Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Organizado por:
Luís Carlos Vinhas Ítavo
Camila Celeste Brandão Ferreira Ítavo
NUTRIÇÃO DE RUMINANTES
Aspectos relacionados à digestibilidade e aproveitamento de nutrientes
Primeira Edição
Campo Grande - MS
2004
iv
Ruminantes.
vi
AGRADECIMENTOS
Aos meus professores, grandes mestres em suas atividades, em especial aos meus
orientadores do curso de mestrado, Prof. Dr. Geraldo Tadeu dos Santos e, do curso de
doutorado, Prof. Dr. Sebastião de Campos Valadares Filho pelos seus ensinamentos e grande
contribuição em minha carreira científica.
Aos colegas, Prof. Dr. Fabiano Ferreira da Silva, Profª Drª Cristina Mattos Veloso e Prof.
Dr. Ronaldo Lopes Oliveira pela colaboração na elaboração das revisões.
Luís Carlos
vii
AUTORES
Luís Carlos Vinhas Ítavo, Zootecnista pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (1996),
Mestre em Produção Animal pela UEM (1998); Doutor em Nutrição de Ruminantes pela
Universidade Federal de Viçosa - UFV (2001); Professor da Universidade Católica Dom
Bosco - UCDB desde 2000 no curso de Graduação em Zootecnia e desde 2002 no
Mestrado em Desenvolvimento Local. Coordenador das Disciplinas Nutrição de
Ruminantes, Alimentos e Alimentação animal e Bovinocultura de Corte e de Leite. e-mail:
itavo@ucdb.br
Camila Celeste Brandão Ferreira Ítavo, Zootecnista pela Universidade Federal de Viçosa - UFV
(2001), Especialista MBA em Gestão empresarial pela Universidade Católica Dom Bosco -
UCDB (2004); Mestre em Ciência Animal pela Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul - UFMS (2004); Colaboradora nas disciplinas Análises de Alimentos na UFMS e
Nutrição de Ruminantes, Alimentos e Alimentação animal e Bovinocultura de Corte e de
Leite na UCDB. itavo_ccbf@msn.com
Cristina Mattos Veloso, Médica Veterinária pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
(1991); Mestre em Nutrição Animal pela UFMG (1996); Doutora em Nutrição de
Ruminantes pela Universidade Federal de Viçosa - UFV (2001); Professora Adjunto
da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB desde 1999 no Curso de
Graduação em Zootecnia e desde 2003 no Mestrado em Zootecnia; Coordenadora do
Laboratório de Nutrição Animal da UESB. e-mail: cmveloso@uesb.br
Fabiano Ferreira da Silva, Médico Veterinário pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
(1994); Mestre em Nutrição Animal pela UFMG (1997); Doutor em Nutrição de
Ruminantes pela Universidade Federal de Viçosa - UFV (2001); Professor da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) desde 1996 no curso de graduação em Zootecnia
e desde 2003 no Mestrado em Zootecnia; Coordenador do Setor de Bovincultura de Leite
da UESB. e-mail: ffsilva@uesb.br
Ronaldo Lopes de Oliveira, Zootecnista pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (1996),
Mestre em Produção Animal pela Universidade Federal de Viçosa - UFV (1998); Doutor
em Nutrição de Ruminantes pela Universidade Federal de Viçosa - UFV (2002); Professor
da Universidade Católica Dom Bosco - UPIS desde 2000 no curso de Graduação em
Zootecnia. Coordenador das Disciplinas Nutrição de Ruminantes, Alimentos e Alimentação
animal e Bovinocultura de Corte e de Leite. e-mail: ronaldol@upis.br
viii
SUMÁRIO
1. Introdução .................................................................................................... 1
2. Dinâmicas de partículas no rúmen ................................................................... 3
2.1. Mastigação ............................................................................................ 3
2.2. Ingestão ................................................................................................ 4
2.3. Ruminação ............................................................................................ 5
2.4. Trituração.............................................................................................. 8
2.5. Hidratação ............................................................................................. 9
2.6. Estratificação e mistura..........................................................................11
2.7. Passagem do retículo-rúmen ..................................................................13
2.8. Tamanho de partícula ............................................................................15
2.9. Gravidade específica ..............................................................................16
2.10. Dinâmica de partículas pós ruminal .....................................................17
2.11. Considerações finais ..........................................................................18
2.12. Referências .......................................................................................19
3. Parâmetros ruminais e suas correlações com desempenho, consumo e
digestibilidade ..................................................................................................................22
3.1. Fatores que influenciam a fermentação ruminal .......................................23
3.1.1. Ph ruminal ........................................................................................24
3.1.2. N amoniacal......................................................................................26
3.1.3. Ácidos graxos voláteis .......................................................................28
3.1.4. Taxa de passagem, taxa de diluição e enchimento ruminal ...................30
3.2. Digestibilidade ......................................................................................30
3.3. Consumo ..............................................................................................31
3.4. Considerações finais ..............................................................................33
3.5. Referências...........................................................................................33
4. Fatores intrínsecos da parede celular que influenciam no consumo e
digestibilidade em ruminantes............................................................................................38
4.1. Taninos ................................................................................................38
4.1.1. Estrutura química dos taninos ............................................................39
4.1.2. Interação dos taninos com carboidratos ..............................................39
4.1.3. Interação dos taninos com proteínas...................................................40
4.1.4. Interação dos taninos com minerais e vitaminas ..................................41
4.2. Características anatômicas das plantas forrageiras ...................................41
4.2.1. Tecidos vegetais ...............................................................................41
4.2.2. Características químicas e físicas da parede celular ..............................43
4.3. Ligninas e ácidos fenólicos .....................................................................44
4.3.1. Lignina e ácidos fenólicos versus digestão da parede celular .................47
4.4. Considerações finais ..............................................................................49
4.5. Referências...........................................................................................50
5. Apectos da degradação de parede celular .......................................................54
5.1. Adesão dos microrganismos à parede celular ...........................................54
5.2. Mecanismos gerais de degradação da parede celular ................................56
5.3. Sistemas enzimáticos fibrolíticos das bactérias .........................................57
5.4. Interações microbianas ..........................................................................59
5.5. Referências...........................................................................................60
6. Papel dos fungos e leveduras na degradação de parede celular .........................64
6.1. Degradação de parede celular, utilização de açúcares e polissacarídeos por
fungos anaeróbicos ...........................................................................................................65
6.2. Degradação da parede celular ................................................................66
6.3. Associação dos fungos anaeróbicos com outros microrganismos ................69
6.3.1. Bactérias celulolíticas .........................................................................69
6.3.2. Bactérias que utilizam h2 ....................................................................69
6.3.3. Bactérias que utilizam lactato .............................................................70
6.3.4. Bactérias sacarolíticas ........................................................................70
6.3.5. Protozoários .....................................................................................70
ix
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2.1. Mastigação
presente em cada tamanho de partícula e é atribuída pela distribuição diferente para o feno
mais maduro. A forragem mostrou uma redução geral na porcentagem cumulativa para todos
os tamanhos de peneira.
2.2. Ingestão
mais efetivamente do que desidratadas (GILL et al., 1966, ULYATT et al., 1986, citados por
MURPHY e KENNEDY, 1993).
A influência do tamanho de partículas da dieta sobre a ingestão foi avaliada por
KENNEDY et al. (1992), utilizando dietas com feno triturado a 1 cm e partículas plásticas, onde
os autores puderam observar que a recuperação cumulativa das partículas plásticas ao final de
120 horas tendeu a ser maior para ovinos do que para caprinos. A análise do padrão de
excreção dessas partículas indicou que em caprinos a taxa de passagem do retículo-rúmen foi
menor, e a taxa de redução de partículas foi maior. Dessa forma, os autores concluíram que a
variabilidade significativa no grau de enchimento do retículo-rúmen em caprinos não parece ser
atributo do tamanho de partículas e substancialmente para menores taxas de passagem nesses
animais. Porém os autores ainda incluem a dificuldade de adaptação às gaiolas de metabolismo
influenciando a ingestão voluntária, diferindo entre as espécies estudadas.
O nível de ingestão encontrado algumas vezes está possivelmente relacionado ao
tamanho médio de partícula, em dietas, mas não há relações simples entre a extensão na
redução de partícula e conteúdo de fibra. Com forragens temperadas de alta qualidade, 50% ou
mais das partículas grandes são reduzidas durante a alimentação. Ao contrário, apenas 9 a
39% de partículas grandes em forragens tropicais são quebradas durante o mesmo período
(LEE e PEACE, 1984, McLEOD, 1986; citado por MURPHY e KENNEDY, 1993).
Evidentemente o conteúdo de fibra e a estrutura tridimensional dos tecidos de
sustentação são determinantes importantes da fragmentação, acompanhando a mastigação.
Por exemplo, o fechado arranjo lignificado dos tecidos do xilema de aveia versus o arranjo
espalhado em azevém pode ser responsável pela maior facilidade de quebra da aveia (GRENET,
1989, citados por MURPHY e KENNEDY, 1993). Os efeitos de estrutura podem também explicar
as observações que, apesar do grau de lignificação em uma forragem aumentar com a
maturidade, também facilitaria sua fragmentação.
As relações entre o consumo voluntário de alimento e a taxa de sedimentação de
partículas grandes no retículo-rúmen foi apresentada por KENNEDY (1995). Foi observado que
a palha de arroz utilizada em um dos tratamentos teve uma maior eficiência de fragmentação
na ruminação e que o conceito de flutuação das partículas grandes desempenham um papel
importante no controle de ingestão voluntária de forragens.
2.3. Ruminação
(KENNEDY, 1985), embora a largura das partículas pode ser substancialmente reduzida durante
a digestão microbiana pelas rachaduras dos tecidos vegetais entre os feixes vasculares. A
quebra de partículas grandes durante a ruminação foi estimada em 71 a 85% de trituração pós
ingestiva em bovinos (KENNEDY, 1985).
As taxas de quebra das partículas grandes no rúmen tem sido estimadas em 16 a 45%
por hora em bovinos e 4 a 5 % por hora, em ovinos, usando marcadores externos aplicados às
partículas grandes (ELLIS et al., 1984; citados por MURPHY e KENNEDY, 1993 e WORRELL et
al., 1986).
WORRELL et al. (1986) apresentou um modelo ruminal de três compartimentos para
estimar a taxa de passagem e quebra de partículas, onde as partículas maiores do que 1680
μm não escapam, partículas entre 850 e 1680 μm escapam lentamente e partículas menores do
que 850 μm escapam rapidamente.
Partículas plásticas de 10 mm foram trituradas a uma taxa de 2 a 6% por hora para
ambas as espécies, bovinos e ovinos (KENNEDY et al., 1992). A duração da ruminação
aumentou com a ingestão de dieta e conteúdo de fibra para um máximo de 12 horas por dia. A
freqüência de mastigação durante a ruminação varia de 40 a 60 mastigações por minuto para
bovinos e 80 a 100 para ovinos (ULYATT et al., 1986, citados por MURPHY e KENNEDY, 1993).
A eficiência de ruminação é influenciada por vários fatores, tais como a facilidade com a
qual as partículas são transportadas para a boca durante a regurgitação, a seleção de partículas
grandes, a eficiência de locação de partículas entre a superfície dos dentes, as propriedades
físicas das partículas, a resistência à quebra e a distribuição de tamanho de partícula no bolo
mastigado.
A passagem de material plástico utilizado no experimento de DesBORDES e WELCH
(1984) sugere que a ruminação e a passagem de partículas indigestíveis são influenciadas pela
sua gravidade específica.
A fisiologia da regurgitação foi revisada por ULYATT et al. (1986) citados por MURPHY e
KENNEDY (1993). O bolo regurgitado parece ser derivado das partes ventral ou medial do
retículo de ovinos, embora tenha sido sugerido que o local de origem em bovinos pode ser o
retículo dorsal ou saco cranial. Após a mastigação ruminativa por aproximadamente 1 minuto, o
bolo é engolido e o material triturado é depositado no rúmen anterior, em um local próximo ao
orifício retículo-omasal. Freqüentemente algum material é também engolido durante o ciclo.
Experimentos citados por MURPHY e KENNEDY (1993) com partículas de plástico tem
mostrado que a maior parte a ser regurgitada e mastigada são provavelmente longas e de
baixa gravidade específica;. Diferente da situação pertinente a trituração de partículas plásticas,
que retém sua gravidade específica original, a trituração das partículas da digesta resulta em
um aumento da gravidade específica funcional, devido a sua arquitetura desfavorável para a
retenção de gases fermentativos.
KASKE et al. (1992) estudaram a influência da densidade e tamanho de partículas na
ruminação de ovinos, utilizaram diferentes densidades (0,92; 1,03; 1,22 e 1,44 g/ml) e
tamanhos (1, 10 e 20 mm) e observaram que as partículas grandes foram ruminadas
7
2.4. Trituração
2.5. Hidratação
devido ao tempo exigido para o ataque e aderência de bactérias do que para a hidratação. A
rápida hidratação exclui esse envolvimento como uma explicação do aumento freqüentemente
observado no consumo de alimentos desidratados como oposto para alimentos úmidos, isto é,
concentrados ou fenos e forragens in natura ou silagens.
A hidratação de alimentos secos e seu aumento de volume (inchaço) subsequente seria
esperado ocorrer suficientemente rápido para afetar o mecanismo de controle de alimentação.
A quantidade de fluido no rúmen aumenta, mas a porcentagem de fluido no conteúdo total
ruminal diminui em ingestão elevada, favorecendo uma associação física mais íntima entre o
fluido ruminal e as frações de MS (KOVÁCS et al., 1997).
Há uma forte possibilidade que altera o ambiente químico no qual partículas de feno
estão imersas e que podem afetar a taxa de passagem do rúmen pela mudança na gravidade
específica funcional. A superfície química e a capacidade de reter água são propriedades de
diferentes componentes da fibra que podem desempenhar um papel importante (WELCH,
1986).
Deveria ser notado que os microbiologistas de alimento encontraram que a atividade de
água define o crescimento de microrganismos melhor do que o conteúdo de água dos
alimentos, e esta é uma medida da quantidade disponível de água que varia
consideravelmente. Outros métodos também tem sido desenvolvidos para medir a hidratação
de alimentos, e alguns determinaram a quantidade relativa de água livre e "ligada", isto é,
retida na fração sólida do alimento (MURPHY e SICILIANO-JONES, 1987; citados por MURPHY e
KENNEDY, 1993).
BHATTI e FIRKINS (1995) estudaram a cinética de hidratação de alguns subprodutos
utilizados na alimentação de ruminantes. Entre os alimentos testados, os autores citaram que
os grãos de cervejaria peletizados tiveram a maior capacidade de retenção de água. A
hidratação de alimentos é necessária para que as bactérias se infiltrem nas partículas do
alimento, dessa forma, se espera que a taxa de hidratação esteja relacionada com o lag time de
degradação (Tabelas 2 e 3). A hidratação é profundamente afetada pela gravidade específica, e
durante a fermentação, a taxa de aumento na gravidade específica e a taxa de digestão das
partículas da forragem estão intimamente relacionadas (WATTIAUX et al., 1991)
DIGERIDO
PC Digestível
PC
ingerida
/tempo PASSAGEM
PC Indigestível
pH ácido
-
Baixa quantidade de forragem ou
menor tamanho de partícula
Taxa de
+
Menor Digestão
Enchimento
+
Taxa de
pH elevado Passagem
Figura 2 - Fatores que interferem na passagem de partículas de forragens (Adaptado de MARTZ e BELYEA, 1986)
Antes da digesta poder passar para o abomaso de bovinos, a maior parte das partículas
deve ser reduzida para um tamanho crítico, sugerido por Poppi et al. (1985) citados por
McLEOD et al. (1990), para ser descrita como partícula hábil para passar em uma peneira de
tamanho de poro de 1,18 mm, durante a peneiração úmida. Esses autores citaram que o
tamanho de partícula e a gravidade específica funcional modulam o movimento de partículas no
retículo-rúmen, pois são fatores críticos que controlam a passagem (WELCH, 1986).
A probabilidade das partículas deixarem o retículo-rúmen aumenta com a maior
densidade de partícula e com o menor tamanho. Se a sedimentação é prevenida na câmara de
fermentação, mesmo partículas longas, com até 10 mm podem sair do retículo-rúmen em
quantidades consideráveis (KASKE et al., 1992).
Com o objetivo de estudar o papel funcional das contrações do retículo-rúmen sobre a
passagem da digesta, KASKE e MIDASH (1997) utilizaram partículas plásticas e observaram a
distribuição dessas partículas nas fezes e no rúmen de ovinos fistulados, e os resultados
enfatizam que a seqüência normal de contrações do retículo é uma pré condição para o
processo de separação fisiológico das partículas no retículo-rúmen. A força dos movimentos do
retículo afeta diretamente a composição do fluxo de saída da digesta. Mudanças no fluxo
reticular devido ao prejuízo de movimentos reticulares podem causar distúrbios no fluxo
abomasal.
O mecanismo pelo qual a flutuação é postulada para afetar o movimento de partículas
do retículo para o omaso, envolve a contração do retículo seguido de um período de
aquiescência durante o qual as partículas decantam para o fundo do retículo (KENNEDY, 1995).
O tamanho de partícula pequeno associado a gravidade específica, aumentam a taxa de
passagem ruminal e isto pode ser o responsável pela menor digestibilidade ruminal de FDN e
fontes de fibra "não forragem", tais como a casquinha de soja. A quantidade de forragem e o
tamanho de partículas interagem com a fonte de fibra de alimentos considerados concentrados
(não forragem) e determinam o impacto líquido na taxa de digestão ruminal e taxa de
passagem (GRANT, 1997). Tal fato sugere que quando altos níveis de fibra proveniente de
15
outros alimentos que não são considerados volumosos (casquinha de soja), são fornecidas em
vez de forragem verdadeira (volumosos), a quantidade de forragem dietética é
necessariamente baixa, todavia, o tamanho da partícula da forragem deve ser adequado para
estimular a ruminação.
A passagem de digesta no rúmen é dependente de outros fatores do que a gravidade
específica funcional, mesmo quando o tamanho das partículas de digesta que deixam o rúmen
é similar (NEEL et al., 1995).
a menor quantidade de partículas aparecendo nas fezes serem retidas em uma peneira de 1
mm. Todavia, tais partículas têm vários milímetros de comprimento, e as partículas fecais
excedem 10 mm.
A expressão da taxa de passagem de partículas como uma porcentagem da taxa de
passagem de líquidos admitiu os efeitos que foram devido às diferenças inerentes às partículas
a serem diferenciadas, das mudanças ruminais que afetaram a passagem de todas as frações
da digesta (POORE et al., 1993). Tais cálculos permitiram demonstrar que a passagem de
alguns alimentos foi estritamente relacionado com o turnover de líquido, mas a passagem de
forragens foi dependente de suas características inerentes, tais como a fragilidade de partícula,
induzida pelo processamento.
ELLIS et al. (1994) comentaram que os pools de digesta ruminal podem ser causados
pelos fatores que determinam a flutuação dos fragmentos. Porém com a ruminação e saída
contínua de tecidos rapidamente fermentáveis, os fragmentos continuam a perder a flutuação e
a sedimentar, causando o turnover ruminal.
Estudos revisados por citados por MURPHY e KENNEDY (1993) utilizando marcadores
externos os quais são associados fortemente com as partículas de tamanho definido, ou que
reporta o conteúdo de um marcador interno indigestível ou pobremente digestível tais como a
lignina ou cinza insolúvel em ácido, corrigiriam para a perda de peso das partículas causada
pela digestão, mas o uso desses marcadores pode estar sujeito a metodologias inadequadas. O
intercepto e a inclinação de uma relação exponencial entre a taxa de passagem fracional e o
tamanho de partícula é dependente não apenas da metodologia empregada para determinar o
tamanho das partículas, mas também da espécie da forragem e idade do animal.
Quando as frações de folha e colmo foram fornecidas separadamente ou não para
bovinos ad libitum, a taxa de passagem fracional de folhas foi substancialmente maior, do que
para os colmos (McLEOD et al., 1990).
A densidade das partículas é importante e juntamente com a extensão de digestão são
fatores que influenciam a taxa de escape do rúmen, mais do que tamanho de partículas
(DesBORDES e WELCH, 1984). VEGA e POPPI (1997) concluíram que as condições do rúmen,
quando influenciadas pelo tipo de dieta tem muita influencia na cinética de líquido e de
partículas. As partículas de leguminosas ou gramíneas de mesmo tamanho se comportaram
similarmente.
recuperadas no rúmen ventral, mas menos de 50% das partículas de gravidade 1,22 e 1,44;
concordando com os resultados de KASKE e ENGELHARDT (1990) que mostraram que
partículas inertes com as mesmas gravidade específicas citadas anteriormente passaram mais
rápido do que com gravidade específica de 0,92 e 1,03.
NEEL et al. (1995) também utilizaram partículas inertes, com gravidade específica
conhecida e bem próximas aos trabalhos anteriores, e encontraram que as partículas inertes de
1 mm de comprimento passaram mais rápido pelo retículo-rúmen do que partículas de 3 mm,
sugerindo que os fatores que afetam a gravidade específica da digesta pode ter um profundo
efeito na passagem de partículas da forragem.
As partículas no retículo de ovinos alimentados com palha de aveia contendo 21% a
mais de cinzas e menos flutuantes do que partículas ruminais, demonstraram o preciso papel
do retículo na seleção de partículas para passar adiante, é preciso amostrar as partículas
impulsionadas ou a serem impulsionadas através do orifício retículo-omasal, porém é clara a
dificuldade para examinar isso experimentalmente.
A importância da gravidade específica funcional na seleção de partículas para a
passagem adiante parece estar relacionada ao padrão de contração do retículo que impulsiona
partículas leves para longe do orifício retículo-omasal depois de aberto. LECHNER-DOLL et al.
(1991), estimaram que a densidade da partícula foi duas vezes mais importante quanto o
comprimento da partícula na determinação a taxa de renovação do retículo-rúmen.
A gravidade específica e o tamanho de partícula contam com 59 e 28% da variação no
tempo de retenção médio de partículas plásticas no retículo-rúmen de ovinos (KASKE e
ENGELHARDT, 1990), porém BHATTI e FIRKINS (1995) não encontraram influência do tamanho
de partícula de subprodutos sobre a gravidade específica durante a fermentação in vitro, e
concluíram que a gravidade específica funcional desses alimentos poderia ser útil na predição
da taxa de passagem através do rúmen. Segundo os autores, os resultados para a cinética de
hidratação e gravidade específica funcional são interpretados para sugerir que os subprodutos
estudados poderiam variar consideravelmente na extensão da digestão da fibra em detergente
neutro devido à variação na taxa de passagem ruminal.
WATTIAUX et al. (1991) investigaram as relações entre a cinética de digestão e as
mudanças na gravidade específica durante incubações in situ e observaram que a taxa fracional
de digestão da MS e da FDN e o aumento na porcentagem de MS residual, os quais com
gravidade específica maior do que 1,3, aumentaram com a quantidade de fibra nas dietas de
alfafa e foram correlacionadas positivamente, sugerindo que o aumento na gravidade
específica, a qual afeta a taxa de passagem, é influenciada pela taxa de digestão das partículas
da forragem.
passando do retículo-rúmen (ULYATT et al., 1986; citados por MURPHY e KENNEDY, 1993). Um
mecanismo de separação de tamanho parece existir no cólon proximal de alguns não
ruminantes, os quais aumentam a concentração de partículas muito pequenas (< 100 μm), na
digesta neste compartimento comparado ao cólon distal. Se isto ocorre ou não no ruminante,
parece não ter sido examinado explicitamente, apesar da idêntica curva de excreção para
fluidos e marcadores de partículas, sugerindo que o mecanismo pode existir em ovinos e
bovinos (DIXON e MILLIGAN, 1985; citados por MURPHY e KENNEDY, 1993).
SICILIANO-JONES e MURPHY (1991) avaliaram a gravidade específica de vários
alimentos e concluíram que a manipulação da dieta para alterar a gravidade específica funcional
de partículas no rúmen pode ajudar a obter efeitos desejados na digestão e na passagem de
partículas no rúmen.
A possibilidade que o tamanho e a gravidade específica poderia afetar a dinâmica de
partículas pós ruminal foi examinado em dois experimentos usando cilindros plásticos
(SICILIANO-JONES e MURPHY, 1986; KASKE e ENGELHARDT, 1990). No primeiro, o
aparecimento fecal de partículas com 1, 5 e 10 mm tendo gravidade específica de 0,9, 1,17,
1,41 ou 1,77 foi acompanhado após colocar no abomaso de novilhos em vários tempos tempos
de incubação em relação ao inicio da alimentação diária com 60% de feno de aveia (partículas
grandes) e 40% de concentrado. O segundo experimento (KASKE e ENGELHARDT, 1990)
determinou o tempo médio de retenção pós ruminal para partículas de 1 e 10 mm com
gravidade específicas de 0,92, 1,03, 1,22 ou 1,44 após a colocação no omaso de ovinos
alimentas com feno três vezes ao dia. O comprimento da partícula não afetou
significativamente a passagem pós ruminal em ambos os estudos, mas ambos notaram um
efeito de gravidade específica.
Foi encontrado que partículas tendo gravidade específica entre 1,03 e 1,17 passaram
mais facilmente, enquanto que as densidades, fora dessa faixa, passaram mais lentamente. O
efeito foi particularmente pronunciado para gravidade específica maior do que 1,4, embora
poucas partículas da digesta iriam normalmente ser tão densas. Foram notadas interações
significativas entre a gravidade específica de partículas e tempo de dosagem em relação a
alimentação, para as medidas de passagem pós ruminal no estudo de SICILIANO-JONES e
MURPHY (1986). Estes resultados poderiam estar associados com a onda de passagem da
digesta do retículo-rúmen que normalmente acompanha a alimentação.
2.12. Referências
AKIN, D. E. Histological and physical factors affecting digestibility of forages. Agronomy Journal,
v.81, n.1, p.17-25. 1989.
BHATTI, S. A., FIRKINS, J. L. Kinetics of hydration and functional specific gravity of fibrous feed
by-products. J. Anim. Sci., v.73, p.1449-1458. 1995.
BURNS, J. C., POND, K. R., FISHER, D. S., LUGINBUHL, J. M. Changes in forage quality,
ingestive mastication, and digesta kinetics resulting from Switchgrass maturity. J. Anim.
Sci., v.75, p.1368-1379. 1997.
CHRISTEN, S. D., HILL, T. M., WILLIAMS, M. S. Effects of tempered barley on milk yield, intake
and digestion kinetics of lactation Holstein cows. J. Dairy Sci., v.79, n.8, p.1394-1399.
1996.
DesBORDES, C. K., WELCH, J. G. Influence of specific gravity on rumination and passage of
indigestible particles. J. Anim. Sci., v.52, n.2, p.470-475. 1984.
ELLIS, W. C., MATIS, J. H., HILL, T. M., MURPHY, M. R. Methodology for estimating digestion
and passage kinetics of forages. In: NATIONAL CONFERENCE ON FORAGE QUALITY.
EVALUATION AND UTILIZATION, 1994. University of Nebraska. Proceedings... Lincoln.
1994. p.682-756.
FONTY, G., GOUET, Ph. Plant cell wall degradation by anaerobic fungi In: Micro-organisms in
ruminant nutrition. PRINS, R. A., STEWART, C. S. (Ed.) Nottingham University Press. 1994.
p.97-112.
GRANT, R. J. Interactions among forages and nonforage fiber sources. J. Dairy Sci., v.80, n.7,
p.1438-1446. 1997.
JUNG, H. G., ALLEN, M. S. Characteristics of plant cell walls affecting intake and digestibility of
forages by ruminants. J. Anim. Sci., v.73, p.2774-2790. 1995.
KASKE, M., MIDASH, A. Effects of experimentally-impaired reticular contractions on digesta
passage in sheep. British J. Nutrition., v.78, p.97-110. 1997.
KASKE, M., ENGELHARDT, W. V. The effect of size and density on mean retention time of
particles in the gastrointestinal tract of sheep. British J. Nutrition., v.63, p.457-465. 1990.
KASKE, M., HATIBOGLU, S., ENGELHARDT, W. V. The influence of density and size of particles
on rumination and passage from the reticulo-rumen of sheep. British J. Nutrition., v.67,
p.235-244. 1992.
KENNEDY, P. M. Influences of cold exposure on digestion of organic matter, rates of passage of
digesta in the gastrointestinal tract, and feeding and rumination behavior in sheep given
20
four forage diets in the chopped, or ground and pelleted form. British J. Nutrition., v.53,
p.159-173. 1985.
KENNEDY, P. M. Intake and digestion in swamp buffaloes and cattle. 4. Particle size and
buoyancy in relation to voluntary intake. J. Agricultural Sci., v.124, p.277-287. 1995.
KENNEDY, P. M., McSWEENEY C. S., WELCH, J. G. Influence of dietary particle size on intake,
digestion, and passage rate of digesta in goats and sheep fed wheaten (Triticum aestivum)
hay. Small Rumin. Res., v.9, p.125-138. 1992.
KOVÁCS, P. L., SÜDEKUM, K. H., STANGASSINGER, M. Rumen contents and ruminal and faecal
particle size distribution in steers fed a mixed diet at three amounts of intake. Anim. Feed
Sci. Technol., v.64, p.143-154. 1997.
KOVÁCS, P. L., SÜDEKUM, K. H., STANGASSINGER, M. Effects of intake of a mixed diet and
time postfeeding on amount and fiber composition of ruminal and faecal particles and on
digesta passage from the reticulo-rumen of steers. Anim. Feed Sci. Technol., v.71, p.325-
340. 1998.
LECHNER-DOLL. Ruminal protein fermentation: new perspectives on previous contradictions.
In: TSUDA, T., SASAKI, Y., KAWASHIMA, R. Physiological aspects of digestion and
metabolism in ruminants. New York. Academic Press. 1991. p.682-697.
MARTZ, F. A., BELYEA, R. L. Role of particle size and forage quality in digestion and passage by
cattle and sheep. J. Daity Sci., v.69, n.7, p.1996-2008. 1986.
McLEOD, M. N., KENNEDY, P. M., MINSON, D. J. Resistance of leaf and stem fractions of
tropical forage to chewing and passage in cattle. British J. Nutrition., v.63, p.105-109.
1990.
MURPHY, M. R., KENNEDY, P. M. Particle dynamics In: Quantitative Aspects of Ruminant
Digestion and Metabolism. (ed) FORBES, J. M., FRANCE, J. University Press, Cambridge,
UK. 1993. 515p.
NEEL, J. P. S., PRIGGE, E. C., TOWNSEND, E. C. Influence of moisture content of forage on
ruminal functional specific gravity and passage of digesta. J. Anim. Sci., v.73, p.3094-3102.
1995.
PRIGGE, E. C., FOX, J. T., JACQUEMET, N. A., RUSSELL, R. W. Influence of forage species and
diet particle size on the passage of digesta and nylon particles from the reticulorumen of
steers. J. Anim. Sci., v.71, p.2760-2769. 1993.
POORE, M. H., MOORE, J. A., SWINGLE, R. S., PECK, T. P., BROWN, W. H. Response of
lactating Holstein cows to diets varying in fiber source and ruminal starch degradability. J.
Dairy Sci., v.76, n.8, p.2235-2243. 1993.
SICILIANO-JONES, J., MURPHY, M. R. Passage of inert particles varying in length and specific
gravity through the postruminal digestive tract of steers. J. Dairy Sci., v.69, n.9, p.2304-
2311. 1986.
SICILIANO-JONES, J., MURPHY, M. R. Specific gravity of various feedstuffs as affected by
particle size and in vitro fermentation. J. Dairy Sci., v.74, n.3, p.896-901. 1991.
21
SNIFFEN, C. J., O'CONNOR, J. D., VAN SOEST, P. J., FOX, D. G., RUSSELL, J. B. A net
carbohydrate and protein system for evaluating cattle diets: II. Carbohydrate and protein
availability. J. Anim. Sci., v.70, p.3562-3577. 1992.
VEGA, A., POPPI, D. P. Extent of digestion and rumen condition as factors affecting passage of
liquid and digesta particles in sheep. J. Agricultural Sci., v.128, p.207-215. 1997.
WAGHORN, G. C., SHELTON, I. D., THOMAS, V. J. {article breackdown and rumen digestion of
fresh ryegrass (Lolium perenne L.) and lucerne (Medicago sativa L.) fed to cows during a
restricted feeding period. British J. Nutrition., v.61, p.409-423. 1989.
WATTIAUX, M. A., MERTENS, D. R., SATTER, L. D. Effect of source and amount of fiber on
kinetics of digestion and specific gravity of forage particles in the rumen. J. Dairy Sci.,
v.74, n.11, p.3872-3883. 1991.
WELCH, J. G. Physical parameters of fiber affecting passage from the rumen. J. Dairy Sci., v.69,
n.10, p.2750-2754. 1986.
WORRELL, M. A., CLANTON, D. C., STROUP, W. W., NICHOLS, J. T. Effect of harvest date on
meadow hay quality II. Particle size degradation and particulate passage from the rumen
of growing cattle. J. Anim. Sci., v.63, p.1538-1546. 1986.
22
#
Apresentado no Congresso Nacional dos Estudantes de Zootecnia - CONEZ-2001, em Itapetinga, Ba e IV
a rápida taxa de fermentação. O pH do fluído ruminal pode variar de 6,2 a 7,0 para dietas
constituídas exclusivamente de volumosos.
A amônia é um composto intermediário na degradação e assimilação do N da dieta
pelos microrganismos ruminais. Outras fontes de compostos nitrogenados para a síntese
microbiana são os aminoácidos e os peptídeos. Existe grande controvérsia em relação à
concentração de N amoniacal ruminal exigida para o máximo crescimento microbiano
(CARVALHO et al., 1997).
A regulação da ingestão envolve sinais de fome e saciedade que operam através de
vários mecanismos hormonais e neurais para controlar a ingestão voluntária. Quando dietas de
alta qualidade são fornecidas, o animal se alimenta para satisfazer sua demanda de energia, e a
ingestão é limitada pelo potencial genético do animal em utilizar a energia absorvida.
Entretanto, quando dietas de baixa qualidade são fornecidas, o animal consome o alimento ao
nível que corresponde a capacidade do trato gastrintestinal. O papel dominante da regulação
fisiológica e limitação física na ingestão são modificadas por estímulos relacionados com a
palatabilidade, doença e manejo alimentar, dessa forma a ingestão é afetada por características
do animal, do alimento e da forma de alimentação (MERTENS, 1994).
A dieta influencia diretamente alguns parâmetros ruminais, que podem ou não
potencializar a digestão e o máximo aproveitamento dos alimentos, pelo ruminantes. Desta
forma esta revisão abordará alguns aspectos sobre os parâmetros ruminais, sua otimização e
influência no consumo, digestibilidade de forragens pelos ruminantes e consequentemente seu
desempenho.
3.1.1. pH Ruminal
O pH ruminal tem recebido atenção considerável como um mecanismo que explica as
reduções na ingestão e digestibilidade de forragens, resultando da suplementação energética
(CATON e DHUYVETTER, 1997). Além disso, Ulmer et al. (1990) citados por CATON e
DHUYVETTER (1997), demonstraram um declínio linear na digestão in situ da FDN, em 16 e 48
horas, como resultado do aumento da suplementação com cevada. O trabalho de Bugrwald-
Balstad et al. (1995) citados por CATON e DHUYVETTER (1997),, compararam dietas a base de
concentrado e de forragem, oferecidas para consumo ad libitum, e reportaram consideráveis
reduções e variações diurnas no pH ruminal associado ao fornecimento de concentrado.
Estudando a digestibilidade da silagem de bagaço de laranja com ovinos, ÍTAVO (1998)
comentou que os menores valores de pH ocorreram nos tempo entre 2 e 5 horas após a
alimentação, coincidindo com os menores valores registrados para o N amoniacal, sugerindo
que ocorreu rápida degradação das silagens, provavelmente devido à rápida velocidade de
degradação das frações protéica e fibrosa do bagaço. Segundo PERES (1997), a maior
digestibilidade de algumas frações da fibra do bagaço de laranja é devido especialmente ao seu
alto teor de carboidratos solúveis e pectina, os quais são responsáveis pela melhora na
digestibilidade das silagens. No experimento de ÍTAVO (1998) a média do coeficiente de
digestibilidade aparente dos carboidratos não estruturais foi 89,2%, e os valores, mínimo e
máximo, de pH foram 6,5 e 7,6, respectivamente.
MERTENS (1977) sugeriu que a digestão da fibra da forragem declinaria quando o pH
ruminal estivesse abaixo de 6,7. Após isso, ∅RSKOV (1982) e MOULD et al. (1983) indicaram
que o pH ruminal abaixo de 6,2 reduziria a atividade de bactérias celulolíticas e digestão de
palhas. Esses pesquisadores indicaram que a depressão no pH ruminal poderia ser responsável
pela redução na digestibilidade da fibra da forragem associada com suplementação com grãos.
CHURCH (1979) sugeriu que ruminantes consumindo dietas à base de forragens mantinham o
pH ruminal entre 6,2 e 6,8 enquanto que aqueles que consumiram concentrados, poderia variar
de 5,8 a 6,6. MOULD et al. (1984) observaram que o efeito do pH na digestão da fibra é
25
bifásico, assim a redução de 6,8 para 6,0 provocou depressão na digestão da fibra e somente
abaixo de 6,0 ocorreu efeito drástico.
RUSSEL et al. (1979) indicaram que a população de bactérias celulolíticas diminuiu
quando o pH variou de 5,7 a 6,2, enquanto que as bactérias fermentadoras de carboidratos
solúveis persistem até em variações de pH de 4,6 a 4,9. A sensibilidade de bactérias ruminais
ao pH e mudanças nas populações bacterianas em resposta ao reduzido pH tem sido sugerido
como uma das razões para a redução na ingestão e digestão de forragem por ruminantes
alimentados com dietas à base de forragens. CATON e DHUYVETTER, (1997) apresentaram em
sua revisão resultados de pesquisas indicando que o pH ruminal não é sempre reduzido pela
suplementação. Quando se analisa tais resultados, pode-se encontrar que bovinos em pastejo e
suplementados com níveis crescentes de milho, não demonstraram redução no pH
(PORDOMINGO et al., 1991). De fato esses pesquisadores reportaram que o pH variou de 6,3 a
6,4, valores estes pouco acima dos valores reportados, os quais poderiam reduzir a ingestão e
digestão de componentes da fibra citados por ∅RSKOV (1982).
Stockdale et al. (1987), citados por CATON e DHUYVETTER (1997), trabalharam com
vacas leiteiras consumindo pastagens de gramíneas e com 0 ou 10 kg de suplemento
energético e também não reportaram reduções no pH. Ao invés, com novilhos de corte em
pastejo e suplementados com níveis crescentes de sorgo (0; 0,17; 0,32 e 0,66% do PV),
VANZANT et al. (1990) encontraram reduções lineares no pH ruminal. Todavia, neste estudo, o
pH nunca esteve abaixo de 6,4. Portanto, é improvável que a queda no pH poderia ser
unicamente o responsável pelas reduções na digestibilidade da MS, a menos que os valores de
6,7 fossem aplicáveis aos dados de VANZANT et al. (1990), sugerindo que o pH ruminal abaixo
de 6,7 poderia reduzir a digestão da fibra. Além disso, (Krysl et al., 1989; citados por CATON e
DHUYVETTER, 1997) que forneceram 0,5 kg de grãos de sorgo, não encontraram efeito no pH
ruminal. Todavia, neste estudo nenhuma diferença foi notada na digestão da matéria orgânica.
Alguns estudos têm mostrado uma redução no pH ruminal como resultado do
fornecimento de concentrado. Porém ÍTAVO, (1998) trabalhou com vacas confinadas,
estudando o efeito da substituição da silagem de milho pela silagem de bagaço de laranja (0,
25, 50 e 75% do volumoso) com fornecimento de concentrado (50% da MS), encontrou que o
menor pH ruminal foi 6,18, uma hora após o fornecimento da ração. Os níveis de substituição
não apresentaram diferenças significativas, porém há de se destacar que os maiores níveis de
inclusão de bagaço de laranja na dieta, promoveu uma estabilização do pH ruminal. Fato esse
explicado pelo produto final da degradação da pectina, não acidifica rapidamente o meio
ruminal, dessa forma age como tamponante ruminal (VAN SOEST, 1994).
Vacas alimentadas com uma dieta sincronizada (taxa de degradação de carboidratos e
proteína similares), tiveram menos variação diurna de pH ruminal, porém suas médias foram
menores do que para os animais com dietas sem a sincronização. Apesar que ambas as dietas
tiveram um padrão de pH ruminal similares (KOLVER et al., 1998a).
CARVALHO et al. (1998) estudando os efeitos da substituição parcial do milho por
subprodutos energéticos em dietas de novilhos, com base em bagaço de cana tratado à pressão
26
e vapor também encontraram valores mínimos de pH igual a 6,18 duas horas após o
fornecimento da ração, quando o bagaço de laranja peletizado foi utilizado. Os autores
consideraram tais valores satisfatórios para a degradação da fibra, contrariando a teoria de
Mertens (1977), citado por CATON e DHUYVETTER (1997).
Parece que a suplementação energética pode reduzir o pH ruminal (SANSON et al.,
1990). Todavia, os dados sugerem claramente que as respostas não são consistentes e que às
vezes o pH ruminal não é grandemente afetado pela suplementação com grãos, especialmente
em níveis moderados ou baixos de suplementação. O uso de fonte de fibras rapidamente
degradável, como alimento energético, tem produzido respostas similares às dos suplementos
com grãos (ANDERSON et al., 1988).
A utilização de fontes energéticas alternativas, tais como o bagaço de laranja
peletizado, apresentaram boas possibilidades de minimização dos efeitos associativos negativos,
decorrentes do aumento do teor de concentrados, indicado pelos dados de pH ruminal,
digestibilidade das frações fibrosas e cinética de degradação do bagaço de cana (CARVALHO et
al., 1998).
Em sua revisão, CATON e DHUYVETTER, (1997) concluíram que deveria parecer lógico
que as reduções no pH ruminal associada com a suplementação com grãos poderia explicar as
reduções na digestibilidade e ingestão de forragem, porém apenas uma porção dos dados
suportam tal teoria. Segundo LANA et al. (1998) as reduções no pH ruminal podem diminuir a
produção de metano e amônia no rúmen, e estes efeitos tem o potencial para melhorar a
utilização de alimentos pelos ruminantes, principalmente aqueles de baixa qualidade.
3.1.2. N amoniacal
19 e 23 mg N/100 ml de líquido ruminal. Já VAN SOEST (1994) cita que o nível ótimo é 10
mg/100 ml; todavia isto não pode ser considerado como um número fixo devido à capacidade
das bactérias para a síntese de proteína e a captação de amônia depende da taxa de
fermentação dos carboidratos, e rápidas taxas deduzem maior eficiência e relativamente maior
tolerância a amônia.
A produção de N amoniacal está inversamente relacionada ao pH ruminal. Experimentos
realizados com vacas fistuladas, ÍTAVO (1998) encontrou que os picos de máximo de N
amoniacal no fluido ruminal ocorreram concomitantemente com os mínimos valores de pH
registrados. Fato explicado pela rápida degradação da silagem de bagaço de laranja, rica em
carboidratos não estruturais. Além disso, a reciclagem via saliva, além de N, fornece elementos
tamponantes, tais como bicarbonatos, os quais tem efeito inverso ao abaixamento do pH.
Os ruminantes reciclam grandes quantidades de N pela transferência através da parede
do rúmen ou via saliva. As bactérias aderidas na parede do rúmen hidrolizam a uréia a amônia
e utilizam o N amoniacal para a síntese de proteínas. Dessa forma, os ruminantes reabsorvem
porções de N na forma de aminoácidos, ácidos nucleicos ou amônia. KREHBIEL et al. (1998)
citaram que a transferência de N proveniente da uréia para a circulação foi de 28 a 52% do N
ingerido por ovelhas recebendo feno de Cynodon, e apenas 12 a 23% quando foram
suplementadas, demonstrando a importância da reciclagem de N, quando a ingestão de N é
baixa.
Quando o pH do fluido ruminal se reduz de 6,7 para 6,0 a taxa de utilização de
carboidratos é diminuída STROBEL e RUSSEL (1986). Ainda, o pH tem um efeito maior no
padrão de fermentação do que no tipo de carboidrato fornecido. Em conclusão, os autores
indicam que mesmo pequenos declínios do pH típicos dos eventos ruminais de vacas leiteiras
poderiam ser prejudiciais à síntese de proteína microbiana, pois encontraram que a síntese foi
reduzida 69% quando o pH era igual a 6,0.
Estudando a suplementação da palhada de milho na alimentação de bovinos, QUEIROZ
et al. (1998), comentam que as concentrações de amônia ruminal não foram suficientes para
alcançar a concentração mínima necessária para ótima fermentação da fibra no rúmen e não
influenciaram no pH, porém os autores citam que seriam necessários 15 mg/100 ml, valor
citado de Preston (1986), subestimando os valores mínimos citados anteriormente por SATTER
e SLYTER (1974) e VAN SOEST (1994). Porém ainda abaixo dos valores citados por MEHREZ et
al. (1977), os quais seriam necessários para a máxima fermentação.
No experimento de QUEIROZ et al. (1998), o tratamento que atingiu o valor esperado
por eles (15 mg) foi composto por: palha de milho, uréia, sulfato de amônia, feno de rama de
mandioca e farelo de algodão, às três horas após o fornecimento da ração misturada.
VILLELA et al. (1997) estudaram a inclusão de caroço de algodão à ração de vacas
leiteiras e encontraram valores máximos de N amoniacal de 14 mg/100 ml para a ração
controle (sem caroço de algodão) e concluíram que a concentração não foi afetada pela
inclusão do caroço de algodão. CARVALHO et al. (1997) comentaram que a redução na
concentração de amônia ruminal ocorre com o aumento no nível de concentrado e pode ser
28
justificada pelo aumento na disponibilidade de energia ruminal que possibilita maior utilização
da amônia para o crescimento microbiano.
Com relação à utilização de forragem de baixa qualidade, CHASE e HIBBERD (1987) ao
fornecerem para vacas de corte, feno de Andropogon scoparius e Panicum virgatum (nativos),
juntamente com suplementação com fubá, encontraram um pico de 5 mg/ 100 ml de fluido
ruminal, na produção de amônia três horas após o fornecimento da ração, porém o restante
dos valores foram inferiores aos valores mínimos citados por SATTER e SLYTER (1974).
Estudando o desempenho e digestão de novilhos em pastagens e suplementados com
energia ou proteína, ELIZALDE et al. (1998) registraram que a concentração de N amoniacal
tendeu em ser maior sem suplementação do que suplementados (21,9 vs 19,2 mg/100 ml,
respectivamente). Os autores concluíram que a suplementação de novilhos em pastejo
melhorou o ganho animal mas não teve efeito na fermentação ruminal, pois não observaram
diferenças no pH ruminal e nos AGVs totais.
Nolan e Leng (1972) citados por KREHBIEL et al. (1998) sugeriram que a reciclagem da
amônia absorvida no rúmen pode suportar a fermentação entre as suplementações. Em
ruminantes que estão em pastagens de baixa qualidade, a proteína é considerada o primeiro
nutriente limitante. Consequentemente se reduz a concentração de amônia ruminal, reduzindo
o crescimento microbiano, a taxa de digestão da fibra e, dessa forma diminui a ingestão. A
suplementação protéica para bovinos e ovinos, os quais estão consumindo forragem de baixa
qualidade, tem mostrado um aumento na digestibilidade da MS, digestão ruminal da fibra e
fluxo de proteína para o intestino, provavelmente como o resultado do melhor estatus de N
ruminal (KREHBIEL et al. 1998). Porém, KOLVER et al. (1998a) encontraram que com base nas
mudanças de concentrações de amônia, a sincronização dos carboidratos do suplemento com o
N da pastagem, melhorou a captura do N ruminal; todavia, estas mudanças foram passageiras
e não mudaram o estatus de N ou o desempenho de vacas leiteiras.
3.2. DIGESTIBILIDADE
nutrientes em vacas leiteiras sob pastejo pode ser melhorado através de um aumento na
concentração de proteína do suplemento ou na quantidade de suplemento oferecido. Neste
experimento, foi registrado um aumento significativo na ingestão de FDN e na digestão no trato
total. BURNS et al. (1997) apresentaram que as relações entre ingestão de MS, digestão dessa
MS e MS digestível, com a maturidade da planta são negativas e não lineares. Os declínios não
lineares na qualidade da forragem com o avanço do grau de maturidade e aumento da FDN,
estão associados às respostas negativas na produtividade dos animais.
Os efeitos benéficos associados com a adição de suplementos protéicos podem ser
visualizados através do aumento na ingestão (McCOLLUM e GALYEAN, 1985), igualmente, essa
prática de suplementação tem sido citado que pode aumentar a digestibilidade de forragens.
Todavia, este efeito também é variável e pode ser dependente das mudanças no fluxo da
digesta (DelCURTO et al., 1990).
PAULINO et al. (1996) sugeriram que a digestão ruminal de forragens pode ser
diminuída quando a pastagem se aproxima da maturidade e dormência. Esses autores
estudaram fontes de energia de suplementos múltiplos, com animais em pastagem de
Brachiaria, durante a época seca, e concluíram que não houveram diferenças entre os
suplementos (MDPS, farelo de trigo e raiz de mandioca), apesar da diferença entre a velocidade
de degradação de cada fonte.
As respostas no desempenho frente a suplementos altamente digestíveis com altas
concentrações de amido depende do nível de suplementação, e do consumo (GARCÉS-YÉPEZ et
al., 1997). DelCURTO et al., (1990) citaram que a digestibilidade no trato total aumentou
significativamente para os novilhos suplementados em relação ao grupo controle, sem
suplementação (47,3 vs 35,5%, respectivamente).
A redução na concentração de PB com o avanço da maturidade da forragem, ocorre
juntamente com o declínio da ingestão de MS e digestibilidade da PB (BURNS et al., 1997).
Esses autores apresentaram em seus resultados o declínio na digestibilidade da celulose,
hemicelulose, FDN, FDA e PB. Há de se destacar que o declínio na digestibilidade da celulose é
o menos abrupto, das entidades estudadas. Concluíram que as mudanças na qualidade do feno
com o avanço da maturidade poderia ser utilizado para o balanço entre maturidade de
forragem e qualidade da forragem.
3.3. CONSUMO
A ingestão de forragem tem sido reportado uma variação de 0,9 a 4,3% do peso vivo
com bovinos (Krysl et al., 1987 citados por CATON e DHUYVETTER, 1997). A suplementação
energética é freqüentemente praticada durante a seca para manter os níveis de produção ou
minimizar as perdas de peso. fornecendo energia adicional na forma de suplemento tem-se
reduzido o consumo de forragem, pelo efeito de substituição (CATON e DHUYVETTER, 1997).
Um exemplo disso foi descrito por CHASE e HIBBERD (1987) que forneceram níveis crescentes
32
de milho para vacas consumindo forragem de baixa qualidade e encontraram redução linear na
ingestão de forragem. Tais resultados foram observados por PORDOMINGO et al. (1991) que
reportaram que bovinos suplementados com milho em pastagens secas também tiveram a
ingestão reduzida. Esses relatos estão de acordo com outros dados de forragens temperadas e
tropicais (MINSON, 1990).
Segundo MINSON (1990), a quantidade de matéria seca ingerida pelo animal, se
constitui no principal fator a controlar a produção de ruminantes a pasto. O consumo voluntário
de forragem pode ser definido como a quantidade de matéria seca ingerida diariamente pelos
animais, quando a quantidade de alimento oferecida está em excesso.
Henning et al. (1980) citados por CATON e DHUYVETTER, (1997) reportaram que
baixos níveis de suplementação (7,8% da MS ingerida) com milho, aumentou a ingestão de
forragens por ovinos. Todavia, com elevados níveis de milho (maiores do que 23% da MS
ingerida) a ingestão foi reduzida, comparada ao grupo controle. Outros autores também têm
reportado que baixos níveis de suplementação energética, para ovinos consumindo dietas à
base de forragens, aumentaram a ingestão (MATEJOVSKY e SANSON, 1995). Em geral, quando
o nível de energia do suplemento aumenta, a ingestão normalmente se reduz, isso ocorre com
mais freqüência com ovinos do que com bovinos (CATON e DHUYVETTER, 1997).
As reduções na ingestão de forragem associada a suplementação com milho, tem sido
atribuída ao amido. SANSON et al. (1990) demonstraram que aumentando os níveis de amido
de milho, diminui a ingestão de forragem por novilhos. Essa redução tem sido atribuída a
depressão no pH ruminal ou a um efeito do carboidrato (MOULD et al., 1983). O declínio do pH
ruminal associado com o aumento do amido dietético poderia afetar as bactérias ruminais de
forma que iria aumentar a população de amilolíticas e diminuir as celulolíticas. O resultado da
mudança bacteriana iria reduzir a digestão da fibra e afetar negativamente na ingestão da
pastagem.
Contrariamente, MOULD e ∅RSKOV (1983), trabalharam com ovinos estabulados,
alimentados com altos níveis de concentrados e demonstraram que artificialmente a elevação
do pH ruminal com infusões de bicarbonatos fracassaria em retornar a digestão in situ da MS
para o nível do grupo controle. Eventualmente, o Carbonato de Sódio adicionado na dieta ou
saliva é removido do sistema ruminal via eructação. Quanto mais ácido for produzido pela
fermentação o tamponante é consumido pelo meio para manter o pH (KOHN e DUNLAP, 1998).
KREHBIEL et al. (1998) suplementaram ovelhas que estavam consumindo forragem de
baixa qualidade, com farelo de soja e concluíram que a ingestão foi aumentada. Ficou
demonstrado que esse aumento foi conseqüência de uma melhor utilização o N ruminal. Porém,
a substituição de uréia por proteína degradável no rúmen, não afeta a ingestão de forragem de
baixa qualidade quando o N suplementar foi suficiente para fornecer quantidades apra
maximizar a ingestão de matéria orgânica digestível (KÖSTER et al., 1997). PAULINO et al.
(1996) destacaram que a utilização de altos níveis de N degradável no rúmen na forma de
uréia, presume alta disponibilidade de energia, para que haja uma sincronização na liberação
de amônia e energia, com o objetivo de maximizar a eficiência microbiana.
33
3.5. Referências
ALMEIDA, M. S., PEREIRA, J. C., QUEIROZ, A. C. et al. Consumo voluntário de pasto e cinética
de degradação por novilhos, mantidos em pastagem natural, nas épocas de verão e
inverno. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 35. Botucatu,
São Paulo, 1998, Anais...Botucatu, 1998. p.400-402.
34
GOMIDE, J.A. A técnica de fermentação ruminal "in vitro" na avaliação de forragens. R. Soc.
Bras. Zootec., v.3, n.2, p.210-24, 1974.
GUNTER, S. A., McCOLLUM III, F. T., GILLEN, R. L. Forage intake and site and extent of
digestion in beef catle grazing midgrass prairie rangeland or plains bluestem pasture
throughout the summer. J. Anim. Sci., v.75, p.490-501, 1997.
ÍTAVO, L. C. V. Estudo e utilização da silagem do bagaço de laranja. Maringá, PR. Universidade
Estadual de Maringá (UEM), 1998. 70p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia).
JOHNSON, J. A., CATON, J. S., POLAND, W. et al. Influence of season on dietary coposition,
intake, and digestion by beef steers grazing mixed-grass prairie in the northern great
plains. J. Anim. Sci., v.76, p.1682-1690. 1998.
JONES-ENDSLEY, J. M., CECAVA, M. J., JOHNSON, T. R. Effects of dietary supplementation on
nutrient digestion and the milk yield of intensively grazed lactating dairy cows. J. Dairy
Sci., v.80, n.12, p.3283-3292. 1997.
KOHN, R. A., DUNLAP, T. F. Calculation of the buffering capacity of Bicarbonate in the rumen
and in vitro. J. Anim. Sci., v.76, p.1702-1709, 1998.
KOLVER, E., MULLER, L. D., VARGA, G. A. et al. Synchronization of ruminal degradation of
supplemental carbohydrate with pasture nitrogen in lactating dairy cows. J. Dairy Sci.,
v.81, n.7, p.2017-2028. 1998a.
KOLVER, E., MULLER, L. D., BARRY, M. C. et al. Evaluation and application of the Cornell Net
Carbohydrate and Protein System for dairy cows fed diets based on pasture. J. Dairy Sci.,
v.81, n.7, p.2029-2039. 1998b.
KÖSTER, H. H., COCHRAN, R. C., TITGEMEYER, et al., Effect of increasing proportion of
supplemental nitrogen from urea on intake and utilization of low-quality, tallgrass-prairie
forage by beef steers. J. Anim. Sci., v.75, p.1393-1399, 1997.
KÖSTER, H. H., COCHRAN, R. C., TITGEMEYER, et al., Effect of increasing degradable intake
protein on intake and digestion of low-quality, tallgrass-prairiu forage by beef cows. J.
Anim. Sci., v.74, p.2473-2481, 1996.
KREHBIEL, C. R., FERRELL, C. L., FREETLY, H. C. Effects of frequency of supplementation on
dry matter intake and net portal and hepatic flux of nutrients in mature ewes that consume
low-quality forage. J. Anim. Sci., v.76, p.2464-2473. 1998.
LANA, R. P., RUSSEL, J. B. Effect of forage quality and monensin on the ruminal fermentation of
fistulated cow fed continuously at a constant intake. J. Anim. Sci., v.75, p.224-229, 1997.
LANA, R. P., RUSSEL, J. B., VAN AMBURGH, M. E. The role of pH in regulating ruminal methane
and ammonia production. J. Anim. Sci., v.76, p.2190-2196, 1998.
LYKOS, T., VARGA, G. A., CASPER, D. Varying degradation rates of total nonstructural
carbohydrates: Effects on ruminal fermentation, blood metaolites, and milk production and
composition in high producing Holstein cows. J. DAiry Sci., v.80, n.12, p.3341-3355. 1997.
MATEJOVSKY, K. M., SANSON, D. W. Intake and digestion of low-, medium-, and high-quality
grass hay by lambs receiving increasing levels of corn supplementation. J. Anim. Sci., v.73,
p.2156. 1995.
36
SANSON, D. W., CLANTON,. D. C., RUSH, I. G. Intake and digestion of low-quality meadow hay
by steers and performance of cows on native range when fed protein supplements
containing various levels of corn. J. Anim. Sci., v.68, p.595-603. 1990.
SATTER, L. D., SLYTER, L. L. Effect of ammonia concentration on rumen microbial protein
production in vitro. Br. J. Nutr., v.32, n.2, p.199-208, 1974.
SILVA, D. J. Análise de Alimentos (Métodos químicos e biológicos). UFV, Imprensa Universitária,
Viçosa, MG. 1991.
SILVA, J. F. C., LEÃO, M. I. Fundamentos de Nutrição de Ruminantes. Piracicaba, Ed.
Livroceres, 1979. 384p.
VAN SOEST, P. J. Nutritional Ecology of the Ruminant. Comstock Publ. Assoc. Ithaca, 1994.
476p.
VANZANT, E. S., COCHRAN R. C., JACQUES, K. A. et al. Influence of level of supplementation
and type of grain in supplements on intake and utilization of harvested, early-growing-
season bluestem-range forage by beef steers. J. Anim. Sci., v.68, p.1457. 1990.
STROBEL, H. L., RUSSEL, J. B. Effect of pH and energy spilling on bacterial protein sunthesis by
carbohydrate-limitedcultures of mixed rumen bacteria. J. Dairy Sci., v.69, n.11, p.2941-
2947. 1986.
VALADARES FILHO, S. C. Nutrição de bovinos de corte: problemas e perspectivas. In: Reunião
Anual SBZ, 32, Brasília, 1995. Anais... Brasília, SBZ 1995, p. 156.
VILLELA, S. D. J., VALADARES FILHO, S. C., SILVA, J. F. C., et al. Caroço de algodão para vacas
leiteiras. 3. Efeito na eficiência microbiana, concentração de amônia e pH ruminais. R.
Bras. Zootec., v.26, n.1, p.195-200. 1997.
WALDO, D. R., SMITH, I. W., COW, L. L. Model of cellulose disappearance from the rumen. J.
Dairy Sci., v.55, n.1, p.125-129. 1972.
WANG, Z. S., GOETSCH, A. L. Intake and digestion by Holstein steers consuming diets based on
litter harvested after different numbers of broiler growing periods or with molasses
addition before deep-stacking. J. Anim. Sci., v.76, p.880-887, 1998.
38
4.1. Taninos
Não há exata definição do termo "taninos", mas sabe-se que estes contém grupos
fenólicos. Deve-se ter em mente que nem todos os fenóis são taninos. A definição original
era: "um composto que transforma pele morta em couro tratado", que depois passou a ser
definido como "um composto ligante de proteínas". Entretanto, recentes estudos têm
mostrado que a ligação proteína-tanino se deve muito menos à estrutura química de ambos
e muito mais ao meio em que se encontram (MUELLER-HARVEY, 1989).
39
diretamente relacionada à sua função na planta. Podemos, então, diferenciar três grandes
grupos de tecidos: tecido dermal; tecido vascular e tecidos de sustentação.
O tecido dermal é constituído por células epidérmicas que com o desenvolvimento
tornam-se lignificadas e cobertas por uma camada de cutícula. Este desenvolvimento é mais
pronunciado no caule do que no colmo e na porção abaxial da folha (lâmina e bainha). Em
leguminosas e na maioria das gramíneas de clima temperado, as células epidérmicas das folhas
são rapidamente digeridas quando comparadas com gramíneas de clima tropical, em função do
arranjo do tecido.
As gramíneas de clima tropical apresentam uma estrutura denominada “Girder”
formada pelas células parenquimáticas da bainha e pelas células esclerenquimáticas. O tecido
vascular é basicamente formado por dois tipos de tecidos: o floema e o xilema. Em gramíneas
do grupo C3 e C4 (do tipo PCK e NAD-EM), as células do tecido vascular são rodeadas pela
bainha do mestoma.
Os tecidos de sustentação são o colênquima e o esclerênquima, ambos de parede
celular espessa. O colênquima está presente em pequena proporção no caule e pecíolo de
leguminosas de clima tropical e temperado, sendo ausente nas gramíneas. É formado por
células alongadas de parede primária espessa e não lignificada, arranjadas em feixes ou
camadas abaixo da epiderme.
O esclerênquima é formado por células longas (1200 μm) e finas (5-20 μm de φ) com
parede secundária espessa e lignificada com o avanço da maturidade da planta e localiza-se ao
redor dos feixes vasculares e no colmo forma o anel esclerenquimático entre a epiderme e o
tecido vascular.
Dentro do grupo C4 existem diferenças quanto a presença de uma lamela suberizada
envolvendo a parede das células, tanto na tangencial externa, quanto radialmente no contato
com outras células da bainha parenquimática. Esta lamela, totalmente indigestível pelos
microrganismos do rúmen, está presente apenas nas gramíneas que apresentam a
fosfoenolpirúvico carboxinase (PCK) ou a enzima málica dependente de NADP (NADP-ME), na
reação de descarboxilação do ácido C4 na bainha dos feixes, estando ausente naquelas que
apresentam a enzima málica dependente de NAD (NAD-ME) (HATTERSLEY e BROWNING,
1981).
A maioria das gramíneas de clima tropical C4 possuem estrutura foliar conhecida como
anatomia tipo “Kranz”, a qual apresenta uma bainha de células especializadas circundando o
tecido vascular. Estas células possuem elevadas concentrações de proteína e amido, sendo,
assim, significante fonte de constituintes rapidamente digestíveis nas gramíneas C4. Esta bainha
parenquimática apresenta-se em pequena proporção na bainha foliar e ausente no colmo.
De um modo geral, as espécies C4 apresentam, na lâmina foliar, maior proporção de
tecido vascular, bainha parenquimática dos feixes e esclerênquima, enquanto as espécies C3 se
destacam pela maior proporção de mesofilo, que ocupa ao redor de 60% da seção transversal
destas gramíneas. Ainda que rapidamente degradado, o mesofilo nas gramíneas C4 é, pelo forte
adensamento celular, mais lentamente digerido que nas espécies C3, onde as células são mais
43
frouxamente arranjadas, apresentando poucos pontos de aderência entre si. BYOTT (1976)
estimou que em lâminas de gramíneas C4 existem de 3 a 12% de espaços intercelulares,
enquanto que nas C3 estes espaços representam de 10 a 35% da área do mesofilo. A maior
quantidade de espaços intercelulares permite rápido acesso aos microrganismos do rúmen às
paredes das células, proporcionando elevada taxa de digestão à lâmina foliar. Além disso,
facilita a fragmentação pela mastigação e a separação dos demais tecidos.
A proporção de tecidos não permite inferências quanto à organização desses nas
lâminas e quanto a possíveis diferenças na espessura e na composição química das paredes das
células de um mesmo tecido entre as espécies. Assim, algumas vezes não são encontradas
correlações significativas entre a proporção de tecidos e a digestibilidade de forrageiras.
WILSON et al. (1983) sugeriram que muitas das variações obtidas na digestibilidade in vitro da
matéria seca (40,8 a 58,2%) em folhas de gramíneas C4 não se originaram da proporção dos
diferentes tecidos, mas da facilidade e da extensão final da digestão dos vários tecidos.
Em geral, a lignina possui três álcoois aromáticos: álcool coniferil, que predomina
em espécies arbóreas, álcool sinapil e álcool p-cumaril (Figura 1). A lignina de gramíneas e
leguminosas contém menos o primeiro e mais dos outros dois. Na Figura 2 pode-se
observar várias maneiras desses álcoois se ligarem e formarem lignina.
Segundo JUNG e DEETZ (1993), a lignificação da parede celular pode limitar a digestão
dos polissacarídeos por meio de três possíveis mecanismos: efeito tóxico de componentes da
lignina "core" e "não core" aos microrganismos do rúmen; impedimento físico causado pela
ligação lignina-polissacarídeo, que limita o acesso das enzimas fibriolíticas ao centro de reação
de um carboidrato específico, e limitação da ação de enzimas hidrofílicas causada pela
hidrofobicidade criada pelos polímeros de lignina.
Deve-se considerar, que a baixa digestão de alguns tecidos advém, principalmente, do
arranjo adensado de suas células e da elevada espessura das paredes celulares que,
geralmente, apresentam-se lignificadas. Contudo, diferenças na composição química e na
espessura das paredes das células de um mesmo tecido, entre espécies, reduz a precisão da
proporção de tecidos como técnica para determinar o valor nutritivo das forrageiras. De fato, é
possível detectar diferenças qualitativas entre plantas que apresentam mesma proporção de
tecidos. Por esta razão, torna-se importante a associação das técnicas tradicionais de avaliação
do valor nutritivo (composição química, digestibilidade, etc.) com as observações histo-
anatômicas. Assim, poder-se-ia aumentar a confiabilidade dos resultados das avaliações
qualitativas das espécies forrageiras, e conseqüentemente, das estimativas do desempenho
animal.
Na Figura 3 é mostrada a representação esquemática do desenvolvimento da célula
e PC das plantas. Durante o desenvolvimento da célula vegetal, a parede celular primária é
depositada inicialmente e contém celulose, hemicelulose e pectinas (SALISBURY e ROSS,
1991). A lignina se torna parte da PC durante a formação e elongamento da parede
secundária (JUNG e ALLEN, 1995).
Figura 3 - Modelo da estrutura parcial da lignina rica em álcool coniferil. (SALISBURY e ROSS,
1991).
O crescimento se procede a partir da PC primária em direção ao lúmen da célula. A
deposição de lignina se inicia na PC primária e então segue progressivamente através da
47
Figura 4 - Ligações dos ácidos p-cumárico e ferúlico (lignina não core) com a lignina core e
outros componentes da parede celular (JUNG, 1989).
Figura 5 - Esquema de degradação da parede celular (do interior para o exterior). (WILSON
e MERTENS, 1995).
O efeito negativo dos polifenóis sobre a digestão da parede celular parece estar mais
relacionada à ação sobre as enzimas microbianas que atacam este componente. Ainda assim o
mecanismo que descreve esse efeito ainda não está totalmente explicado.
Apesar da correlação negativa entre digestibilidade da forragem da fibra e lignina ser
conhecida há muito tempo, surpreendentemente pouco é conhecido sobre os detalhes da
estrutura química da lignina. Vários autores têm abordado a possibilidade de diminuir ou
modificar o teor de lignina nas forrageiras por meio do melhoramento vegetal. Esta alternativa
parece ser razoável, todavia este processo não deve afetar o desempenho agronômico da
planta.
O valor nutritivo das gramíneas que se desenvolvem em condições de clima tropical é
limitado, não somente pela incidência das elevadas temperaturas, que promovem mais intensa
lignificação da parede celular, mas também por características histológicas e anatômicas
inerentes à estas gramíneas.
As acentuadas diferenças na anatomia entre gramíneas C3 e C4 explicam as variações
qualitativas entre plantas destes dois tipos fotossintéticos. A grande proporção de mesofilo,
com células mais frouxamente arranjadas, disponibiliza para os microrganismos do rúmen
grande quantidade de substrato prontamente digestível, conferindo às espécies C3 elevada
digestibilidade. Por outro lado, a maior proporção de tecidos pouco digestíveis, como o
esclerênquima e a bainha parenquimática dos feixes, determina a menor qualidade das
gramíneas C4. Ainda, a presença da estrutura "girder" e de células com justaposição sinuosa,
no tecido epidérmico, contribuem para redução na digestibilidade das espécies de clima
tropical.
50
4.6. Referências
AKIN, DE.E, RIGSBY, L.L. Mixed fungal populations and lignocellulosic tissue degradation in
the bovine rumen. Appl. Environ. Microbiol., v. 53, p. 1987-1995, 1987.
ARTZ, W.E.; SWANSON, B.G.; SENDZICKI, B.J. et al. Protein - procyanidin interaction and
nutritional quality of beans. In: R. L. ORY. (ed.) Plant proteins. Applications, biological
effects and chemistry. ACS Symposium Series, v. 312, p. 126-137, 1986.
BARRY, T.N.; DUNCAN, S. J. The role of condensed tannins in the nutritional value of Lotus
pedunculatus for sheep. I. Voluntary intake. Brit. J. Nutri., v. 51, p. 485-491, 1984.
BEART, J.E.; LILLEY, T.H.; HASLAM, E. Plant polyphenols - secondary metabolism and chemical
deference: some observations. Phytochemistry, v. 24, p. 33-38, 1985.
BORNEMAN, W.S., AKIN, D.E., VAN ESELTINE, W.P. Effect of phenolic monomers on
ruminal bacteria. Appl. Environ. Microbiol., v. 53, p. 1331-1339, 1986.
BURRITT, E.A., BITTNER, A.S., STREET, J.C. et al. Correlations of phenolic acids and xylose
content of cell wall in vitro dry matter digestibility of three maturing grass. J. Dairy
Sci. v.67, p. 1209-1220, 1984.
BURRITT, E.A., MALECHEK, J.C., PROVENZA, F.C. Changes in concentrations tannins, total
phenolics, crude protein, and in vivo digestibility of browse due to mastication and
insalivation by cattle. J. Range Manag., v. 40, p. 409-411, 1987.
BYOTT, G.S. Leaf air space systems in C3 and C4 species. New Phytol., v.76, p.295-299, 1976
CARRERA, G.S., MITJAVILA, R. DERACHE, R. Effect of tannic acid on the digestive
availability of vitamin B12 in the rat. Ann. Nutr. Aliment., v. 27, p. 73-82, 1987.
CHENG, K.J. et al. Sequence of events in the digestion of fresh legume leaves by rumen
bacteria. Appl. Environ. Microbiol., v.40, p.613-25, 1980.
CHERNEY, D.J.R., PATTERSON, J.A., CHERNEY, J.H. et al. Characterization of phenolic-
carbohydrate complexes in brown mibrid 6 and normal sorghum and influences on
fiber digestion. J. Anim. Sci. v. 68 (Suppl. 1), p. 590-581, 1990.
CHESSON, A., FORSBERG, C.W. Polysaccharide degradation by rumen microorganisms. In:
HOBSON, P.N. (Ed.) The rumen microbial ecosystem. London: Elsevier Applied Science,
1988, p.251-84.
DENGLER, N.G., DENGLER, R.E., DONNELLY, P.M., et al. Quantitative leaf anatomy of C3 and
C4 grasses (Poaceae): bundle sheath and mesophyll surface area relationships. Annals of
Botany, v.73, p241-55, 1994.
DESHPANDE, S.S.; SALUNKHE, D.K. Interaction of tannins. 1. Isolation and selective absorption
by starches. J. Food Sci., v. 47, p. 2080-2081, 1982.
FAITHFULL, N.T. Digestibility of feedstuffs - a century of ferment. J. Sci Food Agric., v. 35, p.
819-826, 1984.
FORD, C.W. Effect of partial delignification on the in vitro digestibility of cell wall
polysaccharides in Digitaria decumbens (Pangola grass). Aust. J. Agric. Res., v. 29,
p. 1157-1166, 1978.
51
GORDON, A.J. A comparison of some chemical and phisical properties of alkali lignins from
grass and lucerne hays before and after digestion by sheep. J. Sci. Food Agric., v.26,
p.1551-59, 1975.
GRIFFITHS, D.W.; JONES, D.I.H. Cellulase inhibit by tannins in the testa of field beans (Vicia
faba). J. Food Agric., v. 85, p. 983-989, 1977.
GRIFFITHS, D.W.; MOSELEY, G. The effect of diet containing field beans of high or low
polyphenolic content on the activity of digestive enzymes in the intestine of rats. J. Sci.
Food Agric., v. 31, p. 225-259, 1980.
HACKER, J.B., MINSON, D.J. The digestibility of plant parts. Herb. Abstr., v.51, n.9, p.459-482,
1981.
HAGERMAN, A.E.; BUTLER, L.G. The specificity of proanthocyanidin-protein interactions. J. Biol.
Chem., v. 256, p. 4494-4497, 1981.
HANNA, W.W., MONSON, W.G., BURTON, G.W. Histological and in vitro digestion study of 1
and 4-week stems and leaves from high and low quality bermudagrass genotypes. Agron.
J., v.68, n.2, p.219-22, 1976.
HARRIS, P.J. Plant cell wall structure and development. In: AKIN, D.E. et al. (ed) Microbial and
plant opportunities to improve lignocellulose utilization by ruminants. Elsevier Sci. Publ.
Co., New York, 1990.
HARTLEY, R.D. Chemical constitution, properties and processing of lignocellulosic wastes in
relation to nutritional quality for animals. Agric. Environ., v. 6, p. 91-113, 1981.
HARTLEY, R.D. p-Coumaric and ferulic acid components of cell walls of ryegrass and their
relationships with lignin and digestibility. J. Sci. Food Agric., v. 23, p. 1347-1356,
1972.
HATTERSLEY, P.W., BROWNING, A.J. Occurrence of the suberized lamella in leaves of grasses
of different photosynthetic types. I. In: Parenchymatons bundle sheaths and PCR
("Kranz") sheaths. Protoplasma, New York, v.109, n.3/4, p.371-401. 1981.
HASLAM E. Proanthocyanidins. In: J.B. Harbone and T.J. Mabrey (eds). The flavonoids:
Advances in research. Chapman and Hall, London, UK,1982.
HASLAM, E. Chemistry of vegetable tannins. p. 179. Academic Press, New York, 1966.
JONES, W. T.; MANGAN, J.L. Complexes of the condensed tannins of Sainfoin (Onobrychis
viciifolia Scop.) with fraction 1 leaf protein and with submxillary mucoprotein, and their
reversal by polyethylene glycol and pH. J. Sci. Fd. Agric. v. 28, p. 126-136, 1977.
JONES, W.T.; BROADHURST, J.B.; LYTTLETON, J.W. The condensed tannins in pasture legume
species. Phytochemistry, v. 15, p. 1407-1409, 1976.
JUNG, H.G. Forage lignins and their effects on fiber digestibility. Agron. J., v.81, p.33-8, 1989.
JUNG, H.G., DEETZ, D.A. Cell wall lignification and degradability. In: JUNG, H.G., BUXTON,
D.R., HATIFIELD, R.D. et al. (Ed) Forage cell wall structure and digestibility. Madison:
America Society of Agronomy, Crop Sci. Society of America, Soil Sci. Society of America,
1993. p.315-46.
52
JUNG, H.G., VOGEL, K.P. Lignification of switchgrass (Panicum virgatum) and big bluestem
(Andropogon gerardii Vitman) plant parts during maturation and its effect on fibre
degradability. J. Sci. Food Agric., v.59, p.769-776, 1992.
JUNG, H.G., ALLEN, M.S. Characteristics of plant cell walls affecting intake and digestibility
forages by ruminants. J. Anim. Sci., v. 73, p. 2774-2790, 1995.
JUNG, H.G., FAHEY JR., G.C. Interactions among phenolic monomers and in vitro
fermentation. J. Dairy Sci., v. 66, p. 1255-1263, 1983.
LASCANO, C.E.; CARULLA, J. Avaliação da qualidade de leguminosas arbustivas e arbóreas
tropicais taníferas para solos ácidos. Simp. Internac. em Ruminantes. Anais da XXlX
Reunião Anual da SBZ. p. 299-321,1992.
LEMPP, B., EZEQUIEL, J.M.B., SANTOS, J.M., et al. Observação da estrutura girder na taxa de
digestão dos tecidos em lâminas de Panicum maximum Jacq. cv. aruana e vencedor. In:
REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 34, 1997, Juiz de Fora.
Anais... Juiz de Fora, SBZ, 1997. p.12-4.
MAKKAR, H.P.S.; SINGH, B.; DAWRA, R.K. Tannin-nutrient interactions - A review. J. Anim. Sci.
, v. 2, p. 127-140, 1987.
McLEOD, M.N. Plant tannins-their role in forage quality, Nut. Abstr. Rev., v. 44, p. 804-815,
1974.
MERTENS, D.R. Fiber analysis and its use in ration formulation. Proc. 24th Pacific NW Anim.
Nutr. Conf. (R.G. Bull, B.J. Hawk and K.K. Dickinson, eds.). p. 1-10. 1989.
MERTENS, D.R. Using Fiber and Carbohydrate Analyses to Formulate Dairy Rations US Dairy
Forage Research Center, Informational Conference with Dairy and Forage Industries,
1996. 34 p.
MOORE, K.J., HATFIELD, R.D. Carbohydrates and forage quality. In: FAHEY JR., G.C.,
COLLINS, M., MERTENS, D.R., MOSER, L.E. (Eds.) Forage quality, evaluation and
utilization. p. 229-280, ASA-CSSA-SSSA, Madison, WI, 1994.
MORRISSON, I.M. Teh effect of physical and chemical treatments on the degradation of
wheat and barley straws by rumen liquor-pepsin and pepsin-cellulase systems. J. Sci.
Food Agric., v. 34, p. 1323-1329, 1983.
MUELLER-HARVEY, I. Identification and importance of polyphenolic compounds in crop
residues. p. 88-109. In: CHESSON, A., ∅RSKOV, E.R. (EdS.) Physico-chemical
characterization of plant residues for industrial and feed use. Elsevier Appl. Sci..,
London and New York, 1989.
MÜHLBACH, P.R.F.; LÓPEZ, J.; LEBOUTE, E.M. Avaliação in vitro dos taninos de castanheira
(Castanea sativa Mill.) e acácia-negra (Acacia mearnsii De Willd.) como agentes de
proteção da proteína do farelo de soja. Rev. Soc. Bras. Zoot., v. 11, p. 746-762, 1982.
NASTIS, A.S.; MALECHECK, J.C. Digestion and utilization of nutrients in oak browse by goats. J.
Anim. Sci. v. 53, p. 283-290, 1981.
NEILSON, M.J., RICHARDS, G.N. The fate of the soluble lignin-carbohydrate complex
produced in the bovine rumen. J. Sci. Food. Agric., v. 29, p.513-519, 1978.
53
inibe a adesão de fungos e bactérias, sugerindo que deva existir especificidade significativa
para o processo de adesão (CHESSON e FORSBERG, 1997).
LATHAN et al. (1978) observaram que Fibrobacter succinogenes e Ruminococcus
flavefaciens se ligaram ao azevém durante sua digestão, sendo as F. succinogenes se aderem a
maioria das partículas das plantas, exceto ao xilema. Estas espécies também se aderem à
superfícies não fragmentadas da parede celular do mesófilo, epiderme e floemas dos vegetais,
porém, são nestes tecidos que os R. flavefaciens predominam. Assim, estas espécies mostram
diferentes especificidades para adesão, reduzindo, com isso, a possibilidade de competição.
Esta observação é confirmada por BHAT et al. (1990), que descreveram locais de adesão
diferenciados, para ambas as espécies, em palha de trigo.
Foi demonstrado, por meio de estudos de microscopia eletrônica, que a colonização dos
substratos pelas bactérias ocorrem via glicocalix. LATHAM et al. (1978) demonstraram, por
meio de corantes, que estas espécies R. flavefaciens e F. succinogenes, têm estruturas
hidrocarbonadas (glicocalix) distintas em suas superfícies. Tais estruturas são mais grossas ou
espessas em R. flavefaciens que em F. succinogenes e parecem exercer um papel diferenciado
no mecanismo de adesão.
A necessidade de adesão para a digestão da parede celular foi demonstrada pela
observação que a metilcelulose, responsável pelo bloqueio da adesão de bactérias e fungos às
partículas, também inibe a digestão da celulose (KUDO et al., 1987, CHENG et al., 1991b). Tal
fato foi confirmado pelos relatos de GONG e FORSBERG (1989) que, ao utilizarem mutantes de
F. succinogenes que exibiam baixa capacidade de adesão, verificaram ausência ou reduzida
atividade celulolítica.
A variação na colonização e degradação é quase que totalmente devido a diferenças na
superfície química do substrato, contudo os fatores determinantes reais não estão
estabelecidos. Entretanto a relação adesão:digestibilidade não é tão perfeita, visto que alguns
tecidos como mesófilo, podem ser digeridos eficientemente sem que ocorra a colonização
microbiana, devido a atividades de enzimas hidrolíticas extracelulares.
O papel das glicoproteínas na adesão foi estudado por GONG et al. (1996) que
verificaram formação de glicoproteínas de F. succinogenes, crescidos em conglomerado de
celulose, nos sítios de ligação da celulose existentes na membrana do microrganismo. Também
existem proteínas ligadoras de celulose identificadas em várias espécies. Enquanto a adesão
dos microrganismos ocorre rapidamente em sistemas in vitro, espera-se que in vivo esta
aconteça mais lentamente. Na realidade não é conhecido a maneira pela qual a adesão ocorre
in vivo, visto que a colonização é não-móvel e as bactérias se anexam firmemente à fibra nos
diferentes estágios de digestão. Entretanto, estudos in vitro feitos com F. succinogenes
sugerem que não existe situação na qual 100% das células estão ligadas à celulose e uma
proporção da população geralmente está livre para colonizar novos substratos (GONG e
FORSBERG, 1989). F. succinogenes também liberam glicose proveniente de celodextrinas no
meio ruminal, o qual seria utilizado por outros microrganismos não-aderentes para manutenção
e crescimento (WELLS et al., 1995).
56
A complexidade dos polímeros que compõem a parede celular exigem uma gama de
enzimas para que a digestão seja deflagrada no ambiente ruminal. Mais de 85% das enzimas
celulase, hemicelulase e glicosidase ativas no rúmen estão ligadas a fração sólida. As bactérias
com alta atividade glicolítia formam uma sub-população pobremente ligada às partículas
vegetais, enquanto as bactérias celulolíticas e hemicelulolíticas estão mais firmemente aderidas
à fase sólida (WILLIAMS e STRACHAN, 1984).
Na Figura 1 estão esquematizadas as principais ligações quebradas durante o processo
de degradação. Entretanto, não foram incluíram todas as ligações devido à grande diversidade
dos componentes da parede celular.
Figura 1 - Diagrama esquemático ilustrando as principais ligações da PAREDE CELULAR que são clivadas pelos
microrganismos ruminais. A=arabinose; F=ácido ferúlico; G=glicose; U=ácido metilglicurônico; X=xilose;
R=continuação da cadeia glicana. As principais enzimas clivando a parede celular incluem:
1=endoglicanases; 2=celobiohidrolase; 3=celobiohidrolase; 4=celobiase; 5=endoxilanase; 6=xilosidase;
7=acetilxilana esterase; 8=α-arabinofuranosidase; 9=feruloil esterase; α-glicuronidase (Adaptado de
CHESSON e FORSBERG, 1997).
Provetella ruminicola é uma bactéria que está presente no rúmen sob os mais
diferentes regimes de alimentação e pode sobreviver da degradação exclusiva de componentes
não-celulósicos (DEHORITY, 1993). Várias xilanases, xilanosidases e α-arabinofuranosidases
foram identificadas para estes microrganismos, sendo que a atividade celulolítica vai se
sobrepor em função do substrato, já que metaboliza preferencialmente pentoses e glicose à
celobiose (STROBEL, 1993). As enzimas estão localizadas na superfície celular e parecem estar
ancoradas por terminais nitrogenados da proteína (CHESSON e FORSBERG, 1997).
Os principais organismos pectinolíticos são os Lachnospira multiparus, as quais
possuem uma endopectatoliase [poli(1,4-α-D-galacturonídeo)-endoliase] e uma
exopoligalacturonase [poli(1,4-α-D-galactosiduronato)digalacturonohidrolase] que clivam
poligalacturonato em resíduos de galacturonato (WOJCIECHOWICZ et al., 1980).
Estudos com co-culturas destes microrganismos com adição de B. fibrisolvens e fungos ruminais
mostraram que geralmente, mas nem sempre, as bactérias apresentaram efeito inibitório sobre
a atividade de degradação dos fungos. Verificou-se também que o F. succinogenes exerce
pouco efeito sobre os fungos (ORPIN e JOBLIN, 1997).
Proteínas extracelulares de R. albus e R. flavefaciens parecem inibir a atividade
celulolítica através de ligação tanto à celulase fúngica quanto à celulose (substrato) e, no último
caso, proporcionam quebra mais lenta (BERNALIER et al., 1993).
Os protozoários ingerem bactérias e exercem influencia sobre a população bacteriana
no rúmen, além do fato de existir predação entre as diferentes espécies de protozoários.
Trabalhos têm mostrado que protozoários têm capacidade de ingerir e digerir fungos. Na
maioria das vezes o protozoário preda os zoosporos, pois estes possuem o tamanho de uma
bactéria. Devido a isto, alguns estudos têm demonstrado que a defaunação leva a aumentos na
densidade de zoosporos.
No ambiente ruminal a taxa e a extensão da digestão da parede celular são
influenciadas por vários fatores, incluindo as classes de enzimas presentes, a atividade catalítica
das várias enzimas, indução e repressão das enzimas, influencia estimulatória ou inibitória de
outros microrganismos e a natureza recalcitrante das paredes celulares de plantas.
5.6. Referências
ALI, B.R.S., ZHOU, L.Q., GRAVES,F.M. et al. Cellulases and hemicellulases of the anaerobic
fungus Piromyces constitute a multiprotein cellulose-binding complex and are encoded by
multigene families. FEMS Microbiol Ltt., v.25, p.15-21, 1995.
BAYER, E.A., MORAG, E., LAMED, R. The cellulosome- a treasure-trove for biotechnology.
Trends Biotechnol., v.12, p.379-386, 1994.
BEGUIN, P., AUBERT, J.P. The biological degradation of cellulose. FEMS Microbiol. Rev., v.13,
p.25-58, 1994.
BERNALIER, A., FONTY, G., BONNEMOY, F., GOUET, P. Inhibition of the cellulolytic activity of
Neocallimastix frobtalis by Ruminococcus flavefaciens. J. Gen. Microbiol., v.139, p.873-880,
1993.
61
BHAT, S., WALLACE, R.J., ∅RSKOV, E.R. Adhesion of cellulolytic ruminal bacteria to barley
straw. Appl Environ. Microbiol., v.56, p.2698-2703, 1990.
BLACK, G. W., HASLEWOOD, G. P., XUE, G. P. et al. Xylanase B from Neocallimastix patriciarum
contains a non-catalytic 455- residue linker sequence comprised of 57 repeats of an
octapeptide. Biochem. Journal, v.299, p.381-387, 1994.
CHENG, K.J, FORSBERG, C W,. MINATO, H. et al Microbial ecology and physiology of feed
degradation within the rumen. In Physiological Aspects of Digestion and Metabolism in
Ruminants, ed T. Tsuda, H. Sasaki and R. Kawahima. Academic Press, New York, p.595-
624, 1991a.
CHENG, K.J; KUDO, H., FORSBERG, C.W. et al. Prevention of fungal colonization and
digestionof cellulose by the addition of methylcellulose. Can. J. Microbiol., v.37, p.484-487,
1991b.
CHESSON, A., FORSBERG, C.W. Polysacharide degradation by rumen microorganisms. In: The
rumen microbial ecosystem, ed. Hobson, P.N., Stewart, C.S. Black Academic and
Professional, London, Weinheim, New York, Tokyo, Meulbourne, Madras, p.329-368, 1997.
COLEMAN, G. S. The cellulase content of 15 species of entodiniomorphid protozoa; mixd
bacteria and plant debris from the ovine rumen. J. Agric. Sci., v.107, p.709-721, 1985.
COLEMAN, G. S. The rate of uptake and metabolism of starch grains and cellulose particles by
Entodinium species, Eudiplodinum Maggii, some other entodiniomorphid protozoa and
natural protozoal populations taken from the ovine rumen. J. Appl. Bacteriol., v.73, p.507-
513, 1992.
DEHORITY, B.A. Microbial ecology of cell wall fermentation, In Forage Cell wall Structure and
digestbility, ed H G Jung, D R Buxton, R D Hatfield and J Ralph american Society of
Agronomy inc., Madison, p.425-453, 1993.
DIJKSTRA, J AND TAMMINGA, S. Simulation of the effects of diet on the contributionof rumen
protozoa to degradation of fibre in the rumen. Br. J. Nutr., v.74, p.617-634, 1995.
DOERNER, K.C., WHITE, B.A. Detection of glycoproteins separated by non- denaturing
polyacrylamide gel electrophoresis. Anal. Biochem., v.187, p.147-150, 1990.
FANUTTI, C., PONYI, T., BLACK, G.W. et al. The conserved noncatalytic 40- residue sequence in
cellulases and hemicellulases from anaerobic fungi functions as a protein docking domain.
J. Biol. Chem., v.270, p.2314-2322, 1995.
FLINT H.J., MARTIN, J., MCPHERSON, C.A. et al. A bifunctional enzyme, with, separate
Xylanase and /3 (1, 3- 1,4) -glucanase domains, encoded by the xynD gene of
Ruminococcus flavefacien. J. Bacteriol., v.175, p.2943-2951, 1993.
GILBERT, H.J., HAZLEWOOD, G.P., LAURIE, J.I. et al. Homologous catalytic domains in a rumen
fungal Xylanase: evidence for gene duplication and prokaryotic origin. Mol. Microbiol., v.6,
p.2065-2072, 1992.
GONG, J., EGBOSIMBA, E.E., FORBERG, C.W. Cellulose- binding. Proteins of Fibrobacter
succinogenes and the possible role of a 180- Kda cellulose-binding glycoprotein in adhesion
to cellulose. Can. J. Microbiol., v.42, p.453-460, 1996.
62
GONG, J., FORSBERG, C.W. Separation of outer and cytoplasmic Membranes of Fibrobacter
Succinogeres and membrane and glycogen granule locations of glycanase and cellobiase.
J. Bacteriol., v.175, p.6810-6821, 1993.
GONG, J., FORSBERG, C.W. Factors affecting adhesion of Fibrobacter succinogenes subsp.
Succinogenes S85 and adherence- defective mutantsto cellulose. Appl. Environ. Microbiol.,
v.55, p.3339-3344, 1989.
GREGG, K., ROWAN, A., WARE, C. Digestion of filter- paper by cellulases cloned from
Ruminococcus albus A R 67 In Genetics, Biochemistry. of Lignocellulose Degradation, ed.
K. Shimada, K Ohmiya, Y Kobayashi et e al Uni Publishers Co., Ltd, Tokyo, p.166-172.
1993.
HESPELL, R.B., COTTA, M.A. Degradation and Utilization by Butyrivibrio fibrisolvens H17 c of
xylans with different chemical and physical properties Appl. Environ. Microbiol., v.61,
p.3042-3055, 1995.
JOBLIN, K.N., NAYLOR, G.E., WILLIAMS, A.G. Effect of Methanobrevibacter. Smithii on
xylanolytic activity of anaerobic ruminal fungi. Appl. Environ. Microbial., 56:2287-2295.
KOHRING, S., WIEGEL, J., MAYER, F. 1990. Subunit composition and glycosidic activities of the
cellulase complex from Clostridium thermocellum JW20. Appl. Environ. Microbiol., v.56,
p.3798-3804, 1990.
KUDO, H., CHENG, K.J., COSTERTON, J.W. Electron microscopic study of the methylcellulose-
mediated detachment of cellulolytic rumen bacteria from cellulose fibres. Can. J. Microbiol.,
v.33, p.267-272, 1987.
LATHAM, M.J., BROOKER, B.E., PETTPHER, G.L., et al. Adhesion of Bacteroides succinogenes in
pure culture and in the presence of Ruminicoccus flavefaciens to cell Walls in leaves of
perennial ryegrass (Lolium perenne) Appl. Environ. Microbiol., v.35, p.1166-1173, 1978.
MATTE, A., FORSBERG, C.W. Purification, characterization, and mode of action of
endoxylanases 1 and 2 from Fibrobacter succinogenes S85. Appl. Environ. Microbiol., v.58,
p.157-168, 1992.
McALLISTER, T.A., PHILLIPPE, R.C., RODE, L.M., et al. Effect of the protein matrix on the
digestion of cereal grains by ruminal microorganisms. J. Anim. Sci., v.71, p.205-212, 1993.
MIRON, J., BEN-GHEDALIA, D. Digestion of cell-wall Monosaccharides of ryegrass and alfalfa
hays by the ruminal bacteria Fibrobacter succinogenes and Butyrivibrio fibrisolvens. Can,J,
Microbiol., v.39, p.780-786, 1993.
MORAG, E., BAYER, E.A., LAMED, R. Relationship of cellulosomaland non-cellulosomal xylanases
of Clostridium thermocellum to cellulose-degrading.enzymes. J. Bacteriol., v.172, p.6098-
6105, 1990.
ORPIN, C.G. Genetic approaches to the improvement of lignocellulose degradation in the
rumen. In Biochemistry and Geneticsof Cellulose Degradation, ed J, p, Aubert, p. Béguin
and J, Millet, Academic Press, London, p. 172-179, 1988.
63
ORPIN, C.G., JOBLIN, K.N. The rumen anaerobic fungi. ed. Hobson, P.N., Stewart, C.S. Black
Academic and Professional, London, Weinheim, New York, Tokyo, Meulbourne, Madras,
p.140-196, 1997.
PEGDEN, R., GRANT, R.J., MORRISON, M. Cellulose adherence factos in Ruminococcus albus 8.
In Abstracts, Conference on Rumen function, v. 23. Chicago, Illinois, Abstract 75, 1995.
SMITH, D.C., FORSBERG, C.W. α-Glucuronidase and other hemicellulase activities of Fibrobacter
succinogenes S85 grown on crystalline cellulose or ball-milled barley straw. Appl. Environ.
Microbiol., v.57, p.3552-3557, 1991.
STROBEL, H.J. Pentose utilization and transport by the ruminal bacterium Prevotella ruminicola.
Arch. Microbiol., v.159, p.465-471, 1993.
THURSTON, B., DAWSON, K.A., STROBEL, H.J. Pentose utilization by the ruminal bacterium
Ruminococcus albus. Appl. Environ. Microbiol., v.60, p.1087-1092, 1994.
TRINCI, A.P.J., DAVIES, D.R., GULL, K. et al. Anaerobic fungi in herbivorous animals. Mycol.
Res., v.98, p.129-152, 1994.
WANG, W.Y., THOMSON, J.A. Nucleotide sequence of the celA gene encoding a cellodxtrinase
of Ruminococcus flavefaciens FD-1. Mol. Gen. Genet., v.233, p.492. 1992.
WELLS, J.E., RUSSELL, J.B. SHI, Y. Cellodextrin efflux by the cellulolytic ruminal bacterium
Fibrobacter succinogenes and its potential role in the growth of nonadherent bacteria.
Appl. Environ. Microbiol., v.61, p.1757-1762, 1995.
WILLIAMS A.G., STRACHAN, N.H. The distribution of polysaccharide-degrading enzymes, in the
bovine rumen digesta ecolystem. Curr. Microbiol., v.10, p.215-220, 1984.
WOJCIECHOWICZ, M., HEINRICHOVA, K., ZIOLECKI, A. A polygalacturonate lyase pro-duced by
Lachnospira multiparus isolated from the bovine rumen. J. Gen. Microbiol., v.117, p.193-
199, 1980.
WOOD, T.M., WILSON, C.A., STEWART, C.S. Preparation of the cellulase from the cellulolytic
anaerobic rumen bacterium Ruminococcus albus and its release from the bacterial cell wall.
Biochem. Journal., v.205, p.129-137, 1982.
WUBAH, D.A., AKIN, D.E., BORNEMAN, W.S. Biology fibre-degradation, and enzymology of
anaerobic zoosporic fungi. Crit. Rev. Microbiol., v.19, p.99-115, 1993.
ZHANG, J.X., FLINT, H.J. A bifunctional xylanase encoded by the xynA gene of the rumen
cellulolytic bacterium rRuminococcus flavefaciens 17 comprises two dissimilar do-mains
linked by an asparagine /glutamine-rich sequence. Mol. microbiol., v.6, p.1013-1023, 1992.
64
respostas à suplementação com fungos ou leveduras tem sido variáveis (MARTIN e NISBET,
1992) e ainda, segundo NEWBOLD et al. (1995), nem todas as culturas de Saccharomyces
cerevisiae modificam efetivamente a população bacteriana ruminal. Dessa maneira o
entendimento de como algumas culturas afetam o crescimento e metabolismo de bactérias
ruminais importantes, pode eventualmente levar ao desenvolvimento de aditivos que são
específicos para a dieta.
As culturas de fungos são hábeis em solubilizar uma alta proporção de material vegetal
mesmo que altamente lignificada (JOBLIN e NAYLOR, 1989; citados por FONTY e GOUET,
1994). Uma população mista de fungos pode degradar por volta de 60% do material colocado
em incubação (AKIN et al., 1983). As espécies Neocallimastix sp. e Piromyces sp. parecem ser
melhores do que Caecomyces sp. em degradar tecidos vegetais resistentes. No caso de tecidos
tenros, a diferença não é tão marcante, o que pode ser verificado na Tabela 3 (ROGER et al.,
1993).
67
Tabela 3 - Degradação de palha de trigo, feno de azevém e haste de milho por quatro espécies
de fungos anaeróbicos ruminais, in vitro após 6 horas de incubação.
Culturas % de desaparecimento de MS
Trigo Feno Milho
Neocallimastix frontalis 35,1 30,0 59,8
Piromyces communis 26,5 37,5 60,0
Orpinomyces joyonii 33,5 35,2 58,7
Caecomyces communis 4,8 11,0 58,0
fenólicos simples. Além disso, a degradação da fibra é inibida na presença de ácido fenólico
(AKIN e RIGSBY, 1985).
Todavia, a solubilização da lignina, mesmo parcial, poderia aumentar a acessibilidade
da celulose e hemicelulose, facilitando a colonização e ataque pelas bactérias às partículas das
plantas, que não poderiam se aderir a parede celular lignificada.
A degradação e fermentação de celulose pelos fungos anaeróbicos leva a produção de
formato, acetato, lactato, etanol, CO2 e H2 (ORPIN e JOBLIN, 1988). Segundo VAN SOEST
(1994), a contribuição dos fungos para a massa microbiana pode ser pequena, todavia como os
protozoários, eles permanecem na ingesta de movimento lento para evitar seu escape.
A remoção de polissacarídeos estruturais e alguns componentes lignificados da parede
celular poderiam também afetar consideravelmente as propriedades dos fragmentos vegetais. O
crescimento de fungos nos fragmentos vegetais contribuem para diminuir a força de tensão dos
tecidos, como mostrado experimentalmente por AKIN et al. (1989).
Em culturas puras de fungos, uma redução no tamanho de partículas de palha de trigo
e azevém foi registrada por ORPIN (1984). Joblin (1989) citado por FONTY e GOUET (1994),
notou que fungos ruminais do gênero Caecomyces quebraram fisicamente fibras através da
expansão de bulbos rizóides dentro do tecido vegetal. Tais observações in vitro sugerem que
fungos anaeróbicos ruminais auxiliam na quebra física das partículas vegetais.
A maior habilidade dos fungos sobre as bactérias está em enfraquecer a parede celular
de plantas e isso pode ser importante para a utilização de volumosos pelos ruminantes.
Segundo FONTY e GOUET (1994), características distintas de cada espécie de fungos
sugerem que cada uma exerce função diferente na quebra da fibra. É possível que certos
fungos podem estar melhor adaptados em degradar certos tipos de fragmentos vegetais, porém
existe pouca informação quanto ao aspecto fisiológico dos fungos. A diferença morfológica
entre Caecomyces communis de rizóide bulboso e as outras espécies com sistema de rizóide
extensivo, provavelmente explica porque estes fungos são menos efetivos do que os outros na
degradação de tecidos vegetais resistentes. Vale ressaltar que apesar da diversidade
morfológica, todas as espécies apresentam igualdades com respeito às características e
natureza de suas enzimas.
O padrão de remoção de xilana e celulose da parede celular por bactérias e fungos
ruminais foi determinado para caracterizar os microrganismos em termos de sua capacidade de
degradação de fibra. Os valores da razão xilana:celulose (X/C) em tecidos degradados in vitro
foram comparados com aqueles valores encontrados no mesmo material incubado in situ.
MATSUI et al. (1998) encubaram feno de Timóteo, com 59,2% de FDN, 34,1% de FDA e 5,4%
de PB e observaram que até 96 horas de incubação, duas espécies de fungos anaeróbicos
(Neocallimastix frontalis e fungos policêntricos Orpinomyces sp. da cepa KP1) atingiram valores
abaixo aos das bactérias, porém após 120 horas, N. frontalis tiveram um aumento de 35% na
degradação, sendo que a razão xilana:celulose diminuiu com o aumento do tempo de
incubação.
69
Eubacterium limosum também foi observada uma mudança no metabolismo dos fungos, porém
a atividade celulolítica permaneceu inalterada (BERNALIER et al., 1993 citados por FONTY e
GOUET, 1994).
No ecossistema ruminal, na presença de espécies hidrogenotróficas, os fungos
produziriam acetato e CO2. Na presença de bactérias metanogênicas, a atividade celulolítica dos
fungos seria aumentada e o metabolismo desses fungos voltado para a produção de acetato na
presença de etanol e lactato (ROGER et al., 1993).
6.3.5. Protozoários
Em revisão, FONTY e GOUET (1994) comentaram que, como os fungos, os protozoários
contribuem para a quebra da fibra, e provavelmente há uma grande quantidade de interações
entre ambas as populações durante a celulólise. Todavia, devido a grande dificuldade de cultivo
de ciliados, poucos estudos foram realizados sobre essas interações. A presença de Dasytricha
ruminantium, in vitro não tem efeito na degradação da celulose por N. frontalis, apesar de uma
população mista de ciliados entodiniomorfos reduziu grandemente a celulólise por fungos.
A adição de protozoários em culturas de N. frontalis em meio contendo xilana, não
promoveu efeito na degradação de xilana pelos fungos ao final de 24 horas. Também,
inoculações simultâneas em culturas mistas de fungos e protozoários por 24 horas não
promoveram efeito na atividade xilanolítica dos fungos.
Alguns protozoários ciliados, tais como Polyplastron multivesiculatum, Eudiplodinium
maggi e Epidinium caudatum também são importantes componentes da população microbiana
que degrada fibra no rúmen. Esses protozoários são hemicelulolíticos e estão diretamente
envolvidos na digestão de forragens.
71
reduzir a força de tensão dos tecidos vegetais, sugere uma função potencial dos fungos em
alterar as características do alimento com relação a melhora na sua utilização. Os fungos
ruminais oferecem um potencial em retirar as barreiras físicas a degradação e podem melhorar
a mastigação pois degradam parcialmente os tecidos mais resistentes (AKIN, 1989).
A inoculação de animais jovens gnotobióticos com populações definidas de
microrganismos oferece um potencial considerável para avaliar a extensão e conseqüências das
interações de fungos com os diversos grupos de microrganismos que normalmente estão
presentes no ecossistema ruminal.
6.6. Referências
AKIN, D.E. Histological and physical factors affecting digestibility of forages. Agronomy Journal,
81(1):17-25. 1989.
76
AKIN, D.E. Perspectives of cell wall biodegradation In: Forage cell wall struture and digestibility.
JUNG, H. G. et al. (Ed.) USDA-Agricultural Research Service and the U.S.Dairy Forage
Research Center, Madison, Winsconsin. 1993. p.73-82.
AKIN, D.E., BENNER, R. Degradation of polysaccharides and lignin by ruminal bacteria and
fungi. Applied and Environmental Microbiology., v.54, n.4, p.1117-1125, 1988.
AKIN, D.E., RIGSBY, L.L. Influence of phenolics acids on rumen fungi. Agronomy Journal, v.77,
n.1, p.180-182, 1985.
AKIN, D.E., GORDON, G.L., HOGAN, J.P. Rumen bacterial and fungal degradation of Digitaria
pentzii grown with or without sulfur. Applied and Environmental Microbiology.,
v.46,n.3,p.738-748, 1983.
AKIN, D. E., LYON, C. E., WINDHAM, et al. Physical degradation of lignified stem tissues by
ruminal fungi. Applied and Environmental Microbiology., v.55, n.3, p.611-616, 1989.
BAUCHUP, T. The anaerobic fungi in rumen fibre digestion. Agric. Environ. v.6, p.339-348,
1981.
BERNALIER, A., FONTY G., GOUET, P. Cellulose degradation by two rumen anaerobic fungi in
monoculture or in coculture with rumen bacteria. Anim. Feed Sci. Technol., v.32, n.2,
p.131-136, 1991.
BORNEMAN, W. S., HARTLEY, R. D., MORRISON, W. H., et al. Feruloyl and p-coumaroyl
esterease from anaerobic fungi in relation to plant cell wall degradation. Appl Microbiol
Biotechnol. v.33, n.3, p.345-351, 1990.
CALLAWAY, E. S., MARTIN, S. A. Effects of a Saccharomyces cerevisiae culture on ruminal
bacteria that utilize lactate and digest cellulose. J. Dairy Sci., v.80, n.9, p.2035-2044,
1997.
DAWSON, K. A., NEWMAN, K. E., BOLING, J. A. Effects of microbial supplements containing
yeast and lactobacilli on roughage-fed ruminal microbial activities. J. Anim. Sci., v.68,
p.3392-3398, 1990.
ERASMUS, L. J., BOTHA, P. M., KISTNER, A. Effect of yeast culture supplement on production,
rumen fermentation, and duodenal nitrogen flow in dairy cows. J. Dairy Sci., v.75, n.11,
p.3056-3065, 1992.
FONTY, G., GOUET, P. Plant cell wall degradation by anaerobic fungi In: Micro-organisms in
ruminat nutrition. PRINS, R. A., STEWART, C. S. (Ed.) Nottingham University Press. 1994.
p.97-112.
GRENET, E., BARRY, P. Colonization of thick walled plant tissues by anaerobic fungi. Anim. Feed
Sci. Technol., v.19, n.1-2, p.25-31, 1988.
GRENET, E., BRETON, A., BARRY, P., et al. Rumen anaerobic fungi and plant substrate
colonization as affected by diet composition. Anim. Feed Sci. Technol., v.26, n.1-2, p.55-
70, 1989.
HO, Y. W., ABDULLAH, N., JALALUDIN, S. Penetrating structures of anaerobic rumen fungi in
cattle and swanp buffalo. J. General Microbiol. v.134, p.177, 1988.
77
concentração dos grânulos de amido não envolvidos pela matriz protéica. O amido, neste
endosperma farináceo, é mais susceptível à digestão ou ao processamento (HUNTINGTON,
1997).
deste. Provavelmente a matriz protéica do grão de sorgo se adere mais firmemente que a do
milho (ROONEY e PFLUGFELDER, 1986).
No sorgo ceroso, a distribuição da proteína no endosperma córneo parece ser mais
uniforme e as sementes não possuem uma pronunciada camada periférica como no sorgo
normal. A matriz protéica e os corpos protéicos são, então, mais facilmente atingidos pelas
proteases, expondo os grânulos de amido à ação enzimática (ROONEY e PFLUGFELDER, 1986).
Figura 1. Os dois polissacarídeos do amido; amilose e amilopectina. (a) amilose: unidades de D-glicose unidas por
ligações α 1-4. (b) amilopectina: cada um dos hexágonos representa um resíduo de glicose. (c) estrutura de
um ponto de ramificação com sua ligação α 1-6. (LEHNINGER et al., 1995).
82
Tabela 2 - Efeito do tamanho da partícula na digestão in vitro do amido da cevada e milho por
microrganismos ruminais mistos incubados por 24 horas.
Fonte Tamanho da partícula % digestão do amido
Cevada Grande (2 a 3 mm) 54
Milho 21
Cevada Pequena (0,25 a 0,89 mm) 70
Milho 50
Adaptado de McALLISTER et al., 1993
Tipos e variedades de sorgo parecem exibir maiores diferenças que milho, no que diz
respeito à sua digestão (WALDO, 1973). Relação entre genótipo e digestão do amido pode ser
exemplificada através do estudo de híbridos de sorgo, os quais variam em conteúdo de amido e
proteína, na estrutura do endosperma, na digestibilidade in vitro e consequentemente no
desempenho animal. A variedade cerosa (homozigoto recessivo) tem maiores taxas de digestão
do amido in vitro que variedades não cerosas e portanto promove maior conversão alimentar
(ROONEY e PFLUGFELDER, 1986).
Segundo ∅RSKOV (1986), a digestão no rúmen provoca perdas energéticas da ordem
de 12 a 20% na forma de calor de fermentação, produção de metano e dióxido de carbono.
Este autor afirmou, ainda, que a alta capacidade de fermentação da câmara ruminal deve ser
88
7.6. Referências
BERGMAN, E.N. Energy contributions of volatile acids from gastrointestinal tract in various
species. Physiological Reviews, v.70, n.2, p.567-590, 1990.
CHESSON, A., FORSBERG, C.W. Polysaccharide degradation by rumen microorganisms. In:
HOBSON, P.N., STEWART, C.S. (Ed). The rumen microbial ecosystem. 2ed. 1997. p.329-368.
1997.
COELHO DA SILVA, J.F.; LEÃO, M.I. Fundamentos de Nutrição de Ruminantes. Piracicaba:
Livroceres, 1979. 380p.
FRENCH, D. Chemical and physical properties of starch. J. Anim. Sci., v.37, p.1048-1061, 1973.
HALE, W.H. Influence of processing on the utilization of grains (starch) by ruminants. J. Anim.
Sci., v.37, p.1075-1080, 1973.
HUNTINGTON, G.B. Starch utilization by ruminants: from basic to the bunk. J. Anim. Sci., v.75,
p.852-867, 1997.
LEHNINGER, A.L., NELSON, D.L., COX, M.M. Princípios de Bioquímica. São Paulo: Sarvier. 1995.
2ed. 839p.
McALLISTER, T.A., PHILLIPE, R.C., RODE, L.M. et al. Effect of the protein matrix on the
digestion of cereal grains by ruminal microorganisms. J. Anim. Sci., v.71, p.205-212, 1993.
MELLO JÚNIOR, C.A. Processamento de grãos de milho e sorgo visando aumento do valor
nutritivo. In: SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE BOVINOS, 4, 1991, Piracicaba. Anais...
Piracicaba, FEALQ, p.263-283, 1991.
NOCEK, J.E., TAMMINGA, S. Site of digestion of starch in the gastrointestinal tract of dairy cows
and its effects on milk yeld and composition. J. Dairy Sci., v.74, p.3598-3629, 1991.
∅RSKOV, E.R. Starch digestion and utilization in ruminants. J. Anim. Sci., v.64, p.1624-1633,
1986.
OWENS, F.N., SECRIST, D.S., HILL, W.J. et al. The effect of grain source and grain processing
on performance of feedlot cattle: a review. J. Anim. Sci., v.75, p.868-879, 1997.
OWENS, F.N., ZINN, R.A. Limits to starch digestion in the ruminant small intestine. J. Anim.
Sci., v.63, p.1634-1648, 1986.
PHILIPPEAU, C., MARTIN, C., MICHALET-DOREAU, B. Influence of grain source on ruminal
characteristics and rate, site, and extent of digestion in beef steers. J. Anim. Sci., v.77,
p.1587-1596, 1999.
POORE, M.H., MOORE, J.A., SWINGLE, R.S. et al. Response of lactating holstein cows to diets
varying in fiber source and ruminal starch degradability. J. Dairy Sci., v.76, p.2235-2243,
1993.
ROONEY, L.W., PFLUGFELDER, R.L. Factors affeting starch digestibility with special emphasis or
sorghum and corn. J. Anim. Sci., v.63, p.1607-1623, 1986.
SANTOS, J.E.P., HUBER, J.T., THEURER, C.B. et al. Performance and nutrient digestibility by
dairy cows treated with bovine somatotropin and fed diets with steam-flaked sorghum or
steam-rolled corn during early lactation. J. Dairy Sci., v.82, p.404-411, 1999.
90
SWINGLE, R.S., ECK, T.P., THEURER, C.B. et al. Flake density of steam-processed sorghum
grain alters performance and sites of digestibililty by growing-finishing steers. J. Anim. Sci.,
v.77, p.1055-1065, 1999.
THEURER, C.B. Grain processing effects on starch utilization by ruminants. J. Anim. Sci., v.63,
p.1649-1666, 1986.
WALDO, D.R. Extent and partition of cereal grain starch digestion in ruminants. J. Anim. Sci.,
v.37, p.1062-1074, 1973.
91
8.1. Lipólise
Lipases
Galactosidades
Fosfolipasees
Isomerase
Redutase
trans-11 C18:1
Redutase
C18:0
Figura 1. Passos da conversão de lipídios esterificados nas plantas para ácidos graxos saturados
pela lipólise e biohidrogenação no conteúdo ruminal
93
8.2. Biohidrogenação
com ácido linoléico e outros (piruvato, formato, succinato e α-cetoglutarato) como substratos e
não encontraram o doador de hidrogênio dessas fontes de trans-11 resultante da hidrogenação
parcial do ácido linoleico.
Outros estudos têm sugerido possíveis rotas do desaparecimento dos ácidos graxos do
ambiente ruminal. GOOSEN (1975) incubou ácido oleico marcado radioativamente, juntamente
com epitélio ruminal e relatou que 31,5% foi absorvido pelo tecido e 8,2% foi transportado. O
palmitato foi metabolizado rapidamente, formando corpos cetônicos, pelo epitélio ruminal e nos
estudos de EMANUEL (1978) foi convertido a ácidos C15 na α-oxidação e então a ácidos C13 e
C11 pela β-oxidação (JENKINS, 1993). A oxidação do palmitato e sua conversão a corpos
cetônicos também ocorreu nas células do epitélio isoladas de rúmen de ovinos no estudo de
JESSE et al. (1992). WU et al. (1991) relataram que o desaparecimento dos ácidos graxos de
cadeia curta é 90% maior do que os C14.
As maiores perdas (30 e 32 g/100 g de lipídio ingerido) recentemente foram reportadas
por WU et al. (1991) e BAUCHART et al. (1987), para vacas leiteiras. Dependentemente deste
declínio como uma medida de lipídio dietético perdido, é baseado em uma medida acurado do
fluxo de lipídio microbiano para o duodeno. O cálculo assume que a MO digerida no rúmen é o
único fator que afeta a síntese de lipídio microbiano. Outro fator pode ser o lipídio ingerido.
KLUSMEYER e CLARK (1991) reportaram parada na síntese de C16:0 por bactérias ruminais
quando foi fornecida gordura suplementar na dieta de vacas leiteiras. A síntese “de novo” pode
declinar como o resultado do aumento da captação de lipídios exógenos pelas células
microbianas.
estes dados validaram o conceito que os ácidos graxos necessitam estar na forma não
esterificada para interferirem na fermentação ruminal.
No estudo realizado por SKLAN et al. (1985) com ácido esteárico livre ou na forma
esterificada nas rações de carneiros, apontaram que não houve diferença na concentração ou
proporção de ácidos graxos voláteis e na digestão da celulose. Em outro experimento, carneiros
alimentados com ácidos graxos de palma, à 3% da matéria seca, não afetou a fermentação
ruminal, mas na proporção de 5 ou 9% houve um efeito negativo sobre a concentração e
proporção dos ácidos graxos voláteis.
Segundo DOREAU et al. (1991) o óleo de colza a 6% na dieta de vacas leiteiras
provocou uma diminuição na porcentagem molar de acetato do fluido ruminal. Tal efeito
poderia ser evitado se o óleo fosse fornecido como sais de cálcio. Porém a digestão da matéria
orgânica e o fluxo de nitrogênio microbiano não foram afetados pela forma com o óleo foi
fornecido.
A concentração de ácidos graxos livres insaturados insaturados no rúmen é regulada
pela quantidade e tipo de lipídio consumido e pela hidrólise, biohidrogenação e formação de
sais carboxilados. Elevadas concentrações de lipídios na dieta aumentam o conteúdo de lipídios
totais no rúmen, mas o pool de ácidos graxos insaturados podem ser menor se a hidrólise e
biohidrogenação forem diminuídos ou se a formação de sais carboxilados for elevada. As taxas
de hidrólise são suficientes para a conversão da maioria dos triglicerídios da dieta em ácidos
graxos livres num período curto de tempo. Entretanto, estudos recentes têm demonstrado que
a taxa de hidrólise e biohidrogenação são alteradas substancialmente devido a maturidade da
planta, conteúdo de nitrogênio e tamanho da partícula do alimento no rúmen (JENKINS, 1993).
A composição da dieta basal pode influenciar no efeito da gordura na fermentação
ruminal. A gorduras que geralmente inibem a fermentação ruminal, freqüentemente diminuem
seu efeito negativo na fermentação quando a dieta basal é composta por altas quantidades de
feno. MIR (1988) ofereceu óleo de canola (10%) para ovinos alimentados com feno de alfafa
moído e observou que os parâmetros ruminais não foram afetados.
Da mesma forma, DOREAU et al. (1991) ofereceram (10%) e sebo para vacas em
lactação alimentadas com feno (50%), e não encontraram efeito na degradação da matéria
orgânica, entretanto os ácidos graxos voláteis foram alterados moderadamente. A substituição
de feno de alfafa por silagem de milho para vacas em lactação aumentou os efeitos positivos do
suplemento de farelo de algodão no consumo de MS e produção de leite, demonstrando uma
interação entre gordura e fonte de fibra. Outros estudos realizados com vacas em lactação
utilizando sais de cálcio inertes não encontraram vantagem no incremento da fonte de fibra
quando foi oferecida gordura (JENKINS, 1993).
Alguns mecanismos de inibição têm sido sugeridos para explicar como os lipídios
interferem na fermentação ruminal. A teoria do revestimento dos lipídios e a teoria dos efeitos
100
antimicrobianos diretos têm recebido maiores atenções. Outras teorias são que os lipídios
modificam a população ruminal interessada na digestão de celulose e que os lipídios reduzem a
disponibilidade de cálcio necessário para as funções microbianas (HARFOOT, 1981).
Os ácidos graxos adicionados às culturas puras de bactérias ruminais inibem o
crescimento e metabolismo microbiano, demonstrando o efeito direto antimicrobiano dos
lipídios (HENDERSON, 1973). O crescimento de bactérias em culturas puras absorvem mais de
90% dos ácidos graxos adicionados até que as partículas do alimento são adicionadas, então
60% ou mais dos ácidos graxos tornam-se associados com as partículas do alimento. Dessa
forma, a teoria do revestimento tenta explicar a redução na fermentação pela camada de
lipídios sobre as partículas de alimento que inibe a digestão de celulose. esta cobertura de
lipídios causa o efeito prejudicial pela inibição do contato das células microbianas ou suas
enzimas hidrolíticas com as partículas do alimento. A adesão dos microrganismos às partículas
microbianas é necessária para a digestão da celulose no rúmen (JENKINS, 1993)
Soluções com oleato de sódio causaram extensivas separações das bactérias com as
partículas do alimento, com perda na viabilidade das células. Todavia, a viabilidade não foi
restaurada mesmo quando foi permitido às bactérias se readerirem à celulose livre de gordura.
Neste caso, a reduzida viabilidade foi causada pelo dano permanente do que pela disjunção
temporária. Mesmo se a gordura não interferir com o contato das bactérias com as partículas,
ele ainda pode interferir com a ligação das celulases com a celulose. IMMIG et al. (1991)
reportaram que a presença de ácidos graxos livres em uma mistura de celulase ruminal e
carboximetil celulose enfraqueceu a ligação entre enzima e substrato, principalmente por
reduzir a atividade das celulases.
Os efeitos antimicrobianos dos lipídios no rúmen têm menos similaridades aos efeitos
citotóxicos dos ácidos graxos na função da membrana celular de organismos eucariontes, tais
como o desacoplamento da fosforilação oxidativa (LUVISETTO et al., 1987). Ácidos graxos de
cadeia longa rapidamente se ligam ao lipídios da membrana devia a sua natureza hidrofobia.
JENKINS (1993) citou que foram identificados no mínimo 10 diferentes vias onde os ácidos
graxos podem alterar a função da membrana. De acordo com GRUBER e LOW (1988), as
hipóteses sobre os lipídios relatam efeitos negativos na sua habilidade em se fundir, expandir,
engrossar, dissolver ou dispersar importantes lipídios funcionais na membrana lipoprotéica. Os
lipídios no rúmen podem similarmente inibir a fermentação pela partição na membrana
plasmática dos microrganismos e então romper sua funcionalidade. A sugestão de CHALUPA et
al. (1984) que um grupo carboxil libre seria necessário para romper as funções da membrana
possivelmente explicaria o porque do uso de triacilglicerois, sabões de cálcio ou amidas quando
a gordura dietética causam problemas na fermentação (JENKINS e PALMQUIST, 1984;
FOTOUHI e JENKINS, 1984).
101
8.10. Referências
ABEL-CAINES, S.F., GRANT, R.J., MORRISON, M. 1998. Effect of soybean hulls, soy lecithin, and
soapstock mistures on ruminal fermentation and milk composition in dairy cows. J. Dairy
Sci., 81:462-470.
BAUCHART, D., DOREAU, M., KINDLER, A. 1987. Effect of fat and lactose supplementation on
digestion in dry cows. 2.Long-chain fatty acids. J. Dairy Sci., 70:71.
BOCK, B.J., HARMON, D.L., BRANDT, R.T. et al. 1991. Fat source and calcium level effects on
finishing steers performance, digestion and metabolism. J. Anim. Sci., 69:2211.
BOGGS, D.L., BERGEN, W.G., HAWKINS, D.R. 1987. Effects of tallow supplementation and
protein withdrawal on ruminal fermentation, microbial synthesis and site of digestion. J.
Anim. Sci., 64:970.
CHALUPA, W.B., RICKABAUGH, D.S., KRONFELD, S., SKLAN, D. 1984. Rumen fermentation in
vitro as influenced by long chain fatty acids. J. Dairy Sci., 67:1439-1446.
CHALUPA, W.B., VECCHIARELLI, A.E., ELSER, D.S. et al. 1986. Ruminal fermentation in vivo as
influenced by long chain fatty acids. J. Dairy Sci., 69:1293.
DOREAU, M., LEGAY, F., BAUCHART, D. 1991. Effect of source and level of supplemental fat on
total and ruminal organic matter and nitrogen digestion in daity cows. J. Dairy Sci.,
74:2233.
EASTRIDGE, M.L., FIRKINS, J.L. 1991. Feeding hidrogenated fatty acids and triglycerides to
lactating dairy cows. J. Dairy Sci., 74:2610-2616.
ELLIOTT, J.P., DRACKLEY, J.K., ALDRICH, C.G., MERCHEN, N.R. 1997. Effects of saturation and
esterification of fat sources on site and extent of digestion in steers: Ruminal fermentation
and digestion of organic matter, fiber and nitrogen. J. Anim. Sci., 75:2803-2812.
FOTOUHI, N., JENKINS, T.C. 1992. Resistance of fatty acyl amides to degration and
hidrogenation by ruminal microorganisms. J. Dairy Sci., 75:1527.
102
GERSON, T., KING, A.S.D., KELLY, K.E. et al. 1988. Influence of particle size and surface area
on in vitro rates of gas production, lipolysis of triacylglycerol and hidrogenation of linoleic
acid by sheep rumen digesta or Rumiococcus flavefaciens. J. Agric. Sci. (Camb) 110:31.
GRUMMER, R.R. 1995. Ruminal inertness vs intestinal digestibility of fat supplements: can there
be harmoney? In: Cornell Nutrition Conference. Cornell Univ. Ithaca, NY.
GRUMMER, R.R. 1993. Etiology of lipid-related metabolic disorders in periparturient dairy cows.
J. Dairy Sci., 76:3882-3896.
HARFOOT, C.G. 1981. Lipid metabolism in the rumen. In: Lipid Metabolism in Ruminant
Animals. Ed Christie, W.W., Pergamon Press, Oxford, Engl. 452p.
HARFOOT, C.G., NOBLE, R.C., MOORE, J.H. 1973. Factors influencing the extent of
biohidrogenation of linoleic acid by rumen microorganisms in vitro. J. Sci. Food. Agric.,
24:961-965.
HENDERSON, C. 1973. The effects of fatty acids on pure cultures of rumen bacteria. J. Agric.
Sci., 81:107.
HUNGATE, R.E. 1966. The rumen and its microbes. Academic Press, New York.
JENKINS, T.C., PALMQUIST, D.L. 1984. Effect of fatty acids or calcium soaps on rumen and
total nutrient digestibility of dairy rations. J. Dairy Sci., 67:978-983.
JENKINS, T.C., PALMQUIST, D.L. 1982. Effect of edded fat and calcium on in vitro formation of
insoluble fatty acid soaps and cell wall digestibility. J. Anim. Sci., 55:957.
JENKINS, T.C. 1993. Lipid metabolism in the rumen. J. Dairy Sci., 76:3851-3863.
JENKINS, T.C., FOTOUHI, N. 1990. Effects of lecithin and corn oil on site of digestion ruminal
fermentation and microbial protein synthesis in sheep. J. Anim. Sci., 68:460.
JENKINS, T.C. 1990. Nutrient digestion, ruminal fermentation and plasma lipids in steers fed
combination of hydrogenated fat and lecithin. J. Dairy Sci., 73:2934.
JENKINS, T.C. 1987. Effects of fats and fatty acid combinations on ruminal fermentation in
semi-continuous in vitro cultures. J. Anim. Sci., 64:1526.
JENKINS, T.C., PALMQUIST, D.L. 1982. Effect of added fat and calcium on in vitro formation of
insoluble fatty acid soaps and cell wall digestibility. J. Anim. Sci., 55:957-963.
JESSE, B.W., SOLOMON, R.K., BALDWIN, R.L. 1992. Palmitate metabolism by isolated sheep
rumen epithelial cells. J. Anim. Sci., 70:2235-2239.
KLUSMEYER, T.H., CLARK, J.H. Effect of dietary fat and protein on fatty acid flow to the
duodenum and in milk produced by dairy cows. J. Dairy Sci., 74:3055.
MACLEOD, G.K., BUCHANAN-SMITH, J.G. 1972. Digestibility of hidrogenated tallow, saturated
fatty acids and soybean oil-supplemented diets by sheep. J. Anim. Sci., 35:890-895.
MIR, Z.A. 1988. A comparison of canola acidulated fatty acids and tallow as supplements to a
ground alfafa diet for sheep. Can. J. Anim. Sci., 68:761.
PALMQUIST, D.L. 1993. Suplementação de lipídios para vacas em lactação. In: Nutrição de
bovinos, conceitos básicos e aplicados. Editado por Aristeu Mendes Peixoto.
Piracicaba:FEALQ. p.321-337.
103
PALMQUIST, D.L., JENKINS, T.C., JOYNER Jr., A.E. 1986.. Effect of dietary fat and calcium
source on insoluble soap formation in the rumen. J. Dairy Sci., 69:1020-1026.
PALMQUIST, D.L., JENKINS, T.C. 1980. Fat in lactation rations: review. J. Dairy Sci., 63:1.
PALMQUIST, D.L. 1991. Influence of source and amount of dietary fat on digestibility in
lactating cows. J. Dairy Sci., 74:1354.
PALMQUIST, D.L., CONRAD, H.R. 1980. High fat rations for dairy cows. Tallow and hydrolized
blended fat at two intakes. J. Dairy Sci., 63:391.
PANTOJA, J., FIRKINS, J.L., EASTRIDGE, M.L. 1995. Site of digestion and milk production by
cows fed fats differing in saturation, esterification, and chain lenght. J. Dairy Sci., 78:2247-
2258.
SKLAN, D., ARIELI, A. CHALUPA, W. et al. 1985. Digestion and absorption of lipids and bile
acids in sheep fed stearic acid, oleic acid, or tristearin. J. Dairy Sci., 68:1667.
SMITH, W.A., HARRIS, B. Jr., VAN HORN, H.H. 1992. Effect of forage type on productio
performance of dairy cows supplemented with different dietary fats. J. Dairy Sci., 75(suppl.
1):300 (Abstr.).
STEEL, W., MOORE, J.H. 1968. The digestibility coefficients of myristic, palmitic, and stearic
acids in the dieta of sheep. J. Dairy Sci., 35:371.
WU, Z., OHAJURUKA, O.A., PALMQUIST, D.L. Syntesis and biohydrogenation of fatty acids by
ruminal microorganisms in vitro. J. Dairy Sci., v.74, p.3025-3035, 1991.
ZINN, R.A. 1988. Comparative feeding value of supplemental fat in finishing diets for feedlot
steers supplemented with and without monensin. J. Anim. Sci., 66:213.
104
Os animais ruminantes são diferentes dos animais não ruminantes no que se refere ao
valor da proteína ingerida, pois para os ruminantes, a proteína ingerida está sujeita ao ataque
da população microbiana presente no rúmen e pode sofrer degradação e síntese antes de
passar ao abomaso e intestino delgado, onde é digerida e posteriormente absorvida.
A importância do metabolismo de nitrogênio no rúmen se deve às alterações
qualitativas e quantitativas dos aminoácidos nas proteínas ingeridas e modificação da
quantidade de compostos nitrogenados disponíveis para o animal.
Os compostos nitrogenados da dieta mantém o metabolismo dos organismos do rúmen
e seu hospedeiro, mas as interações complexas entre dieta, microrganismos e animal são os
fatores determinantes do fornecimento líquido de proteína para o hospedeiro.
A dieta oferecida atualmente ao ruminante doméstico difere daquela que comiam
originalmente, particularmente no que diz respeito aos teores de carboidratos e proteína. A
fermentação pode destruir grandemente os carboidratos disponíveis, o que faz com que o
ruminante dependa da gliconeogênese. No caso da proteína, a fonte dietética pode ser mais ou
menos destruída, porém existe a compensação pela síntese de proteína microbiana. A proteína
excessiva, em dietas altamente protéicas, é transformada em amônia, que é absorvida e
perdida como uréia na urina. Por outro lado, dietas pobres em proteína podem ser
suplementadas pela síntese microbiana através da reciclagem endógena da uréia, o que leva a
uma maior quantidade de proteína disponível no intestino quando comparada à ingerida pelo
animal.
Então, há dois processos contrários: degradação da proteína da dieta e síntese de
proteína microbiana, através da proteína dietética degradada ou fontes de nitrogênio não
protéico (uréia e biureto). Com o objetivo de superar o problema imposto pelo primeiro
processo, a manipulação de dietas de ruminantes tem enfatizado a utilização de proteína não
degradável a qual escapa grandemente da fermentação, assegurando a passagem da proteína
dietética e aminoácidos para o intestino delgado.
Atualmente a solubilidade da proteína também é importante para a eficiência
microbiana, levando a confusão ao qual o processo de solubilidade da proteína pode ser
favorável para a digestão no trato inferior ou escape microbiano.
Tecnicamente, by-pass é a passagem da dieta ingerida pela goteira esofágica até o
abomaso, um fenômeno inicialmente notado em pré ruminantes. ∅RSKOV et al. (1970), citados
por VAN SOEST (1994), treinaram ovinos para manifestar esse reflexo até adultos.
Infortunadamente, o termo tem sido usado erroneamente para a técnica de alimentação de
105
proteína de lenta digestão que pode passar sem ser degradada no rúmen. Neste caso, o termo
apropriado é escape ou proteína não degradável no rúmen (PNDR)
A tecnologia de proteção dos alimentos da degradação ruminal pelo processamento e
monitoramento da solubilidade é relevante apenas para o processo de escape. Muitas pesquisas
de processos digestivos em ruminantes tem focado animais em pastejo, particularmente
bovinos e ovinos, que tendem a maximizar a digestão fermentativa.
Segundo BRODERICK et al. (1991) o controle da taxa e extensão da degradação da
proteína dietética no balanceamento da proteína suprida pela síntese microbiana é de grande
interesse dos nutricionistas de ruminantes devido à ineficiente utilização e necessidade de
suplementação protéica, que é o ingrediente de maior custo na dieta.
potenciais da MS e da proteína bruta dos alimentos. Porém Ítavo et al. (2002) estudando níveis
de concentrado em dietas de bovinos, concluíram que a composição de bactérias e a eficiência
de síntese microbiana não foram influenciadas pelo nível de concentrado das dietas (20, 40, 60
e 80%), embora tenha se registrado efeito do nível de concentrado para N amoniacal e pH
ruminal.
Com relação a produção de amônia, Bacterioides ruminicola, Selenomonas
ruminantium, Peptostreptococcus elsdenii e Eubacterium ruminantium são eficientes no
processo de deaminação, sendo considerados os principais microrganismos responsáveis pela
produção de amônia no rúmen. No rúmen a amônia é convertida em compostos nitrogenados
dos microrganismos, e certa quantidade é absorvida pela parede do rúmen e através da
circulação sangüínea vai ao fígado onde é transformada em uréia.
A amônia é substrato nitrogenado preferido por alguns microrganismos ruminais, tais
como Bacterioides succinogenes, Lactobaccilus bifidus, Eubacterium ruminantium e algumas
cepas de Ruminococcus e Butyrivibrio. Algumas espécies ou cepas utilizam amônia quando
outras fontes de nitrogênio não estiverem disponíveis (HUNGATE, 1966). Embora a proteína
ingerida seja rapidamente digerida no rúmen, a concentração de aminoácidos neste
compartimento é sempre baixa. Isto ocorre porque os aminoácidos são utilizados pelos
microrganismos ruminais para a síntese de proteína microbiana ou são deaminados. Muitas
culturas puras de microrganismos podem usar amônia e aminoácidos, evidenciando que ambos
podem ser assimilados no rúmen.
Citações da década de 60, tais como Blackburn e Hobson (1962) citados por
BRODERICK et al., (1991), buscaram identificar bactérias responsáveis pela digestão de
proteína no rúmen. Estes autores mediram a proteólise, pelas bactérias do rúmen de carneiros
alimentados com ração contendo caseína como principal ingrediente, e os resultados indicaram
que Bacterioides amylophylus digeriram 33 a 84% da caseína e algumas espécies de
Butyrivibrio digeriram 94% da caseína. Os autores concluíram que a proteólise não se restringe
a certos microrganismos, mas é caraterística de muitas espécies presentes no rúmen.
O grau com que o substrato protéico da ração de ruminantes é convertido em proteína
microbiana pode ser estimado pela quantidade de ácido diaminopimélico presente na digesta.
Este é componente do envoltório bacteriano, ausente nos protozoários e proteína dietética. Do
total de nitrogênio presente no rúmen, 63 a 82% é de origem microbiana, dos quais 42 a 61%
oriundos de bactérias e 21% de protozoários.
A produção microbiana pode exceder a 100% da proteína ingerida, devido a
contribuição do N reciclado para o rúmen. Todavia quando a degradação da proteína é alta ou a
quantidade de amônia excede a exigência microbiana, a produção microbiana será menor que a
quantidade de proteína consumida. O NRC (1984) adota uma eficiência de conversão da
proteína degradável da dieta em proteína microbiana de 100% e para a dieta com uréia é
usado o valor de 80% (ARC, 1984).
108
Há muito é conhecido que a uréia pode ser reciclada ao ambiente ruminal, tanto pela
saliva como pelo sangue, e utilizada como fonte de N pelos microrganismos ruminais. O fluxo
salivar é altamente dependente e diretamente proporcional à atividade mastigatória, a qual, por
sua vez, é dependente da dieta. O nível de N na saliva é em torno de 0,1 a 0,2% dos quais 60
a 80% estão na forma de uréia. Contudo, este teor é variável, sendo reflexo direto da
quantidade de uréia no plasma, que pode variar de 8 mg/dL em dietas com baixo teor protéico,
até 40 mg/dL em dietas ricas em proteínas (CHURCH, 1988). A uréia também pode chegar ao
rúmen através do sangue, por difusão via parede ruminal, a qual é imediatamente convertida
em amônia pelas bactérias ureolíticas que habitam a parede ruminal. A maior parte do
nitrogênio utilizado pelos microrganismos ruminais está na forma de amônia. As bactérias são
eficientes em capturar amônia até satisfazer suas exigências, que são estabelecidas pela
disponibilidade de carboidratos fermentáveis, pela produção de ATP e pela eficiência de
conversão das células microbianas. (VAN SOEST, 1994). A amônia em excesso é absorvida pela
parede do rúmen e no fígado é convertida em uréia.
Numa situação de baixo nível de consumo de nitrogênio, uma grande proporção de
nitrogênio metabolizado pelo animal é reciclado na forma de uréia e uma pequena porção é
excretada na urina. Já quando se aumenta a ingestão de nitrogênio dietético, diminui a
porcentagem de uréia degradada, e o restante é perdido na urina. A quantidade de uréia
reciclada é relativamente independente do nitrogênio dietético. O tamanho do pool de uréia no
corpo está sob o controle homeostático e tende a ser constante. Em animais de alta produção,
os elevados níveis de consumo diluem o nitrogênio reciclado a um ponto em que ele torna-se
sem importância e o rúmen fica mais dependente de fontes exógenas de nitrogênio e proteínas
solúveis para suprir as exigências microbianas (VAN SOEST, 1994). O NRC (1985, 1989) estima
que o nitrogênio reciclado varia de 70% em dietas com 5% de PB até um baixo valor de 11%
da proteína consumida com dietas de 20% de PB.
O NRC (1985) considera que a quantidade total de N reciclado na forma de uréia
ocorre função do animal e das condições dietéticas e sugere uma equação para descrever a
reciclagem total de N (Tabela 1). A equação descrita é: Y = 121,7 - 12,01 + 0,3235x2 onde
Y=N-uréia reciclado (%do N ingerido) e x=proteína bruta da dieta (% da MS). Todavia, VAN
SOEST (1994) sugeriu que a quantidade de uréia reciclada é relativamente independente do N
dietético pois, uma vez que o pool corporal de uréia está sob controle homeostático, esta
110
tenderia a ser constante. Desta forma maiores variações seriam encontradas no pool de uréia
na urina.
Há de se destacar que os valores substituídos na fórmula sugerida pelo NRC (1985) são
decrescentes até o nível de 20% de PB na MS, sendo que a partir desse ponto os valores
começam a aumentar, o que indica que os valores utilizados para o ajuste desta equação nunca
ultrapassaram 20%.
9.8. Referências
VALADARES FILHO, S.C. Utilização da técnica in situ para avaliação de alimentos. In: Reuniao
Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 31. Anais do Simpósio ...Maringá:EDUEM,
1994. p.95-118.
VAN SOEST, P.J. 1994. Nutritional ecology of the ruminant. Ithaca:Cornell University Press. 2ª
ed. 476p.
WALLACE, R.J., 1985. Adsorption of soluble proteins to rumen bacteria and the role of
adsorption in proteolysis. Br. J. Nutr. 53:399-408.
WALLACE, J. 1994. Amino acid and protein synthesys, turnover, and breakdown by ruminal
microorganisms. In: Principles of protein nutrition of ruminants. Ed. ASPLUND, J.M. p.72-
111.