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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CENICAS
MUSICOTERAPIA

CASSIEL FARIA FREITAS

“Relato da minha Musicalidade Clínica em formação”


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1 CONTEÚDO SONORO

Musicalidade, a sensibilidade de criar ou tocar, a arte de comtemplar/apreciar uma


obra, os traços singulares na interpretação de uma peça... inúmeras definições todas corretas.
Mas qual é a minha musicalidade? Essa é uma pergunta que me faço desde o dia em que
comecei a entender a música como algo a mais do que arte.
Dentro das praticas vividas em aula o que mais somou para mim foi o conteúdo da
improvisação e de algo que eu vou definir como Musicalidade Contemporânea, que seria o
desenvolvimento/criação de som/música a partir de todos os meios e objetos disponíveis.
Fator este que pessoalmente ainda é restritivo para o meu desenvolvimento como
musicoterapêuta, porém Vygotsky (1999) já dizia que “a arte permite formar”, ela é uma
porta para o desenvolvimento e aprendizado.
No processo de aprendizagem da disciplina houve a oportunidade e explorar um pouco do
conteúdo Sonoro-Musical que cada um dos integrantes do grupo carrega consigo (em especial
durante a intervenção da S.P.II), e observo que o conteúdo se complementa ao meu e amplia
meus horizontes.

1.1 Situação-Problema I

a) Existem três possibilidades para o registro da notação do paciente, os clusters


poderiam ser escritos a partir da primeira nota (notação convencional - ) no ritmo
proposto pelo paciente (e e Q), poderia também escrever só o ritmo em clave de
percussão por conta da intenção do paciente de simular um instrumento de percussão
no piano ou simplesmente escrever as notas sem clave apenas especificando o ritmo,
porém tendo em vista que essa não é uma peça que necessita de escrita perfeita eu
recorreria a terceira opção.
b) Devido ao conhecimento prévio dos gostos musicais do paciente (relatados pelos pais
anteriormente) eu recorreria a instrumentos percussivos, de preferência a bateria, pois
“ele gosta muito de batucar”.

1.2 Situação-Problema II

a) Devido a temática já estar predefinida como “junina” eu buscaria músicas típicas da


festividade, possivelmente não seria apenas uma música pois eu trabalharia com maior
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foco na ludicidade nesta sessão especifica, buscando incluir todos os membros do


grupo para que participassem da “quadrilha”.

2 APLICAÇÃO AO CONTEXTO PRÁTICO MUSICOTERAPÊUTICO

Dentro da musicoterapia existe um mar de possibilidades que pode nos guiar para
uma determinada intervenção, mas sempre alguns fatores se repetem, a recepção da
musicalidade do paciente, a liberdade de expor a própria musicalidade e gerar um intercâmbio
entre MT e o cuidado com sigo para não se dispersar no setting terapêutico.

2.1 Situação-Problema I

a) A musicalidade do paciente seria abarcada pelo preparo do setting de acordo com a


identidade sonora do paciente com instrumentos que foram citados na entrevista. ex:
instrumentos de percussão ou a prática de percussão corporal. Além do uso de músicas
que ele aprecia como músicas infantis de desenhos, músicas em espanhol (possível
influência dos vizinhos), músicas bem ritmadas e animadas.
b) O MTE foi para o setting, mas não estava lá, sua mente estava em provas e
insegurança por conta de supor que não foi bem na sua avaliação. Nesse caso, TEM
deve cuidar de si antes de cuidar de outros, se ele não está em condições de atender é
melhor que ele fale e evite um atendimento de baixa qualidade.

2.2 Situação-Problema II

a) Utilizando as músicas escolhidas eu faria uma quadrilha com todos sentados, por conta
das limitações dos hemiparéticos, fazendo movimentos típicos da quadrilha com aos
mãos e pés (formigueiro, cobra). Em seguida, com outra música, fazer uma espécie de
“batata quente” com algum objeto – onde o objeto para a pessoa completa a letra da
música (que de preferencia será conhecida por todos, pois não é o primeiro encontro
do grupo)

2 ASSOCIAÇÃO TEÓRICA E TÉCNICA


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3.1 Situação-Problema I

Tendo informações suficientes sobre o histórico sonoro-musical do paciente, uma vez que
essas informações deveriam estar no prontuário, e poderiam ser utilizadas para se estabelecer
o primeiro contato e o início do vínculo entre o terapeuta e o Paciente (Bruscia, 2016).
Utilizar das experiências musicais de fluxo livre, em que ela seguiria a condução feita pelo
cliente a cada momento e permitir que o cliente e a sua música determinasse a direção e o
fluxo do processo interativo (Bruscia, 2016).

3.1 Situação-Problema II

"técnica provocativa musical”: desenvolvida, inicialmente, no trabalho com crianças autistas


(BARCELLOS, 2008). A execução do musicoterapêuta que provoca o paciente a completar
algo que ele conhece. Assim, denomina-se técnica provocativa porque a execução do
musicoterapêuta vai provocar no paciente: - a surpresa pelo não fechamento - a expectativa de
fechamento - a tensão e engajamento/comprometimento com o que foi feito e a - a
necessidade de liberação de tensão, completando o que está incompleto.
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REFERÊNCIAS

BRUSCIA, Kenneth E.; Definindo Musicoterapia. 3. ed. Barcelona Publishers. Dallas, 2016.
BARCELLOS, Lia Rejane Mendes. Cadernos de musicoterapia 1. Rio de Janeiro:
Enelivros, 1992.
NUNES, Fernanda Costa. Qualifica(ação) de profissionais de Centros de Atenção
Psicossocial para o uso da Tecnologia Grupal. [manuscrito]/Fernanda Costa Nunes –
2020.
CASTILHO, Áurea. A Dinâmica do Trabalho de Grupo. 3.ed. Áurea Castilho, 2002
Revista Brasileira de Musicoterapia - Ano XXI n° 26 ANO 2019 CUNHA, Rosemyriam.
Reflexões sobre a prática da musicoterapia em grupo (p. 08-27)
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