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A Identidade do

Musicoterapeuta e do
Educador Musical: a ação
profissional e as contribuições
da musicoterapia para área
educacional.
Faculdade de Artes do Paraná
Musicoterapia no ensino regular e especial.
Prof. Noemi N. Ansay
Musicoterapia I

FA C U L D A D E D E A R T E S D O P A R A N Á
 Noção de Identidade.
 Identidade profissional.
 O “ser” Musicoterapeuta.
 O “ser” Educador Musical.
 Possibilidades e limites entre os
campos da Educação Musical e da
Musicoterapia.
 Contribuições da Musicoterapia
para Educação.
Noção de Identidade

 “ Eu prefiro ser esta metamorfose


ambulante, do que ter aquela velha
opinião formada sobre tudo”.
Raul Seixas

 “ Ser ou não ser, eis a questão”

Willian Shakespeare - Hamlet


Identidades - Diversas
 Identidade pessoal . dimensões
 Identidade social.
 Identidade visual.
 Identidade musical. (músicas preferidas)
 Identidade sonoro-musical (principio de Iso-
Benenzon)
 Identidade histórica.
 Identidade cultural.
 Identidade profissional.
Ruud (1995, cap 3 )

“ A Identidade não vem mais até nós


acabada-feita, porque a identidade é um
processo, uma coisa nunca satisfeita.
Identidade é construída ao mesmo
tempo em que fazemos a grade ou modelo
sobre quem nós queremos ser e onde
queremos pertencer. Nesta grade ou
matriz nosso eu pessoal e sensibilidades
corporais, o sentido da história e de
ligação local e global, relações sociais e a
experiência de representação pessoal,
parecem ser parâmetros importantes”
 Perspectiva teórica adotada da
categoria identidade é a de Antonio
da Costa Ciampa (1987)citado por
Bulgacov ( 2006)

 “Ter uma identidade humana é ser


identificado e identificar-se como
humano.”

 A identidade é entendida como um


processo de construção, de
representação de si, considerando o
Erikson, citado por Portois &
Desmet (1999) afirma que:

 Identidade remete ao “sentimento


subjetivo e tônico de uma identidade
pessoal e de uma continuidade
temporal.”
 “ ....existe uma ligação estreita entre
a identidade para si e a identidade
para outrem.
O “eu” só se constitui no seio das
interações sociais.
Barcellos (1992, p. 42)

 A identidade sonoro-musical de um
individuo , é o que Benenzon chama de
ISO Gestaltico , isto é, o que resume
nossos arquétipos sonoros, nossas
vivencias sonoras gestacionais intra-
uterinas e nossas vivencias sonoras do
nascimento e infantis até nossos dias.
Identidade Profissional.
Messagi ( 2000)

 As profissões existem para atender


demandas e necessidades humanas.
 O que é ter uma identidade
profissional.....
É ter característica própria, uma
singularidade, possuir recursos e
poderes específicos , que serão
exercitados e colocados em prática
pelo trabalho.
 Fazem parte desta identidade
profissional : um posicionamento moral,
juízos, valores, crenças, preceitos, uma
visão de homem e de mundo,
conhecimentos específicos da área que
é o seu comportamento teórico-técnico
e metodológico.

 Uma formação acadêmica específica,


cujos conteúdos do curso permitam ao
profissional exercer a profissão de forma
competente e responsável.
O “Ser” Musicoterapeuta
Leinig (1977)
 Profissional qualificado.
 Deve ter um genuíno desejo
de ajudar ao próximo
utilizando a Música.
 Ética profissional.
 Habilidades músicas .
 Maturidade e controle
emocional.
Bruschia (2000)

 O musicoterapeuta deve ter habilidades


como artista (músico), cientista e
terapêuticas.
Ele é um artista.
Ele é um pesquisador.
Ele é um terapeuta
Benenzon ( 1998, p. 143 )
Requisitos para ser musicoterapeuta:
 Vocação para o serviço.
 Linguagem sonoro-musical, expressão na
forma corporal-sonora-musical.
 Passar por uma terapia, ter saúde mental.
 Passar por uma formação técnica,
metodológica e cientifica.
 Ter passado por práticas de observação
durante 1 ano em varias Instituições.
 Passar por um processo de Musicoterapia
didática.
Educação

A educação abrange os
processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na
convivência humana, no
trabalho, nas instituições de
ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e
nas manifestações culturais.
LDB-1996
Educador Musical para Sekeff
( 2002):
 Desenvolve o potencial dos educandos
pelo viés da sensibilidade, do ouvido,
musicalidade, pratica, cognição;
 Desenvolve as inclinações, aptidões e
habilidades musicais especificas do
aluno: ouvido, senso rítmico, senso
estético.
 Através do ensino da musica trabalhar
a disciplina, o civismo e a arte.
Campos (2000, p.36)

 O educador musical tem por


objetivo musicalizar os alunos. E
musicalizar é sensibilizar o
individuo para que ele receba o
estimulo sonoro. Despertar os
alunos para a linguagem dos sons.
 Através dos sons o educador
musical, oferece ao aluno a
oportunidade de receber conceitos
teóricos e através deles poder
expressar-se musicalmente.
Santos ( 2001, p. 43)

 “Ser Educador Musical” supõe


identidades diversas e mesmo
conflitantes, tomadas por uns e por
outros. Essas identidades são tão
diversas e reconhecidas por
diferentes tipos de representação.
Quadro comparativo baseado em Bruschia (2000) e Lael (1997)

Modalidades Educação musical Musicoterapia


Finalidades Pedagógica , educacional. Terapêutica

Objetivos Processo de ensino e Aprendizagem musical é secundária, o


aprendizagem musical. foco é a saúde do cliente.
Enfoque no desenvolvimento Enfoque pessoal.
de habilidades musicais. Foco nos problemas específicos.
Cumprir metas curriculares. Fornece ao cliente o acesso a insight
de sua forma de estar no mundo
Formação Arte-educador, Licenciatura Musicoterapia ou especialização em
em musica, curso superior em musicoterapia
instrumentos musicas
Relação Não existe Existe
terapêutica Professor- aluno Musicoterapeuta-cliente

Metodologias Métodos musicais. Dalcroze, Métodos musicais e técnicas


Martenot, Orff, Kodály, Susuky (improvisação, composição, re-criação,
e outros. escuta)
Contribuições da
Musicoterapia para Educação.
Segundo Ruud (1990) no campo da Musicoterapia existe
um encontro único entre Arte, Ciência, Medicina e
Humanidades.
- Estudos científicos musicoterapicos sobre o “Ser Musical”.
- Atendimento de pessoas com necessidades educativas
especiais.
- Um “olhar”, uma “escuta” diferenciados.
- Valorização no potencial criativo do ser musical.
- Gaston (1971) acredita que a musicoterapia e a educação
tem muitas coisas em comum.
Bibliografia
 BARCELLOS. L. R. Cadernos de Musicoterapia 1. Rio de Janeiro: Enelivros, 1992.
 BENEZON, O . R . La nueva Musicoterapia. Buenos Aires: Lúmen, 1998.
 BRUSCIA, K.E. Definindo Musicoterapia. Rio de Janeiro: Enelivros, 2000.
 CAMARGO, D. & BULGACOV. Y. L. M. Identidade & Emoção. Curitiba: Travessa dos Editores, 2006.
 CAMPOS, M. C. A educação Musical e o Novo Paradigma. Rio de Janeiro: Enelivros, 2000.
 RUUD, Even. Music Therapy: improvisation, communication and culture. Gilsum: Barcelona
Publishers, 1995. Cap.3
 GASTON, E. T. Tratado de Musicoterapia. Buenos Aires: Editorial Paidos, 1971.
 LEAL, U. S. Musicoterapia aplicada à psicopedagogia São Paulo: Impressa Oficial do estado, 1997.
 LEINIG, C. E. Tratado de Musicoterapia. São Paulo: Sobral, 1977.
 SÁ, N. R. L. Cultura, Poder e Educação de Surdos. Manaus: Editora da Universidade Federal do
Amazonas, 2002.
 SANTOS, R. M. S. A formação profissional para os múltiplos espaços de atuação em educação
musical. IN: X encontro anual da associação Brasileira de Educação Musical.Anais : Uberlândia, 2001
 SEKEFF, M. L. Da música : seus usos e recursos. São Paulo: Unesp, 2002
 MESSAGI, J. Ética e identidade profissional. IN: anais do III Fórum Paranaense de
Musicoterapia.Curitiba : 2000.
 PAPALÍA, M. Escritos sobre musica, musicoterapia y educacion.Buenos Aires: Laxco, 1996.
 PORTOIS, J. P.& DESMET, H. A Educação Pós-Moderna. São Paulo: Loyola, 1999.

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