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ALZHEIMER
INTRODUÇÃO
MUSICOTERAPIA
O primeiro curso acadêmico de Musicoterapia foi criado em 1919, nos Estados Unidos.
No Rio de Janeiro, em 1968, foi fundada a primeira associação de Musicoterapia
brasileira. No ano de 1969, a então Faculdade de Educação Musical do Paraná
implementou o curso de Musicoterapia como especialização Lato Sensu. Em 1983, o
curso passou por reformulações e, portanto, foi transformado em graduação (MESSAGI,
1997). Hoje, além do Paraná, outros estados brasileiros oferecem formação nesta área,
entre eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás e Bahia.
Estudos também relatam que a música pode auxiliar no cuidado em outras estancias,
como por exemplo: durante refeições ou banhos, em outras terapias, como parte de um
programa artístico ou em intervenções psicossociais (VAN DER STEEN, 2018).
Em geral, a música é utilizada como recurso pelos mais diversos profissionais com
objetivos semelhantes, porém, para ser considerada musicoterapia, é necessário que se
fundamente em sua teoria especifica, sendo aplicada por um musicoterapêuta
formalmente capacitado.
GERONTOLOGIA
O idoso
DOENÇA DE ALZHEIMER
A segunda fase evolui entre três a cinco anos, sendo que se agravam os sintomas da fase
anterior e se relaciona com o comprometimento das áreas corticais do lobo temporal,
afetando atividades instrumentais e operativas.
Uma terceira fase é caracterizada pela memória de longo prazo bem prejudicada,
capacidade intelectual e iniciativa deteriorada, pois o doente torna-se indiferente ao meio
e se estabelece em um estado de apatia, de prostração ao leito ou à poltrona. Há
possibilidade do surgimento de escaras de decúbito devido ao confinamento ao leito. O
doente adota a posição fetal, agravando-se as contraturas e o mutismo e o estado
vegetativo se concretizam. A alimentação se dá por sucção ou por sonda. É possível que
a morte sobrevenha em um ano, em virtude do surgimento de processos infecciosos
(SAYEG E GORZONI, 1993).
Segundo Freitas (2000), o homem só tem existência no social, por essa ótica, a
participação nos trabalhos musicoterapêuticos individuais ou em grupo pode oferecer às
pessoas portadoras da doença de Alzheimer oportunidades de convívio social, de interagir
com a realidade relevante, numa dimensão da comunicação musical.
ANALISE DA PESQUISA
A pesquisa foi norteada pelos seguintes objetivos: perceber as ações efetivadas pelos
sujeitos enquanto interagiam por meio das técnicas musicoterapêuticas e observar a
ocorrência de pautas de socialização no decorrer das atividades. Foram registrados dados
relativos à frequência e permanência dos pacientes nas sessões e quanto ao índice de ações
ativas realizadas pelos mesmos.
Técnicas utilizadas
\A Musicoterapia é uma ciência que exige profundo conhecimento de cada área a ser
atendida, pois ela detecta, avalia, diagnostica e promove o melhoramento e alterações no
contexto em que estiver inserida, ao longo do tempo.
Para análise e registro dos dados foi utilizada a abordagem qualitativa que, na qual na
visão de Bogdan e Biklen (1994), se direciona estudar os fenômenos dentro do contexto
natural onde estes ocorrem, sendo descritos na medida em que se observa em campo.
Relatórios das observações foram feitos a cada sessão registrando as ações e reações
apresentadas pelos pacientes durante as sessões.
O grupo selecionado para a observação, formado pelos pacientes da Casa Gene, cuja idade
variava entre 75 e 90 anos, moradores do Residencial. Dentre os pacientes, foram
selecionados três, com diagnóstico provável de Doença de Alzheimer, cujo nível de
desempenho de função, orientação para a realidade e autonomia pareciam semelhantes,
para o desenvolvimento da pesquisa.
A maioria das sessões foram realizadas em grupos de idosos, uma pequena porcentagem
de sessões, no individual. Durante a sessão em grupo por vezes, alguns idosos
reclamavam das músicas do repertório do outro paciente. A sessão individual permite que
o paciente fique à vontade para se expressar, porém, alguns pacientes se sentiam
desconfortáveis e verbalizavam a preferência pela sessão grupal.
Foram proporcionadas experiências musicais de improvisação, audição e interpretação.
Na maioria dos pacientes idosos, já acometidos de demência, observei ativação da
memória, pois as músicas trazem lembranças de vida. Alguns pacientes, no início da
sessão musicoterapêutica, se mostravam completamente apáticos e de depois de algum
tempo passaram a reagir extraordinariamente cantando, mexendo a mão ou o pé e até
mesmo a bengala com entusiasmo e motivação.
As sessões se desenvolveram em uma estruturação de aquecimento que se estabelecia por
meio da técnica da recriação de canções, desenvolvimento e relaxamento. Pensando na
participação ativa dos pacientes nas sessões de musicoterapia, foram utilizados
instrumentos de tamanhos pequenos e bem leves como, ovinhos, meia lua, pandeiro,
triângulo. Enquanto os estagiários usavam violão, teclado, ukulele, clarinete, saxofone e
flauta transversal. O repertório musical bastante eclético, porém, a preferência unânime
eram músicas do cantor e compositor Roberto Carlos, facilmente entendida dada a faixa
etária dos pacientes.
Os encontros finalizavam com os comentários que surgiam sobre sentimentos e ações
manifestadas naquele dia.
Paciente A
Gráfico 01
Paciente C
120%
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Canto Dança Percute Interage Movimento
Paciente C
Gráfico 02
80%
60%
40%
20%
0%
Canto Dança Percute Interage Movimentos
Paciente J
Gráfico 03
A paciente J., cujas reações estão apresentadas no Gráfico 3, realizou interações e percutiu
acompanhando o ritmo em 90% das sessões. Cantou em mais de 90% das sessões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Notou-se que, por meio da estimulação global propiciada pelas técnicas utilizadas esses
pacientes sentiram-se mais à vontade e centrados na realidade circundante, apresentando
menos vagância, ao menos durante o tempo da sessão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALKEMA, G.E. & ALLEY, D.E. (2006). Gerontology ́s Future: An integrative model
for disciplinary advancement. The Gerontologist.
VAN DER STEEN, J. T.; VAN SOEST-POORTVLIET, M. C.; VAN DER WOUDEN,
J. C.; BRUINSMA, M. S.; SChOLTEN, R. J.; VINK, A. C. Music-based therapeutic
interventions fo people with dementia. Cochrane Database of Sys. Ver., jul. 2018.