Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
É fundamental que a música seja inserida na vida da criança logo na primeira infância.
Sua assimilação acontece de forma recreativa, através de gestos, corpo, audição,
fala e pela criatividade, pois, a música está associada a ludicidade. Ela inda influencia
2
Apesar do produto final ser sempre a música, está pode ser utilizada para o estudo de
diferentes disciplinas, aspectos cognitivos, conhecimentos lógicos e sociais podem e
devem fazer parte dessa relação, ampliando através da arte, conhecimentos de outros
temas que parecem ser distintos, mas que estão interligados. A necessidade de uma
metodologia eficaz é essencial para auxiliar principalmente as crianças e adolescentes
a trabalharem suas percepções e integração na sociedade.
2. A MÚSICA
Pesquisas apontam ainda que tanto ouvir música quanto tocar um instrumento
contribui para o desempenho, desenvolve habilidades em matemática, leitura e
compreensão de texto e a capacidade do trabalhar em equipe, como é o exemplo de
quem toca em um grupo, banda ou orquestra. Ou seja, para que o resultado esperado
aconteça, é primordial que cada indivíduo aprenda a ouvir e executar o seu
instrumento com os demais participantes.
O estudo publicado pela revista Psychology of Music1 (2009) mostrou que a exposição
a música pode estimular o cérebro aumentando a capacidade de memória. Além
disso, um teste com 22 crianças entre 3 e 4 anos foi realizado, e esses indivíduos que
receberam aulas de teclado e canto durante um determinado período, e outro grupo
de 15 crianças com a mesma faixa etária não foram expostos ao aprendizado durante
o mesmo tempo. O resultado foi surpreendente, o grupo exposto ao ensino musical
aprimorou suas habilidades de espaço-temporal em 34% a mais do que as demais
crianças.
GAINZA (1988) afirma ainda que a conduta musical pode refletir diferentes aspectos
e níveis de interação em etapas distintas da vida, proporcionando relações e reações
diversas. Por exemplo: uma criança bem pequena comumente atuará como receptora
destes sons, pois suas informações são passadas através do choro e de reações
como o tampar dos ouvidos. Já em sua fase escolar percebe-se que esta não costuma
escutar os sons que ela mesmo produz, por isso, sua reação é gritar quando canta,
bater nos instrumentos externando assim sua energia física e afetiva, além de explorar
os sons do mundo. Já na pré-adolescência normalmente este individuo evita gritar e
talvez prefira nem cantar.
1Psychology of Music é um periódico acadêmico criado em 1973 que publica até os dias atuais artigos
no campo da psicologia da Música.
4
Todavia, já na adolescência pela ansiedade natural este coloca na música sua mente
e seu afeto, seu sistema corporal naturalmente deseja aprender e reaprender. Por
isso, é tão comum o despertar para a música nessa fase. Já o adulto manifesta uma
série de reações bem específicas diante de um som e de uma música. É notado que
independente da fase da vida essa conduta musical refletirá diferentes aspectos e
níveis de integração.
3. MÚSICA NA ESCOLA
Por isso, o professor precisa estar atento as diferenças culturais, as suas facilidades
e também dificuldades relacionadas as estas atividades; mas é fundamental ainda,
que este possibilite seus alunos a novas experiências para chegar a outros níveis
desejados de aprendizagem.
5
A prática social da música é tão antiga que pesquisadores acreditam que surgiram
assim que o ser humano começou a se reunir em bandos. Na Grécia Antiga por
exemplo, o coral era associado ao teatro e quem participa afirmava que a prática
melhorava o ouvido e enriquecia a cultura geral. O canto por exemplo, aprimora a
propriocepção ou consciência corporal que nada mais é do que a capacidade de
reconhecer seu próprio corpo, entender a respiração e cada movimento muscular,
além do desenvolvimento fonético.
Tocar ou cantar uma canção parece simples, mas é necessário pensar o que se
deseja passar e o qual reação se espera do ouvinte. Apesar de abstrato, ela pode ser
previsível ou não. Por exemplo, ao executar uma música movida, comumente
possibilitamos ao ouvinte sensações de alegria, em contrapartida, se tocamos uma
música triste podemos passar essa sensação também. E isso não está ligado somente
pela execução da obra, mas, pelas características de construção, melodia, tonalidade,
entre outros fatores. É como se cada canção fosse o protagonista de uma história!
Após vivenciar isso, se você assistir o mesmo trecho agora com áudio perceberá o
quanto ela é importante e faz total diferença neste contexto, pois, muitas vezes nossas
sensações de medo, suspense, tristeza, aflição, angústia, começam antes mesmo da
cena de fato acontecer, somente pela música nossas impressões e emoções
começam naturalmente a se manifesta.
A geografia por exemplo pode ser pauta em determinados momentos, com canções
que falam de diferentes temáticas, desde a migração, vegetação, guerras até a
globalização. Ou na ciência com temas que falam sobre genética, meio ambiente
entre outros. No quadro a seguir é possível analisar alguns exemplos de músicas que
abordam temas interdisciplinares, que podem ser agregados ao estudo musical
associados a outras disciplinas:
7
Apesar de você — Chico Riacho do Navio — Luiz Spyro Gyro — Jorge Ben
Buarque; Gonzaga e Zé Dantas; Jor;
4.2 A SOCIABILIDADE
Como o próprio nome sugere, coral, remete a "cores" causando um efeito sinestésico,
dando a combinação das vozes um efeito colorido sonoro. Tem como objetivo a
execução das vozes em harmonia, de uma forma sucinta, exigindo combinações
diferentes que permitem uma experiência única, inebriante, experimentando ainda
efeitos sonoros causados por estas combinações. A inclusão de uma pessoa no grupo
estabelece laços, trocas de saberes, influenciando ainda a visão de si próprio e sua
sociabilidade.
O estudo realizado pela Oxford Brookes University, publicado em 2013, avaliou 375
pessoas que cantavam em corais, cantavam sozinhos ou praticavam esportes. O
resultado, revelou que todas as atividades proporcionam bem-estar, no entanto, os
membros do coral são ainda mais beneficiados. Outro estudo realizado pelo
departamento de Psicologia Experimental da Universidade de Harvard nos EUA
apontou que cantar aumenta a produção de endorfina, que está diretamente ligada a
resistência a dor e a sensação de prazer.
Seja no instrumento, seja a música feita no próprio corpo, seja utilizando a voz, não
importa a forma de reprodução, os resultados são sempre surpreendentes e
extremamente satisfatórios.
9
5. O PROFESSOR REGENTE
Ensinar sem dúvida é um processo que requer empenho! O professor precisa estar
em constante formação e para o âmbito musical isso é ainda mais necessário.
Vasconcelos (2003) afirma que para verdadeiramente um professor atuar, é
necessário considerar a realidade da sala de aula e de seus alunos. Por isso, além
é primordial ainda ressaltar que cada aluno possui sua individualidade, por isso a
resposta de aprendizado e desenvolvimento de cada um será diferente,
principalmente em determinas situações. Nesta hora é basal uma metodologia
diferenciada, além de outros elementos que podem influenciar diretamente neste
resultado.
Este profissional é sem dúvida nessa ação o ator contribuinte para este processo de
escolarização, auxiliando no desenvolvimento humano no processo educacional
desses indivíduos para melhoria das relações interpessoais e dinâmicas de grupo.
Neste processo de formação humana de maneira transversal os conteúdos
pedagógicos trabalhados pelas instituições de ensino são fundamentais e por isso
mais do que nunca é necessário a busca de profissionais capacitados para exercerem
este papel. Brito (2003, p.74) afirma que os objetos sonoros e também outros
10
Quando um aluno tem acesso a linguagem musical este será capaz de desenvolver
conhecimentos e aperfeiçoá-los através do tempo. Vygotsky (1994), afirma ainda que
uma criança pode desenvolver sua zona de desenvolvimento proximal potencial com
o auxílio de um adulto. Então observa-se que os processos de desenvolvimento já
são produzidos. Por isso, oferecer conhecimentos musicais a estes indivíduos pode
torná-los futuramente um amante da música.
Segundo Pena:
CASALS (1970), citado por WOLF (1988) afirma que nunca traçou uma linha divisória
entre o ensino e o aprendizado. O professor deve saber mais que seu aluno, mas,
ensinar é também aprender. Por isso, ensinar música vai além da ação mecânica, o
que se houve deve ser o produto final e não o início do trabalho. Por isso, é comum
dizermos que o instrumento é a extensão do nosso corpo, sendo então uma forma de
expressão social, cultural e também emocional.
Segundo SALDAÑA (2017) quase 50% dos professores do ensino médio no país
ministram aulas de disciplinas para as quais não possuem formação específica. Um
11
problema que cada vez se torna mais corriqueiro e afeta principalmente a redes
públicas. E com a música não é diferente!
Falar de educação musical é falar sobre grandes desafios, que vão além dos
conteúdos e metodologias e profissionais verdadeiramente capacitados para esta
atividade. Por isso é de extrema importância que o professor seja devidamente apto,
sua formação valorizar paradigmas, promove reflexões, assumindo a
responsabilidade de investir em seu próprio desenvolvimento profissional. Um
profissional inexperiente ou despreparado pode acarretar vários danos não somente
no resultado final musical, mas o não aproveitamento de todas possibilidades que
seus alunos podem oferecer somado a todo conhecimento adquirido dentro e fora da
escola.
7. CONCLUSÃO
Sua responsabilidade como facilitador é permitir condições para que seus alunos
desenvolvam um pensamento crítico e lógico, permitindo que possam reparar seus
próprios erros e possibilitando sua criatividade, ao invés de exigir uma linha de
raciocínio única.
É fundamental ainda que o professor entenda sua importância e assuma seu papel
neste processo constante e interdisciplinar que a Música pode proporcionar.
14
8. REFERÊNCIAS
PENNA, Maura. Música(s) e seu ensino. 2ª Ed. Porto Alegre: Sulina, 2014, p. 21.
SAUDAÑA, P. Quase 50% dos professores não têm formação na matéria que
ensinam. 2017. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2017/01/1852259-quase-50-dos-
16