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CONSERVATÓRIO BRASILEIRO DE MÚSICA - RIO

LICENCIATURA EM MUSICA

PROJETO DE MONOGRAFIA

O PODER TERAPÊUTICO DA MUSICA INSTRUMENTAL

Thayna Sulyman Miller Rodrigues

Rio de Janeiro
2021
Thayna Sulyman Miller Rodrigues

O PODER TERAPÊUTICO DA MUSICA INSTRUMENTAL

Pré projeto apresentado em cumprimento à


disciplina de Metodologia da Pesquisa do curso
de Licenciatura em Música do Conservatório
Brasileiro de Música como requisito parcial
para aprovação sob a orientação da Profª Drª.
Maria Manuela A. Maia

Rio de Janeiro
2

2021

SUMÁRIO

1. Introdução 03
2. Justificativa 04
3. Problematização 05
4. Hipótese 05
5. Objetivo 06
5.1 Objetivo Geral 06
5.2 Objetivo Especifico 06
6. Referencial Teórico 07
7. Sumário Provisório 08
8. Bibliografia 09
1- INTRODUÇÃO

A música sempre esteve presente no universo, antes mesmo da chegada do


homem no ambiente terrestre. Os sons da natureza, tais como o barulho das ondas
do mar, a brisa serena, o canto dos pássaros, as folhas balançando das arvores, o
vento soprando, ruídos, representaram por muito tempo uma canção puramente
natural, mas que ajudou na origem da música como marca cultural da sociedade
moderna.
Para uma boa compreensão é necessária uma breve explicação sobre os
elementos musicais. A música é composta por três elementos básicos: Harmonia,
Melodia e Ritmo. Harmonia é o conjunto agradável de notas musicais (acordes,
exemplo violão), melodia são notas tocadas separadamente (piano, sax, voz) e
ritmo é a noção métrica-temporal da música (batida, exemplo bateria).
O processamento musical envolve 3 etapas: percepção musical, reconhecimento
e emoção. Córtex auditivo primário e o giro temporal superior são áreas
responsáveis pela percepção musical. O córtex primário é sensível a percepção do
tom, enquanto o de associação auditiva é sensível aos processamentos mais
complexos lineares como a melodia e não lineares como a Harmonia. O ritmo é
processado no cerebelo, nos gânglios basais e nos lobos temporais superiores. O
reconhecimento músico e a emoção envolvem o orbito-frontal e o sistema límbico,
eles estão envolvidos com a memória musical e com as emoções ligadas a música

O córtex auditivo primário recebe os aferentes talâmicos do núcleo


geniculado medial, que por sua vez se conecta por meio de redes com o córtex de
associação auditiva, sistemas mesolímbico e outros córtices multissensoriais. A
música ativa muitas áreas cerebrais e isso pode se tornar um problema para
algumas pessoas. A epilepsia musicogênica é um desses problemas, um tipo raro
de epilepsia onde as crises são desencadeadas por um estilo musical, nota
musical, som instrumental ou até mesmo por um específico cantor. Uma análise
relatou 110 casos entre 1884 e 2007, em 60 pacientes submetidos a exames de
eletrocefalografia (EEG) tiveram predomínio de atividade do lado direito e por meio
de tomografias computadorizadas por emissão de fótons, indicaram uma
prevalência de 6 casos onde o temporal direito tem anormalidades. Dessa forma,
acredita-se que a emoção desencadeada pela música dispara os ataques
epilépticos e não a música em si. Entretanto, existem casos relatados em crianças
de 6 meses de idade e isso acaba por abalar essa teoria.
Este trabalho almeja apresentar como a música influencia positivamente e
terapeuticamente pessoas com enfermidades. A parti de uma leitura de artigos e
conceitos de como a música no ambiente hospitalar melhora positivamente a vida
dos pacientes em tratamento com a Arte com o todo.

“A música é a arte que realiza melhor e mais rapidamente a fusão do nosso


espirito com o todo” (Pitágoras)

Robert Burton foi um dos médicos pioneiros a escrever dos efeitos


terapêuticos da música. Em sua obra intitulada Anatomia da Melancolia (1621).

2 – JUSTIFICATIVA
A educação Musical ainda está longe de ser a profissão musical escolhida
por 50% da população. Os dados de que a Música não só melhora nossa cognição,
memória e multe-habilidades não enche os olhos da maioria.
No fim do século XVIII, os efeitos fisiológicos da música começaram a ser
estudados com maior profundidade. Pesquisas desenvolvidas neste período
abordam os efeitos dos sons no sistema sensorial humano (Costa, 1989).5 Ainda
em 1708, o fisiólogo Haller afirma que o rufar do tambor tende a aumentar o fluxo
de sangue que sai de uma veia aberta. Com o uso de diapasões e utilizando tons
isolados, Haeller percebeu em homens e em animais a aceleração da atividade
cardíaca e um aumento da pressão sanguínea. Por volta de 1880, médicos
realizam um estudo biológico da música relacionando-a a pulsação e à circulação.
O Efeito Mozart”, descoberto em 1993 por Rauscher em um estudo onde
foram analisados estudantes universitários expostos á Sonata de Mozart por 10
minutos. Tiveram ali os alunos expostos a sonata um aumento de raciocínio.
A música possui um alto potencial terapêutico ainda não conhecido em sua
totalidade por conta da falta de estudos na área da musicoterapia. Essa ciência já
foi usada para melhoras cognitivas em doenças como Parkinson, demência senil e
hiperatividade. Na epilepsia foi comprovado por meio de um estudo que incluiu 11
crianças de Taiwan com idade entre 2 a 14 anos com epilepsia refrataria. O estudo
comparou as crises 6 meses antes do tratamento e 6 meses durante a exposição.
Foi constatado em 73% das crianças obteve uma melhora de 50% nas crises e em
2 pacientes a inexistência de crises durante o tratamento. A música pode promover
a liberação de dopamina inundando assim os sistemas dopaminérgicos receptores
de D2. Em pacientes com epilepsia do lobo temporal, a inundação de dopamina
pode potencialmente se comportar como um anticonvulsivante.
The music never stopped – 2011. Baseado no ensaio “The Last Hippie”
sobre o livro “An Anthropologist on Mars”, de Oliver Sacks. Henry Sawyer é um pai
que luta para se conectar com o filho Gabriel, que descobre um tumor no cérebro
que o impede de produzir novas memórias. Os dois tentam superar uma distância
emocional e acabam encontrando uma forma de se relacionarem através da
música. Nesse filme podemos ver claramente como a música ajuda na construção
da memória de campo e explica como funciona a musicoterapia na sua prática.
Recomendo.
Como tudo que faz bem temos que analisar também os seus pontos
negativos, aqui nessa observação veremos que para algumas patologias Psíquicas
a música terapeuta vai causar efeito contrário do esperado. Apesar de todos os
efeitos positivos da música, já foi constatado muitos efeitos negativos, dentre eles o
potencial de convulsividade, podendo aumentar as crises epilépticas em certas
pessoas. A musicoterapia já foi utilizada para tratamento de Alzheimer, entretanto
as músicas não familiares acabavam agravando o caso clínico do paciente
enquanto as músicas familiares ajudavam a amenizar os efeitos da doença. Em
casos de perda de memória a musicoterapia vem se mostrando forte no que se diz
respeito a tratamento alternativo, seja qual for a causa do problema.

“Antes da era da escrita, na época dos profetas e épicos, o sentido da


audição era mais vital que o da visão. A palavra de Deus, a história das
tribos e todas as outras informações importantes eram ouvidas, e não
vistas. Em algumas partes do mundo, o sentido da audição ainda tende a
predominar (SCHAFER 1997, p. 28).

3 - PROBLEMATIZAÇÃO

Entretanto, ainda caberia a questão quais os limites práticos dessas afirmações?


Poderia ser a música um conhecimento transformador dos indivíduos, capaz de
modificar as pessoas?
Somente a música é um fator terapêutico para ajudar na melhora de alguns quadros
clínicos?

4 – HIPÓTESES

1- A música ajuda a conectar palavras ou conceitos às emoções. Um exemplo é que


poucos comerciais de televisão ou de rádio são apresentados sem
acompanhamento musical. Muitas vezes, as palavras pouco representam, mas com
a adequada música de fundo, a propaganda manipula as emoções dos ouvintes. A
música alegre, tensa ou empolgante pode excitar fisicamente o ouvinte,
desencadeando resposta de luta e fuga: as taxas cardíacas e respiratórias
aumentam, a pessoa pode suar e a adrenalina penetra na corrente sanguínea.
2- “Não pode haver dúvida de que, por atiçar as emoções das multidões e cuidar de
que os picos dessas emoções sejam atingidos coletivamente, em vez de em
separado, a música pode contribuir poderosamente para a perda do bom critério, a
cega rendição aos sentimentos momentâneos, tão perigosamente característicos do
comportamento das massas” (Mind, Anthony Storr). Algumas cenas de desvarios
nos concertos de rock atestam isso. Portanto, para evitar a contaminação da mente
e do coração, é preciso ser muito seletivo na escolha de música;
3- Não, observa-se que, na maioria das instituições de saúde, tanto os profissionais
quanto o aparato médico-hospitalar encontram-se preparados e tecnologicamente
atualizados para o tratamento da doença. Existe, enfim, um alto grau de
especialização voltado para o diagnóstico e condutas médicas, e este modelo
permite ao paciente aplicar, aceitar e concordar com o seu tratamento. Autores cujos
conceitos são corroborados pelos pesquisadores deste trabalho advogam a
necessidade de se mudar o enfoque do tratamento, ou seja, centrar o olhar na
criança e no adolescente doente e não apenas na doença. Nessa perspectiva, o
brincar, as atividades recreacionais, as atividades artísticas e o lazer ganham
importância. Instituições de saúde de todo o mundo já reconhecem o valor social e
terapêutico da arte aplicada à medicina, e a tendência de incluí-la entre as
atividades hospitalares é crescente. Muitas formas de expressão artísticas têm sido
desenvolvidas no hospital, desde as mais clássicas, como pintura, teatro, literatura,
música, ao teatro clown, uma das mais atuais.

5 - OBJETIVOS

5.1 - OBJETIVO GERAL


O presente trabalho tem por objetivo contribuir para o debate crítico sobre a ação
da música usada nas redes hospitalares e suas inúmeras formas muitas maneiras
diferentes de viver, sentir e tratar fisicamente, mentalmente e emocionalmente.

5.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS


1- Fazer um levantamento bibliográfico sobre obras que demonstrem como a música
terapeuticamente influencia no tratamento hospitalar;
2- Selecionar as obras teóricas e conceitos a serem utilizadas demonstrar que a
música é uma ciência tão elevada que não deve ser vista como arte vulgar;
3- Selecionar dados para refletir se a música pode de fato constituir uma forma única
de terapia;
4- Analisar pesquisas que demonstrem que a música utilizada por educadores
musicais serviu como ferramenta de humanização hospitalar, alcançando efeitos
fisiológicos e psicológicos nos pacientes.
5 – Fazer fichamentos estruturados seguindo um roteiro previamente

6 – REFERENCIAL TEÓRICO
No fim do século XVIII, os efeitos fisiológicos da música começaram a ser
estudados com maior profundidade. Pesquisas desenvolvidas neste período
abordam os efeitos dos sons no sistema sensorial humano (Costa, 1989).5 Ainda em
1708, o fisiólogo Haller afirma que o rufar do tambor tende a aumentar o fluxo de
sangue que sai de uma veia aberta. Com o uso de diapasões e utilizando tons
isolados, Haeller percebeu em homens e em animais a aceleração da atividade
cardíaca e um aumento da pressão sanguínea. Por volta de 1880, médicos realizam
um estudo biológico da música relacionando-a a pulsação e à circulação.
Os séculos XVIII e XIX foram marcados pelo advento de métodos experimentais
utilizados nas pesquisas relacionadas à influência da música no processo saúde-
doença do ser humano. No campo médico e psiquiátrico, a música passou a ser
considerada relevante nos processos de tratamento. O psiquiatra argentino
Benenzon (1987), autor de O autismo, a família, a instituição e a musicoterapia,
descreve os efeitos biológicos da música no ser humano, entre os quais se destaca:
o incremento ou diminuição da energia muscular, a aceleração da respiração ou
alteração de sua regularidade, a produção de efeito marcado porém variável na
pulsação, na pressão sanguínea e na função endócrina. A música teria a capacidade
de reduzir ou retardar a fadiga, incrementar o endurecimento muscular, provocar
mudanças nos traçados elétricos do organismo, mudanças no metabolismo e na
biossíntese de inúmeros processos enzimáticos.
a música pode ter um papel real na diminuição do nível de ansiedade e na regulação
de mecanismos fisiológicos do organismo humano, em especial na variável pressão
arterial, frequência cardíaca e respiratória. Estes dados confirmam o potencial
terapêutico da música como instrumento capaz de promover mudanças físicas e
psicológicas, e sugerem a atualidade e pertinência do tema para uso no tratamento
e promoção de saúde no contexto hospitalar.
(...) Esta investigação veio através de um trabalho no hospital, um
convite para tocar no ambiente hospitalar me abriu os olhos para esse
tema de grande importância, e também para buscar uma maior
valorização para a área dos músicos. a música apresenta certas
propriedades que podem ser usadas para diversas ocasiões,
principalmente nas áreas medicinais. Ela proporciona um
embasamento teórico de relevância, demonstrando que a música
abrange mais que partituras, instrumentos e ruídos, e sim,
uma força vibracional que se espalha por todo lugar, exercendo ações
sobre o homem. Ela surge da hipótese de que a
música em certas frequências, ritmos e harmonias, pode ser
fundamental para o bom desenvolvimento da saúde, tanto
mental quanto corporal, também esclarece, conforme seu ritmo,
harmonia e melodia, pode exercer certas ações sobre o
organismo humano, tanto para o bom ou mal desenvolvimento.

7 – SUMÁRIO PROVISÓRIO

1- Uma Breve introdução à Musica


1.1 No aspecto Fisiológico.
1.2 No ensino educacional.
1.3 Na medicina.

2- A Música e suas transformação


2.1 Campo terapêutico.
2.2 Desenvolve o Musico terapeuta.
2.3 Ponto negativo.
2.4 Influencia da música na psique.

3. Benefícios da música: Pro e Contras.


3.1 Desperta sentimentos.
3.2 Estímulos cerebrais.
3.3 Capacidade de recuperação.

8. BIBLIOGRAFIA

Burton, R. (2011). Anatomia da melancolia (v. I). Curitiba: Editora UFPR


https://www.ocuidador.com.br/imgs/utilidades/cartilhamusicoterapia-
4e5b882e8ee73.pdf
BRITO, L. Encontro musical: estratégia de cuidado de enfermagem em quimioterapia
para discutir
adoecimento. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, dez; 20(esp.2):758-63, 2012.
COSTA, C. M. O despertar para o outro: Musicoterapia. São Paulo: Sumus, 1989.

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