emergência da ridícula, pois se a semente leva muito tempo a germinar pode ser
facilmente atacada por pragas no solo, perder a humidade do solo e dificultando assim a
absorção de nutrientes pelas raízes e ainda pode germinar num período com maior
competição de ervas daninhas.

4.2. Recomendações
Aos produtores:

Aderir as novas técnicas de produção para melhorar a sua produção e produtividade através
da aplicação do método de quebra de dormência;
36

Aos investigadores:

Introduzir um pacote tecnológico integrado visando o aumento dos rendimentos e produção


do feijão nhemba, considerando o sistema de cultivo, variedades usadas ou adaptadas e as
condições climáticas da região.

Para este tipo de estudo, se faça para além do teste de germinação um teste de vigor da
semente, uma vez que o último é o mais apropriado para este tipo de comparação.

Testar o ensaio de tratamento de sementes com água quente e com ácido sulfúrico, em
diferentes períodos de imersão.
37

3.3. Referências Bibliográficas


1. AZANIA, A. A. P. M. et al. Métodos de superação de dormência em sementes
de Ipomoea e Merremia Planta Daninha, v. 21, n. 2, p. 203-209, 2003.

2. BRACCINI, A. L. Avaliação da qualidade fisiológica e sanitária da semente de genótipos


de soja (Glycinemax (L.) Merrill) com diferentes graus de impermeabilidade do tegumento.
Revista Brasileira de Sementes, v. 16, n. 2, p. 195-200, 1997

3. BROUGHTON WJ, HERNÁNDEZ G, BLAIR M, BEEBE S, GEPTS P E


VANDERLEYDEN J. 2003. Feijão (Phaseolus spp.) Modelo - Leguminosas Alimentares -.
Plant e Soil. 252: 55-128.

4. BURUCHARA R, MUKANKUSI C E AMPOFO K. 2010. Identificação e maneio de


doenças e pragas do feijão. Cali, Colômbia: Centro Internacional de Agricultura Tropical
(CIAT), Kampala, Uganda: Pan -África Aliança de Investigação de Feijão (PABRA). 67 pp.

5. CARRIONE, Renata Moyses. (2008). Influência da quebra de dormência na taxa de


germinação de sementes de três espécies de Mata Atlântica. Seropedica-RJ. UFRRJ.

6. CERVO, A.L.; BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5 ed. São Paulo: Prentice Hall,
2002, 242 p.

7. COOPER, DONALD R.; SCHINDLER, Pamela S. Métodos de pesquisa em


administração. Trad. Luciana de Oliveira Rocha. 7 ed. Porto Alegre: Bookman, 2003, 640 p.

8. Chiambu C, P, T. (2009). Efeitos do guano de morcego no crescimento e rendimento da


cultura do pimento. (Monografia, UJES).

9. COMISSÃO TÉCNICA ESTADUAL DE FERTILIDADE DE SOLOS, Goiânia, GO.


Recomendações de fertilizantes para Goiás. 4a.aproximação. Goiânia, 1977. 54p

10. CAVALCANTE, E. da S. Desempenho agronômico de feijão caupi (Vignaunguiculata


(L.) de moita no Amapá. Macapá: Embrapa-CPAF-Amapá, 1997. IIp. (Embrapa-CPAF-
Amapá. Boletim de Pesquisa, 19).
38

11. EMBRAPA Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (Goiânia, GO).


Recomendações técnicas para o cultivo do feijoeiro. 2.ed.rev.atual. Goiânia, 1995. 40p.
(Embrapa-CNPAF. Circular Técnica, 13).

12. FAGERIA, N. K.; STONE, L. F.; SANTOS, A. B. dos; CARVALHO, M. da C. S.


Nutrição mineral do feijoeiro. Brasília, DF: Embrapa, 2015. 394 p.

13. FURLAN, S. H. Doenças bióticas e abióticas do feijoeiro: guia de identificação e


controle. Campinas: Instituto Biológico, 2004. 91 p.

14. FREITAS, W. R. S.; JABBOUR, C. J. C. Utilizando estudo de caso(s) como estratégia


de pesquisa qualitativa: boas práticas e sugestões. Estudo & Debate, Lajeado, v. 18, n. 2, p.
07-22, 2011.

15. KRAMER, Paul J.; KOZLOWSKI, T. Fisiologia das árvores. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1972. 745 p.

16. LYNCH JP. 1995. Rootarchitectureandplantproductivity. PlantPhysiology 103: 7–13.

17. MACEDO, Antônio C.de; KAGEYAMA, Paulo Y.; COSTA, Luiz G. S. da. Produção
de Mudas em viveiros florestais. São Paulo: Fundação Florestal, 1993.

18. MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba: Fealq,


2005.

19. MAGALHÃES A. MIGUEL, Feijão Vulgar: Benefícios para os Agricultores 2015

Macan, G. P. F., Pinto, D. F. P., &Homma, S. K. (2019). Eficiência de diferentes adubos


orgânicos na adubação do milho. Revista Brasileira De Agropecuária Sustentável, 9(04), 66-
74.

Mengel, K., &Kirkby, E. A. (1987). Principlesofplantnutrition.


Bern. InternationalPotashInstitute.

QUEIROZ, C. R. A. A.; ANDRADE R. R.; LACERDA Z. C.; FERREIRA M. E. Esterco de


coelho: fonte de nutrientes para complementação da adubação. Revista Agrogeo ambiental,
v. 6, n. 3, p. 11-17, 2014.
39

QUINTELA, E. D.; SARTORATO, A.; LOBO JUNIOR, M.; COBUCCI, T. Manejo


fitossanitário do feijoeiro. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz eFeijão, 2005. 16 p.
(Embrapa Arroz e Feijão. Circular técnica, 73).

Ramos, L. A., Lana, R. M. Q., Korndorfer, G. H., & Silva, A. A. (2017). Effectoforgano-
mineral fertilizerandpoultrylitterwasteonsugarcane yield and some
plantandsoilchemicalproperties. AfricanJournalofAgricultural Research, 12(1), 20-27.

SILVEIRA, P. M. da; STONE, L. F.; CUNHA, P. C. R. Práticas para economia de água na


irrigação do feijoeiro por pivô-central. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão,
2015. 8 p. (Embrapa Arroz e Feijão. Comunicado técnico, 225).

STONE, L.F.; SARTORATO, A. O cultivo do feijão: recomendações técnicas. Brasília:


EMBRAPA-SPI, 1994. 83p. (EMBRAPA-CNPAF. Documentos, 48).

ZIMMERMANN, M.J. de; ROCHA, M.; YAMADA, T.Cultura do feijoeiro: fatores que
afetam a produtividade. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do
Fosfato, 1998. 58p
VIII

APÊNDICES
Cronograma de actividades

Meses
Actividades Julho Agosto Setembro Outubro
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Selecção de sementes

Preparação do solo

Distribuição dos blocos

Quebra da dormência

Sementeira

Recolha de dados

Análise dos dados

Elaboração de material
tendo em vista a
elaboração de Relatório
Final
Levantamento de dados e
outros procedimentos para
viabilização do
experimento
Elaboração e entrega do
Relatório Final

Orçamento
Item Quantidade Unidade Preço/ Preço total
unidade
Enxada 1 250 250
Fita métrica 1 Metros 200 200
Ácido sulfúrico 1 Litros 0,5 300
Copos 10 10 100
Corda 1 Metros 250 250
Regador 1 200 200
Total 1375
IX

Figura 1: Desenho experimental


10,2m
1m
T1 T3 T4 T4

T2 T1 T1 T1

T4 T4 T3 T3
8,7 m
0,5m
T3 T2 T2 T2

Fonte: autora, 2021

T1= testemunha;
T2= imersão em água quente;
T3= Método de escarificação mecânica;
T4= Método de escarificação química.
Medidas
Área total = 88,74 m²
Área da parcela = 3,24 m²
Distância entre blocos = 1,0 m
Distância entre parcelas = 0,5 m
Cálculo da amostra e número de parcelas:
1152 plantas--------100%
24plantas------1parcela
X----------20%
230 plantas----×
X=1152*20/100
X=230/24=9,5~10
X= 230 plantas
X

Layout e casualização (7;7)


Tabela 6: Casualização do bloco I
Tratamentos N⁰ aleatórios Sequência Ordem
T1 22 1 T1
T2 59 2 T3
T3 40 3 T2
T4 96 4 T4

Tabela 7: Casualização do bloco II


Tratamentos N⁰ aleatórios Sequência Ordem
T1 63 1 T3
T2 46 2 T1
T3 77 3 T4
T4 48 4 T2

Tabela 8: Casualização do bloco III


Tratamentos N⁰ aleatórios Sequência Ordem
T1 97 1 T4
T2 08 2 T1
T3 55 3 T3
T4 52 4 T2

Tabela 9: Casualização d bloco IV


Tratamentos N⁰ aleatórios Sequência Ordem
T1 99 1 T4
T2 00 2 T1
T3 93 3 T3
T4 78 4 T2
XI

C:\Users\lackson dymon\Pictures\Desktop\monografia miguel\IVG.dbf

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: IVG

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM FcPr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
TRATAMENTO 3 65.651769 21.883923 17.624 0.0004
BLOCOS 3 6.549019 2.183006 1.758 0.2248
erro 9 11.175206 1.241690
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 15 83.375994
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 7.29
Média geral: 15.2843750 Número de observações: 16
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV TRATAMENTO
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 2,46075879473727 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4


Erro padrão: 0,557155629813909
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
Testemunha 12.847500 a
Agua quente 13.960000 a
Escarificação química 16.257500 b
Escarificação mecânica 18.072500 c
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV BLOCOS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 2,46075879473727 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------
XII

Média harmonica do número de repetições (r): 4


Erro padrão: 0,557155629813909
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
2 14.360000 a1
3 15.102500 a1
1 15.575000 a1
4 16.100000 a1
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: VG

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM FcPr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
TRATAMENTO 3 0.296519 0.098840 13.549 0.0011
BLOCOS 3 0.030369 0.010123 1.388 0.3083
erro 9 0.065656 0.007295
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 15 0.392544
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 1.52
Média geral: 5.6268750 Número de observações: 16
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV TRATAMENTO
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,188616338274943 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4


Erro padrão: 0,0427057926073527
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
agua quente 5.442500 a
testemunha 5.552500 a
XIII

escarificação química 5.732500 b


escarificação mecânica 5.780000 b
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV BLOCOS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,188616338274943 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4


Erro padrão: 0,0427057926073527
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
4 5.575000 a1
1 5.595000 a1
3 5.655000 a1
2 5.682500 a1
--------------------------------------------------------------------------------

-------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: TMG

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM FcPr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
TRATAMENTO 3 0.304425 0.101475 14.941 0.0008
BLOCOS 3 0.034025 0.011342 1.670 0.2420
erro 9 0.061125 0.006792
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 15 0.399575
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 2.27
Média geral: 3.6237500 Número de observações: 16
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV TRATAMENTO
XIV

--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,181991334000926 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4


Erro padrão: 0,041205784383587
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
agua quente 3.442500 a
testemunha 3.540000 a
escarificação quimica 3.732500 a
escarificação mecanica 3.780000 a
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV BLOCOS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 0,181991334000926 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4


Erro padrão: 0,041205784383587
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
4 3.575000 a1
1 3.582500 a1
3 3.655000 a1
2 3.682500 a1
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

Variável analisada: PERCENTAGEM DE GERMINAÇAO

Opção de transformação: Variável sem transformação ( Y )

--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
XV

--------------------------------------------------------------------------------
TRATAMENTO 3 47.187500 15.729167 5.136 0.0242
BLOCOS 3 15.187500 5.062500 1.653 0.2455
erro 9 27.562500 3.062500
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 15 89.937500
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 9.49
Média geral: 18.4375000 Número de observações: 16
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV TRATAMENTO
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 3,86456463899373 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4


Erro padrão: 0,875
--------------------------------------------------------------------------------

Tratamentos Médias Resultados do teste


--------------------------------------------------------------------------------
testemunha 16.000000 a
agua quente 18.000000 b
escarificacao mecanica 19.000000 b
escarificacao quimica 20.750000 c
--------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------
Teste Tukey para a FV BLOCOS
--------------------------------------------------------------------------------

DMS: 3,86456463899373 NMS: 0,05


--------------------------------------------------------------------------------

Média harmonica do número de repetições (r): 4


Erro padrão: 0,875
--------------------------------------------------------------------------------
Tratamentos Médias Resultados do teste
--------------------------------------------------------------------------------
2 17.000000 a1
3 18.500000 a1
1 18.500000 a1
4 19.750000 a1
XVI

Anexos
Figura 2: Imagem ilustrativa do processo de selecção das sementes

Fonte: Autora, 2021

Figura 3: Imagem ilustrativa do preparação do solo e construção das parcelas

Fonte: Autora, 2021


XVII

Figura 4: Imagem ilustrativa do processo da sementeira

Fonte: Autora, 2021

Figura 5: Imagem ilustrativa da colocação de cobertura morta

Fonte: Autora, 2021

Figura 6: Imagem ilustrativa das plantas germinadas

Fonte: Autora, 2021


XVIII

Figura 7: Imagem ilustrativa da disposição dos Blocos e Tratamentos

Fonte: Autora, 2021

Figura 8: Imagem ilustrativa da actividade de sacha

Fonte: Autora, 2021


XIX

Figura 9: Imagem ilustrativa de plantas atacadas por pragas

Fonte: Autora, 2021

Figura 10: Imagem ilustrativa da actividade de pulverização no controlo de pragas e


doenças

Fonte: Autora, 2021


20

Você também pode gostar