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RESUMO
ABSTRACT:
Games and games have been considered of great importance for early childhood
education programs. The main function of this paper is to directly and simply address
the issue of play in early childhood education. The present work was structured in
three chapters: the first one tries to explain the true reason of the games being
inserted in the pedagogical work in this age group; the second addresses clearly the
importance of playfulness; and the third and last chapter, shows examples of games
and games that help the teacher in the performance of his work. Therefore, the better
the educators and parents understand the play, the better the children's development
at this stage.
[...] os animais brincam tal como os homens... Convidam-se uns aos outros
para brincar mediante um certo ritual de atitudes e gestos. Respeitam a regra
que os proíbe morderem, ou pelo menos com violência, a orelha do próximo.
Fingem falar zangados e, o que é mais importante, eles, em tudo isto, parecem
experimentar um imenso prazer e divertimento.
A criança utiliza a atividade lúdica não apenas como reflexos, mas como uma
atividade que lhe permitirá futuramente obter algumas noções básicas para seu
convívio em sociedade.
O jogo possui funções muito importantes no aprendizado das crianças
pequenas, principalmente porque tem uma função vital para o indivíduo, não só para
distração e descarga de energia, mas como forma de assimilação da realidade, pois é
jogando que a criança aprende a respeitar regras e a assimilar a ideia de que nem
sempre se ganha, às vezes se pode perder.
Os jogos podem ser classificados de diversas maneiras, depende do critério
adotado por seus estudiosos. São vários os autores que abordam em seus estudos
este tema amplo e mágico. Eles tentam explicar sua origem e buscam classificá-los de
acordo com que acreditam que eles possam se agrupar. Dentre esses pesquisadores
estão: Henri Wallon, Roger Caillois, Claparède, Karl Groos, Grandjouan, Quérat, Stern,
Bühler e Jean Piaget. Em particular, será citada a classificação de Jean Piaget, pois
suas implicações têm forte ligação com a Educação Infantil.
Piaget acredita que o jogo é essencial na vida da criança. Nos primeiros anos
de vida, a criança tem o jogo de exercício sensório-motor, que é aquele em que ela
repete uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos. Em
torno dos 2 aos 3 e dos 5 aos 6 anos, nota-se a ocorrência dos jogos simbólicos, que
satisfazem a necessidade da criança de não somente relembrar mentalmente o
acontecido, mas de executar a representação. Depois surgem os jogos de regras, que
são transmitidos socialmente de criança para criança e por consequência vão
aumentando de importância de acordo com o progresso do desenvolvimento social,
constituindo expressão e condição para o desenvolvimento infantil, uma vez que as
crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade.
Jean Piaget elaborou sua classificação baseada na evolução das estruturas
genéticas, pois as três classes de jogos (de exercício, de símbolo e de regras)
correspondem a três fases do desenvolvimento mental da criança.
O impulso lúdico acontece na criança logo nos primeiros meses de vida, na
forma do chamado jogo de exercício sensório-motor. Do segundo ao sexto ano de vida
predomina sob a forma de jogo simbólico. E a partir da etapa seguinte, através do jogo
de regras.
De acordo com Bee (2003, p. 202):
Piaget descreve que por volta do segundo mês de vida, começam a aparecer
as “reações circulares”, onde a criança provoca involuntariamente um fato, tentando
repetir algo que tenha acontecido, iniciando assim suas primeiras ações coordenadas.
Esta é a fase em que a estimulação visual e sonora devem ser realizadas, onde as
conversas com o bebê são muito importantes.
Quando a criança chega aos quatro meses, surgem as ações intencionais,
desenvolve-se a coordenação óptico-manual e a preensão palmar. Já por volta dos
seis meses, acontece a aquisição da noção de permanência do objeto, onde a criança
começa a perceber que os objetos continuam existindo, mesmo que ela não os veja.
Se escondermos um objeto embaixo de uma fralda, por exemplo, ela irá procurá-lo.
O campo de ação da criança é ampliado dos oito aos doze meses, onde ela já
senta e já é capaz de passar os objetos de uma mão para a outra. As ações que antes
eram apenas exploratórias agora são manipulatórias. Nas brincadeiras manipulativas,
as crianças manuseiam brinquedos de maneira independente, pois elas já possuem a
capacidade de preensão das mãos.
Essa forma de atividade lúdica ultrapassa os primeiros anos da infância, pois
ela reaparece durante toda a infância, e até mesmo na fase adulta do indivíduo. Isso
acontece sempre quando um novo poder ou uma nova capacidade são adquiridos.
As brincadeiras motoras também se desenvolvem, nas crianças maiores,
ações musculares amplas, como correr, saltar ou andar de triciclo, que as ajudam a
desenvolverem suas habilidades motoras ou a aprenderem a usá-las em situações
novas.
3.2- Jogo simbólico
O jogo simbólico se manifesta na criança no período compreendido entre os
dois e os seis anos, aparecendo na forma de jogo de ficção ou imaginação, e de
imitação. Durante o desenvolvimento da imaginação, um cabo de vassoura, por
exemplo, pode se transformar em um cavalo; uma caixa de fósforos num carro, e um
caixote num trem muito bem elaborado. E durante o desempenho de papéis ou
imitação, o brincar de mãe e filho, de professor e aluno, de médico, tornam-se
brincadeiras ricas, que vão proporcionar à criança momentos mágicos de criação.
A função desse tipo de atividade lúdica consiste em satisfazer a criança por
meio da transformação do real em função da realização dos desejos, onde a criança,
brincando, refaz sua vida, corrigindo-a de acordo com o que ela pensa, revivendo
todos os prazeres e conflitos através da ficção. Assim, assimilar a realidade é uma das
principais características do jogo simbólico.
Segundo Rizzi e Haydt (2007, p.13):