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Dom Alberto

Psicopedagogia clínica, institucional e educação infantil

Érica Lyandra Silva de Oliveira

A musicalização na educação infantil e na psicopedagogia

Cachoeira do Sul
2020
A MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NA PSICOPEDAGOGIA

Érica Lyandra Silva de Oliveira

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO
Utilizando o método de pesquisa bibliográfica, o presente trabalho tem como objetivo abordar sobre a
musicalização na educação infantil e na psicopedagogia, visando conhecer os benefícios da música no
desenvolvimento humano, bem como na educação, estudar a música como ferramenta na sala de aula e
no trabalho do psicopedagogo, conhecer os impasses de implementar a música no cotidiano da
educação. Ao decorrer desse trabalho será falado muito brevemente sobre a história da música e do
desenvolvimento humano, em seguida será abordado os benefícios da música para o ensino-
aprendizagem na educação infantil e também na psicopedagogia institucional, posteriormente levantado
a questão dos desafios e obstáculos na implementação da música nas salas de aula brasileiras,
concluído sobre métodos de facilitar esses desafios e sobre a relevância da música na educação.

PALAVRAS-CHAVE: Música. Educação. Psicopedagogia. Educação Infantil.

INTRODUÇÃO

A música é uma arte universal que está presente em diversas situações da vida
humana, em todas as culturas, em todas as regiões, em todas as épocas, a presença
da música é incontestável na vida das pessoas, e os benefícios dela no
desenvolvimento humano também. Quando se fala em educação e infância esses
benefícios nos parecem ainda mais importantes, uma vez que a música pode ser uma
grande aliada no processo de ensino-aprendizagem.
A musicalização como um instrumento pedagógico e psicopedagógico é
abundantemente vantajosa, visando que quando a criança ouve uma música, ela
aprende uma canção, brinca de roda, participa de brincadeiras rítmicas ou de jogos e
recebe estímulos que a despertam diversas áreas do cérebro, fomentando o
desenvolvimento cognitivo, a consciência corporal, a socialização e segurança
emocional, estimulando a linguagem e alfabetização, integrando corpo e mente.
A delimitação do tema refere-se a importância da musicalização na educação
infantil e no trabalho psicopedagógico, por ser a educação infantil a base e pilar da
educação e do desenvolvimento, e no trabalho psicopedagógico sendo o mesmo de
atuar preventivamente para garantir que a escola seja um espaço de aprendizagem e
desenvolvimento, para isso interferindo de forma que busque solucionar possíveis
dificuldades e problemas de aprendizagem, nesse contexto a musicalização pode ser
uma aliada desses profissionais. Buscando entender como a música pode ser benéfica
nesses dois aspectos educacionais e se existem desafios para essa prática na
educação.
A música tem a capacidade de tornar o aprendizado prazeroso e estimulante,
entretanto levar a música para a escola é fundamental, tanto para beneficiar o processo
de ensino-aprendizagem como também para o desenvolvimento afetivo, cognitivo,
motor e de convívio social. Embora existam leis que garantem o ensino da música nas
escolas a mesma não se apresenta com muita visibilidade em nossa educação, a
preparação da escola e dos docentes para realizar essa prática é fundamental, sendo
dever do Estado o devido investimento para uma educação de qualidade.

Dessa forma o presente artigo tem como objetivo principal conhecer os


benefícios da música no desenvolvimento infantil e no ensino-aprendizagem, visando
analisar métodos de ensino que contribuam de forma relevante para essa prática e
demostrar que a musicalização pode ser benéfica e de suma importância na vida dos
seres humanos.
O tema abordado nos faz repensar o papel da música na educação e infantil e
também no trabalho do psicopedagogo, levantando temas como a importância e os
benefícios da música no desenvolvimento infantil, e também dos obstáculos da
implementação dessa prática pedagógica nas escolas, propondo que para a realização
da mesma seja necessário o empenho da escola, professores e de toda a comunidade
escolar. A relevância desse assunto justifica a escolha do tema, pois ainda é um
assunto pouco pautado, porém muito significativo que merece ser discutido e analisado.
Para isso foi feita uma pesquisa qualitativa, onde a metodologia adotada foi
pesquisas através de leituras de livros e artigos, sites e endereços eletrônicos.
1 A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO TRABALHO PSICOPEDAGOGICO.

A música acompanha a humanidade desde os primórdios, pois mesmo antes do


conceito música ter sido criado é possível afirmar que os homens das cavernas já
faziam suas próprias produções musicais inspirados em sons da própria natureza como
os sons dos pássaros, das folhas, dos rios e muitos outros.
A palavra música tem origem grega da expressão musiké téchne, que significa a
arte das musas, as musas eram seres celestiais ou divindades que inspiraram as artes
e as ciências, mas além de servir no âmbito religioso, a música teve várias funções no
decorrer da história, como para exaltar autoridades, para lutar e etc.
A música encaixa-se em diversos conceitos, ela é uma forma de arte que se
constitui na combinação de vários sons e ritmos, e está presente em todas as culturas e
nas mais diversas situações, é uma das formas mais significantes de expressão
humana, com o poder de transformação e desenvolvimento de diversos aspectos na
vida dos seres humanos, tanto no âmbito coletivo e individual, dando a eles o poder de
criar sons, ritmos e infinitas variações.
A música no Brasil formou-se a partir de elementos europeus, indígenas e
africanos, trazidos por colonizadores portugueses, escravos e jesuítas, elementos
esses que aqui fundiram-se formando a autêntica música brasileira com sua grande
variedade de estilos musicais. Os jesuítas como primeiros educadores do nosso país,
trouxeram valores e práticas para o conceito de educação do Brasil, durante esse
primeiro momento a educação musical estava diretamente ligada à igreja católica.
Em um segundo momento aplicou-se oficialmente o ensino de música nas
escolas públicas brasileiras o qual deveria abranger somente dois níveis, eram eles:
noções de música e exercício de canto. Ao decorrer de algumas mudanças na
educação musical no Brasil, como a implantação do canto coral nas escolas públicas,
surgiu oficialmente a disciplina “canto orfênico” nas escolas públicas do Rio de Janeiro,
implementada pelo compositor Heitor Villa-Lobos. Mais à frente, em meados do século
XX, foi promulgada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a
qual não mudou muito a proposta de educação musical anterior, mais além a mesma foi
substituída por uma nova LDB, e a música foi incorporada à disciplina de Educação
Artística, a qual abrange quatro áreas de caráter artístico: música, teatro, artes plásticas
e desenho. Isso fez com que a música fosse praticamente esquecida nas salas de
aulas por longo anos, mais recentemente dos dias atuais, em agosto de 2008 foi
aprovada a lei nº 11.769, a qual tornou obrigatório o ensino de música nas escolas de
educação básica, que prevalece até a atualidade, mas que ainda assim a musicalização
nas escolas ainda parece longe do ideal.
Através dessa breve colocação sobre a trajetória da música é possível afirmar
que a mesma é algo constantemente presente na vida da humanidade, por isso e por
outros diversos motivos que a musicalização se faz tão importante no ensino-
aprendizagem. O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI) nos
diz que:
A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações:
festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas etc.
Faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já na Grécia antiga,
era considerada como fundamental para a formação dos futuros cidadãos, ao
lado da matemática e da filosofia. A integração entre os aspectos sensíveis,
afetivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação e
comunicação social, conferem caráter significativo à linguagem musical. É uma
das formas importantes de expressão humana, o que por si só justifica sua
presença no contexto da educação, de um modo geral, e na educação infantil,
particularmente (BRASIL, 1998, p. 45).

A música é um conhecimento que amplia os campos a frente de um aluno, pode


incentivar a participação, a cooperação, socialização, e destruir as barreiras que
atrasam o desenvolvimento curricular do ensino. Quando se fala na musicalização na
educação infantil, estamos falando em inúmeras oportunidades para que a criança
aprimore suas habilidades.
Com todas as suas potencialidades a música tem muitos benefícios para o
ensino-aprendizagem, para o desenvolvimento escolar, para o desenvolvimento
humano, e tem muito a contribuir na educação, desde a educação infantil até os anos
finais, além de poder ser uma boa aliada no trabalho dos professores e também dos
psicopedagogos.
Para que seja melhor entendido todo esse processo benéfico da música no
desempenho da humanidade em geral é necessário conhecer também um pouco sobre
o desenvolvimento humano. O estágio fetal começa quando todos os órgãos e tecidos
básicos já existem em sua forma primitiva, sendo assim os sistemas orgânicos vão
tomando suas formas e funções de cada órgão, no quinto mês de gestão o bebê já
reage aos sons, como a voz da mãe que também é sentida através de vibrações no
interior do corpo, reage inclusive aos sons que vem de fora. Nos primeiros meses de
vida os bebês já conseguem distinguir claramente a voz da mãe de todas as outras ,
podendo demonstrar estranheza e desconforto ao ouvir sons que não lhe são
familiares, após os quatro mês de vida o bebê já começa a querer ficar mais sentado no
colo e não mais só deitado, gosta de segurar os próprios brinquedos, como um
chocalho e fazer barulho, balbucia alguns sons, ao decorrer dos meses o bebê bate
palmas, e balança o corpo conforme é estimulado ao ouvir músicas, como a do
“parabéns”, por exemplo.
Nos primeiros anos de vida a criança compreende e imita regras e rotinas
sociais, tem suas individualidades e preferências, começa a dar os primeiros passos e
construir sua autonomia e autoconfiança. E assim ao decorrer de sua infância a criança
desenvolve seus potenciais através de diversos estímulos.
Visto que os sons estão presentes na nossa vida mesmo antes do nascimento é
preciso compreender como eles influenciam no nosso cotidiano, principalmente quando
se diz respeito a infância e educação. A música como já vimos é o conjunto de sons e
ritmos e essa linguagem musical promove a integração entre o corpo e a mente, a
sensibilidade e a razão, a técnica e a criatividade.
A música desenvolve expressão e consciência corporal, a criança aprende a
coordenar seus movimentos em função dos diferentes ritmos, o que desenvolve sua
coordenação motora, a música possibilita que ela se expresse por meio do corpo,
podendo demonstrar o que ela sente ao ouvir o som, cantando e realizando
movimentos.
Promove a socialização e segurança emocional, nos primeiros meses de vida
geralmente a criança é exposta a canções de ninar, que são cantadas pelos pais ou por
seus cuidadores próximos, por exemplo, isso transmite a ela o afeto, o carinho e
segurança, quando na escola, essas canções podem estimular a segurança emocional
da criança, transmitindo a ela uma sensação de familiarização.
As brincadeiras com músicas, cantigas de roda, proporcionam a socialização
com os demais colegas e professores quando na escola, ou em qualquer ambiente com
outras crianças e adultos. Além de estimular a deixar de lado barreiras como a timidez e
insegurança, auxiliando também a resolver conflitos de convivência, como seguir regras
e cumprir ordens, para isso existem, e até mesmo podemos criar, músicas para
diversos momentos da rotina, como a hora do lanche, da história, a hora de guardar os
brinquedos, lavar as mãos e escovar os dentes, etc.
A musicalização auxilia também no desenvolvimento cognitivo como na
alfabetização, no desenvolvimento da linguagem, melhorando a concentração a
memória e o raciocínio. A etapa da alfabetização pode ser estimulada com canções,
como aquelas que rimam sílabas repetitivas, além de que as músicas infantis ajudam a
entender o significado das palavras. A linguagem é estimulada através da variação de
palavras, quanto mais exposta a novas palavras a criança estiver maior ampliação do
seu vocabulário, a música também entusiasma a falar novas palavras e até mesmo
aprimorar a dicção de palavras já conhecidas.
A diversidade e intensidade de sons, ritmos e timbres estimulam o cérebro
aumentando a memória e o raciocínio lógico, além de promover estímulos para a
concentração, pois os sons sensibilizam o cérebro fazendo-o relaxar e apreciar,
potencializando os níveis de concentração.
Como acrescenta Chiarelli (2005):
Por isso, é fundamental fazer uso de atividades de musicalização que explorem
o universo sonoro, levando as crianças a ouvir com atenção, analisando,
comparando os sons e buscando identificar as diferentes fontes sonoras. Isso
irá desenvolver sua capacidade auditiva, exercitar a atenção, concentração e a
capacidade de análise e seleção de sons. (CHIARELLI, 2005. p. 5)

Com todos os benefícios da musicalização na prática pedagógica e no ensino-


aprendizagem é valido lembrar da importância da música também como instrumento de
trabalho do psicopedagogo, uma vez que a música desperta o lúdico, estimula e
aperfeiçoa conhecimentos.
Considerando a formação do psicopedagogo e seus conhecimentos acerca das
deficiências, a musicalização pode ser direcionada para necessidades específicas de
cada aluno, aprimorando e potencializando o aprendizado dos mesmos em outras
disciplinas. Como cita Mello:
O processo educativo permeia aspectos necessários ao desenvolvimento e
crescimento humano. A Psicopedagogia está relacionada à aprendizagem,
incluindo a musical, auxiliando na identificação das dificuldades de
aprendizagem e oferecendo opções de intervenção (Mello, 2011, s/p).

A música se utilizada como meio de comunicação não-verbal, é uma linguagem


que facilita a expressão de sentimentos, uma vez que o aluno possua alguma
dificuldade de comunicação verbal, trabalhar com essa percepção auditivo-visual
através dos sons, possibilita a experiência de estímulos sensoriais que lhe
proporcionarão um maior desenvolvimento. Em alguns tipos de transtornos onde não é
aceito o contato físico e até mesmo o contato visual direto são facilitados com
intermédio da música, já que muitas vezes pode ser proposto que o corpo seja o próprio
instrumento musical, além disso a música trabalha com o conhecimento da própria
identidade, permite conhecer o próprio corpo e seus limites.

Em deficiências físicas, com dificuldades de locomoção pode ser usado


instrumentos adaptados e até mesmo confeccionado pelo próprio psicopedagogo, que
estimule a psicomotricidade, a própria música já tem o seu poder de despertar o
interesse em se movimentar, com a ajuda de profissionais e da família esse estimulo
torna-se muito mais atrativo.

É de suma importância manter o foco sempre no aluno, valorizar a infância e as


individualidades de cada um, trabalhar sempre respeitando os limites e preferência de
cada discente, adaptar as atividades de acordo com cada necessidade, é essencial que
se faça um trabalho minucioso, para que o aprendizado se torne prazeroso e atrativo,
dessa o desenvolvimento se tornará ainda mais satisfatório.

O ensino da música tem caráter interdisciplinar, o que dinamiza o processo de


ensino-aprendizagem, garantir a presença da música nos currículos consiste não
apenas em uma formação com intuito de ensinar música e instrumentação musical,
consiste em oferecer estímulos e inúmeras e diversificadas vivencias que a música
pode proporcionar, pois para a criança a música representa muito mais do que uma
forma de expressão e integração com o meio, ela é um elemento que possibilita
desenvolver habilidades, estímulos e muita aprendizagem de forma lúdica.

Entretanto a educação musical enfrenta muitos desafios, segundo o Referencial


Curricular Nacional para a Educação Infantil:

Constata-se uma defasagem entre o trabalho realizado na área de Música e


nas demais áreas do conhecimento, evidenciada pela realização de atividades
de reprodução e imitação em detrimento de atividades voltadas à criação e à
elaboração musical. Nesses contextos, a música é tratada como se fosse um
produto pronto, que se aprende a reproduzir, e não uma linguagem cujo
conhecimento se constrói (RCNEI, 1998, p. 47).

Nesse contexto os obstáculos do ensino da música e implantar a musicalização


nas salas de aula brasileiras, são vários, que começam desde a formação dos
professores, e não se fala aqui em formação especifica para ministrar aulas de músicas
e instrumentação, mas até mesmo pela falta de conhecimento de muitos sobre a real
importância da música no desenvolvimento humano.

Amplia-se também essas barreiras às escolas, que por muitas vezes não tem
estruturas de proporcionar desde materiais qualificados até espaço físico adequado
para que o psicopedagogo institucional possa realizar um trabalho adequado, por
exemplo.

Avançando essas dificuldades também para o entendimento de toda a


comunidade escolar, principalmente no que diz respeito às famílias, que por sua vez
acaba não compreendendo todo esse significado da música para o crescimento
educacional das crianças, por vezes, cobram a escola e os docentes por ver trabalhos
no papel, sem contar que a importância da escola vai muito além de passar o dia
sentado à frente de uma classe produzindo materiais concretos.

A cobrança por uma educação de qualidade tem sido feita, mas a ânsia de suprir
essas necessidades tem feito com que muitos educadores deixem de observar a real
essência da educação, ela vai muito além do saber ler e escrever, do português, da
matemática e ciências, a educação de qualidade também preza pela formação moral
dos indivíduos, pelo desenvolvimento de valores e princípios, pelo zelo em formar
cidadãos, críticos, responsáveis e éticos.

A música se justifica por si só, a sua importância, e cabe ao Estado e poderes


públicos o devido investimento necessário para uma boa qualidade educacional. Cabe
a escola e aos docentes criar métodos para solucionar esses tantos desafios da
musicalização na educação, cabe a escola um projeto político pedagógico bem
preparado e elaborado para aplicar esse método de ensino dentro das salas de aula,
cabe também a instituição oferecer aos docentes a formação continuada com mais
enfoco na música como instrumento de ensino-aprendizagem, cabe à mesma também
promover à comunidade escolar conversas, seja por meio de reuniões e/ou palestras
que possibilite ampliar a visão da família sobre a educação e sobre a importância da
música no desenvolvimento infantil e no trabalho psicopedagógico.

Cabe aos professores a busca do conhecimento de como utilizar essa


ferramenta tão acessível e tão prazerosa para a educação, pois existem diversas
formas de trabalhar a musicalização na educação infantil que vai desde o berçário até a
educação superior, pois a música pode ser trabalhada em qualquer fase da vida do ser
humano, em qualquer idade e nível de escolarização.

Existem diversas formas de se trabalhar a música em todos os níveis, nos


primeiros anos da educação infantil, nos berçários, a música pode ser usada na hora de
dormir, em forma de canção de ninar para proporcionar o afeto e o aconchego, na hora
da alimentação para despertar o interesse pelo alimento, nos maternais pode ser usada
para ajudar com as regras de convivência, como na hora de guardar e dividir os
brinquedos, na hora de cumprimentar e despedir dos colegas e professores, na hora de
fazer a higiene e das refeições, nos jardins tem todas as possibilidades já citadas como
forma de reforçar, as regras e afazeres, podemos também citar parlendas, poemas e a
sonorização de histórias.
A musicalização tem uma gama enorme, podendo citar aqui poucos desse vasto
campo de aprendizagem com a música, vai depender da criatividade e engajamento do
professor que mesmo sem os recursos ditos necessários, pode procurar materiais
disponíveis na sala de aula ou que se encontre no pátio da escola como sementes,
folhas secas, pedrinhas, água, bacia, diferentes tipos de papel, caixas de papelão,
plásticos, enfim, tudo o que produz som pode ser transformado em material para
sonorização. Pois a musicalização é multidisciplinar e está associada a diversas áreas
do conhecimento, e devemos recordar que

Quando falamos em desenvolvimento cognitivo-musical, estamos falando não


apenas no desenvolvimento do cérebro ou de habilidades que fazem parte dos
testes tradicionais de inteligência, mas do desenvolvimento da mente como um
todo, já que o desenvolvimento humano não deve estar dissociado de outros
contextos como, por exemplo, o contexto social. O estudo do desenvolvimento
cognitivo-musical é muito complexo e deve, necessariamente, incluir aspectos
psicológicos, sociais, culturais, emocionais, motores e físicos, entre outros
(ILARI, 2006, p. 294-5).

Portanto a música é capaz de expressar e comunicar sensações, sentimentos e


pensamentos e por isso se faz tão importante no âmbito educacional.

2 CONCLUSÃO

Este trabalho buscou entender os aspectos favoráveis que o ensino de música


pode proporcionar às crianças da educação infantil, podendo compreender que a
música como auxilio pedagógico usado para o desenvolvimento infantil é fundamental.
O ensino de música nas escolas públicas ou particulares, podem diferenciar no
currículo escolar, abrindo portas e possibilitando o acesso às novas culturas, à
informação e ao conhecimento, à interação e socialização com o meio, e a participação
na produção da linguagem social.

Vimos que a música tem muito a colaborar como material pedagógico, tanto nas
salas de aula convencionais como em salas de recurso, por exemplo, sendo uma boa
aliada no trabalho do psicopedagogo.
O ensino de música aqui discutido não é o de formação de instrumentistas,
concertistas e nem dominar instrumentos ou cantar na pretensão uma carreira
profissional como músico, mas sim almejando o progresso da criança através dos
benefícios que música pode proporcionar.

Observamos também que existem desafios e obstáculos quanto a musicalização


nas escolas, e que o papel do professor e da instituição de ensino está diretamente
ligada com a formação pessoal de cada indivíduo, desta forma vemos que o professor
junto à escola possui a grande missão de estruturar uma nação sem desigualdades, de
formar seres humanos melhores, de proporcionar vivências e aprendizados e acima de
tudo construir a autonomia e o pleno desenvolvimento dos seus discentes, entretanto
apontamos no presente trabalho, métodos que a escola e professores podem recorrer
para superar esses desafios e melhor implementar a musicalização nas escolas. Como
menciona o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:

Integrar a música à educação infantil implica que o professor deva assumir uma
postura de disponibilidade em relação a essa linguagem. Considerando-se que
a maioria dos professores de educação infantil não tem uma formação
específica em música, sugere-se que cada profissional faça um contínuo
trabalho pessoal consigo mesmo no sentido de sensibilizar-se em relação às
questões inerentes à música; reconhecer a música como linguagem cujo
conhecimento se constrói; entender e respeitar como as crianças se expressam
musicalmente em cada fase, para, a partir daí, fornecer os meios necessários
(vivências, informações, materiais) ao desenvolvimento de sua capacidade
expressiva.

Assim concluo que essa pesquisa pode influenciar de forma significativa


para que seja repensado o papel da música na educação e infantil e também na
psicopedagogia, compreendendo que a musicalização tem um papel relevante no
ensino-aprendizagem e também reconhecendo que a formação e qualificação dos
professores é fundamental para que possamos oferecer uma educação de
qualidade, proporcionando o desenvolvimento a autonomia e progresso infantil,
formando cidadãos críticos, responsáveis e construtivos.

3 REFERÊNCIAS
A importância da música na Educação Infantil;
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/a-importancia-musica-na-
educacao-infantil.htm
Acesso em 24 de outubro de 2020.

A música no contexto da Psicopedagogia e a utilização de instrumentos musicais


como ferramentas de aprendizagem;
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/10/a-musica-no-contexto-da-
psicopedagogia-e-a-utilizacao-de-instrumentos-musicais-como-ferramentas-de-
aprendizagem
Acesso em 24 de outubro de 2020

BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a


Educação Infantil. 1°. Volume. Brasilia: MEC/SEF, 1998. Pg. 67

BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a


Educação Infantil. 3°. Volume. Brasília: MEC/SEF, 1998. Pg. 45

BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a


Educação Infantil. 3°. Volume. Brasília: MEC/SEF, 1998. Pg. 47

CHIARELLI. L. K. M. A música como meio de desenvolver a inteligência e a


integração do ser. Instituto Catarinense de Pós-Graduação. Revista Recre@rte Nº3
Junho 2005.

Ensino de música será obrigatório – MEC; http://portal.mec.gov.br/ultimas-


noticias/222-537011943/11100-sp-433581153. Acesso em 25/10/2020
Acesso em 25 de outubro de 2020
ILARI, Beatriz Senoi. Desenvolvimento cognitivo-musical no primeiro ano de vida.
In: Em busca da mente musical: Ensaios sobre os processos cognitivos em música – da
percepção à produção. Beatriz Senoi Ilari (Org.). Curitiba: editora da UFPR, 2006

LEI Nº 11.769, DE 18 DE AGOSTO DE 2008.;


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11769.htm
Acesso em 25 de outubro de 2020.

MELLO, Maria I. de S. A. A música como instrumento de intervenção


psicopedagógica. Venletrarte. Anais. Campos dos Goytacazes/RJ, outubro de 2011.

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