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A influência da música na recuperação das pessoas que sofrem transtornos

psicológicos.
The influence of music on the recovery of people suffering from psychological
disorders.

1
Anna Júlia de Carvalho Hermenegildo
2
Gabriela Bittencourt Collin Silva Lopes
3
Rafaela Testi de Oliveira e Silva

RESUMO: Neste trabalho, pretendemos apresentar uma ciência desconhecida por


muitos brasileiros: a musicoterapia. Vários membros do país usufruem da música no
cotidiano, porém desconhecem o quão essencial ela é para a cura ou para a inibição de
transtornos psicológicos. Além disso, muitos deles não sabem o quão ela foi e ainda é
imprescindível para a desconstrução do estigma de “louco”, pelo qual inúmeros
indivíduos com patologias mentais foram - e ainda são, apesar de uma frequência menor
- designados. Dessa forma, após realizar diversas pesquisas em materiais científicos,
desejamos compartilhar os vários impactos positivos que as canções geram sobre o
cérebro humano, incluindo os desenvolvimentos cognitivo, social e emocional. Assim,
informações a respeito da musicoterapia chegarão a mais pessoas e poderão ser
utilizadas em prol da recuperação de pessoas com enfermidades psiquiátricas.

PALAVRAS-CHAVE: Música. Transtornos psicológicos. Musicoterapia. Psicologia da


música.

SUMMARY: In this work, we intend to present a Science unknown by many


Brazilians: the music therapy. Many members of the country benefit from the music
daily, although they do not know how essential it is for the cure or for the inhibition of
psychological disorders. Furthermore, many of them do not know how much it was and
still is indispensable for the deconstruction of the stigma of ‘crazy’, by what countless
individuals with mental pathologies were – and still are, despite in a smaller frequency –
designated. Therefore, after performing many researches in scientific materials, we
would like to share the several positive impacts that songs generate in the human brain,
including the cognitive, social and emotional developments, so that information about
the music therapy reaches more people and can be used on behalf of the rehabilitation of
the people who have psychiatric illnesses.

KEY WORDS: Music. Psychological disorders. Music therapy. Psychology of music.

INTRODUÇÃO
Neste trabalho, abordamos a importância da música na recuperação das pessoas
que sofrem de transtornos mentais. A princípio, apresentamos uma análise histórica da
psicologia da música, a qual teve início na Antiguidade e obteve um grande crescimento
com o desenvolvimento de estudos acadêmicos. O médico argentino, por exemplo,
Rolando Benenzon foi muito importante para a introdução da música no ambiente
médico, portanto utilizamos algumas de suas obras para elaborar o trabalho, além de
outros intelectuais essenciais para a discussão desse tema.
Escolhemos abordar essa temática em nosso artigo, pois, por mais que
instrumentos musicais já sejam utilizados em alguns ambientes clínicos, muitas pessoas
ainda desconhecem que a música pode ser utilizada com o objetivo de melhorar a
atividade neurológica de certos indivíduos. A canção, com certeza, é vista como uma
fonte de prazer por muitos seres humanos, porém poucos sabem que ela tem um
impacto muito mais profundo, que vai além de apenas ouvi-la e senti-la.
Para o projeto, baseamos, por exemplo, no pensamento de Rolando Benenzon,
já que ele é um psicanalista, um psiquiatra e um músico muito importante: ele foi
precursor da musicoterapia, área que estuda a relação entre as atividades cognitivas e as
melodias, portanto contribuiu para o uso da música no tratamento médico de pacientes.
Hoje, inclusive, há alguns profissionais que utilizam o Modelo Benenzon de
Musicoterapia, o que evidencia a alta colaboração do psicanalista na recuperação de
doenças psiquiátricas.
Vale enfatizar que, para realizarmos esse artigo, fizemos muitas pesquisas,
tendo em vista que acreditamos ser essencial nos aprofundarmos nesse assunto para
abordá-lo com clareza e em consonância com o que é comprovado cientificamente.
Além disso, os objetivos deste trabalho são observar como a música pode vir a
ser uma cura ou um auxílio para transtornos psicológicos e analisar como essa
concepção foi trabalhada e desenvolvida durante o curso da história por distintos
pensadores, profissionais e estudiosos. Tudo isso, enfatizamos, por meio do estudo de
obras e de ideias dissipadas com as quais possuímos afinidade e interesse acadêmico.
Algumas obras utilizadas para embasar o trabalho foram o livro “La mente
musical: La psicología cognitiva de la música” (A mente musical: A psicologia
cognitiva da música), do professor britânico John Sloboda e o livro “Teoria da
Musicoterapia”, de Rolando Benenzon.
Por fim, a metodologia adotada para realização deste trabalho seguiu as
seguintes etapas: pesquisa, reuniões virtuais do grupo devido à pandemia do vírus da
COVID-19 e leitura de obras e textos teóricos.
Ressaltamos ainda que este trabalho será apresentado posteriormente em forma
de seminário no último bimestre do ano letivo.

1. A relação entre a música e o ser humano ao longo da história


A princípio, discutiremos a respeito do desenvolvimento da música no decorrer
do período pré-histórico. Pouco se sabe como ela foi construída nesse momento, já que
as pessoas, naqueles tempos, comunicavam-se sobretudo por meio da oralidade e não
escreviam nada acerca da importância das melodias sobre o estado emocional humano.
Entretanto, é possível estudar tal temática por meio de alguns materiais disponíveis em
sítios arqueológicos. Alguns musicólogos e historiadores analisam, por exemplo, as
artes rupestres, nas quais há elementos que propiciam um melhor entendimento a
respeito dessa concepção durante a Pré-História.
Um dos elementos presentes nessas obras ilustra a prática do xamanismo, o
qual foi um ritual musical característico desse período e que ainda é usufruído por
povos indígenas. Para a realização de tal prática, elege-se um xamã, o qual tem a função
de, por meio da música, curar aqueles que buscam pelo bem-estar. Os instrumentos, por
exemplo, são muito utilizados nessa prática, já que os respectivos sons conectam e
harmonizam o ser humano com os espíritos da natureza e, consequentemente, fazem os
fatores externos deixarem de frustrá-lo, ao menos, por um momento. Nessa perspectiva,
segundo o Dr. Wilson Gonzaga, o xamanismo é a primeira realização médica de que se
tem registro, o que mostra a grande importância da música na recuperação de distúrbios
psicológicos.
Anos após a Pré-História, na Antiguidade Grega, a música passou a ser
considerada a Arte das Musas, isto é, uma forma de revelação divina, e se tornou mais
importante para a harmonização entre o corpo e a mente. Platão (428-7 a.C. - 348-7
a.C.) acreditava, inclusive, que as saúdes mental e física poderiam ser obtidas por meio
da música. Na verdade, os gregos em geral acreditavam no potencial da música sobre a
mente humana.
Essa ligação entre as melodias e os deuses permaneceu na Idade Média, e teve
um grande impacto no século XIII, quando houve a epidemia de tarantismo, uma
possível doença neurológica causada pela picada de tarântula. Muitos doentes dançavam
desde o nascer do sol até o anoitecer, durante vários dias, pois acreditavam que a música
era a única forma de cura da doença.
A partir daí, vários médicos começaram a se interessar na relação entre música
e saúde. O médico Robert Burton (1577-1640) foi um dos pioneiros a escrever obras a
respeito do uso da música em tratamentos médicos. Em "Anatomia da Melancolia", por
exemplo, ele diz que os ritmos musicais podem aliviar a angústia nas pessoas e curar o
sofrimento humano. Além disso, ele ressalta o fato de a canção alegrar o melancólico e
reavivar a alma.
No entanto, apesar de vários estudos realizados acerca da temática, muitos
portadores de doenças mentais foram tratados de maneira violenta, sobretudo no século
XVIII. Isso porque acreditava-se que esses indivíduos eram loucos e que deviam ser
excluídos da sociedade. Nesse sentido, foram criados muitos manicômios, nos quais
realizavam-se procedimentos terapêuticos desumanos, cujo principal objetivo era isolar
o enfermo para evitar a contaminação da doença no espaço urbano.
Dentre as instituições psiquiátricas criadas no Brasil, ressaltamos o Hospital
Colônia de Barbacena, primeiro manicômio criado em Minas Gerais. As violências
desse estabelecimento são descritas de maneira minuciosa na obra "Holocausto
Brasileiro" (2013), de Daniela Arbex. Enfatizamos, no entanto, que as vítimas dessa
situação não foram somente as pessoas portadoras de doenças psicológicas. Muitas
minorias, como os negros, as mulheres e os homossexuais foram mantidos no hospício,
sob péssimas condições. Apesar disso, acreditamos ser importante salientar tal hospício,
para mostrar a tamanha gravidade que o estigma da "loucura" gerou no decorrer do
tempo, como se observa no seguinte trecho da obra:

"Fome e sede eram sensações permanentes no local onde o esgoto que


cortava os pavilhões era fonte de água. Nem todos tinham estômago para se
alimentarem de bichos, mas os anos no Colônia consumiam os últimos
vestígios de humanidade. Além da alimentação racionada, no intervalo entre
o almoço e o jantar, servidos ao meio-dia e às 5 horas da tarde, os pacientes
não comiam nada. O dia começava com café, pão e manteiga distribuídos
somente para os que estivessem em fila. A alimentação empobrecida não era
a única a debilitar organismo. Apesar de o café da manhã ser fornecido às 8
horas, três horas antes os pacientes já tinham que estar de pé. Eles seguiam
para o pátio de madrugada, inclusive nos dias de chuva." (ARBEX, 2013, p.
38)

Diante de tal situação, muitas denúncias foram feitas sobre o tratamento


desumano dado aos pacientes do Hospital Colônia Barbacena e de hospícios
semelhantes. Com isso, muitos brasileiros mobilizaram-se e exigiram uma melhoria na
assistência psiquiátrica. A partir de então, ocorreu a reforma do sistema de psiquiatria, a
qual colaborou para o desenvolvimento e para a disseminação de métodos de
atendimentos realmente eficazes para a recuperação dos portadores de distúrbios
mentais. Nesse contexto, os cuidados que antes eram feitos de forma a isolar e a
violentar o enfermo passaram a ser realizados de modo pacífico e em conjunto com a
comunidade.
Foi nesse momento, então, que a musicoterapia passou a ser utilizada em
muitas clínicas brasileiras, como uma maneira de tratar os portadores de doenças
psicológicas sem excluí-los da sociedade. Essa ciência, especificamente, originou-se
nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando a música
foi utilizada como um meio de tratamento aos feridos do conflito. No entanto, foi
somente na década de 80, juntamente com a reforma psiquiátrica, que a musicoterapia
se alastrou no Brasil.
Um dos responsáveis pelo crescimento do tratamento musicoterapêutico no
país foi o Rolando Benenzon, um grande médico, psiquiatra e psicanalista que difundiu
a psicologia da música na América Latina. Tal novo método de cuidado foi muito
importante para a recuperação de doenças psicológicas de vários indivíduos, já que,
como ele evidencia em seu livro A Teoria da Musicoterapia (1988), essa especialidade
diz respeito a uma comunicação entre o paciente e o terapeuta, no qual o primeiro
expressa as suas emoções por meio da música, seja tocando instrumentos seja apenas
escutando melodias. Nesse sentido, esse novo cuidado psiquiátrico é muito diferente
quando comparado aos anteriores. Visto isso, para nós, assim como para muitos
especialistas na área, houve um grande avanço nos estudos acerca da relação entre a
música e as doenças mentais, progresso que colaborou para a construção de um
tratamento efetivo de tais enfermidades.

2. Músicas e seus efeitos sobre a formação da psique humana e os


transtornos psicológicos mais comuns
Como visto, a análise dos efeitos da música sobre a psicologia humana é
estudada por pensadores há muito tempo. Afinal, os efeitos sonoros acompanham os
seres humanos desde a sua origem e exercem diversas funções: religiosa, educacional,
medicinal, entre outras; e tem uma importância extrema em sua formação psicológica.
Contudo, é importante ressaltar como a música é capaz de manipular as emoções,
desbloquear memórias, afinar as capacidades cognitivas e criar conexões; em suma,
como ela impacta a mente humana.
Em primeiro plano, contempla-se a visão do filósofo alemão Arthur
Schopenhauer. Ele defendia a ideia de que o ser humano vive em constante sofrimento,
uma vez que é escravo de suas vontades incessantes e constantes, e uma das formas de
aliviar esse sofrimento é por meio da música. Ele dizia:

“A arte é uma redenção — Ela livra da vontade e portanto da dor — Torna as


imagens da vida cheias de encanto — A sua missão é reproduzir-lhe todas as
cambiantes, todos os aspectos — Poesia lírica — Tragédia, comédia —
Pintura — Música; a ação do gênio é aí mais sensível do que noutra arte.”
(SCHOPENHAUER, 1850, p.36-37)

Esse ideal, aliás, está diretamente ligado ao contexto atual da epidemia do


transtorno de ansiedade, o qual afeta, principalmente, os jovens. Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), são quase 19 milhões de brasileiros com esse distúrbio
mental, situação que piorou durante a pandemia hodierna da Covid-19, período em que
uma a cada quatro crianças e adolescentes desenvolvem sintomas de ansiedade e
depressão. Com isso, diante de tantos sentimentos sufocantes, muitos indivíduos
buscam conforto, e, até mesmo, uma oportunidade de escapar temporariamente dos
conflitos internos e externos, na música. Muitos procuram acalmar-se, por exemplo,
com as composições líricas, já comprovadas cientificamente de apresentar um poder
calmante, no entanto vários outros usufruem de outros tipos de música, tudo depende do
gosto, da história e da personalidade de cada indivíduo.
Pode-se escolher variadas formas de como se tranquilizar com as notas
musicais. Na plataforma YouTube, por exemplo, há uma grande variedade de vídeos
com uma ou mais horas de música relaxante, os quais os jovens podem ouvir para
atingirem uma certa harmonia interior. Entretanto, outros tipos de técnicas também são
bastante eficazes. Em quadros mais sérios, por exemplo, algumas canções de escolha do
paciente podem ser utilizadas para pôr fim em alguma crise e para propiciar a
imaginação do mesmo, com o objetivo de criar um ambiente, mesmo que esteja só em
sua mente, que melhore as suas condições de mal-estar. Geralmente, a música escolhida
nesses momentos é uma das preferidas do paciente por ela estar, provavelmente,
relacionada a um aspecto importante da vida dele e por fornecer um sentimento
reconfortante e de identificação. Portanto, observamos que, realmente, a música tem o
poder de manipular as emoções do ser humano, e isso pode ser utilizado para
aprimorá-lo.
Ademais, vale salientar o fato de que alguma canção pode também estar
conectada à memória de certos indivíduos. Certa música pode provocar numa pessoa
uma lembrança ligada a algum momento, que pode causar diferentes reações, tanto boas
quanto ruins. Nesse sentido, mesmo em casos mais graves como os de Amnésia
Dissociativa, ramificação da Perturbação de Stresse Pós-Traumático (PTSD), em que o
enfermo “esquece” do seu trauma, o repressa em seu cérebro, com o objetivo de sofrer
menos, mas com a contrariedade de impedir o seu processo terapêutico em direção a
cura, a música pode assumir o papel de instigar a memória do enfermo e,
consequentemente, possibilitar o tratamento e a superação do trauma.
Em adição, a música também apresenta diversas outras funcionalidades
relacionadas à psique humana, como a de afinar as capacidades cognitivas. Devido a
isso, a música é muito utilizada por vários profissionais no âmbito escolar como uma
maneira de “decorar” uma parte importante de alguma matéria ou para descontrair e
manter a atenção do aluno. Dessa forma, as composições musicais podem também
servir de auxílio para estudantes que possuem dificuldades de raciocínio por terem
transtornos como Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Dislexia.

3. Músicas e seus benefícios no tratamento de transtornos neurológicos


Em um livro de musicoterapeutas brasileiros, A interação instrumental em
musicoterapia e seus desafios, o profissional da área Vandré Vidal diz que “os pacientes
com estímulo musical criam uma melhor expectativa de vida, se sentem motivados e
produtivos” na página 327, de 2009. Isso deixa ainda mais evidente, portanto, que as
melodias são essenciais para a melhoria da saúde dos indivíduos.
A princípio, a música é capaz de despertar emoções e estimular interações
sociais, por isso é muito efetiva em tratamentos de vítimas de AVC. Além disso, ela
ativa várias áreas do cérebro de maneira intensa, servindo como via terapêutica para
tratar sintomas como a demência, comum em doenças como mal de Alzheimer,
esquizofrenia e outras neurodegenerativas. Isso é possível, pois, ao escutar
composições sonoras, o paciente ativa diversos padrões neuronais que não lhe eram
estimulados há muito tempo, fazendo com que o seu cérebro se desperte.
Além disso, é importante ressaltar que não é só por meio da música que os
pacientes podem melhorar. Alguns sintomas da Amnésia foram amenizados durante
experimentos em que os enfermos tocavam instrumentos e tinham alguma interação
social. Também, indivíduos com autismo, transtorno que atinge setenta milhões de
pessoas no mundo e dois milhões somente no Brasil, também melhoram com a ajuda da
música, visto que instrumentos servem como uma ferramenta para incentivar a
comunicação e a auto expressão, aspectos inibidos pela tal doença.
Todos esses aspectos são analisados no livro La mente musical: La psicología
cognitiva de la música (A mente musical: A psicologia cognitiva da música), publicado
pela editora A. Machado Libros S. A. em novembro de 2012. Tal obra, lida
principalmente por psicólogos e musicólogos, têm uma única função: levantar questões
acerca dos impactos das notas musicais sobre as atividades neurológicas do ser humano.
Entre elas, ele responde às seguintes perguntas: Quais processos mentais estão
envolvidos ao ouvir, executar e compor música? Como habilidades assim podem ser
adquiridas?
Em suma, a partir do crescimento de pesquisas sobre a psicologia da música, o
autor do livro expõe um olhar crítico sobre o que se tem feito nessa área usando seu
próprio conhecimento e experiência como músico e psicólogo.

CONCLUSÃO
Portanto, escolhemos “A influência da música na recuperação das pessoas que
sofrem transtornos psicológicos” como tema, porque notamos sua importância na
atualidade. Isso porque os transtornos psicológicos estão deixando de ser um “tabu”, e
os estigmas e preconceitos relacionados a eles estão, felizmente, sendo quebrados aos
poucos. Nota-se isso, em especial, a partir da mudança de tratamento realizado em
instituições com o objetivo de cuidar de pacientes que sofrem de distúrbios mentais, que
foi desde, por exemplo, um método para isolar as vítimas da sociedade e tratá-las de
forma desumana, até, como foi abordado, aceitá los e por exemplo, fazer uso da música,
para moldar e auxiliar a reabilitação e a recuperação desses indivíduos da melhor
maneira possível. No entanto, observa-se que tal utilização inclui as patologias mais
comuns, além das mais graves.
Ademais, compreendemos que, apesar de infortunadamente isso passar
despercebido aos olhos de muitos, o desempenho da música na vida das pessoas é muito
mais profundo que somente o entretenimento, e tem o papel de ajudar na melhora geral,
mas em especial psicológica dos indivíduos. Ela tem o poder de manipular emoções,
acalmando crises e cooperando com conflitos; desbloquear lembranças; afinar as
capacidades cognitivas e as habilidades de comunicação e interação; entre vários outros.
E está fortemente ligada à formação da psique humana em todos os âmbitos, a
personalidade, as memórias, pensamentos, sentimentos e comportamentos, conscientes
ou não.
Além disso, entendemos com esse trabalho a relevância da música ao longo do
processo de aperfeiçoamento dos seres humanos, acompanhando-os durante toda a sua
trajetória, empenhando diversas funções (de rituais religiosos até processos medicinais),
estando presente constantemente em seu cotidiano, até mesmo atualmente.
Finalmente, acentuamos que a construção dessa atividade foi de extrema
importância para o nosso aprendizado e o nosso contato com a formação de trabalhos
científicos, e benéfico para o nosso desenvolvimento intelectual e pessoal.

REFERÊNCIAS
ARBEX, Daniela. Holocausto Brasileiro. 1. ed. São Paulo: Geração Editorial, 2013.
FORTUNA, Gustavo Vasconcelos, et al. A história da saúde mental: uma reflexão
teórica. 2012. 20 f. Dissertação (Curso de Enfermagem). Universidade Presidente
Antônio Carlos – UNIPAC. Faculdade de Ciências da Saúde de Barbacena. Barbacena,
2012.
Disponível em: <UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – UNIPAC>.
Acesso em: 17 de set. de 2021.

BENENZON, Rolando. A Teoria da Musicoterapia. 3. ed. Grupo Editorial Summus.


1988

HOLANDA, Adriando Furtado, et al. A história da musicoterapia na psiquiatria e na


saúde mental: dos usos terapêuticos da música à musicoterapia. 2014. 22 f.
Dissertação (Doutorado e Mestrado em Psicologia). União Brasileira das Associações
de Musicoterapia. Disponível em: <MusicoterapiaPsiquiatriaSaudeMental (1).pdf>.
Acesso em: 17 de set. de 2021.

SCHOPENHAUER, Arthur. As dores do mundo: O Amor — A Morte — A Arte —


A Moral — A Religião — A Política — O Homem e a Sociedade. 1. ed. São Paulo:
Edipro, 2018. Disponível em:

SLOBODA, John. La mente musical y la psicología de la música. 1. ed. Editora A.


Machado Libros S. A. 2012

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