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LÍDIA CRISTINA MERLIN DE MENESES

CONTROLE DE QUALIDADE E BIOMONITORAMENTO DE


EXTRATOS SECOS COMERCIAIS DE SUCO DE CITRUS
SINENSIS (L.) OSBECK

Itajaí (SC)
2022
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E SUBSTÂNCIAS
SINTÉTICAS BIOATIVAS

LÍDIA CRISTINA MERLIN DE MENESES

CONTROLE DE QUALIDADE E BIOMONITORAMENTO DE


EXTRATOS SECOS COMERCIAIS DE SUCO DE CITRUS
SINENSIS (L.) OSBECK

Dissertação submetida à Universidade do Vale do


Itajaí como parte dos requisitos para a obtenção
do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas.
Orientador: Prof. Dra. Tania Mari Bellé Bresolin
Coorientador: Prof. Dr. José Roberto Santin

Itajaí (SC)
Março de 2022
FICHA CATALOGRÁFICA

M524c Meneses, Lídia Cristina Merlin de, 1994-


Controle de qualidade e biomonitoramento de extratos secos comerciais de suco de
citrus sinensis (l.) Osbeck. [Manuscrito] / Lídia Cristina Merlin de Meneses. – 2022.
75 f. : il. : 30 cm..

Cópia de computador (Printout(s)).


Dissertação (mestrado) – Universidade do Vale do Itajaí, Programa
de Mestrado em Ciências Farmacêuticas, Área de concentração de
pesquisa e desenvolvimento de métodos analíticos, insumos e
medicamentos. 2022.
“Orientadora: Profª. Drª Tania Mari Bellé Bresolin ;
“Co-orientadora: Prof. Dr. José Roberto Santin”.
Bibliografia: f. 58-68.
Inclui: Gráficos.

1. Antocianinas. 2. Agentes antiinflamatórios. 3. Antioxidantes.


4. Extratos vegetais. I. Bresolin, Tania Mari Bellé. II. Santin, José
Roberto. III.
Título.

CDU: 615.322

Claudia Bittencourt Berlim – CRB 14/963


Dedico essa conquista a minha família,
em especial aos meus pais que sempre se esforçaram
pela minha capacitação e para que meus sonhos
e objetivos fossem alcançados, e a memória da
minha tia Fernanda que sempre me deu
forças para a minha formação intelectual.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e que me deu forças em toda a minha
caminhada e jamais me faz desistir, independentemente da situação.
Aos meus pais Fábio e Renata por todo esforço e dedicação em minha jornada acadêmica,
por cada doce e salgado vendido para custear meu estudo, saibam que estou aqui por
vocês.
Aos meus irmãos, Lara e Thiago por sempre estarem ao meu lado.
Ao meu esposo Cassiano que me deu força em todas as horas que passei estudando, e por
acreditar em meu potencial e reafirmar isso em todos os momentos de desânimo e
desespero.
Aos meus avós Jucemar, Marlene e Nilza que são minha base e minha alegria de viver.
A minha orientadora e segunda mãe Profa. Tania Bresolin, que me apoiou desde a época
da graduação e jamais soltou da minha mão e que é a pessoa que mais confiou em mim,
mesmo quando eu mesma achei que não conseguiria, por todo conhecimento, dedicação,
carinho e amor que demonstrou e me ensinou e acima de tudo a essa figura inspiradora
que és para mim.
Ao meu coorientador Prof. José Santin, por toda dedicação e paciência que teve com o
meu trabalho e pelos ensinamentos que me proporcionou.
Aos membros da banca interna Prof. Dra Ângela Malheiros, Prof. Dr. Rivaldo Niero, e a
banca externa, Prof. Dra. Christiane Meyre da Silva Bittencourt por todas as correções,
sugestões e dedicação durante a execução deste trabalho.
Aos companheiros de laboratório de pesquisa Larissa e Otto pelos experimentos
realizados e conhecimento compartilhado para que os resultados desse trabalho fossem
alcançados.
À CAPES, CNPq e UNIVALI pelo apoio financeiro.
E a todos que participaram da minha jornada para a obtenção desse título, meu muito
obrigada!
“Os que se encantam com a prática sem a
ciência são como os timoneiros que
entram no navio sem timão nem bússola,
nunca tendo certeza do seu destino”
(Leonardo da Vinci)
CONTROLE DE QUALIDADE E BIOMONITORAMENTO DE
EXTRATOS SECOS COMERCIAIS DE SUCO DE CITRUS
SINENSIS (L.) OSBECK

Lídia Cristina Merlin de Meneses

Março de 2022

Orientador: Tania Mari Belle Bresolin, Dra.


Co-orientador: José Roberto Santin, Dr.
Área de Concentração em Produtos Naturais e Substâncias Sintéticas Bioativas

Número de Páginas: 78
A ingestão de citrinos tem sido amplamente utilizada para prevenção do desenvolvimento de diversas
patologias em humanos. Dentre as laranjas doces, Citrus sinensis (L.) Osbeck, a variedade Moro, uma
laranja sanguínea, proveniente da Itália, é amplamente estudada e empregada devido ao seu potencial de
ação anticarcinogênico, cardioprotetor, antioxidante, anti-inflamatório e anti-obesidade. O extrato seco do
suco da C. sinensis originária da Itália foi patenteado e é comercializado no Brasil na forma de extrato seco
encapsulado, em farmácias de manipulação, cujo efeito no combate à obesidade é relacionado à presença
do flavonoide cianidina-3-O-glicosídeo (C3G), fornecido no Brasil pela empresa Galena (Morosil®).
Devido à crescente demanda por este extrato surgiram outros fabricantes levantando a preocupação com a
autenticidade dos extratos, já que o setor magistral não executa ensaios de controle de qualidade que
assegurem a autenticidade, quando os fornecedores são qualificados, conforme a regulamentação da
ANVISA. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi a caracterização dos extratos de C. sinensis de
três amostras comercializadas no Brasil, dos fornecedores Galena (extrato referência), Gemini (origem do
Brasil) e Florien (origem da China), analisando o perfil cromatográfico por Cromatografia em Camada
Delgada (CCD) e por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), teor do marcador, C3G, por
CLAE, além da atividade antioxidante e anti-inflamatória in vitro. Na CCD, foi empregado placa de sílica
gel GF254 e como fase móvel clorofórmio:metanol 7:3 (v/v). Na CLAE empregou-se coluna Luna
Phenomenex® C18 (250 x 46 mm, 5 µm), detecção em 263, 285 e 520 nm, com fase móvel composta por
gradiente empregando acetonitrila:metanol:água acidificada com ácido. fórmico 1% pH 2,5. Os extratos
foram biomonitorados pela atividade antioxidante com o método DPPH+, bem como foi analisada a
inibição da liberação de óxido nítrico (NO) em macrófagos RAW 264,7 estimulados com LPS, em
diferentes concentrações (0,1– 100,0 µg/mL). Como resultado, o perfil por CCD e por CLAE evidenciou o
marcador C3G somente na amostra de referência (Morosil), por CLAE foi encontrado um teor de 1,6%
(DPR=0,97%). A atividade antioxidante das amostras referência e Gêmini se mostraram semelhantes com
EC50 de 159,3 e 156,7 mg/L, respectivamente, enquanto a amostra da Florien apresentou maior EC50, de
438,6 mg/L. Quanto à supressão da liberação de NO, somente a amostra de referência apresentou este efeito.
Portanto, as duas amostras comercializadas não se mostraram similares à amostra de referência, com teor
inferior de marcador, ou ausência do mesmo, menor atividade antioxidante e ausência de atividade anti-
inflamatória, sugerindo não se tratar de amostras autênticas de extrato seco de suco de C. sinensis, da
variedade Moro.
Palavras-chave: laranja moro, autenticidade, antocianinas, produtos magistrais
Quality control and Biomonitoring of commercial dry extracts
obtained from Citrus sinensis juice

Lídia Cristina Merlin de Meneses


Março 2022

Advisor: Tania Mari Belle Bresolin, Dra


Co-Advisor: José Roberto Santin, Dr.
Area of Concentration in Natural Products and Synthetic and Bioactive Substances

Number of Pages: 78
Citrus ingestion has been widely used to prevent the development of several pathologies in humans. Among
the sweet oranges, Citrus sinensis (L.) Osbeck, the Moro variety, a blood orange, from Italy, has been
widely studied and used due to its anticarcinogenic, cardioprotective, antioxidant, anti-inflammatory and
anti-obesity potential. The dry extract of the juice of C. sinensis originating in Italy was patented and is
marketed in Brazil by compounding pharmacies, in the form of encapsulated dry extract. Their effect in the
fight against obesity is related to the presence of the flavonoid cyanidin-3-O-glycoside (C3G), supplied in
Brazil by the company Galena (Morosil®). Due to the growing demand for this extract, other manufacturers
have raised concerns about the authenticity of the extracts, since the compounding pharmacy industry does
not perform quality control tests that ensure authenticity, when suppliers are qualified, according to
ANVISA regulations. Thus, the objective of the present work was to characterize the extracts of C. sinensis
from three samples marketed in Brazil, from the suppliers Galena (reference extract), Gemini (from Brazil)
and Florien (from China), analyzing the profile TLC (Thin Layer Chromatography) and HPLC (High
Performance Liquid Chromatography) chromatography, marker content, C3G, by HPLC, in addition to
antioxidant and anti-inflammatory activity in vitro. In the TLC, a silica gel GF254 plate was used and the
mobile phase was chloroform:methanol 7:3 (v/v). In the HPLC, a Luna Phenomenex® C18 column (250 x
46 mm, 5 µm) was used, with detection at 263, 285 and 520 nm, with mobile phase composed of gradient
using acetonitrile:methanol:acidified water, 1% formic and pH 2.5. The extracts were biomonitored for
antioxidant activity using the DPPH+ method, as well as for inhibition of nitric oxide (NO) release in RAW
264.7 macrophages stimulated with LPS at different concentrations (0.1– 100.0 µg/mL ). As a result, the
profile by CCD and HPLC showed the C3G marker only in the reference sample (Morosil), by HPLC,
content of 1.6% was found (DPR=0.97%). The antioxidant activity of the reference and Gemini samples
was similar, with EC50 of 159.3 and 156.7 mg/L, respectively, while the Florien sample showed the highest
EC50 of 438.6 mg/L. As for the suppression of NO release, only the reference sample showed this effect.
Therefore, the two commercialized samples were not similar to the reference sample, with lower marker
content, or the absence of it, lower antioxidant activity, and the absence of anti-inflammatory activity,
suggesting that they are not authentic samples of dried extract of grapefruit juice. C. sinensis, of the Moro
variety.

Keywords: orange moro, authenticity, anthocyanins, compounding products


LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Foto ilustrativa das variedades de Citrus sinensis ...................................................................... 22


Figura 2. Frutos de laranja ‘Sanguinelli’ importados da Itália, com diferentes níveis de antocianina na polpa
.................................................................................................................................................................... 24
Figura 3. Representação esquemática da estrutura básica de um flavonoide ............................................ 27
Figura 4. Estrutura básica das antocianinas mais comuns ......................................................................... 29
Figura 5. Estrutura da antocianina cianidina-3-O-glucosídeo .............................................................. 30
Figura 6. Extratos solubilizados de amostras comerciais de extrato seco do suco de C. sinensis ............. 40
Figura 7. Perfil cromatográfico por CCD das amostras de extrato seco da C. sinensis à vista desarmada
(A), sob luz UV (254 nm) (B) e revelado com solução de cloreto férrico 3% (C). ................................... 43
Figura 8. Perfil cromatográfico por ClAE da C3G a 30 µg/mL (A) e das amostras de extrato seco de suco
de C. sinensis a 2 mg/mL: Morosil (B), Gêmini(C) e Florien (D), em 520nm e o perfil de absorção do pico
com TR do padrão. ..................................................................................................................................... 47
Figura 9. Perfil cromatográfico por CLAE do gradiente 18 modificado do padrão de C3G e das amostras
de extrato seco de suco de C. sinensis nos diferentes representantes analisados em 263 nm ..................... 49
Figura 10. Curva analítica de C3G no método 18 adaptado, pH 2,5, coluna C18 ..................................... 50
Figura 11. Curva DPPH x Absorbância..................................................................................................... 52
Figura 12. Efeito dos extratos de C. sinensis na viabilidade celular de macrófagos pela metodologia do
MTT ........................................................................................................................................................... 55
Figura 13. Efeito dos diferentes extratos comerciais de suco de C. sinensis em macrófagos estimulados por
LPS ............................................................................................................................................................. 56
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Tabela 1. Informações continas nos rótulos dos difentes extratos comerciais do extrato seco de citrus
sinensis.........................................................................................................................................................40
Tabela 2. Dados da atividade antioxidante de amostras comerciais de suco de C. sinensis ...................... 53

Quadro 1. Curva analítica de DPPH........................................................................................................ 35


Quadro 2. Sistemas cromatográficas por CLAE para análise do extrato seco do suco de C. sinensis da
marca Morosil............................................................................................................................................. 45
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária


APCs Células apresentadoras de antígenos
DAMPs Danos moleculares associados a patógenos
DCB Denominação Comum Brasileira
Cs Citrus Sinensis
DM2 Diabetes mellitus tipo 2
IMC Indice de massa corpórea
LPS Lipopolissacarídeo de E. coli
NO Óxido nítrico
PBS Salina tampão fosfato
Rf Fator de retenção
TLRs Receptores tipo toll
TNF Fator de necrose tumoral
TR Tempo de retenção
CCD Cromatografia em camada delgada
DPPH 2,2-diphenyl-1-picrylhydrazyl
HPLC/CLAE High-performance liquid chromatography/Cromatografia líquida de alta
eficiência
iNOS óxido nítrico-sintase induzida
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12
2 OBJETIVOS 15
2.1 Objetivo Geral 15
2.2 Objetivos Específicos 15
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 16
3.1 Uso de produtos naturais para o tratamento da obesidade e prevenção de problemas de saúde 16
3.2 Citrus sinensis 21
3.3 Flavonóides 26
3.4 Autenticidade do suco de Citrus sinensis 31
4 MATERIAL E MÉTODOS 33
4.1 Drogas, reagentes e equipamentos 33
4.2 Amostras de extrato seco 33
4.3 Cromatografia em camada Delgada (CCD) 33
4.4 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) 34
4.5 Ensaio antioxidante 34
4.6 Cultivo celular 37
4.6.1 Linhagem celular 37
4.6.2 Atividade anti-inflamatória in vitro 37
5.6.3 Viabilidade celular MTT 37
4.6.4 Determinação do NO 38
4.6.5 Análises dos dados e apresentação dos resultados 38
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 40
5.1 Cromatografia em camada delgada 42
5.2. Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) 44
5.3. Atividade antioxidante 51
5.4. Atividade anti-inflamatória in vitro 54
6 CONCLUSÃO 59
REFERÊNCIAS 60
12

1 INTRODUÇÃO

Uma ampla vertente da utilização das plantas medicinais e seus derivados é


voltado para a área da beleza e estética, em especial os emagrecedores em forma de chás,
sucos e fitoterápicos objetivando a busca do corpo desejado (PEREIRA; COSTA; AOYAMA,
2020). O acesso a esses produtos naturais ocorre de várias formas, sendo uma delas por
meio de farmácias de manipulação bem como em casas de produtos naturais no Brasil,
este último segmento sem regulação por parte da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA).
A identificação e pureza dos fitoterápicos e produtos naturais devem ser
conhecidas, bem como a parte da planta a ser utilizada para que possa ser produzido um
medicamento de qualidade, eficácia e segurança comprovada (SANTOS; MARTINS,
2019) e devem seguir um rigoroso processo de produção e controle de qualidade em todo
o processo, desde a obtenção da matéria prima e do seu produto final segundo a ANVISA
(SANTOS; CARVALHO, 2018).
A utilização de plantas medicinais no Brasil se baseia no uso empírico, sem a
eficácia comprovada de suas ações farmacológicas, acarretando problemas como:
intoxicação, reações alérgicas e ineficácia no tratamento (COELHO; LOPES JUNIOR,
2015). Por outro lado, mesmo plantas com comprovada ação benéfica para a saúde, são
passíveis de adulteração e contaminação, o que leva a uma nova problemática com o
controle de qualidade de tais produtos a fim de evitar problemas de saúde.
O gênero Citrus, constitui uma vasta quantidade de importantes espécies
cultivadas, incluindo a Citrus sinensis, ou laranjas doces, dentre as quais destaca-se o
grupo das laranjas sanguíneas, da variedade Moro, tradicionalmente cultivada nas ilhas
Sicília e Malta, na Itália (MACCARONE, 1985; CARDILE; GRAZIANO; VENDITTI,
2015). A coloração avermelhada destas laranjas é atribuída à presença de compostos
pigmentados denominados de antocianinas, sendo o Moro a variedade mais colorida,
contendo a polpa vermelha a rubi (GROSSO et al., 2013).
Estudos in vitro e in vivo apontam para a eficácia do suco C. sinensis (L.) Osbeck,
especialmente da variedade Moro, na diminuição da obesidade e marcadores
inflamatórios (TITTA et al., 2009; SALAMONE et al., 2012; GROSSO et al.,
2013). Porém, destaca-se a importância da origem dos frutos, uma vez que a produção de
certos metabólitos secundários, como os flavonoides, depende de fatores climáticos, as
antocianinas por exemplo, são produzidas sob condições de estresse ambiental, incluindo
13

seca, temperatura fria e luz UV e, portanto, desempenham um papel importante na


fisiologia da planta (PASCUAL; SANCHEZ, 2008).
Os flavonoides presentes na Citrus, podem desempenhar funções específicas ao
organismo. A naringina, pode atuar como antioxidante (YUTING et al., 1990), enquanto
a hesperidina influencia na permeabilidade vascular, aumentando a capilaridade e a
resistência, exibindo propriedade analgésica e anti-inflamatória (GABOR, 1988; EMIM;
OLIVEIRA; LAPA,1994) e inibindo a expressão da ciclo-oxigenase (COX-2) induzida
por Lipopolissacarídeo (LPS) e óxido nítrico sintase induzível (iNOS) em células RAW
264.7 (SAKATA et al., 2003); a nobiletina, isolada de Citrus spp. possui efeito inibitório
na inflamação da pele (MANTHEY et al., 1999; MURAKAMI et al., 2000); enquanto a
a hesperidina inibiu a expressão da COX-2 induzida por LPS e iNOS em macrófagos
RAW 264.7 (SAKATA et al., 2003).
As antocianinas presentes no gênero, em especial a cianidina-3-O-glucosídeo
(C3G), auxiliam na proteção contra o estresse oxidativo, doenças cardíacas coronárias,
certos tipos de câncer e outras doenças relacionadas à idade (ROSS; KASUM, 2002).
Lamego et al. (2019) avaliaram o perfil cromatográfico do extrato seco do suco
de C. sinensis de três diferentes fabricantes, comercializados em farmácia de manipulação
através de Cromatografia em Camada Delgada (CCD) e Cromatografia Líquida de Alta
Eficiência (CLAE), relatando uma diferença evidente entre a coloração dos distintos
extratos bem como a presença do flavonoide tangeretina apenas na amostra referência,
evidenciando assim, a necessidade de análises de controle de qualidade e a necessidade
de mais informações para determinar a autenticidade destes produtos.
Tais extratos secos são comercializados em farmácias de manipulação, setor este
regulamentado pelo RDC 67 (BRASIL, 2007) e a RDC 87 (BRASIL, 2008)
que estabelecem o controle de qualidade de insumos do setor magistral. Nestas
legislações, não há a exigência da identificação de marcadores ou a análise de perfil
cromatográfico de extratos vegetais caso o fornecedor seja qualificado.
Portanto, o presente trabalho visou contribuir para o controle de qualidade de três
das muitas marcas de extratos secos do suco de C. sinensis atualmente comercializados
em farmácias de manipulação no Brasil, por meio da análise do perfil cromatográfico e
quantificação do marcador C3G além do biomonitoramento dos extratos por meio de
ensaios in vitro de atividade anti-inflamatória com macrófagos RAW 264.7, e atividade
antioxidante.
14
15

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Comparar o efeito anti-inflamatório, antioxidante e o perfil cromatográfico de três


extratos secos do suco de Citrus sinensis (L.) Osbeck comercializados em farmácias
magistrais.

2.2 Objetivos Específicos

- Analisar o perfil desenvolvido pelas três amostras comerciais do extrato seco do


suco de C. sinensis, por cromatografia em camada delgada (CCD) e por
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE);
- Quantificar o teor do marcador cianidina 3-glicosídeo (C3G) por CLAE dos
extratos;
- Analisar a atividade antioxidante dos extratos pelo ensaio de DPPH;
- Analisar o efeito anti-inflamatório in vitro em macrofágos RAW-264.7 tratados
com os extratos e estimulados com LPS.
16

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Uso de produtos naturais para o tratamento da obesidade e prevenção de


problemas de saúde

A utilização terapêutica e preventiva dos produtos naturais oriundos do reino


vegetal constitui uma prática milenar associada a saberes médicos, crenças e rituais.
(FERNANDES, 2012). A comercialização e utilização dos fitoterápicos e de seus
derivados no Brasil vem aumentando desde meados de 1980 e consolida-se com o
lançamento da política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Ministério da
Saúde, lançado em 2006 e do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e
do seu Comitê Gestor, em 2008 (RIBEIRO, 2019). Mesmo possuindo uma grande
biodiversidade, um alto interesse na produção de tais medimentos, o mercado brasileiro
de fitoterápicos movimenta cerca de 261 milhões de dólares, representando menos de 5%
do mercado global de medicamentos brasileiros (DUTRA et al., 2016).
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 80% da população mundial utilizam
práticas tradicionais nos seus cuidados básicos de saúde e 85% destes utilizam plantas ou
preparações destas (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2011).
Um dos fatores de influência para o elevado índice de consumidores de produtos
oriundos do reino vegetal é a existência de uma farmacopéia popular diversa que se baseia
na miscigenação cultural brasileira envolvendo suas diferentes raças e etnias, resultando
na sua alta comercialização e importância econômica tanto na sua comercialização como
na geração de empregos (MELO; MARTINS; AMORIM; ALBUQUERQUE, 2007).
Dentre essas fontes de vegetais utilizados em derivados de produtos naturais,
destacam-se as frutas ricas em antioxidantes como vitamina C, α-tocoferol, e ß-caroteno,
que podem desempenhar um papel importante no tratamento de uma série de doenças
crônicas (TESORIERE et al., 2004).
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) representam a principal causa
de morte e enfermidades no mundo, sendo as dietas inadequadas o maior fator de risco
para o aparecimento da mesma (AFSHIN et al., 2017).
A obesidade é considerada uma doença inflamatória crônica, caracterizada pelo
acúmulo de tecido adiposo e com envolvimento das citocinas pró-inflamatórias. (ENGIN,
2017). No Brasil, a prevalência de obesidade é preocupante visto que mais da metade da
população sofre com sobrepeso (56,7%) (DE FIGUEIREDO et al., 2020)
17

Em 2011, os gastos hospitalares e ambulatoriais do SUS com obesidade


ultrapassaram os US$ 265 milhões, dos quais quase 24% eram atribuíveis à obesidade
mórbida. Já em 2018 os custos com hipertensão arterial, diabetes e obesidade no Brasil
totalizaram US$ 890 milhões, considerando gastos do SUS com hospitalizações,
procedimentos ambulatoriais e medicamentos (NILSON et al., 2020).
A maioria dos medicamentos disponíveis para o controle da obesidade são
acompanhados de efeitos colaterais diversos como: irritabilidade, cefaleia, insônia,
depressão e arritimia (BORSATO et al., 2008). Tais eventos, levam a população a buscar
alternativas para o combate da obesidade.
Entre essas alternativas, destacam-se a utilização dos produtos naturais e
medicamentos alopáticos para o tratamento da obesidade e melhora da saúde do
indivíduo, que em geral são menos agressivos, com menores efeitos colaterais e mais
baratos do que os tratamentos convencionais associados à uma dieta equilibrada além de
prevenir a obesidade induzida por dieta hipercalórica (HAN et al., 2005; MORO;
BASILE, 2000; RAYALAM et al., 2008; KUBO, 1997; GARLET, 2000; VERRENGIA;
KINOSHITA; AMADEI, 2013)
Diferente de um ingrediente ativo sintético, o extrato vegetal apresenta
variabilidade em sua composição, Os metabólitos secundários das plantas medicinais,
sofrem variações com a mudança de estações de crescimento, anos de crescimento e
ambiente, como: sazonalidade da droga vegetal, o ritmo circadiano, o
estágio de desenvolvimento, a idade da
planta, temperatura, disponibilidade de água, radiação UV, nutrientes do solo, altitude,
composição atmosférica e danos nos tecidos (LI et al., 2020; GOBBO-NETO; LOPES,
2007), portanto a composição do suco de frutas também pode sofrer variações e
comprometer sua eficácia e comprovação
A associação de plantas e outros produtos naturais vem aumentando sua oferta no
mercado, sob a alegação de apresentarem menos toxicidade do que os fármacos sintéticos.
A utilização de fitoterápicos para combater a obesidade tem aumentado
consideravelmente em todo o mundo (CORRÊA, 2012), sendo que o interesse aumentou
no desenvolvimento de ingredientes de fontes naturais com menos efeitos adversos para
prevenir e melhorar a obesidade (FU et al., 2016).
A obesidade possui uma etiologia multifatorial, envolvendo aspectos genéticos,
hormonais, baixo nível de atividade física, sedentarismo e consumo de alimentos
altamente calóricos (BABOOTA et al., 2013). A maioria dos casos de obesidade tem uma
18

relação muito estreita com a dieta, e neste contexto, os flavonoides cítricos têm emergido
como promissores agentes terapêuticos para o tratamento de várias doenças crônicas não
transmissíveis, dislipidemias, aterosclerose e obesidade (ASSINI et al., 2013).
Segundo a Abeso (2010), uma diminuição maior ou igual a 1% do peso corporal
ao mês e de pelo menos 5% em um período de três a seis meses é considerada como uma
terapêutica satisfatória para a perda de peso corporal. Em 2016, mais de 1,9 bilhão de
adultos, com 18 anos ou mais, estavam acima do peso, sendo que, mais de 650 milhões
eram obesos (OMS, 2020; PITANGA et al., 2020) e foi projetado que mais de 300
milhões de pessoas em todo o mundo terão diabetes mellitus tipo 2 (DM2) como
consequência da obesidade até 2025 (NCD-RisC, 2016).
A obesidade pode ser atribuída a fatores endógenos e exógenos (DÂMASO et al.,
2003) e está relacionada ao aumento do risco de uma ampla gama de enfermidades tais
como dislipidemias, DM2, hipertensão, doenças cardiovasculares e vários tipos de câncer,
além de apresentar outras comorbidades com redução da qualidade de vida e expectativa
de vida (MONTEIRO; CONDE, 1999; KAC; VELÁSQUEZ-MELÉNDE, 2003; ANJOS,
2006; CARDILE; GRAZIANO; VENDITTI, 2015).
No mercado, há uma ampla variedade de plantas e medicamentos naturais que
são utilizados para o controle do peso e combate à obesidade. Como exemplo de
emagrecedores naturais tem-se a Caralluma fimbriata, conhecida popularmente como
Caraluma, um cacto, muito comum na Índia, utilizado como inibidor de fome e sede
(ASTELL et al., 2013). No entanto, Jayawardena et al. (2021) demonstraram que não
houve alteração significativa nos parâmetros de apetite ou em parâmetros metabólicos,
não recomendando a planta como suplemento para perda de peso ou inibidor de apetite
Outra planta muito utilizada é a Garcinia cambogia, segundo Vasques et al.
(2014) a planta pode ser uma alternativa para perder e controlar o peso. Porém, a
ANVISA proibiu sua importação, distribuição, divulgação, comercialização e uso do
produto denominado Garcínia cambogia da marca FrutaPlantalife, importado pela
empresa Life Import através da Resolução n° 1550 por seus efeitos adversos que incluem
pneumonia, hemorragia, infecção de garganta e o alto risco de hepatoxicidade
(RADAELLI; PEDROSO; MEDEIROS, 2016).
Outra espécie que se destaca é a cúrcuma, cujo princípio ativo é a curcumina,
um polifenólico lipofílico com anel aromático e um ou mais grupos hidroxila,que
apresenta efeitos benéficos no metabolismo, propriedades potencialmente anti-obesidade
19

e anti-inflamatórias (AROZAL; MELVA; SOETIKNO, 2020; KOCAADAM;


ŞANLIER, 2017).
A Camellia sinensis (chá verde) originária da China, é muito utilizada por ser
rica em antioxidantes e taninos (PRASADH et al. 2019). Alguns autores sugerem que
esta espécie é capaz de reduzir as reservas de gordura e o peso corporal significativamente
(LI et al., 2016; PAN et al., 2016; VÁZQUEZ CISNEROS et al., 2017; ROTHENBERG
et al., 2018; YANG et al., 2016; 2018).
Witt e Schneider (2013) descrevem que, mesmo sendo substâncias naturais, tais
produtos carecem de estudos que comprovem a segurança e eficácia dessa utilização, pois
o consumo indiscriminado, sem a adequada prescrição ou acompanhamento profissional
pode levar a intoxicações graves e até a morte devido sua utilização a longo prazo ou
associação medicamentosa.
Recentemente foi relatado um óbito em decorrência da utilização de um chá
emagrecedor à base de chá verde, comercializado pelo nome de 50 Ervas Emagracedor,
sendo que a causa da morte foi uma hepatite fulminante, que levou à falência aguda do
fígado enquanto a paciente aguardava um transplante de emergência (BRASIL, 2022;
CONTAIFER, 2022). Este produto não pode ser classificado como suplemento alimentar
ou medicamento, já que é comercializado sem autorização, não tendo sido avaliado pela
ANVISA (ABIFISA, 2022).
Recentemente a ABIFINA (Associação Brasileira das Indústrias de Química
Fina, Biotecnologia e suas Especialidades) em parceria com a ABIFISA (Associação
Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da
Saúde) lançou uma cartilha para o uso seguro de produtos naturais (ABIFINA, 2021),
tendo em vista os riscos de falsificação e de consumo indevido pela população.
No Brasil, a ANVISA está vinculada ao ministério da saúde e é o órgão
responsável pela criação e execução de normativas e quem fiscaliza as atividades de
controle sanitário em todo o território nacional. É ela que reforça a gravidade do uso de
produtos naturais que não estão regulamentados. Todo produto natural comercializado no
Brasil em forma de cápsulas precisa ter sua composição avaliada visando riscos
relacionados com sua administração para que eles sejam evitados (ABIFINA, 2021).
Os produtos naturais comercializados e aprovados podem ser classificados pela
ANVISA de duas maneiras: medicamentos fitoterápicos ou suplementos alimentares,
sendo os suplementos alimentares notificados para a sua comercialização, conforme a
resolução RDC n° 243 de 26 de julho de 2018 (BRASIL, 2018). O conceito de suplemento
20

alimentar segundo esta legislação é “produto para ingestão oral, apresentado em formas
farmacêuticas, destinado a suplementar a alimentação de indivíduos saudáveis com
nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos, isolados ou combinados”.
Importante destacar que os rótulos ou outra representação gráfica não podem alegar que
o produto possua finalidade medicamentosa ou terapêutica (BRASIL, 2018).
Os consumidores podem consultar informações sobre os suplementos alimentares
a respeito da segurança, nutrientes, substâncias bioativas e condições de utilização do
produto através de ferramentas disponibilizadas pela ANVISA (ANVISA, 2022).
Por outro lado, os medicamentos fitoterápicos são medicamentos obtidos
empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais, caracterizados pelo
conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e
constância de sua qualidade. São regulados no Brasil pela ANVISA como os demais
medicamentos e devem demonstrar estritos critérios de eficácia, segurança e qualidade
para ser liberado à população, segundo a RDC 26 (BRASIL, 2014), sendo produzidos por
empresas com certificado de Boas Práticas de Fabricação (BPF).
Estas normativas da ANVISA para drogas vegetais e fitoterápicos é uma das
regulações mais rígidas e avançadas do mundo, exigindo previamente uma avaliação
detalhada da composição, qualidade e segurança, bem como de suas associações (quando
um medicamento tem mais de um composto/planta medicinal).
Recentemente, Ariyanto et al. (2021) publicaram uma revisão de literatura sobre
a eficácia de alguns extratos naturais no combate à obesidade concluindo que as plantas
abordadas possuem um potencial para o controle de peso, porém, alertando que mais
pesquisas são necessárias para que se conheça o mecanismo de ação dessas plantas no
emagrecimento e de suas interações com o organismo e sua segurança para o consumo.
Inclui-se nesse contexto as laranjas sanguíneas da variedade Moro (Citrus
sinensis (L.) Osbeck), por apresentarem potencial nutricional e comercial devido às
propriedades biológicas que possui tanto no suco, bagaço e na casca, além de seus
benefícios a saúde comprovada no tratamento de doenças como: constipação, cólicas,
cólicas, diarréia, bronquite, tuberculose, tosse, resfriado, obesidade, distúrbio menstrual,
angina, hipertensão, ansiedade, depressão e estresse (MILIND; CHATURVEDE, 2012).
A laranja sanguínea da variedade Moro é reconhecida pelas altas concentrações
de antocianinas, ácido ascórbico e ácidos hidroxicinâmicos entre outros compostos
presentes em sua composição, e esses compostos, quando em sinergismo, podem atuar no
controle de várias doenças e na gestão da massa corporal (FABRONI et al., 2016).
21

Em 2009 o comércio de laranjas doces em relação ao mercado de citrinos


respondeu a aproximadamente 60% do consumo de frutas frescas e processadas, sendo
consideradas as frutas cítricas e sucos como a principal fonte humana de vitamina C para
humanos (XU et al., 2013). Na safra de 2019/20 foram produzidos 46 milhões de
toneladas de laranjas doces, contra 31,9 milhões de tangerinas e 8,3 milhões de limão e
lima (VIDAL, 2021)
No Brasil, o extrato seco do suco da laranja Moro é comercializado pela empresa
Galena Química e Farmacêutica ltda, tendo seu registro junto à ANVISA através do
registro 6589500080018 como suplemento alimentar, sendo este, regulamentado e
reconhecido pela mesma através da normativa 28/2018 como fonte de antocianinas. Tal
extrato é comercializado em farmácias magistrais de manipulação do país, sendo
comercializado em sua grande maioria na apresentação farmacêutica em forma de cápsula
gelatinosa dura ou em sua minoria em forma de sachê (JAISIN et al., 2020). Segundo o
certificado do fabricante o teor de antocianinas, expressos em C3G, deve ser de no
mínimo 0,8%.

3.2 Citrus sinensis

O gênero Citrus pertence à família Rutaceae (TROPICOS, 2022). A espécie


Citrus sinensis apresenta subespécies como a crassa Risso; fetifera (Risso) D. Rivera,
Obón, S. Ríos, Selma, F. Mendez, Verde & F.Cano; lusitanica (Risso) D. Rivera, Obón,
S. Ríos, Selma, F. Mendez, Verde & F. Cano e suntara (Engl.) Engl. e variedades como
a sanguinea (Engl.) Engl.; brassiliensis Tanaka e sekkan Hayata (TROPICOS, 2022; THE
PLANT LIST, 2022) sendo consideradas também outras sinonímias como Citrus
aurantium var. sinensis L. como basionimia (TROPICOS, 2022). Outras subespécies são
citadas como a hierochuntica (Risso) D. Rivera & al. e a fetifera (Risso) D. Rivera & al.
(THE PLANT LIST, 2022).
A origem das laranjas vermelhas é muito debatida, podem ser da China ou nas
regiões mediterrâneas e têm sido cultivadas há vários séculos, principalmente na Itália,
Espanha, Marrocos, Argélia e Tunísia, sendo possível que, a partir da China, nordeste da
Índia e Sudeste da Ásia. As árvores Citrus sinensis tenham sido transportadas ao longo
das rotas comerciais asiáticas para a África, para o Mediterrâneo e Europa (HOLMES,
1924 apud BUTELLI et al., 2012; GROSSO et al., 2013; CARDILE; GRAZIANO;
VENDITTI, 2015; MAGALHÃES et al., 2019). Ela foi documentada pela primeira vez
22

em 1646 e descrita como uma laranja diferente em sabor e de cor púrpura (FERRARI,
1646 apud TALON et al., 2020).
As laranjas podem ser divididas em dois grandes grupos devido sua coloração:
as douradas e as sanguíneas. As laranjas sanguíneas são caracterizadas pela coloração
vermelho intenso da polpa e do suco, devido à presença de antocianinas, compostos estes
que normalmente não estão presentes em laranjas douradas ou outras frutas cítricas
(CARDILLE et al., 2015).
A espécie C. sinensis inclui o grupo das laranjas douradas (como a variedade
Navelina, Figura 1) e das sanguíneas, entre estas últimas, há as variedades Moro, Tarocco
e Sanguinello (MAGALHÃES et al., 2019). Moro é a variedade mais colorida, com polpa
de cor vermelha profunda, com veios que vão da cor alaranjada ao rubi, ou carmesim
vívido e quase preto (GROSSO et al., 2013), como mostra a figura 1.

Figura 1. Foto ilustrativa das variedades de Citrus sinensis

Fonte: adaptado de lo Piero, 2015

A quantidade e a composição das antocianinas presentes nos frutos de laranja


pigmentadas variam muito, dependendo da variedade, maturidade, região de cultivo entre
outros fatores ambientais (RAPISARDA; BELLOMO; INTELISANO, 2001;
RAPISARDA et al., 2008; LO PIERO et al., 2005). Os níveis de pigmentação
encontrados nas diferentes variedades da espécie C. sinensis, classificam-se como sendo
de pigmentação alta (Moro), pigmentação média e baixa (Tarocco) e ausência de
pigmentação (Navelina) (figura 1) (BUTELLI et al., 2012), sendo estas derivadas da
Itália, Espanha e Palestina, respectivamente (HODGSON, 2012; BUTELLI et al, 2012).
A C. sinensis é rica em metabólitos secundários que conferem atividade
farmacológica atribuída a mesma identificados nos frutos, cascas, folhas, raízes e no suco,
23

como flavonoídes, esteróides, hidroxiamidas, alcanos, ácidos graxos, cumarinas,


peptídeos, carboidratos, carbamatos, alquilaminas, carotenóides, ácido ascórbico e ácido
hidroxicinâmico compostos voláteis, potássio, magnésio, cálcio e sódio (GROSSO et al.,
2013, FAVELA-HERNANDEZ, 2016).
A síntese e o acúmulo de antocianinas nas laranjas sanguíneas sofrem
influências climáticas, sendo seu cultibo indicado em países frios, havendo assim, uma
carência de sua produção em países tropicais, contudo, estudos mostram que o manejo
pós-colheita envolvendo o armazenamento refrigerado pode ser uma alternativa para a
produção dessas laranjas mesmo em países tropicais (LATADO et al., 2008; CARDILE;
GRAZIANO; VENDITTI, 2015; CHIABRANDO; GIACALONE, 2017).
As variedades de laranjas sanguineas cultivadas em regiões de clima quente não
apresentam coloração tão vermelha como as de clima frio, pois não ocorre a formação de
antocianina. Porém há a formação de licopenos que se manifestam em climas frios e
quentes, as antocianinas e o licopeno agem como antioxidantes (SOPRANO; KOLLER,
2013; SHAMI; MOREIRA, 2004).
Magalhães et al. (2019) em seu trabalho concluíram que, em países tropicais
com plantio da Citrus, não foi identificado antocianinas após a colheita, porém, com o
armazenamento refrigerado houve o desenvolvimento dos pigmentos característico de
antocianinas. Sendo benéfico para a sua produção e comercialização principalmente
quando refrigerados a 8 °C após um período de 60 dias. Estes autores relatam também
que compostos fenólicos totais, atividade antioxidante, analisada pelos métodos DPPH e
β-caroteno, também aumentaram com o armazenamento refrigerado. Sendo assim as
laranjas podem apresentar diferentes cores pela quantidade de antocianinas que possuem,
como demonstrado na figura 2.
24

Figura 2. Frutos de laranja ‘Sanguinelli’ importados da Itália, com diferentes níveis de antocianina na polpa

Fonte: Soprano; Koller, 2013 adaptado

Em estudo posterior, Magalhães et al. (2021) testaram o suco das laranjas


sanguíneas cultivadas no Brasil em condições de armazenamento sob refrigeração a 8 °C,
por período de 60 dias, empregando ratos machos, com 4 meses de idade, com ganho de
massa induzido para o estudo a fim de avaliar o impacto no peso corporal dos animais
tratados ou não. Para isso foram administrados 200 mL de suco de laranja Moro puro in
natura, diariamente, ad libitum, por 60 dias. Ao final do tratamento, os animais
pertencentes ao grupo B (ingeriram suco) ganharam menos massa quando comparados ao
grupo controle (Grupo A) que receberam água. Assim, o grupo de animais obesos
suplementados com suco perderam 44,7% de sua massa corporal quando comparados ao
grupo controle. Essa perda foi atribuída ao sinergismo entre a C3G, flavonóides, ácido
ascórbico e ácidos hidroxicinâmicos presentes no suco de laranja Moro. Os autores
discutem que as antocianinas, quando ingeridas em quantidades adequadas, podem causar
um aumento na secreção de adipocitocinas e a expressão de genes proliferadores de
peroxissomos (PPARγ) para normalizar a hipertrofia do tecido adiposo, sendo que, entre
as adipocitocinas mais conhecidas é a leptina, a qual apresenta capacidade de aumentar o
gasto energético, e a adiponectina, responsável por modular processos metabólicos, como
a regulação da glicemia e o catabolismo dos ácidos graxos.
Salienta-se que, além das antocioninas, os ácidos fenólicos possuem
propriedades antioxidantes (SOARES, 2002), além dos flavonóides que possuem
atividade antimicrobiana (PENNA et al., 2001), antimutagênica (HIGASHIMOTO et al.,
25

1998), anticarcinogênica (LE MARCHAND et al., 2000) e anti-inflamatória (TSAI ; LIN-


SHIAU; LIN, 1999).
Recentemente, Kegele et al. (2019) estudaram um extrato comercial de C.
sinensis, avaliando a CitrusiM® (FAGRON, Brasil), um extrato enriquecido em
antocinina, com o objetivo principal de avaliar composição corporal comparando a
porcentagem de massa magra e porcentagem de massa gorda. O presente estudo foi
realizado com 46 indivíduos, sendo 13 do grupo controle, 13 com 0,5 g/dia de CitrusiM®
e 20 com 1 g/dia de CitrusiM®, um número limitado de voluntários, como observam os
próprios autores. Como resultado do estudo, a CitrusiM® mostrou um efeito significativo
na redução da massa gorda (11,89% no grupo que ingeriu 1g/dia), bem como no aumento
da massa magra (7,89%), sendo mais eficaz na dose de 1g/dia quando administrado por
3 meses.
Titta et al. (2010) em seu estudo, utilizaram ratos suplementados com uma
solução de suco de Laranja Moro e Navelina, provenientes da Itália, obtida através da
extração alcoólica da mesma, com água acididificada com HCl (pH 3,5) sendo esta com
uma concentração de C3G diária de 2,25 mg/animal como resultado, o suco reduziu
significativamente o ganho de peso corporal e o acúmulo de gordura. Os autores discutem
que tal efeito não pode ser relacionado apenas à C3G, mas sim aos vários componentes
presentes no suco de laranja Moro, os quais podem agir sinergicamente para inibir o
acúmulo de gordura. A ingestão do suco de laranja Moro reduziu significativamente o
ganho de peso corporal e observou uma redução de massa gorda abdominal de
aproximadamente 50% além da redução do tamanho das células adipócitos e acúmulo de
lipídios em camundongos tratados através de exame histológico (TITTA et al., 2010).
Cardile, Graziano e Venditti (2015) realizaram um estudo clínico, empregando
extrato seco do suco de C. sinensis da marca Morosil (®), a uma dose de 400 mg/dia em
30 voluntários saudáveis com índice de massa corpórea (a) entre 25 e 35 kg/m² por um
período de 12 semanas. Foram avaliados a variação de peso, IMC, circunferência da
cintura e quadril circunferência no início do estudo, em 2, 4, 8 e 12 semanas após o
tratamento. Como resultado, o grupo tratado com extrato de suco de Moro teve uma
redução significativa no IMC (1,11 ± 0.09 kg/m2), redução de cintura ((7,08 ± 1.33 cm)
e circunferência do quadril (5,96 ±0.97 cm) quando comparado ao grupo placebo que
apresentou redução de 0,80 ± 0.15 and 0,69 ± 0.12 cm, na circunferência da cintura e
quadril, respectivamente, a partir da quarta semana de tratamento.
26

Salamone et al. (2012) empregaram a substituição de água por suco da laranja


C. sinensis, variedade Moro na dieta de camundongos, como resultado, o suco melhorou
significativamente a esteatose hepática dos camundongos, bem como limitou o ganho de
peso corporal, aumentou a sensibilidade à insulina e diminui os níveis de
triglicerídeos séricos e colesterol total.
Dallas et al. (2014) avaliaram o efeito do uso do composto SinetrolXPur®, um
composto feito através de uma mistura de C. paradisi, C. sinensis Osbeck e Paullinia
cupana no controle de peso, parâmetros metabólicos e estado inflamatório, glicêmico e
oxidativo em pacientes com sobrepeso em n amostral de 95 pessoas. A ingestão diária foi
de 900 mg/dia divididos em 2 cápsulas tomadas uma de manhã e uma no almoço. Como
resultado, os pacientes suplementados tiveram suas medidas de circunferência, cintura e
quadril diminuídos continuamente durante as 12 semanas do estudo, sendo que a redução
da cintura foi 4% menor em relação ao grupo não suplementado correspondendo a quase
4 cm de diferença, bem como a diminuição do quadril e 6% de diminuição em relação
aos níveis de gordura. Marcadores inflamatórios como proteína C reativa, fibrinogênio e
estresse oxidativo também diminuíram e não foi relatado efeitos adversos.
Destaca-se que um suplemento alimentar rico em polifenóis contribuiria para a
redução não só da gordura corporal, mas também para minimizar o estado de estresse
inflamatório e oxidativo, sendo de grande valor para a saúde (DALLAS et al., 2014).

3.3 Flavonóides

Os polifenóis estão presentes no metabolismo secundário das plantas


(TREUTTER, 2001). Além de serem importante para a planta como atuar no processo de
reprodução e crescimento vegetal (MARTINS et al., 2011) os compostos apresentam
benefícios para a saúde humana, como proteção das células contra o estresse oxidativo e
redução do risco do desenvolvimento de doenças crônicas (LIU, 2013). Eles são
considerados antioxidantes naturais e representam um grupo de compostos bioativos em
alimentos (DUEÑAS et al., 2005). Os polifenóis dividem-se nos grupos: flavonóides,
ácidos fenólicos, estilbenos, lignanas e taninos (D’ARCHIVIO et al., 2007).
Os flavonoides são substâncias polares, pertencentes à classe dos polifenóis,
possuindo um ou mais núcleos aromáticos, com a presença de hidroxilas ou seus
derivados, ésteres, glicosídeos e outros (OLIVEIRA; MAIOR; DRESCH, 2018). Estão
presentes em todos os alimentos, ingredientes e medicamentos derivados de plantas,
27

sendo muito utilizados por seus benefícios na prevenção de uma ampla gama de doenças
degenerativas (NISHIUMI et al., 2011).
A estrutura básica dos flavonoides é formada por um núcleo fundamental com 15
átomos de carbono (C15) arranjados em 3 anéis (C6 - C3 – C6) como representado na
figura 3.

Figura 3. Representação esquemática da estrutura básica de um flavonoide

Fonte NISHIUMI et al., 2011

Dentre os flavonoides as principais classes do gênero Citrus são antocianinas


(cianidina 3-O-glucosídeo, cianidina, hesperidina 3-O-(6”-malonil-glucosídeo),
flavanonas (narirutina, didimina, sinensetina), flavonas (nobiletin, tangeretin), flavonol
(3-metoxinobiletina) e ácidos fenólicos como os ácidos hidroxicinâmicos (cinamoil
glucose, ácido cinâmico, ácido p-cumárico, ácido caféico, ácido ferúico, ácido sinápico).
Entre os carotenóides são reportados: α-caroteno, β-caroteno, licopeno, luteína, β-
criptoxantina e zeaxantina (GROSSO et al., 2013). Segundo Veldhuis et al. (1970), as
principais flavonas presentes na C. sinensis são: sinensetina, quercetogetina, nobiletina,
heptametoxiflavona, scutelareina e tangeritina.
28

Os flavonoides possuem ação anti-inflamatória, antialérgica, antitumoral e


antimicrobiana devido a diversos aspectos químicos, bioquímicos, farmacêuticos e
nutricionais (MORIN et al. 2008; TRIPOLI et al. 2007; WANG, 2008).
Eles estão presentes em várias formas modificadas correspondentes à
hidroxilação, metilação e, o mais importante, à glicosilação, no gênero Citrus. Os
principais flavonóides nas frutas cítricas são flavanona-O-glicosídeos, flavona-O/C-
glicosídeos e seus derivados. Flavanonas são flavonóides cítricos muito importantes, e
alguns são responsáveis pela amargura cítrica, como naringina, neoperidina, neoerocitrina
e poncirina, que têm impactos significativos na qualidade sensorial das frutas cítricas
(WANG et al., 2017).
Os flavonoides atuam como antioxidantes ao reduzirem o oxigênio nas reações de
oxidação lipídica e na quelação de metais, devido à sua estrutura química formada por
pelo menos um anel aromático com grupamento hidroxila (ANGELO; JORGE, 2007). A
presença de um hidroxil, O-metil, e de dupla ligação no esqueleto básico confere ao
flavonoide a capacidade antioxidante, além de sequestrar radicais livres e quelar metais.
A presença da dupla ligação entre o C2 e C3 do grupamento 3’-hidroxil e a ausência do
6-hidroxil conferem o efeito antiproliferativo em células leucêmicas (ABE et al., 2002;
HEIM et al., 2002).
Muitos estudos mostraram que as poli-metoxiflavonas e os O-glicosideos de
flavona são as flavonas mais comuns em cítricos e suas agliconas são apigenina,
diosmetina e luteolina (WANG et al., 2017). Um pequeno número de flavonas C-glicosil
também foi detectado na C. sinensis (BARRECA et al., 2014). O padrão de glicosilação
e de polimetoxilação das flavanonas tem sido utilizado na detecção de falsificação de
suco de C. sinensis, por CLAE, em sistema gradiente com detecção por UV após extração
com benzeno (OGHE et al., 1994).
A hesperidina (3’,5,7-trihidroxi-4’-metoxiflavanona-7-α-L-ramnosil (1→6)-β-
D-glicosídeo é a flavonona mais abundante nas cascas e na polpa das frutas cítricas e está
associada a efeitos contraceptivos, proteção contra perda óssea, antioxidante,
hipocolesterolémico, antialérgico e anti-inflamatório, comprovados por estudos in vitro e
in vivo (MA, et al. 2008). A narirutina (5,7,4'-trihidroxi-flavanona-7-β-rutinosideo),
encontradas nas cascas e polpa de Citrus unshui (MIRABELLA; CASTELLANI; SALA,
2014).
As antocianinas representam o maior grupo de pigmentos solúveis em água do
reino vegetal (BRIDLE; TIMBERLAKE, 1997), sendo estudadas em todo o mundo como
29

agentes da coloração natural em alimentos, as antocianinas compreendem colorações que


vão desde a coloração vermelha até a coloração azul em muitas frutas, legumes e
hortaliças (MAZZA; MINIATI, 1993). A coloração final das antocianinas depende de
fatores além do pH, tais como, luminosidade, concentração da antocianina dissolvida,
presença de íons, açúcares e hormônios.
As antocianinas, também presentes na C. sinensis, são uma importante subfamília
de flavonóides, possuem sua forma estrutural básica 2-fenilcromenilo, e é classificada em
seis compostos principais: cianidina, delfinidina, malvidina, pelargonidina, peonidina e
petunidina, dependendo do anel B do flavílio. Açúcares (glicose, arabinose, galactose,
etc.) podem ser ligados à estrutura principal das antocianinas (PASCUAL;
SANCHEZ, 2008; HE; GIUSTI, 2005) como demonstrado na figura 4.

Figura 4. Estrutura básica das antocianinas mais comuns

Fonte: Lee et al. (2017)

As antocianinas possuem um papel biológico em mamíferos, no nível molecular,


apresentam elevado poder antioxidante, fornecendo proteção contra danos no DNA,
proteínas e lipídios (ACQUAVIVA et al., 2003). Além das antocianinas reduzirem
indiretamente o estresse oxidativo, auxiliando no combate de doenças crônicas não
degenerativas como diabetes, câncer, e doenças vasculares (SHIH; YEH; YE, 2007;
GOMES et al., 2022).
Nos últimos 20 anos, pesquisas revelaram que as antocianinas possuem efeitos
antioxidantes, anti-inflamatórios, antimicrobianos, antivirais, antialérgicos,
anticancerígenos, antimutagênicos e antiproliferativos, podendo desempenhar um papel
essencial na prevenção e tratamento de várias doenças degenerativas, distúrbios
metabólicos, doenças circulatórias, nervosas, endócrinas, digestivas, sensoriais, urinárias,
do sistema imunológico e câncer (LIU et al., 2021; WALLACE; SLAVIN;
30

FRANKENFELD, 2016). Em particular, misturas de antocianinas encontradas em


alimentos, em vez de seus componentes individuais de antocianinas, foram relatadas
como mais benéficas para melhorar a saúde humana, reduzindo a incidência de doenças
cardiovasculares doenças, câncer, hiperlipidemias e outras doenças crônicas (PASCUAL;
SANCHEZ, 2008).
Sua principal ação nas plantas é ser atrativo para polinizadores. As antocianidinas
mais encontradas na natureza são: cianidina, delfinidina, maldivina, peonidina, entre
outras. (OLIVEIRA; MAIOR; DRESCH, 2018).
Em nível celular, as antocianinas produzem efeitos diferentes: inibem a
tumorogênese ao bloquear a ativação de uma via da proteína quinase ativada por
mitogênio (HOU et al., 2004), reduzem a atividade estrogênica, induzem a produção de
citocinas e diminuem a permeabilidade capilar (XIA et al., 2009) e a C3G é capaz de
inibir a ativação de vias inflamatórias com efeito protetor contra o estresse oxidativo (EO)
enquanto quando administradas aos adipócitos, as antocianinas exercem um papel
protetor contra H2O2 ou resistência à insulina induzida pelo fator de necrose tumoral
(FERRARI et al., 2016). O estresse oxidativo induzido por espécies reativas de oxigênio
(ERO) estimula o desenvolvimento de tecido adiposo tanto nos sistemas de cultura de
adipócitos quanto in vivo (BERNIAKOVICH et al., 2008), enquanto a eliminação de
ERO está associada à redução de gordura em ratos Zucker obesos (CARPENE et al.,
2007). Estudos in vivo em roedores mostraram que a cianidina-3-glucósido (C3G, figura
5), a antocianina mais abundante presente nas laranjas sanguíneas, também reduz o peso
corporal, o acúmulo de gordura e o diabetes induzido por gordura (TSUDA et al., 2003;
2006; TSUDA, 2008; JAYAPRAKASAM et al., 2006).
Figura 5. Estrutura da antocianina cianidina-3-O-glucosídeo

Fonte: Março, Poppi e Scarminio (2008)


31

3.4 Autenticidade do suco de Citrus sinensis

O doseamento dos elementos nutricionais e demais elementos presentes no


suco de laranja têm sido muito utilizados para o controle de qualidade, para investigar a
autenticidade e caracterização do país de origem (MCHARD et al., 1976).
A adulteração em produtos naturais, principalmente sucos de frutas pode
acontecer através inúmeros fatores como diluição com água, substituição de ingredientes
como corantes, ou a adição de produtos de menor valor comercial do que o autêntico.
(ASHURST, 2005; MUNTEAN, 2010; SIMPKINS; HARRISON, 1995)
O suco da C. sinensis pode ser adulterada com outras espécies do gênero citrus
de menor valor comercial (MUNTEAN, 2010). A autenticidade do suco e dos extratos
secos se torna um grande desafio visto que a qualidade da laranja sofre alguns
interferentes como fatores naturais, localização de cultivo, zona climática, solo, grau de
maturidade, condições de armazenamento entre outros (JANDRIC; CANNAVAN, 2017).
As laranjeiras sangüíneas autênticas, são ricas antocianinas, são caracterizadas
como agentes terapêuticos a partir da sua capacidade de inativar radicais livres. (ROSS;
KASUM, 2002). As principais antocianinas que estão presentes na C. sinensi são a
cianidina-3-glucosídio e a cianidina-3 (6’-malonil glucosídio) (LO PIERO et al., 2005).
O extrato seco padronizado do suco da laranja Moro, empregado em um estudo clínico
recente (BRISKEY et al., 2022) relata os seguintes compostos majoritários: cianidina 3-
O-glicosídeo (0,635% p/p), cianidina 3-O-glicosídeo e derivados (>0,699% p/p),
hesperidina (2,13% p/p), narirutina (0,07% p/p), ácido ferúlico (1% p/p) e ácido ascórbico
(4,5% p/p).
Para a autenticidade desses produtos a abordagem analítica é muito importante,
pois permite uma investigação minuciosa e eficaz, possibilitando a identificação das
características dos compostos e dos dados que se tornam uma poderosa ferramenta de
investigação (CUBERO-LEON, PENALVER; MAQUET, 2013). Identificar as
antocianinas em diferentes extratos de diferentes marcas é uma alternativa para
comprovação de sua autenticidade, bem como visualizar seus efeitos biológicos e ação
antioxidante.
Em pesquisa anterior, Lamego et al. (2019, 2020), analisaram três extratos secos
comerciais do suco de C. sinensis comercializados em farmácias magistrais. Estes autores
sugerem que o extrato referência, da marca Morosil seja uma amostra autêntica do suco
da laranja Moro, enquanto as outras duas amostras não apresentavam a mesma
32

característica, sugerindo a necessidade de uma investigação mais aprofundada de tais


produtos.
33

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Drogas, reagentes e equipamentos

A substância de referência utilizada foi a cianidina-3-O-glicosideo (C3G) da


Sigma- 6 Aldrich, lote: 89616, validade 10/2024. Os solventes orgânicos utilizados foram
de grau PA, exceto para a CLAE, de grau HPLC. Como fase estacionária na CCD foi
empregado placas de sílica de gel (Alugram® Xtra SIL G/UV254), Macherey-Nagel,
Duren, Alemanha). Os extratos foram sonicados em um ultrassom da marca Ultronic Eco-
sonics. O espectrofotômetro utilizado foi da marca Jasco modelo V-630.
Para os testes com macrofágos RAW 2674.7 foram utilizadas: câmara de
Neubauer (Optik Labor), Microscópio óptico (Olympus), Leitor de microplacas
(SPECTROstar Nano – BMG Labtech), microplaca de 96 poços (Costar
®), Lipopolissacarídeo de E. coli (Sigma), Filtro (TPP Spritzen-Syringe-Filter 0,22 μm),
Salina tamponada com fosfato (PBS), DMEN (Dulbecco's Modified Eagle Medium),
RPMI, Brometo de tiazolil de tetrazólio (Sigma-Aldrich), Agarose (Invitrogen ™).

4.2 Amostras de extrato seco

As amostras adquiridas foram: extrato seco do suco de C. sinensis: Morosil®


(Galena, Campinas- São Paulo) origem Itália, lote de fabricação: 15202012-12 validade:
28/11/2023 como sendo a amostra-referência (M), além do extrato seco da Gemini
(Purifarma, São Paulo, Brasil), lote do fabricante 1/1 validade: 26/09/2020, de origem
brasileira (G), e da Florien Fitoativos (Piracicaba, SP, Brasil), com procedência da China,
lote de fabricação: VNIC201223 validade: 22/12/2023 (F).

4.3 Cromatografia em camada Delgada (CCD)

A metodologia desenvolvida previamente por Lamego et al. (2019), foi adaptada


e testadas diferentes fases móveis, variando a proporção dos solventes, e o pH da fase
móvel. A fase móvel selecionada foi clorofórmio:metanol 7:3 (v/v). Como fase
estacionária foi empregado placas de sílica gel (Alugram® Xtra SIL G/UV254,
Macherey-Nagel, Düren, Alemanha), previamente dessecadas em estufa a 105 °C, por 1
h. As placas foram visualizadas a olho nu (visível), sob luz UV a 254 nm e 365 nm e com
34

revelador cloreto férrico. A substância de referência foi a C3G a 100 µg/mL, solubilizado
em metanol e os extratos M,G,F dissolvidos em metanol a uma concentração de 2 mg/mL.

4.4 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)

A metodologia desenvolvida previamente por Lamego et al. (2019), foi adaptada


para melhorar a resolução dos picos no cromatograma. A avaliação dos perfis
cromatográficos das amostras foi realizada por CLAE em cromatógrafo (Shimadzu)
equipado com bomba binária (Shimadzu, LC-10ATvp), as amostras foram injetadas
através de um injetor automático (SIL-10AF). Foram utilizadas as colunas Luna
Phenomenex® C18(2) e uma coluna Luna Phenomenex® C8(2), ambas com dimensões
de 250 x 46 mm e 5 µm de tamanho de partícula. A detecção foi realizada por meio de
detector UV-Vis SPD-10 Avp em diferentes comprimentos de onda (263 e 520 nm).
O melhor sistema cromatográfico foi posteriormente validado, de acordo com a
RDC 166 (BRASIL, 2017), determinando a linearidade e a precisão do teor de C3G.
A linearidade foi determinada construindo uma curva analítica de C3G em 8
níveis, nas concentrações de 1- 100 µg/mL, a qual foi submetida à análise de regressão
linear em Excel.
Para a determinação da precisão, seis determinações independentes foram
realizadas da seguinte forma: A amostra de referência M foi pesado em sextuplicata,
dissolvendo com metanol a uma concentração de 2 mg/mL, sonicando por 20 minutos,
filtrado através de membrana de celulose regenerada com poro de 0,45 µm e injetado 20
µL no cromatógrafo, em triplicata. A área do pico de antocianinas foi integrada em cada
cromatograma se sua concentração experimental e teor foi calculda com base na equação
da reta determinada no estudo de linearidade. A média, desvio padrão e DPR (máx. 2%)
das injeções foram calculados.

4.5 Ensaio antioxidante

O método DPPH se baseia na captura do radical DPPH (2,2-difenil-1-picril-


hidrazil) por antioxidantes, produzindo um decréscimo da absorbância a 515 nm, e foi o
teste de escolha para análise, sendo realizado conforme Rufino et al. (2007). Para o
preparo da solução de DPPH a 1 mM foi dissolvido 19,72 mg de DPPH em álcool metílico
e o volume foi completado para 50 mL em um balão volumétrico com o mesmo solvente
35

o balão foi então homogeneizado e transferido para um frasco de vidro âmbar para
armazenamento, a absorbância foi medida e ficou em torno dos 0,900nm.
Para a curva de DPPH utilizou-se uma solução mãe (1 mM) em balão volumétrico
de 10 ml variando as concentrações de 0,01 mM a 1 mM, conforme detalhado no Quadro
1. A leitura da absorbância foi feita em 515 nm, tendo como branco o metanol.

Quadro 1. Curva de DPPH

Balã Solução de DPPH Álcool metílico Concentração final de


o (mL) (mL) DPPH (mM)

1 0 10 0

2 0,1 9,9 0,01

3 0,5 9,5 0,05

4 1 9 0,1

5 2 8 0,2

6 5 5 0,5

7 8 2 0,8

8 10 0 1

A partir dos dados de absorbância e concentração foi elaborada a equação da


reta, pelo método de regressão linear em excel, determinando-se o coeficiente angular e
linear e o coeficiente de determinação (r2).
36

As soluções amostras foram realizadas a partir de uma solução mãe, a 1 mg/mL


em um balão de 25 mL, sendo pesado aproximadamente 0,025 g da amostra, sendo a
mesma diluída em metanol, sonicado por 20 minutos e posteriormente filtrado em um
filtro de membrana de celulose regenerada de 0,45 µm.
Para a curva analítica foram utilizadas 6 concentrações, inicialmente foi testada
a faixa de 5 a 80 µg/mL para todas as amostras. Posteriormente foram testadas
concentrações menores para o Morosil, de 5 a 50 µg/mL e maiores para o extrato Florien
de 50 a 250 µg/mL, buscando a melhor faixa de linearidade do método. Os extratos foram
inicialmente solubilizados em metanol, na concentração de 1 mg/mL, sendo em seguida
diluídos diretamente para os tubos de ensaio com volume final de 1 mL, usando o metanol
como diluente.
Para os testes com DPPH foram utilizados uma mistura de 1 mL de cada solução
amostra com 1 mL de DPPH a 1 mM em um tubo de ensaio, o qual foi então
homogeneizado e colocado em repouso por 15 min em um tubo de ensaio em ambiente
escuro, após ambientação a leitura foi feita em 515 nm. Este tempo de 15 min foi
selecionado após monitorar a estabilização do valor da absorbância da solução amostra
Morosil, em suas diferentes concentrações, esse tempo é denominado TEC50, que é o
tempo necessário para atingir o estado estacionário até a concentração de EC50, que
depende da reatividade dos antioxidantes e das concentrações utilizadas (KELEBEK;
CANBAS; SELLI, 2008). Para o controle foi utilizado 1 mL de metanol e 1 mL do DPPH,
utilizando a mesma metodologia citada anteriormente, cuja absorbância obtida foi
utilizada nos cálculos abaixo. Foi calculada a atividade antioxidante, calculando
inicialmente a equivalência em DPPH, através da equação 1.

y=ax+b (Equação 1)

Onde y é a absorbância inicial do controle dividido por 2, x o resultado em µM


DPPH, para a utilização da equação 3, é necessário converter para g DPPH, através da
equação 2:

g DPPH = (µM DPPH / 1.000.000) * 394,3 (peso molecular do DPPH) (Equação 2)

A partir das absorbâncias obtidas das diferentes diluições dos extratos, foi plotada a
absorbância no eixo y e diluição (mg/L) no eixo x e determinada a equação da reta para
cada amostra de extrato (Equação 3), resultando em retas decrescentes com a diminuição
37

da Absorbância com o aumento da concentração dos extratos, para o cálculo da EC50


(mg/L).

y=-ax+b (Equação 3)

Onde y é a absorbância inicial do controle dividido por 2 e x é a EC50 (mg/L).

Também foi calculado a EC50 expressa em g de fruta por g de DPPH, por meio da
equação 4:

EC50 (g fruta/g DPPH= (EC50 (mg/L)/1000-1)/g DPPH (Equação 4)

Da mesma forma que foi calculada a EC50 em mg/L empregando a equação da reta
da atividade antioxidante (AA%), calculada por meio da equação 5, para cada extrato, em
seguida empregando a equação 3, usando a AA% no eixo y e concentração no eixo x.

AA% = [(Abs controle - Abs amostra)/ Abs controle] x 100 (Equação 5)

4.6 Cultivo celular

4.6.1 Linhagem celular

As células utilizadas foram adquiridas do banco de células do Rio de Janeiro,


fibroblastos murino linhagem NCTC clono 929 [Cell, L929] de origem de tecido
conectivo adiposo.

4.6.2 Atividade anti-inflamatória in vitro

A avaliação da atividade anti-inflamatória in vitro dos extratos secos de C.


sinensis foi realizada utilizando a linhagem celular de macrófagos RAW 264.7 (ATCC).
Os ensaios foram desenvolvidos pela doutoranda Larissa Benvenutti, sob supervisão do
Prof. Dr. José Roberto Santin.

5.6.3 Viabilidade celular MTT

As culturas de RAW 264.7 foram mantidas em estufa a 37 °C com 5% de CO2.


As células foram plaqueadas (50.000 células/poço) em microplacas de 96 poços (TTP) e
mantidas a 37°C com 5% de CO2. Após 2 horas, foram adicionados 10 μL dos extratos
diferentes extratos do suco do Moro das marcas Morosil, Gêmini e Florien (0,1, 1 ou 10
38

μg/mL). Como controle positivo de citotoxicidade foi empregado dimetilsufóxido 10%


(DMSO). O crescimento celular foi revelado pelo ensaio de redução do (3-(4,5-
Dimetiltiazol-2-il)-2,5-Difeniltetrazolio Brometo) (MTT) (Sigma Inc.). Após 21 horas de
incubação a 37 °C com 5% CO2 foram adicionados 10 μL de MTT (5 mg/mL) e a placa
mantida mais 3 horas em estufa a 37 °C e com 5% CO2. Ao término desse período, o
sobrenadante foi retirado, e para a dissolução dos cristais de formazan formados pela
redução do MTT foi adicionado 100 μL de DMSO. A densidade óptica de cada poço foi
determinada por espectrofometria em 570 nm. A intensidade da cor formada é
proporcional à atividade enzimática mitocondrial e indica a viabilidade celular. Assim, o
percentual de crescimento obtido corresponde ao número de células presentes no cultivo
celular e indica o efeito dos tratamentos dos compostos adicionados ao cultivo.

4.6.4 Determinação do NO

O NO foi indiretamente quantificado pela formação de seus metabólitos nitrato


(NO3) e nitrito (NO2-), utilizando a reação de Griess (GREEN et al., 1982). Para a
quantificação indireta da produção de NO, os macrófagos foram mantidos em cultura por
18 horas com incubação simultânea dos extrato de C. sinensis (0,1, 1 ou 10 μg/mL)
estimulados ou não com LPS (5 μg/mL), em estufa de CO2.. Após a incubação, a
concentração de nitrito (NO2-) foi determinada no sobrenadante das culturas de
macrófagos utilizando a reação de Griess (1% de sulfanilamida com 0,1% de α-naftil
etilenodiamida, preparado no momento do uso) em placa de 96 poços.
A reação de NO2. com esse reagente produz uma coloração rósea, que foi
quantificada por meio da leitura das densidades óticas. Após 10 minutos de incubação em
temperatura ambiente, a absorbância de cada amostra foi determinada em
espectrofotômetro com comprimento de onda de 550 nm. Curvas-padrão com
concentrações previamente conhecidas de NO2.- (0 - 150 μM) também tiveram as
densidades óticas determinadas, permitindo a quantificação dos valores de nitrito/nitrato,
em μM, com auxílio da equação da reta.

4.6.5 Análises dos dados e apresentação dos resultados

Os resultados obtidos nos experimentos foram expressos como média ± erro


padrão da média (E.P.M.) e analisados estatisticamente por análise de variância com
comparações múltiplas (ANOVA) e, quando necessário, foram utilizados como pós-teste
39

o Teste de Tukey-Kramer ou Dunnett. Os dados foram analisados no programa


GraphPadPrism, admitindo como significativamente estatístico o p<0,05. Os resultados
obtidos neste estudo foram correlacionados com dados de estudos prévios reportados pela
literatura.
40

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Iniciou-se a a valiação do aspecto das amostras e da colocração das solução das


diferentes amostras, uma vez que o marcador químico das antocianinas tem como
característica básica proporcionar a coloração vermelho-púrpura (cátion flavílio)
predominantemente a um pH inferior a 3,0 (ALBARICI; PESSOA; FORIM, 2006). A
amostra Morosil apresentou uma coloração violácea, a amostra Gemini uma cor vermelha
e a amostra Florien uma tonalidade amarelo-esverdeada (Figura 6), sugestivo da ausência
de antocianinas, ou baixa concentração deste marcador na terceira amostra. Segundo o
laudo do fabricante, este último extrato apresenta um pH inferior a 3, portanto as
antocianinas deveriam apresentar cor vermelho-púrpura, além de uma inspeção nas
informações contidas nos rótulos de cada fornecer dos diferentes extratos secos de C.
sinensis.

Figura 6. Extratos solubilizados de amostras comerciais de extrato seco do suco de C. sinensis

M: amostra morosil, G: amostra Gêmini e F: amostra Florien

Outro ponto importante é em relação ao laudo/certificado dos fornecedores, onde há


dados da porcentagem de flavonas, de antocianinas expressas em C3G, e o pH nas
amostras da Gêmini e Morosil, sendo respectivamente de 2,7%, 0,92% e pH 2,93 na
amostra Gêmini e 2,2%, 0,8% e pH 3, na amostra Morosil. Já no certificado da Florien
não constam estes parâmetros.
41

Através dos certificados das 3 empresas analisadas no presente estudo, pode-se


observar que o Morosil é o unico que cita a parte da planta utilizada, porém, utiliza a
Denominação Comum Brasileira (DCB), que é a denominação do fármaco ou princípio
farmacologicamente ativo aprovada pelo órgão federal responsável pela vigilância
sanitária ANVISA (Lei n. ° 9.787/1999), de C. aurantius e não da C. sinensis, a empresa
Gemini/Purifarma é o único que reporta a variedade Moro, utiliza a DCB correta, porém
não cita a parte da planta, bem como não tem registro perante a ANVISA para sua
comercialização, seja como fitoterápico ou suplemento alimentar. A Florien cita
corretamente o DCB, não citando a parte da planta que é utilizado no extrato, tampouco
a variedade da planta, incllusive, quanto à coloração, descreve-se como um extrato
amarelo-esverdeado, não citando teores de C3G ou antocianinas presentes, trazendo
apenas um teor elevado de bioflavonoides (90%).
Para exemplicar as diferenças contidas nos rótulos foi elaborado uma tabela
informacional (tabela 1)

Tabela 1. Informações continas nos rótulos dos difentes extratos comerciais do extrato seco de citrus
sinensis
Morosil Gêmini Florien
• Parte da planta • Variedade X

• DCB C. aurantius • DCB C. sinensis • DCB C. sinensis

• Coloração • Coloração • Coloração amarelo-


Vermelho-Rubi Vermelho-Rubi esverdeado

• Registro ANVISA • Sem registro • Sem registro
ANVISA ANVISA

• Teor de C3G ou • Teor de C3G ou • Elevado teor de
antocianinas antocianinas bioflavonóides
42

Desta forma, estas três amostras foram submetidas às análises de CCD, CLAE,
atividade antioxidante e atividade anti-inflamatória in vitro, a fim de avaliar a
autenticidade das mesmas e conferir com o que é dito em suas bulas e certificados

5.1 Cromatografia em camada delgada

A CCD é um método prático, rápido e sensível para uma caracterização prévia dos
compostos de interesse, proporcionando análise qualitativa e semi-quantitativa, sendo
adequado para análise de extratos que apresentam múltiplos componentes
(MUKHERJEE, 2002; FAMEI et al., 2006). Esta técnica é fundamental para a
identificação de drogas e derivados vegetais e fitoterápicos, pois permite o
estabelecimento do perfil cromatográfico e a verificação da presença das substâncias
utilizadas em comparação ao marcador (OLIVEIRA, 2010).
A metodologia escolhida sofreu modificações no sistema eluente em comparação
com a metodologia previamente desenvolvida por Lamego el. al (2019, 2020) que
empregaram a fase móvel Butanol:Ac. Acético:água (4:1:1 v/v) e Clorofórmio: Metanol:
Ac. Acético (4,5:5:0,5 v/v) sem dessecação da placa de sílica, sendo observado menor
resolução entre as bandas por estes autores.
Para esta técnica, foram realizados vários testes variando as fases móveis para a
melhor separação dos compostos presentes nas amostras. Foram testados diferentes
valores de pH alcalinizando e acidificando as fases móveis, bem como as placas de sílica
foram previamente dessecadas em estufa a 105 °C, por 30 min, para eliminação da água,
testando diferentes solventes orgânicos e proporções entre eles. A melhor fase móvel
consistiu de clorofórmio:metanol 7:3 (v/v) e 2 gotas de ácido acético para remover a água
do solvente.
Após a eluição as placas foram dessecadas brevemente sob chapa aquecida e
observadas à olho nu (Figura 7A) e sob luz UV (figura 7B) e sob revelação com uma
solução de clorreto férrico a 3% (figura 7C).
43

Figura 7. Perfil cromatográfico por CCD das amostras de extrato seco da C. sinensis à vista desarmada
(A), sob luz UV (254 nm) (B) e revelado com solução de cloreto férrico 3% (C).

A B C

Fase Móvel: clorofórmio:metanol 7:3 (v/v) e 2 gotas de ácido acético; P: padrão C3G, M: amostra Morosil,
G: amostra Gêmini e F: amostra Florien.

Na revelação a olho nu, a C3G (P) no visível (Figura 7A) apresentou arraste da banda,
com cor violácea, porém com uma mancha principal com fator de retenção na
cromatoplaca (Rf) de 0,64. A amostra Morosil (M) também apresentou perfil semelhante,
sugerindo a presença deste marcador. A amostra Gemini apresentou uma mancha com
coloração distinta da amostra referência, com Rf superior à C3G e não apresentou mancha
com Rf similar ao C3G sugerindo a ausência ou baixa concentração desta antocianina na
amostra. A amostra Florien apresentou um perfil cromatográfico muito distinto das duas
primeiras.
A amostra Gemini mostrou bandas com Rf superior ao da C3G e inferiores em
comparação com o Morosil, evidenciando maior diversidade de compostos apolares. A
amostra Florien apresentou manchas fracas com Rf superior ao do marcador.
Além de mostrar uma coloração distinta dos dois primeiros extratos, a amostra
Florien também apresenta um perfil cromatográfico distindo, sugerindo tratar-se de um
composto diferente da amostra referência.
No estudo realizado por Lamego et al. (2019) foi evidenciado um Rf de 0,8 para a
amostra de referência Morosil, devido ao emprego de uma fase móvel mais polar, em
comparação com a utilizada no presente trabalho, bem como menor resolução entre as
bandas dos extratos. Cabe salientar que no trabalho de Lamego et al. (2019) não foi
empregado uma substância referência comercial de C3G, mas sim a substância isolada do
morango, dificultando a interpretação, não sendo claramente evidenciada sua presença na
amostra Morosil.
44

Neste trabalho pode-se observar outras bandas visíveis na CCD, sendo que, no
Morosil e no padrão de C3G, uma banda com RF claramente identificado e muito
fracamente ou ausente na amostra Gêmini e, aparentemente ausente na amostra Florien.
As demais s bandas encontradas nas amostras Gêmini e Morosil, possivelmente
sejam outros compostos presentes na C. sinensis, tais como licopenos, ácido ascórbico,
flavonóides, ácidos graxos, cumarinas e carotenóides (ASCHOFF et al., 2015;
TAKEMOTO et al., 2008), como relatado no certificado de análise dos dois fabricantes
com teor de cerca de 2,0-3,0%. Não foi evidenciada a presença destes compostos na
amostra Florien.
Esta análise, embora simples, se mostrou bastante esclarecedora quanto à
composição química das amostras, em comparação com o marcador e com a amostra
referência, podendo ser adotada como uma análise inicial de triagem para verificar a
autenticidade das amostras de suco de C. sinensis.

5.2. Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)

Lamego et al. (2019) desenvolveram um método por CLAE para analisar as três
amostras de suco de C. sinensis, porém, não empregaram a substância de referência C3G,
mas somente o flavonoide Tangerentina o qual está presente na casca do fruto e aparece
como contaminante no suco, pela sua obtenção por expressão (GATTUSO et al., 2007),
Portanto, esta metodologia foi aprimorada, visando a separação do marcador C3G dos
demais picos e a sua identificação nas três amostras, a fim de contribuir para determinar
a sua autenticidade. Foram testados cerca de 40 gradientes de fases móveis, usando
colunas C8 e a C18, sendo descritos no quadro 2, os que resultaram em melhor separação
dos picos.
45

Quadro 2. Sistemas cromatográficas por CLAE para análise do extrato seco do suco de C. sinensis da
marca Morosil

Método Coluna Temp Fluxo Compr. Fase móvel Temp Ref.


.(°C) (mL/min onda (nm) ACN,MeOH, água o
) acidificada 0,1 (A:B:C) v/v (min)

1 C8 e C18 30 0,5 285 e 263 0-10 min: 5:19:76; 10-50 60 n.d.


min: 50:10:40; 50-55 min:
5:19:76 até 60 min, pH3,5

4 C8 e C18 40 0,8 285 e 263 0-2 min:12,5:12,5:75; 2-5 15 n.d.


min: 1:40:59; 5-10 min :
30:60:10; 10-11 min:
1:30:69,5; 11- 12 min:
0,5:20:79,5; 12-15 min:
12,5:12,5:75, pH 3,5

18 C8 e C18 40 0,8 285 e 263 15 LAMEGO et


0-2 min: 0,5:0,5:99; 2- 3 min: al. (2019)
5:5:90; 3-6 min:
12,5:12,5:75; 6-12 min:
40:40:20; 13-15 min:
45:45:10; 15-20min:
0,5:0,5:99, pH 2,5

27 C8 e C18 40 0,8 285 e 263 30 FANG et al. (


0-5 min: 20:80; 5-12 min: 2018)
70:30; 12-18 min: 67:33; 18-
25 min: 60:40; 25-28 min:
40:60;28- 30 min:80:20

pH 3,5* (A:C)
* Nestes métodos foi testado pH 2,5 e 7,8.

Foram testadas várias metodologias, incluindo métodos isocráticos a fim de melhorar


a resolução dos picos. Dentre as melhores metodologias, foi-se modificando também o
pH, utilizando água acidificada com ácido fórmico a 0,1%, posteriormente foi testado
com pH mais ácido, de 2,5 empregando 5% de ácido fórmico e mais alcalino de 7,8, com
hidróxido de amônio e retirando o metanol da fase móvel, no último gradiente testado, tal
modificação teve como base estudos de Chalker-Scott (1999) e Pascual-Teresa; Sanchez-
Ballesta (2008), sugerem que, quando expostas a um baixo pH, os níveis de antocianinas
podem ter um aumento significativo devido a sua estabilidade e equilíbrio da sua espécie
principal quando acidificado.
46

Lee; Rennaker; Wrolstad (2008) reportam dois métodos para quantificar as


antocianinas, identificando-as como um indicador de qualidade de produtos naturais de
acordo com a crescente utilização deles por seus benefícios à saúde. Estes autores
concluem que o método para sua quantificação deve incluir a variação de pH, visto que
as antocianinas reagem diferentemente a tal variação em uma amostra. Lopes et al. (2007)
relatam que a estabilidade das antocianinas em meio ácido é maior, sendo que, mudanças
de pH podem levar a amostra a degradação, fazendo-a modificar a sua cor e formação
produtos insolúveis.
Por fim, como metodologia de escolha no aperfeiçoamento do método, foi
utilizado o método 18 adaptado com as seguintes modificações: coluna C18, fase móvel
aquosa acidificada com ácido fórmico a 1% ficando com pH de 2,5, os cromatogramas
estão representados na figura 8 e 9, nos diferentes comprimentos de onda de 520 e 263,
respectivamente.
Em 520 nm evidenciou-se o pico da C3G no tempo de retenção de 11 min no
cromatograma da substância de referência (Figura 8A) e na amostra Morosil (Figura 8B),
e um pequeno pico na amostra Gemini (Figura 8C), porém não foi evidenciada a presença
da C3G na amostra Florien (Figura 8D).
Em 263 nm evidencia-se os compostos fenólicos das amostras (Figura 9), com
destaque para o elevado teor destes compostos na amostra Florien, com compostos mais
apolares, com maior tempo de retenção (Figura 9D) em concordância com a CCD (Figura
7, B, C).
47

Figura 8. Perfil cromatográfico por ClAE da C3G a 30 µg/mL (A) e das amostras de extrato seco de suco de C. sinensis a 2 mg/mL: Morosil (B), Gêmini(C) e Florien (D), em
520nm e o perfil de absorção do pico com TR do padrão.

mAU mAU

195
250

520nm,4nm (1.00) 225


50 200

175

150

40 125

100

75

50
30

517
280
25

626

666
0

200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 nm

20

10

1
0

A 0.0 2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 min

B 700
mAU

206
600

500

mAU 400

520nm,4nm (1.00) 300

200

280

517
100

75

768
776
0

200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 nm

50

25

0.0 2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 min


48

mAU
600

196
550

500

450

400

mAU 350

520nm4nm (1.00) 300

15.0 250

200

150

228

283
100
12.5 50

327
0

-50
10.0 200.0 225.0 250.0 275.0 300.0 325.0 350.0 375.0 nm

7.5

5.0

2.5

0.0
2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 min

D 400
mAU

195
350

300

mAU 250

520nm,4nm (1.00) 200

15.0 150

100
12.5
50

326

666
524

641
0
10.0
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 nm

7.5

5.0

2.5

0.0

-2.5

0.0 2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 min


49

Figura 9. Perfil cromatográfico por CLAE do gradiente 18 modificado do padrão de C3G e das amostras de extrato seco de suco de C. sinensis nos diferentes representantes
analisados em 263 nm

A B

mAU mAU
30 263nm,4nm (1.00) 300 263nm,4nm (1.00)

25 250

20 200

15 150

10
100

5
50

0
0
-5
0.0 2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 min
0.0 2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 min

C D
mAU
263nm4nm (1.00)
mAU
100 263nm4nm (1.00)
1750

1500
75
1250

50 1000

750
25
500

250
0

12
2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 min 0
2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 min

C3G a 30 µg/mL (A), Extrato seco de suco de C. sinensis a 2 mg/mL: Morosil (B), Gêmini(C) e Florien (D)
50

A fase reversa em cromatografia tem sido amplamente empregada para a separação de


flavonóides em colunas C8 ou C18, com fases móveis polares, como metanol, acetonitrila e
tetrahidrofurano ou soluções ácidas, sendo a eluição em gradiente frequentemente usada para
obter o perfil de flavonóides (GATTUSO et al., 2007). Em fase reversa, os compostos mais
polares são geralmente eluídos primeiro, desse modo os diglicosídeos precedem os
monoglicosídeos, que por sua vez precedem as agliconas (GATTUSO et al., 2007).
Os comprimentos de onda analisados (263 e 520 nm) para analisar os perfis de absorção
dos picos de interesse, foram baseados na literatura. As antocianinas como a C3G absorvem na
região do visível, compreendida entre 496 e 550 nm, como foi evidenciado na Figura 8 (A, B),
já os flavonóides e as flanovas absorvem bem entre 350 e 380 nm (BROUILLARD, 1982),
eenquanto os compostos fenólicos apresentam uma ou duas bandas de absorção no UV sendo
a banda 1 em (305-390 nm) e a banda II (230-300 nm) (LIN; LU; HARNLY, 2007; MERKEN;
BEECHER, 2000; KARTSOVA. ALEKSEEVA, 2008; SPACIL; NOVAKOVÁ; SOLICH;
2008).
Com o intuito de avaliar a concentração do marcador nas amostras analisadas foram
preparadas solucções do marcador C3G, nas concentracoes de 1-100 µg/mL, para obtençao da
curva analítica e a equaçào da reta foi obtida por regressão linear usando o Excel. A curva
analítica da C3G demonstrou linearidade aceitável, com coeficiente de determinação > 0,999
(BRASIL, 2017), no intervalo de concentração analisado (figura. 10)

Figura 10. Curva analítica de C3G no método 18 adaptado, pH 2,5, coluna C18

3500000

3000000 y = 27760x + 1526


R² = 0,9992
2500000

2000000
área

1500000

1000000

500000

0
0 20 40 60 80 100 120
Concentração (µg/mL)

A adequabilidade do sistema cromatográfico foi avaliada por meio da precisão da injeção


de um dos níveis da solução padrão, em quintuplicata. O pico do C3G mostrou boa simetreia e
51

o DPR das áreas da concentração 10 µg/mL foi de 0,59%, inferior a 2%, conforme preconizado
na Farmacopeia Brasileia (BRASIL, 2019).
Empregando esta curva analítica, foi calculada a concentração de C3G nas amostras
Morosil, Gêmini, encontrando respectivamente 16 e 0,35 mg/g, respectivamente. Não foi
detectado o marcador na amostra Florien, em concordância com os resultados obtidos na CCD
(Figura. 7).
O teor apresentado nos laudos das amostras Morosil e Gemini são de 0,8 e 0,92% de C3G,
respectivamente. Nestre trabalho encontrou-se o teor de 1,6% e 0,06%, para as amostras
Morosil e Gêmini usando a equação da reta (Figura 10) para o cálculo da concentração em
µg/mL e calculando-se o teor em % (m/m). A amostra referência apresentou um valor superior
ao do certificado, já a amostra Gemini apresentou um teor bastante inferior ao reportado, tal
diferença pode ter sido acarretado pela origem dos frutos de C. sinensis, visto que a amostra
referência é oriunda da Itália enquanto a amostra Gêmini foi originada do Brasil cujas condições
climáticas não propiciam a produção de antocianinas nos frutos (LATADO et al., 2008).
Também foi analisada a precisão do método analítico, analisando a amostra referência
Morosil, por meio de pesagens independentes, em sextuplicata, e injeções em triplicata de cada
uma dessas amostras. De acordo com a AOAC (2016), para a precisão estar adequada, o DPR
da análise pode ser de até 2,7%, sendo que neste estudo foi encontrado um DPR de 0,97%.

5.3. Atividade antioxidante

Visando analisar a influência da composição química na atividade dos três extratos


comerciais foi realizado o ensaio de DPPH.
Inicialmente foi construída uma curva analítca de DPPH para verificar a faixa de
linearidade do método nas condições laboratoriais (Figura 11), sendo em seguida analisado o
tempo de reação necessário para a análise, empregando a amostra Morosil. A leitura de
absorbâmcia foi realizada após 15 min, sendo este o tempo de estabilização obtido previamente
com observação e monitoramento minuto a minuto, conforme a literatura.
52

Figura 11. Curva analítica de DPPH

A tabela 2 representa os dados da atividade antioxidante obtidos a partir dos diferentes


extratos comerciais do extrato seco do suco da C. sinensis.
Inicialmente foram testadas concentrações similares nos 3 extratos (Morosil, Gêmini e
Florien), porém, em função da diferente linearidade apresentada entre os mesmo em uma
mesma concentração, resultando em um r² inferior a 0,7 principalmente na amostra da Florien,
através dos cálculos (demonstrados nas equações 1 - 5), foram testados intervalos maiores de
concentração. Através dos resultados preliminares, foi observado que o Morosil em menores
concentrações apresentava uma boa repetibilidade e uma boa linearidade, bem como a amostra
Gêmini. Já para a amostra da Florien, foi necessária uma concentração 10 vezes superior para
alcançar a linearidade de resposta.
53

Tabela 2. Atividade antioxidante pelo método de DPPH de amostras comerciais de suco de C. sinensis

Amostra Faixa Equação da reta e EC50 EC50 expresso


concentração
(µg/mL) r² (mg/L) g suco/ g DPPH

Morosil® 5-50 y = -0,0014x + 159,3 0,019


0,4613

r² = 0,9519

Gemini 5-50 y = -0,0013x + 156,7 0,018


0,4419

r² = 0,9586

Florien 50-250 y = -0,0005x + 432,8 0,05


0,4547

r² = 0,9806

Utilizando a atividade antioxidante através do método de capturo dos radicais DPPH, dos
extratos, como apresentados na tabela acima (tabela 2) os resultados foram expressos em EC50
(concentração de extrato em μg/mL capaz de reagir com 50% do radical presente na solução de
DPPH). Sendo assim, o EC50 é inversamente proporcional à capacidade antioxidante de um
composto, pois ele expressa a quantidade de antioxidante necessária para diminuir a
concentração do radical em 50%, sendo assim, quanto menor o EC50, maior a atividade
antioxidante do composto analisado (VILLANO et al., 2007). Considera-se uma alta atividade
antioxidante, um valor de EC50 ≤ 50 μg/mL (ou mg/L), moderada se 50 μg/mL < EC50 ≤ 100
μg/mL e sem capacidade antioxidante relevante se a amostra apresentar EC50 > 200 μg/mL
(BRITO et al., 2014). Portanto, as amostras Morosil e Gemini apresentam uma capacidade
antioxidante moderada e a amostra Florien, irrelevante.
Kelebek, Canbas e Selli (2008) empregando o método DPPH para o suco da laranja Moro
reportaram um resultado de EC50 de 0,18 mg/mL que corresponde a 180 mg/L, um valor
54

levemente superior, ao encontrado no presente trabalho para as amostras Morosil e Gemini


(Tabela 2). Já a amostra Florien apresentou EC50 bastante superior às duas primeiras,
indicando menor atividade antioxidante. Esta última amostra se apresenta diferente inclusive
na cor, com relação aos outros dois extratos, bem como apresenta o perfil cromatográfico mais
distinto (Figura 7 e 8), demonstrando que a composição química afeta a atividade antioxidante.
Os carotenoides presentes são importantes nutrientes com atividades antioxidante,
antiinflamatória, antimutagênica, anticarcinogênica e autofágica-modulatória (CHO et al.,
2018). Os polifenóis, flavononas, antocianinas, ácidos hidroxicinâmicos e ácido ascórbico,
dependem da sua forma estrutural, bem como a presença de substituintes doadores ou sacadores
de elétrons na estrutura do anel (GROSSO et al., 2013).
Alguns autores sugerem que o teor de antocianinas é o principal fator que influencia a
atividade antioxidante da laranja pigmentada, no entanto o teor de outros polifenois também
pode contribuir para esta atividade, bem como as vitaminas (RAPISARDA et al., 1999),
conforme se evidenciou neste trabalho, ao se comparar os extratos Morosil e Gemini, o primeiro
com teor mais elevado de C3G, os quais apresentaram atividade antioxidante similar (Tabela
2). Analisando as variedades Moro, Sanguinello e Tarocco, e duas variedades de laranja
dourada (Valência tardia e Washington umbigo), foi atribuída a capacidade antioxidante, pelo
menos em parte, ao teor de fenóis totais, enquanto ácido ascórbico pareceu desempenhar um
papel menor (RAPISARDA et al., 1999).

5.4. Atividade anti-inflamatória in vitro

A fim de certificar o impacto das distintas composições química dos três extratos
comerciais do suco da C. sinensis sobre a liberação de óxido nítrico, primeiramente foi avaliada
a viabilidade celular sobre macrófagos empregando a metodologia do MTT. Os dados obtidos
(Figura 12) demonstram que os extratos não apresentam citotoxicidade em todas as
concentrações testadas (0,1 - 10 µg/mL), apresentando viabilidade média superior a 90%. Já o
grupo controle tratado com DMSO, observou-se uma viabilidade reduzida, conforme
demonstrado na Figura 12.
55

Figura 12. Efeito dos extratos de C. sinensis na viabilidade celular de macrófagos pela metodologia do MTT

A B
150 150
V ia b ilid a d e C e lu la r (% )

V ia b ilid a d e C e lu la r (% )
100 100

50 #### 50 ####

0 0
B asal D M S O 0 ,1 1 10 B asal D M S O 0 ,1 1 10

m o r o s il (  g / m L ) G e m in i (  g / m L )

C
150
V ia b ilid a d e C e lu la r (% )

100

50 ####

0
B asal D M S O 0 ,1 1 10

F lo r ie n (  g / m L )

Macrófagos RAW 264.7 (ATCC) foram incubados na presença ou na ausência dos extratos por um período de 21
horas. Após esse período as células foram incubadas por 3 horas com MTT. OS tratamentos com os extratos da
Morosil (A), Gemini (B) e Florien (C) não apresentaram toxicidade nas concentrações testadas. Os valores
expressam a média ± e.p.m. de ensaios realizados com 50.000 células/poço. # Diferença entre basal vs DMSO
(One-way ANOVA seguido pelo teste post hoc de Tukey).

Macrófagos que foram expostos aos extratos secos comerciais do suco de C. sinensis,
mostraram diferentes comportamentos na secreção de NO de uma maneira dependente da dose
(0,1 - 10 µg/mL, p <0,001 vs. LPS), conforme observado na figura 12. A amostra referência
Morosil foi a única que reduziu significativamente a secreção de NO, sendo eficaz em todas as
concentrações (figura 13A). A amostra da Florien teve uma leve redução apresentando
significância somente na concentração de 10 µg/mL (figura 13B) enquanto a da Gemini não
apresentou atividade em nenhuma das concentrações testadas (figura 12C). A redução de NO
do extrato referência é indicativo do seu efeito inibitório tanto na expressão da enzima iNOS
quanto em sua atividade, em concordância com os estudos de Pepe et al. (2017), que avaliaram
o extrato de C. sinensis de laranjas oriundas da Itália, mesmo País de origem das amostras de
Morosil.
56

Tal atividade pode ser relacionada com a classe dos flavonoides (KIM et al., 2004), os
quais estão presentes no suco de C. sinensis, como a hesperidina, narirutina e a didimina, que
são flavanonas-O-glicosídeos (GATTUSO et al, 2007).
A C3G também é um composto relacionado com a atividade anti-inflamatória (MOLONIA
et al., 2020), portanto, o maior teor deste marcador na amostra referência, a qual apresentou
maior atividade no presente estudo, sugere que o efeito esteja relacionado com a maior presença
desta antocianina.
A ausência de atividade anti-inflamatória in vitro observada nos extratos das marcas
Gemini e Florien parece ser uma consequência da diferente composição química destes
extratos, em comparação com o Morosil, como demonstrado no perfil cromatográfico por
CLAE e CCD (Figuras 7-9),

Figura 13. Efeito dos diferentes extratos comerciais de suco de C. sinensis em macrófagos estimulados por LPS

Efeito do extrato Cs (0,1–100 μg/mL) na liberação de NO, avaliada como NO 2 − (µM), por macrófagos
estimulados com LPS sendo A: amostra Morosil, B amostra Florien C: amostra Gêmini

O efeito do suco de laranja vermelha foi estudado em 19 indivíduos com risco


cardiovascular aumentado incluídos em um estudo randomizado, cruzado, controlado por
placebo, simples-cego e comparado com 12 pacientes saudáveis, não obesos, no grupo controle.
Os autores relatam que o consumo de suco de laranja vermelha melhorou as funções endoteliais,
o fluxo mediado por vasodilatação e houve redução da inflamação (BUSCEMI et al., 2012),
portanto, a avaliação da atividade anti-inflamatória se mostra uma ferramenta relevante para o
biomonitoramento de extratos de suco de C. sinensis. A atividade antiadipogênicas e
antiobesidade é obtida principalmente pelos polifenóis, especialmente os flavonóides, que estão
presentes nesses extratos, atuando diretamente no metabolismo lipídico, promoven um papel
57

no tratamento da adiposidade, obesidade e doenças metabólicas associadas (KAWSER et al.,


2016; MOSETI; REGASSA; KIM, 2016).
Biologicamente, o processo inflamatório é caracterizado por uma resposta
imunomediada, sendo esta desencadeada por condições e estímulos nocivos como infecções
causadas por patógenos ou devido a dano ou stress tissular (ABBAS; LICHTMAN; PILAI,
2015; KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013). A diminuição da expressão gênica da iNOS e a
redução da produção do NO resultam em uma ação anti-inflamatória e neuroprotetora,
modulando vias de sinalização específicas envolvidas em processos degenerativos (FUSCO et
al., 2017).
Kang et al. (2011) ao analisarem a resposta inflamatória em uma variedade de citrus
da coreia, em células Raw 264,7 estimuladas por LPS, verificaram que os flavonoides isolados
inibiram a fosforilação e degradação de IkB-α, após a estimulação da inflamação por LPS,
bloqueando a translocação do NF-kB para o núcleo.
Como resposta inflamatória, os macrófagos secretam grandes quantidades de
mediadores pró-inflamatórios, como óxido nítrico (NO) e prostaglandina E2 (PGE2), por meio
das isoformas induzíveis da NO sintase (iNOS) e ciclooxigenase-2 (COX-2), respectivamente,
bem como citocinas pró-inflamatórias, como TNF-α, IL-6 e IL-1β (ZAMORA; VODOVOTZ;
BILLIAR, 2000). Assim, a superexpressão desses mediadores não é benéfica para patogênese
do processo de doenças, sendo a inibição desses uma abordagem promissora no processo da
inibição da inflamação e até a prevenção das demais doenças relacionadas, incluindo a síndrome
metabólica (KANG et al., 2011).
Hirai et al. (2007) avaliaram em modelos in vitro a atividade anti-inflamatória de
compostos isolados C. sinensis como a naringenina, utilizando células de macrófagos RAW
264,7, que sofreram indução de inflamação por LPS, como resultado, os compostos reduziram
significativamente a concentração dos mediadores inflamatórios do estudo.
Ha et al. (2012) investigaram a influência da narirutina obtidas a partir das cascas de
Citrus na inflamação induzida por LPS de células RAW 264,7. Como resultado verificaram que
houve inibição da degradação da IκB-α e menor translocação nuclear de NF-kB.
Consequentemente, ocorreu a inibição da transcrição de citocinas inflamatórias e a redução da
inflamação
Hirai et al. (2007) avaliaram os efeitos anti-inflamatórios dos fenólicos naringenina
chalcona, naringenina e rutina em um ensaio in vitro com células de macrófagos RAW 264,7,
que sofreram indução de inflamação por LPS através da inibição da degradação do IkB-α por
58

Western blotting, que conduz a ativação do NF-kB, verificando assim que o tratamento com a
naringenina suprimiu a degradação de IkB-α,
Sakata et al. (2003) avaliaram a inibição da produção do NO e da expressão da iNOS
pelo flavonóide hesperidina em células de macrófagos RAW 264,7, estimuladas por LPS, com
redução na produção de NO em células tratadas com a hesperidina.
Conforme já observado para a atividade antioxidante a amostra da Florien, com maior
diferença no perfil cromatográfico, apresentou menor efeito, sendo necessário uma quantidade
muito superior para exercer a atividade.
59

6 CONCLUSÃO

Os resultados obtidos demonstraram que a amostra referência Morosil, comercializada


no Brasil corresponde ao seu certificado, diferente da amostra Gemini, que apresenta baixo teor
de C3G e ausência da atividade anti-inflamatória. Quanto à amostra Florien, não há declaração
do fabricante de tratar-se da variedade Moro, mesmo que esteja sendo comercializada como tal.
não parece se tratar desta variedade. Já, o marcador de C3G, este se encontra apenas nas
amostras de Morosil e em pequena concentração na amostra Gêmini estando ausente na amostra
Florien.
Com relação a atividade antioxidante, as amostras Morosil e Gêmini apresentam
semelhanças, enquanto a amostra Florien necessita de uma dose 10 vezes superior para ter o
mesmo efeito das primeiras.
Na atividade anti-inflamatória in vitro, os resultados corroboram com a literatura para
o suco da laranja Moro cultivada na Itália, o qual apresenta proteção antioxidante e anti-
inflamatória, sendo que esta última atividade não foi significativa nas demais amostras
analisadas, ressaltando a importância do biomonitoramento dos produtos a base de C. sinensis
comercializados no Brasil.
60

REFERÊNCIAS

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