Você está na página 1de 114

© 2021 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano IF Goiano

ISBN: 978-65-87469-20-1

Reitor Equipe do Núcleo da Editora IF Goiano


Elias de Pádua Monteiro Sarah Suzane Bertolli - Coordenadora do Núcleo da
Editora
Conselho Editorial Lídia Maria dos Santos Morais - Assessora Editorial
Alan Carlos da Costa Johnathan Pereira Alves Diniz - Assessor Técnico
Pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Tatianne Silva Santos - Assessora Gráfica

Iraci Balbina Gonçalves Silva Revisão textual


Pró-Reitora Substituta de Pesquisa, Pós-graduação e
Inovação Viviane Mendonça, Eliane Regina e Nicole Leal

Conselheiros representantes de área (2020/21) Projeto Gráfico e Diagramação:


Ana Paula Silva Siqueira Gráfica Santa Cruz
Diego Pinheiro Alencar
Édio Damásio da Silva Júnior
Elis Dener Lima Alves Bibliotecário responsável:
Guilherme Malafaia Pinto Johnathan Pereira Alves Diniz
Ítalo José Bastos Guimarães
Ivandilson Pessoa Pinto de Menezes
Júlio César Ferreira
Kleyfton Soares da Silva
Luiza Ferreira Rezende de Medeiros
Maria Luiza Batista Bretas
Mariana Buranelo Egea
Maryele Lázara Rezende
Matias Noll
Natália Carvalhães de Oliveira
Paulo Alberto da Silva Sales
Rosenilde Nogueira Paniago

O conteúdo desta obra é público e poderá ser reproduzido integralmente ou em partes, desde que citada
a fonte.
O conteúdo e os temas abordados nesta publicação são de inteira responsabilidade de seus autores.
Eximindo-se assim a responsabilidade legal do Instituto Federal Goiano, sobre possíveis futuras
contestações ou quaisquer outras alegações.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBI) – Instituto Federal Goiano

E29
Egea, Mariana Buranelo.
A biodiversidade como fonte de compostos bioativos: moléculas e aplicações / Mariana
Buranelo Egea; Suzana Maria Loures de Oliveira Marcionilio – 1. ed. Rio Verde, GO: IF
Goiano, 2022.
112p., il.: color.

ISBN (e-book): 978-65-87469-20-1

1.Ciências Agrárias. 2. Ciência e Tecnologia de Alimentos. I. Marcionilio, Suzana Maria


Loures de.II. Instituto Federal Goiano. III. Título.
CDU: 631

Ficha elaborada por Johnathan Pereira Alves Diniz – Bibliotecário/CRB 1 nº 2376


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL ..................................................................................................................................05

CAPÍTULO 1
C C B F N B .................................................07

CAPÍTULO 2
C F :B F C B ..........................................29

CAPÍTULO 3
M F P N A I .......................................47

CAPÍTULO 4
P Ó E F N C M B
(S S ) ..........................................................................................................................69

CAPÍTULO 5
U Ó E N C I P A ..................89

SOBRE AS ORGANIZADORAS ................................................................................................................ 111


INTRODUÇÃO GERAL
Compostos naturais têm sido amplamente divulgados com a finalidade de promover efeitos
benéficos e diminuir o impacto causado pelo ser humano ao seu ambiente. Nesta tentativa, inúmeros
compostos têm sido elucidados, extraídos e isolados, e suas ações biológicas específicas estão sendo
objeto de estudo e gerando um grande número de publicações pelos pesquisadores em todo o mundo.
Assim, o objetivo desta obra é fornecer conhecimento teórico sobre compostos bioativos naturalmen-
te produzidos por microrganismos ou extraídos de fontes vegetais, que possuam ações benéficas à
saúde humana ou que apresentem funções específicas ao meio ambiente.

A presente obra “A biodiversidade como fonte de compostos bioativos: moléculas e apli-


cações” traz cinco capítulos de revisão bibliográfica que compreendem as áreas de Tecnologia de
Alimentos, Química Tecnológica, Química de Produtos Naturais, Ciências Agrárias e Biotecnologia.

Os dois primeiros capítulos focam na definição, obtenção, estabilidade e benefícios associados a


compostos bioativos (carotenoides e compostos fenólicos) obtidos a partir de fontes vegetais. Nestes capí-
tulos focou-se na biodiversidade brasileira como fonte vegetal de carotenoides e compostos fenólicos. O
primeiro capítulo descreve a definição, aplicação e estabilidade de carotenoides, assim como a sua dispo-
nibilidade em frutos nativos da Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. No segundo capítulo são abordados os
compostos fenólicos, flavonoides e antocianinas, sua identidade química e frutos nativos da Mata Atlântica
que são considerados fontes destes compostos, assim como seu efeito benéfico na saúde humana.

A produção de pigmentos naturais por bioprocessos foi contemplada no terceiro capítulo, já que
esta é uma estratégia em crescimento, pois permite a obtenção de compostos como clorofila, ficobilipro-
teínas e carotenoides em alta demanda e logística melhorada. Neste capítulo tratou-se especificamente
de clorofila proveniente de Spirulina platensis e de carotenoides provenientes de Dunaliella salina.

Na abordagem de óleos essenciais, os dois últimos capítulos da obra, enfatizou-se a etapa de


extração, isolamento e testes in vitro da potencialidade dos mesmos frente a patógenos com ou sem
aplicação de tecnologia de encapsulamento.

Todo esse conhecimento e experiência é demonstrado nos cinco capítulos dessa obra, a partir de revi-
são bibliográfica e discussões da expertise do grupo de pesquisadores que compõem a autoria dos capítulos.

Neste sentido, esperamos que este livro possa intensificar as pesquisas voltadas a essas temáticas,
trazendo mais estudantes, pesquisadores e entusiastas, e possam ser um estímulo para a busca de novas tec-
nologias para as áreas interdisciplinares assim como Química, Ciências Agrárias e Tecnologia de Alimentos.

Boa leitura!

Dra. Mariana Buranelo Egea


Dra. Suzana Maria Loures de Oliveira Marcionilio
7
8
CAPÍTULO 1

CAROTENOIDES COMO COMPOSTOS


BIOATIVOS EM FRUTOS NATIVOS DO
BRASIL

Adrielle Borges de Almeida1


Thayanara Mayara de Lima1
Josemar Gonçalves de Oliveira Filho2
Micael José de Almeida1
Núbia Francisca de Oliveira Prado1
Rosana Maria Pereira Silva1
Mariana Buranelo Egea1

Resumo
Os carotenoides são isoprenoides considerados pigmentos naturais com cores variáveis entre
vermelho-escuro e amarelo, e estão amplamente distribuídos na natureza com propriedades biológicas
benéficas à saúde humana. No Brasil, a ingestão média de carotenoides per capita se mostra abaixo
dos valores recomendados, e por isso pesquisas que destacam a presença de carotenoides em frutos
nativos do Brasil têm sido realizadas. Este capítulo faz um comparativo entre a disponibilidade de
carotenoides em frutos nativos de três diferentes biomas brasileiros, sendo eles Mata Atlântica (araçá,
butiá e uvaia), Caatinga (licuri, seriguela, umbu) e Cerrado (bocaiuva, buriti e pequi).

Palavras-chave: Pigmentos; Cerrado; Caatinga; Mata Atlântica; Compostos bioativos.

1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Rio Verde, 75.901-970, Goiás, Brasil. E-mails:
drica.engal@gmail.com, thayanaramayara_lima@hotmail.com, mycaeljalmeida@gmail.com, nubiaoliveiraprado@gmail.com,
rosanamariapsilva@gmail.com, mariana.egea@ifgoiano.edu.br.
2 Departamento de Alimentos e Nutrição/Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, 14.800-901, São Paulo, Brasil. E-mail: josemar.gooliver@gmail.com.

9
1 . Introdução
O interesse por uma dieta saudável tem feito com que a população procure conhecer cada vez
mais as propriedades benéficas existentes nos alimentos, e para tanto, a indústria de processamento
de alimentos tem buscado técnicas atuais para manter ou aumentar a disponibilidade dos compostos
nutricionais presentes no alimento. Dentre os componentes dos alimentos que vêm ganhando espaço
na dieta por contribuírem de forma específica para melhorar o funcionamento do organismo humano,
estão os carotenoides (EGGERSDORFER; WYSS, 2018; RODRIGUEZ-AMAYA, 2019).

Os carotenoides são pigmentos lipofílicos e originam-se da via do acetato-mevalonato a


partir de uma unidade de isopreno (TAIZ et al., 2017). Quimicamente, a molécula tetraterpênica
(após a isomerização com 40 moléculas de carbono) possui uma série de ligações duplas conjugadas,
constituindo o cromóforo responsável pela absorção de luz na região visível (RODRIGUEZ-
AMAYA, 2019). Podem ter cadeias acíclicas ou ciclizadas (formando a β-ionona) em uma ou ambas
as extremidades (RODRIGUEZ-AMAYA; KIMURA, 2004). Os isômeros cis são mais instáveis e
a maior parte dos carotenoides encontrados na natureza estão na forma trans, a qual apresenta
maior índice de atividade biológica devido a posição das suas duplas ligações (MELÉNDEZ-
MARTÍNEZ; VICARIO ROMERO; HEREDIA MIRA, 2004). Estas moléculas são encontrados
em todas as células vegetais que realizam fotossíntese, já que possuem função assessora à clorofila
(TAIZ et al., 2017).

Os carotenoides estão presentes em alimentos como cenoura, mamão, pequi etc., promovendo
ou alterando sua coloração característica (vermelho, amarelo e laranja), e quando consumidos
podem atuar como antioxidantes exógenos naturais no organismo humano, eliminando os radicais
livres e prevenindo o desenvolvimento irregular dos tecidos que provocam doenças crônicas ou
carcinogênicas (SOUZA et al., 2012; XAVIER; PÉREZ-GÁLVEZ, 2016). Além disso, os carotenoides
têm demonstrado estimular o sistema imunológico; atuam na saúde da visão protegendo a retina
contra degeneração macular e retinal; na diminuição do risco de câncer de próstata, reduzem os níveis
de colesterol sanguíneo, entre outros (BEYDOUN et al., 2018; DESMARCHELIER; BOREL, 2017;
EDGE; TRUSCOTT, 2018; EGGERSDORFER; WYSS, 2018; MAIANI et al., 2009).

A composição de carotenoides varia conforme o alimento, por exemplo, alimentos folhosos


de coloração verde, contém luteína, β-caroteno, violaxantina e neoxantina (RODRIGUEZ-AMAYA;
KIMURA; AMAYA-FARFAN, 2008). Além disso, a quantidade e a qualidade (identificação do
carotenoide) também dependem da polaridade dos solventes utilizados nos métodos de extração, a
presença de barreiras físicas e químicas nas matrizes alimentares, assim como o método de extração
propriamente dito (SAINI; KEUM, 2018).

Os carotenoides mais complexos e diversificados estão em frutos, porém em menor


concentração, como a pera e a uva com baixa pigmentação. O contrário ocorre com o tomate, a
melancia, a goiaba vermelha e o mamão vermelho que apresentam na composição o licopeno em
maior quantidade. Na acerola, buriti, tucumã, caju amarelo e vermelho predominam o β-caroteno. Já
no damasco, pêssego e caqui, o principal carotenoide encontrado é a β-criptoxantina (MAIANI et al.,
2009; RODRIGUEZ-AMAYA; KIMURA; AMAYA-FARFAN, 2008).

10
O β-caroteno e seus derivados possuem um extenso sistema de ligações duplas conjugadas,
responsáveis pelas propriedades antioxidantes atribuídas a ele. Os antioxidantes complexam os
radicais livres e inibem a cadeia de iniciação ou interrompem a cadeia de propagação das reações
oxidativas pelos radicais (PODSĘDEK, 2007). No organismo humano, uma molécula de β-caroteno
pode produzir duas moléculas de retinol. Com relação aos demais carotenoides pró-vitamina A
(α-caroteno e β- criptoxantina), apenas uma molécula de retinol é formada. Essa diferença acontece
por causa do número de anéis β-ionona insubstituíveis presentes na molécula: dois no β-caroteno e
apenas um nos demais carotenoides pró-vitamina A (PEREIRA; CARDOSO, 2012).

A deficiência de vitamina A em países em desenvolvimento é grande por parte dos órgãos


governamentais e tem causado preocupações no sentido de biofortificação de alimentos. Para a
biofortificação (aumento de β-caroteno no alimento) são utilizadas estratégias como direcionamento
de síntese de produto, aumento da expressão gênica precocemente na via biossintética, aumento de
retenção de composto nos tecidos vegetais como regulação negativa de enzimas degradadoras, e
aumento da estabilidade de carotenoides, entre outras (WATKINS; POGSON, 2020). Outros métodos
que têm sido discutidos, que pode melhorar a biodisponibilidade de carotenoides para o organismo
humano por aumentar sua estabilidade durante a vida de prateleira é a micro e nanoencapsulação
que prometem diminuir a sensibilidade da molécula à oxidação, diminuir a solubilidade e com isso
facilitar a sua aplicação na indústria de alimentos (GUTIÉRREZ et al., 2013; ROSTAMABADI;
FALSAFI; JAFARI, 2019).

Nos vegetais verdes, os carotenoides são encontrados no cloroplasto, onde são esterificados.
Já nos maduros, encontram-se principalmente no cromoplasto, sendo que os hidroxicarotenoides,
na maioria dos casos, são esterificados pelos ácidos graxos. Outros alimentos também contêm
carotenoides, como raízes e grãos. O caroteno esta presentes na cenoura e batata doce, enquanto a
xantofila está presente nos grãos de milho (MAIANI et al., 2009; RODRIGUEZ-AMAYA; KIMURA;
AMAYA-FARFAN, 2008). Em cada caso, os plastídios podem apresentar diferenças na sua capacidade
de sintetizar e sequestrar carotenoides ditando sua estabilidade e diversidade deste pigmento (SUN
et al., 2018).

No Brasil, a ingestão média per capita de carotenoides se mostra abaixo dos valores
considerados recomendados (3000 a 6000 mg/dia para o β-caroteno), mesmo para os indivíduos
com rendimentos mais elevados (AMANCIO; SILVA, 2012). Enquanto isso, a recomendação é
uma ingestão de 700/900 µg RE/dia de vitamina A. Estima-se que em países desenvolvidos, 70 a
90% dos carotenoides ingeridos são provenientes do consumo de frutas e hortaliças (VAN DEN
BERG et al., 2000). A composição de carotenoides em vegetais é afetada por diversos fatores, como
variedade, desigualdade na distribuição em dado alimento, a parte do vegetal que é consumida, grau
de maturação, clima, tipo de solo, condições de cultivo e área geográfica de produção, condições de
colheita, processamento e armazenamento (LIMA et al., 2007).

Devido à vida intensamente ativa das pessoas de modo geral, tornou-se ao longo do tempo,
essencial a utilização de alimentos industrializados, já que estes estão dispostos no mínimo,
parcialmente processados, o que facilita e agiliza o preparo das refeições. Dependendo do tipo de
tratamento térmico, ele pode ou não modificar as propriedades dos carotenoides, interferindo até
na disponibilidade assim como sua função benéfica (BEHSNILIAN; MAYER-MIEBACH, 2017;

11
TANG; CAI; XU, 2015). Por outro lado, alguns carotenoides estão mais disponíveis após a aplicação
de temperatura, como acontece com o licopeno (BARBA et al., 2017; VÁZQUEZ-LEÓN et al., 2017).

Além disso, vários alimentos que são carotenogênicos não estão disponíveis o ano todo, e por
isso são chamados de sazonais e, para tanto é necessário adotar técnicas que diminuam a velocidade
de oxidação enzimática que é facilitada pela ação do oxigênio, sendo que é uns dos principais agentes
causadores da deterioração, juntamente com a alta atividade de água (RODRIGUEZ-AMAYA, 2019;
RODRIGUEZ-AMAYA; KIMURA, 2004; RODRIGUEZ-AMAYA et al. 2008).

Aproveitando a grande variedade dos biomas brasileiros e o seu potencial como fonte de
frutos nativos com alto teor de compostos do metabolismo secundário, este capítulo irá revisar os
frutos ocorrentes categorizados em biomas (Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado) quanto ao teor de
carotenoides.

2. Frutos da Mata Atlântica


A Mata Atlântica estabelecida na costa brasileira conta hoje com somente 7,5% da sua área
original (EISENLOHR; OLIVEIRA-FILHO; PRADO, 2015) e por isso é caracterizada como um
hotspots de conservação internacional (SCUDELLER; MARTINS; SHEPHERD, 2001). Na Mata
Atlântica remanescente encontram-se frutos que são consumidos, ainda que em pequena escala,
pela população local. Estes frutos apresentam cor, sabor e aroma característicos e atrativos e estas
características têm contribuído por aumentar o interesse de pesquisadores quanto às suas propriedades
nutracêuticas (BORGES et al., 2011; EGEA; PEREIRA-NETTO, 2019; SILVA et al., 2014).

A árvore do Psidium cattleianum Sabine é popularmente conhecida como araçá, possui de 1


a 10 metros de altura, alta capacidade de frutificação, boa resistência a doenças e pragas (SOUZA;
SOBRAL, 2007) e possui frutos de cor amarelo e vermelha, sabor e aroma característicos (EGEA et
al., 2014). Carotenoides totais foram relatados entre 5,45 e 11,34 (DANTAS et al., 2013) e 3,89 e
10,84 (MEDINA et al., 2011) µg de β-caroteno equivalente por grama de polpa fresca nos genótipos
de araçá vermelho e amarelo. Enquanto isso, valores de 4 a 5 µg de β-caroteno equivalente por mL de
extrato foram relatados para casca de araçá vermelho (MEREGALLI et al., 2020). Valores maiores
de 364,4 e 442,7 µg equivalente a β-caroteno/100 g de peso fresco para o araçá vermelho e amarelo,
respectivamente, foram relatados por Vinholes et al. (2017). Egea e Pereira-Netto (2019) demonstraram
75,02 - 40,44 mg/100 g e 37,07 - 12,84 mg/100 g de carotenoides para polpa liofilizada de frutos com
diferentes estádios de maturação (de verde até a maturidade comercial) de araçá amarelo e vermelho,
respectivamente. Em outro estudo, amostras liofilizadas de araçá vermelho maduras, apresentaram
conteúdo de carotenoides totais variando de 0,0063 a 0,0109 g/Kg em base seca (SCHMIDT et al.,
2019).

Entre os carotenoides identificados no araçá vermelho estão all-trans-luteína (2 a 10 μg/g), all-


trans-antheraxantina (1,6 a 9 μg/g) e all-trans-β-caroteno (4 a 6 μg/g) (RIBEIRO et al., 2014). Além
disso, o fruto ou seu extrato tem demonstrado alta atividade antioxidante (RIBEIRO et al., 2014),
antibacteriana contra Staphylococcus aureus (LIMA et al., 2020), e inibitória de enzimas digestivas
como α-glucosidase e α-amilase com potencial anti-diabético (PEREIRA et al., 2020).

12
Outra espécie nativa da Mata Atlântica é o butiá (Butia eriospatha (Martius) Beccari) ou
butiá-da-serra; ocorre de forma endêmica e natural nos estados da região sul do Brasil, com altitudes
de 800-900 m (REITZ, 1974). As palmeiras produzem frutos globosos, suculentos, de 1,7 a 1,9 cm
de diâmetro em média, com epicarpo amarelado após a maturação (HENDERSON; GALEANO;
BERNAL, 2019). O teor de carotenoides da polpa é de 3,85 µg de β-caroteno/g em base úmida
(DENARDIN et al., 2015) e de 82,04-143,02 mg/100g para frutos liofilizados com diferentes estádios
de maturação (EGEA; PEREIRA-NETTO, 2019), que é considerado alto (TAMBARA et al., 2020).
Além disso, o fruto ou extrato de butiá demonstra boa atividade antioxidante (DENARDIN et al., 2015;
VINHOLES et al., 2017) e atividade inibitória contra a enzima digestiva α-glucosidase demonstrando
potencial antidiabético (VINHOLES et al., 2017).

A uvaia (Eugenia pyriformis Cambess) é uma espécie cuja árvore atinge de 6 a 13 metros de
altura, nativa da região Sul do Brasil (LORENZI et al., 2006), possui copa alongada, flores brancas e
solitárias e frutos grandes de cor amarelo alaranjada, formando um conjunto muito atraente (REITZ,
1974). Floresce de agosto a setembro, com início da maturação dos frutos em setembro, prolongando-
se a novembro, frutos estes que são comestíveis e constituídos de drupas arredondadas e carnosas
(SCALON; SCALON FILHO; RIGONI, 2004). Teores de carotenoides entre 0,9 a 2 mg/100 g foram
relatados para polpa do fruto fresco (ARAÚJO et al., 2019; RUFINO et al., 2010; ZILLO et al.,
2013), enquanto em frutos de uvaia liofilizados em diferentes estádios de maturação variaram entre
176,76 e 148,40 mg/100g (EGEA; PEREIRA-NETTO, 2019). Os carotenoides majoritários da polpa
de uvaia são all-trans-β-carotene (1,71 μg/g em base úmida) e all-trans-lutein (0,86 μg/g em base
úmida) (ARAÚJO et al., 2019), criptoxantina (159.09 g/g) e α-caroteno (124.39 g/g) (PEREIRA
et al., 2012). Os frutos de uvaia também foram relatados apresentando boa atividade antioxidante
(SILVA et al., 2019).

3. Frutos da Caatinga
A Caatinga é um bioma exclusivo do Brasil (11% do território) que é formado pela vegetação
arbórea, incluindo espécies frutíferas como mangaba, cajá, seriguela, umbu-cajá, juá, licuri e outras,
além de vegetação formada por Cactaceae e Bromeliaceae (FERNANDES; QUEIROZ, 2018).

O licuri (Syagrus coronata (Martius) Beccari) pertence à subfamília Arecoideae, (NOBLICK,


1992) que é a maior entre as Arecaceae, reunindo atualmente 115 gêneros e 1500 espécies. A palmeira
que produz o fruto chega a medir de 7 a 11 metros de altura e 25 centímetros de diâmetro. Os cachos
têm em média 1.300 frutos de licuri e a polpa e amêndoa podem ser consumidas in natura (UHL et
al., 1995). Os frutos podem variar de amarelo ao vermelho pela presença de carotenoides 26,1 µg/g
de β-caroteno (CREPALDI et al., 2001). O teor de vitamina A diário recomendado pelo Ministério
da Saúde é de 700 Equivalentes-Retinol (ER) para crianças na faixa etária de 7 a 10 anos. O peso
médio da polpa de um fruto de licuri é de aproximadamente 4,26 g e a proporção polpa/amêndoa é
de 86,5%. Considerando que 1 ER corresponde a 6 µg de β-caroteno (TRIGUEIRO; PENTEADO,
1992), aproximadamente 14 frutos de licuri podem suprir metade dessa necessidade diária de 700
ER para crianças na faixa escolar, podendo ser uma alternativa para acrescentar à merenda escolar. A
polpa e caroço de frutos de licuri apresentaram teores de 9,28 e 3,14 mg/100 g de carotenoides totais,
8,94 e 1,13 mg/100 g de β-caroteno e 0,28 e 0,13 mg/100 g de β-criptoxanthina, respectivamente.

13
O componente majoritário dos carotenoides da polpa dos frutos é o β-caroteno e para o caroço o
α-caroteno e β-caroteno (PAULA FILHO et al., 2015).

A seriguela (Spondias purpurea L.) é constituída de drupas elipsoides cuja coloração vai do
amarelo ao vermelho e possuem polpa de pequena espessura ao redor de um grande caroço (BRITO,
2010) e é perecível durante o manejo pós-colheita pelo rápido amolecimento (SAUCEDO-VELOZ et
al., 2004). Carotenoides totais na polpa de seriguela estão entre 5 a 24 µg/g expressos em β-caroteno
nos frutos in natura ou polpa comercial (ALMEIDA et al., 2009; COSTA; MERCADANTE, 2018).
Os carotenoides parecem aumentar durante o amadurecimento (de 88,6-156,7 para 171,2 e 243,79
μg/g no epicarpo e na polpa, respectivamente), com maior concentração no epicarpo e menor na polpa
(MALDONADO-ASTUDILLO et al., 2014). Os compostos carotenoides majoritários são (all-E)-
β-criptoxantina (27% do total), seguido dos ésteres de β-criptoxantina (15%) e (all-E)-zeinoxantina
(15%) (BERNI et al., 2019). O fruto de seriguela apresentou boa atividade antioxidante (DAS
DORES; FONSECA et al., 2018) e seu extrato apresenta atividade antibacteriana contra Pseudomonas
aeruginosa e Salmonella dublin (SILVA et al., 2015).

Os frutos do umbuzeiro (Spondias tuberos Arruda) possuem sabor agridoce e são


comercializados pelos pequenos agricultores para as principais capitais da região para serem
consumidos in natura e na forma de polpa congelada (COSTA et al., 2001). Assim como em outros
frutos, a maturação dos umbus aumenta significativamente a disponibilidade de β-caroteno de 439,2
para 1271,1 μg/100 g conforme relatado por Rufino et al. (2010). A atividade antioxidante do umbu,
apesar de ser considerada baixa (MELO; ANDRADE, 2010; RUFINO et al., 2010), pode também estar
relacionada a compostos fenólicos (MELO; ANDRADE, 2010). No entanto, Dantas Júnior (2008)
observou que alguns genótipos podem ter atividade antioxidante semelhante ao Trolox, análogo da
vitamina E.

4. Frutos do Cerrado
O Cerrado cobre aproximadamente dois milhões de quilômetros quadrados e se estende por
treze estados no interior do Brasil, representando 25% do país. No entanto, a atual forma de expansão
agrícola no Brasil ignorou o potencial uso de espécies nativas do Cerrado (SANO; FONSECA, 2003),
reduzindo a cobertura original deste bioma e comprometendo a conservação de sua rica flora. As
fruteiras nativas são espécies fundamentais neste ecossistema e há muitos anos são regularmente
consumidas pelas populações locais, tanto na forma in natura quanto como produtos processados
(DAMIANI et al., 2013).

A bocaiuva (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd), também conhecida como macaúba, é um


fruto que pertence à Família Palmae. A polpa e a amêndoa são consumidas na forma in natura ou
nas preparações da culinária regional pela população local (SANO; ALMEIDA, 1998). A polpa de
macaúba possui um teor de carotenoides totais de 5 - 30 mg/100 g (COIMBRA; JORGE, 2011;
ALMEIDA et al., 2019), sendo que 80% deles é β-caroteno (RAMOS et al., 2008). O conteúdo de
carotenoides totais de mesocarpos de frutos de bocaiuva em três estádios de maturação foi de 209,
388 e 872 μg/100 g de peso fresco no estágio de maturação A (frutos verdes), B (maduros) e C
(totalmente maduros), respectivamente. Já para o exocarpo, o conteúdo de carotenoides totais foi de

14
2620, 2610 e 3075 μg/100 g de peso fresco nos estágios de maturação A (frutos verdes), B (maduros)
e C (totalmente maduros), respectivamente. Neste caso, os componentes majoritários do mesocarpo
dos frutos foram (all-E)-luteina (frutos verdes) e (all-E)-violaxanthina (frutos maduros e totalmente
maduros) e (all-E)-luteina em todos os estágios de maturação (verde, maduro e totalmente maduro)
do mesocarpo (SCHEX et al., 2018).

O buriti (Mauritia flexuosa), também conhecido como coqueiro-buriti, miriti, muriti, muritim,
palmeira-dos-brejos, carandá-guaçu e carnadaí-guaçu, é uma palmeira da família Palmae (ALMEIDA
et al. 2009). O conteúdo total de carotenoide é de 31 a 55 mg/100 g para frutas frescas, sendo que a
predominância é de β-caroteno (CÂNDIDO; SILVA; AGOSTINI-COSTA, 2015). Aguiar, Souza e
Amaral (2017) relataram que o teor de β-caroteno é de 5257,20 mg/100 g na polpa e 11682,66 mg/100
g na farinha, e o teor de α-caroteno de 203,54 e 452,31 mg/100 g, respectivamente. O conteúdo
de β-caroteno e α-caroteno é de 9098 µg/100 g e 10086 µg/100 g para a polpa, respectivamente
(SANDRI et al., 2004). Além disso, foi reportado que o extrato de frutos de buriti apresenta alta
atividade antioxidante e capacidade de inibir o crescimento de Pseudomonas aeruginosa (KOOLEN
et al., 2013).

O pequi (Caryocar brasiliense Camb.) tem alto valor como alimento, madeira, medicina,
ornamental e na produção de óleo, entre outros (DAMIANI et al., 2013; CARLOS et al., 2014), e
com isso contribui efetivamente na renda financeira das populações locais. Carotenoides totais em
polpa de pequi podem variar de 3 a 60 mg/100 g (CORDEIRO et al., 2013; ALMEIDA et al., 2019;
LIMA et al., 2007; NASCIMENTO et al., 2017; RIBEIRO et al., 2014). A farinha de pequi (epicarpo
+ mesocarpo) apresentou conteúdo de carotenoides totais de 3,5 mg/100 g (LEÃO et al., 2017). Em
polpa de pequi, principalmente pelo seu valor comercial, vários processamentos para diminuir o
impacto da sazonalidade têm sido estudados. Neste sentido, sabe-se que o aumento da temperatura
de secagem para a produção de polpa desidratada pode diminuir em aproximadamente 50% do
conteúdo total de carotenoides (AQUINO et al., 2009), assim como o tempo de armazenamento da
polpa congelada (GONÇALVES et al., 2010). Além disso, foi relatado que o fruto de pequi apresenta
altas concentrações de antioxidantes (FARIA et al., 2014) e os extratos apresentam alta atividade
antimicrobiana, inibindo ou retardando o crescimento de microrganismos, principalmente no que
diz respeito à deterioração e bactérias patogênicas (MOREIRA et al., 2019). O consumo do óleo da
polpa de pequi é capaz de reduzir marcadores inflamatórios induzidos pelo exercício e pressão arterial
de corredores de sexo masculino e feminino, sugerindo que o óleo de pequi pode ter um efeito anti-
inflamatório, hipocolesterolêmico e anti-hipertensivo (MIRANDA-VILELA et al., 2009).

5. Considerações finais
Os frutos dos três biomas descritos neste capítulo demonstraram potencial como fonte de
carotenoides, afirmando que o seu consumo (ainda que local) pode melhorar o desempenho da dieta
no corpo humano. Dentre os frutos estudados, o pequi (Cariocar brasiliense Camb.) do bioma
Cerrado apresentou o maior teor de carotenoides. O consumo desse fruto é bastante difundido na
região Centro-Oeste no preparo de diferentes pratos salgados.

15
6. Agradecimentos
Este trabalho foi financiado com recursos da Fundação de Assistência à Pesquisa do Estado
de Goiás (FAPEG), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (IF Goiano),
Coordenação de Aperfeicoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

16
REFERÊNCIAS
AGUIAR, J. P. L.; SOUZA, F. D. C.; AMARAL, D. Dehydration and spraying of buriti pulp (Mauritia flexuosa L.):
shelf-life evaluation. In: Revista Brasileira de Fruticultura, v. 39, n. Spe, 2017. São Paulo: Sociedade Brasileira de
Fruticultura, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0100-29452017034>. Acesso em: 5 set. 2021.

ALMEIDA, A. B. de.; SILVA, A. K. C.; LODETE, A. R.; EGEA, M. B. et al. Assessment of chemical and bioactive
properties of native fruits from the Brazilian Cerrado. In: Nutrition & Food Science, v. 49, n. 3, 2019. P. 381-392.
Disponível em: <https://doi.org/10.1108/NFS-07-2018-0199>. Acesso em: 5 set. 2021.

ALMEIDA, C. B.; MANICA-BERTO, R.; FRANCO, J. J. PEGORARO, C.; FACHINELLO, J. C.; SILVA, J.
A. Comparação do teor de carotenóides em frutos nativos de regiões tropicais e temperadas. In: CONGRESSO DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 18, 2009, Pelotas, Anais [...]. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Jose-
Fachinello/publication/267256269_COMPARACAO_DO_TEOR_DE_CAROTENOIDES_EM_FRUTOS_NATIVOS_
DE_REGIOES_TROPICAIS_E_TEMPERADAS/links/54804ba00cf25b80dd70a3bb/COMPARACAO-DO-TEOR-DE-
CAROTENOIDES-EM-FRUTOS-NATIVOS-DE-REGIOES-TROPICAIS-E-TEMPERADAS.pdf>. Acesso em: 5 set
2021.

AMANCIO, R. D.; SILVA, M. V. da. Consumo de carotenoides no Brasil: a contribuição da alimentação fora do domicílio.
In: Segurança Alimentar e Nutricional, v. 19, n. 2, 2012. p. 130-141. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.20396/san.
v19i2.8634616>. Acesso em: 5 set. 2021.

AQUINO, L. P.; FERRUA, F. Q.; BORGES, S. V.; ANTONIASSI, R.; CORREA, J. L. G.; CIRILLO, M. A. Influência da
secagem do pequi (Caryocar brasiliense Camb.) na qualidade do óleo extraído. In: Food Science and Technology, v. 29,
n. 2, 2009. p. 354-357. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0101-20612009000200018>. Acesso em: 5 set. 2021.

ARAÚJO, F. F. de.; NERI-NUMA, I. A.; FARIAS, D. P.; CUNHA, G. R. M. C. da et al. Wild brazilian species of Eugenia
genera (Myrtaceae) as an innovation hotspot for food and pharmacological purposes. In: Food Research International,
v. 121, 2019. p. 57-72. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodres.2019.03.018>. Acesso em: 5 set. 2021.

BARBA, F. J.; MARIUTTI, L. R.; BRAGAGNOLO, N.; MERCADANTE, A. Z.; BARBOSA-CANOVAS, G. V.;
ORLIEN, V. Bioaccessibility of bioactive compounds from fruits and vegetables after thermal and nonthermal processing.
In: Trends in Food Science & Technology, v. 67, 2017. p. 195-206. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.
tifs.2017.07.006>. Acesso em: 5 set. 2021.

BEHSNILIAN, D.; MAYER-MIEBACH, E. Impact of blanching, freezing and frozen storage on the carotenoid profile
of carrot slices (Daucus carota L. cv. Nutri Red). In: Food Control, v. 73, 2017. p. 761-767. Disponível em: <https://doi.
org/10.1016/j.foodcont.2016.09.045>. Acesso em: 5 set. 2021.

BERNI, P.; CAMPOLI, S. S.; NEGRI, T. C.; DE TOLEDO, N. M. et al. Non-conventional tropical fruits: characterization,
antioxidant potential and carotenoid bioaccessibility. In: Plant Foods for Human Nutrition, v. 74, n. 1, 2019. p. 141-148.
Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s11130-018-0710-1>. Acesso em: 5 set. 2021.

17
BEYDOUN, M. A.; CHEN, X.; JHA, K.; BEYDOUN, H. A. et al. Carotenoids, vitamin A, and their association with
the metabolic syndrome: a systematic review and meta-analysis. In: Nutrition Reviews, v. 77, n. 1, 2018. p. 32-45.
Disponível em: <https://doi.org/10.1093/nutrit/nuy044>. Acesso em: 5 set. 2021.

BORGES, G. S. C.; VIEIRA, F. G. K.; COPETTI, C.; GONZAGA, L. V. et al. Chemical characterization, bioactive
compounds, and antioxidant capacity of jussara (Euterpe edulis) fruit from the Atlantic Forest in southern Brazil.
In: Food Research International, v. 44, n. 7, ago. 2011. p. 2128-2133. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.
foodres.2010.12.006>. Acesso em: 5 set. 2021.

BRITO, H. Caracterização química de óleos essenciais de Spondias mombin L., Spondias purpurea L. e Spondias sp
(cajarana do sertão). 2010. 68f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) - Centro de Saúde e Tecnologia Rural,
Universidade Federal de Campina Grande, Patos, Pernambuco, 2010.

CÂNDIDO, T.; SILVA, M.; AGOSTINI-COSTA, T. Bioactive compounds and antioxidant capacity of buriti (Mauritia
flexuosa Lf) from the Cerrado and Amazon biomes. In: Food Chemistry, v. 177, 2015. p. 313-319. Disponível em:
<https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2015.01.041>. Acesso em: 5 set. 2021.

CARLOS, L.; VENTURIN, N.; MACEDO, R. L. G.; HIGASHIKAWA, E. M.; GARCIA, M. B.; FARIAS, E. D. S.
Crescimento e nutrição mineral de mudas de pequi sob efeito da omissão de nutrientes. In: Ciência Florestal, v. 24, n.
1, 2014. p. 13-21. Santa Maria: UFSM, 2014. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.5902/1980509813318>. Acesso em:
5 set. 2021.

COIMBRA, M.; JORGE, N. Characterization of the pulp and kernel oils from Syagrus oleracea, Syagrus romanzoffiana,
and Acrocomia aculeata. In: Journal of Food Science, v. 76, n. 8, 2011. p. C1156-C1161. Disponível em: <http://dx.doi.
org/10.1111/j.1750-3841.2011.02358.x>. Acesso em: 5 set. 2021.

CORDEIRO, M. W. S.; CAVALLIERI, Â. L. F.; FERRI, P. H.; NAVES, M. M. V. Características físicas, composição
químico-nutricional e dos óleos essenciais da polpa de Caryocar brasiliense nativo do Estado de Mato Grosso. In: Revista
Brasileira de Fruticultura, v. 35, n. 4, 2013. p. 1127-1139. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fruticultura, 2013.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-29452013000400024>. Acesso em: 5 set. 2021.

COSTA, G. A. da; MERCADANTE, A. Z. In vitro bioaccessibility of free and esterified carotenoids in cajá frozen pulp-
based beverages. In: Journal of Food Composition and Analysis, v. 68, 2018. p. 53-59. Disponível em: <https://doi.
org/10.1016/j.jfca.2017.02.012>. Acesso em: 5 set. 2021.

COSTA, N. P. D.; BRUNO, R. D. L. A.; SOUZA, F. X. D.; LIMA, E. D. P. D. A. Efeito do estádio de maturação do fruto
e do tempo de pré-embebição de endocarpos na germinação de sementes de umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Câm.). In:
Revista Brasileira de Fruticultura, v. 23, n. 3, 2001. p. 738-741. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fruticultura, 2001.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-29452001000300060>. Acesso em: 5 set. 2021.

CREPALDI, I. C.; ALMEIDA-MURADIAN, L. D.; RIOS, M. D. G.; PENTEADO, M. V. C. et al. Composição nutricional
do fruto de licuri (Syagrus coronata (Martius) Beccari). In: Revista Brasileira de Botânica, v. 24, n. 2, 2001. p. 155-159.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/s0100-84042001000200004>. Acesso em: 5 set. 2021.

18
DAMIANI, C.; ALMEIDA, T. L. D.; COSTA, N. V.; MEDEIROS, N. X. D. de; SILVA, A. G. M. e.; SILVA, F. A. da.;
LAGE, M. E.; BECKER, F. S. Perfil de ácidos graxos e fatores antinutricionais de amêndoas de pequi crua e torrada. In:
Pesquisa Agropecuária Tropical, v. 43, n.1, 2013. p.71-78. Goiânia: UFG, 2013. Disponível em: <https://www.scielo.
br/j/pat/a/LHCw8PV6PkcpPvSJstr9rFp/?lang=pt&format=pdf#:~:text=Os%20%C3%A1cidos%20graxos%20que%20
apresentaram,%2C45%25%20para%20a%20torrada.>. Acesso em: 5 set. 2021.

DANTAS, A. L.; SILVA, S. D. M.; LIMA, M. A. C. D.; DANTAS, R. L. et al. Bioactive compounds and antioxidant
activity during maturation of strawberry guava fruit. In: Revista Ciência Agronômica, v. 44, n. 4, 2013. p. 805-814.
Ceará: UFC, 2013. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1806-66902013000400018>. Acesso em: 5 set. 2021.

DANTAS JUNIOR, O. Qualidade e capacidade antioxidante total de frutos de genótipos de umbuzeiro oriundos do
semi-árido nordestino. 2008. 90 f. Tese (Doutorado em Agronomia) - Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal
da Paraíba, Paraíba, 2008.

DAS DORES, R. G. R.; FONSECA, M. C. M.; BASTOS, J. C. A. de.; BRAGA, T. V. et al. Antioxidant activity of mature
fruits of Spondias purpurea L.(Ciriguela), Stenocalyx dysentericus (DC.) O. Berg (Cagaita) and Hancornia speciosa
Gomes (Mangaba). In: Free Radical Biology and Medicine, v. 120, 2018. p. 130-131. Disponível em: <https://doi.
org/10.1016/j.freeradbiomed.2018.04.430>. Acesso em: 5 set. 2021.

DENARDIN, C. C.; HIRSCH, G. E.; ROCHA, R. F. da.; VIZZOTTO, M. et al. Antioxidant capacity and bioactive
compounds of four Brazilian native fruits. In: Journal of Food and Drug Analysis, v. 23, n. 3, 2015. p. 387-398.
Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.jfda.2015.01.006>. Acesso em: 5 set. 2021.

DESMARCHELIER, C.; BOREL, P. Overview of carotenoid bioavailability determinants: from dietary factors to host
genetic variations. In: Trends in Food Science & Technology, v. 69, 2017. p. 270-280. Disponível em: <http://dx.doi.
org/10.1016/j.tifs.2017.03.002>. Acesso em: 5 set. 2021.

EDGE, R.; TRUSCOTT, T. G. Singlet oxygen and free radical reactions of retinoids and carotenoids—a review. In:
Antioxidants, v. 7, n. 1, 2018. p. 5. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.3390%2Fantiox7010005>. Acesso em: 5 set. 2021.

EGEA, M. B.; PEREIRA-NETTO, A. B. Bioactive compound-rich, virtually unknown, edible fruits from the Atlantic
Rainforest: changes in antioxidant activity and related bioactive compounds during ripening. In: European Food
Research and Technology, v. 245, n. 5, 2019. p. 1081-1093. Disponível em: <https://www.proquest.com/openview/64ce
188a23ec3660160059950ed819c7/1?pq-origsite=gscholar&cbl=55422>. Acesso em: 5 set. 2021.

EGEA, M. B.; PEREIRA-NETTO, A. B.; CACHO, J.; FERREIRA, V. et al. Comparative analysis of aroma compounds
and sensorial features of strawberry and lemon guavas (Psidium cattleianum Sabine). In: Food Chemistry, v. 164, 2014.
p. 272-277. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2014.05.028>. Acesso em: 5 set. 2021.

EGGERSDORFER, M.; WYSS, A. Carotenoids in human nutrition and health. In: Archives of Biochemistry and
Biophysics, v. 652, 2018. p. 18-26. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.abb.2018.06.001>. Acesso em: 5 set. 2021.

EISENLOHR, P. V.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. de; PRADO, J. The Brazilian Atlantic Forest: new findings, challenges
and prospects in a shrinking hotspot. In: Biodiversity and Conservation, v. 24, 2015. p. 2129–2133. Disponível em:
<https://link.springer.com/article/10.1007/s10531-015-0995-4>. Acesso em: 5 set. 2021.

19
FARIA, W. C. S.; DAMASCENO, G. A. B.; FERRARI, M. Moisturizing effect of a cosmetic formulation containing pequi
oil (Caryocar brasiliense) from the Brazilian cerrado biome. In: Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 50, n. 1,
2014. p. 131-136. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1984-82502011000100013>. Acesso em: 5 set. 2021.

FERNANDES, M. F.; QUEIROZ, L. P. D. Vegetação e flora da Caatinga. In: Ciência e Cultura, v. 70, n. 4, 2018. p. 51-
56. São Paulo: UEC, 2018. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.21800/2317-66602018000400014>. Acesso em: 5 set.
2021.

GONÇALVES, G. A. S.; VILAS BOAS, E. V. D. B.; RESENDE, J. V. D.; MACHADO, A. L. D. L. et al. Qualidade
do pequi submetido ao cozimento após congelamento por diferentes métodos e tempos de armazenamento. In: Revista
Ceres, v. 57, n. 5, 2010. p. 581-588. Minas Gerais: UFV, 2010. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0034-
737X2010000500003>. Acesso em: 6 set. 2021.

GUTIÉRREZ, F. J.; ALBILLOS, S. M.; CASAS-SANZ, E.; CRUZ, Z. et al. Methods for the nanoencapsulation of
β-carotene in the food sector. In: Trends in Food Science & Technology, v. 32, n. 2, 2013. p. 73-83. Disponível em:
<https://doi.org/10.1016/j.tifs.2013.05.007>. Acesso em: 6 set. 2021.

HENDERSON, A.; GALEANO, G.; BERNAL, R. Field guide to the palms of the Americas. Princeton: Princeton
University Press, 2019. 502 p.

KOOLEN, H. H.; DA SILVA, F. M.; GOZZO, F. C.; DE SOUZA, A. Q. et al. Antioxidant, antimicrobial activities and
characterization of phenolic compounds from buriti (Mauritia flexuosa L. f.) by UPLC–ESI-MS/MS. In: Food Research
International, v. 51, n. 2, 2013. p. 467-473. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodres.2013.01.039>. Acesso em:
6 set. 2021.

LEÃO, D. P.; FRANCA, A. S.; OLIVEIRA, L. S.; BASTOS, R. et al. Physicochemical characterization, antioxidant capacity,
total phenolic and proanthocyanidin content of flours prepared from pequi (Caryocar brasilense Camb.) fruit by-products.
In: Food Chemistry, v. 225, 2017. p. 146-153. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2017.01.027>.
Acesso em: 6 set. 2021.

LIMA, A. D.; SILVA, A. M. D. O.; TRINDADE, R. A.; TORRES, R. P. et al. Composição química e compostos bioativos
presentes na polpa e na amêndoa do pequi (Caryocar brasiliense Camb.). In: Revista Brasileira de Fruticultura, v. 29,
n. 3, 2007. p. 695-698. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fruticultura, 2007. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/
S0100-29452007000300052>. Acesso em: 6 set. 2021.

LIMA, A. S. de; MAIA, D. V.; HAUBERT, L.; OLIVEIRA, T. L. et al. Action mechanism of araçá (Psidium cattleianum
Sabine) hydroalcoholic extract against Staphylococcus aureus. In: LWT- Food Science and Technology, v. 119, 2020. p.
108884. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.lwt.2019.108884>. Acesso em: 5 set. 2021.

LORENZI, H.; BACHER, L.; LACERDA, M.; SARTORI, S. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in
natura). São Paulo: Instituto plantarum de estudos da flora, 2006. 640 p.

MAIANI, G.; PERIAGO CASTÓN, M. J.; CATASTA, G.; TOTI, E. et al. Carotenoids: actual knowledge on food sources,
intakes, stability and bioavailability and their protective role in humans. In: Molecular Nutrition & Food Research, v.
53, n. S2, 2009. p. 194-218. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/mnfr.200800053>. Acesso em: 6 set. 2021.

20
MALDONADO-ASTUDILLO, Y. I.; ALIA-TEJACAL, I.; NÚÑEZ-COLÍN, C. A.; JIMÉNEZ-HERNÁNDEZ, J. et al.
Postharvest physiology and technology of Spondias purpurea L. and S. mombin L. In: Scientia Horticulturae, v. 174,
2014. p. 193-206. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.scienta.2014.05.016>. Acesso em: 6 set. 2021.

MEDINA, A. L.; HAAS, L. I. R.; CHAVES, F. C.; SALVADOR, M.; ZAMBIAZI, R. C.; DA SILVA, W. P.; NORA,
L.; ROMBALDI, C. V. Araçá (Psidium cattleianum Sabine) fruit extracts with antioxidant and antimicrobial activities
and antiproliferative effect on human cancer cells. In: Food Chemistry, v. 128, n. 4, 2011. p. 916-922. Disponível em:
<https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2011.03.119>. Acesso em: 6 set. 2021.

MELÉNDEZ-MARTÍNEZ, A. J.; VICARIO, I.; HEREDIA, F. J. Estabilidad de los pigmentos carotenoides en los
alimentos. In: Archivos Latinoamericanos de Nutrición, v. 54, n. 2, 2004. p. 1-8. Disponível em: < http://ve.scielo.org/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-06222004000200011>. Acesso em: 6 set. 2021.

MELO, E. D. A.; ANDRADE, R. D. S. Bioactive compounds and antioxidant potential from the “umbuzeiro” fruits.
In: Alimentos e Nutrição, v. 21, n. 3, 2010. p. 453-457. Disponível em: <https://www.cabdirect.org/cabdirect/
abstract/20113024090>. Acesso em: 6 set. 2021.

MEREGALLI, M. M.; PUTON, B. M. S.; CAMERA, F. D. M.; AMARAL, A. U. et al. Conventional and ultrasound-
assisted methods for extraction of bioactive compounds from red araçá peel (Psidium cattleianum Sabine). In: Arabian
Journal of Chemistry, v. 13, n. 6, 2020. p. 5800-5809. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.arabjc.2020.04.017>.
Acesso em: 6 set. 2021.

MIRANDA-VILELA, A. L.; PEREIRA, L. C.; GONÇALVES, C. A.; GRISOLIA, C. K. Pequi fruit (Caryocar brasiliense
Camb.) pulp oil reduces exercise-induced inflammatory markers and blood pressure of male and female runners. In:
Nutrition Research, v. 29, n. 12, 2009. p. 850-858. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.nutres.2009.10.022>.
Acesso em: 6 set. 2021.

MOREIRA, R. V.; COSTA, M. P.; CASTRO, V. S.; PAES, C. E. et al. Antimicrobial activity of pequi (Caryocar
brasiliense) waste extract on goat Minas Frescal cheese presenting sodium reduction. In: Journal of Dairy Science, v.
102, n. 4, 2019. p. 2966-2972. Disponível em: <https://doi.org/10.3168/jds.2018-15268>. Acesso em: 6 set. 2021.

NASCIMENTO, N. R. R.; ALVES, A. M.; SILVA, M. R.; NAVES, M.; VELOSO, M. Antioxidant capacity of pequi
(Caryocar brasiliense Camb.) pulp is preserved by freeze-drying and light-resistant packaging. In: Revista Brasileira de
Fruticultura, v. 39, n. 1, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0100-29452017150>. Acesso em: 6 set. 2021.

NOBLICK, L. R. The indigenous palms of the state of Bahia, Brazil. Chicago: University of Illinois, 1992. 523 f.

PAULA FILHO, G. X. D.; BARREIRA, T. F.; RODRIGUES, V. C. D. C.; CARDOSO, L. D. M.; MARTINO, H. S. D.;
PINHEIRO-SANT’ANA, H. M. Study of the physical and physicochemical characteristics of fruits of the licuri palm
(Syagrus coronata (Mart.) Becc.) found in the Atlantic Forest of Minas Gerais, Brazil. In: Food Science and Technology,
v. 35, n. 3, 2015. p. 474-480. São Paulo: Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, 2015. Disponível
em: <https://doi.org/10.1590/1678-457X.6652>. Acesso em: 6 set. 2021.

PEREIRA, E. D. S.; VINHOLES, J. R.; CAMARGO, T. M.; NORA, F. R.; CRIZEL, R. L.; CHAVES, F.; NORA, L.;
VIZZOTTO, M. Characterization of araçá fruits (Psidium cattleianum Sabine): Phenolic composition, antioxidant activity

21
and inhibition of α-amylase and α-glucosidase. In: Food Bioscience, v. 37, 2020. p. 100665. Disponível em: <https://doi.
org/10.1016/j.fbio.2020.100665>. Acesso em: 6 set. 2021.

PEREIRA, M. C.; STEFFENS, R. S.; JABLONSKI, A.; HERTZ, P. F.; DE O. RIOS, A., VIZZOTTO, M.; FLÔRES, S.
H. Characterization and antioxidant potential of Brazilian fruits from the Myrtaceae family. In: Journal of Agricultural
and Food Chemistry, v. 60, n. 12, 2012. p. 3061-3067. Disponível em: <https://doi.org/10.1021/jf205263f>. Acesso em:
6 set. 2021.

PEREIRA, R. J.; CARDOSO, M. G. Metabólitos secundários vegetais e benefícios antioxidantes. In: Journal of
Biotechnology and Biodiversity, v. 3, n. 4, 2012. Disponível em: <https://www.todafruta.com.br/wp-content/
uploads/2016/09/Metab%C3%B3litos-secund%C3%A1rios-ARTIGO.pdf>. Acesso em: 6 set. 2021.

PODSĘDEK, A. Natural antioxidants and antioxidant capacity of Brassica vegetables: a review. In: LWT-Food Science
and Technology, v. 40, n. 1, 2007. p. 1-11. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.lwt.2005.07.023>. Acesso em: 6
set. 2021.

RAMOS, M. I. L.; RAMOS FILHO, M. M.; HIANE, P. A.; BRAGA NETO, J. A.; SIQUEIRA, E. M. D. A. Qualidade
nutricional da polpa de bocaiúva Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. In: Food Science and Technology, v. 28, 2008. p.
90-94. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-20612008000500015. Acesso em: 6 set. 2021.

REITZ, R. Palmeiras. In: REITZ, R. Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1974.

RIBEIRO, A. B.; CHISTÉ, R. C.; FREITAS, M.; SILVA, A. F. da; VISENTAINER, J. V.; FERNANDES, E. Psidium
cattleianum fruit extracts are efficient in vitro scavengers of physiologically relevant reactive oxygen and nitrogen species.
In: Food Chemistry, v. 165, 2014. p. 140-148. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2014.05.079>.
Acesso em: 6 set. 2021.

RIBEIRO, D. M.; FERNANDES, D. C.; ALVES, A. M.; NAVES, M. M. V. Carotenoids are related to the colour and lipid
content of the pequi (Caryocar brasiliense Camb.) pulp from the Brazilian Savanna. In: Food Science and Technology,
v. 34, n. 3, 2014. p. 507-512. São Paulo: Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, 2014. Disponível
em: <https://doi.org/10.1590/1678-457x.6369>. Acesso em: 6 set. 2021.

RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. Update on natural food pigments - a mini-review on carotenoids, anthocyanins, and


betalains. In: Food Research International, v. 124, 2019. p. 200-205. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.
foodres.2018.05.028>. Acesso em: 6 set. 2021.

RODRIGUEZ-AMAYA, D. B.; KIMURA, M. HarvestPlus handbook for carotenoid analysis. Washington: International
Food Policy Research Institute, 2004. 58 f.

RODRIGUEZ-AMAYA, D. B.; KIMURA, M.; AMAYA-FARFAN, J. Fontes brasileiras de carotenoides. Brasília:


Ministério de Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidade e Floresta, Brasilia. 2008. 101 f.

ROSTAMABADI, H.; FALSAFI, S. R.; JAFARI, S. M. Nanoencapsulation of carotenoids within lipid-based nanocarriers.
In: Journal of Controlled Release, v. 298, 2019. p. 38-67. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.jconrel.2019.02.005>.
Acesso em: 6 set 2021.

22
RUFINO, M. D. S. M.; ALVES, R. E.; BRITO, E. S. de.; PÉREZ-JIMÉNEZ, J.; SAURA-CALIXTO, F., & MANCINI-
FILHO, J. Bioactive compounds and antioxidant capacities of 18 non-traditional tropical fruits from Brazil. In: Food
Chemistry, v. 121, n. 4, 2010. p. 996-1002. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2010.01.037>. Acesso
em: 6 set. 2021.

SAINI, R. K.; KEUM, Y.-S. Carotenoid extraction methods: a review of recent developments. In: Food Chemistry,
v. 240, 2018. p. 90-103. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2017.07.099>. Acesso em: 6 set.
2021.

SANDRI, M.; SANDRI, C.; GILBERT, A.; SKURK, C.; CALABRIA, E., PICARD, A., WALSH, K.; SCHIAFFINO, S.;
HLECKER, S.; GOLDBERG, A. L. Foxo transcription factors induce the atrophy-related ubiquitin ligase atrogin-1 and
cause skeletal muscle atrophy. In: Cell, v. 117, n. 3, 2004. p. 399-412. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/s0092-
8674(04)00400-3>. Acesso em: 6 set. 2021.

SANO, S. M.; ALMEIDA, S. D. Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: Embrapa, 1998. 556 f.

SANO, S. M.; FONSECA, C. E. L da. Taxa de sobrevivência e frutificação de espécies nativas do cerrado. Planaltina:
Embrapa Cerrados-Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (Infoteca-e), 2003.

SAUCEDO-VELOZ, C.; PÉREZ-LÓPEZ, A.; ARÉVALO-GALARZA, M.; MURATALLA-LÚA, A. Effect of the


maturity stage on postharvest quality and shelf life in Mexican plum (Spondias purpurea L.) fruits. In: Revista Fitotecnia
Mexicana, v. 27, 2004. p. 133-139.

SCALON, S. D. P. Q.; SCALON FILHO, H.; RIGONI, M. R. Armazenamento e germinação de sementes de uvaia
Eugenia uvalha Cambess. In: Ciência e Agrotecnologia, v. 28, n. 6, 2004. p. 1228-1234. Disponível em: <https://doi.
org/10.1590/S1413-70542004000600002>. Acesso em: 7 set. 2021.

SCHEX, R.; LIEB, V. M.; JIMÉNEZ, V. M.; ESQUIVEL, P. et al. HPLC-DAD-APCI/ESI-MSn analysis of carotenoids
and α-tocopherol in Costa Rican Acrocomia aculeata fruits of varying maturity stages. In: Food Research International,
v. 105, 2018. p. 645-653. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodres.2017.11.041>. Acesso em: 7 set. 2021.

SCHMIDT, H. D. O.; ROCKETT, F. C.; PAGNO, C. H.; POSSA, J.; Assis, R. Q.; de OLIVEIRA, V. R.; SILVA, V. L.;
FLÔRES, S. H.; RIOS, A. D. O. Vitamin and bioactive compound diversity of seven fruit species from south Brazil.
In: Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 99, n. 7, 2019. p. 3307-3317. Disponível em: <https://doi.
org/10.1002/jsfa.9544>. Acesso em: 7 set. 2021.

SCUDELLER, V. V.; MARTINS, F. R.; SHEPHERD, G. J. Distribution and abundance of arboreal species in the atlantic
ombrophilous dense forest in Southeastern Brazil. In: Plant Ecology, v. 152, n. 2, 2001. p. 185-199, Disponível em:

< https://link.springer.com/article/10.1023/A:1011494228661>. Acesso em: 7 set. 2021.

SILVA, A. P. G. da; SPRICIGO, P. C.; PURGATTO, E.; ALENCAR, S. M. de et al. Chemical composition, nutritional
value and bioactive compounds in six uvaia accessions. In: Food Chemistry, v. 294, 2019. p. 547-556. Disponível em:
<https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2019.04.121>. Acesso em: 5 set. 2021.

23
SILVA, N. A. D.; RODRIGUES, E.; MERCADANTE, A. Z.; DE ROSSO, V. V. Phenolic compounds and carotenoids
from four fruits native from the brazilian Atlantic Forest. In: Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 62, n. 22,
2014. p. 5072-5084. Disponível em: <https://doi.org/10.1021/jf501211p>. Acesso em: 7 set. 2021.

SILVA, R. V.; COSTA, S. C. C.; BRANCO, C. R. C.; BRANCO, A. In vitro photoprotective activity of the Spondias
purpurea L. peel crude extract and its incorporation in a pharmaceutical formulation. In: Industrial Crops and Products,
v. 83, p. 509-514, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.indcrop.2015.12.077. Acesso em: 24 set. 2021.

SOUZA, C. O. D.; MENEZES, J. D. D. S.; RAMOS NETO, D. C.; ASSIS, J. G. D. A.; SILVA, S. R. D.; DRUZIAN, J. I.
Carotenoides totais e vitamina A de cucurbitáceas do banco ativo de germoplasma da Embrapa Semiárido. In: Ciência Rural,
v. 42, 2012. p. 926-933. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-84782012005000024>. Acesso em: 7 set. 2021.

SOUZA, L.; SOBRAL, M. Morfotipos do Araçazeiro, Psidium cattleianum Sabine (Myrtaceae) no Estado do Paraná. In:
O Araçazeiro: ecologia e controle biológico. Curitiba: FUPEF, 2007. p. 19-28.

SUN, T.; YUAN, H.; CAO, H.; YAZDANI, M.; TADMOR, Y.; LI, L. Carotenoid metabolism in plants: the role of
plastids. In: Molecular Plant, v. 11, n. 1, 2018. p. 58-74. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.molp.2017.09.010>.
Acesso em: 7 set. 2021.

TAIZ, L.; ZEIGER, E.; MØLLER, I. M.; MURPHY, A. Fisiologia e desenvolvimento vegetal. Porto Alegre: Artmed
Editora, 2017.

TAMBARA, A. L.; SILVEIRA, É. C. da; SOARES, A. T. G.; SALGUEIRO, W. G.; RODRIGUES, C. D. F.; BOLDORI,
J. R.; AVILA, S. S.; DENARDIN, C. C. Butiá fruit extract (Butia eriospatha) protects against oxidative damage and
increases lifespan on Caenorhabditis elegans. In: Journal of Food Biochemistry, v. 44, n. 3, 2020. Disponível em:
<https://doi.org/10.1111/jfbc.13139>. Acesso em: 7 set. 2021.

TANG, Y.; CAI, W.; XU, B. Profiles of phenolics, carotenoids and antioxidative capacities of thermal processed white,
yellow, orange and purple sweet potatoes grown in Guilin, China. In: Food Science and Human Wellness, v. 4, n. 3,
2015. p. 123-132. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.fshw.2015.07.003>. Acesso em: 7 set. 2021.

TRIGUEIRO, I. N. S.; PENTEADO, M. D. V. C. Teores de alfa e beta-caroteno e atividades pró-vitamínica A de óleos de


dendê brasileiros. In: Revista de Farmácia e Bioquímica da Universidade de São Paulo, 1992. p. 61-74.

UHL, N. W.; DRANSFIELD, J.; DAVIS, J.; LUCKOW, M. A.; HANSEN, K. S.; DOYLE, J. J. Phylogenetic relationships
among palms: cladistic analyses of morphological and chloroplast DNA restriction site variation. In: Monocotyledons:
Systematics and Evolution, v. 2, 1995. p. 623-661.

VAN DEN BERG, H.; FAULKS, R.; GRANADO, H. F.; HIRSCHBERG, J.; OLMEDILLA, B., SANDMANN, G.,
SOUTHON, S.; STAHL, W. The potential for the improvement of carotenoid levels in foods and the likely systemic
effects. In: Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 80, n. 7, 2000. p. 880-912. Disponível em: <https://doi.
org/10.1002/(SICI)1097-0010(20000515)80:7%3C880::AID-JSFA646%3E3.0.CO;2-1>. Acesso em: 7 set. 2021.

VÁZQUEZ-LEÓN, L.; PÁRAMO-CALDERÓN, D.; ROBLES-OLVERA, V.; VALDÉS-RODRÍGUEZ, O.; PÉREZ-


VÁZQUEZ, A.; GARCÍA-ALVARADO, M. A.; RODRÍGUEZ-JIMENES, G. C. Variation in bioactive compounds and

24
antiradical activity of Moringa oleifera leaves: influence of climatic factors, tree age, and soil parameters. In: European
Food Research and Technology, v. 243, n. 9, 2017. p. 1593-1608. Disponível em: <https://www.readcube.com/
articles/10.1007%2Fs00217-017-2868-4>. Acesso em: 7 set 2021.

VINHOLES, J.; LEMOS, G.; BARBIERI, R. L.; FRANZON, R. C.; VIZZOTTO, M. In vitro assessment of the
antihyperglycemic and antioxidant properties of araçá, butiá and pitanga. In: Food Bioscience, v. 19, 2017. p. 92-100.
Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.fbio.2017.06.005>. Acesso em: 7 set. 2021.

WATKINS, J. L.; POGSON, B. J. Prospects for carotenoid biofortification targeting retention and catabolism. In: Trends
in Plant Science, v. 25, n. 5, 2020. p. 501-512. Disponível em:

<https://doi.org/10.1016/j.tplants.2019.12.021>. Acesso em: 7 set. 2021.

XAVIER, A. A. O.; PÉREZ-GÁLVEZ, A. Carotenoids as a source of antioxidants in the diet. In: Carotenoids in Nature.
London: Springer, 2016. p. 359-375. Disponível em:

<https://doi.org/10.1007/978-3-319-39126-7_14>. Acesso em: 7 set. 2021.

ZILLO, R. R.; DA SILVA, P. P. M.; ZANATTA, S.; DO CARMO, L. F.; SPOTO, M. H. F. Qualidade físico-química da
fruta in natura e da polpa de uvaia congelada. In: Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, v. 15, n. 3, 2013. p.
293-298. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.15871/1517-8595/rbpa.v15n3p293-298>. Acesso em: 7 set 2021.

25
26
27
28
CAPÍTULO 2
BIODIVERSIDADE COMO
FONTE DE COMPOSTOS FENÓLICOS

Anna Rafaela Cavalcante Braga1,2


Daniella Carisa Murador1

Resumo
Os compostos fenólicos são metabólicos secundários das plantas e compreendem um vasto e
importante grupo de compostos bioativos. Apresentam atividade antioxidante, antimutagênica e anti-
inflamatória, e sua ingestão por meio do consumo de frutas e verduras está associada à prevenção do
desenvolvimento de diversas doenças degenerativas, como aterosclerose, câncer, doenças inflamatórias,
cardiovasculares e diabetes. Sua atividade antioxidante está relacionada à capacidade de combater
radicais livres, associada com a presença de grupamentos hidroxila em suas estruturas. Os fenólicos
podem ser agrupados em dois grandes grupos: os flavonóides e os não-flavonóides, sendo o primeiro, o
mais comum e amplamente distribuído nos vegetais. Os flavonoides são moléculas orgânicas de origem
vegetal que não podem ser sintetizados pelo organismo humano, mas que estão relacionados a efeitos
benéficos à saúde. Dentro deste grupo, de acordo com suas estruturas químicas, ainda se encontram
subclasses: flavonóis, flavonas, flavanonas, flavanóis, isoflavonas e antocianinas. As antocianinas por
sua vez, são pigmentos naturais, responsáveis por conferir uma coloração que varia do vermelho ao azul,
a frutas, flores e folhas, e por diversas bioatividades benéficas aos indivíduos. A juçara e a jabuticaba
são frutos da biodiversidade brasileira, nativos da Mata Atlântica e ricos em compostos fenólicos,
principalmente, em antocianinas. Os benefícios relacionados a esses compostos são condicionados ao
seu consumo frequente, sendo as frutas, então, a principal fonte de acesso. A extensa biodiversidade
brasileira de frutos nativos ricos em compostos bioativos, também representa um importante meio de
diversificação e crescimento econômico de países em desenvolvimento, como o caso do Brasil.

Palavras-chave: Juçara; Jaboticaba; Mata Atlântica.

1 Departamento de Biociências, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Santos, SP, Brasil. E-mail: anna.braga@
unifesp.br, danicarisa@hotmail.com
2 Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, Brasil. E-mail: anna.
braga@unifesp.br

29
1. Introdução
Os compostos fenólicos são metabólicos secundários das plantas (também chamados de
fitoquímicos), de considerável importância fisiológica e morfológica, e representam um dos grupos de
fitoquímicos de maior ocorrência na natureza (IGNAT; VOLF; POPA, 2011). São compostos bioativos
que nas plantas, de forma geral, estão relacionados com seu sistema de defesa, podendo atuar como
agentes repelentes contra insetos e pragas, atrativos para polinizadores, pigmentos, antioxidantes,
agentes protetores contra a luz UV, entre outros (NACZK; SHAHIDI, 2006; IGNAT; VOLF; POPA,
2011). Essas propriedades bioativas permitem que os fenólicos desempenhem um papel importante
no crescimento e na reprodução das plantas, proporcionando uma proteção eficiente contra patógenos
e predadores, além de contribuir para a pigmentação e outras características sensoriais de frutas e
vegetais (IGNAT; VOLF; POPA, 2011).

Evidências epidemiológicas sugerem que uma dieta rica em frutas e hortaliças (importantes
fontes de fitoquímicos) exercem efeitos benéficos à saúde humana, visto que os compostos bioativos,
incluindo os compostos fenólicos, apresentam importante capacidade antioxidante. Os estudos
ainda relatam que os compostos fenólicos também apresentam atividade antimutagênica e anti-
inflamatória, sendo associados à prevenção de desenvolvimento de diversas doenças degenerativas,
como aterosclerose, câncer, doenças inflamatórias, cardiovasculares e diabetes (KARAKAYA, 2004;
ALI ASGAR, 2013; RANGEL-HUERTA et al., 2015; AMBRIZ-PÉREZ et al., 2016).

Quando o estresse oxidativo ocorre devido a um desequilíbrio entre efeitos oxidantes e


antioxidantes, os radicais livres danificam profundamente as biomoléculas, e essa ação está relacionada
ao processo de envelhecimento e à ocorrência de várias condições, acarretando doenças crônicas
(MURADOR; MERCADANTE; DE ROSSO, 2016). A atividade antioxidante dos compostos
fenólicos está relacionada à sua capacidade de combater radicais livres, associada com a presença
de grupamentos hidroxila em suas estruturas (MURADOR; DA CUNHA; DE ROSSO, 2014). Os
grupos hidroxila e carboxila dos compostos fenólicos são responsáveis pela ligação e quelação
de íons metálicos, que por sua vez, podem estar associadas ao alto caráter nucleofílico dos ciclos
benzênicos. Esses compostos podem limitar a ação dos danos causados pelos radicais livres por meio
da interação com proteínas pró-oxidantes ou íons metálicos, eliminando diretamente radicais como
radical hidroxila, radical superóxido, peróxido de hidrogênio, oxigênio singlete dos radicais peroxil
e espécies reativas de oxigênio, através da transferência de átomos de hidrogênio ou elétrons únicos
para os radicais livres. Esses dois mecanismos são parâmetros físico-químicos básicos utilizados em
diversos métodos para avaliar a eficácia antioxidante dos polifenóis (CAPANOGLU et al., 2018).

Os polifenóis também têm uma capacidade potente de interagir com proteínas, incluindo
enzimas por meio de ligações não covalentes (KAMILOGLU et al., 2015, 2016). Eles atuam como
inibidores ou indutores de enzimas, especialmente inibidores de enzimas geradoras de espécies
reativas de oxigênio, como xantina oxidase, lipoxigenase e ciclooxigenase. Essa ação é afetada pelas
características de proteínas e polifenóis, más condições físico-químicas como pH, força iônica e tipo
de solvente também devem ser levadas em consideração.

Devido a todas as propriedades positivas associadas a esses compostos, nos últimos anos o
interesse pela investigação de formas de aproveitamento e aplicação desses compostos nas indústrias

30
farmacêuticas, de alimentos e de cosméticos vêm crescendo. Especificamente em relação à indústria
alimentícia, os compostos fenólicos vêm sendo utilizados em alimentos como antioxidantes e
quelantes para proteção contra oxidação lipídica em formas sintéticas ou naturais, além de serem
aplicados como pigmentos naturais, agentes nutricionais e aditivos (BRAGA et al., 2018a; GUO;
GIUSTI; KALETUNÇ, 2018).

2. Principais classes de compostos fenólicos


Os compostos fenólicos compreendem um grupo heterogêneo composto de uma grande
variedade de moléculas que apresentam pelo menos um anel aromático, no qual um ou mais grupos
hidroxilas são ligados às estruturas aromáticas ou alifáticas, podendo possuir também moléculas com
um anel fenol, como ácidos fenólicos e álcoois fenólicos (IGNAT; VOLF; POPA, 2011). Os fenólicos
podem ser agrupados em dois grandes grupos, os flavonoides e os não- flavonoides (AMBRIZ-PÉREZ
et al., 2016).

Os flavonoides são moléculas orgânicas de origem vegetal, são considerados fitonutrientes,


que promovem a saúde humana, e não podem ser sintetizados pelo organismo humano (AHMAD et
al., 2019). Compreendem o grupo de fenólicos mais comuns, amplamente distribuídos nos tecidos
das plantas, e juntamente com os carotenoides e clorofilas, são responsáveis pela coloração azul, roxa,
amarela, laranja e vermelha (KHODDAMI; WILKES; ROBERTS, 2013).

São compostos de baixo peso molecular, constituídos por quinze átomos de carbono,
dispostos em uma configuração C6-C3-C6. Essencialmente, a estrutura consiste em dois anéis
aromáticos, A e B, unidos por uma ponte de 3 carbonos, geralmente na forma de um anel
heterocíclico, C. O anel aromático A é derivado da via acetato/malonato, enquanto o anel B é
derivado da fenilalanina pela via do shiquimato (HABIB et al., 2014). Dependendo do grau de
hidrogenação e da substituição do anel C, eles podem ser subclassificados em: flavonóis, flavonas,
flavanonas, flavanóis (ou catequinas), isoflavonas e antocianidinas (Figura 1), das quais flavonas
e flavonóis são os de ocorrência mais ampla e estruturalmente diversa (IGNAT; VOLF; POPA,
2011). As substituições nos anéis A e B dão origem a diferentes compostos dentro de cada classe
de flavonoides, e podem incluir oxigenação, alquilação, glicosilação, acilação e sulfonação
(BALASUNDRAM; SUNDRAM; SAMMAN, 2006), sendo os glicosídeos, a forma mais comum
de ocorrência dos flavonóides na natureza.

Os flavonoides são antioxidantes especialmente importantes devido ao seu alto potencial


redox, o que lhes permite atuar como agentes redutores, doadores de hidrogênio e inibidores de
oxigênio singlete, além de apresentarem um potencial quelante de metal (TSAO; YANG, 2003).

31
Figura 1 - Estruturas gerais dos principais grupos de flavonoides

Fonte: Os autores

Em relação aos compostos fenólicos não-flavonoides, o ácido benzoico e o ácido cinâmico são
os dois compostos mais representativos dessa classe, e os mesmos são comumente conhecidos como
ácidos fenólicos (Figura 2) (AMBRIZ-PÉREZ et al., 2016). Os ácidos fenólicos representam uma das
outras principais classes de compostos fenólicos, constituindo cerca de um terço dos fenóis da nossa
dieta. Podem estar presentes nas plantas ligados a diversos componentes através de ligações éster, éter
ou acetal, ou mais raramente, na forma livre (ROBBINS, 2003).

A variação nos ácidos fenólicos está no número e na localização dos grupos hidroxila no
anel aromático (PEREIRA et al., 2009). Os derivados do ácido cinâmico incluem os ácidos:
ferúlico, cafeico, p-cumarico e sinápico, sendo compostos aromáticos com uma cadeia lateral de três
carbonos (C6-C3), enquanto os derivados do ácido benzóico consistem os ácidos: gálico, vanílico,
p-hidroxibenzóico, seringa e protocatecúico, e têm em comum a estrutura C6-C1 (IGNAT; VOLF;
POPA, 2011; KHODDAMI; WILKES; ROBERTS, 2013). A atividade antioxidante dos ácidos
fenólicos está relacionada ao número e posição dos grupos hidroxila na molécula (PEREIRA et al.,
2009).

32
Figura 2 - Estruturas dos principais compostos fenólicos não-flavonoides

Fonte: Os autores

Dentre os flavonoides, as antocianinas têm despertado um grande interesse por parte das
indústrias de alimentos, cosméticos e farmacêutica. O interesse no uso de antocianinas como pigmentos
naturais com alto valor agregado alternativamente aos pigmentos sintéticos tem aumentado nos últimos
anos, especialmente devido ao reconhecimento do potencial adverso para a saúde oriundo dos efeitos
do consumo de corantes sintéticos, bem como os efeitos benéficos associados ao consumo regular
deste pigmento natural (BRAGA et al., 2018a; ALIAÑO-GONZÁLEZ et al., 2020; GIACONIA et
al., 2020; RAMOS et al., 2020).

As antocianinas são pigmentos naturais, responsáveis por uma variedade de cores atrativas
das frutas, flores e folhas, que variam do vermelho ao azul. Esse pigmento encontra-se disperso nos
vacúolos celulares das células vegetais e desempenham papel importante no mecanismo de defesa
contra os radicais livres em conjunto com outros mecanismos de defesa, enzimas e fatores não
enzimáticos, como ácido ascórbico e o alfa tocoferol. Esse efeito consiste em interferir em sistemas
produtores diferentes de radicais livres (carreadores de radicais e óxido nítrico), mostra-se com efeito
positivo quando associada aos fatores antioxidantes não enzimáticos (ALIAÑO-GONZÁLEZ et al.,
2020).

Alguns estudos demonstram que plantas em situação de estresse hídrico, mecânico e


ambiental, ou mesmo por deficiência nutritiva, podem elevar a produção de antocianinas a fim de
aumentar a resposta antioxidante da planta. A estrutura básica das antocianinas é composta por
uma aglicona estereficada com um ou mais açúcares, os quais possuem habilidade de estabilizar a
molécula (DELGADO-VARGAS; JIMÉNEZ; PAREDES-LÓPEZ, 2000). As antocianinas diferem
na quantidade de grupos hidroxila e radicais metoxi, no número e nos sítios de ligação de açúcares,
bem como nos tipos e na quantia de ácidos aromáticos ou alifáticos ligados ao açúcar da molécula.
Existem diversos tipos de antocianinas e sua cor decorre da quantidade e do tipo dos substituintes
ligados à molécula (PAZMINO-DURÁN et al., 2001; GORDILLO et al., 2018; BRAGA et al.,
2019).

33
Devido a possibilidade de diversos substituintes ligados às agliconas, há mais de 600 tipos
de antocianinas já descobertas em plantas superiores, e muitas ainda continuam sendo isoladas. Sua
concentração em vegetais está relacionada com a maturidade da planta e até mesmo com a forma
de cultivo. A inserção de antocianinas em alimentos, cosméticos e produtos médicos é uma tarefa
desafiadora devido à baixa estabilidade destes pigmentos em certas condições de processamento e
armazenamento (YOUSUF et al., 2016).

Figura 3 - Representação do íon flavílio, estrutura básica das antocianinas

Fonte: Adaptado de Oliveira Filho et al. (2021)

As antocianinas são moléculas relativamente instáveis, sua estabilidade, bem como a


saturação e a tonalidade de sua cor estão fortemente relacionados com o substituinte na aglicona.
A degradação de antocianinas ocorre não apenas durante a extração do tecido vegetal, mas também
durante o processamento e armazenamento. Os principais fatores da degradação de antocianinas
estão relacionados com a concentração de oxigênio, temperatura e o pH, sendo que em condições
mais ácidas apresentam maior estabilidade. Enzimas degradantes e outras moléculas, açúcares e íons
metálicos assumem um papel menos importante na degradação. No geral, as estruturas que tornam as
antocianinas mais estáveis junto ao pH também estão relacionadas a maior estabilidade térmica, por
isso antocianidinas metiladas, glicosiladas ou aciladas são mais estáveis que as altamente hidroxiladas
(YOUSUF et al., 2016).

A degradação de antocianinas geralmente inicia-se pela perda de sua coloração, seguida da


manifestação da coloração amarelada e formação de produtos insolúveis (DELGADO-VARGAS;
JIMÉNEZ; PAREDES-LÓPEZ, 2000; TONG et al., 2020). O principal fator limitante no processamento
e utilização de antocianinas é a sua sensibilidade ao pH, pois afeta a sua cor e estabilidade química.
Alterações no pH podem ocasionar grandes mudanças nas cores, normalmente a intensidade decairá
com o aumento do pH (CAI et al., 2019).

Vários compostos atuam como copigmento de antocianinas, tais como alcaloides, flavonoides,
ácidos orgânicos e aminoácidos; juntos com outros compostos podem produzir um deslocamento no
comprimento máximo de absorção, produzindo intensificação da cor. Em meio aquosos, a instabilidade
da antocianina aumenta, porém na presença desses copigmentos ocorre o aumento da estabilidade,
pois o copigmento passa a competir com a água ao interagir com as antocianinas. Muitos fatores

34
como a temperatura, luz, pH, concentração de antocianinas e de copigmento influenciam na reação de
copigmentação (GORDILLO et al., 2018).

A temperatura é outro fator importante, causando degradação e alteração na qualidade de


sua coloração conforme uma solução de antocianinas é submetida a temperaturas maiores que a do
ambiente, 25ºC, sendo mais acentuada quando se aumenta o pH do meio. Sabe-se que a degradação
varia de acordo com o tipo de antocianina e a temperatura submetida: as antocianinas aciladas tendem
a ser mais estáveis do que as não aciladas frente à degradação térmica e as antocianinas na presença
de alguns metais, como alumínio e ferro, podem formar produtos insolúveis que apresentam mais
estabilidade frente à degradação térmica do que as antocianinas livres (DELGADO-VARGAS;
JIMÉNEZ; PAREDES-LÓPEZ, 2000).

A luz e outras formas de energia radiante também podem acelerar a degradação das antocianinas.
Em concentração elevada de açúcares, as antocianinas tendem a ser mais estáveis, enquanto em baixas
concentrações, favorece a degradação da molécula. Entretanto, os açúcares presentes em sua estrutura
as tornam facilmente degradáveis por microrganismos (MURADOR; DA CUNHA; DE ROSSO,
2014; BEGUM et al., 2016).

Os benefícios relacionados aos compostos fenólicos são condicionados ao seu consumo


frequente, nesse sentido, os frutos são fontes acessíveis de compostos bioativos e seu consumo é um
aliado poderoso na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. O Brasil possui uma extensa
biodiversidade compreendendo diversos biomas, incluindo a Mata Atlântica, no entanto, dados
oficiais da produção de frutas nativas brasileiras são limitados. Espécies frutíferas exóticas, pouco
conhecidas pelos consumidores, aumentam a perspectiva de produtos mais rentáveis que agregam
valor às matérias-primas local. Frutas nativas ou exóticas são definidas como produtos agrícolas
não tradicionais de uma região. Estes alimentos também atuam na diversificação e crescimento
econômico de países em desenvolvimento, que buscam alternativas agrícolas que atendam às
inovações mercadológicas e produtos mais saudáveis. Com isso, alguns frutos da biodiversidade
serão exemplificados como fontes de compostos fenólicos a seguir (ANGELO; JORGE, 2007;
CHISTÉ; MERCADANTE, 2012; CORREIA et al., 2012; COIMBRA; JORGE, 2013; SILVA et
al., 2014; CORRÊA et al., 2015).

3. Frutos da biodiversidade como fonte de compostos fenólicos


Existe um grande número de espécies de frutas nativas ainda pouco exploradas, em apenas
seus ambientes naturais, correndo o risco de serem perdidas. Tanto espécies exóticas, como as nativas,
poderiam ser mais bem avaliadas, se incluídas em bancos de germoplasma. Visto a necessidade e
importância dos frutos na saúde humana, é necessária a investigação da multiplicidade de produtos
agrícolas cujo conhecimento é limitado quanto a sua composição, produção e consumo. Assim,
frutas exóticas de uma determinada região, manifestada pela rica biodiversidade, poderão ampliar a
variedade, produtos e ingredientes no mercado para consumidores (SILVA et al., 2014; BIAZOTTO et
al., 2019). Dentre os frutos que apresentam altos teores de fenólicos, e especialmente de antocianinas,
destacam-se a juçara e a jabuticaba.

35
A juçara (Euterpe edulis Mart.) é uma palmeira típica da Mata Atlântica, com predominância
desde o sul da Bahia ao Rio Grande do Sul. Pelo fato de produzir um palmito de excelente qualidade,
a exploração extrativista contribuiu para o esgotamento da espécie em suas reservas naturais
(BRITO et al., 2007; BORGES et al., 2011). Além do palmito, produz frutos com propriedades
sensoriais e nutritivas similares às do açaí. A polpa de juçara pode ser considerada uma fonte de
compostos bioativos, principalmente no que se refere ao teor de compostos fenólicos, particularmente
antocianinas. Uma característica da juçara e de todos os palmiteiros é que a extração do seu palmito
implica na morte da planta por completo. O uso extrativista e muitas vezes clandestino do palmito
de juçara colocou a planta na lista de espécies ameaçadas de extinção e uma das formas de reverter
esta situação é estimular o consumo da polpa de juçara (INADA et al., 2015; BRAGA et al., 2018b).
A polpa da juçara tem um mercado interno e externo assegurado para se infiltrar. Sua matéria-prima
pode ser usada na confecção de sucos, bombons, sorvetes, cremes, entre outros. Porém, para que a
espécie garanta a sua regeneração e posterior conservação, as sementes obtidas do despolpamento dos
frutos para extração da polpa, devem ser replantadas (SILVA et al., 2014).

Laderoza e Baldini (1992) citam que o conteúdo de antocianinas dos frutos da palmeira juçara
é quatro vezes superior ao dos frutos do açaizeiro, sendo que os valores médios encontrados por
eles são, respectivamente, 1347 e 336 mg/100 g. Posteriormente, Brito et al. (2007) confirmaram o
estabelecido por Laderoza e Baldini (1992) e identificaram as antocianinas majoritárias encontradas
na juçara. São elas: cianidina 3-glicosídeo e a cianidina 3-rutinosídeo; bem como minoritárias:
cianidina 3-sambubiosídeo, pelargonidina 3-glucosídeo, cianidina 3-raminosídeo e pelargonidina
3-rutinosídeo.

A composição de bioativos da juçara pode ser bastante variada, como apontado no estudo
desenvolvido por Silva et al. (2014), em que os compostos fenólicos foram identificados e
caracterizados através do HPLC-DAD-ESI-MS/MS. Neste estudo foram identificados derivados
glicosilados do ácido gálico, apigenina, luteolina, apigenina, taxifolina e caempferol. O elevado teor
de compostos fenólicos (415 mg ácido gálico/100 g base úmida (b.u.)), majoritariamente de cianidina
3-rutinosídeo (179,6 mg C3R/100g b.u.) e cianidina 3-glucosídeo (47,93 mg C3G/100g b.u), foi o
principal destaque. Além disso, os mesmos autores também quantificaram os teores de carotenoides
(737,5 μg/100g b.u.), sendo a all-trans-luteína o carotenoide majoritário (292,7 μg/100 g b.u.). Em
outro estudo, a composição de fenólicos de juçara também foi determinada, sendo identificados os
ácidos benzóico, cafeíco, clorogênico, ferúlico, protocatecuíco, ρ-cumárico, siríngico, vanílico, além
dos flavonoides, quercetina e rutina (BORGES et al., 2011, 2016; BORGES et al., 2011).

Além dos trabalhos que abordam a composição de fenólicos desse fruto, vários estudos
relacionam seus teores de bioativos com potentes efeitos biológicos positivos. Cardoso et al. (2018)
publicaram um artigo atualizando os dados sobre as atividades biológicas relacionadas ao consumo
de juçara e os autores concluíram que a promoção de benefícios à saúde relacionados às frutas juçara
melhoraram a atividade antioxidante in vivo, demonstraram benefícios ao perfil lipídico e glicêmico
além da modulação do estado inflamatório em estudos experimentais em animais.

Braga et al. (2018b) estudaram a atividade antioxidante in vitro, as antocianinas e os fenólicos


da polpa de juçara in natura e fermentada, comprovando sua ação antioxidante tanto in natura quanto
após sofrer fermentação lática.

36
Alguns estudos publicados nos últimos anos também comprovam o potencial surpreendente
desse fruto da biodiversidade brasileira, demonstrando seu potencial para modular marcadores
epigenéticos em monócitos de obesos adultos, modificar positivamente a microbiota e combater
diabetes por controlar a glicemia (OYAMA et al., 2016; JAMAR et al., 2018; SANTAMARINA et
al., 2018).

A jabuticaba (Myrciaria cauliflora Mart.) é um fruto pertencente à família Myrtaceae, nativo


da Mata Atlântica e amplamente distribuído, principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil. Os
frutos da jabuticaba são redondos, com cerca de 2,0-3,0 cm de diâmetro, com pericarpo de coloração
que varia do vermelho púrpura ao preto, e polpa branca que apresenta um sabor doce agradável
e levemente ácido (WU et al., 2012). Semelhante a mirtilos, uvas e outras frutas de cor escura, a
jabuticaba é rica em compostos fenólicos, incluindo as antocianinas concentradas na sua casca que
conferem a coloração do fruto.

A jabuticaba é comumente consumida na sua forma in natura, mas também processada


na forma de sucos, geleias, vinhos e licores destilados. Durante a produção de geleias e produtos
fermentados, as cascas e sementes do fruto, que representam aproximadamente 50% da massa da
fruta, são consideradas resíduos e não são utilizadas posteriormente para outros fins produtivos
(MORALES et al., 2016). Porém, nos últimos anos, houve um maior interesse em se obter e estudar
os compostos bioativos presentes nesses resíduos de subprodutos do agronegócio, a fim de utilizá-
los como ingredientes funcionais de alimentos ou como nutracêuticos, que poderiam auxiliar na
prevenção de doenças degenerativas (MORALES et al., 2016).

Sabe-se que o teor de compostos bioativos em frutas e hortaliças pode variar de acordo
com a safra avaliada, devido às diferentes condições de plantio, incidência de radiação ultra-
violeta, temperatura etc, visto que estes são metabólitos secundários das plantas, e, portanto, as
quantificações desses compostos podem variar bastante. A casca da jabuticaba têm sido foco de
muitos estudos a respeito desse fruto, por conta da sua rica composição de bioativos, especialmente,
de antocianinas. Lima et al. (2011) encontraram na casca de duas variedades de jabuticaba (Paulista e
Sabará) aproximadamente 11,18-11,99 g/100 g de matéria seco (m.s.) de polifenóis, cerca de 362,0-
383,0 mg/100 g m.s. de antocianinas totais, e 246,28-298,23 mg/100 g m.s. de vitamina C. Já em
relação a esses teores no fruto como um todo, outros estudos mostraram que a jabuticaba apresenta
aproximadamente 460,9 mg/100 g de fruto fresco (f.f.) de fenólicos totais, e 315,0 mg/100 g f.f. de
antocianinas totais (WU et al., 2012).

Em relação à composição qualitativa dos compostos fenólicos da jabuticaba, uma revisão


sobre seus fitoquímicos mostrou que já foram identificados 32 polifenóis no fruto, incluindo ácidos
fenólicos, como ácido gálico, galotaninos, ácido elágico e derivados; flavonoides, como isoquercitrina,
quercimeritrina, quercitrina, miricitrina e quercitina; e antocianinas, cianidina 3-glucosídeo, delfinidina
3-glucosídeo e peonidina 3-glucosídeo (ABE; LAJOLO; GENOVESE, 2012). As antocianinas
são os principais constituintes das frutas frescas de jabuticaba, e atualmente, o principal composto
investigado e reportado pela literatura a respeito desse tema.

Esses compostos, em conjunto com outros fitoquímicos presentes, conferem à jabuticaba uma
excelente capacidade antioxidante in vitro para eliminar os radicais livres. Diferentes métodos de

37
avaliação de atividade antioxidante in vitro mostraram que extratos obtidos da jabuticaba apresentaram
valores de 62,0 mmol Trolox equivalente/kg (ABE et al., 2012), e IC50 (concentração que induz uma
resposta na metade entre a taxa inicial e a máxima após um tempo especificado de exposição) de 19.4
mg/mL pelo ensaio de DDPH (REYNERTSON et al., 2008), que são valores superiores à atividade
antioxidante de outros frutos da mesma família Myrtaceae. Além disso, alguns estudos demonstraram
que a jabuticaba exibe capacidade de elevar o colesterol HDL e o potencial antioxidante do plasma
sanguíneo, melhorar a resistência à insulina em estudos com animais e controlar o estresse oxidativo
em condições patológicas, o que pode contribuir para a prevenção de diversas doenças degenerativas
(MORALES et al., 2016).

4. Considerações finais
O consumo dos frutos da biodiversidade como fonte de compostos bioativos deve ser
estimulado em todas as esferas, desde dentro das comunidades com acesso aos mesmos, até no
ambiente acadêmico que pode direcionar novas formas de uso, consumo e aplicação, agregando valor
às espécies nativas, estimulando a agroecologia nos seus aspectos socioeconômicos e promovendo
saúde preventiva através da alimentação saudável.

38
REFERÊNCIAS
ABE, L. T.; LAJOLO, F. M.; GENOVESE, M. I. Potential dietary sources of ellagic acid and other antioxidants among
fruits consumed in Brazil: jabuticaba (Myrciaria jaboticaba (Vell.) Berg). In: Journal of the Science of Food and
Agriculture, v. 92, n. 8, 2012. p. 1679–1687. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/jsfa.5531>. Acesso em: 29 ago.
2021.

AHMAD, T.; BUSTAM, M. A.; IRFAN, M.; MONIRUZZAMAN, M.; ASGHAR, H. M. A.; BHATTACHARJEE, S.
Mechanistic investigation of phytochemicals involved in green synthesis of gold nanoparticles using aqueous Elaeis
guineensis leaves extract: Role of phenolic compounds and flavonoids. In: Biotechnology and Applied Biochemistry, v.
66, n. 4, 2019. p. 698–708. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/bab.1787>. Acesso em: 29 ago. 2021.

ALI ASGAR, M. Anti-Diabetic potential of phenolic compounds: a review. In: International Journal of Food Properties,
v. 16, n. 1, p. 91–103, 2 jan. 2013. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/10942912.2011.595864>. Acesso em: 29 ago.
2021.

ALIAÑO-GONZÁLEZ, M. J.; ESPADA-BELLIDO, E.; FERREIRO-GONZÁLEZ,M.; CARRERA, C.; PALMA,


M.; AYUSO, J.; ÁLVAREZ, J. A.; BARBERO, G. F. Extraction of anthocyanins and total phenolic compounds from
Açai (Euterpe oleracea Mart.) using an experimental design methodology. Part 2: ultrasound-assisted extraction. In:
Agronomy, v. 10, n. 3, 2020. Switzerlad: MDPI, 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.3390/agronomy10030326>.
Acesso em: 29 ago. 2021.

AMBRIZ-PÉREZ, D. L.; LEYVA-LÓPEZ, N.; GUTIERREZ-GRIJALVA, E. P.; HEREDIA, J. B. Phenolic compounds:


natural alternative in inflammation treatment. A review. In: Cogent Food & Agriculture, v. 2, n. 1, 2016. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1080/23311932.2015.1131412>. Acesso em: 29 ago. 2021.

ANGELO, P. M.; JORGE, N. Phenolic compounds in foods –a brief review. In: Revista do Instituto Adolfo Lutz,
v. 66, n. 1, 2007. p. 1–9. Disponível em: <http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0073-
98552007000100001&lng=es&nrm=iso&tlng=es>. Acesso em: 29 ago. 2021.

BALASUNDRAM, N.; SUNDRAM, K.; SAMMAN, S. Phenolic compounds in plants and agri-industrial by-products:
antioxidant activity, occurrence, and potential uses. In: Food Chemistry, v. 99, n. 1, 2006. p. 191–203. Disponível em:
<https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2005.07.042>. Acesso em: 29 ago. 2021.

BEGUM, H.; BEGUM, H.; YUSOFF, F. M.; BANERJEE, S.; KHATOON, H.; SHARIFF, M. Availability and utilization
of pigments from microalgae. In: Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v. 56, n. 13, 2016. p. 2209–2222.
Disponível em: <https://doi.org/10.1080/10408398.2013.764841>. Acesso em: 29 ago. 2021.

BIAZOTTO, K. R.; MESQUITA, L. M. S.; NEVES, B. V.; BRAGA, A. R. C.; TANGERINA, M. M. P.; VILEGAS,
W.; MERCADANTE, A. Z.; DE ROSSO, V. V. Brazilian biodiversity fruits: discovering bioactive compounds from
underexplored sources. In: Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 67, n. 7, 2019. p. 1860–1876. Disponível
em: <https://doi.org/10.1021/acs.jafc.8b05815>. Acesso em: 29 ago. 2021.

39
BORGES, G. D. S. C.; VIEIRA, F. G. K.; COPETTI, C.; GONZAGA, L. V.; FETT, R. Optimization of the extraction
of flavanols and anthocyanins from the fruit pulp of Euterpe edulis using the response surface methodology. In: Food
Research International, v. 44, n. 3, 2011. p. 708–715. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodres.2010.12.025>.
Acesso em: 29 ago. 2021.

BORGES, P. R. S.; TAVARES, E. G.; GUIMARÃES, I. C.; ROCHA, R. DE P.; ARAUJO, A. B. S.; NUNES, E. E.;
VILAS BOAS, E. V. DE B. Obtaining a protocol for extraction of phenolics from açaí fruit pulp through Plackett–Burman
design and response surface methodology. In: Food Chemistry, v. 210, 2016. p. 189–199. Disponível em: <https://doi.
org/10.1016/j.foodchem.2016.04.077>. Acesso em: 29 ago. 2021.

BRAGA, A. R. C.; MESQUITA, L. M. DE S.; MARTINS, P. L. G.; HABU, S.; DE ROSSO, V. V. Lactobacillus fermentation
of jussara pulp leads to the enzymatic conversion of anthocyanins increasing antioxidant activity. In: Journal of Food
Composition and Analysis, v. 69, jun. 2018. p. 162–170. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.jfca.2017.12.030>.
Acesso em: 29 ago. 2021.

BRAGA, A. R. C.; MURADOR, D. C.; MESQUITA, L. M. S; DE ROSSO, V. V. Bioavailability of anthocyanins: gaps


in knowledge, challenges and future research. In: Journal of Food Composition and Analysis, v. 68, 2018. p. 31–40.
Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.jfca.2017.07.031>. Acesso em: 29 ago. 2021.

BRAGA, M. B.; VEGGI, P. C.; CODOLO, M. C.; GIACONIA, M. A.; RODRIGUES, C. L.; BRAGA, A. R. C. Evaluation of
freeze-dried milk-blackberry pulp mixture: influence of adjuvants over the physical properties of the powder, anthocyanin
content and antioxidant activity. In: Food Research International, v. 125, 2019. p. 108557. Disponível em: <https://doi.
org/10.1016/j.foodres.2019.108557>. Acesso em: 30 ago. 2021.

BRITO, E. S. de; ARAÚJO, M. C. P. de; ALVES, R. E.; CARKEET, C.; CLEVIDENCE, B. A.; NOVOTNY, J. A.
Anthocyanins present in selected tropical fruits: acerola, jambolão, jussara, and guajiru. In: Journal of Agricultural and
Food Chemistry, v. 55, n. 23, 2007. p. 9389–9394. Disponível em: <https://doi.org/10.1021/jf0715020>. Acesso em: 5
set. 2021.

CAI, X.; DU, X.; CUI, D.; WANG, X.; YANG, Z.; ZHU, G. Improvement of stability of blueberry anthocyanins by
carboxymethyl starch/xanthan gum combinations microencapsulation. In: Food Hydrocolloids, v. 91, 2019. p. 238–245.
Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodhyd.2019.01.034>. Acesso em: 30 ago. 2021.

CAPANOGLU, E.; KAMILOGLU, S.; OZKAN, G.; APAK, R. Evaluation of antioxidant activity/capacity measurement
methods for food products. In: Measurement of Antioxidant Activity and Capacity: Recent Trends and Applications,
fev. 2018. p. 273-286. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1002/9781119135388.ch13>. Acesso em: 30 ago. 2021.

CARDOSO, A.; LIZ, S. de; RIEGER, D.; FARAH, A.; KUNRADI VIEIRA, F.; ASSIS, M. A.; DI PIETRO, P. An update
on the biological activities of Euterpe edulis (Juçara). In: Planta Medica, v. 84, n. 8, 2018. p. 487–499. Disponível em:
<https://doi.org/10.1055/s-0044-101624>. Acesso em: 30 ago. 2021.

CHISTÉ, R. C.; MERCADANTE, A. Z. Identification and quantification, by HPLC-DAD-MS/MS, of carotenoids and


phenolic compounds from the Amazonian fruit Caryocar villosum. In: Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.
60, n. 23, 2012. p. 5884–5892. Disponível em: <https://doi.org/10.1021/jf301904f>. Acesso em: 30 ago. 2021.

40
COIMBRA, M. C.; JORGE, N. Phenolic compounds, carotenoids, tocopherols and fatty acids present in oils extracted
from palm fruits. In: Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, v. 31, n. 2, 2013. p. 309–320.
Disponível em:

< http://dx.doi.org/10.5380/cep.v31i2.34854>. Acesso em: 30 ago. 2021.

CORRÊA, V. G.; TURECK, C.; LOCATELI, G.; PERALTA, R. M.; KOEHNLEIN, E. A. Estimate of consumption of
phenolic compounds by Brazilian population. In: Revista de Nutrição, v. 28, n. 2, 2015. p. 185–196. São Paulo: PUC-
Campinas, 2015. Disponível em: <//doi.org/10.1590/1415-52732015000200007>. Acesso em: 30 ago. 2021.

CORREIA, R. T.; BORGES, K. C.; MEDEIROS, M. F.; GENOVESE, M. I. Bioactive compounds and phenolic-linked
functionality of powdered tropical fruit residues. In: Food Science and Technology International, v. 18, n. 6, 2012. p.
539–547. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1415-52732015000200007>. Acesso em: 30 ago. 2021.

BORGES, G. S. C.; VIEIRA, F. G. K.; COPETTI, C.; GONZAGA, L. V.; ZAMBIAZI, R. C.; MANCINI FILHO, J.;
FETT, R. Chemical characterization, bioactive compounds, and antioxidant capacity of jussara (Euterpe edulis) fruit from
the Atlantic Forest in southern Brazil. In: Food Research International, v. 44, n. 7, 2011. p. 2128–2133. Disponível em:
<https://doi.org/10.1016/j.foodres.2010.12.006>. Acesso em: 30 ago. 2021.

DELGADO-VARGAS, F.; JIMÉNEZ, A. R.; PAREDES-LÓPEZ, O. Natural pigments: Carotenoids, anthocyanins, and
betalains — characteristics, biosynthesis, processing, and stability. In: Critical Reviews in Food Science and Nutrition,
v. 40, n. 3, 2000. p. 173–289. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/10408690091189257>. Acesso em: 30 ago. 2021.

GIACONIA, M. A.; RAMOS, S. DOS P.; PEREIRA, C. F.; LEMES, A. C.; DE ROSSO, V. V.; CAVALCANTE BRAGA,
A. R. Overcoming restrictions of bioactive compounds biological effects in food using nanometer-sized structures. In:
Food Hydrocolloids, v. 107, 2020. p. 105939. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodhyd.2020.105939>. Acesso
em: 30 ago. 2021.

GORDILLO, B.; SIGURDSON, G. T.; LAO, F.; GONZÁLEZ-MIRET, M. L.; HEREDIA, F. J.; GIUSTI, M. M. Assessment
of the color modulation and stability of naturally copigmented anthocyanin-grape colorants with different levels of
purification. In: Food Research International, v. 106, 2018. p. 791–799. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.
foodres.2018.01.057>. Acesso em: 30 ago. 2021.

GUO, J.; GIUSTI, M. M.; KALETUNÇ, G. Encapsulation of purple corn and blueberry extracts in alginate-pectin hydrogel
particles: impact of processing and storage parameters on encapsulation efficiency. In: Food Research International, v.
107, 2018. p. 414–422. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodres.2018.02.035>. Acesso em: 30 ago. 2021.

HABIB, H. M.; PLATAT, C.; MEUDEC, E.; CHEYNIER, V.; IBRAHIM, W. H. Polyphenolic compounds in date fruit
seed (Phoenix dactylifera): Characterisation and quantification by using UPLC-DAD-ESI-MS. In: Journal of the Science
of Food and Agriculture, v. 94, n. 6, 2014. p. 1084–1089. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/jsfa.6387>. Acesso
em: 30 ago. 2021.

IGNAT, I.; VOLF, I.; POPA, V. I. A critical review of methods for characterisation of polyphenolic compounds in fruits
and vegetables. In: Food Chemistry, v. 126, n. 4, 2011. p. 1821–1835. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.
foodchem.2010.12.026>. Acesso em: 30 ago. 2021.

41
INADA, K. O. P.; OLIVEIRA, A. A.; REVORÊDO, T. B.; MARTINS, A. B. N.; LACERDA, E. C. Q.; FREIRE, A.
S.; BRAZ, B. F.; SANTELLI, R. E.; TORRES, A. G.; PERRONE, D.; MONTEIRO, M. C. Screening of the chemical
composition and occurring antioxidants in jabuticaba (Myrciaria jaboticaba) and jussara (Euterpe edulis) fruits and
their fractions. In: Journal of Functional Foods, v. 17, 2015. p. 422–433. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.
jff.2015.06.002>. Acesso em: 30 ago. 2021.

JAMAR, G.; SANTAMARINA, A. B.; MENNITTI, L. V.; CESAR, H. de C.; OYAMA, L. M.; DE ROSSO, V. V.; PISANI,
L. P. Bifidobacterium spp. reshaping in the gut microbiota by low dose of juçara supplementation and hypothalamic insulin
resistance in Wistar rats. In: Journal of functional foods, v. 46, 2018. p. 212–219. Disponível em: <https://bv.fapesp.br/
en/publicacao/151169/bifidobacterium-spp-reshaping-in-the-gut-microbiota-by-low/>. Acesso em: 30 ago. 2021.

KAMILOGLU, S.; CAPANOGLU, E.; GROOTAERT, C.; VAN CAMP, J. Anthocyanin absorption and metabolism by
human intestinal Caco-2 cells -a review. In: International Journal of Molecular Sciences, v. 16, n. 9, 2015. p. 21555–
21574. Disponível em: <https://doi.org/10.3390/ijms160921555>. Acesso em: 1 set. 2021.

KAMILOGLU, S.; TOYDEMIR, G.; BOYACIOGLU, D.; BEEKWILDER, J.; HALL, R. D.; CAPANOGLU, E. A review on
the effect of drying on antioxidant potential of fruits and vegetables. In: Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v.
56, n. sup1., 2016. p. S110–S129. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/10408398.2015.1045969>. Acesso em: 1 set. 2021.

KARAKAYA, S. Bioavailability of Phenolic Compounds. In: Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v. 44, n.
6, 2004. p. 453–464. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/10408690490886683>. Acesso em: 1 set. 2021.

KHODDAMI, A.; WILKES, M.; ROBERTS, T. Techniques for analysis of plant phenolic compounds. In: Molecules,
v. 18, n. 2, 2013. p. 2328–2375. Disponível em: <https://doi.org/10.3390/molecules18022328>. Acesso em: 1 set. 2021.

LADEROZA, M.; BALDINI, V. L. S. Anthocyanins from fruits of acai (Euterpe oleracea, Mart) and jucara (Euterpe
edulis, Mart). In: Tropical Science, v. 32, n. 1, 1992. p. 41–46.

LIMA, A. DE J. B.; CORRÊA, A. D.; SACZK, A. A.; MARTINS, M. P.; CASTILHO, R. O. Anthocyanins, pigment
stability and antioxidant activity in jabuticaba [Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg]. In: Revista Brasileira de
Fruticultura, v. 33, n. 3, 2011. p. 877–887. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fruticultura, 2011. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0100-29452011000300023>. Acesso em: 1 set. 2021.

MORALES, P.; BARROS, L.; DIAS, M. I.; SANTOS-BUELGA, C.; FERREIRA, I. C. F. R.; RAMIREZ ASQUIERI, E.;
BERRIOS, J. D. J. Non-fermented and fermented jabuticaba (Myrciaria cauliflora Mart.) pomaces as valuable sources of
functional ingredients. In: Food Chemistry, v. 208, 2016. p. 220–227. Disponível em: <https://bibliotecadigital.ipb.pt/
bitstream/10198/13435/3/332.pdf>. Acesso em: 1 set. 2021.

MURADOR, D. C.; DA CUNHA, D. T.; DE ROSSO, V. V. Effects of cooking techniques on vegetable pigments: A meta-
analytic approach to carotenoid and anthocyanin levels. In: Food Research International, v. 65, n. PB, 2014. p. 177–183.
Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodres.2014.06.015>. Acesso em: 1 set. 2021.

MURADOR, D. C.; MERCADANTE, A. Z.; DE ROSSO, V. V. Cooking techniques improve the levels of bioactive
compounds and antioxidant activity in kale and red cabbage. In: Food Chemistry, v. 196, 2016. p. 1101–1107. Disponível
em: <https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2015.10.037>. Acesso em: 1 set. 2021.

42
NACZK, M.; SHAHIDI, F. Phenolics in cereals, fruits and vegetables: occurrence, extraction and analysis. In: Journal of
Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v. 41, n. 5, 2006. p. 1523–1542. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.
jpba.2006.04.002>. Acesso em:1 set. 2021.

OLIVEIRA FILHO, J. G.; BRAGA, A. R. C.; OLIVEIRA, B. R., GOMES, F. P.; MOREIRA, V. L.; PEREIRA, V. A. C.;
EGEA, M. B. The potential of anthocyanins in smart, active, and bioactive eco-friendly polymer-based films: A review. In:
Food Research International, v. 142, p. 110202, 2021. Disponível em: < https://doi.org/10.1016/j.foodres.2021.110202>.
Acesso em: 25 set. 2021.

OYAMA, L. M.; SILVA, F. P.; CARNIER, J.; MIRANDA, D. A. de.; SANTAMARINA, A. B.; RIBEIRO, E. B.;
NASCIMENTO, C. M. O. do; DE ROSSO, V. V. Juçara pulp supplementation improves glucose tolerance in mice. In:
Diabetology & Metabolic Syndrome, v. 8, 2016. p. 8. Disponível em: <https://doi.org/10.1186/s13098-015-0122-4>.
Acesso em: 1 set. 2021.

PAZMINO-DURÁN, E. A.; GIUSTI, M. M.; WROLSTAD, R. E.; GLÓRIA, M. B. A. Anthocyanins from banana bracts
(Musa X paradisiaca) as potential food colorants. In: Food Chemistry, v. 73, n. 3, 2001. p. 327–332. Disponível em:
<https://doi.org/10.1016/S0308-8146(00)00305-8>. Acesso em: 29 ago. 2021.

PEREIRA, D.; VALENTÃO, P.; PEREIRA, J.; ANDRADE, P. Phenolics: from chemistry to biology. In: Molecules, v. 14,
n. 6, 2009. p. 2202–2211. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.3390%2Fmolecules14062202>. Acesso em: 1 set. 2021.

RAMOS, S. dos P.; GIACONIA, M. A.; MARCO, J. T. do; PAIVA, R. S.; DE ROSSO, V. V.; LEMES, A. C.; EGEA,
M. B.; ASSIS, M.; MAZZO, T. M.; LONGO, E.; BRAGA, A. R. C. Development and characterization of electrospun
nanostructures using polyethylene oxide: potential means for incorporation of bioactive compounds. In: Colloids and
Interfaces, v. 4, n. 2, 2020. p. 14.

RANGEL-HUERTA, O.; PASTOR-VILLAESCUSA, B.; AGUILERA, C.; GIL, A. A systematic review of the efficacy
of bioactive compounds in cardiovascular disease: phenolic compounds. In: Nutrients, v. 7, n. 7, 2015. p. 5177–5216.
Disponível em: <https://doi.org/10.3390/nu7075177>. Acesso em: 1 set. 2021.

REYNERTSON, K. A.; YANG, H.; JIANG, B.; BASILE, M. J.; KENNELLY, E. J. Quantitative analysis of antiradical
phenolic constituents from fourteen edible Myrtaceae fruits. In: Food Chemistry, v. 109, n. 4, 2008. p. 883–890.
Disponível em: <https://dx.doi.org/10.1016%2Fj.foodchem.2008.01.021>. Acesso em: 1 set. 2021.

ROBBINS, R. J. Phenolic acids in foods: an overview of analytical methodology. In: Journal of Agricultural and Food
Chemistry, v. 51, n. 10, 2003. p. 2866–2887. Disponível em:

<https://doi.org/10.1021/jf026182t>. Acesso em: 1 set. 2021.

SANTAMARINA, A. B.; JAMAR, G.; MENNITTI, L. V.; CÉSAR, H. de C.; DE ROSSO, V. V.; VASCONCELOS, J. R.;
OYAMA, L. M.; PISANI, L. P. Supplementation of juçara berry (Euterpe edulis mart.) modulates epigenetic markers in
monocytes from obese adults: a double-blind randomized trial. In: Nutrients, v. 10, n. 12, 2018. p. 1899. Disponível em:

<https://dx.doi.org/10.3390%2Fnu10121899>. Acesso em: 1 set. 2021.

43
SILVA, N. A. da; RODRIGUES, E.; MERCADANTE, A. Z.; DE ROSSO, V. V. Phenolic compounds and carotenoids
from four fruits native from the brazilian atlantic forest. In: Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 62, n. 22,
2014. p. 5072–5084. Disponível em: <https://doi.org/10.1021/jf501211p>. Acesso em: 5 set. 2021.

TONG, Y.; DENG, H.; KONG, Y.; TAN, C.; CHEN, J.; WAN, M.; WANG, M.; YAN, T.; MENG, X.; LI, L. Stability and
structural characteristics of amylopectin nanoparticle-binding anthocyanins in Aronia melanocarpa. In: Food Chemistry,
v. 311, mai. 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2019.125687>. Acesso em: 5 set. 2021.

TSAO, R.; YANG, R. Optimization of a new mobile phase to know the complex and real polyphenolic composition:
towards a total phenolic index using high-performance liquid chromatography. In: Journal of Chromatography A, v.
1018, n. 1, 2003. p. 29–40. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.chroma.2003.08.034>. Acesso em: 5 set. 2021.

WU, S.-B.; DASTMALCHI, K.; LONG, C.; KENNELLY, E. J. Metabolite profiling of jaboticaba (Myrciaria cauliflora)
and other dark-colored fruit juices. In: Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 60, n. 30, 2012. p. 7513–7525.
Disponível em: <https://doi.org/10.1021/jf301888y>. Acesso em: 5 set. 2021.

YOUSUF, B.; GUL, K.; WANI, A. A.; SINGH, P. Health benefits of anthocyanins and their encapsulation for potential
use in food systems: a review. In: Critical reviews in Food Science and Nutrition, v. 56, n. 13, 2016. p. 2223–2230.
Disponível em: <https://doi.org/10.1080/10408398.2013.805316>. Acesso em: 5 set. 2021.

44
45
46
CAPÍTULO 3

MICROALGAS COMO FONTES DE


PIGMENTOS NATURAIS PARA
APLICAÇÃO INDUSTRIAL

Ailton Cesar Lemes1


Daiane Felix Reis2
Joana da Costa Ores2
Anna Rafaela Cavalcante Braga3,4

Resumo
Os consumidores buscam cada vez mais a adoção de práticas que estimulem os aspectos
relacionados à saúde. Como alternativa aos pigmentos sintéticos, os naturais produzidos por microalgas
oferecem caminhos promissores para várias aplicações, devido à sua melhor biodegradabilidade,
maior compatibilidade com o meio ambiente e menores efeitos adversos à saúde. Neste sentido, grande
foco tem sido dado ao potencial biotecnológico das microalgas, grupo de organismos unicelulares ou
também chamados de fitoplâncton que podem ser categorizados por várias características morfológicas
e dar origem a diversos compostos de interesse. Diversas substâncias sintetizadas por estes organismos
já foram identificadas, principalmente diversos pigmentos com potencial de aplicação, destacando-
se a produção de carotenoides (laranja, amarela e vermelha), clorofilas (verde) e as ficobiliproteínas
(vermelha (ficoeritrina) e ficocianina e aloficocianina (azul), que além do potencial colorífico,
desempenham diversas outras propriedades bioativas com impactos positivos ao alimento adicionado
e, também, à saúde humana.

Palavras-chave: Carotenoides; Ficobiliproteínas; Clorofila; Bioprocessos.

1 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Escola de Química, Departamento de Engenharia Bioquímica, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: ailtonlemes@eq.ufrj.br
2 Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Escola de Química, Campus Carreiros, Rio Grande, RS, Brasil. E-mail:
joanaores@gmail.com, daiane.felixreis@gmail.com
3 Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Departamento de Biociências, Santos, SP, Brasil. E-mail: anna.braga@
unifesp.br
4 Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Departamento de Engenharia Química, Diadema, SP, Brasil.

47
1. Introdução
O uso dos corantes pela indústria de alimentos e bebidas é uma estratégia amplamente
utilizada como forma de conferir maior atratividade e maior aceitabilidade dos produtos direcionados
a determinados grupos de consumidores. Além disso, os corantes apresentam a função de compensar
a perda da coloração naturalmente presente nos alimentos durante o processamento industrial e na
estocagem, conferir identidade de determinados produtos, uniformizar ou intensificar a cor, conferir
coloração a alimentos originalmente incolores, entre outras propriedades (ABEROUMAND, 2011;
MARTINS et al., 2016).

Apesar de serem amplamente utilizados, há uma busca constante por corantes que sejam
seguros e, principalmente, obtidos de fontes naturais (MANSOUR, 2018), pois diversas evidências
têm associado sua utilização a um menor risco à saúde. Neste mesmo sentido, há também uma
crescente demanda por parte dos consumidores que, cada vez mais, estão preocupados com os
aspectos corporais e de manutenção da saúde através de alimentação adequada. O apelo dos corantes
naturais ganha maior atenção neste momento, uma vez que já existem diversas associações negativas
aos corantes sintéticos, entre elas o potencial carcinogênico, algumas reações de hipersensibilidade,
problemas comportamentais e, ainda, ineficácia ou ausência de testes adequados para verificação de
sua segurança (POTERA, 2010).

Neste sentido, grande interesse tem sido focado no potencial biotecnológico das microalgas
para produção de diversas substâncias sintetizadas por estes organismos, em especial os pigmentos
naturais como os carotenoides, clorofilas e as ficobiliproteínas (GUEDES; AMARO; MALCATA,
2011; HOSIKIAN et al., 2010; MORAES; BURKERT; KALIL, 2010), as quais podem ser empregadas
especialmente no desenvolvimento de alimentos, por suas propriedades coloríferas, nutricionais e
farmacêuticas.

A clorofila é um dos compostos que podem ser extraídos da biomassa de microalgas, ela absorve
seletivamente a luz nas regiões vermelha e azul e, portanto, emite uma coloração verde. É usada como
um corante alimentar natural e possui, ainda, propriedades antioxidantes e antimutagênicas (HOSIKIAN
et al., 2010). Os carotenoides são um dos três grupos importantes de pigmentos naturais presentes em
microalgas, além das clorofilas e ficobiliproteínas. Eles são responsáveis pelas cores amarela, laranja e
vermelho (LORENZ; CYSEWSKI, 2000) e são, ainda, usados em inúmeras aplicações farmacêuticas e
nutracêuticas, devido às suas propriedades antioxidantes, entre outras. As ficobiliproteínas, por sua vez,
são complexos pigmento-proteína, hidrossolúveis, envolvidas na captação de luz, covalentemente ligadas
com grupos cromóforos e muito fluorescentes (ABALDE et al., 1998). As principais ficobiliproteínas são
a ficocianina, aloficocianina e ficoeritrina, as quais apresentam coloração azul escuro, azul esverdeada e
vermelho rosada, respectivamente (VISKARI; COLYER, 2002).

As microalgas apresentam-se como fonte potencial para obtenção desses pigmentos, devido,
principalmente, à ampla diversidade de espécies, modos e reatores disponíveis para o cultivo. Além
disso, apresentam diversas outras aplicações devido à capacidade de produção de um elevado número
de compostos que podem ser sintetizados de maneira conjunta por estes organismos. Outra vantagem
da utilização das microalgas para obtenção desses pigmentos naturais de interesse industrial está no
fato de que a biomassa resultante do processo de extração pode, também, ser utilizada para outros

48
fins, como a produção de ração animal (CHISTI, 2008) e obtenção de compostos de maior valor
agregado (EJIKE et al., 2017), contribuindo com a economia circular para o desenvolvimento de
produtos variados e, também, com a menor produção de resíduos durante seu processamento.

2. Microalgas
As microalgas pertencem a um grupo heterogêneo de organismos predominantemente aquáticos
e, geralmente, microscópicos unicelulares, que podem formar colônias, com pouca ou nenhuma
diferenciação celular. São caracterizadas pela presença de pigmentos, responsáveis por coloração
variada e por terem mecanismo autotrófico (OHSE et al., 2008). O termo microalgas pode ser usado
para definir todos os microrganismos fotossintetizantes unicelulares, compreendendo nesta definição
os procarióticos (cianobactérias) e os eucarióticos (algas verdes, diatomáceas, entre outros) (LI et al.,
2008). As microalgas apresentam elevadas taxas de crescimento e de eficiência fotossintética, o que
é associado à sua simples estrutura celular, sendo estimado uma produtividade até 50 vezes maior da
biomassa das microalgas em comparação com as plantas terrestres mais eficientes (DERNER et al.,
2006; SCHMITZ; MAGRO; COLLA, 2012).

Diversos mecanismos têm sido utilizados na tentativa de classificar esses organismos com
características tão variadas. Tradicionalmente, e associadas a técnicas de biologia molecular, tem-
se utilizado uma classificação baseada nos tipos de pigmentos produzidos, na natureza química dos
produtos de reserva e constituintes da parede, além de aspectos morfológicos e citológicos, tais como
a verificação de células flageladas, estruturas dos flagelos, mecanismo de formação do núcleo e da
divisão celular, presença e a caracterização de envoltório dos cloroplastos e, ainda, a possível ligação
entre o retículo endoplasmático e a membrana nuclear (METTING, 1996).

A Tabela 1 apresenta os grandes grupos de algas (divisões ou filos) e suas respectivas


características.

Tabela 1 - Características morfológicas, químicas e reprodutivas fundamentais dos principais grupos modernos de algas

Principais
Divisão/grupo pigmentos Produto de reserva Cobertura celular
fotossintéticos
Clorofila a*, Grânulos de
Choroxybacteria ficocianina, cianoficina, amido
Peptoglicano
(= Cyanophyta) aloficocianina, das cianofíceas
β-caroteno, xantofilas (glicogênio)
Clorofila a, clorofila
Glicanos β1-3
Chlorarachniophyta b, β-caroteno, Presente**
hidrossolúveis
xantofilas
Clorofila a,
ficocianina,
Glaucophyta aloficocianina, Amido Celulose (parte das espécies)
ficoeritrina,
β-caroteno, xantofilas

49
Clorofila a e b, Película formada por bandas
Euglenophyta β-caroteno, outros Paramilo proteináceas espiraladas
carotenos, xantofilas situada sob a MP#
Clorofila a e
c, ficocianina, Periplasto composto de
Crytophyta ficoeritrina, Amido placas proteináceas e/ou
aloficocianina, α-e escamas associado à MP#
β-caroteno, xantofilas
Prymnesiophyta Células nuas ou recobertas
Clorofila a e c,
Crisolaminarina com escamas de CaCO3
(= Haptophyta) β-caroteno, xantofilas
(cocolitoforídeos)
Fonte: Adaptado de Lourenço (2006)
*Há pelo menos uma cianobactéria dotada de clorofila d: Acaryocholris marina.
**A maioria das espécies alterna fases ameboides (sem parede celular) com outras cocoides, cuja composição química da parede
celular é desconhecida.
# Membrana plasmática.

As microalgas são encontradas, principalmente, em água doce, meio marinho e, também, no


solo, com relatos de que possam existir até alguns milhões de organismos dentro deste grupo. Tal
diversidade se reflete, também, na composição bioquímica e, desta forma, as microalgas apresentam a
capacidade de produzirem uma quantidade ilimitada de produtos de interesse para aplicação industrial
(DERNER et al., 2006; PULZ; GROSS, 2004).

Outra funcionalidade importante relatada às microalgas está no fato de apresentarem a


capacidade de promoverem a absorção biológica do dióxido de carbono (CO2) atmosférico nos
oceanos, sendo que uma parte do CO2 absorvido é transferido para o fundo oceânico em um processo
que, juntamente com a difusão direta do CO2 para a água, impede um acúmulo ainda maior dos gases
do efeito estufa (BORGES et al., 2007).

É importante destacar que águas salobra e/ou salgada podem ser aplicadas no cultivo apropriado
das microalgas, o que preserva a água doce exclusivamente para o consumo humano e, ainda para
as práticas agrícolas necessárias. Adicionalmente, esses organismos possuem elevada tolerância a
fatores ambientais extremos, o que permite seu cultivo em pequenos espaços e, também, em regiões
com características inapropriadas às atividades agrícolas convencionais e necessárias à sobrevivência
humana (BORGES et al., 2007; KURANO et al., 1995).

As microalgas vêm desde muito tempo sendo consideradas um recurso biológico potencial,
representando uma das fontes mais promissoras para novos produtos e aplicações (PULZ; GROSS,
2004). Entre as utilizações mais simples estão sua aplicação na alimentação humana e animal
(SPOLAORE et al., 2006), devido à sua composição química equilibrada. Além disso, podem ser
cultivadas como fonte de moléculas de elevado valor agregado, que incluem desde ácidos graxos
poli-insaturados, pigmentos, antioxidantes, produtos farmacêuticos, até outros compostos com
propriedades biológicas ativas (COÊLHO et al., 2019). Além disso, a aplicação de biomassa e/ou dos
metabolitos sintetizados durante seu cultivo é uma abordagem interessante e permanece, ainda, como
ferramenta para o desenvolvimento de produtos alimentares mais saudáveis.

50
As principais microalgas cultivadas comercialmente são a Spirulina sp. e Chlorella sp.
Para a adição em alimentos naturais, usa-se Dunaliella salina para a obtenção de betacaroteno e
Haematococcus pluvialis para a obtenção de astaxantina. Todas possuem uma quantidade alta de
proteína, fator determinante para o alto valor nutricional da microalga (SPOLAORE et al., 2006).
A Tabela 2 apresenta alguns exemplos de produtos obtidos a partir de microalgas, sendo que alguns
deles são produtos de elevado valor comercial.

Tabela 2 - Produtos de interesse obtidos a partir de microalgas e suas respectivas aplicações

Produto Microalga Aplicação

Alimento funcional (Spirulina) Spirulina platensis Suplemento nutricional

Alimento funcional (Chlorella) Chlorella spp. Suplemento nutricional

Alimento funcional
Dunaliella salina Suplemento nutricional
(Dunaliella)

Alimento animal Scenedesmus obliqqus Alimentação animal

Haematococcus pluvialis,
Astaxantina Alimentação de peixes
Chlorella

Ácido linoleico Chlorella Aditivo alimentar

Ácido linolênico Chlorella, Spirulina Aditivo alimentar

Ácido γ-linolênico Spirulina Aditivo alimentar

Phaeodactylum, Porphyridium Uso médico, suplemento


Ácido eicosapentóico
cruentum, Chlorella nutricional, cosméticos

Uso médico, suplemento


Ácido docosahexaenóico Amphiridium
nutricional, cosméticos

Uso médico, suplemento


Ácido araquidônico Porphyridium cruentum
nutricional, cosméticos

Fonte: Adaptado de Derner et al. (2006) e Spolaore et al. (2006)

Além dos usos destacados para suplementação alimentar e a aplicação em cosméticos, as


microalgas, ou seus componentes, são empregadas na aquicultura como fonte primária de alimento
para larvas, juvenis e até de adultos de moluscos, crustáceos e peixes, bem como do zooplâncton,
usado como alimento para crustáceos e peixes. Além disso, proporciona a melhoria da qualidade
da água, pela absorção de produtos nitrogenados tóxicos, em especial amônia e nitrito, e combate
bactérias patogênicas pela produção de substâncias antibióticas (BORGES et al., 2007).

51
3. Cultivo de microalgas
As condições de cultivos aplicadas às microalgas podem ter relação direta com a cinética
de crescimento, assim como com a composição das microalgas (CHEN et al., 2013) e influenciar a
obtenção e diversidade dos componentes produzidos. As microalgas podem assumir metabolismos
diversos (por exemplo, autotrófico, heterotrófico, mixotrófico e fotoheterotrófico), sendo capazes
de realizar deslocamentos metabólicos como resposta a alterações das condições ambientais
(MATA; MARTINS; CAETANO, 2010) visando preservar sua viabilidade e condições mínimas de
sobrevivência. A diferença entre cada cultivo está fundamentada na fonte de carbono utilizada e no
emprego ou não de energia luminosa. A Tabela 3 apresenta resumidamente as principais características
destes tipos de cultivo.

Os cultivos autotróficos são caracterizados pelo emprego de luz como fonte exclusiva
de energia, promovendo a fixação do CO2 e a liberação de oxigênio (O2). Neste tipo de cultivo a
incidência de contaminação é menor quando comparado aos demais cultivos. Já nos heterotróficos,
não há utilização de luz, mas há o emprego de compostos orgânicos como fonte de carbono para a
biossíntese e energia (CHEN et al., 2011).

Já no cultivo mixotrófico é utilizado, simultaneamente, uma fonte luminosa e um substrato


orgânico e inorgânico como fonte de carbono. Isso significa que a microalga é capaz de viver sob
condições autotróficas ou heterotróficas, ou ambas. A microalga assimila compostos orgânicos e
CO2 como fonte de carbono, e o CO2 liberado pela alga através da respiração será utilizado sob
condições autotróficas (MATA; MARTINS; CAETANO, 2010). Quando a microalga necessita de
energia luminosa para utilizar compostos orgânicos como fonte de carbono, o cultivo é chamado de
fotoheterotrófico (CHEN et al., 2011).

Tabela 3 - Principais características dos diferentes tipos de cultivo utilizados na produção de microalgas

Fonte de Fonte de Densidade Problemas associados ao


Condições de cultivo
energia carbono celular aumento de escala

Fotoautotrófico
Luz Inorgânica Baixa Baixa densidade celular
(Autotrófico)

Contaminação e alto custo


Heterotrófico Orgânica Orgânica Alta
do substrato

Luz e Inorgânica e Contaminação, alto custo do


Mixotrófico Média
orgânica orgânica substrato e de equipamento

Contaminação, alto custo do


Fotoheterotrófico Luz Orgânica Média
substrato e de equipamento

Fonte: Chen et al., 2011

52
Apesar de promover o aumento da concentração da biomassa e, consequentemente, aumento
de produtividade em cultivos heterotróficos, o mesmo possui aplicação industrial reduzida, uma vez
que apresenta como desvantagens uma maior contaminação, limitado número de espécies disponíveis,
inibição do crescimento em substratos com baixas concentrações de compostos orgânicos e, ainda,
incapacidade de produzir produtos induzidos pela presença de luz, como pigmentos (CERÓN-GARCÍ
et al., 2000). Já os cultivos mixotróficos apresentam elevada produção de clorofilas, carotenoides e
ácidos graxos, quando comparados aos cultivos autotróficos (CERÓN-GARCÍ et al., 2000).

Esses microrganismos fotossintéticos podem ser cultivados em sistemas de fotobiorreatores


abertos ou fechados, os quais apresentam diversas particularidades, que devem ser consideradas na
escolha do sistema de cultivo (Figura 1).

Figura 1 - Particularidades dos diferentes sistemas de cultivo disponíveis para produção de microalgas

Fonte: Os autores

Os sistemas fechados são caracterizados por elevadas eficiências fotossintéticas associados a


um preciso controle das variáveis operacionais, com destaque para um menor risco de contaminação e
minimização das perdas de água por evaporação, que são muito significantes em sistemas abertos. Por
outro lado, a construção dos sistemas fechados possui custo mais elevado, uma vez que necessitam
de materiais transparentes, são mais complexos operacionalmente e são de difícil escalonamento. A
razão entre o volume por unidade de área é outro critério a ser considerado na escolha dos sistemas,
uma vez que a implementação de sistemas abertos requer grandes áreas disponíveis para elevados
volumes reacionais (BOROWITZKA, 1999).

Assim como qualquer outro microrganismo, as microalgas reagem às variações do meio


exterior com alterações do seu meio intracelular. Algumas microalgas vivem em habitats complexos
submetidos a extremas condições, como por exemplo, alterações de temperatura, nutrientes, pH e

53
radiação, portanto, devem adaptar-se rapidamente às novas condições ambientais para sobreviver,
produzindo uma variedade de metabólicos secundários (compostos biologicamente ativos), que não
são encontrados em outros organismos (JAIME et al., 2010).

No ambiente natural, assim como nos cultivos, o crescimento de uma população microalgal
é resultado da interação entre os fatores biológicos, físicos e químicos. Os fatores biológicos estão
relacionados às próprias taxas metabólicas da espécie cultivada, bem como a possível influência
de outros organismos sobre o desenvolvimento algal. Quanto aos fatores físico-químicos, são
principalmente reportados estudos sobre iluminação, temperatura, salinidade e disponibilidade de
nutrientes (DERNER et al., 2006).

O dióxido de carbono (CO2) é a fonte de carbono para o crescimento fotossintético e autotrófico


de algas. O carbono é o elemento necessário em maiores concentrações para algas. Sua elevada
demanda decorre do fato de que o carbono constitui como componente mais importante de todas as
substâncias orgânicas sintetizadas pelas células. O nitrogênio é um dos principais macroelementos
para o desenvolvimento microalgal, constituindo as proteínas, ácidos nucleicos e pigmentos
fotossintetizantes. Desta forma, quando o suprimento de nitrogênio é abundante, verifica-se uma
tendência no aumento das concentrações de proteínas e clorofila (LOURENÇO, 2006).

A temperatura é, talvez, um dos mais importantes fatores ambientais que influenciam a taxa de
crescimento das algas, o tamanho da célula, composição bioquímica e exigências nutricionais. Outro
fator importante, também, para o cultivo de algas é o pH, uma vez que ele determina a solubilidade
e disponibilidade de CO2 e de nutrientes essenciais, possuindo um impacto significativo sobre o
metabolismo das algas. Devido à absorção de carbono inorgânico pelas algas, o pH pode subir
significativamente durante o cultivo (JUNELA; CEBALLOS; MURTHY, 2013).

Na produção de microalgas, o conhecimento das mesmas é muito importante para obtenção


das melhores condições de processo como o pH, temperatura, concentração de nutrientes, entre outros
(HENRARD, 2009). As condições de cultivo influenciam consideravelmente a composição das
microalgas, sendo importante seu estudo, a fim de maximizar os bioprodutos alvos. Além disso, um
dos aspectos fundamentais para o cultivo adequado de microalgas é o conhecimento dos nutrientes
necessários a seu desenvolvimento. Todos os meios de cultura devem contemplar as necessidades
nutricionais das microalgas (LOURENÇO, 2006). A manipulação adequada das condições de
crescimento das microalgas pode favorecer a produção de elevadas concentrações dos pigmentos de
interesse à indústria.

Neste sentido, visando atender a demanda de mercado consumidor por produtos mais saudáveis
e, ainda, visando a substituição de pigmentos sintéticos, as microalgas são alternativas extremamente
viáveis devido às vantagens de produção apresentadas anteriormente, permitindo de maneira facilitada
e controlada o estabelecimento de processos adequados para a produção de diversos pigmentos de
interesse industrial.

Dos pigmentos existentes em microalgas os carotenoides, as clorofilas e as ficobiliproteínas


destacam-se e têm sido os mais explorados comercialmente e empregados na indústria de alimentos
e bebidas.

54
4. Obtenção de pigmentos através do cultivo de microalgas
Diferentes pigmentos de interesse industrial podem ser sintetizados pelas microalgas a
partir da adoção de condições específicas de cultivo, sistemas de produção e seleção adequada da
microalga. Quando produzidas, há a necessidade da utilização de diferentes métodos para extração
do pigmento de interesse, ou ainda, algum outro componente, os quais podem depender da força
física da parede celular do organismo, localização dentro da célula, estabilidade e do uso desejado
para o composto de interesse (FARKADE; HARRISON; PANDIT, 2005). Neste sentido, diversos
tratamentos podem ser empregados, pode-se fazer uso de pressão osmótica, condições abrasivas,
tratamento químico, tratamento enzimático, secagem, congelamento-descongelamento e tratamento
ultrassônico, dentre outros métodos (MORAES; BURKERT; KALIL, 2010). Estes processos são
seguidos, posteriormente, de etapas de fracionamento para separar os pigmentos e derivados.

Os principais pigmentos que podem ser obtidos a partir das microalgas e que despertam enorme
interesse devido às propriedades para aplicação em larga escala são as clorofilas, carotenoides, e
ficobiliproteínas e, por isso, são apresentados com maiores detalhes a seguir.

4.1 Ficobiliproteínas

Ficobiliproteínas são complexos pigmento-proteína, hidrossolúveis, envolvidos na captação de


luz, covalentemente ligadas com grupos cromóforos e muito fluorescentes, encontradas em cianobactérias
(algas verdes-azuis), em uma classe de algas eucarióticas (Criptomonados) e em rodófitas (algas vermelhas)
(ABALDE et al., 1998). A maior parte da energia luminosa usada por alguns organismos fotossintéticos
é obtida por pigmentos acessórios, como as ficobiliproteínas, porque a clorofila absorve energia luminosa
somente em uma região limitada do espectro solar (REIS et al., 1998). As ficobiliproteínas podem
representar mais de 60% do conteúdo de proteínas solúveis (VISKARI; COLYER, 2003).

De acordo com a presença de diferentes grupos cromóforos, as ficobiliproteínas são


classificadas em quatro grupos (DUCRET et al., 1998; SUN; WANG, 2003): ficoeritrinas (FE; λmáx
= 490 – 570 nm), ficocianinas (FC; λmáx = 590 – 652 nm), ficoeritrocianinas (FEC; λmáx = 560 –
600 nm) e aloficocianina (AFC; λmáx = 650 – 665). As principais ficobiliproteínas são ficocianina,
aloficocianina e ficoeritrina. Quanto à coloração, as ficoeritrinas aparecem com coloração vermelho
rosada, as ficocianinas possuem coloração azul escuro e as aloficocianina possuem coloração azul
esverdeada (VISKARI; COLYER, 2002).

Em cianobactérias a ficocianina está presente em maior proporção, e nas algas vermelhas


a ficoeritrina, enquanto o conteúdo da aloficocianina é muito menor em ambas as espécies (SU
et al., 2010). Estão localizadas dentro de estruturas subcelulares de cianobactérias chamadas de
ficobilissomos, onde se encontram organizadas de modo a maximizar a transferência ressonante
de energia por fluorescência. Essa transferência ocorre da ficoeritrina para a ficocianina, desta para
a aloficocianina e finalmente da aloficocianina para o centro de reação fotossintético (clorofila a)
(VISKARI; COLYER, 2002).

O grande interesse nestas biomoléculas está na aplicação como corantes naturais. Quando
purificadas, as ficobiliproteínas podem ser aplicadas como corante em alimentos (C-ficocianina) e

55
cosméticos (C-ficocianina e R-ficoeritrina). A C-ficocianina oriunda de Spirulina é utilizada como
corante natural em goma de mascar, produtos lácteos e geleias (SEKAR; CHANDRAMOHAN,
2008).

Espécies do gênero Spirulina são fontes não dispendiosas de ficobiliproteínas (MINKOVA


et al., 2003), além de possuir certificado GRAS (Generally Recognized as Safe) do FDA (Food and
Drug Administration), permitindo seu uso em alimentos.

Em sua forma purificada, a C-ficocianina (C-FC) possui, também, atividade antioxidante contra
radicais hidroxil (ESTRADA; BESCÓS; FRESNO, 2001), radicais peróxidos (BHAT; MADYASTHA,
2000) e radicais DPPH (GANTAR et al., 2012), e tem sido utilizada como agente antitumoral e anti-
inflamatório (REDDY et al., 2003), pela sua capacidade hepatoprotetora (NAGARAJ et al., 2012) e
pelo potencial contra diabetes (OU et al., 2013) e hipertensão (ICHIMURA et al., 2013).

Por ser um pigmento azul natural, a C-ficocianina vem atraindo interesse comercial devido
às suas aplicações como corante em bebidas energéticas, refrescos, confeitos, doces e cosméticos
(MISHRA et al., 2010). Ela é comercializada em relação a sua pureza após as etapas de extração
e purificação aplicadas, sendo mensurada através da razão entre a absorvância do cromóforo da
C-ficocianina (620 nm) e das proteínas totais (280 nm). Neste sentido, pode-se destacar que extratos
com pureza superior ou igual a 0,7 indica C-FC para aplicação alimentar, enquanto uma pureza
igual ou superior a 4,0 é indicada como aplicação de grau analítico (RITO-PALOMARES; NUÑEZ;
AMADOR, 2001). Sendo assim, sua pureza tem influência direta sobre o seu valor de comercialização,
aumentando consideravelmente juntamente com o aumento do seu grau de pureza e, também, as
possíveis aplicações.

Já a aloficocianina é amplamente utilizada em técnicas bioquímicas como marcador fluorescente.


Além disso, vários estudos têm relatado que a aloficocianina possui propriedade hepatoprotetora,
antioxidante, de eliminação de radicais, antiartrítica, propriedades anti-inflamatórias (REDDY et al.,
2003; ROMAY et al., 1998) e atividade anti-enterovirus (SHIH et al., 2003). Apesar de sua ampla
aplicação, a aloficocianina continua a ser a ficobiliproteína menos estudada devido ao seu baixo
rendimento e à falta de métodos eficazes de purificação (FAN et al., 2012). Estudos de purificação de
ficobiliproteínas geralmente focam na obtenção de ficoeritrina ou ficocianina, que estão presentes em
maior quantidade em cianobactérias ou algas vermelhas (SU et al., 2010). Uma forma de melhorar o
baixo rendimento de extração de aloficocianina é o aperfeiçoamento do processo de ruptura celular.

Os principais produtores comerciais de ficobiliproteínas (isto é, ficoeritrina e ficocianina) são


a cianobactéria Arthrospira e a alga vermelha Porphyridium. O potencial primário destas moléculas
parece ser como corantes naturais, mas um aumento do número de investigações tem demonstrado
suas propriedades terapêuticas e a ampla gama de aplicações farmacêuticas (SPOLAORE et al., 2006).

4.2 Carotenoides

Os carotenoides são corantes naturais lipofílicos (REHMAN et al., 2020) amplamente


utilizados nas indústrias alimentícias, farmacêuticas, de cosméticos e de ração animal, devido às suas
propriedades biológicas, como atividade antioxidante, pró-vitamínica A, entre outras (VALDUGA

56
et al., 2009). Em algas fotossintéticas, os carotenoides atuam na prevenção da peroxidação lipídica,
promoção da estabilidade e funcionalidade do aparelho fotossintético, assim como contribuem com
a integridade da membrana celular. Como antioxidantes isolados, os carotenoides são, em geral,
sensíveis à luz, oxigênio e calor, o que pode levar a dificuldades no armazenamento e manuseio.

Alguns carotenoides primários, como a luteína, atuam como pigmentos acessórios, transferindo
energia absorvida para clorofilas, o que possibilita a expansão do espectro de absorção de luz de algas
ou plantas. Já os carotenoides secundários, astaxantina e cantaxantina, apresentam papel importante
nos mecanismos de proteção celular. Os carotenoides secundários, em especial, são produzidos
quando as microalgas são expostas a condições de estresse por modificação das condições adequadas
de seu crescimento, atuando como mecanismo protetor a essas condições (GONG; BASSI, 2016).
Já os carotenoides de origem primárias são associados aos componentes estruturais e funcionais do
aparelho fotossintético celular microalgal.

A biossíntese de carotenoides difere de espécie para espécie, no entanto, quase todas as


microalgas fotossintéticas e plantas superiores compartilham a via metabólica primária comum,
exceto a biossíntese de astaxantina, que é encontrada apenas em espécies limitadas de microalgas. O
pirofosfato de isopentenilo e difosfato de dimetilalilo são a base para síntese de todos os carotenoides,
sendo as xantofilas oxigenadas derivadas de α- ou β-caroteno.

Entre os mais de 400 carotenoides conhecidos, poucos são usados comercialmente. Atualmente, os
principais carotenoides de interesse do mercado são o β-caroteno, astaxantina, luteína (com zeaxantina),
licopeno e cantaxantina, sendo astaxantina e o β-caroteno os dois carotenoides que compõem quase
metade do mercado de carotenoides. Seus usos mais importantes são como corantes de alimentos
naturais (por exemplo, suco de laranja) e como aditivo para a alimentação animal (aves e peixes).

A luteína e zeaxantina, passam a ter cada vez mais destaque, também, no mercado nutracêutico,
uma vez que agora se entende que desempenham um papel significativo na saúde ocular (MANAYI
et al., 2016).

A importância nutricional e terapêutica de certos carotenoides é devido, principalmente, à sua


capacidade para atuar como provitamina A. Entre as algas produtoras de carotenoides destaca-se a
Dunaliella salina, pois o β-caroteno corresponde a 14% da sua massa seca (SPOLAORE et al., 2006).

Além de colorir, os carotenoides possuem atividades biológicas importantes, destacando-se a


inibição de doenças em que os radicais livres apresentam papel fundamental, como arteriosclerose,
catarata, degeneração macular, esclerose múltipla, câncer, doenças degenerativas e cardiovasculares
(BHOSALE, 2004; LORENZ; CYSEWSKI, 2000; MALDONADE; SCAMPARINI; RODRIGUEZ-
AMAYA, 2007). Adicionalmente, a deficiência de carotenoides pode resultar em exoftalmia, cegueira
noturna e em casos graves de queratinização da conjuntiva e da córnea (GONG; BASSI, 2016).

A produção de carotenoides por microalgas apresenta diversas vantagens em relação a plantas


superiores, além das apresentadas anteriormente, em relação às vantagens de cultivo, principalmente
no que se refere a complexidade operacional, pois não requer corte, secagem e muitas outras operações
agrícolas comuns.

57
4.3 Clorofila

A clorofila é um dos compostos bioativos que também pode ser extraído da biomassa de
microalgas. É um pigmento verde presente em organismos capazes de realizar fotossíntese (plantas,
algas e cianobactérias) e tem a função de absorver e transferir energia luminosa (LI; CHEN, 2015).
Sua estrutura contém uma cauda de hidrocarboneto ligada à clorina, um anel aromático que contém
um tetrapirrol em qual o íon magnésio central está ligado a quatro anéis de pirrol (MULDERS et
al., 2014).

Existem até o momento cinco tipos de clorofilas relatadas, as quais são classificadas e
conhecidas como a, b, c, d e f, cujos comprimentos de onda máximos de absorção são 665, 652,
630, 696 e 707 nm, respectivamente. A clorofila a é o pigmento mais verificado nos organismos
fotossintéticos, corresponde a aproximadamente 75% dos pigmentos verdes encontrados nos vegetais
(LANFER-MARQUEZ, 2003), seguido pela clorofila b, sendo as clorofilas b e d sintetizadas a partir
da clorofila a (FERREIRA; SANT’ANNA, 2017).

A clorofila tem aplicações variadas, pode ser utilizada como corante alimentar natural, agente
antioxidante, antimutagênica (HOSIKIAN et al., 2010), desodorizante, componente do dentifrício e
produção de cosméticos para cuidados com a pele.

Em termos de saúde humana, diversos trabalhos associaram sua atuação como agente
antitumoral, efeitos anti-inflamatórios, redução da acne facial, tratamento de algumas dermatoses
inflamatórias, como eczema hemostático e úlceras (FERREIRA; SANT’ANNA, 2017).

As algas se apresentam como potentes produtoras de clorofila, uma vez que resultam em
maior produtividade, quando comparadas as plantas superiores, permitindo produção em larga escala,
em menores espaços e menor tempo. A produção de clorofila por microalgas pode ser aumentada e
otimizada através da alteração das condições de cultivo e escolha adequada do sistema de produção
(CARVALHO; MONTEIRO; MALCATA, 2009).

Além disso, diversos produtos alimentícios, tais como massas frescas, sonhos, bebidas,
cookies, sopas desidratadas, entre outros, já foram produzidos a partir da incorporação de biomassa
de microalgas, visando conferir coloração pela presença de clorofilas e, também, promover alterações
químicas e tecnológicas (DANESI, 2016; LEMES et al., 2012; RABELO et al., 2013).

5. Considerações finais
As microalgas figuram como o meio de produção de pigmentos naturais com possiblidade de
atender à crescente demanda de mercado por esse tipo de produto, sendo possível as alterações de
suas condições de cultivo como mecanismo de aumento e otimização da síntese desses compostos, os
quais continuarão ser utilizados na indústria de alimentos e bebidas como agentes de pigmentação e,
também, como agentes de estabilização de diversos produtos alimentícios, no que tange a redução ou
impedimento de reações de oxidação.

58
O desafio implicado, então, fica relacionado à seleção de microalgas capazes de produzir
os componentes de interesse em quantidades que tornem o processo e oferta viáveis, assim como
estabelecer as condições otimizadas de cultivo e, principalmente, das técnicas de fracionamento desses
compostos. Além disso, fica evidente que, mais do que nunca, será preciso estabelecer processos
capazes de reduzir ou impedir possíveis impactos ambientais.

59
REFERÊNCIAS
ABALDE, J.; BETANCOURT, L.; TORRES, E.; CID, A.; BARWELL, C. Purification and characterization of phycocyanin
from the marine cyanobacterium Synechococcus sp. IO9201. In: Plant Science, v. 136, n. 1, 1998. p. 109-120. Disponível
em: <https://doi.org/10.1016/S0168-9452(98)00113-7>. Acesso em: 26 ago. 2021.

ABEROUMAND, A. A review article on edible pigments properties and sources as natural biocolorants in foodstuff and
food industry. In: World Journal of Dairy & Food Sciences, v. 6, 2011. p. 71-78. Disponível em: <https://asset-pdf.
scinapse.io/prod/2120094450/2120094450.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2021.

BHAT, V. B.; MADYASTHA, K. M. C-phycocyanin: a potent peroxyl radical scavenger in vivo and in vitro. In:
Biochemical and Biophysical Research Communications, v. 275, n. 1, 2000. p. 20-25. Disponível em: <https://doi.
org/10.1006/bbrc.2000.3270>. Acesso em: 26 ago. 2021.

BHOSALE, P. Environmental and cultural stimulants in the production of carotenoids from microorganisms. In: Applied
Microbiology and Biotechnology, v. 63, n. 4, 2004. p. 351-361. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s00253-003-
1441-1. Acesso em: 26 ago. 2021.

BORGES, L.; FARIA, B.; ODEBRECHT, C.; ABREU, P. Potencial de absorção de carbono por espécies de microalgas
usadas na aqüicultura: primeiros passos para o desenvolvimento de um “mecanismo de desenvolvimento limpo”. In:
Atlântica, v. 29, n.1, 2007. p. 35-46. Disponível em: <http://repositorio.furg.br/handle/1/672>. Acesso em: 26 ago. 2021.

BOROWITZKA, M. A. Commercial production of microalgae: ponds, tanks, tubes and fermenters. In: Journal of
Biotechnology, v. 70, n. 1, 1999. p. 313-321. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/S0168-1656(99)00083-8>. Acesso
em: 26 ago. 2021.

CARVALHO, A.; MONTEIRO, C.; MALCATA, F. Simultaneous effect of irradiance and temperature on biochemical
composition of the microalga Pavlova lutheri. In: Journal of Applied Phycology, v. 21, 2009. p. 543-552. Switzerland:
Springer Nature, 2009. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007/s10811-009-9415-z>. Acesso em: 26
ago. 2021.

CERÓN-GARCÍ, M. C.; FERNÁNDEZ-SEVILLA, J. M.; ACIÉN-FERNÁNDEZ, F. G.; MOLINA-GRIMA, E.;


CAMACHO, F. G. Mixotrophic growth of Phaeodactylum tricornutum on glycerol: growth rate and fatty acid
profile. In: Journal of Applied Phycology, v. 12, n. 3, 2000. p. 239-248. Disponível em: https://link.springer.com/
article/10.1023/A:1008123000002. Acesso: 26 ago. 2021.

CHEN, C.-Y.; KAO, P.-C.; TSAI, C.-J.; LEE, D.-J.; CHANG, J. S. Engineering strategies for simultaneous enhancement
of C-phycocyanin production and CO2 fixation with Spirulina platensis. In: Bioresource Technology, v. 145, 2013.
Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.biortech.2013.01.054>. Acesso em: 26 ago. 2021.

CHEN, C. Y.; YEH, K. L.; AISYAH, R.; LEE, D. J.; CHANG, J. S. Cultivation, photobioreactor design and harvesting
of microalgae for biodiesel production: a critical review. In: Bioresource Technology, v. 102, n. 1, 2011. p. 71-81.
Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.biortech.2010.06.159>. Acesso em: 26 ago. 2021.

60
CHISTI, Y. Biodiesel from microalgae beats bioethanol. In: Trends in Biotechnology, v. 26, n. 3, 2008. p. 126-131.
Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.tibtech.2007.12.002>. Acesso em: 26 ago. 2021.

COÊLHO, D. d. F.; TUNDISI, L. L.; CERQUEIRA, K. S.; RODRIGUES, J. R. d. S.; MAZZOLA, P. G., TAMBOURGI,
E. B.; SOUZA, R. R. D. Microalgae: Cultivation Aspects and Bioactive Compounds. In: Brazilian Archives of Biology
and Technology, v. 62, e19180343, 2019. Curitiba: Tecpar, 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1678-4324-
2019180343>. Acesso em: 26 ago. 2021.

DANESI, E. D. G. Spirulina platensis: potencial para desenvolvimento de alimentos. Alemanha: Novas Edições
Acadêmicas, 2016. 192 p.

DERNER, R. B.; OHSE, S.; VILLELA, M.; CARVALHO, S. M. D.; FETT, R. Microalgas, produtos e aplicações. In:
Ciência Rural, v. 36, 2006. p. 1959-1967. Santa Maria: UFSM, 2006. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-
84782006000600050>. Acesso em: 26 ago. 2021.

DUCRET, A.; MÜLLER, S. A.; GOLDIE, K. N.; HEFTI, A.; SIDLER, W. A., ZUBER, H.; ENGEL, A. Reconstitution,
characterisation and mass analysis of the pentacylindrical allophycocyanin core complex from the cyanobacterium
Anabaena sp. PCC 712011. In: Journal of Molecular Biology, v. 278, n. 2, 1998. p. 369-388. Disponível em: <https://
doi.org/10.1006/jmbi.1998.1678>. Acesso em: 26 ago. 2021.

EJIKE, C. E. C. C.; COLLINS, S. A.; BALASURIYA, N.; SWANSON, A. K.; MASON, B.; UDENIGWE, C. C. Prospects
of microalgae proteins in producing peptide-based functional foods for promoting cardiovascular health. In: Trends in
Food Science & Technology, v. 59, 2017. p. 30-36. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.tifs.2016.10.026>. Acesso
em: 26 ago. 2021.

ESTRADA, J. E. P.; BESCÓS, P. B.; FRESNO, A. M. V. Antioxidant activity of different fractions of Spirulina platensis
protean extract. In: IL Farmaco, v. 56, n. 5-7, 2001. p. 497-500. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/S0014-
827X(01)01084-9>. Acesso em: 27 ago. 2021.

FAN, C.; JIANG, J.; YIN, X.; WONG, K.-H.; ZHENG, W.; CHEN, T. Purification of selenium-containing allophycocyanin
from selenium-enriched Spirulina platensis and its hepatoprotective effect against t-BOOH-induced apoptosis. In: Food
Chemistry, v. 134, n. 1, 2012. p. 253-261. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2012.02.130>. Acesso
em: 27 ago. 2021.

FARKADE, V. D.; HARRISON, S.; PANDIT, A. B. Heat induced translocation of proteins and enzymes within the cell:
an effective way to optimize the microbial cell disruption process. In: Biochemical Engineering Journal, v. 23, n. 3,
2005. p. 247-257. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/J.BEJ.2005.01.001>. Acesso em: 27 ago. 2021.

FERREIRA, V. S.; SANT’ANNA, C. Impact of culture conditions on the chlorophyll content of microalgae for
biotechnological applications. In: World Journal of Microbiology & Biotechnology, v. 33, n. 1, 2017. p. 20. Disponível
em: <https://doi.org/10.1007/s11274-016-2181-6>. Acesso em: 27 ago. 2021.

GANTAR, M.; SIMOVIĆ, D.; DJILAS, S.; GONZALEZ, W.; MIKSOVSKA, J. Isolation, characterization and
antioxidative activity of C-phycocyanin from Limnothrix sp strain 37-2-1. In: Journal of Biotechnology, v. 159, 2012. p.
21-26. Disponível: <https://doi.org/10.1016/j.jbiotec.2012.02.004>. Acesso em: 27 ago. 2021.

61
GONG, M.; BASSI, A. Carotenoids from microalgae: a review of recent developments. In: Biotechnology Advances,
v. 34, n. 8, 2016. p. 1396-1412. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.biotechadv.2016.10.005>. Acesso em: 27 ago.
2021.

GUEDES, A. C.; AMARO, H. M.; MALCATA, F. X. Microalgae as sources of carotenoids. In: Marine Drugs, v. 9, n. 4,
2011. p. 625-644. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.3390%2Fmd9040625>. Acesso em: 27 ago. 2021.

HENRARD, A. S. A. Cultivo semicontínuo das microalgas Cyanobium sp. e Chlorella sp. 2009. Dissertação. (Mestrado
em Engenharia e Ciência de Alimentos) - Escola de Química e Alimentos, Universidade Federal do Rio Grande, Rio
Grande, 2009.

HOSIKIAN, A.; LIM, S.; HALIM, R.; DANQUAH, M. K. Chlorophyll extraction from microalgae: a review on the
process engineering aspects. In: International Journal of Chemical Engineering, 2010. p. 391-632. Disponível em:
<https://doi.org/10.1155/2010/391632>. Acesso em: 27 ago. 2021.

ICHIMURA, M.; KATO, S.; TSUNEYAMA, K.; MATSUTAKE, S.; KAMOGAWA, M.; HIRAO, E.; MIYATA, A.; MORI,
S.; YAMAGUCHI, N.; SURUGA, K.; OMAGARI, K. Phycocyanin prevents hypertension and low serum adiponectin
level in a rat model of metabolic syndrome. In: Nutrition Research, v. 33, n. 5, 2013. p. 397-405. Disponível em:
<https://doi.org/10.1016/j.nutres.2013.03.006>. Acesso em: 27 ago. 2021.

JAIME, L.; RODRÍGUEZ-MEIZOSO, I.; CIFUENTES, A.; SANTOYO, S.; SUAREZ, S.; IBÁÑEZ, E.; SEÑORANS,
F. J. Pressurized liquids as an alternative process to antioxidant carotenoids’ extraction from Haematococcus pluvialis
microalgae. In: LWT - Food Science and Technology, v. 43, n. 1, 2010. p. 105-112. Disponível em: <https://doi.
org/10.1016/j.lwt.2009.06.023>. Acesso em: 27 ago. 2021.

JUNELA, A.; CEBALLOS, R. M.; MURTHY, G. S. Effects of environmental factors and nutrient availability on the
biochemical composition of algae for biofuels production: a review. In: Energies, v. 6, n. 1, 2013. p. 4607-4638. Disponível
em: <https://doi.org/10.3390/en6094607>. Acesso em: 28 ago. 2021.

KURANO, N.; IKEMOTO, H.; MIYASHITA, H.; HASEGAWA, T.; HATA, H.; MIYACHI, S. Fixation and utilization of
carbon dioxide by microalgal photosynthesis. In: Energy Conversion and Management, v. 36, n. 6, 1995. p. 689-692.
Disponível em: <https://doi.org/10.1016/0196-8904(95)00099-Y>. Acesso em: 28 ago. 2021.

LANFER-MARQUEZ, U. M. O papel da clorofila na alimentação humana: uma revisão. In: Revista Brasileira de
Ciências Farmacêuticas, v. 39, 2003. p. 227-242. São Paulo: USP, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1516-
93322003000300003. Acesso em: 28 ago. 2021.

LEMES, A. C.; TAKEUCHI, K. P.; CARVALHO, J. C. M. d.; DANESI, E. D. G. Fresh pasta production enriched with
Spirulina platensis biomass. In: Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 55, 2012. p. 741-750. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S1516-89132012000500014>. Acesso em: 28 ago. 2021.

LI, Y.; CHEN, M. Novel chlorophylls and new directions in photosynthesis research. In: Functional Plant Biology, v. 42,
2015. p. 493. Disponível em: <https://doi.org/10.1071/fp14350>. Acesso em: 28 08 2021.

62
LI, Y.; HOSMAN, M.; WU, N.; LAN, C. Q.; DUBOIS‐CALERO, N. Biofuels from microalgae. In: Biotechnology
Progress, v. 24, n. 1, 2008. p. 815-820. Disponível em: <https://doi.org/10.1021/bp070371k>. Acesso em: 28 ago. 2021.

LORENZ, R. T.; CYSEWSKI, G. R. Commercial potential for Haematococcus microalgae as a natural source of
astaxanthin. In: Trends in Biotechnology, v. 18, n. 4, 2000. p. 160-167. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/S0167-
7799(00)01433-5>. Acesso em: 28 ago 2021.

LOURENÇO, S. O. Cultivo de Microalgas Marinhas: Princípios e Aplicações. São Carlos: RiMa, 2006. 588 p.

MALDONADE, I. R.; SCAMPARINI, A. R. P.; RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. Selection and characterization of


carotenoid-producing yeasts from Campinas region, Brazil. In: Brazilian Journal of Microbiology, v. 38, 2007. p.
65-70. São Paulo: Sociedade Brasileira de Microbiologia, 2007. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1517-
83822007000100014>. Acesso em: 28 ago. 2021.

MANAYI, A.; ABDOLLAHI, M.; RAMAN, T.; NABAVI, S. F.; HABTEMARIAM, S.; DAGLIA, M.; NABAVI, S.
M. Lutein and cataract: from bench to bedside. In: Critical Reviews in Biotechnology, v. 36, n. 5, 2016. p. 829-839.
Disponível em: <https://doi.org/10.3109/07388551.2015.1049510>. Acesso em: 28 ago. 2021.

MANSOUR, R. Natural Dyes and Pigments: Extraction and Applications. In: M., Y. (ed.). Handbook of Renewable
Materials for Coloration and Finishing, Wiley, 2018. p. 75-102.

MARTINS, N.; RORIZ, C.; MORALES, P.; BARROS, L.; FERREIRA, I. C. Food colorants: challenges, opportunities
and current desires of agro-industries to ensure consumer expectations and regulatory practices. In: Trends in Food
Science & Technology, v. 52, 2016. p. 1-15. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.tifs.2016.03.009>. Acesso: 28
ago. 2021.

MATA, T. M.; MARTINS, A. A.; CAETANO, N. S. Microalgae for biodiesel production and other applications: a
review. In: Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 14, n. 1, 2010. p. 217-232. Disponivel em: <https://doi.
org/10.1016/j.rser.2009.07.020>. Acesso em: 28 ago. 2021.

METTING, F. B. Biodiversity and application of microalgae. In: Journal of Industrial Microbiology, v. 17, n. 5, 1996. p.
477-489. Switzerland: Springer Nature, 1996. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007/BF01574779>.
Acesso em: 28 ago. 2021.

MINKOVA, K. M.; TCHERNOV, A. A.; TCHORBADJIEVA, M. I.; FOURNADJIEVA, S. T.; ANTOVA, R. E.;
BUSHEVA, M. C. Purification of C-phycocyanin from Spirulina (Arthrospira) fusiformis. In: Journal of Biotechnology,
v. 102, n. 1, 2003. p. 55-59. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/s0168-1656(03)00004-x>. Acesso em: 28 ago. 2021.

MISHRA, S. K.; SHRIVASTAV, A.; PANCHA, I.; JAIN, D.; MISHRA, S. Effect of preservatives for food grade C-Phycoerythrin,
isolated from marine cyanobacteria Pseudanabaena sp. In: International Journal of Biological Macromolecules, v. 47, n. 5,
2010. p. 597-602. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.ijbiomac.2010.08.005>. Acesso em: 28 ago. 2021.

MORAES, C. C.; BURKERT, J. F. M.; KALIL, S. J. C-phycocyanin extraction process for large-scale use. In: Journal
of Food Biochemistry, v. 34, n. s1, 2010. p. 133-148. Disponível em: <https://doi.org/10.1111/j.1745-4514.2009.00317.
x>. Acesso em: 28 ago. 2021.

63
MULDERS, K. J.; LAMERS, P. P.; MARTENS, D. E.; WIJFFELS, R. H. Phototrophic pigment production with
microalgae: biological constraints and opportunities. In: Journal of Phycology, v. 50, n. 2, 2014. p. 229-242. Disponível
em: <https://doi.org/10.1111/jpy.12173>. Acesso em: 28 ago. 2021.

NAGARAJ, S.; ARULMURUGAN, P.; RAJARAM, M. G.; KARUPPASAMY, K.; JAYAPPRIYAN, K. R.,
SUNDARARAJ, R.; VIJAYANAND, N.; RENGASAMY, R. Hepatoprotective and antioxidative effects of C-phycocyanin
from Arthrospira maxima SAG 25780 in CCl4-induced hepatic damage rats. In: Biomedicine & Preventive Nutrition, v.
2, n. 2, 2012. p. 81-85. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.bionut.2011.12.001>. Acesso em: 28 ago. 2021.

OHSE, S.; DERNER, R.; OZÓRIO, R.; BRAGA, M. V. da C.; CUNHA, P.; LAMARCA, C. P.; SANTOS, M. E. dos.
Crescimento de microalgas em sistema autotrófico estacionário. In: Biotemas, v. 21, 2008. Santa Catarina: UFSC, 2008.
Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/biotemas/article/view/2175-7925.2008v21n2p7>. Acesso em: 28
ago. 2021.

OU, Y.; LIN, L.; YANG, X.; PAN, Q.; CHENG, X. Antidiabetic potential of phycocyanin: effects on KKAy mice. In:
Pharmaceutical Biology, v. 51, n. 5, 2013. p. 539-544. Disponível em: <https://doi.org/10.3109/13880209.2012.74754
5>. Acesso em: 28 ago. 2021.

POTERA, C. The artificial food dye blues. In: Environmental Health Perspectives, 118, n. 10, 2010. p. A428-A428.
Disponível em: <https://dx.doi.org/10.1289%2Fehp.118-a428>. Acesso em: 28 ago. 2021.

PULZ, O.; GROSS, W. Valuable products from biotechnology of microalgae. In: Applied Microbiology and
Biotechnology, v. 65, n. 6, 2004. p. 635-648. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s00253-004-1647-x>. Acesso em:
28 ago. 2021.

RABELO, S. F.; LEMES, A. C.; TAKEUCHI, K. P.; FRATA, M. T.; CARVALHO, J. C. M. D.; DANESI, E. D. G.
Development of cassava doughnuts enriched with Spirulina platensis biomass. In: Brazilian Journal of Food Technology,
v. 16, 2013. p. 42-51. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1981-67232013005000001>. Acesso em: 28 ago. 2021.

REDDY, M. C.; SUBHASHINI, J.; MAHIPAL, S. V.; BHAT, V. B.; REDDY, P. S.; KIRANMAI, G.; MADYASTHA, K.
M.; REDDANNA, P. C-Phycocyanin, a selective cyclooxygenase-2 inhibitor, induces apoptosis in lipopolysaccharide-
stimulated RAW 264.7 macrophages. In: Biochemical and Biophysical Research Communications, v. 304, n. 2, 2003.
p. 385-392. Disponível em: <http://www.medicinacomplementar.com.br/biblioteca/pdfs/Cancer/ca-4882.pdf>. Acesso
em: 28 ago. 2021.

REHMAN, A.; TONG, Q.; JAFARI, S. M.; ASSADPOUR, E.; SHEHZAD, Q.; AADIL, R. M.; IQBAL, M. W.; RASHED,
M. M. A.; MUSHTAQ, S. B. ASHRAF, W. Carotenoid-loaded nanocarriers: a comprehensive review. In: Advances in
Colloid and Interface Science, v. 275, 2020. p. 102048. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.cis.2019.102048>.
Acesso em: 28 ago. 2021.

REIS, A.; MENDES, A.; LOBO-FERNANDES, H.; EMPIS, J. A.; NOVAIS, J. M. Production, extraction and purification
of phycobiliproteins from Nostoc sp. In: Bioresource Technology, v. 66, n. 3, 1998. p. 181-187. Disponível em: <https://
doi.org/10.1016/S0960-8524(98)00064-9>. Acesso em: 28 ago. 2021.

64
RITO-PALOMARES, M.; NUÑEZ, L.; AMADOR, D. Practical application of aqueous two-phase systems for the
development of a prototype process for C-phycocyanin recovery from Spirulina maxima. In: Journal of Chemical
Technology & Biotechnology, v. 76, n. 12, 2001. p. 1273-1280. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/jctb.507>.
Acesso em: 28 ago. 2021.

ROMAY, C.; ARMESTO, J.; REMIREZ, D.; GONZÁLEZ, R.; LEDON, N.; GARCIA, I. Antioxidant and anti-
inflammatory properties of C-phycocyanin from blue-green algae. In: Inflammation Research, v. 47, n. 1, 1998. p. 36-
41. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s000110050256>. Acesso em: 28 ago. 2021.

SCHMITZ, R.; MAGRO, C.; COLLA, L. Aplicações ambientais de microalgas. In: Revista CIATEC-UPF, 4, 2012.
Disponível em: <https://doi.org/10.5335/ciatec.v4i1.2393>. Acesso em: 28 ago. 2021.

SEKAR, S.; CHANDRAMOHAN, M. Phycobiliproteins as a commodity: trends in applied research, patents and
commercialization. In: Journal of Applied Phycology, v. 20, n. 2, 2008. p. 113-136. Disponível em: <https://link.
springer.com/article/10.1007/s10811-007-9188-1>. Acesso em: 28 ago. 2021.

SHIH, S. R.; TSAI, K. N.; LI, Y. S.; CHUEH, C. C.; CHAN, E. C. Inhibition of enterovirus 71-induced apoptosis by
allophycocyanin isolated from a blue-green alga Spirulina platensis. In: Journal of Medical Virology, v. 70, n. 1, 2003.
p. 119-125. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/jmv.10363>. Acesso em: 28 ago. 2021.

SPOLAORE, P.; JOANNIS-CASSAN, C.; DURAN, E.; ISAMBERT, A. Commercial applications of microalgae.
In: Journal of Bioscience and Bioengineering, v. 101, n. 2, 2006. p. 87-96. Disponível em: https://doi.org/10.1263/
jbb.101.87. Acesso em: 28 ago. 2021.

SU, H. N.; XIE, B. B.; CHEN, X. L.; WANG, J. X.; ZHANG, X. Y.; ZHOU, B. C.; ZHANG, Y. Z. Efficient separation
and purification of allophycocyanin from Spirulina (Arthrospira) platensis. In: Journal of Applied Phycology, v. 22, n.
1, 2010. p. 65-70. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007/s10811-009-9427-8>. Acesso em: 28 ago.
2021.

SUN, L.; WANG, S. Allophycocyanin complexes from the phycobilisome of a thermophilic blue-green alga Myxosarcina
concinna Printz. In: Journal of Photochemistry and Photobiology B: Biology, v. 72, n. 1, 2003. p. 45-53. Disponível
em: <https://doi.org/10.1016/j.jphotobiol.2003.07.006>. Acesso em: 28 ago. 2021.

VALDUGA, Eunice et al. Carotenoids production: microorganisms as source of natural dyes. In: Química Nova, v. 32,
n. 9, p. 2429-2436, 2009.

VISKARI, Pertti J.; COLYER, Christa L. Separation and quantitation of phycobiliproteins using phytic acid in capillary
electrophoresis with laser-induced fluorescence detection. In: Journal of Chromatography A, v. 972, n. 2, p. 269-276,
2002. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0021-9673(02)01085-3. Acesso em: 25 set. 2021.

VISKARI, Pertti J.; COLYER, Christa L. Rapid extraction of phycobiliproteins from cultured cyanobacteria samples. In:
Analytical biochemistry, v. 319, n. 2, p. 263-271, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0003-2697(03)00294-X.
Acesso em: 25 set. 2021.

65
66
67
68
CAPÍTULO 4

POTENCIAL DE ÓLEOS ESSENCIAIS


COMO FUNGICIDAS NATURAIS
NO CONTROLE DO MOFO BRANCO
(Sclerotinea sclerotiorum)
Wendel Cruvinel de Sousa1
Josemar Gonçalves de Oliveira Filho2
Cassia Cristina Fernandes Alves1
Cristiane de Melo Cazal3

Resumo
O mofo branco, causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, é uma das principais doenças
agrícolas no mundo, e que provoca perdas irreparáveis em diversas culturas. O controle dessa doença
é realizado utilizando fungicidas sintéticos, no entanto esses produtos podem provocar danos à saúde
humana e ao meio ambiente. Neste contexto, alternativas vêm sendo estudadas e os óleos essenciais
vêm ganhando destaque sobre o controle de fungos fitopatogênicos por apresentar alta atividade
antimicrobiana e baixo impacto ambiental. Neste capítulo, apresenta-se uma prospecção bibliográfica
sobre o potencial uso de óleos essenciais como fungicidas naturais no controle de S. sclerotiorum. Os
estudos demostram que os óleos essenciais de várias espécies podem controlar o crescimento in vitro
e in vivo de S. sclerotiorum. Assim, o uso de óleos essenciais é uma alternativa viável para o controle
desse patógeno vegetal, tornando-se uma alternativa natural ao uso de fungicidas sintéticos.

Palavras-chave: Fitopatógeno; Atividade antifúngica; Compostos bioativos.

1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Rio Verde, 75901970, Goiás, Brasil. E-mails: wen-
delcruvinel@gmail.com, cassia.alves@ifgoiano.edu.br.
2 Departmento de Alimentos e Nutrição/Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mes-
quita Filho, 14800-901, São Paulo, Brasil. E-mail: josemar.gooliver@gmail.com.
3 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Barbacena, Minas Gerais. E-mail: cris-
tiane.cazal@ifsudestemg.edu.br

69
1. Introdução
O Brasil é o segundo maior produtor de grãos no mundo, ganhando destaque mundial no
mercado do agronegócio. Esta expansão pode estar associada ao cultivo de leguminosas e cereais por
sua elevada carga nutricional empregada na alimentação humana e animal, e seu uso na produção
de biodiesel. No entanto, as doenças de plantas causam pelo menos 10% das perdas de produtos
agrícolas. Entre os patógenos vegetais, os fungos têm papel considerável sobre as perdas na produção
agrícola, e gera a necessidade do uso de agroquímicos para o combate de doenças agrícolas, como no
controle do mofo branco (JUNIOR; COCA, 2015; SILVA et al., 2017; EMBRAPA, 2020).

Os fungicidas sintéticos têm sido amplamente utilizados no controle de doenças fúngicas. Seus
efeitos nocivos para a saúde humana e ambiental, seleção e produção de cepas resistentes e aumento do custo
de produção levaram a tentativas de encontrar alternativas seguras e biodegradáveis (SHARMA; SINGH;
SINGH, 2009; MCLOUGHLIN et al., 2018; BHAVANIRAMYA et al., 2019). Um dos métodos mais
recentes para o gerenciamento de doenças de plantas é proteger as plantas de microrganismos patogênicos
através da aplicação de óleos essenciais pelas suas propriedades bioativas como atividade antimicrobiana
e antioxidante, baixa toxicidade em mamíferos, biodegradabilidade e baixo impacto ambiental (CRUZ-
SILVA et al., 2016; MARQUES et al., 2016; ANDRADE et al., 2018; TUPICH et al., 2017).

Os óleos essenciais são misturas complexas de compostos químicos de caráter hidrofóbico


provenientes do metabolismo secundário de algumas espécies de plantas (ALENCAR FILHO et al.,
2017). Seu potencial bioativo tem atraído atenção de pesquisadores de diferentes áreas por sua diversidade
química e as suas diferentes propriedades de interesse econômico e comercial para as indústrias agrícola,
alimentícia, farmacêutica, sanitária e cosmética (JALLALI et al., 2014; NAJAFIAN, 2014; ZHANG et
al., 2015; TARIQ et al., 2019; YOUSEFI et al., 2019; GAVAHIAN et al., 2020).

Neste sentido, o uso de agentes antifúngicos naturais como os óleos essenciais pode ser
uma estratégia promissora para controlar fitopatógenos agrícolas com o menor impacto ambiental e
contribuindo para redução de perdas agrícolas.

2. Mofo Branco (Sclerotinea sclerotiorum)


O fungo S. sclerotiorum agente etiológico do mofo branco, pertencente ao Filo Ascommycota,
classe Discomycetos, Ordem Helotiales, Família Sclerotiniaceae, é considerado um dos principais
patógenos agrícolas no mundo, causando perdas economicamente significativas em diversas culturas
por todo o mundo. Esse fitopatógeno se encontra distribuído por todo território nacional atacando
mais de 408 tipos de espécies, 278 gêneros e mais de 75 famílias, podendo acometer a planta em
qualquer estágio da vida e infectando qualquer órgão vegetativo, como raiz, caule, hastes, folhas,
flores, vargens, sementes e frutos (BOLAND; HALL, 1994; BOLTON; THOMMA; NELSON, 2006;
SILVA et al., 2011; HENNEBERG et al., 2012; DERBYSHIRE et al., 2017; SILVA et al., 2017;
ANDRADE et al., 2018; SMOLIŃSKA; KOWALSKA, 2018).

S. sclerotiorum pode ainda estar presente em sementes comerciais e em máquinas agrícolas


na forma de micélio adormecido, estrutura de resistência conhecida como escleródio. Os escleródios

70
são formados por três camadas: melanina, a mais externa que confere a coloração escura; uma
porção fina formando o córtex; e a medula em que se localiza o micélio adormecido (MERRIMAN,
1976; ADAMS; AYERS, 1979; WILLETTS; BULLOCK, 1992; HENSON; BUTLER; DAY, 1999;
BRUSTOLIN; REIS; PEDRON, 2016). Esta estrutura de resistência permite a sua sobrevivência no
solo por um período de até onze anos, que sob condições ideais tende a se desenvolver, infestando
novas áreas agrícolas, reduzindo significativamente o potencial germinativo dos grãos e a produção
agrícola (SILVA et al., 2011; HENNEBERG et al., 2012; DERBYSHIRE et al., 2017; SILVA et al.,
2017; ANDRADE et al., 2018; SMOLIŃSKA; KOWALSKA, 2018).

O desenvolvimento e a propagação do mofo branco estão associados principalmente em


regiões de temperaturas amenas e de alta umidade como regiões de clima temperado, tropical e
subtropical (SCHWARTZ; PASTOR-CORRALES, 1989; TUPICH et al., 2017). O Brasil apresenta
características climáticas ideais para a agricultura e cultivo de diferentes produtos, entretanto favorece
a sobrevivência e proliferação do S. sclerotiorum (GÖRGEN; et al, 2008; SHARMA et al., 2015).

O controle de S. sclerotiorum requer o uso de fungicidas sintéticos e múltiplas aplicações


em concentrações elevadas, tornando-se uma técnica inviável para o produtor por seu alto custo.
Adicionalmente, esses produtos químicos nem sempre apresentam controle efetivo, e podem
ainda causar efeitos adversos em organismos não alvo, eliminando biodiversidade microscópica e
macroscópica da região que possivelmente apresenta importância para manutenção da microbiota do
solo e da sanidade biológica local (FAHMI et al, 2012; CARVALHO et al., 2015).

A busca por alternativas ecológicas como a rotação de culturas, uso de microrganismos


antagonistas, extratos e óleos essenciais de origem vegetal vem ganhando destaque como alternativas
naturais aos agroquímicos convencionais. Essas alternativas vêm sendo exploradas no controle de
pragas, por suas características como: eficiência, destaque sob a produção de alimentos orgânicos,
qualidade nutricional dos alimentos e baixo impacto ambiental (FAHMI et al, 2012; PADUA;
SCHLINDWEIN; GOMES, 2013; MEYER et al., 2014; FONSECA et al., 2015; MARQUES et al.,
2016; CRUZ-SILVA et al., 2016; SILVA et al., 2017; TUPICH et al., 2017; ANDRADE et al., 2018).

3. Óleos essenciais: potenciais fungicidas naturais


Os óleos essenciais são compostos voláteis produzidos pelas plantas como metabólitos
secundários a partir de estímulos endógenos ou exógenos, localizados em estruturas especializadas
nos vegetais, como células secretoras, células epidérmicas e em tricomas glandulares, podendo ser
extraídos de diferentes órgãos da planta, como raízes, caules, madeira, cascas, galhos, brotos, folhas,
flores, frutos e sementes (NAJAFIAN, 2014; BHAVANIRAMYA et al., 2019; TARIQ et al., 2019).
Estes compostos apresentam vasta gama de funções químicas, como aldeídos, cetonas, álcoois, ácidos
carboxílicos, ésteres, fenóis e óxidos. Sendo os fenilpropanoides e terpenos os principais componentes
químicos dos óleos essenciais. Os terpenos são constituídos de estrutura baseada em 5 carbonos
conhecidos como isopreno, dando origem aos monoterpenos (C10), sesquiterpenos (C15), diterpenos
(C20) e triterpenos (C30) (Figura 1), sendo os três primeiros, os compostos mais abundantes nos
óleos essenciais (WOLFFENBUTTEL, 2010; BARBOSA et al., 2017; ALENCAR FILHO et al.,
2017; BHAVANIRAMYA et al., 2019).

71
Figura 1 - Estrutura química de compostos orgânicos voláteis terpênicos derivados do isopreno em destaque

Fonte: Adaptado de Galdeano & Kleingesinds (2013)

Estes compostos orgânicos voláteis são líquidos, geralmente incolores, aromáticos e


voláteis que apresentam sensibilidade a alterações genéticas, nutritivas, radioativas, térmicas,
hídricas, geológicas e fisiólogicas da planta (XIE et al., 2012; TIAN et al., 2014; TOHIDI;
RAHIMMALEK; ARZANI, 2017). Eles podem ser extraídos por meio de diferentes técnicas, sendo
as mais utilizadas destilação a vapor e hidrodestilação (AZMIR et al., 2013; PATEIRO et al., 2018).
O uso de técnicas menos convencionais vem ganhando destaque sobre o mercado mundial, como
a extração assistida por ultrassom, enzima, micro-ondas, campo elétrico pulsado, fluido super e
subcrítico, hidrodestilação ôhmica, destilação a vapor acelerada por ôhmica, líquido pressurizado
ou por prensagem de pericarpos de frutos cítricos, além das técnicas de microextração em fase
sólida, headspace e sorção (AZMIR et al., 2013; PATEIRO et al., 2018; HILALI et al., 2019;
GAVAHIAN et al., 2020).

A identificação dos componentes químicos dos óleos essenciais ocorre normalmente por
análise cromatográfica a partir do índice de retenção linear (índice de Kováts), calculado em
relação aos tempos de retenção de uma série homóloga de n-alcanos e no padrão de fragmentação
observado nos espectros de massas obtidos por cromatografia gasosa acoplado a espectrometria de
massas (CG-MS), seguido por comparação destes com a literatura (HUIE, 2002; ADAMS, 2007;
RUBIOLO et al., 2010). Esta análise permite o monitoramento químico dos metabólitos voláteis dos
vegetais. Porém, estes compostos são sensíveis a alterações geológicas podendo sofrer alterações
qualitativas e quantitativas quando coletados sob diferentes regiões (XIE et al., 2012; MANCINI
et al., 2014; TIAN et al., 2014; CUI et al., 2015; ZHANG et al., 2015; TOHIDI; RAHIMMALEK;
ARZANI, 2017; FERNANDES et al., 2017; EL-JALEL et al., 2018; HOSSEINI et al., 2018).

Os óleos essenciais são produzidos por diferentes órgãos da planta e desempenham papéis
imprescindíveis nas interações entre planta e seu ambiente, e desta com outras plantas, herbívoros,
patógenos e polinizadores, entre outros. Quando extraídos, os óleos essenciais compõem uma
combinação de metabólitos secundários voláteis que são bioativos, e mostram atividade direta contra
fitopatógenos (BAUTISTA-BAÑOS et al., 2013; KNAAK; FIUZA, 2010).

Geralmente, os componentes ativos dos óleos essenciais inibem os microrganismos através


de distúrbios da parede celular fúngica causando perturbações, além de estabelecer um potencial de
membrana e permeabilização que podem interromper a produção de ATP, causar a desintegração das

72
membranas mitocondriais internas e externas, interromper a força motora de próton, fluxo de elétrons,
transporte ativo e inibindo a síntese proteica, resultando em apoptose ou necrose, ocasionando a morte
celular (BURT, 2004; BAKKALI et al., 2008; SWAMY; AKHTAR; SINNIAH, 2016; CHOUHAN;
SHARMA; GULERIA, 2017).

O potencial antifúngico dos óleos essenciais no controle de fungos fitopatogênicos já foi


relatado contra ampla gama de espécies de fungos, como Aspergillus sp, Fusarium oxysporum, F.
moniliforme, F. solani, Alternaria alternata, Colletorichum gloeosporioides, Sclerotinia sclerotiorum,
Mucormucedo, Penicillium spp, Cladosporium, Botrytis cinérea e Candida spp (NAZZARO et al.,
2017; D’AGOSTINO et al., 2019).

4. Óleos essenciais no controle do mofo branco


Os óleos essenciais estão ganhando destaque como fungicidas naturais no controle de
fitopatógenos, como o fungo S. sclerotiorum, por apresentar expressiva atividade antifúngica e seu
uso em baixas concentrações. Além disso, eles também são, na maioria das vezes, considerados
ecologicamente corretos por apresentar baixa toxicidade para mamíferos e biodegradabilidade
e são conhecidos como fungicidas de “risco reduzido” (SIVAKUMAR; BAUTISTA-BAÑOS,
2014). O status dos compostos geralmente reconhecidos como seguros (GRAS) (FDA, 2020) dos
óleos essenciais favorece sua aplicação como biopesticidas no controle de pragas e doenças e no
fornecimento de alimentos seguros.

Estudos realizados com culturas de alface (Lactuca sativa), feijão (Phaseolus vulgaris)
e colza (Brassica napus) mostraram o potencial dos óleos essenciais como fungicidas naturais no
controle in vivo de S. sclerotiorum (PANSERA et al., 2013, 2015; AL-TAISAN et al., 2014; MA et al.,
2016, 2015). Pansera et al. (2013) observaram que o óleo essencial de S. officinalis na concentração
de 0,20% foi capaz de diminuir em 80% a incidência de mofo branco em alfaces cultivados em
solo contaminado com o patógeno. Em outro estudo, Pansera et al. (2015) verificaram que o óleo
essencial de P. mikanianum na concentração de 0,50% reduziu em 80% a incidência de mofo branco
em alfaces cultivados em solo contaminado com o patógeno. Na cultura de feijão, Al-Taisan et al.
(2014) observaram que após 60 dias, o óleo de canela (Cinnamomum zeylanicum) produziu o melhor
resultado na redução da incidência do mofo branco em feijão, com taxa de sobrevivência de 75%
das plantas em comparação com o controle. Os óleos de hortelã (Mentha spp.) e cravo (Syzygium
aromaticum), apresentaram ligeira redução na incidência da doença, com 60% de sobrevivência das
plantas em ambos os óleos quando comparado ao controle (sem óleo essencial) (55% de plantas vivas).
Quando os óleos essenciais foram estudados na cultura de colza, Ma et al. (2016) observaram que
o crescimento de S. sclerotiorum em folhas e em vasos de colza foi inibido de forma dependente da
dose pelo óleo essencial de Z. clinopodioides. Neste estudo, o óleo provocou mudanças morfológicas
consideráveis nas hifas e escleródios do fungo. Em outro estudo, Ma et al. (2015) observaram que
o tratamento de folhas de colza com óleo essencial de A. graveolens suprimiu o desenvolvimento
da lesão provocada por S. sclerotiorum. Os mecanismos de ação do óleo essencial de A. graveolens
envolveram principalmente ação na membrana plasmática e nas mitocôndrias.

73
Outros exemplos são apresentados na Tabela 1, que resume a prospecção bibliográfica sobre o potencial antifúngico de óleos essenciais no
controle de S. sclerotiorum.
Tabela 1 - Potencial antifúngico de óleos essenciais no controle de S. sclerotiorum

Principais efeitos do óleo essencial Referência

Thymu szygis O óleo essencial de T. zygis inibiu o crescimento micelial in vitro de S. (PÉREZ-SÁNCHEZ et al.,
sclerotiorum pelo método de intoxicação alimentar. 2007)
Orégano (Origanum vulgare) e erva-doce Os óleos essenciais de orégano e erva-doce nas concentrações de 3,2 (SOYLU et al., 2007)
(Pimpinella anisum) e 0,2 µg/mL inibiram 100% o crescimento micelial e germinação de
escleródios de S. sclerotiorum.
Lavandula x intermedia, L. stoechase L. Os óleos essenciais de Lavandula spp. (10 µl/L) foram capazes de (MOON et al., 2007)
maculans inibir completamente o crescimento micelial em S. sclerotiorum pelo
método de contato direto.
Silene armeria L. O óleo essencial de S. armeria na concentração de 1000 µg/mL inibiu (BAJPAI et al., 2008)
100% do crescimento in vitro de S. sclerotiorum.

74
Nandina domesticaThunb. O óleo essencial de N. domestica na concentração de 125 µg/mL (BAJPAI et al., 2009)
inibiu totalmente o crescimento micelial e a germinação de esporos in
vitro de S. sclerotiorum.
Piceaabies, Eucalyptus globulus, Rosmarinus Os óleos essenciais (0,01 mL) inibiram 100% o crescimento micelial (SURVILIENĖ et al., 2009)
officinalis e Abies sibirica in vitro de S. sclerotiorum pelo método de contato direto.
Cestrum nocturnum L. O óleo essencial de C. nocturnum na concentração de 250 µg/mL (AL-REZA et al., 2010)
inibiu o crescimento in vitro de S. sclerotiorum.
Zataria multiflora, Thymus Os óleos essenciais (200 µl/L) foram capazes de inibir 100% do (AMINI et al., 2012)
vulgaris e Thymus kotschyanus crescimento micelial in vitro de S. sclerotiorum pelo método de
contato direto.
Magnolia liliflora O óleo essencial de M. liliflora na concentração de 750 µg/mL reduziu (BAJPAI; KANG, 2012)
o crescimento micelial in vitro de S. sclerotiorum em 38% pelo
método de contato direto.
Cuminum cyminum L. O óleo essencial de C. cyminum na concentração de 100 mg/L inibiu (HU et al., 2013)
completamente o crescimento micelial in vitro de S. sclerotiorum pelo
método de contato direto.
Salvia officinalis L. Os óleos essenciais de S. officinalis na concentração de 20% (v/v) (PANSERA et al., 2013)
inibiram em 100% o crescimento in vitro de S. sclerotiorum pelo
método de contato direto e in vivo foi capaz de reduzir a incidência de
mofo branco em alfaces.
Casca de canela (Cinnamomum zeylanicum), Os óleos essenciais nas concentrações de 10, 100 e 500 ppm inibiram (AL-TAISAN et al., 2014)
sementes de cominho (Cuminum cyminum), 100% o crescimento in vitro de S. sclerotiorum pelo método de contato
folhas de hortelã (Mentha spp.), cravo-da-índia direto, e in vivo foi capaz de reduzir a incidência de mofo branco em
(Allium sativum) e sementes de cravo-da-índia milho.
(Syzygium aromaticum)
Artemisia santonica, Os óleos essenciais de Artemisia spp. nas concentrações de (1200 e (BADEA et al., 2014)
A. pontica, A. annua, A. austriaca, A. 2400 µL/L) foram capazes de inibir completamente o crescimento
micelial de S. sclerotiorum pelo método de contato direto.
lerchiana, A. vulgarise, A. scoparia
Piper mikanianum Os óleos essenciais de P. mikanianum inibiram o crescimento in vitro (PANSERA et al., 2015)

75
de S. sclerotiorum a partir da concentração de 0,05% (v/v) de OE pelo
método de contato direto, e in vivo foi capaz de reduzir a incidência de
mofo branco em alfaces.
Anethum graveolens L. O crescimento micelial e a germinação esclerótica de S. sclerotiorum (MA et al., 2015)
foram completamente inibidos pelo óleo essencial de A. graveolens
(10 µl/L). O crescimento de S. sclerotiorum em folhas de colza
(Brassica napus L.) também foi inibido in vivo pelo óleo essencial e
consideráveis alterações morfológicas foram observadas nas hifas e
escleródios.
Ziziphora clinopodioides Lam. O óleo essencial (10 µl/L) inibiu totalmente o crescimento micelial (MA et al., 2016)
de S. sclerotiorum in vitro pelos métodos de contato e fase de vapor, e
provocou alterações nas hifas e escleródios do fungo. O crescimento
de S. sclerotiorum em folhas e em vasos de colza (Brassica campestris
L.) também foi inibido in vivo pelo óleo essencial.
Sideritis germanicopolitana BORNM O óleo essencial de S. germanicopolitana na concentração de (5 µl/L) (BAYAN; AKŞİT, 2016)
foi capaz de inibir 41% do crescimento micelial de S. sclerotiorum
pelo método de contato direto.
Zhumeria majdae, e Eucalyptus sp. Os óleos essenciais de Z. majdae e Eucalyptus sp. (1500 µl/L) foram (DAVARI; EZAZI, 2017)
capazes de inibir 100% o crescimento in vitro de S. sclerotiorum
Achillea biebersteinii O óleo essencial de A. biebersteinii na concentração de 0,25 µg/mL (MIRAHMADI;
inibiu 100% o crescimento in vitro de S. sclerotiorum pelo método de NOROUZI, 2017)
difusão em disco.
Piper aduncum Os óleos essenciais de P. aduncum (30 µl/L) inibiram completamente (VALADARES et al.,
o crescimento in vitro de S. sclerotiorum pelo método de contato 2018)
direto.
Psidium guajava O óleo essencial de P. guajava (300 µl/L) reduziu o crescimento (SILVA et al., 2018)
micelial em 90% in vitro de S. sclerotiorum pelo método de contato
direto.
Murraya paniculata O óleo essencial de M. paniculata (300 µl/L) inibiu o crescimento in (SILVA et al., 2019)
vitro de S. sclerotiorum pelo método de difusão em disco.

76
Melaleuca (Melaleuca alternifolia) O óleo essencial (0,5% v/v) inibiu totalmente o crescimento in vitro de (STEFFEN et al., 2019)
S. sclerotiorum pelo método de contato direto.
Citrus reticulata, C. sinenses e C. deliciosa Os óleos essenciais de citrus na concentração de 300 µl/L foram (DIAS et al., 2019)
capazes de inibir até 82,91% do crescimento micelial de S.
sclerotiorum pelo método de contato direto.
Cochlospermum regium O óleo essencial de C. regium (100 µl/L) reduziu em 60% o (MENEZES FILHO et al.,
crescimento micelial in vitro de S. sclerotiorum pelo método de 2020)
contato direto.
Fonte: Os autores
5. Considerações finais
Os óleos essenciais são considerados GRAS (geralmente reconhecidos como seguros) e sua
aplicação no controle de doenças agrícolas pode ser considerada como um tratamento seguro. Os
estudos in vitro e in vivo demostraram que os óleos essenciais de várias espécies apresentam potencial
para serem usados como fungicidas naturais no controle do mofo branco em várias culturas. Assim, o
uso de óleos essenciais pode ser uma alternativa viável e ter aplicação econômica com significância
comercial no controle desse patógeno vegetal que causa danos irreparáveis em lavouras em todo o
mundo, sendo uma alternativa natural ao uso de fungicidas sintéticos.

6. Agradecimentos
Este trabalho foi financiado com recursos da Fundação de Assistência à Pesquisa do Estado
de Goiás (FAPEG), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (IF Goiano) e
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG).
Agradecemos também ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq-
Brasil - processo nº 403302/2013-7). Bolsas de pesquisa concedidas pelo CNPq-Brasil à WLA
também estão entre nossos agradecimentos.

77
REFERÊNCIAS
ADAMS, P. B.; AYERS, W. A. Ecology of Sclerotinia Species. In: Phytopathology, v. 69, n. 8, 1979. p. 896–899. Disponível
em: <https://www.apsnet.org/publications/phytopathology/backissues/Documents/1979Articles/Phyto69n08_896.pdf>.
Acesso em: 24 ago. 2021.

ADAMS, R. P. Identification of essential oil components by gas chromatography/mass spectrometry. 4th edition.
USA: Allured Publishing Corporation, 2007. p. 1–804.

ALENCAR FILHO, J. M. T.; ARAÚJO, L. C.; OLIVEIRA, A. P.; GUIMARÃES, A. L.; PACHECO, A. G. M.; SILVA,
F. S.; CAVALCANTI, L. S.; LUCHESE, A. M.; ALMEIDA, J. R. G. S.; ARAÚJO, E. C. C. Chemical composition and
antibacterial activity of essential oil from leaves of Croton heliotropiifolius in different seasons of the year. In: Brazilian
Journal of Pharmacognosy, v. 27, n. 4, 2017. p. 440–444. Paraná: UFPR, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.
bjp.2017.02.004. Acesso em: 24 ago. 2021.

AL-REZA, S. M.; RAHMAN, A.; AHMED, Y.; KANG, S. C. Inhibition of plant pathogens in vitro and in vivo with essential
oil and organic extracts of Cestrum nocturnum L. In: Pesticide Biochemistry and Physiology, v. 96, n. 2, 2010. p. 86–92.
[s.l.]: Elsevier, 2010. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.pestbp.2009.09.005>. Acesso em: 24 ago. 2021.

AL-TAISAN, W. A.; BAHKALI, A. H.; ELGORBAN, A. M.; EL-METWALLY, M. A. Effective influence of essential
oils and microelements against Sclerotinia sclerotiorum. In: International Journal of Pharmacology, v. 10, n. 5,
2014. p. 275–281. [s.l.]: Asian Network for Scientific Information, 2014. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.3923/
ijp.2014.275.281>. Acesso em: 24 ago. 2021.

AMINI, M.; SAFAIE, N.; SALMANI, M. J.; SHAMS-BAKHSH, M. Antifungal activity of three medicinal plant essential
oils against some phytopathogenic fungi. In: Trakia Journal of Sciences, v. 10, n. 1, 2012. p. 1–8. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/233857771_Antifungal_activity_of_three_medicinal_plant_essential_oils_
against_some_Phytopathogenic_fungi>. Acesso em: 24 ago. 2021.

ANDRADE, B. S.; MATIAS, R.; CORRÊA, B. O.; OLIVEIRA, A. K. M.; GUIDOLIN, D. G. F.; ROEL, A. R.
Phytochemistry, antioxidant potential and antifungal of Byrsonima crassifolia on soil phytopathogen control. In: Brazilian
Journal of Biology, v. 78, n. 1, 2018. p. 140–146. São Paulo: Instituto Internacional de Ecologia, 2018. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/1519-6984.166532>. Acesso em: 24 ago. 2021.

AZMIR, J.; ZAIDUL, I. S. M.; RAHMAN, M. M.; SHARIF, K. M.; MOHAMED, A.; SAHENA, F.; JAHURUL, M. H.
A.; GHAFOOR, K.; NORULAINI, N. A. N.; OMAR, A. K. M. Techniques for extraction of bioactive compounds from
plant materials: a review. In: Journal of Food Engineering, v. 117, n. 4, p. 426–436, 2013. Disponível em: <https://doi.
org/10.1016/j.jfoodeng.2013.01.014>. Acesso em: 24 ago. 2021.

BADEA, M. L.; DELIAN, E. In vitro antifungal activity of the essential oils from Artemisia spp. L. on Sclerotinia
sclerotiorum. In: Romanian Biotechnological Letters, v. 19, n. 3, 2014. p. 9345–9352. [s.l.]: University of Bucharest,
2014. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/283595989_In_vitro_antifungal_activity_of_the_
essential_oils_from_Artemisia_spp_L_on_Sclerotinia_sclerotiorum>. Acesso em: 24 ago. 2021.

78
BAJPAI, V. K.; KANG, S. C. In vitro and in vivo inhibition of plant pathogenic fungi by essential oil and extracts of
Magnolia liliflora Desr. In: Journal of Agricultural Science and Technology, v. 14, n. 4, 2012. p. 845–856. Disponível
em: <https://www.researchgate.net/publication/230013888_In_vitro_and_in_vivo_inhibion_of_plant_pathogenic_
fungi_by_essential_oil_and_extracts_of_Magnolia_liliflora_Desr>. Acesso em: 24 ago. 2021.

BAJPAI, V. K.; LEE, T. J.; KANG, S. C. Chemical composition and in vitro control of agricultural plant pathogens by
the essential oil and various extracts of Nandina domestica Thunb. In: Journal of the Science of Food and Agriculture,
v. 89, n. 1, 2009. p. 109–116. [s.l.]: Wiley, 2009. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1002/jsfa.3416>. Acesso em: 24
ago. 2021.

BAJPAI, V. K.; SHUKLA, S.; KANG, S. C. Chemical composition and antifungal activity of essential oil and various
extract of Silene armeria L. In: Bioresource Technology, v. 99, n. 18, 2008. p. 8903–8908. [s.l.]: Elsevier, 2008.
Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.biortech.2008.04.060>. Acesso em: 24 ago. 2021.

BAKKALI, F.; AVERBECK, S.; AVERBERCK, D.; IDAOMAR, M. Biological effects of essential oils - a review.
In: Food and Chemical Toxicology, v. 46, n. 2, 2008. p. 446–475. [s.l.]: Elsevier, 2021. Disponível em: <https://doi.
org/10.1016/j.fct.2007.09.106>. Acesso em: 24 ago. 2021.

BARBOSA, R.; CRUZ-MENDES, Y.; SILVA-ALVES, K. S.; FERREIRA-DA-SILVA, F. W.; RIBEIRO, N. M.; MORAIS,
L. P.; LEAL-CARDOSO, J. H. Effects of Lippia sidoides essential oil, thymol, p-cymene, myrcene and caryophyllene
on rat sciatic nerve excitability. In: Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 50, n. 12, 2017. p. 1–6.
Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/1414-431x20176351>. Acesso em: 24 ago. 2021.

BAUTISTA-BAÑOS, S.; SIVAKUMAR, D.; BELLO-PÉREZ, A.; VILLANUEVA-ARCE, R.; HERNÁNDEZ-LÓPEZ,


M. A review of the management alternatives for controlling fungi on papaya fruit during the postharvest supply chain.
In: Crop Protection, v. 49, 2013. p. 8–20. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.cropro.2013.02.011>. Acesso em:
24 ago. 2021.

BAYAR, Y.; AKŞIT, H. Antifungal activity of essential oils and plant extracts from Sideritis germanicopolitana BORNM.
Grown in Turkey. In: Egyptian Journal of Biological Pest Control, v. 26, n. 2, 2016. p. 333–337. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/312024780_Antifungal_Activity_of_Essential_Oils_and_Plant_Extracts_
from_Sideritis_germanicopolitana_BORNM_Growin_in_Turkey>. Acesso em: 24 ago. 2021.

BHAVANIRAMYA, S.; VISHNUPRIYA, S.; AL-ABOODY, M. S.; VIJAYAKUMAR, R.; BASKARAN, D. Role of
essential oils in food safety: antimicrobial and antioxidant applications. In: Grain & Oil Science and Technology, v. 2,
n. 2, 2019. p. 49–55. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.gaost.2019.03.001>. Acesso em: 24 ago. 2021.

BOLAND, G. J.; HALL, R. Index of plant hosts of Sclerotinia sclerotiorum. In: Canadian Journal of Plant Pathology, v. 16,
n. 2, 1994. p. 93–108. [s.l.]: Informa UK Limited, 1994. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/07060669409500766>.
Acesso em: 24 ago. 2021.

BOLTON, M. D.; THOMMA, B. P. H. J.; NELSON, B. D. Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary: Biology and molecular
traits of a cosmopolitan pathogen. In: Molecular Plant Pathology, v. 7, n. 1, 2006. p. 1–16. Disponível em: <https://doi.
org/10.1111/j.1364-3703.2005.00316.x>. Acesso em: 24 ago. 2021.

79
BRUSTOLIN, R.; REIS, E. M.; PEDRON, L. Longevity of Sclerotinia sclerotiorum sclerotia on the soil surface under field
conditions. In: Summa Phytopathologica, v. 42, n. 2, 2016. p. 172–174. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0100-
5405/2131>. Acesso em: 24 ago. 2021.

BURT, S. Essential oils: their antibacterial properties and potential applications in foods: a review. In: International Journal
of Food Microbiology, v. 94, n. 3, 2004. p. 223–253. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2004.03.022>.
Acesso em: 24 ago. 2021.

CARVALHO, D. D. C.; GERALDINE, A. M.; LOBO JUNIOR, M.; MELLO, S. C. M. D. Biological control of white mold
by Trichoderma harzianum in common bean under field conditions. In: Pesquisa Agropecuaria Brasileira, v. 50, n. 12,
2015. p. 1220–1224. Brasília: Embrapa, 2015. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-204X2015001200012>.
Acesso em: 24 ago. 2021.

CHOUHAN, S.; SHARMA, K.; GULERIA, S. Antimicrobial activity of some essential oils: present status and future
perspectives. In: Medicines, v. 4, n. 3, 2017. p. 58. Disponível em: <https://doi.org/10.3390/medicines4030058>. Acesso
em: 24 ago. 2021.

CRUZ-SILVA, S. C. B. D.; MATIAS, R.; BONO, J. A.; SANTOS, K. S.; LUDWIG, J. Antifungal potential of extracts and
fractions of Randia nitida leaves on soybean pathogens and their phytochemistry. In: Revista Caatinga, v. 29, n. 3, 2016.
p. 594–602. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/1983-21252016v29n309rc>. Acesso em: 24 ago. 2021.

CUI, S.; WANG, J.; YANG, L.; WU, J.; WANG, X. Qualitative and quantitative analysis on aroma characteristics of
ginseng at different ages using E-nose and GC-MS combined with chemometrics. In: Journal of Pharmaceutical and
Biomedical Analysis, v. 102, 2015. p. 64–77. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.jpba.2014.08.030>. Acesso em:
24 ago. 2021.

D’AGOSTINO, M.; TESSE, N.; FRIPPIAT, J. P.; MACHOUART, M.; DEBOURGOGNE, A. Essential oils and their
natural active compounds presenting antifungal properties. In: Molecules, v. 24, n. 20, 2019. p. 3713. Disponível em:
https://dx.doi.org/10.3390%2Fmolecules24203713. Acesso: 24 ago. 2021.

DAVARI, M.; EZAZI, R. Chemical composition and antifungal activity of the essential oil of Zhumeriamajdae, Heracleum
persicum and Eucalyptus sp. against some important phytopathogenic fungi. In: Journal de Mycologie Medicale, v. 27,
n. 4, 2017. p. 463–468. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.mycmed.2017.06.001>. Acesso em: 24 ago. 2021.

DERBYSHIRE, M.; DENTON-GILES, M.; HEGEDUS, D.; SEIFBARGHY, S.; ROLLINS, J.; KAN, J. V.; SEIDL, M.
F.; FAINO, L.; MBENGUE, M.; NAVAUD, O.; RAFFAELE, S.; HAMMOND-KOSACK, K.; HEARD, S.; OLIVER, R.
The complete genome sequence of the phytopathogenic fungus Sclerotinia sclerotiorum reveals insights into the genome
architecture of broad host range pathogens. In: Genome Biology and Evolution, v. 9, n. 3, 2017. p. 593–618. Disponível
em: <https://doi.org/10.1093/gbe/evx030>. Acesso em: 24 ago. 2021.

DIAS, A. L. B.; SOUSA, W. C.; BATISTA, H. R. F.; ALVES, C. C. F.; SOUCHIE, E. L.; SILVA, F. G.; PEREIRA,
P. S.; SPERANDIO, E. M.; CAZAL, C. M.; FORIM, M. R.; MIRANDA, M. L. D. Chemical composition and in
vitro inhibitory effects of essential oils from fruit peel of three Citrus species and limonene on mycelial growth of
Sclerotinia sclerotiorum. In: Brazilian Journal of Biology, v. 80, n. 2, 2019. p. 460–464. Disponível em: <https://doi.
org/10.1590/1519-6984.216848>. Acesso em: 24 ago. 2021.

80
EL-JALEL, L. F. A.; ELADY, W. M.; GONAID M. H.; EL-GAREEB, K. A. Difference in chemical composition and
antimicrobial activity of Thymus capitatus L. essential oil at different altitudes. In: Future Journal of Pharmaceutical
Sciences, v. 4, n. 2, 2018. p. 156–160. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.fjps.2017.12.004>. Aceso em: 24 ago.
2021.

EMBRAPA. Dados econômicos - Portal Embrapa. Disponível em: <https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1/dados-


economicos>. Acesso em: 9 jun. 2020.

FAHMI, A. I.; AL-TALHI, A. D.; HASSAN, M. M. Protoplast fusion enhances antagonistic activity in Trichoderma spp.
In: Nature and Science of Sleep, v. 10, n. 5, 2012. p. 100–106. [s.l.]: Dove Medical Press, 2012. Disponível em: <https://
www.researchgate.net/publication/277020876_Protoplast_fusion_enhances_antagonistic_activity_in_Trichoderma_
spp>. Acesso em: 24 ago. 2021.

FDA. U.S. Food and Drug Administration (2014). Disponível em: <https://www.fda.gov/>. Acesso em: 24 ago. 2021.

FERNANDES, S. R.; FERREIRA, H. D.; SÁ, P.; BORGES, L. L; TRESVENZOL, L. M. F.; FERRI, P. H.; SANTOS,
P. A.; PAULA, J. R.; FIUZA, T. S. Chemical composition and seasonal variation of the volatile oils from Trembleya
phlogiformis leaves. In: Brazilian Journal of Pharmacognosy, v. 27, n. 4, 2017. p. 419–425. Disponível em: <http://
dx.doi.org/10.1016/j.bjp.2017.03.003>. Acesso em: 24 ago. 2021.

FONSECA, M. C. M.; LEHNER, M. D. S.; GONÇALVES, M. G.; JÚNIOR, T. J. P.; SILVA, A. F.; BONFIM, F. P. G.;
PRADO, A. L. Potencial de óleos essenciais de plantas medicinais no controle de fitopatógenos. In: Revista Brasileira de
Plantas Medicinais, v. 17, n. 1, 2015. p. 45–50. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1983-084X/12_170>. Acesso
em: 24 ago. 2021.

GALDEANO, D. M.; KLEINGESINDS, C. Microrganismos x planta: guerra ou parceria? Apostila Botânica no Inverno.
São Paulo: Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, 2013.

GAVAHIAN, M.; SASTRY, S.; FARHOOSH, R.; FARAHNAKY, A. Ohmic heating as a promising technique for
extraction of herbal essential oils: understanding mechanisms, recent findings, and associated challenges. In: Advances
in Food and Nutrition Research, v. 91, 2020. p. 227–273. Disponível em: https://doi.org/10.1016/bs.afnr.2019.09.001.
Acesso em: 24 ago. 2021.

GÖRGEN, C. A.; NETO, A, N. S.; CARNEIRO, L. C.; RAGAGNIN, V.; JUNIOR, M, L. Controle do mofo-branco com
palhada e Trichoderma harzianum 1306 em soja. In: Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 44, n. 12, 2008. p. 1583–
1590. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-204X2009001200004>. Acesso em: 24 ago. 2021.

HENNEBERG, L.; GRABICOSKI, E. M. G.; JACCOUD-FILHO, D. D. S.; PANOBIANCO, M. Incidência de Sclerotinia


sclerotiorum em sementes de soja e sensibilidade dos testes de detecção. In: Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 47, n.
6, 2012. p. 763–768. Brasília: Embrapa, 2012. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-204X2012000600005>.
Acesso em: 24 ago. 2021.

HENSON, J. M.; BUTLER, M. J.; DAY, A. W. The dark side of the mycelium: melanins of phytopathogenic fungi. In:
Annual review of phytopathology, v. 37, n. 85, 1999. p. 447–71, Disponível em: <https://doi.org/10.1146/annurev.
phyto.37.1.447>. Acesso em: 25 ago. 2021.

81
HILALI, S.; FABIANO-TIXIER, A. S.; RUIZ, K.; HEJJAJ, A; NOUH, F. A.; IDLIMAM, A.; BILY, A.; MANDI, L.;
CHEMAT, F. Green extraction of essential oils, polyphenols, and pectins from orange peel employing solar energy:
toward a zero-waste biorefinery. In: ACS Sustainable Chemistry and Engineering, v. 7, n. 13, 2019. p. 11815–11822.
Disponível em: <https://doi.org/10.1021/acssuschemeng.9b02281>. Acesso em: 25 ago. 2021.

HOSSEINI, S. S.; NADJAFI, F.; ASAREH, M. H.; REZADOOST, H. Morphological and yield related traits, essential
oil and oil production of different landraces of black cumin (Nigella sativa) in Iran. In: Scientia Horticulturae, v. 233, p.
1–8, 2018. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.scienta.2018.01.038>. Acesso em: 25 ago. 2021.

HU, L. F.; HE, J.; FENG, J. T.; ZHANG, X. Optimization of supercritical CO2 extraction and characterization of antifungal
activity of essential oils in Cuminum cyminum L. In: Australian Journal of Crop Science, v. 7, n. 12, 2013. p. 1809–
1813. Disponível em: <http://www.cropj.com/feng_7_12_2013_1809_1813.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2021.

HUIE, C. W. A review of modern sample-preparation techniques for the extraction and analysis of medicinal plants. In:
Analytical and bioanalytical chemistry, v. 373, n.1-2, 2002. p. 23–30. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s00216-
002-1265-3>. Acesso em: 25 ago. 2021.

JALLALI, I.; ZAOUALI, Y.; MISSAOUI, I.; SMEOUI, A.; ABDELLY, C.; KSOURI, R. Variability of antioxidant
and antibacterial effects of essential oils and acetonic extracts of two edible halophytes: Crithmum maritimum L.
and Inula crithmoïdes L. In: Food Chemistry, v. 145, 2014. p. 1031–1038. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.
foodchem.2013.09.034. Acesso em: 25 ago. 2021.

JUNIOR, R. C. B.; COCA, E. L. F. Conflitos entre o campesinato e o agronegócio no Brasil: os planos-safra 2015-2016.
In: Eutopía - Revista de Desarrollo Económico Territorial, n. 8, 2015. p. 11-27. Ecuador: Flacso Ecuador. Disponível
em: <https://revistas.flacsoandes.edu.ec/eutopia/article/view/1828>. Acesso em: 25 ago. 2021.

KNAAK, N.; FIUZA, L. M. Potencial dos óleos essenciais de plantas no controle de insetos e microrganismos. In:
Neotropical Biology and Conservation, v. 5, n. 2, 2010. p. 120–132. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.4013/4757>.
Acesso em: 25 ago. 2021.

MA, B.; BAN. X.; HUANG, B.; HE, J.; TIAN, J.; ZENG, H.; CHEN, Y.; WANG, Y. Interference and mechanism of dill
seed essential oil and contribution of carvone and limonene in preventing sclerotinia rot of rapeseed. In: PLoS ONE, v.
10, n. 7, 2015. p. 1–15. Disponível em: <https://doi.org/10.1371/journal.pone.0131733>. Acesso em: 25 ago. 2021.

MA, B. X. BAN, X. Q.; HE, J. S.; HUANG, B.; ZENG, H.; TIAN, J.; CHEN, Y. X.; WANG, Y. W. Antifungal activity of
Ziziphora clinopodioides Lam. essential oil against Sclerotinia sclerotiorum on rapeseed plants (Brassica campestris L.).
In: Crop Protection, v. 89, 2016. p. 289–295. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.cropro.2016.07.003>. Acesso
em: 25 ago. 2021.

MANCINI, E.; CAMELE, I.; ELSHAFIE, H. S.; MARTINO, L.; PELLEGRINO, C.; GRULOVA, D.; FEO, V. Chemical
composition and biological activity of the essential oil of Origanum vulgare ssp. hirtum from different areas in the
Southern Apennines (Italy). In: Chemistry and Biodiversity, v. 11, n. 4, 2014. p. 639–651. Disponível em: <https://doi.
org/10.1002/cbdv.201300326>. Acesso em: 25 ago. 2021.

82
MARQUES, E.; MARTINS, I.; CUNHA, M. O. C.; LIMA, M. A.; SILVA, J. B. T.; SILVA, J. P.; INGLIS, P. W.; MELLO,
S. C. M. New isolates of Trichoderma antagonistic to Sclerotinia sclerotiorum. In: Biota Neotropica, v. 16, n. 3, 2016.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1676-0611-BN-2016-0218>. Acesso em: 25 ago. 2021.

MCLOUGHLIN, A. G.; WYTINCK, N.; WALKER, P. L.; GIRARD, I, J.; RASHID, K. Y.; KIEVIT, T.; FERNANDO, W.
G. D.; WHYARD, S.; BELMONTE, M. F. Identification and application of exogenous dsRNA confers plant protection
against Sclerotinia sclerotiorum and Botrytis cinerea. In: Scientific Reports, v. 8, n. 1, 2018. p. 1–14. Disponível: <https://
www.nature.com/articles/s41598-018-25434-4>. Acesso em: 25 ago. 2021.

MENEZES FILHO, A. C. P.; SOUSA, W. C.; CASTRO, C. F. DE S. Atividades antioxidante e antifúngica dos óleos
essenciais de Cochlospermum regium frente à Sclerotinia sclerotiorum e Colletotrichum gloeosporioides. In: Colloquium
Agrariae, v. 16, n. 1, 2020. p. 109–116. Disponível em: <https://revistas.unoeste.br/index.php/ca/article/view/3113>.
Acesso em: 25 ago. 2021.

MERRIMAN, P. R. Survival of sclerotia of Sclerotinia sclerotiorum in soil. In: Soil Biology and Biochemistry, v. 8, n. 5,
1976. p. 385–389. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/0038-0717(76)90038-9>. Acessso em: 25 ago. 2021.

MEYER, M. C.; CAMPOS, H. D.; GODOY, C. V.; UTIAMADA, C. M. Ensaios cooperativos de controle químico de
mofo branco na cultura da soja: safras 2009 a 2012. Embrapa Soja, mar. 2014. p. 1–101. Londrina: Embrapa Soja, 2014.
Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/985018/ensaios-cooperativos-de-controle-
quimico-de-mofo-branco-na-cultura-da-soja-safras-2009-a-2012>. Acesso em: 25 ago. 2021.

MIRAHMADI, S. F.; NOROUZI, R. Chemical composition, phenolic content, free radical scavenging and antifungal
activities of Achillea biebersteinii. In: Food Bioscience, v. 18, 2017. p. 53–59. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.
fbio.2017.04.004>. Acesso em: 25 ago. 2021.

MOON, T.; CAVANAGH, H. M. A.; WILKINSON, J. M. Antifungal activity of australian grown lavandula spp. essential
oils against Aspergillus nidulans, Trichophyton mentagrophytes, Leptosphaeria maculans and Sclerotinia sclerotiorum.
In: Journal of Essential Oil Research, v. 19, n. 2, 2007. p. 171–175. London: Taylor & Francis Online, 2007. Disponível
em: <https://doi.org/10.1080/10412905.2007.9699253>. Acesso em: 25 ago. 2021.

NAJAFIAN, S. Storage conditions affect the essential oil composition of cultivated Balm Mint Herb (Lamiaceae) in Iran. In:
Industrial Crops and Products, v. 52, 2014. p. 575–581. Disponível: <http://dx.doi.org/10.1016/j.indcrop.2013.11.015>.
Acesso em: 25 ago. 2021.

NAZZARO, F.; FRATIANNI, F.; COPPOLA, R.; FEO, V. D. Essential oils and antifungal activity. In: Pharmaceuticals,
v. 10, n. 4, 2017. p. 1–20. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.3390%2Fph10040086>. Acesso em: 25 ago. 2021.

PADUA, J. B.; SCHLINDWEIN, M. M.; GOMES, E. P. Agricultura familiar e produção orgânica: uma análise
comparativa considerando os dados dos censos de 1996 e 2006. In: Interações (Campo Grande), v. 14, n. 2, 2013.
p. 225–235. Mato Grosso do Sul: Universidade Católica Dom Bosco. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1518-
70122013000200009>. Acesso em: 25 ago. 2021.

83
PANSERA, M. R.; PAULETTI, M.; GONZALEZ, A.; SARTORI, V. C.; RIBEIRO, R. T. S. Utilização de extratos vegetais
e óleos essenciais no controle do mofo branco em alface. In: Revista Brasileira De Agroecologia, v. 10, n. 2, 2015. p.
87–91.

PANSERA, M. R.; PAULETTI, M.; FEDRIGO, C. P.; SARTORI, V. C.; RIBEIRO, R. T. S. Utilization of essential
oil and vegetable extracts of Salvia officinalis L. in the control of rot sclerotinia in lettuce. In: Applied Research &
Agrotechnology, v. 6, n. 2, 2013. p. 83–88. Disponível em: <https://doi.org/10.5777/paet.v6i2.2248>. Acesso em: 25
ago. 2021.

PATEIRO, M.; BARBA, F. J.; DOMÍNGUEZ, R.; SANT’ANA, A. S.; KHANEGHAH, A. M.; GAVAHIAN, M.; GÓMEZ,
B.; LORENZO, J. M. Essential oils as natural additives to prevent oxidation reactions in meat and meat products: a
review. In: Food Research International, v. 113, p. 156–166, 2018. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.
foodres.2018.07.014>. Acesso em: 25 ago. 2021.

PÉREZ-SÁNCHEZ, R.; INFANTE, F.; GALVEZ, C.; UBERA, J. L. Fungitoxic activity against phytopathogenic fungi
and the chemical composition of Thymus zygis essential oils. In: Food Science and Technology International, v. 13, n.
5, 2007. p. 341–347. Disponível em: <https://doi.org/10.1177%2F1082013207085687>. Acesso em: 25 ago. 2021.

RUBIOLO, P.; SGORBINI, B.; LIBERTO, E.; CORDERO, C.; BICCHI, C. Essential oils and volatiles: Sample
preparation and analysis. A review. In: Flavour and Fragrance Journal, v. 25, n. 5, 2010. p. 282–290. Disponível em:
<https://doi.org/10.1002/ffj.1984>. Acesso em: 25 ago. 2021.

SCHWARTZ, H. F.; PASTOR-CORRALES, M. A. Bean production problems in the tropics. [s.l.]: Centro Internacional
de Agricultura Tropical (CIAT), 1989.

SHARMA, P.; MEENA, P. D.; VERMA, P. R.; SAHARAN, G. S.; MEHTA, N.; SINGH, D.; KUMAR, A. Sclerotinia
sclerotiorum (Lib.) de Bary causing Sclerotinia rot in oilseed Brassicas: a review. In: Journal of Oilseed Brassica, v. 1, n.
2, 2015. p. 1–44. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/275211255_Sclerotinia_sclerotiorum_Lib_
de_Bary_causing_Sclerotinia_rot_in_oilseed_Brassicas_A_review>. Acesso em: 25 ago. 2021.

SHARMA, R. R.; SINGH, D.; SINGH, R. Biological control of postharvest diseases of fruits and vegetables by microbial
antagonists: a review. In: Biological Control, v. 50, n. 3, 2009. p. 205–221. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.
biocontrol.2009.05.001>. Acesso em: 25 ago. 2021.

SILVA, E. A. J.; SILVA, V. P.; ALVES, C. C. F.; ALVES, J. M.; SOUCHIE, E. L.; BARBOSA, L. C. A. Chemical
composition of the essential oil of Psidium guajava leaves and its toxicity against Sclerotinia sclerotiorum. In: Semina -
Ciências Agrárias, v. 39, n. 2, 2018. p. 865–874. Disponível em: <https://doi.org/10.5433/1679-0359.2018v39n2p865>.
Acesso em: 25 ago. 2021.

SILVA, F. F.; CASTRO, E. M.; MOREIRA, S. I.; FERREIRA, T. C.; LIMA, A. E.; ALVES, E. Emergência e análise
ultraestrutural de plântulas de soja inoculadas com Sclerotinia sclerotiorum sob efeito da aplicação de Trichoderma
harzianum. In: Summa Phytopathologica, v. 43, n. 11, 2017. p. 41–45. São Paulo: Unesp, 2017. Disponível em: <https://
doi.org/10.1590/0100-5405/2212>. Acesso em: 25 ago. 2021.

84
SILVA, F. F. A.; OLIVEIRA FILHO, J. G.; VIEIRA, T. M.; CROTTI, A. E. M.; MIRANDA, M. L. D. Chemical constituents
of essential oil from Murraya paniculata leaves and its application to in vitro biological control of the fungus Sclerotinia
sclerotiorum. In: Food Science and Technology, Campinas, v. 39, 2019. p. 413–417. São Paulo: Sociedade Brasileira de
Ciência e Tecnologia de Alimentos, 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/fst.20218>. Acesso em: 25 ago. 2021.

SILVA, F. P. M.; GAVASSONI, W. L.; BACCHI, L. M. A.; GARCEZ, F. R. Germinação carpogênica de Sclerotinia
sclerotiorum sob diferentes resíduos e extratos de plantas cultivadas. In: Summa Phytopathologica, v. 37, n. 3, 2011. p.
131–136. São Paulo: Unesp, 2011. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-54052011000300009>. Acesso em:
24 ago. 2021.

SIVAKUMAR, D.; BAUTISTA-BAÑOS, S. A review on the use of essential oils for postharvest decay control and
maintenance of fruit quality during storage. In: Crop Protection, v. 64, 2014. p. 27–37. Disponível em: https://doi.
org/10.1016/j.cropro.2014.05.012. Acesso em: 25 ago. 2021.

SMOLIŃSKA, U.; KOWALSKA, B. Biological control of the soil-borne fungal pathogen Sclerotinia sclerotiorum: a
review. In: Journal of Plant Pathology, v. 100, n. 1, 2018. p. 1–12. Switzerland: Springer Nature, 2018. Disponível em:
<https://link.springer.com/article/10.1007/s42161-018-0023-0.> Acesso em: 25 ago. 2021.

SOYLU, S.; YIGITBAS, H.; SOYLU, E. M.; KURT, S. Antifungal effects of essential oils from oregano and fennel
on Sclerotinia sclerotiorum. In: Journal of Applied Microbiology, v. 103, n. 4, p. 1021–1030, 2007. Disponível em:
<https://doi.org/10.1111/j.1365-2672.2007.03310.x>. Acesso em: 25 ago. 2021.

STEFFEN, G. P. K.; MALDANER, J.; STEFFEN, R. B.; MISSIO, E. L.; MEZZOMO, R. Controle de Sclerotinia
sclerotiorum e Fusarium sp. com óleo essencial de melaleuca. In: Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer,
Goiânia, v. 16, n. 30, 2019. p. 682. Disponível em: <http://www.conhecer.org.br/enciclop/2019b/controle.pdf>. Acesso
em: 25 ago. 2021.

SURVILIENĖ, E.; VALIUSKAITE, A.; SNIESKIENE, V.; STANKEVICIENE, A. Effect of essential oils on fungi
isolated from apples and vegetables. Scientific works of the Lithuanian Institute of Horticulture and Lithuanian University
of Agriculture. In: SodininkystėIr Daržininkystė, v. 28, n. 3, p. 227–234, 2009. Disponível em: <http://www.lsdi.lt/
straipsniai/28-3/29_Surviliene.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2021.

SWAMY, M. K.; AKHTAR, M. S.; SINNIAH, U. R. Antimicrobial properties of plant essential oils against human
pathogens and their mode of action: an updated review. In: Evidence-based Complementary and Alternative Medicine,
v. 2016, 2016. Disponível em: <https://doi.org/10.1155/2016/3012462>. Acesso em: 25 ago. 2021.

TARIQ, S.; WANI, S.; RASOOL, W.; SHAFI, K.; BHAT, M. A.; PRABHAKAR, A.; SHALLA, A H.; RATHER, M.
A. A comprehensive review of the antibacterial, antifungal and antiviral potential of essential oils and their chemical
constituents against drug-resistant microbial pathogens. In: Microbial Pathogenesis, v. 134, 2019. p. 103580. Disponível
em: <https://doi.org/10.1016/j.micpath.2019.103580>. Acesso em: 25 ago. 2021.

TIAN, J.; ZENG, X.; ZHANG, S.; WANG, Y.; ZHANG, P.; LU, A.; PENG, X. Regional variation in components and
antioxidant and antifungal activities of Perilla frutescens essential oils in China. In: Industrial Crops and Products, v.
59, 2014. p. 69–79. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.indcrop.2014.04.048>. Acesso em: 25 ago. 2021.

85
TOHIDI, B.; RAHIMMALEK, M.; ARZANI, A. Essential oil composition, total phenolic, flavonoid contents, and
antioxidant activity of Thymus species collected from different regions of Iran. In: Food Chemistry, v. 220, 2017. p.
153–161. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2016.09.203>. Acesso em: 25 ago. 2021.

TUPICH, F. L. B.; FANTIN, L. H.; SILVA, A. L.; CANTERI, M. G. Impacto do controle do mofo-branco com fluazinam
na produtividade da soja no Sul do Paraná: metanálise. In: Summa Phytopathologica, v. 43, n. 2, 2017. p. 145–150.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0100-5405/168479>. Acesso em: 25 ago. 2021.

VALADARES, A. C. F.; ALVES, C. C. F.; ALVES, J. M.; DEUS, I. P.; OLIVEIRA FILHO, J. G.; SANTOS T. C.
L.; DIAS, H. J.; CROTTI, A. E. M.; MIRANDA, M. L. D. Essential oils from Piper aduncum inflorescences and
leaves: chemical composition and antifungal activity against Sclerotinia sclerotiorum. In: Anais da Academia
Brasileira de Ciências, v. 90, n. 3, 2018. p. 2691–2699. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/aabc/a/
qMX7QJsMqG4hbgts4wnVjnQ/?format=pdf&lang=en>. Acesso em: 25 ago. 2021.

WILLETTS, H. J.; BULLOCK, S. Developmental biology of sclerotia. In: Mycological Research, v. 96, n. 10, 1992. p.
801–816. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/S0953-7562(09)81027-7>. Acesso em: 25 ago. 2021.

WOLFFENBUTTEL, A. N. Base química dos óleos essenciais e aromaterapia: abordagem técnica e científica. [s.l.]:
Roca, 2010.

XIE, Y.; HUANG, Q.; YANG, F.; LEI, C. Chemical variation in essential oil of Cryptomeria fortunei from various areas
of China. In: Industrial Crops and Products, v. 36, n. 1, 2012. p. 308–312. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.
indcrop.2011.10.023>. Acesso em: 25 ago. 2021.

YOUSEFI, M.; RAHIMI-NASRABADI, M.; POURMORTAZAVI, S. M.; WYSOKOWSKI, M.; JESIONOWSKI, T.;
EHRLICH, H.; MIRSADEGHI, S. Supercritical fluid extraction of essential oils. In: Trends in Analytical Chemistry, v.
118, 2019. p. 182–193. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.trac.2019.05.038>. Acesso em: 25 ago. 2021.

ZHANG, D. Y.; YAO, X. H.; DUAN, M. H.; WEI, F. Y.; WU, G. H.; LI, L. Variation of essential oil content and antioxidant
activity of Lonicera species in different sites of China. In: Industrial Crops and Products, v. 77, 2015. p. 772–779.
Disponível em: <https://www.cabdirect.org/cabdirect/abstract/20153429089>. Acesso em: 25 ago. 2021.

86
87
88
CAPÍTULO 5

USO DE ÓLEOS ESSENCIAIS


NANOENCAPSULADOS NO CONTROLE
DE INSETOS-PRAGAS AGRÍCOLAS

Marcela Christofoli1
Wagner Luiz Araújo2
Cristiane de Melo Cazal3

Resumo
Tendências atuais de sustentabilidade no mercado agrícola vêm direcionando as pesquisas
quanto ao uso de métodos alternativos para os pesticidas sintéticos. Neste contexto, os óleos essen-
ciais se apresentam como abordagem promissora que se destacam como biopesticidas usualmente
mais seletivos, biodegradáveis e menos tóxicos que pesticidas sintéticos. Ademais, óleos essenciais
apresentam não apenas atividades bactericida, fungicida e herbicida, mas, também atividade insetici-
da e repelente contra diversos insetos-pragas das ordens Lepidoptera, Diptera, Coleopteran, Hemip-
tera e Isopteran. A nanotecnologia possibilita a otimização da atividade biológica de óleos essenciais
com a liberação gradativa e aumento da área de contato entre o princípio ativo e seu alvo, diminuindo
perdas por processos oxidativos ou por volatilização. Cumpre mencionar que nanotecnologia aliada
ao uso de pesticida botânico oferece nova perspectiva para o controle de insetos-pragas, favorecendo
programas de manejo integrado de pragas agrícolas e recentes evidências são fornecidas. As técnicas
recentes de nanoencapsulamento de óleos essenciais usados no controle de insetos pragas são discu-
tidas neste capítulo trazendo à luz novas alternativas para o desenvolvimento e aplicação de biopesti-
cidas ecologicamente corretos.

Palavras-chave: Nanotecnologia; Biopesticidas; Produtos naturais.

1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Rio Verde – Goiás. E-mail: marcela.christofoli@
seduc.go.gov.br
2 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal Viçosa – Minas Gerais; E-mail: wlaraujo@ufv.br
3 Instituto Federal de Educação, Instituto Federal de Ciência e Tecnologia Sudeste de Minas Gerais, Barbacena – Minas
Gerais. E-mail: cristiane.cazal@ifsudestemg.edu.br

89
1. Introdução
Embora os pesticidas sintéticos venham sendo inevitavelmente usados para garantir a pro-
dução agrícola, a dependência excessiva de tais pesticidas tem levantado severas preocupações am-
bientais não apenas pelo acúmulo de resíduos em diferentes componentes ambientais (e.g.: água,
alimentos, ar e solo), mas também, pelo desenvolvimento de resistência, dificultando ainda mais o
controle de pragas (KHOSHRAFTAR et al., 2019; SUBBANNA et al, 2020). Neste contexto, formas
alternativas de controle de pragas têm se apresentado como nova abordagem da produção agrícola,
em larga escala, por suas bases ecológicas e critérios socioeconômicos (OLIVEIRA et al., 2014;
MOSSA, 2016; CAMPOS et al., 2018; CHIRINOS et al., 2020; KHOSHRAFTAR et al., 2019).

Dentre as principais abordagens alternativas utilizadas atualmente, destaca-se o uso de pesti-


cidas botânicos, como os óleos essenciais. Tais óleos se caracterizam por serem mais seletivos (apre-
sentam poucos efeitos sobre organismos não alvo e o meio ambiente), biodegradáveis (podem ser
degradados mais rapidamente no ambiente que compostos sintéticos), não tóxicos, e alguns têm es-
pecificidade aumentada, favorecendo insetos benéficos (SABBOUR, 2019). Registra-se que os óleos
essenciais têm sido amplamente utilizados no controle de pragas agrícolas por suas atividades bac-
tericida, fungicida, herbicida, inseticida, repelente, dentre outras (ABADA et al., 2019; CAMPOS et
al., 2018; SABBOUR, 2019; GADBAN et al., 2020; RAVEAU; FONTAINE; SAHRAOUI, 2020).

Produzidos como metabólitos secundários pelas plantas, os óleos essenciais são constituí-
dos por compostos voláteis, principalmente monoterpenos e sesquiterpenos, responsáveis não apenas
pelo odor característico e defesa das plantas (contra estresses bióticos e abióticos) mas, também,
pelos processos de sinalização, incluindo a atração de polinizadores e insetos benéficos (CAMPOLO
et al., 2018). Não obstante, características dos óleos essenciais como volatilidade, insolubilidade em
água e fácil oxidação dificultam os estudos sobre atividades biológicas e viabilidade de aplicação
destes compostos no campo (MOSSA, 2016).

A encapsulação dos óleos essenciais, no entanto, pode minimizar tais problemas mediante
a proteção dos princípios ativos contra fotodegradação, evaporação, bem como pela liberação gra-
dual do princípio ativo, reduzindo a necessidade de altas doses, além de diminuir a toxicidade e os
efeitos indesejáveis aos organismos não alvos (NGUYEN et al., 2012; CHRISTOFOLI et al., 2015;
IBRAHIN, 2019). Cabe mencionar que o nanoencapsulamento consiste na elaboração de finas ca-
madas poliméricas, utilizando materiais em escala nanométrica, aplicáveis sobre o óleo essencial,
formando partículas com diâmetro inferior a 1 µm, que podem liberar seu conteúdo em velocidade
e condições específicas. Em conjunto, tais características oferecem maior segurança, seletividade,
biodegradabilidade, viabilidade econômica e baixo impacto ambiental (SPARKS, 1981; SOUZA et
al., 2012; CAZO et al., 2012).

As diversas aplicações da nanotecnologia na agricultura incluem pesticidas encapsulados em


materiais poliméricos para liberação controlada de princípios ativos usados como fertilizantes, bio-
fertilizantes e micronutrientes; no controle de patógenos de plantas; na conservação do solo; na enge-
nharia genética, entre outras áreas (SOUZA et al., 2012; GAHUKAR, 2020). Assim, ao possibilitar a
liberação controlada, a nanotecnologia se mostra como uma abordagem que promete não apenas uti-
lizar eficientemente recursos disponíveis, mas, também reduzir a poluição. Saliente-se, portanto, que

90
o uso do nanoencapsulamento, associado a compostos naturais como os óleos essenciais, favorece
grandemente programas biológicos e integrados de manejo de pragas agrícolas. Neste contexto, este
capítulo discute as atuais práticas de nanoencapsulamento de óleos essenciais utilizadas no controle
de insetos-pragas como biopesticidas ecologicamente corretos.

2. Óleos essenciais
Óleos essenciais são formados, principalmente, por monoterpenos, sesquiterpenos, fenóli-
cos e fenilpropanoides, além de alifáticos não terpênicos e heterocíclicos, nos quais estão presentes
as funções químicas de álcoois, ésteres, aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos e óxidos. Tais óleos
essenciais são produzidos pelas plantas como metabólitos secundários e hoje têm sido designados
como “metabólitos especiais”. Isto ocorre pois os óleos essenciais assumem funções tão primordiais
quanto os “metabólitos primários”, desempenhando papel imprescindível nas interações entre plantas
e seu ambiente, envolvendo interações com outras plantas, herbívoros, patógenos e polinizadores,
entre outros (FIGUEIREDO et al., 2008; KNAAK; FIUZA, 2010; WOLFFENBUTTEL, 2010). Cabe
mencionar que esses metabólitos são produzidos e acumulados em diferentes estruturas vegetais de
acordo com a família. Assim, podem acumular em distintas concentrações, nos vacúolos em forma
glicosídica ou em estruturas secretoras, tais como pelos glandulares, células parenquimáticas diferen-
ciadas, canais oleíferos, bolsas lisígenas ou mesmo em tricomas (FIGUEIREDO et al., 2008). Sendo
assim, os óleos essenciais são extraídos de diferentes órgãos vegetais, incluindo folhas, flores e frutos,
por diversas técnicas, tais como maceração, extração por solventes orgânicos, gases supercríticos
(CO2), micro-ondas e arraste a vapor (hidrodestilação), sendo a última a técnica mais utilizada atual-
mente (SILVA-SANTOS et al., 2006; MORAIS, 2009).

Tanto a síntese quanto a liberação desses compostos são extremamente variáveis e dependem,
portanto, não apenas da resposta às interações planta-microrganismos, planta-insetos e planta-plan-
ta, mas também da idade e estádio de desenvolvimento da planta, e de diversos fatores abióticos
incluindo sazonalidade, luminosidade, pluviosidade, adubação e nutrição, solo, época e forma de
plantio, uso de agrotóxicos, irrigação, condições ambientais. Salienta-se também que a época e horá-
rio de coleta, técnicas de colheita e pós-colheita, proveniência do material da planta (fresco ou seco),
técnicas de extração, fonte botânica, variação geográfica (latitudes e longitudes) e principalmente a
temperatura, também influenciam a composição dos óleos essenciais (NASCIMENTO et al., 2007;
MORAIS, 2009; WOLFFENBUTTEL, 2010). Os óleos essenciais apresentam, em geral, um largo
espectro de atividades biológicas incluindo atividade inseticida, repelência, deterrência, inibição en-
zimática, atividade citotóxica, antimicrobiana, antioxidante, bem como aditivos fitogênicos, dentre
outras (WOGUEM et al., 2014; COSTA et al., 2017; BOUYAHYA et al., 2017; MOHITI-ASLI;
GHANAATPARAST-RASHTI, 2017). Tomadas em conjunto, essas informações indicam vasta gama
de aplicações para os óleos essenciais na agricultura.

Segundo Figueiredo et al. (2008), várias famílias de plantas como Anonaceae, Apiaceae, As-
teraceae, Cupressaceae, Hypericaceae, Lamiaceae, Lauraceae, Fabaceae, Liliaceae, Malvaceae,
Myrtaceae, Oleaceae, Pinaceae, Rosaceae e Rutaceaesão são particularmente ricas em metabólitos
secundários como os óleos essenciais. Registre-se também que os óleos essenciais extraídos de
espécies dessas famílias têm sido amplamente descritos na literatura quanto às suas atividades

91
inseticida, repelentes, fumegantes, larvicidas e adulticidas contra insetos das ordens Lepidoptera,
Diptera, Coleopteran, Hemiptera e Isopteran (TRIPATHI; SHUKLA, 2009; MOSSA, 2016). Assim,
o adequado reconhecimento da espécie potencialmente utilizável pelos produtores pode contribuir,
em larga escala, para o equilíbrio dinâmico na utilização dos espaços rurais, incentivando a conserva-
ção do patrimônio agrícola e florestal, além de potencializar a preservação da biodiversidade.

Vários estudos acerca das atividades biológicas de compostos naturais sobre diversos pató-
genos agrícolas têm sido realizados com óleos essenciais de diferentes gêneros de plantas. Assim, é
importante destacar o trabalho realizado por Soares et al. (2012), que verificaram a toxicidade do óleo
essencial de Illicum verum e de Pipper hispidinervum sobre o pulgão em roseiras, ao passo que Lima
et al. (2010) verificaram o efeito inseticida do óleo essencial do mentrasto (Ageratum conyzoides)
sobre Spodoptera frugiperda. Em adição, os óleos essenciais de espécies do gênero Zanthoxylum
apresentaram atividades inseticida, repelente e fumegante contra vários insetos-pragas (PRIETO et
al., 2011; CHRISTOFOLI et al., 2015; PEREIRA et al., 2018). Cumpre mencionar também que os
óleos essenciais de várias espécies vegetais como Artemesia vulgaris, Melaleuca leucadendron, Pe-
largonium roseum, Lavandula angustifólia e Mentha piperitae Juniperus virginiana têm se destaca-
do com respeito à sua atividade inseticida, fumegante e repelente contra grande número de pragas
de armazenamento, como Sitophilus oryzae, Rhizopertha dominica, Tribolium castaneum, Sitotraga
cerealella, Bruchus chinensis e Callosobruchus chinensis (L.) (KORDALI et al., 2005; DIMETRY;
EL-WAKEIL; HUSSEN, 2019). Neste contexto, os compostos majoritários presentes nesses óleos
essenciais, tais como limoneno, cinamaldeídos, canfora, citronelal, timol, carvacrol, geraniol, α-ter-
pineeol, α-pineno, linalool, dentre outros, apresentam comprovada atividade biológica sobre insetos
pragas (MOSSA, 2016).

Os mecanismos de ação envolvidos na atividade biológica e fisiológica dos óleos essenciais


sobre os insetos são atribuídos, principalmente, aos seus efeitos no sistema neuroendócrino dos in-
setos, levando à paralisia do inseto pela interrupção do neurotransmissor octopamina, resultando em
colapso total do sistema nervoso (LOPEZ; PASCUAL-VILLALOBOS, 2010; PAVELA; BENELLI,
2016). Ademais, compostos químicos presentes nos óleos essenciais podem atuar também sobre a
enzima acetilcolinesterase (AChE), responsável pela transmissão do impulso nervoso (IBRAHIN,
2019). Em adição, os óleos essenciais parecem também atuar sobre o hormônio juvenil, levando ao
desequilíbrio hormonal e à má formação dos insetos, fato este observado pela diminuição na postura
de ovos e eclosão de ninfas de Bemisia tabaci quando expostas ao contato com óleo essencial de
Zanthoxylum rhoifolium (CHRISTOFOLI et al., 2015). Não obstante, Adedire et al. (2011) e Ileke
et al. (2012) relataram também que óleos essenciais podem causar asfixia pelo bloqueio dos espi-
ráculos de insetos. Adicionalmente, compostos lipossolúveis dos óleos essenciais podem também
afetar a eficiência alimentar dos insetos ao agirem sobre quimiorreceptores que reduzem a ingestão
de alimentos, reduzindo, portanto, a eficiência de conversão de materiais assimilados e, em última
instância, impedindo que os nutrientes estejam prontamente disponíveis para a produção de biomassa
(SHARABY et al., 2014; IBRAHIN, 2019). Além disso, esses múltiplos modos de ação dos óleos
essenciais e de seus compostos majoritários sobre os insetos dificilmente podem gerar resistência em
seus alvos (KOUL et al., 2013).

É importante mencionar, todavia, que características dos óleos essenciais tais como volatilidade,
insolubilidade em água, e facilidade de oxidação, dificultam os estudos acerca de suas atividades

92
biológicas bem como a viabilidade de aplicação destes compostos no campo (MOSSA, 2016). O uso
da nanotecnologia tem se mostrado como potencial solução para esses problemas ao proteger os óleos
essenciais da degradação, ao aumentar a meia-vida dos resíduos pela redução de sua evaporação;
outrossim, a nanotecnologia otimiza a solubilidade e mobilidade dos óleos essenciais; melhora sua
eficiência por meio da liberação controlada do óleo essencial e do aumento da superfície de contato,
pelo pequeno tamanho das partículas e, por esses motivos, essa técnica tem se revelado uma nova ten-
dência do mercado de pesticidas agrícolas (NGUYEN et al., 2012; MOSSA, 2016; IBRAHIN, 2019).
Registre-se, portanto, que neste cenário, os óleos essenciais nanoencapsulados têm se apresentado
como agentes inseticidas, repelentes, antifúngicos, bactericidas, dentre outras atividades biológicas,
e vêm também revelando o potencial dos compostos naturais nesta área, impulsionando as pesquisas
sobre o manejo integrado de pragas considerando o sistema produtivo como um todo.

3. Óleos essenciais encapsulados no controle de pragas agrícolas


Como exposto acima, os óleos essenciais são metabólitos especiais que se destacam pelo
notável potencial biopesticida, vêm igualmente se tornando uma nova tendência para o manejo inte-
grado de pragas ao apresentar propriedades inseticida, repelente, fumegante, deterrente, dentre outras
(CHRISTOFOLI et al., 2015; CAMPOLO et al., 2017; PEREIRA et al., 2018; PERES et al., 2020).
Tais propriedades se devem à característica lipofílica desses óleos essenciais, que facilita grandemen-
te a penetração nos insetos (MOSSA, 2016) e do tremendo potencial de interação de monoterpenos
com moléculas neurotransmissoras de importância, podendo causar disfunção bioquímica, fisioló-
gica e mortalidade (LOPEZ; PASCUAL-VILLALOBOS, 2010). Sem embargo, a aplicação a nível
de campo pode ser amplamente comprometida pelas propriedades intrínsecas dos óleos essenciais,
como baixa solubilidade em água, volatilidade e potencial de oxidação (MORETTI et al., 2002).
Nesse sentido, as nanopartículas contendo óleos essenciais se apresentam como excelente estratégia
que, além de minimizar os problemas acima relatados, evitam perdas do princípio ativo reduzindo
a necessidade de aplicação de altas e repetidas doses e, consequentemente, reduzem a toxicidade ao
ambiente (CAZO et al., 2012; CHRISTOFOLI et al., 2015; PERES et al., 2020).

As técnicas de nanotecnologia empregadas na proteção dos óleos essenciais incluem as


nanopartículas (nanocápsulas e nanoesferas) e as nanoemulsões (Figura 1). De maneira resumi-
da, as nanoemulsões são caracterizadas como sistemas de distribuição contendo nanopartículas de
compostos lipofílicos dispersos por um surfactante, e diminui a tensão interfacial entre a fase aquosa
e o óleo essencial, formando partículas com tamanho de raio inferior a 100 nm, sendo emulsões
comumente transparentes, translúcidas ou turvas (XUE; ZHONG, 2014; PATHANIA et al., 2018).
Por outro lado, as nanocápsulas consistem de uma parede polimérica disposta ao redor de um núcleo
oleoso, no qual o princípio ativo se encontra dissolvido e/ou adsorvido à parede polimérica, ao passo
que as nanoesferas não contêm óleo em sua composição e são formadas por uma matriz polimérica,
na qual o princípio ativo se encontra homogeneamente disperso ou solubilizado no interior da matriz
(SOUZA et al, 2012).

93
Figura 1 - Representação esquemática simplificada de nanocápsulas, nanoesferase, nanoemulsões. a) princípio ativo dissolvido no
núcleo oleoso e/ou adsorvido à parede polimérica das nanocápsulas; b) princípio ativo adsorvido na matriz polimérica das nanoesfe-
ras; c) princípio ativo disperso na matriz polimérica da nanoemulssão

Fonte: Os autores.

Saliente-se que a tecnologia de encapsulamento (nanocápsulas e nanoesferas) vêm sendo fre-


quentemente utilizada por diversas empresas especializadas na fabricação de novas formas de pro-
dutos em escala nanométrica. Assim, o encapsulamento apresenta várias aplicações, que incluem
indústria de alimentos, agricultura, terapêutica médica e diagnósticos, produção de energia, compu-
tação molecular e materiais estruturais, entre outros (MOSSA, 2016). É importante mencionar que
tais sistemas (nanocápsulas e nanoesferas) podem ser efetivamente aplicados no domínio da agri-
cultura, possibilitando que os defensivos possam ser aprisionados na matriz polimérica, otimizando
os seus efeitos desejados, para as baixas concentrações (AOUADA; MOURA, 2015). Isso acontece
porque os pesticidas encapsulados têm sua atividade prolongada mediante a liberação gradativa do
princípio ativo e reduz a necessidade de altas doses iniciais ou múltiplas aplicações, com diminuição
significativa da toxicidade e de efeitos indesejáveis para organismos não alvos, além de permitir a
administração segura para o aplicador e reduzir grandemente os impactos ambientais (PRADHAN;
MAILAPALLI, 2020). Neste sentido, a nanotecnologia aplicada à agricultura se apresenta como uma
alternativa atrativa para o controle de insetos pragas, de forma mais eficiente e segura, ao mesmo
tempo que os impactos ambientais se tornem sobremodo menos severos. A Tabela 1 sintetiza as pes-
quisas correntes sobre nanoformulações contendo óleos essenciais no controle de insetos praga em
diferentes culturas de interesse agrícola.

Nanoemulsões são usualmente utilizadas pelas indústrias de alimentos, cosméticos e


agroquímicos, buscando melhorias na dispersão do óleo essencial e, em última instância, aumentar
sua eficácia no controle microbiológico (DONSÌA; FERRARI, 2016; LU et al., 2018; MORADI;
BARATI, 2019). Pascual-Villalobos et al. (2015), após testarem nanoemulsões de óleos essenciais
extraídos de Coriandere basil, verificaram promissora atividade repelente e toxicidade contra Plodia
interpunctella (Hubner) e Ephestia kuehniella Zeller (Lepidoptera: Pyralidae). Ademais, nanoemul-
sões de óleo essencial de Cymbopogon citratus apresentaram atividade inseticida efetiva contra Ph-
thorimaea operculella (Lepidoptera: Gelechiidae), uma praga que ataca plantações de batata, tomate
e tabaco (JOVANOVIĆ et al., 2020).

94
Tabela 1 - Nanoformulações de óleos essenciais com eficácia contra diferentes insetos-pragas em distintas culturas de interesse agrícola

Espécies vegetais Nanoformulação Insetos-pragas Referências


Allium sativum Nanopartícula de Tribolium castaneum Yang et al., 2009
Polietilenoglicol–
PEG
Artemisia sieberi Nanocápsulas de Poli Tribolium castaneum Negahban et al., 2012
(urea-formaldeido)

Achillea biebersteinii, Nanoemulsão Tribolium castaneum Nenaah, 2014


A. santolina e A.
mellifolium

Pelargonium sp.e Citrus Nanopartícula de Tribolium castaneum González et al., 2014


reticulata Polietilenoglicol – e Rhizopertha
PEG dominica

Zanthoxylum rhoifolium Nanocápsulas e Bemisia tabaci Christofoli et al., 2015


nanoesferas de Poli-
e-caprolactona – PCL

Coriandrum sativum e Nanoemulsão Plodia interpunctella Pascual-Villalobos et


Ocimum basilicum e Ephestia kuehniella al., 2015
Thymus eriocalyx e Nanopartículas Tetranychus urticae Ebadollahi; Sendi;
Thymus kotschyanus Aliakbar., 2017

Citrus sinensis, C. Nanoemulsão e Tuta absoluta Campolo et al., 2017


reticulata e C. limon Nanopartícula de
Polietilenoglicol –
PEG
Pimpinella anisum, Nanoemulsão Rhopalosiphum padi Pascual-Villalobos et
Mentha piperita e al., 2017
Cymbopogon citratus

Zanthoxylum Nanopartícula de Bemisia tabaci Pereira et al., 2018


riedelianum Poli-e-caprolactona
– PCL
Cymbopogon sp. Nanopartículas de Tetranychus urticae Oliveita et al., 2018
Zein
Pimpinella anisum Nanoemulsão Tribolium castaneum Hashem et al., 2018

Citrus sinensis Nanoemulsão Tribolium confusume Giunti et al., 2019


Cryptolestes
ferrugineus

Rosmarinus officinalis Nanopartícula de Ectomyelois Abada et al., 2019


ciclodextrin ceratoniae
Melissa officinalis Nanopartícula de Tribolium castaneum Upadhyay et al., 2019
Quitosana

95
Rosmarinus officinalis Nanocápsulas Callosobruchus sp. Sabbour, 2019

Piper nigrum Nanopartícula de Sitophilus oryzae e Rajkumara et al., 2020


Quitosana Tribolium castaneum
Cymbopogon citratus Nanoemulsão Phthorimaea Jovanović et al., 2020
operculella
Origanum vulgare Nanoemulsão, Sitophilus oryzae Hossain et al., 2019
nanocristal de metil
celulose, quitosana e
ácido polilactico
Cymbopogon martinii, Nanopartícula de Plodia interpunctella Jesser et al., 2020
Geranium maculatum e Polietilenoglicol –
Mentha piperita PEG

Ocimum basilicum Nanoemulsão Rhyzopertha Chenni et al., 2020


dominica, Sitophilus
oryzae e Tribolium
castaneum

Xylopia aromatica Nanopartículas de Bemisia tabaci Peres et al., 2020


Poli-e-caprolactona
– PCL
Piper nigrum Nanopartículas de Sitophilus oryzaee Rajkumara et al., 2020
quitosana Tribolium castaneum

Fonte: Os autores.

As propriedades gerais e biológicas melhoradas dos óleos essenciais após o nanoencapsulamen-


to têm sido também verificadas em diferentes estudos independentes. Deste modo, nanoformulações
de óleo essencial de Azadirachta indicain reduziram a sobrevivência de Tuta absoluta (Meyrick)
(Lepidoptera: Gelechiidae) (FERREIRA; VENDRAMIN; FORIM, 2012). Ademais, nanopartículas
de polietilenoglicol (PEG) contendo óleos essenciais de Citrus sinensis, Citrus reticulara e Citrus
limon reduziram significativamente a fitotoxicidade e aumentaram a mortalidade de adultos, ovos e
larvas de Tuta absoluta (CAMPOLO et al., 2017). Adicionalmente, a nanoencapsulação de óleo es-
sencial de Rosmarinus officinalis e de seu composto isolado 1,8-Cineol usando ciclodextrin ofereceu
efetiva proteção contra perdas do princípio ativo e ocasionou letalidade contra adultos e larvas de
Ectomyelois ceratoniae (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae) (ABADA et al., 2019). Registre-se também
que as nanopartículas de PEG apresentaram entre 70 e 90% de eficiência na encapsulação dos óleos
essenciais de Cymbopogon martinii, Geranium maculatum e Mentha piperita, utilizados no controle
de Plodia interpunctella (Hübner) (Lepidoptera: Pyralidae), uma praga sugadora, cosmopolita, que
ataca cereais, frutos e legumes (JESSER et al., 2020). Tomados em conjunto, tais estudos revelam que
diferentes nanoformulações promovem não apenas uma concreta proteção do óleo essencial contra a
sua degradação como também adequado e efetivo controle de distintos insetos-pragas.

Nessa mesma perspectiva, nanocápsulas e nanoesferas de Poli-ɛ-caprolactona (PCL) conten-


do óleos essenciais de Zanthoxylum rhoifolium (CHRISTOFOLI et al., 2015) e Zanthoxylum riede-

96
lianum (PEREIRA et al., 2018) apresentaram eficiência de encapsulação acima de 95% e ofereceram
efetiva fotoproteção aos óleos essenciais. Cabe mencionar também que as nanopartículas aumenta-
ram a atividade repelente e inseticida, em comparação ao óleo essencial in natura, sobre ovos e ninfas
de Bemisia tabaci (Gennadius) biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae). Registre-se que essa é uma praga
que causa severos danos para as diversas culturas de importância agrícola, como feijão, soja, tomate,
couve, brócolis, plantas ornamentais, entre outras, e que apresenta resistência aos diversos pesticidas
sintéticos (HOROWITZ et al., 2020). É importante mencionar também que nanopartículas de PCL
contendo óleo essencial de Xylopia aromatica foram desenvolvidas com uma eficiência de encapsu-
lação de 95%, o que promoveu adequada fotoproteção a esses óleos essenciais (PERES et al., 2020).
Foi possível verificar também que as nanopartículas não apenas melhoraram a atividade biológica do
óleo essencial ao inibir a postura de ovos de B. tabaci em 98%, mas também reduziram significati-
vamente os efeitos tóxicos visíveis em folhas de feijão (PERES et al., 2020). Coletivamente, esses
resultados, aliados aos acima relatados, indicam que produtos naturais nanoformulados podem ser
efetivamente utilizados com sucesso em programas integrados de manejo de pragas.

A melhora na atividade biológica dos óleos essenciais nanoencapsulados pode ser expli-
cada, em larga escala, pela escala nanométrica das partículas, facilitando a penetração nos tecidos
de insetos, a ingestão e penetração no trato digestivo, aumentando, portanto, a atividade inseticida
(IBRAHIM, 2019). Pragas de grãos armazenados (e.g.: soja, milho e feijão) causam inúmeros pre-
juízos aos produtores e aumentam significativamente os custos de produção ao requererem o uso de
uma quantidade considerável de pesticidas que, em última instância, entram em contato direto com o
alimento. Ao longo dos anos, uma série de trabalhos tem emergido acerca de nanoformulações con-
tendo óleo essencial e/ou seus compostos majoritários no controle de pragas de grãos armazenados.
Neste contexto, uso de nanocápsulas de PEG contendo óleo essencial de Allium sativum foi descrito
por Yang et al. (2009) melhorando a eficiência (acima de 80% no controle de Tribolium castaneum)
(Herbst) (Coleoptera: Tenebrionidae), e oferecendo proteção aos grãos pelo período de cinco meses.
Registre-se também que o nanoencapsulamento dos óleos essenciais de Artemisia sieberin apresenta-
ram promissora atividade fumigante contra essa mesma praga (NEGAHBAN et al., 2012). Nanopar-
tículas de PEG apresentaram também uma eficiência de encapsulação (>75%) dos óleos essenciais de
Pelargonium sp. e Citrus reticulata, que promoveu a manutenção da estabilidade dos óleos essenciais
pelo período de seis meses (GONZÁLEZ et al., 2014). Esses mesmos autores avaliaram também a
atividade biológica contra duas pragas de grãos armazenados (T. castaneum e Rhizopertha dominica)
e observaram que as nanoformulações aumentaram significativamente a toxicidade de contato pela
lenta liberação dos compostos terpênicos, afetando a fisiologia nutricional desses insetos-pragas. Do
mesmo modo, o nanoencapsulamento de óleos essenciais de Cymbopogon sp. apresentou excelentes
resultados no controle de Tetranychus urticae Koch, conhecido popularmente como ácaro vermelho,
uma praga de diversas culturas alimentares, tais como: pimentas, tomates, batatas, pepinos, feijões,
milho e morangos, entre outras plantas (OLIVEIRA et al., 2018).

Nanoemulsões à base de óleo essencial de Pimpinella anisum foram também testadas contra
uma praga de grãos armazenados (T. castaneum) (HASHEM et al., 2018). Nanoemulsão e nanocris-
tais de metil celulose, quitosana e ácido poliláctico contendo óleo essencial de Origanum vulgare se
destacaram pela alta taxa de letalidade sobre Sitophilus oryzae (HOSSAIN et al., 2019), conquanto
nanoemulsões de óleo essencial de Ocimum basilicum apresentaram efetiva toxicidade sobre R. do-
minica, S. oryzae e T. castaneum (CHENNI et al., 2020).

97
Quitosana, um polímero natural derivado de crustáceos é muito utilizado nos processos de
encapsulação de produtos naturais como óleos essenciais e seus princípios ativos (CAMPOS et al.,
2018). Assim, o óleo essencial de Melissa officinalis demonstrou atividade inseticida, fumigante e
repelente sobre T. castaneum melhorada após o encapsulamento em quitosana (UPADHYAY et al.,
2019). Cabe ressaltar também que as nanopartículas de quitosana contendo óleos essenciais de Piper
nigrum apresentaram promissora atividade fumigante por meio da inibição da enzima acetilcolineste-
rase, tanto em T. castaneum, quanto em Sitophilus oryzae (Coleoptera: Tenebrionidae) (RAJKUMA-
RA et al., 2020).

Outras nanoformulações contendo óleo essencial de Thymus eriocalyx, Thymus kotschyanus,


Piper nigrum, Mentha longifolia, Achillea biebersteinii, A. Santolina, A. mellifolium, Citrus sinen-
sis, Rosmarinus officinalis, de Cinnamomum verum, Pelargonium sp e Cymbopogon sp. apresen-
taram promissora atividade fumigante e inseticida sobre ovos, larvas e adultos de pragas de grão
armazenados, tais como Ephestia kuehniella, Corcyra cephalonica, Sitophilus oryzae, Tribolium
confusum, T. castaneum, Rhopalosiphum padi, Cryptolestes ferrugineus, Rhizopertha dominica, T.
urticae e Callosobruchus sp., além de reduzir a fitotoxicidade desses óleos essenciais (GONZÁ-
LEZ et al., 2014; NENAAH ., 2014; EBADOLLAHI; SENDI; ALIAKBAR., 2017; KHOOBDEL;
AHSAEI; FARZANEH., 2017; PASCUAL-VILLALOBOS et al., 2017; OLIVEITA et al., 2018;
LOUNI et al., 2018; GIUNTI et al., 2019; SABBOUR, 2019; RAJKUMARA et al., 2020). Toma-
das em conjunto, essas informações demonstram a eficiência das nanoformulações de diversos
óleos essenciais e a sua utilização em programas integrados de manejo de pragas se apresenta como
bastante promissora.

Alguns compostos isolados de óleos essenciais também têm sido estudados e suas nano-
formulaçãoes têm apresentado resultados satisfatórios no controle de pragas agrícolas. Isso foi
reportado por Pascual-Villalobos et al. (2017), que avaliaram a atividade biológica de nanoemul-
sões de óleos essenciais de Pimpinella anisum, Mentha piperita e Cymbopogon citratus e de com-
postos isolados como Farnesol, Geraniol, Citral, Estragol, Pulegona, Cariofileno Cis-Jasmona e
Carvona, os quais tiveram maior efeito de repelência e mortalidade sobre Rhopalosiphum padi,
proporcionados pelas formulações. Nanoemulsões de Pulegone, um composto isolado do óleo es-
sencial de Micromeria frutico foi utilizado no controle de Sitophilus oryzae L. e T. castaneum
(GOLDEN et al., 2018). Enquanto Campos et al. (2018) verificaram uma melhora da atividade
inseticida sobre Helicoverpa armigera e Tetranychus urticae com o uso de nanopartículas de qui-
tosana contendo carvacrol e linalool, os quais ainda conferiram baixa fitotoxicidade de germinação
de sementes de milho.

Em um cenário corrente cuja aplicação das nanotecnologias vem sendo cada vez mais aliada
ao uso de produtos naturais, como os óleos essenciais, caracterizados por propriedades distintas de
liberação lenta, uma nova categoria de formulações de biopesticidas parece surgir de maneira bas-
tante promissora. Todavia, as vantagens e desvantagens desse processo, bem como a relação custo/
benefício, devem ser consideradas para que essa tecnologia seja aplicada como agente promissor e de
forma segura em programas integrados de manejo de pragas.

98
4. Vantagem e desvantagem do encapsulamento do óleo essencial
Ao se destacarem como pesticidas botânicos, os óleos essenciais e seus constituintes quími-
cos são caracterizados por apresentar uma extensa gama de atividades biológicas sobre insetos-pra-
gas. Isto ocorre ao atuarem sobre importantes neurotransmissores do sistema nervoso, como ácido
γ-aminobutírico (GABA), enzimas como acetilcolinesterase, receptores de acetilcolina nicotínica,
receptores de octopamina e tiramina e canais de sódio, entre outros (REGNAULT-ROGER; VICENT;
ARNASON 2012; PAVELA; BENELLI, 2016). Cabe mencionar que atuando como biopesticidas, os
óleos essenciais se destacam ao apresentarem características atrativas do ponto de vista agronômico,
como rápida degradação aliada com a baixa toxicidade a organismos não alvo (e.g.: polinizadores e
microrganismos benéficos para o solo e plantas). Talvez, ainda mais importante, esses compostos são
constituídos por uma complexa mistura de fenilpropanóides, mono e sesquiterpenos, que dificultam
largamente o desenvolvimento de resistência pelos insetos (CAMPOS et al., 2019). Todavia, obstá-
culos inerentes aos óleos essenciais, tais como insolubilidade em água, volatilidade e auto-oxidação,
aliados à grande dificuldade de reprodutibilidade, em função de variações genéticas e ambientais,
bem como entraves burocráticos na regularização comercial dos biopesticidas, têm dificultado, se
não mesmo impossibilitado, a ascensão desses produtos no mercado (NDAKIDEMI; MTEI; NDAKI-
DEMI, 2016; DIMETRY et al., 2019). Todavia, o crescente número de pesquisas envolvendo nano-
formulações de óleos essenciais cada vez mais tem revelado resultados promissores que respeitam
o desenvolvimento e utilização de biopesticidas eficazes no manejo integrado de pragas (PAVELA;
BENELLI, 2016).

As nanoformulações oferecem inúmeros benefícios quando comparadas com o princípio ati-


vo in natura, uma vez que são capazes de proteger contra evaporação e degradação, facilitam a
dispersão, e pela sua nanoescala, aumentam a área de contato superficial entre o princípio ativo e o
organismo alvo, facilitando grandemente a penetração nos tecidos, aumentando a eficácia no controle
de insetos-pragas agrícolas (MUKHOPADHYAY, 2014). Em conjunto, tais informações indicam o
potencial dessa ferramenta no combate às pragas agrícolas, e é, usualmente, controlado por empresas
multinacionais de pesticidas sintéticos que atuam no controle de diversas pragas (KUMAR et al.,
2017). Neste contexto, diferentes nanoformulações carregando pesticidas botânicos, cuja atividade
biológica tem sido comprovada contra pragas em culturas, tanto em pré, quanto em pós-colheita, sa-
lientam o tremendo potencial desta técnica revolucionária no setor agrícola em geral (MOSSA, 2016;
EBADOLLAHI et al., 2017; KHOOBDEL; AHSAEI; FARZANEH, 2017; OLIVEIRA et al., 2018).

Apesar do vasto número de pesquisas e aplicações de nanobiopesticidas, ainda existem la-


cunas com respeito aos efeitos dos materiais utilizados nas formulações, como a toxicidade, quanto
à diversidade de métodos de síntese dos nanomateriais e sua aplicação prática, particularmente em
larga escala (ATHANASSIOU et al., 2018). Cabe mencionar que são comuns as preocupações com
a capacidade de dispersão das nanopartículas no organismo humano e, devido ao seu tamanho em
nanoescala, podendo alcançar órgãos vitais, danificando células e desencadeando problemas à saúde
(OBERDORSTER et al., 2005; CHAU; WU; YEN, 2007; MILLER; SENJEN, 2008; CHOWDHURY
et al., 2017). Portanto, é salutar que estudos minuciosos sejam realizados com vistas à elucidação dos
mecanismos de ação das nanopartículas à base de produtos naturais, antes da aplicação em larga esca-
la a nível de campo, para subsidiar a elaboração de regras regulatórias e ajudar no gerenciamento de
riscos (SASTRY; RAO, 2013). Registre-se que há fortes indícios sugerindo que a agricultura conven-

99
cional se encontra seriamente ameaçada, sendo, portanto, de fundamental importância que métodos
sustentáveis de produção agrícola sejam desenvolvidos. Significativo progresso foi alcançado com o
desbloqueio da comercialização de pesticidas botânicos, todavia, preocupações com a toxicidade de
nanomateriais durante o desenvolvimento dessas nanoformulações indicam a necessidade de passar
pelo crivo de organizações internacionais, nacionais e de agricultores (MARCHAND, 2015).

As melhorias no desempenho desses produtos naturais como o uso dos óleos essenciais e pro-
porcionado pelas nanoformulações são sobremodo deslumbrantes do ponto de vista agroambiental,
fundamentalmente por reduzir as dosagens necessárias e sua toxicidade para organismos não alvo,
especialmente a microbiota do solo, garantindo a liberação gradativa e efetiva do princípio ativo, ao
mesmo tempo que reduz perdas por evaporação, degradação por fotólise, hidrólise ou microbiana,
aumentando sua eficácia no controle de insetos-pragas (CHHIPA, 2017; OLIVEIRA et al., 2014;
MATTOS et al., 2017; MOSSA, 2016). Em suma, a nanotecnologia pode ser considerada uma das
principais tecnologias do século XXI, que promete avanços significativos nas práticas agrícolas tradi-
cionais ao mesmo tempo que oferece desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, é plausível sugerir
que a nanotecnologia, aliada ao uso de pesticidas botânicos, venha a ser a próxima revolução do setor
agrícola, possibilitando melhoria nas táticas de gerenciamento e conservação com redução do des-
perdício de insumos agrícolas, o que remete a futuro promissor no desenvolvimento de formulações
químicas de nanobiopesticidas revolucionários no setor agrícola.

5. Considerações finais
Com a crescente expansão da população global, bem como a demanda por alimentos, é sa-
lutar a busca de estratégias que venham favorecer a produção agrícola. Isso pode ser alcançado pela
estreita associação da produção a programas integrados de manejo de pragas com a utilização de
biopesticidas eficazes e ambientalmente seguros, contribuindo, em última instância, para a produção
sustentável de alimentos.

Quando utilizados como biopesticidas, os óleos essenciais se destacam por suas diversas ati-
vidades biológicas (e.g.: inseticidas, fumigantes, deterrentes e repelentes) contra um amplo espectro
de insetos-pragas. Em adição, apresentam também inúmeros benefícios ambientais, sendo mais sele-
tivos, biodegradáveis e menos tóxicos aos organismos não alvos, à saúde humana e ao meio ambiente.
Tomadas em conjunto, essas vantagens são ainda mais ressaltadas quando os óleos essenciais são
incorporados à nanoformulações que garantem a estabilidade oxidativa dos óleos essenciais, mini-
mizam perdas por volatilização, garantem a mobilidade e liberação gradual do princípio ativo e a
expressiva melhora da capacidade de penetrar nos tecidos de insetos garantindo atividade inseticida
eficiente. Registre-se também que o sucesso das nanoformulações de óleos essenciais tem ganhado
ainda mais relevância nas pesquisas correntes em diversos campos da ciência, e tem sido acompanha-
do por considerável confiança no mercado, encaminhando para um futuro promissor e o desenvolvi-
mento de biopesticidas ambientalmente corretos, garantindo o controle de insetos-pragas e o avanço
tão esperado de uma agricultura sustentável.

100
6. Agradecimentos
Este trabalho foi financiado com recursos da Fundação de Assistência à Pesquisa do Estado de
Goiás (FAPEG), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (IF Goiano) e Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG). Agrade-
cemos também ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq-Brasil
- processo nº 403302 / 2013-7). Bolsas de pesquisa concedidas pelo CNPq-Brasil à WLA também
estão entre nossos agradecimentos.

101
REFERÊNCIAS
ABADA, M. B.; HAMDI, S. H.; GHARIB, R.; MESSAOUD, C.; FOURMENTIN, S.; GREIGE‐GERGES, H.; JEMÂA,
J. M. B. Post-harvest management control of Ectomyelois ceratoniae (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae): new insights
through essential oil encapsulation in cyclodextrin. In: Pest Management Science, v. 75, n. 1, 2019. p. 2000-2008.
Disponível em: <https://doi.org/10.1002/ps.5315>. Acesso em: 21 ago. 2021.

ADEDIRE, C. O.; OBEMBE, O. M.; AKINKUROLERE, R. O.; ODULEYE. S. O. Response of Callosobruchus maculatus
Fabricius (Coleoptera: Chrysomelidae: Bruchinae) to extracts of cashew kernels. In: Journal of Plant Diseases and
Protection, v. 118, n. 2, 2011. p. 75-79. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/BF03356385>. Acesso em: 21 ago.
2021.

AOUADA, F. A.; MOURA, M. R. Nanotechnology applied in agriculture: controlled release of agrochemicals. In: RAI.
M., RIBEIRO, C., MATTOSO, L., DURAN, N. (eds.) Nanotechnologies in Food and Agriculture. Berlim: Springer,
2015. p. 103-118. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/978-3-319-14024-7_5>. Acesso em: 21 ago. 2021.

ATHANASSIOU, C. G.; KAVALLIERATOS, C. G. N. G.; BENELLI, G.; LOSIC, D.; RANI, P. U.; DESNEUX, N.
Nanoparticles for pest control: current status and future perspectives. In: BIONDI, A.; DESNEUX, N. Journal of
Pest Science, v. 91, n. 1, 2018. p. 1–15. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s10340-017-0898-0>. Acesso em:
21 ago. 2021.

BOUYAHYA, A.; ET-TOUYS, A.; ABRINI, J.; TALBAOUI, A.; FELLAH, H.; BAKRI, Y.; DAKKA, N. Lavandula
stoechas essential oil from Morocco as novel source of antileishmanial, antibacterial and antioxidant activities. In:
Biocatalysis and Agricultural Biotechnology, v. 12, n. 1, out. 2017. p.179-184. [s.l]: Elsevier, 2017. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.bcab.2017.10.003. Acesso em: 21 ago. 2021.

CAMPOLO, O.; ET-TOUYS, A.; ABRINI, J.; TALBAOUI, A.; FELLAH, H.; BAKRI, Y.; DAKKA, N. Citrus peel
essential oil nanoformulations to control the tomato borer, Tuta absoluta: chemical properties and biological activity.
In: Scientific Reports, v. 7, n.1, 12 out. 2017. London: Springer Nature, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1038/
s41598-017-13413-0>. Acesso em: 21 ago 2021.

CAMPOLO, O.; GIUNTI, G.; RUSSO, A.; PALMERI, V.; ZAPPALÀ, L. Essential oils in stored product insect pest
control. In: Journal of Food Quality, v. 4, n. 1, 25 out. 2018. p. 1-18. [s.l]: Hindawi, 2018. Disponível em: <https://doi.
org/10.1155/2018/6906105>. Acesso em: 21 ago. 2021.

CAMPOS, E. V. R.; PROENÇA, P. L. F.; OLIVEIRA, J. L.; BAKSHI, M.; ABHILASH, P. C.; FRACETO, L. F. Use of
botanical insecticides for sustainable agriculture: future perspectives. In: Ecological Indicators, v. 105, n. 1, out. 2019. p.
483-495. [s.l]: Elsevier, 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.ecolind.2018.04.038>. Acesso em: 21 ago. 2021.

CAMPOS, E. V. R.; PROENÇA, P. L. F.; OLIVEIRA, J. L.; PEREIRA, A. E. S.; RIBEIRO, L. N. M.; FERNANDES, F.
O.; GONÇALVES, K. C.; POLANCZYK, R. A.; PASQUOTO-STIGLIANI, T.; LIMA, R.; MELVILLE, C. C.; DELLA
VECHIA, J. F.; ANDRADE, D. J.; FRACETO, L. F. Carvacrol and linalool co-loaded in β-cyclodextrin-grafted chitosan
nanoparticles as sustainable biopesticide aiming pest control. In: Scientific Reports, v. 8, n. 1, 16 mai. 2018. p.1-14. London:
Springer Nature, 2018. Disponível em: <https://doi.org/10.1038/s41598-018-26043-x>. Acesso em: 21 ago. 2021.

102
CAZO, N. A.; PEREIRA-FILHO, E. R.; SILVA; M. F. G. F.; FERNANDES, J. B.; VIEIRA, P. C.; PUHL, A. C.;
POLIKARPOV, I.; FORIM, M. R. Nanopartículas de poli-ε-(caprolactona) carregadas com hidrocortisona: preparação
usando planejamento fatorial e sua avaliação. In: Orbital-The Electronic Journal of Chemistry, v. 4, n. 2, abr.-jun.
2012. p. 54-76. Campo Grande: UFMS, 2012.

CHAU, C.-F..; WU, S.-H.; YEN, G.-C. The development of regulations for food nanotechnology. In: Trends in Food
Science & Technology, v. 18, n. 5, mai. 2007. p. 269–280. [s.l]: Elsevier, 2007. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.
tifs.2007.01.007>. Acesso em: 21 ago. 2021.

CHENNI, M.; EL ABED, D.; NEGGAZ, S.; RAKOTOMANOMANA, N.; FERNANDEZ, C.; CHEMAT, F. Solvent
free microwave extraction followed by encapsulation of O. basilicum L. essential oil for insecticide purpose. In: Journal
of Stored Products Research, v. 86, n. 101575, mar. 2020. p. 1-9. [s.l]: Elsevier, 2020. Disponível em: <https://doi.
org/10.1016/j.jspr.2020.101575>. Acesso em: 21 ago. 2021.

CHHIPA, H. Nanofertilizers and nanopesticides for agriculture. In: Environmental Chemistry Letters, v. 15, n. 1, 2017. p. 15–22.
Switzerland: Springer Nature, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s10311-016-0600-4>. Acesso em: 21 ago. 2021.

CHIRINOS, D. T.; CASTRO, R.; CUN, J.; CASTRO, J.; PEÑARRIETA BRAVO, S.; SOLIS, L.; GERAUD-POUEY, F.
Los insecticidas y el control de plagas agrícolas: la magnitud de su uso en cultivos de algunas provincias de Ecuador. In:
Ciencia e Tecnología Agropecuaria, v. 21, n. 1, 2020. p. 84-99. Colombia: Agrosavia, 2019. Disponível em: <https://doi.
org/10.21930/rcta.vol21_num1_art:1276>. Acesso em: 21 ago. 2021.

CHOWDHURY, P.; GODOI, M.; BORCHETIA, S.; BANDYOPADHYAY, T. Nanotechnology applications and intellectual
property rights in agriculture. In: Environmental Chemistry Letters, v. 15, n.3, 2017. p. 413–419. Switzerland: Springer
Nature, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s10311-017-0632-4>. Acesso em: 21 ago. 2021.

CHRISTOFOLI, M.; COSTA, E. C. C.; BICALHO, K. U.; DOMINGUES, V. C.; PEIXOTO, M. F.; ALVES, C. C. F.;
ARAÚJO, W. L.; CAZAL, C. M. Insecticidal effect of nanoencapsulated essential oils from Zanthoxylum rhoifolium
(Rutaceae) in Bemisia tabaci populations. In: Industrial Crops and Products, v. 70, n. 1, ago. 2015. p. 301–308. [s.l.]:
Elsevier, 2015. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.indcrop.2015.03.025>. Acesso em: 21 ago. 2021.

COSTA, E. C. C.; CHRISTOFOLI, M.; COSTA, G. C. S.; PEIXOTO, M. F.; FERNANDES, J. B.; FORIM, M. R.;
PEREIRA, K. C.; SILVA, F. G.; CAZAL, C. M. Essential oil repellent action of plants of the genus Zanthoxylum against
Bemisia tabaci biotype B (Homoptera: Aleyrodidae). In: Scientia Horticulturae, v. 226, n. 1, 19 dez. 2017. p. 327–332.
[s.l.]: Elsevier, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.scienta.2017.08.041>. Acesso em: 21 ago. 2021.

DIMETRY, N. Z.; EL-WAKEIL, N.; HUSSEIN, H. Essential oils development through nanoparticles for managing stored
product insect pests. In: Trends in Applied Sciences Research, v. 14, n. 3, 2019. p. 142-159. USA: Academic Journals
Inc., 2019. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.3923/tasr.2019.142.159>. Acesso em: 21 ago. 2021.

DONSÌA, F.; FERRARI, G. Essential oil nanoemulsions as antimicrobial agents in food. In: Journal of Biotechnology,
v. 233, n. 1, jul. 2016. p. 106-120. [s.l]: Elsevier, 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.jbiotec.2016.07.005>.
Acesso em: 21 ago. 2021.

103
EBADOLLAHI, A.; SENDI, J. J.; ALIAKBAR, A. Efficacy of nanoencapsulated Thymus eriocalyx and Thymus
kotschyanus essential oils by a mesoporous material MCM-41 against Tetranychus urticae (Acari: Tetranychidae).
In: Journal of Economic Entomology, v. 110, n. 6, dez. 2017. p. 2413–2420. USA: Oxford University Press, 2017.
Disponível em: <https://doi.org/10.1093/jee/tox234>. Acesso em: 21 ago. 2021.

FERREIRA, F. T. R.; VENDRAMIM, J. D.; FORIM, M. R. Bioatividade de nanoformulações de nim sobre a traça-do-
tomateiro. In: Ciência Rural, v. 42, n. 8, p. 1347-1353, 2012. Rio Grande do Sul: UFSM, 2012. Disponível em: <https://
doi.org/10.1590/S0103-84782012000800003>. Acesso em: 22 ago. 2021.

FIGUEIREDO, A. C.; BARROSO, J. G.; PEDRO, L. G.; SCHEFFER, J. J. C. Factors affecting secondary metabolite
production in plants: volatile components and essential oils In: Flavour and Fragrance Journal, v. 23, n. 4, p. 213-226,
16 mai. 2008. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/ffj.1875>. Acesso em: 22 ago. 2021.

GADBAN, L. C.; CAMILETTI, B. X.; BIGATTON, E. D.; DISTÉFANO, S. G.; LUCINI, E. I. Combinations of Tagetes
filifolia Lag. essential oil with chemical fungicides to control Colletotrichum truncatum and their effects on the biocontrol
agent Trichoderma harzianum. Poland: National Research Institute, 2020. In: Journal of Plant Protection Research, v.
60, n. 1, 2020. p. 41-50. Disponível: <https://doi.org/10.24425/jppr.2020.132202>. Acesso em: 22 ago. 2021.

GAHUKAR, R. T.; DAS, R. K. Plant-derived nanopesticides for agricultural pest control: challenges and prospects. In:
Nanotechnology for Environmental Engineering, v. 5, n. 3, 20 jan. 2020. p. 1-9. Switzerland: Springer Nature, 2020.
Disponível em: https://doi.org/10.1007/s41204-020-0066-2. Acesso em: 22 ago. 2021.

GIUNTI, G.; PALERMO, D.; LAUDANI, F.; ALGERI, G. M.; CAMPOLO, O. PALMERI, V. Repellence and acute
toxicity of a nano-emulsion of sweet orange essential oil toward two major stored grain insect pests. In: Industrial
Crops & Products, v. 142, n. 111869, 2019. p. 1-9. [s.l.]: Elsevier, 2021. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.
indcrop.2019.111869>. Acesso em: 22 ago 2021.

GOLDEN, G.; QUINN, E.; SHAAYA, E.; KOSTYUKOVSKY, M.; POVERENOV, E. Coarse and nano emulsions for
effective delivery of the natural pest control agent pulegone for stored grain protection. In: Pest Management Science, v.
74, n. 4, abr. 2018. p. 820-827. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/ps.4787>. Acesso em: 22 ago. 2021.

GONZÁLEZ, J. O. W.; GUTIÉRRZ, M. M.; FERRERO, A. A.; BAND, B. F. Essential oils nanoformulations for stored-
product pest control – characterization and biological properties. In: Chemosphere, v. 100, n. 1, 2014. p. 130–138. [s.l]:
Elsevier, 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.chemosphere.2013.11.056>. Acesso em: 22 ago. 2021.

HASHEM, A. S.; AWADALLA, S. S.; ZAYED, G. M.; MAGGI, F.; BENELLI, G. Pimpinella anisum essential oil
nanoemulsions against Tribolium castaneum—insecticidal activity and mode of action. In: Environmental Science and
Pollution Research, v. 25, n. 19, 2018. p. 18802-18812. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s11356-018-2068-1>.
Acesso em: 22 ago. 2021.

HOROWITZ, A. R.; GHANIM, M.; RODITAKIS, E.; NAUEN, R.; ISHAAYA, I. Insecticide resistance and
its management in Bemisia tabaci species. Switzerland: Springer Nature, 2018. In: Journal of Pest Science,
v. 93, n. 3, 2020. p. 893–910. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s10340-020-01210-0>. Acesso em: 22
ago. 2021.

104
HOSSAIN, F.; FOLLET, P.; SALMIERI, S.; VU, K. D.; HARICH, M.; LACROIX, M. Synergistic effects of nanocomposite
films containing essential oil nanoemulsions in combination with ionizing radiation for control of rice Weevil Sitophilus
oryzae in stored grains. In: Journal of Food Science, v. 84, n. 1, 2019. p. 1-9. [s.l.]: IFT, 2019. Disponível em: <https://
doi.org/10.1111/1750-3841.14603>. Acesso em: 22 ago. 2021.

IBHRAIM, S. S. Essential oil nanoformulations as a novel method for insect pest control in horticulture. In:
BAIMEY, H. K.; HAMAMOUCH, N.; KOLOMBIA, Y. A. (eds.). Horticultural Crops. London: IntechOpen,
2019.

ILEKE, K. D.; OLOTUAH, O. F. Bioactivity of Anacardium occidentals and Allium sativum powders and oils extracts
against cowpea bruchid, Callosobruchus maculatus (Fab) (Coleoptera: Bruchidae). In: International Journal of
Biological Sciences, v. 4, n. 1, 2012. p. 96-103. [s.l.]: Canadian Center of Science and Education, 2012. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.5539/ijb.v4n1p96>. Acesso em: 22 ago. 2021.

JESSER, E.; YEGUERMAN, C.; STEFANAZZI, N.; GOMEZ, R.; MURRAY, A. P.; FERRERO, A. A.; WERDIN-
GONZÁLEZ, J. O. An ecofriendly approach for the control of a common insect pest in the food industry, combining
polymeric nanoparticles and post-application temperatures. In: Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 68, n.
21, 2020. p. 5951-5958. Washington: ACS, 2020. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1021/acs.jafc.9b06604. Acesso em:
22 ago. 2021.

JOVANOVIĆ, J.; KRNJAJIC, S.; CIRKOVIC, J.; RADOJKOVIC, A.; POPOVIC, T.; BRANKOVIC, G.; BRANKOVIC,
Z. Effect of encapsulated lemongrass (Cymbopogon citratus L.) essential oil against potato tuber moth Phthorimaea
operculella. In: Crop Protection, v. 132, n. 1, 1 jun. 2020. p.1-24. [s.l.]: Elsevier, 2020. Disponível em: <https://doi.
org/10.1016/j.cropro.2020.105109>. Acesso em: 22 ago. 2021.

KHOOBDEL, M.; AHSAEI, S. M.; FARZANEH, M. Insecticidal activity of polycaprolactone nanocapsules


loaded with Rosmarinus officinalis essential oil in Tribolium castaneum (Herbst). In: Entomological Research,
v. 47, n. 3, 2017. p. 175-184. Disponível em: <https://doi.org/10.1111/1748-5967.12212>. Acesso em: 22 ago.
2021.

KHOSHRAFTAR, Z.; SAFEKORDI, A. A.; SHAMEL, A.; ZAEFIZADEH, M. Synthesis of natural nanopesticides with
the origin of Eucalyptus globulus extract for pest control. In: Journal Green Chemistry Letters and Reviews, v. 12, n.
3, 2019. p. 286-298. [s.l.]: Taylor & Francis Open, 2019. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1080/17518253.2019.164
3930>. Acesso em: 22 ago. 2021.

KNAAK, N.; FIUZA, L. M. Potencial dos óleos essenciais de plantas no controle de insetos e microrganismos. In:
Neotropical Biology and Conservation, v. 5, n. 2, 2010. p. 120-132. Brasil: Universidade do Vale do Rio dos Sinos,
2010. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5521054>. Acesso em: 22 ago. 2021.

KORDALI, S.; CAKIR, A.; MAVI, A.; KILIC, H.; YILDIRIM, A. Screening of chemical composition and antifungal
activity of essential oils from three Turkish Artemisia species. In: Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 53,
n. 5, 2005. p. 1408-1416. Washington: ACS, 2005. Disponível em: <https://doi.org/10.1021/jf048429n>. Acesso em: 22
ago. 2021.

105
KOUL, O.; SINGH, R.; KAUR, B.; KANDA. D. Comparative study on the behavioral response and acute toxicity of
some essential oil compounds and their binary mixtures to larvae of Helicoverpa armigera, Spodoptera litura and Chilo
partellus. In: Industrial Crops and Products, v. 49, n. 1, 2013. p. 428-436. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.
indcrop.2013.05.032>. Acesso em: 22 ago. 2021.

KUMAR, M.; SHAMSI, T.N.; PARVEEN, R.; FATIMA, S. Application of nanotechnology in enhancement of crop
productivity and integrated pest management. In: PRASAD, R.; KUMAR, M.; KUMAR, V. (eds.). Nanotechnology.
Singapore: Springer, 2017. p. 361–371. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-981-10-4573-8_17. Acesso em: 22
ago. 2021.

LIMA, R. K.; CARDOSO, M. G.; MORAES, J. C.; ANDRADE, M. A.; MELO; B. A.; RODRIGUES, V. G. Chemical
characterization and insecticidal activity of the essential oil leaves of Ageratum conyzoides L. on fall armyworm
Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae). In: Journal of Biosciences, v. 26, n. 1, 2010. p. 1-5.
Brasil: Edufu, 2010. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/289738047_Chemical_characterization_
and_inseticidal_activity_of_the_essential_oil_leaves_of_ageratum_conyzoides_l_on_fall_armyworm_spodoptera_
frugiperda_smith_1797_lepidoptera_Noctuidae>. Acesso em: 22 ago. 2021.

LOPEZ, M. D.; PASCUAL-VILLALOBOS, M. J. Mode of inhibition of acetylcholinesterase by monoterpenoids and


implications for pest control. In: Industrial Crops and Products, v. 31, n. 2, 2010. p. 284-288. [s.l.]: Elsevier, 2010.
Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.indcrop.2009.11.005>. Acesso em: 22 ago. 2021.

LOUNI, M.; SHAKARAMI, J.; NEGAHBAN, M. Insecticidal efficacy of nanoemulsion containing Mentha
longifolia essential oil against Ephestia kuehniella (Lepidoptera: Pyralidae). In: Journal of Crop Protection, v. 7, n.
2, 2018. p. 171-182. Iran: Tarbiat Modares University, 2018. Disponível em: <https://jcp.modares.ac.ir/browse.php?a_
id=16677&sid=3&slc_lang=fa>. Acesso em: 22 ago. 2021.

LU, W. C.; HUANG, D. W.; WANG, C. C. R.; YEH, C. H.; TSAI, J. C.; HUANG, Y. T.; LI, P. H. Preparation,
characterization, and antimicrobial activity of nanoemulsions incorporating citral essential oil. In: Journal of Food and
Drug Analysis, v. 26, n. 1, 2018. p. 82-89. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.jfda.2016.12.018>. Acesso em: 23
ago. 2021.

MARCHAND, P. A. Basic substances: an opportunity for approval of low-concern substances under EU pesticide
regulation. In: Pest Management Science, v. 71, n. 9, 2015. p. 1197–1200. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1002/
ps.3997>. Acesso em: 23 ago. 2021.

MATTOS, B. D.; TARDY, B. L.; MAGALHÃES, W. L. E.; ROJAS, O. J. Controlled release for crop and wood protection:
recent progress toward sustainable and safe nanostructured biocidal systems. In: Journal of Controlled Release, v. 262,
n. 1, 2017. p. 139–150. [s.l.]: Elsevier, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.jconrel.2017.07.025>. Acesso em:
23 ago. 2021.

MILLER, G.; SENJEN, R. Out of the laboratory and onto our plates: nanotechnology in food & agriculture. 2. ed.
[s.l.]: Friends of the Earth Australia, Europe and U.S.A, 2008.

MOHITI-ASLI, M.; GHANAATPARAST-RASHTI, M. Comparing the effects of a combined phytogenic feed additive
with an individual essential oil of oregano on intestinal morphology and microflora in broilers. In: Journal of Applied

106
Animal Research, v. 46, n. 1, 2017. p. 184-189. London: Taylor & Francis Online, 2017. Disponível em: <https://doi.or
g/10.1080/09712119.2017.1284074>. Acesso em: 23 ago. 2021.

MORADI, S.; BARATI, A. Essential oils nanoemulsions: preparation, characterization and study of antibacterial activity
against Escherichia coli. In: International Journal of Nanoscience and Nanotechnology, v. 15, n. 3, 2019. p. 199-210.
Irã: IJNN, 2019. Disponível em: <http://www.ijnnonline.net/article_36252.html>. Acesso em: 23 ago. 2021.

MORAIS, L. A. S. Influência dos fatores abióticos na composição química dos óleos essenciais. In: Horticultura
Brasileira, v. 27, n. 2, 2009. p. 4050-4063. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/
item/143457/1/2009AA-051.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2021.

MORETTI, M. D. L.; PASSINO, G. S.; DEMONTIS, S.; BAZZONI, E. Essential oil formulations useful as a new
tool for insect pest control. In: AAPS PharmSciTech, v. 3, n. 2, 2002. p. 64–74. Disponível em: https://dx.doi.
org/10.1208%2Fpt030213. Acesso em: 23 ago. 2021.

MOSSA, A. T. H. Green pesticides: essential oils as biopesticides in insect-pest management. In: Journal of Environmental
Science and Technology, v. 9, n. 5, 2016. p. 354-378. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Arvind-
Singh-21/post/Plant_essential_oils_for_insecticides_and_pesticides/attachment/5d677aeccfe4a7968dc57c68/AS%
3A797133162700800%401567062764389/download/1.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2021.

MUKHOPADHYAY, S. S. Nanotechnology in agriculture: prospects and constraints. In: Nanotechnology, Science and
Applications, v. 7, n. 1, 2014. p. 63-71. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.2147%2FNSA.S39409>. Acesso em: 23
ago. 2021.

NASCIMENTO, P. F. C.; NASCIMENTO, A. C.; RODRIGUES, C. S.; ANTONIOLLI, A. R.; SANTOS, P. O.;
BARBOSA JÚNIOR, A. M.; TRINDADE, C. R. Atividade antimicrobiana dos óleos essenciais: uma abordagem
multifatorial dos métodos. In: Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 17, n. 1, 2007. p. 108-113. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0102-695X2007000100020>. Acesso em: 23 ago. 2021.

NDAKIDEMI, B.; MTEI, K.; NDAKIDEMI, P. A. Impacts of synthetic and botanical pesticides on beneficial insects.
In: Agricultural Sciences, v. 7, n. 6, 2016. p. 364–372. Disponível em: <http://www.scirp.org/journal/PaperInformation.
aspx?PaperID=67453&#abstract>. Acesso em: 23 ago. 2021.

NEGAHBAN, M.; MOHARRAMIPOUR, S.; ZANDI, M.; HASHEMI, S.A. Fumigant properties of nano-encapsulated
essential oil from Artemisia sieberi on Tribolium castaneum. In: NAVARRO S.,; BANKS, H. J.; JAYAS, D. S.; BELL,
C. H.; NOYES, R. T.; FERIZLI, A. G.; EMEKCI, M.; ISIKBER, A. A.; ALAGUSUNDARAM, K. (eds.) Int. Conf.
on Controlled Atmosphere and Fumigation in Stored Products, 9, Antalya, Turkey. 15 – 19 out. 2012, ARBER
Professional Congress Services. p. 101-105.

NENAAH, G. E. Chemical composition, toxicity and growth inhibitory activities of essential oils of three Achillea species
and their nano-emulsions against Tribolium castaneum (Herbst). In: Industrial Crops and Products, v. 53, n. 1, 2014. p.
252– 260. [s.l.]: Elsevier, 2014. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.indcrop.2013.12.042>. Acesso em: 23 ago.
2021.

107
NGUYEN, H. M.; HWANG, I. C.; PARK, J. W.; PARK, H. J. Photoprotection for deltamethrin using chitosan-coated
beeswax solid lipid nanoparticles. In: Pest Management Science, v. 68, n. 7, 2012. p. 1062–1068. Disponível em:
<https://doi.org/10.1002/ps.3268>. Acesso em: 23 ago. 2021.

OBERDORSTER, G.; OBERDORSTER, E.; OBERDORSTER, J.. Nanotoxicology: an emerging discipline evolving
from studies of ultrafine particles. In: Environmental Health Perspectives, v. 113, n. 7, 2005. p. 823–839. Disponível
em: <https://doi.org/10.1289/ehp.7339>. Acesso em: 23 ago. 2021.

OLIVEIRA, J. L. de; CAMPOS, E. V. R.; PEREIRA, A. E. S.; PASQUOTO, T.; LIMA, R.; GRILLO, R.; ANDRADE, D.
J.; SANTOS, F. A.; FRACETO, L. F. Zein nanopartículas como sistema de transporte ecológico para repelentes botânicos
visando agricultura sustentável. In: Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 66, n. 6, 2018. p. 1330–1340.
Washington: Amer Chemical Soc., 2018. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/163876>. Acesso em: 21 ago. 2021.

OLIVEIRA, J. L. de; CAMPOS, E. V. R.; BAKSHI, M.; ABHILASH, P. C.; FRACETO, L. F. Application of
nanotechnology for the encapsulation of botanical insecticides for sustainable agriculture: prospects and promises.
In: Biotechnology Advances, v. 32, n. 8, dez. 2014. p. 1550–1561. [s.l]: Elsevier, 2014. Disponível em: <https://doi.
org/10.1016/j.biotechadv.2014.10.010>. Acesso em: 21 ago. 2021.

PASCUAL-VILLALOBOS, M. J.; CANTÓ-TEJERO, M.; VALLEJO, R.; GUIRAO, P.; RODRÍGUEZ-ROJO, S.;
COCERO, M. J. Use of nanoemulsions of plant essential oils as aphid repellents. In: Industrial Crops and Products, v.
110, n. 1, 2017. p. 45–57. [s.l.]: Elsevier, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.indcrop.2017.05.019>. Acesso
em: 23 ago. 2021.

PASCUAL-VILLALOBOS, M. J.; LÓPEZ, M. D.; CASTANE, S. A.; RIUDAVETS, J. Encapsulated essential oils as
an alternative to insecticides in funnel traps. In: Journal of Economic Entomology, v. 118, n. 4, 2015. p. 2117-21137.
Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1093/jee/tov127>. Acesso em: 23 ago. 2021.

PATHANIA, R.; KHAN, H.; KAUSHIK, R.; KHAN, M. A. Essential oil nanoemulsions and their antimicrobial and food
applications. In: Current Research in Nutrition and Food Science, v. 6, n. 3, 2018. p. 626-643. Disponível em: <http://
dx.doi.org/10.12944/CRNFSJ.6.3.05>. Acesso em: 23 ago. 2021.

PAVARINI, D. P.; LOPES, N. P. A Ecologia química e a biossíntese dos terpenos voláteis das “Arnicas-da-Serra” (Lychnophora
spp.). In: Revista Virtual de Química, v. 8, n. 1, 2016. p. 242-261. Rio de Janeiro: UFF, 2016. Disponível em: <http://rvq.
sbq.org.br/detalhe_artigo.asp?id=93>. Acesso em: 23 ago. 2021.

PAVELA, R.; BENELLI, G. Essential oils as ecofriendly biopesticides? Challenges and constraints. In: Trends in Plant
Science, v. 21, n. 12, 2016. p. 1000–1007. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.tplants.2016.10.005>. Acesso em:
23 ago. 2021.

PEREIRA, K. C.; QUINTELA, E. D.; SILVA, D. J.; NASCIMENTO, V. A.; ROCHA, D. V. M.; SILVA, J. F. A.; FORIM,
M. R.; SILVA, G. F. G.; CAZAL, C. M. Characterization of nanospheres containing Zanthoxylum riedelianum fruit
essential oil and their insecticidal and deterrent activities against Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleyrodidae). In: Molecules,
v. 23, n. 8, 2018. p. 2052. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.3390/molecules23082052>. Acesso em: 23 ago. 2021.

108
PERES, M. C.; COSTA, G. C. S.; REIS, L. E. L.; SILVA, L. D.; PEIXOTO, M. F.; ALVES, C. C. F.; FORIM, M.
R.; QUINTELA, E. D.; ARAÚJO, W. L.; CAZAL, C. M. In natura and nanoencapsulated essential oils from Xylopia
aromatic reduce oviposition of Bemisia tabaci in Phaseolus vulgaris. In: Journal of Pest Science, v. 93, n. 1, 2020.
p. 807–821. Switzerland: Springer Nature, 2020. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007/s10340-019-
01186-6>. Acesso em: 23 ago. 2021.

PRADHAN, S.; MAILAPALLI, D. R. Nanopesticides for pest control. In: LICHTFOUSE E. (eds.). Sustainable Agriculture
Reviews, v. 40. Berlim: Springer, 2020. Disponível em: <https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-030-33281-5_2>.
Acesso em: 23 ago. 2021.

PRIETO, J. A.; PATINO, O. J.; DESGADO, W. A.; MORENO, J. P.; CUCA, L. E. Chemical composition, insecticidal, and
antifungal activities of fruit essential oils of three Colombian Zanthoxylum species. In: Chilean Journal of Agricultural
Research, v. 71, n. 1, 2011. p. 73-82. Disponível em: <https://oes.chileanjar.cl/files/V71_I1_2011_ENG_JulietAPrieto.
pdf>. Acesso em: 23 ago. 2021.

RAJKUMARA, V.; GUNASEKARAN, C.; DHARMARAJ, J.; CHINNARAJ, P.; PAUL, C.A.; KANITHACHRISTY, I.
Structural characterization of chitosan nanoparticle loaded with Piper nigrum essential oil for biological efficacy against
the stored grain pest control. In: Pesticide Biochemistry and Physiology, v. 166, n. 1, 2020. p. 104566. Disponível em:
<https://doi.org/10.1016/j.pestbp.2020.104566>. Acesso em: 23 ago. 2021.

RAVEAU, R.; FONTAINE, J.; SAHRAOUI, A. L.H. Essential oils as potential alternative biocontrol products against
plant pathogens and weeds: a review. In: Foods, v. 9, n. 3, 21 mar. 2020. p. 365. Disponível em: <https://doi.org/10.3390/
foods9030365>. Acesso em: 23 ago. 2021.

REGNAULT-ROGER, C.; VINCENT, C.; ARNASON, J. T. Essential oils in insect control: lowrisk products in a high-
stakes world. In: Annual Review of Entomology, v. 57, n. 1, jan. 2012. p. 405–424. Disponível em: <https://doi.
org/10.1146/annurev-ento-120710-100554>. Acesso em: 23 ago. 2021.

SABBOUR, M. M. A. Efficacy of natural oils against the biological activity on Callosobruchus maculatus and
Callosobruchus chinensis (Coleoptera: Tenebrionidae). In: Bulletin of the National Research Centre, v. 43, 2019. p.
206. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1186/s42269-019-0252-1. Acesso em: 23 ago. 2021.

SASTRY, R. K.; RAO, N. H. Emerging technologies for enhancing indian agriculture-case of nanobiotechnology. In: Asian
Biotechnology Development Review, v. 15, n. 1, 2013. p. 1–9. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/N-
H-Rao/publication/286642617_Emerging_technologies_for_enhancing_indian_agriculture-case_of_nanobiotechnology/
links/599d06dfaca272dff12bdd3d/Emerging-technologies-for-enhancing-indian-agriculture-case-of-nanobiotechnology.
pdf#page=7>. Acesso em: 23 ago. 2021.

SHARABY, A.; RAHMAN, H. A.; ABDEL-AZIZ, S. S.; MOAWAD, S. S. Natural plant oils and terpenes as protector for
the potato tubers against Phthorimaea operculella infestation by different application methods. In: Ecologia Balkanica,
v. 6, n. 1, 2014. p. 45-59. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/pdf/25574983.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2021.

SILVA-SANTOS, A.; BIZZO, H. R.; ANTUNES, A. M. S.; D’ÁVILA, I. A. Participation of the citrus oil industry in
Brazilian Trade Balance Plant. In: Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 8, n. 4, 2016. p. 8-15.

109
SOARES, C. S. A.; SILVA, M.; COSTA, M. B.; BEREZZA, C. E. S.; CARVALHO, L. M.; SOARES, A. H. V. Atividade
de óleos essenciais sobre Macrosiphum euphorbiae (Thomas) (Hemiptera: Aphididae) em roseira. In: Revista Brasileira
de Agroecologia, v. 7, n. 1, 2012. p. 169-175. Disponível em: <https://orgprints.org/id/eprint/22985/1/Soares_Atividade.
pdf>. Acesso em: 23 ago. 2021.

OUZA, P. M. S.; LOBO, F. A.; ROSA, A. H.; FRACETO, L. F. Desenvolvimento de nanocápsulas de poli-ɛ-(caprolactona)
contendo o herbicida atrazina. In: Química Nova, v. 35, n. 1, 2012. p. 132-137. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/
S0100-40422012000100024>. Acesso em: 23 ago. 2021.

SPARKS, R. E. Microencapsulation. In: KIRK-OTHMER. Encyclopedia of Chemical technology, 3. New York: John
Willey and Sons, 1981.

SUBBANNA, A. R. N. S.; STANLEY, J.; RAJASEKHARA, H.; MISHRA, K.K.; PATTANAYAK, A.;
BHOWMICK, R. Perspectives of Microbial Metabolites as Pesticides in Agricultural Pest Management. In: Co-
Evolution of Secondary Metabolites. Berlim: Spring, 2020. p. 925-952. Disponível em: <https://link.springer.com/
referenceworkentry/10.1007%2F978-3-319-96397-6_44>. Acesso em: 23 ago. 2021.

TRIPATHI, P.; SHUKLA, A. K. Application of essential oils for control of stem end rot of mango fruits during storage.
In: International Journal of PostHarvest Technology and Innovations, v. 1, n. 1, 2009. p. 405-415. Disponível em:
<https://doi.org/10.1504/IJPTI.2009.030689>. Acesso em: 23 ago. 2021.

UPADHYAY, N.; SING, V. K.; DWIVEDY, A. K.; DAS, S.; CHAUDHARI, A. K.; DUBEY, N. K. Assessment of Melissa
officinalis L. essential oil as an eco-friendly approach against biodeterioration of wheat flour caused by Tribolium
castaneum Herbst. In: Environmental Science and Pollution Research, v. 26, n. 14, 2019. p. 14036-14049. Disponível
em: <https://link.springer.com/article/10.1007/s11356-019-04688-z>. Acesso em: 23 ago. 2021.

WOGUEM, V.; FOGANG, H. P. D.; MAGGI, F.; TAPONDJOU, L. A.; WOMENI, H. M.; QUASSINTI, L.; BRAMUCCI,
M.; VITALI, L. A.; PETRELLI, D.; LUPIDI, G.; PAPA, F.; VITTORI, S.; BARBONI, L. Volatile oil from striped African
peper (Xylopia parviflora, Annonaceae) possesses notables chemopreventive, anti-inflamatory, and antimicrobial potential.
In: Food Chemistry, v. 149, n. 1, 2014. p. 183-189. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2013.10.093>.
Acesso em: 23 ago. 2021.

WOLFFENBUTTEL, A. N. Base da química dos óleos essenciais e aromaterapia: abordagem técnica e científica. São
Paulo: editora Roca, 2010.

XUE, J.; ZHONG, Q. Thyme oil nanoemulsions coemulsified by sodium caseinate and lecithin. In: Journal of Agricultural
and Food Chemistry, 2014. v. 62, n. 40. p. 9900-9907. Disponível em: <https://doi.org/10.1021/jf5034366>. Acesso em:
23 ago. 2021.

YANG, F. L.; LI, X. G.; ZHU, F.; LEI, C. L. Structural characterization of nanoparticles loaded with garlic essential oil and
their insecticidal activity against Tribolium castaneum (Herbst) (Coleoptera: Tenebrionidae). In: Journal of Agricultural
and Food Chemistry, v. 57, n. 21, 2009. p. 10156–10162. Disponível em: <https://doi.org/10.1021/jf9023118>. Acesso
em: 23 ago. 2021.

110
SOBRE AS ORGANIZADORAS

A professora Mariana Buranelo Egea é graduada em


Tecnologia em Alimentos pela Universidade Estadual
de Maringá (UEM, 2007), com mestrado em Ciência
de Alimentos pela Universidade Estadual de Londrina
(UEL, 2010), doutorado em Engenharia de Alimentos
pela Universidade Federal do Paraná (UFPR, 2014) e pós-
doutorado pelo Department of Food Science and Technology
da Oregon State University (US) (2019-2020). Tem atuado
com alimentos funcionais (origem vegetal/plant-based/non-
dairy) e seus compostos bioativos naturalmente presentes ou
adicionados, e com estratégias de adição destes compostos na
alimentação humana como o desenvolvimento de produtos, e
seu efeito no metabolismo humano. Atualmente é professora do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Rio Verde.

A professora Suzana Maria Loures de Oliveira Marcionilio


é Doutora em Tecnologias Química e Biológica pelo Instituto
de Química (UNB, 2017); Mestre em Engenharia Agrícola
pela Universidade Estadual de Goiás (UEG, 2013); Bacharel
em Química Industrial (UEG, 2010); Especialista em Ensino
de Química (UEG, 2005) e graduada em Licenciatura Plena
em Química (UEG, 2002). Atua como professora do quadro
efetivo do Instituto Federal Goiano- Campus Rio Verde (GO) e
coordena o Mestrado em Agroquímica, IF Goiano - Campus Rio
Verde. Orienta, nesse programa, projetos na linha de pesquisa
Agroquímica Ambiental, com aderência às Tecnologias de
Desenvolvimento Sustentável, atuando principalmente nos
seguintes temas: Meio ambiente, Caracterização e tratamento de efluentes utilizando Processos
Oxidativos Avançados (POAs), Qualidade de água de corpos hídricos, Cienciometria, Processos
Químicos Industriais e controle de qualidade de produção de indústrias alimentícias e práticas
educativas para o ensino de Química.

111
112

Você também pode gostar