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FACULDADE MARIA MILZA

BACHARELADO EM ODONTOLOGIA

FERNANDO FRANCISCO CHAGAS DOS SANTOS

AVALIAÇÃO in vitro DA AÇÃO ANTIFÚNGICA DO EXTRATO ETANÓLICO DO


ENDOCARPO DO FRUTO DO Cocos nucifera linn FRENTE À Candida albicans

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2018
FERNANDO FRANCISCO CHAGAS DOS SANTOS

AVALIAÇÃO in vitro DA AÇÃO ANTIFÚNGICA DO EXTRATO ETANÓLICO DO


ENDOCARPO DO FRUTO DO Cocos nucifera linn FRENTE À Candida albicans

Monografia apresentada à Faculdade


Maria Milza ao curso de Bacharelado em
Odontologia na disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso II ministrada pela
Profa. Dra. Andréa Jaqueira da Silva
Borges como avaliação parcial do
semestre 2018.1.

Ma. Maria do Carmo Vasquez Fernandes Bastos Nagahama.


Orientadora

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2018
Dados Internacionais de Catalogação

Santos, Fernando Francisco Chagas dos


S237a Avaliação in vitro da ação antifúgica do extrato etanólico
do endocarpo do fruto do cocos nucifera linn frente a cândida
albicans./ Fernando Francisco Chagas dos Santos. –
Governador Mangabeira, 2018.
30f.

Orientadora: Profª Ma. Maria do Carmo F. B. Nagahama

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em


Odontologia) – Faculdade Maria Milza, 2018

1 Cândida Albicans 2. .Nistatina 3 Endocarpo 4. Nucifera


linn I. Nagahama, Maria do Carmo F. B. II. Título.

PRISCILA DOS SANTOS DIASCDD 617.6


FERNANDO FRANCISCO CHAGAS DOS SANTOS

AVALIAÇÃO in vitro DA AÇÃO ANTIFÚNGICA DO EXTRATO ETANÓLICO DO


ENDOCARPO DO FRUTO DO Cocos nucifera linn FRENTE À Candida albicans

FOLHA DE APROVAÇÃO

Apresentada em: ___/____/2018

_______________________________________________________
Ma. Maria do Carmo Vasquez Fernandes Bastos Nagahama.
Orientadora

_______________________________________________________
Nome do avaliador FAMAM.
Avaliador

_______________________________________________________
Nome do avaliador FAMAM.
Avaliador

_______________________________________________________
Dra. Andréa Jaqueira da Silva Borges.
Profª. De TCC IIr

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2018
À minhas Marias:
Do Carmo e
De Lourdes
AGADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me ajudado a conquistar a realização


desse sonho. Senhor Deus, muito obrigado!
Aqui também quero agradecer a minha mãe Maria do Carmo, que sempre me
mostrou que o caminho para mudarmos a realidade de nossas vidas era o estudo.
Agradeço também a mulher que nunca mediu esforços para me ajudar a
conquistar os meus sonhos, que sempre esteve e até está sempre disposta a me
ajudar, essa é a minha vó materna, Lurdes! Essa conquista é mais de vocês duas que
minha.
Minha gratidão também a meu pai, José Francisco que dentro de suas
limitações, mesmo com seu jeito de ser, sempre me apoiou. Obrigado, pai!
A meus irmão Tyara Chagas e Cristiano Alves que sempre estiveram presentes
em todos os momentos.
Agradeço a todos os familiares e amigos que direta ou indiretamente me
ajudaram.
Quero agradecer a Prof.ª Larissa Rolim Borges Paluch, que me apresentou o
universo da pesquisa científica. Pró, muito Obrigado!
Agradeço a professora Ana Conceição Cravo que é uma mãe, não só para mim,
mas para todos que ela quer bem. Pró tenho maior orgulho de ter sido seu aluno,
apesar de não gostar da odontopediatria, sabia que aprendi e amadureci muito
convivendo esse período da graduação com você!
Quero agradecer também a minha professora e orientadora, Maria Do Carmo!
Obrigado por tudo pró, por ser essa professora tão humana, que ama o que faz. Minha
paixão pela endodontia não poderia ter sido furto de outra pessoa. Meu muito
obrigado!
Agradeço a Janelara Almeida por ter sido uma pessoa tão iluminada em minha
vida. Obrigado, pró!
Agradeço também a todos os professores do curso, sem vocês a realização
desse sonho seria impossível. Obrigado a todos!
Por fim agradeço a todos os meus colegas de turma, por tudo! Gratidão eterna
a vocês! Em especial meus amigos irmãos Doutores, Ântoni, Fábio, Romário e
Vinicius.
Importante não é ver o que ninguém
nunca viu, mas sim, pensar o
que ninguém nunca pensou sobre algo
que todo mundo vê...

Arthur Schopenhauer
RESUMO

A Candida albicans é uma levedura que pode ser encontrada na microbiota normal da
cavidade oral, estando também presente no trato gastrointestinal e na mucosa vaginal.
Acredita-se que até 50% da população saudável tenha a Candida presente na mucosa
oral, vivendo em equilíbrio com o organismo humano. Mesmo habitando o organismo
humano de forma comensal, essa levedura pode em determinado momento passar
do estágio de colonizador para tornar-se infectante. Essa mudança da relação entre o
hospedeiro e da Candida depende de uma série de fatores. Fatores esses que estão
associados com a situação imunológica do hospedeiro e a fatores de virulência
associados a esse micro-organismo. A Candida pode causar diversas infecções na
cavidade oral, com destaque para candidíase pseudomembranosa e candidíase
eritematosa. O tratamento das infecções por Candida é feito com uso de antifúngicos
como a Nistatina 100.000UL/mL, entretanto, essa levedura vem apresentando
resistências a ação dos antifúngicos aplicados, o que tem levado a busca de novas
fórmulas, novas substâncias. A fitoterapia é uma área que tem buscado soluções para
resistências de microrganismo a antimicrobianos, através de diversas pesquisas na
área. Assim, o Cocos nucifera linn é uma planta que vem sendo investigada. Desta
forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito antifúngico, in vitro, do extrato
etanólico do endocarpo do fruto do Cocos nucifera linn, frente à Candida albicans.
Trata-se de um estudo experimental, que foi realizado no Laboratório de Microbiologia
da Faculdade Maria Milza. O extrato etanólico foi obtido através da técnica de
maceração a frio, utilizando o etanol como solvente. Após a obtenção do extrato, foi
realizado o teste de sensibilidade frente a cepa de Candida albicans, através da
técnica de disco difusão (com disco papel filtro 6mm). Foi utilizado como controle a
Nistatina 100.000Ul/mL, e o extrato foi utilizado em 5 concentrações diferentes (100%,
50%. 25%, 12,5%, 6,25%). A cepas da levedura foram semeadas em placas de petri
contendo meio de cultura especifico para a Candida, e em cada disco foi dispensado
1mL do extrato e em outro disco 1mL da Nistatina. Após 48h em estufa bacteriológica
foram feitas as leituras através da medição dos halos de inibição, com uso de um
paquímetro digital. Os resultados mostram que o extrato do endocarpo do Cocos
nucifera linn apresentou halo de inibição contra a Candida albicans, sendo a CIM de
12,5%. Esse resultado abre um leque de possibilidades e de desenvolvimento de
novas pesquisas para que seja viabilizado a sua utilização.

Palavras-chave: Candida albicans. Nistatina. Endocarpo. C. nucifera linn


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Aspecto clínico da Candidíase pseumembranosa em paciente HIV


positivo. ................................................................................................................ 14
Figura 2: A) Candidíase eritematosa. B) Estomatite protética ............................. 15
Figura 3: Estrutura morfológica do fruto do Cocos nucifera linn .......................... 17
Figura 4: Extrato do endocarpo do Cocos nucifera linn ....................................... 19
Figura 5: Placa de petri com meio de cultura CHROMagar Candida .................. 20
Figura 6: Esquema de diluição do extrato para obtenção das concentrações
reduzidas .............................................................................................................. 20
Figura 7: Placa de petri com o extrato nas cinco concentrações e a Nistatina no
centro ................................................................................................................... 21
LISTA DE TABELAS

Tabela 2: Valores halo de inibição da Nistatina isolada e associada ao extrato .. 23


Tabela 1: Média dos halos de inibição do extrato para obtenção da CIM. .......... 24
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 12


2.1 Candida albicans ............................................................................................ 12
2.2 Candida albicans NA CAVIDADE ORAL ........................................................ 13
2.2.1 Candidíase pseudomembranosa ............................................................. 13
2.2.2 Candidíase eritematosa ............................................................................ 14
2.3 NISTATINA..................................................................................................... 15
2.4 FITOTERAPIA NA ODONTOLOGIA .............................................................. 16
2.5 Cocos nucifera linn ......................................................................................... 17

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 19


3.1 MATERIAL ..................................................................................................... 19
3.1.1 Obtenção do extrato etanólico ................................................................. 19
3.1.2 Preparo das cepas de Candida albicans ................................................... 19
3.2 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA ................... 20
3.3 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................. 22

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 23

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 26

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 27
10

1INTRODUÇÃO

A Candida albicans é uma levedura que pode ser encontrada na microbiota


normal da cavidade oral, estando também presente no trato gastrointestinal e na
mucosa vaginal. Acredita-se que até 50% da população saudável tenha a Candida
presente na mucosa oral, vivendo em equilíbrio com o organismo humano (NAVAS et
al., 2009; FREIRE et al., 2017).
Quando ocorre um desequilíbrio na relação hospedeiro e microrganismo, a
Candida pode tornar-se patogênica, ou seja, pode desencadear processos de
infecção, levando a surgimento de infecções agudas, subagudas ou crônicas,
podendo ser também superficiais ou profundas. Mas, para que esse desequilíbrio
ocorra existem alguns fatores predisponentes que podem favorecer este
acontecimento (PRAKASH, 2015).
Temos dois tipos de fatores que influenciam no desenvolvimento das infecções
por Candida, fatores ligados ao hospedeiro e fatores ligados ao microrganismo. Os
fatores ligados ao hospedeiros estão relacionados com hábitos de saúde, doenças
sistêmicas, imunodepressão, falta de higienização da cavidade oral, uso de próteses
mal adaptadas e não higienizadas, além desses, ainda podem ser citados a ação de
antimicrobianos quando usados por longos períodos, consumo de cigarros e bebidas
alcoólicas, dentre outros. Os fatores de virulência da própria Candida são a presença
de hifas, secreção de enzimas hidrolíticas (CHAVES; SANTOS; COLOMBO, 2012;
SKUPIEN et al., 2015).
A Candida albicans causa diversas infecções na cavidade oral, como a
candidíase eritematosa, candidíase pseudomembranosa, estomatite protética. O
tratamento dessa infecção geralmente é com uso de antifúngicos, como a Nistatina
100.000Ul/mL os quais são usados rotineiramente. Entretanto, ultimamente a C.
albicans tem apresentado resistências aos antifúngicos, o que tem levado a busca de
novas fórmulas que possam tratar as infecções causadas por essa levedura de forma
mais eficaz (KASHEM et al., 2015).
A fitoterapia vem sendo explorada principalmente na busca por extratos, óleos
essências que possam apresentar atividade antimicrobiana. Muitas pesquisa vem
sendo realizadas em todo o país utilizando frutos, folhas, flores de plantas nativas para
essa finalidade. O Cocos nucifera linn é uma planta que vem sendo investigada nos
últimos anos, e as pesquisas têm mostrado o potencial de alguns componentes dessa
11

planta, os quais tem apresentado atividade antinflamatória, antimicrobiana e


antioxidante (VERMA et al., 2012).
O Coco nucifera lins tem apresentado propriedades terapêuticas em alguns
estudos realizados em alguns países. Na Índia, pesquisadores encontraram ação
antimicrobiana do mesocarpo do coco frentes a algumas bactérias causadoras de
infecções sistêmicas (SILVA et al., 2013).
Ao realizar uma conversa informal com minha avó sobre o que ela utilizava para
tratar dores de dente, na época em que residia na zona rural e o acesso aos serviços
odontológicos eram difíceis, ela afirmou que utilizava um óleo extraído da casca
lenhosa (endocarpo) do coco quando seco; após a utilização desse óleo a dor cessava
e algum tempo depois a estrutura dentária fraturava. Esse relato motivou-me a
investigar a ação desse extrato frente às bactérias responsáveis pela infecção
endodôntica. A partir da realização de pesquisas bibliográficas juntamente com a
professora da disciplina de endodontia, resolvi direcionar a investigação para a E.
faecalis e a C. albicans, principais microrganismos presentes nas infecções
endodônticas persistentes.
Assim chegamos a uma problemática: O extrato etanólico do endocarpo do
Cocos nucifera linn apresenta ação antifúngica frente a levedura da Candida albicans?
Frente ao exposto, esse trabalho teve como objetivo principal avaliar o efeito
antifúngico, in vitro, do extrato etanólico do endocarpo do fruto do Cocos nucifera linn,
frente à Candida albicans. Os objetivos específicos: encontrar a Concentração
Inibitória Mínima (CIM)do extrato etanólico do endocarpo do Coco; comparar a ação
antimicrobiana do extrato etanólico com Nistatina 100.000Ul/mL, associado ao extrato
etanólico e com a própria Nistatina isolada.
12

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Candida albicans

A levedura Candida albicans é uma espécie de fungo diplóide, habitante


comensal do organismo humano, estando presente na microbiota normal do trato
gastrointestinal. Sendo conhecida como a principal causadora de micoses
oportunistas na cavidade oral seguida por Candida tropicalis e Candida glabrata
podendo causar infecções sanguíneas e nosocomiais (NAVAS et al., 2009).
Mesmo habitando o organismo humano de forma comensal, essa levedura
pode em determinado momento passar do estágio de colonizante para tornar-se
infectante. Essa mudança da relação entre o hospedeiro e da Candida depende de
uma série de fatores. Fatores esses que estão associados com a situação imunológica
do hospedeiro e a fatores de virulência associados a esse micro-organismo (KASHEM
et al., 2015).
Os fatores de virulência da C. albicans são diretamente ligados a capacidade
desse micro-organismo de irradiar estruturas filamentosas, o que a faz mudar da forma
de levedura para hifa, ou seja, a Candida passa por uma mudança morfológica que
facilita a penetração nos tecidos, bem como a produção e secreção de enzimas
hidrolíticas (fosfolipase) que destroem a membrana das células teciduais. Ainda
associados a esses importantes fatores de virulência, temos em alguns casos a
possibilidade da C. albicans resistir ao ataques das células de defesa do organismo
(ROSSI et al., 2011; YAN et al., 2013).
Quando observados os fatores correlacionados com o hospedeiro que
contribuem para a proliferação e virulência da C. albicans temos a imunodepressão
que é um dos principais fatores, pois, quando ocorre uma baixa atividade imunológica
há uma maior predisposição ao aparecimento de doenças oportunistas como as
infecções causadas por essa levedura (COSTA, 2015; DALAZEN et al., 2011; MELO
et al., 2013. Apesar da imunodepressão ser um dos principais fatores para o
desenvolvimento de infecções por Candida, alguns pesquisadores ressaltam que a
Candida pode causar infecções também em indivíduos saudáveis (CARVALHO, 2012;
NEVILLE et al., 2009).
Outros fatores também apresentam papel importante na patogenicidade da
Candida, como hábitos de tabagismo, ingestão de bebidas alcóolicas, dietas ricas em
13

carboidratos, uso de próteses dentárias, falta de hábito de higiene, alterações


epiteliais tais como: hipertrofia e displasia (CAMPISI et al., 2008; SANTOS et al.,
2016). Campisi e colaboradores (2008) trazem fatores sistêmicos ligados a Candida,
cintando a influência de distúrbios endócrinos como diabetes, doenças hematológicas,
pessoas em tratamento de câncer, deficiências nutricionais entre outros.
Na cavidade oral é responsável pelo desenvolvimento de alguns tipos de
candidíase – candidíase eritematosa, pseudomembranosa, queilite angular, podendo
também ser encontrada em infecções endodônticas persistentes, e nessa última
mostra que essa levedura resiste a ação do hidróxido de cálcio. Isso pode ser
explicado pela capacidade das leveduras sobreviverem em condições ecológicas
desfavoráveis e com alta alcalinidade (LUBIAN et al., 2010).

2.2 Candida albicans NA CAVIDADE ORAL

Na cavidade oral a Candida albicans pode desenvolver diversos tipos de


infecções, sendo a candidíase a infecção fúngica oral mais comum em humanos,
podendo se apresentar de diversas formas, o quê, em alguns casos, dificulta o
diagnóstico. Acredita-se que a Candida albicans está presente na cavidade oral em
cerca de 30 a 50% de pessoas, sem evidência clínica de infecção. Dentre as formas
clínica da candidíase oral temos: Candidíase pseudomembranosa, Candidíase
eritematosa, Candidíase crônica hiperplásica, Queilite candidíase. Sendo as duas
primeiras a mais comumente encontradas (MANGUEIRA et al., 2010; NEVILLE et al.,
2009).

2.2.1 Candidíase pseudomembranosa

A candidíase pseudomembranosa é forma da infecção por Candida mais bem


reconhecida, é também conhecida como sapinho (Figura 1). Essa infecção se
apresenta na forma de placas brancas na mucosa oral, (com leve lembrança de queijo
coalho) removível a raspagem, podendo a mucosa subjacente apresentar eritema ou
está normal (REGEZI; SCIUBA, 2000).
14

É uma infecção frequentemente encontrada em crianças com até 2 anos de


idade, devido a imaturidade do sistema imunológico. Quando acomete adultos
geralmente está associada a tratamentos baseados em antibióticos de amplos
espectro ou diminuição da imunidade do paciente, é manifestada com frequência em
indivíduos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) (DALAZEN et al.,
2011; SANTANA et al., 2010).

Figura 1: Aspecto clínico da Candidíase pseumembranosa em paciente HIV


positivo.

Fonte: http://www.especialista24.com/candidiase-oral-fotos-imagens

Quando sintomática, a candidíase pseudomembranosa apresenta sintomas


brandos, que consistem em sensação de queimadura na mucosa oral, podendo o
paciente sentir gosto desagradável na boca (REGEZI; SCIUBA, 2000).

2.2.2 Candidíase eritematosa

É também conhecida como candidíase atrófica aguda (Imagem 2 A), sendo o


tipo de infecção por Candida mais comum que a pseudomembranosa. Alguns autores
acreditam que a persistência da candidíase pseudomembranosa pode resultar na
candidíase eritematosa, mas ela pode ocorrer de maneira independente, ou seja, não
é necessário o desenvolvimento de uma para que ocorra o surgimento da outra
(NEVILLE et al., 2009; REGEZI; SCIUBA, 2000; SANTANA, et al., 2010).
Possui sintomatologia baseada em sensação de queimação e ardência
principalmente na ingestão de alimentos quentes, podendo acompanhar a perda das
papilas filiformes da superfície dorsal da língua. Nos pacientes que apresentam
15

xerostomia, possuem uma prevalência aumentada para esse tipo de infecção


(REGEZI; SCIUBA, 2000).
Em pesquisa realizada por Miotto e colaboradores (2002) mostrou que a
candidíase eritematosa é mais frequente em pacientes soronegativos para o HIV. Os
autores encontram maior predisposição para essa patologia em pacientes que fazem
uso de próteses removíveis, principalmente em mulheres a partir da quarta década de
vida.

Figura 2: A) Candidíase eritematosa. B) Estomatite protética

A B

Fonte: https://localodonto.com.br/candidiase-oral-diagnostico-tratamento/

Neville et al. (2009) enfatiza que, frequentemente, no diagnóstico da candidíase


da candidíase eritematosa, pode haver sugestão de mais de um diagnóstico clínico
devido a características clínicas comuns em outras patologias como a estomatite
protética que é caracteriza por uma variedade de graus eritema, as vezes
acompanhado por petéquias hemorrágicas na região do palato duro (Imagem 2 B),
que está ligada ao uso de prótese de forma continua.

2.3 NISTATINA

A Nistatina é um antifúngico que foi descoberto na década de 1950 por


pesquisadores americanos, desde então é bastante utilizado no tratamento de
infecções fungicas, sendo um antifúngico que possui poucos efeitos adversos e uma
boa eficácia. Nos últimos anos, o uso da Nistatina tem sido mais frequente devido ao
aumento do número de pacientes em tratamento de neoplasias, da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida e outras desordens sistêmicas.
Quimicamente falando, a Nistatina é um composto polieno, que pertence a um
grupo de substâncias formadas basicamente por átomos de carbono realizando várias
16

ligações duplas. Devido a suas características químicas, a Nistatina apresenta baixa


permeabilidade, o que dificulta atravessar as células intestinais, quando administrada
via oral. Devido à baixa permeabilidade é pouco absorvida pela pele, mucosas e trato
gastrointestinal e a mucosa oral (STEFANOVIC et al., 2012).
A Nistatina 100 000 UI é administrada de forma tópica 4 vezes ao dia, e quando
a terapia não induz uma regressão da infecção a medicação deve ser trocada por
outro antifúngico. Estudos têm demonstrado resistência da Candida ao tratamento
com Nistatina, principalmente em pacientes portadores de HIV. O que tem levado a
busca por novos antifúngicos.

2.4 FITOTERAPIA NA ODONTOLOGIA

Várias pesquisadores tem estudado a atividade biológica de plantas medicinais


em todo o mundo, guiados pelo conhecimento e uso popular de algumas plantas.
Como há uma crescente resistência de microrganismos patogênicos ao homem a
ação de antimicrobianos, pesquisas em todas as áreas da saúde têm sido realizadas
na busca de novas drogas, substâncias que apresentam ação frente a microrganismos
resistentes a medicamentos já utilizados. No campo da odontologia, destaca-se a
busca por medicamentos antimicrobianos a base de extratos essenciais de plantas
(VARONI et al., 2012).
Diversos estudos tem apresentado resultados positivos para ação
antimicrobiana de extrato de plantas, folhas, frutos. No que diz respeito a odontologia,
essas pesquisas tem sido frequentes, uma vez que a cavidade oral apresenta uma
microbiota composta por diversos microrganismos. Juiz et al. (2010) investigou o
extrato do alho (Allium sativum) e encontrou ação antimicrobiana antifúngica e
antiviral, sendo uma planta importante no tratamento da periodontite. Lee (2001)
constatou que o extrato do alho apresentou afeito antimicrobiano frente a principal
bactéria percussora da doença cárie, a Streptococcus mutans.
O gengibre (Zingiber officinale) vem sendo utilizado em diversas pesquisas
para quanto ao seu poder antimicrobiano para a E. faecalis, um estudo realizado por
Cardoso et al. (2010) constatou que o extrato do gengibre apresentou propriedades
antimicrobiana frente a E. faecalis, C.albicans e a E. coli. Estudo realizados por outros
pesquisadores (CHUNG et al., 2010; MAEKAWA et al., 2010) corroboraram com os
achados de Cardoso et al. (2010).
17

Almeida (2011) fez avaliação da ação antifúngica de extrato essenciais frente


a C. albicans, e constatou que o óleo essencial de C. cassia (canela) apresentou efeito
contra a C. albicans, além de apresentar a capacidade de modificar a micromorfologia
da levedura. Em revisão de literatura realizada por Freire e colaboradores (2016)
sobre ação antifúngica de extratos de plantas frente à C. albicans, os autores
encontraram nove trabalhos científicos que tiveram resultado positivo para a inibição
da Candida, dentre eles foi apresentado estudo com Allium sativum (alho) e Punica
granatum (Romã).

2.5 Cocos nucifera linn

Não existe uma definição correta na literatura sobre a origem do Cocos nucifera
linn, que é conhecido popularmente como coco-da-bahia, coco-da-praia, entre outros
nomes. O que é perceptível é a presença em massa dessa planta no litoral brasileiro,
mais especificamente no litoral nordestino brasileiro (FONTENELE, 2005).
Morfologicamente o C. nucifera linn possui forma ovóide, com coloração que
varia de verde e amarela que depende da fase de maturação do furto, casca lisa
podendo medir cerca de 25cm de comprimento e 15 cm de diâmetro, quando
amadurece sua coloração passar a ser castanho, em sua cavidade interna é
acumulada uma água. Quando seco, o coco tem três estruturas, o endocarpo,
mesocarpo e a polpa (Figura 3).

Figura 3: Estrutura morfológica do fruto do Coco nucifera linn

Fonte: https://www.ppfam.com/Coco/CostaRica/3370/

A composição do coco é de aproximadamente 46% de água, 5,51% de


substância combinada com carbono, oxigênio, hidrogênio e enxofre (albuminoide),
18

8,06% de substância gasosa quimicamente inativa, 35,9% de óleos, 2,9% de celulose


e 0,97% de cinzas (GUEVARA; JÁUREGUI, 2008).
Os componentes do C. nucifera linn é bastante utilizado em todo o país,
principalmente seu fruto o coco, seja na produção de alimentos, como leite de coco,
coco ralado, cosméticos e também a comercialização da água do coco. Ainda há a
produção de artesanatos com as partes não utilizadas na indústria alimentícia e de
cosméticos (OLIVEIRA, 2008). O Cocos nucifera linn tem sido usado no nordeste
brasileiro para tratamento de diversas patologias. Oliveira (2008) realizou uma
pesquisa investigando a ação o potencial anti-helmintica do extrato do Cocos nucifera
linn frente a nematoides gastrointestinais de ovinos, obtendo resultado positivo.
Singla et al. (2011) realizou uma pesquisa avaliando a ação antimicrobiana no
extrato do endocarpo do coco. Os autores verificaram a influência desse extrato frente
processos infecciosos causados por fungos e bactérias. Cyriac et al. (2014) analisou
a saúde bucal de um povoado na Índia, onde a população desse local realizava a
escovação dos dentes com cerdas da casca do Cocos nucifera linn, após a avaliação
constataram um baixo indicie de cárie nesta comunidade. Os pesquisadores ainda
afirmaram que “(...) não há evidência científica para efeitos benéficos do presente
material (endocarpo) e sua relação antimicrobiana frente bactérias cariogênicas.” (p.
127), o que despertou-lhes interesse nessa pesquisa.
Frente isso, temos que o endocarpo do Cocos nucifera linn é um objeto de
estudo ainda pouco analisado quanto seu poder frente a microorganismos.
19

3 MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos deste trabalho foram realizados no Laboratório de


Microbiologia da Faculdade Maria Milza.

3.1 MATERIAL

3.1.1 Obtenção do extrato

O Coco foi obtido na Feira Livre de Santo Antônio de Jesus, estando, o mesmo,
na forma de coco seco. Foi utilizado para obtenção do extrato o endocarpo.
O extrato etanólico foi obtido através do método de maceração a frio, descrito
na V Farmacopéia Brasileira (2010). Todo material foi lavado em água corrente para
limpeza de sujidades e impureza. Depois foi seco em estufa por 30 min. Após a
secagem foi pesado100g do endocarpo e triturado em moinho industrial misturado. O
material triturado foi colocado em adicionado álcool etanólico a 98% e colocados em
elermayer e armazenados em local escuro sob agitação constantes por 14 dias
(Figura 4). Depois foram filtrados em funil com papel filtro e depois foi realizada
filtração a vácuo e armazenado em frasco âmbar.

Figura 4: Extrato do endocarpo do Cocos nucifera linn

A B

Fonte: Dados da pesquisa, 2018

3.1.2 Preparo do cultivo da Candida albicans

A Cepa de Candida albicans foi adquirida dos microorganismos que se


encontram no laboratório de microbiologia da Faculdade Maria Milza– FAMAM. Foram
preparadas e inoculadas em meio de cultura CHROMagar Candida acondicionado em
estufa bacteriológica por 48h a 38°C. Após as 48h foi verificado crescimento e
20

atestado o tipo de Candida albicans pela coloração – verde – da colônia (Figura 5) e


armazenada em geladeira para posterior replicação no momento do teste de
sensibilidade.

Figura 5: Placa de petri com meio de cultura CHROMagar Candida

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

3.2 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA – CIM

A determinação da ação antimicrobiana foi estabelecida através do método de


difusão em disco, para encontrar a menor concentração do extrato capaz de inibir
desenvolvimento da Candida albicans. Foram utilizadas as concentrações: 100%,
50%, 25%, 12,5% e 6,25% (Figura 6).

Figura 6: Esquema de diluição do extrato para obtenção das


concentrações reduzidas

1mL etanol 98%

Fonte: www.farmacotecnica.ufc.br/arquivos

Após a obtenção das cinco concentrações, foi feita a semeadura da Candida


albicans em placas de petri com meio de cultura Ágar Sabouraud Dextrose. Logo em
21

seguida foi dispensado 1mL de cada concentração do extrato etanólico do endocarpo


do fruto do Cocos nucifera linn em disco de papel filtro de 6mm e dispostos em
distância equivalente na placa de petri (Figura 7A) e no centro foi colocado um disco
de papel de 6mm embebido com 1mL de Nistatina 100.000 Ul/mL e colocadas na
estufa bacteriológica a 38ºC.
Como controle positivo e negativo foram colocadas na estufa duas placas de
petri, uma somente com meio de cultura sem ter feito a semeadura e outra com a
Candida albicans semeada.

Figura 7: Placa de petri com o extrato nas cinco concentrações e a


Nistatina no centro

A B

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018

Após 48h, foi, então, realizada a medição do halo de inibição com um


paquímetro digital. Todos experimento foi realizado em triplicata. Na Figura 7B temos
os halos de inibição produzidos pelas 5 concentrações do extrato e também o halo de
inibição produzido pela Nistatina.
Após a obtenção da Concentração Inibitória Mínima do extrato etanólico do
endocarpo do fruto do Coco nucifera linn foi realizado teste de sensibilidade do extrato
associado a Nistatina. Para isso, foi realizado teste repetindo a mesma técnica para
obtenção do CIM, porém com discos, um embebido com 1mL de Nistatina e o segundo
com 1mL de Nistatina mais 1mL do Extrato do endocarpo.
22

3.3 ANÁLISE DE DADOS

Os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel 2013, e foram


analisados sobre a estatística descritiva. Os resultados foram então apresentados em
tabelas e gráficos.
23

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O extrato etanólico do endocarpo do fruto do Cocos nucifera linn apresentou


atividade antifúngica frente a cepa da Candida albicans. Na Tabela 1 estão dispostas
as médias dos halos de inibição da Nistatina e de cada concentração do extrato
etanólico do endocarpo. É possível perceber que todas a concentrações do extrato
apresentaram halo de inibição maior que 8mm.

Tabela 1: Média dos halos de inibição do extrato para obtenção da CIM.


TESTE NISTATINA 100% 50% 25% 12,5% 6,25%
1 16,2 9,25 15,01 20,05 21,04 19,82
1 17,82 12,59 15,02 17,74 13,4 8,38
1 16,99 20,01 22,51 14,21 12,58 15,63
1 26,6 9,8 12,24 16,64 12,71 16,09
1 25,27 12,8 16,81 14,98 12,46 10,67
1 18,85 19,4 14,67 14,78 10,12 14,62
1 18,75 12,01 14,72 14,82 12,5 18,81
1 17,54 9,26 14,43 14,2 13,81 18,9
1 18,98 17,53 18,22 21,14 13,28 18,32
1 16,52 20,39 16,87 17,17 15,31 18,64
1 22,01 21,22 17,49 14,72 15,89 16,81
1 22,09 11,21 14,06 16,56 19,76 16,09
2 18,04 9,82 16,69 19,19 19,26 12,07
2 15,88 11,22 14,72 16,23 19,42 14,26
2 24,14 9,98 21,04 13,15 16,77 14,54
2 19,34 11,23 15,36 20,05 17,3 15,22
2 21,25 20,2 16,02 17,74 16,21 16,34
2 16,78 18,75 14,83 14,21 18,56 10,63
2 25,34 12,72 14,78 16,64 16,78 17,9
2 18,01 9,18 15,9 20,1 19,38 12,83
2 22,04 9,8 14,25 16,48 19,94 13,82
2 15,92 19,22 14,58 20,45 19,35 10,59
2 19,2 11,83 15,14 16,64 21,63 19,64
2 22,01 9,37 16,82 19,33 20,78 15,35
3 21,75 11,98 19,59 18,22 21,89 10,76
3 19,75 12,67 16,81 19,39 21,75 21,22
3 16,99 19,28 14,67 17,88 20,53 18,69
3 19,45 9,25 14,72 15,26 21,03 12,85
3 25,27 11,26 14,43 18,45 15,78 14,07
3 18,85 21,53 18,22 14,89 19,69 10,56
3 19,9 9,17 14,81 20,53 20,3 12,71
3 18,7 20,18 18,56 20,19 20,43 12,58
3 17,45 9,1 14,87 14,21 21,63 13,4
24

3 18,36 9,4 18,98 21,7 19,79 10,56


3 18,78 9,3 15,28 14,1 19,85 12,93
3 21,09 8,18 19,43 20,18 22,1 21,9
MÉDIA 18,915 11,545 15,21 16,905 19,365 14,58
Fonte: Dados da pesquisa, 2018

Quando observado o teste 1 (primeira triplicata) nenhuma concentração do


extrato apresentou halo de inibição maior que a Nistatina 100.000Ul/mL, a partir da
observação do teste 2, a concentração 12,5% do extrato apresentou halo de inibição
maior que o da Nistatina 100.000Ul/mL.
Quando foi analisado as médias gerais dos halos de inibição, observou-se que
a concentração 12,25% obteve o maior halo com 19,365 mm frente a todas as outras
concentrações e também superior a Nistatina 100.000Ul/mL, sendo dessa forma a
Concentração Inibitória Mínima do extrato etanólico do endocarpo do furto do Cocos
nucifera linn.
A C. albicans é uma das espécies de Candida que mais causa patologias na
cavidade oral. Simões; Fonseca; Figueiral (2013) afirmam que essa levedura é
frequentemente encontrada em isolados de infecções fungicas da cavidade oral,
sendo também responsável por outras infecções sistêmicas no organismo humano.
Atualmente, muitos microrganismos têm apresentado resistência aos
antimicrobianos utilizados, isso pode ser atribuído ao uso contínuo desses
antimicrobianos ou até mesmo sem a devida indicação. Berila; Subík (2010)
evidenciam que a Candida é uma espécie que tem apresentado resistência aos
tratamentos convencionais, o que tem aumentado a busca por novas terapias.
Na literatura foi encontrado apenas um trabalho científico que avaliou o
endocarpo do Cocos nucifera linn frente a Candida albicans. Trabalho este, realizado
por Singla et al. (2011) na Índia, onde nos experimentos a Candida albicans
apresentou resistência ao extrato analisado, tendo então um resultado diferente do
presente estudo, porém é importante salientar que os pesquisadores, após obtenção
do extrato etanólico do endocarpo do Cocos nucifera linn, realizaram a diluição do
extrato utilizando o Dimetilsulfóxido como solvente.
Muitas pesquisas no campo fitoterápico vem sendo realizadas, principalmente
na busca por substâncias obtidas a partir de extratos de plantas que apresentem ação
antimicrobiana, antifúngica, como pesquisa realizada por Fonseca; Botelho em 2010,
onde foi investigada a ação antifúngica de extratos das Folhas de Psidium guajava,
25

conhecida como goiaba vermelha contra a levedura da Candida. Os pesquisadores


mostraram que o extrato hidroalcoólico dessa planta apresentou atividade antifúngica
contra a levedura estudada. Outro estudo realizado por Amato e colaboradores (2007)
investigaram a atividade antifúngica da Arnica montana contra a Candida albicans, em
sua pesquisa a levedura foi resistente ao extrato analisado.
Fazendo um comparativo com estudo realizado por Oliveira et al. (2016) em
que usaram Ocimum gratissimum contra a cepas de leveduras do grupo Candida e
ultiziram a Nistatina como controle. Em seus resultados foi possível perceber que ação
antifúngica do extrato analisado, bem como a CIM foi a concentração 1,25mL,
apresentando maior ação que a Nistatina contra a Candida albicans, resultados
similares ao do presente estudos, mesmo sendo com plantas diferentes. Mas
resultados como esse reforçam a utilização e o desenvolvimento de novas pesquisas
na área fitoterápica.

Tabela 2: Valores halo de inibição da Nistatina isolada e associada ao extrato.


NISTATINA NISTATINA + EXTRATO
01 23,76 22,23
02 19,8 19,2
03 18,75 21,0
04 23,1 19,66
05 16,25 18,99
06 18,98 22,76
07 17,76 21,06
08 17,87 22,23
09 23,43 18,94
10 23,52 20,43
MÉDIA 19,39 20,715
Fonte: Dados da Pesquisa, 2018

Na Tabela 2, é apresentado as medidas em mm dos halos de inibição somente


da Nistatina e da Nistatina associada ao extrato do endocarpo na concentração a
12,5%. Assim, houve maior halo de inibição da Nistatina associada com o extrato
etanólico do Coco nucifera linn maior que a Nistatina sozinha. Isso mostra que o
extrato pode potencializar a ação antifúngica da Nistatina, porém para maior
comprovação dessa ação, haveria a necessidade de realização de novos estudos.
De modo geral muitas pesquisas são desenvolvidas na tentativa de buscar
novos antifúngicos para Candida, tendo isso sido evidenciado por um levantamento
26

bibliografico dos extratos vegetais que apresentam ação antifúngica para Candida,
realizado por Giordani; Santin; Cleff (2015), em publicações do período de 2005 a
2013. Os autores encontraram 102 espécies de famílias de plantas diferentes que
apresentaram ação contra a Candida albicans.
27

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente trabalho, foi possível verificar que o extrato etanólico do endocarpo


do Cocos nucifera linn possui ação antifúngica frente a Candida albicans. Este
microrganismo foi sensível a todas as concentrações do extrato analisadas
(100%,50%, 25%, 12,5% e 6,25%), sendo que destas a menor concentração (CIM)
que obteve maior ação contra a C. albicans, foi a concentração 12,5%, comparados
com a Nistatina 100.000Ul/mL.
Ocorreu também uma atividade antifúngica do extrato quando associado a
Nistatina 100.000Ul/mL, maior que ação somente da Nistatina 100.000Ul/mL, o que
sugere a realização de novos estudos para melhor investigar essa interação, e
conhecer as propriedades dessa substância.
Como limitações enfrentadas na realização do presente trabalho, temos a não
obtenção de cepas padrão certificadas, a falta de equipamento que possa realizar
armazenamento de material em baixas temperaturas, mas essas limitações não
apresentaram influência significativa que inviabilizasse o alcance dos objetivos
propostos.
Por fim, os resultados apresentados nesse trabalho abrem um leque de
possibilidades para tratamento de infecções causas pela Candida albicans, como
também a possíveis efeitos similares frente a outros microrganismos. Sendo sugerido
a realização de novas pesquisas sobre ações do extrato aqui estudado, para melhor
embasamento e solidificação dos resultados aqui apresentados.
28

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<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23545353>. Acesso em: 10 jun. 2018.

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