Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Este trabalho tem como objetivo geral analisar a iniciação musical e a utilização
de instrumentos musicais como recursos de intervenções psicopedagógicas. A
expectativa é que o tema remeta a uma análise mais profunda dos aspectos da
música como tratamento multidisciplinar, cujo recurso, que não é novo, porém
a que pouco se tem recorrido, talvez pela falta de capacitação e habilidades
musicais dos educadores. Como objetivo específico pretende demonstrar que a
música e os instrumentos musicais podem colaborar com os mais variados
processos de ensino-aprendizagem, socialização e superação de dificuldades
cognitivas e sensoriais. Além disso, tem como objetivo estudar sobre os
benefícios da Educação Musical, conceituar música, destacar a relação da
música na vida do indivíduo e sua influência na saúde e no desenvolvimento
das pessoas, sobretudo aquelas que apresentam dificuldades e transtornos de
aprendizagem.
Conceituando música
A palavra música deriva do grego musiké téchne, que significa “a arte das
musas”. A música é a combinação de ritmo, harmonia e melodia de maneira
agradável ao ouvido. É manifestação artística e cultural de um povo em
determinada época ou região; também é considerada veículo usado para
expressar os sentimentos. A música é uma forma de expressão que utiliza os
sons como matéria-prima, assim como a linguagem convencional utiliza
palavras na fala.
Para Vaggione (2001), ninguém pode dizer o que é música, a não ser por
proposições normativas, porque “música em si” é de fato algo não
demonstrável e sua prática não é nem arbitrária nem baseada em fundações
físicas ou metafísicas.
Existem cada vez mais evidências de que os cérebros dos músicos funcionam
diferentemente dos cérebros dos que não são músicos. Se um indivíduo
aprende a tocar um instrumento musical, as partes do seu cérebro que
controlam suas habilidades motoras para trabalhos manuais, natação e corrida,
a capacidade de escuta, de guardar informação musical e a memória se tornam
cada vez mais aguçadas e mais ativas. Outros resultados mostram que tocar um
instrumento musical pode aumentar o coeficiente de inteligência (QI).
Burrows (2000, p. 116), também lista alguns dos benefícios que as crianças
podem adquirir com as atividades lúdicas:
Correia (apud Menegoro, 2008) afirma que a música pode ser usada como
recurso no aprendizado de diversas disciplinas, facilitando a aprendizagem de
conteúdos a serem trabalhados, tornando a aula dinâmica e atrativa,
recordando informações e facilitando a fixação do conteúdo apresentado. Mas a
música também deve ser estudada como matéria em si, como linguagem
artística, forma de expressão e bem cultural. A escola deve apresentar a música
aos alunos em diversos estilos, proporcionando uma análise reflexiva do que lhe
é apresentado, permitindo que o aluno se torne mais crítico e tenha maior
desenvolvimento em seus processos cognitivo-linguístico, psicomotor e
socioafetivo.
Por fim, Campbell e Dickinson (2000) ressaltam, dentre vários motivos, que a
música deve ser utilizada na sala de aula e na escola porque melhora a
aprendizagem de todas as matérias e ajuda os alunos a aprender que nem tudo
na vida é quantificável.
Para Krakovics (2000), a música é cada vez mais usada para alfabetizar, resgatar
cultura e ajudar na construção do conhecimento, pois é um recurso abrangente
de comunicação e atinge todas as classes sociais.
Rosa (1990) afirma que a simples atividade de cantar uma música proporciona à
criança o treinamento de uma série de aptidões importantes. Muitos autores e
pesquisadores, sabedores de que os efeitos da aprendizagem musical na
plasticidade cerebral são mais evidentes nos músicos que iniciaram ainda
bastante jovens a sua formação instrumental, defendem e incentivam a prática
instrumental a partir dos dois ou três anos de idade. Contudo, há autores que
consideram que nos primeiros anos de vida a Educação Musical deverá ser
direcionada para o desenvolvimento global da criança, considerando que
somente quando ela tiver adquirido as capacidades necessárias para realizar a
assimilação e a acomodação das experiências é que estará apta a se beneficiar
do ensino com todos os conceitos e destrezas inerentes ao ensino da técnica
instrumental.
A musicalização na Psicopedagogia
A musicalização é muito importante na infância porque desperta o lado lúdico,
estimulando e aperfeiçoando o conhecimento, a socialização, a alfabetização, a
inteligência, a capacidade de expressão, a coordenação motora, a percepção
sonora e a espacial e a Matemática.
Bossa (1994) afirma que o psicopedagogo deve saber como o sujeito aprende a
transformar-se em várias fases de sua vida, de quais recursos de conhecimento
dispõe, como produz conhecimento e como aprende. Afirma ainda como a
Psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana, como se
produz a aprendizagem, como tratá-la e reconhecê-la.
A música nem sempre precisa ser ouvida, mas precisa ser sentida – e é por isso
que ressaltamos que ela faz parte da vida de todo ser humano. Quanto à sua
utilização no tratamento de pessoas com dificuldades de aprendizagem, é
possível contemplar inúmeros resultados satisfatórios, e para isso é importante
que os educadores, psicopedagogos e profissionais de saúde tenham um olhar
especial para a utilização da música na habilitação e reabilitação dessas pessoas.
Conclusão
Neste trabalho foram abordados assuntos que fazem refletir sobre a utilização
da música em todos os seus aspectos, porém se deteve na Educação Musical e
na utilização de instrumentos como recursos de aprendizagem, identificando
como eles influenciam o desenvolvimento dos indivíduos, sobretudo daqueles
que necessitam de uma intervenção especifica para potencializar a
aprendizagem, que têm déficits.
Outro aspecto a considerar é que a música faz parte do cotidiano das pessoas e
oferece motivação, despertando interesses, novas perspectivas a fim de tornar
as crianças, os jovens e os adultos mais integrados uns aos outros, com maior
capacidade concentração e melhor cognição.
Referências
ALMEIDA, Antônio Vitorino de. O que é música. Lisboa: Difusão Cultural, 1993.
GAINZA, Violeta H. de. Estudos de Psicopedagogia Musical. Vol. 31. São Paulo:
Summus, 1988.
______. Mentes que criam: uma anatomia da criatividade observada através das
vidas de Freud, Einstein, Picasso, Stravinsky, Eliot, Graham e Gandhi. Trad. Maria
Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas. 1996.
GIL, Antônio. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.