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dez-2021-grad-ead/)

Ciclo 3 – Contracantos Ativos e Passivos

Objetivos
• Compreender os conceitos de contracantos ativos e passivos.
• Conhecer as possibilidades da linha do baixo e sua importância maior, como
um contracanto.
• Trabalhar técnicas de arranjo para vozes, coro e suas especi�cidades.
• Proporcionar habilidades nos arranjos para coro infantil.
• Re�etir sobre as possibilidades de arranjos para os diversos tipos de coro e vo-
zes heterogêneas.

Conteúdos
• Contracantos ativos e contracantos passivos.
• A linha do baixo.
• Uma linha do baixo mais cantante.
• Como trabalhar arranjos pensando em vozes adultas e infantis.

Problematização
Contracantos: quais são os caminhos para criá-los? Qual a diferença entre um con-
tracanto ativo e um passivo? A linha do baixo é a mais importante dentro de um
arranjo? Por quê? Escrever para coros: quais as possibilidades e impossibilidades,
pensando em seu caráter pedagógico e didático?

Orientação para o estudo


Tenha em mente os conteúdos sobre arranjos, estudados nos ciclos 1 e 2, pois eles
serão úteis para compreender os problemas que possam surgir a frente. Este novo
ciclo fornecerá visões e abordagens diferentes a respeito da construção melódica, a
�m de criar contracantos e novas vozes, bem como trabalhá-las harmonicamente.
Procure, conforme acompanha o texto, acessar os links propostos, com conteúdos
que agregarão aos temas abordados no decorrer do nosso estudo.

1. A Linha do Baixo

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Antes de iniciarmos nosso estudo sobre a linha do baixo, devemos entender o con-
ceito de contracantos, que são, basicamente, linhas melódicas que se relacionam em
paralelo, porém harmoniosamente, com a linha melódica principal.

O mais notório de todos os contracantos é a linha do baixo, ou seja, a voz mais grave
da tessitura do arranjo/obra musical. Isso porque, por se opor, em geral, diametral-
mente à melodia - que quase sempre ocupa as vozes agudas, se não a linha mais
aguda no espectro de alturas de uma peça -, a linha do baixo é facilmente ouvida.

Assim, podemos entender que, por razões acústicas, a linha do baixo acaba por de-
terminar a harmonia de uma peça musical ou arranjo, uma vez que as notas graves,
quando soam, possuem mais harmônicos audíveis, ou quase audíveis, que as notas
mais agudas em seu espectro sonoro. Desse modo, em um contexto de música tonal,
as consonâncias e dissonâncias relacionam-se harmonicamente, de modo que essa
linha possa conduzir o ritmo harmônico de uma peça ou arranjo musical.

Para a construção de uma linha do baixo e�caz na condução da harmonia, é preciso


manter em mente duas coisas: diatonismo (caminho por graus conjuntos) e a har-
monia do arranjo.

Inicialmente, podemos determinar que as notas principais da linha do baixo, em


contraponto com a melodia principal, sejam notas pertencentes ao acorde - prefe-
rencialmente, a tônica ou a terça. Tais notas devem ser distribuídas nos tempos for-
tes que, em contraponto, são chamados de Thesis (FUX, 1965).

Observe a Figura 1, na qual o baixo é construído a partir das notas fundamentais dos
acordes da harmonia:

Fonte: Silva (2016).

Figura 1 Linha do baixo construída sobre notas fundamentais dos acordes.

Além disso, assista ao vídeo a seguir, que aborda como criar harmonias, a partir dos
graus principais da escala.

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Com a �nalidade de enriquecer a linha do baixo e torná-la melódica, podemos elimi-


nar os saltos provenientes do uso exclusivo das notas principais dos acordes, por
meio da utilização de notas de passagem ou outras notas estranhas, como bordadu-
ras. Lembre-se de que o contraponto consiste em construir melodias, e estas têm,
quase sempre, apelo vocal, isto é, caminham por graus conjuntos.

As notas estranhas devem vir, preferencialmente, nos tempos fracos que, em contra-
ponto, são chamados de Arsis (FUX, 1965).

Veja o exemplo da Figura 2: é praticamente o mesmo que o anterior, com a diferença


de terem sido acrescentadas "notas de passagem" na "linha do baixo". Perceba que a
linha do baixo �cou mais "cantabile", caminhando por graus conjuntos e fazendo
contraponto em relação à melodia.

Fonte: Silva (2016).

Figura 2 O baixo mais cantante, com bordadura e notas de passagem.

Para compreender melhor sobre bordaduras e notas de passagem, assista ao vídeo a


seguir:

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Ainda com a �nalidade de enriquecer a linha do baixo, é possível inverter os acor-


des, usando outras notas que não a fundamental, inclusive notas dissonantes.
Contudo, é preciso ter cuidado ao utilizar dissonâncias nos tempos fortes (Thesis),
pois, quanto mais dissonante a nota do baixo for no acorde (sétima, nona, décima
terceira, por exemplo), mais instável a harmonia �ca. Isso se deve, sobretudo, a ques-
tões acústicas, posto que a série harmônica mais grave está mais distante das notas
dissonantes, que estão sobre a nota do baixo e, por questões culturais, são relaciona-
das às regras de contraponto.

A seguir, temos um vídeo sobre a construção da linha do baixo, a partir da inversão


de acordes.

Assim, as dissonâncias na linha do baixo podem ser utilizadas como elemento mu-
sical enriquecedor, mas é preciso estar atento para que não se desestabilize a har-
monia.

A resolução das dissonâncias, em termos de regras de contraponto, e o seu uso com


parcimônia mostram-se e�cazes ao criar uma linha do baixo rica e interessante.
Como dica, convém evitar o uso de dissonâncias, em tempo forte, na linha do baixo,
em gestos cadenciais e na �nalização de arranjos.

Observe a Figura 3 a seguir.

Fonte: Silva (2016).

Figura 3 Tratamento contrapontístico da linha do baixo, com uso de dissonâncias em contratempos e notas de passagem.

Outras linhas de contracanto dizem respeito a vozes intermediárias (GUEST, 2010),

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mas que, não necessariamente, vêm entre a melodia principal disposta na voz mais
aguda e a linha do baixo. São chamadas "intermediárias" porque se relacionam con-
trapontisticamente com a melodia principal, sem, contudo, sobrepujá-la.

2. Contracantos passivos e contracantos ativos


Segundo Guest (2010), os contracantos intermediários são divididos em duas catego-
rias, a saber: contracantos passivos e ativos. Vamos conhecê-los melhor a seguir.

Contracantos passivos
Trata-se de linhas melódicas que se relacionam, harmonicamente, à melodia princi-
pal e cujo ritmo respeita o ritmo harmônico (tempo que demora até se passar de um
acorde a outro), sem sinuosidades, não caminhando paralelamente, em termos rít-
micos, com a melodia principal, embora algumas pontuações melódicas, que podem
funcionar como respirações ou ataques (convenções), possam aparecer, também,
nesse tipo de contracanto (GUEST, 2010).

Note que, no exemplo da Figura 4 a seguir, a voz superior da mão esquerda funciona
como um contracanto intermediário passivo, posto que caminha contrapontistica-
mente à melodia, mas, em termos rítmicos, acompanha o ritmo harmônico da peça.

Por vezes, a própria linha do baixo pode funcionar como um contracanto passivo,
sobretudo em texturas com pouca mobilidade melódica nos acompanhamentos
(GUEST, 2010).

Fonte: Silva (2016).

Figura 4 Exemplo com o contracanto passivo informado na voz do barítono.

Contracantos ativos
Resumem-se em linhas melódicas independentes, em termos rítmicos e discursi-
vos, mas que se relacionam harmonicamente à melodia principal, aproveitando al-

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guns de seus gestos e motivos.

Podem ensejar pequenos pontos de imitação ou trazer uma ideia diferente da ideia
melódica apresentada (GUEST, 2010).

No exemplo a seguir, a voz superior da mão direita funciona como contracanto ativo.
Observe a Figura 5:

Fonte: Silva (2016).

Figura 5 Contracanto ativo na mão direita do piano, em voz superior à melodia.

Sugerimos, agora, que você faça uma pausa na sua leitura e re�ita sobre sua apren-
dizagem, realizando a questão a seguir:

3. A voz humana
As vozes humanas são classi�cadas segundo sua tessitura e região de brilho vocal,
ou seja, onde a voz tem mais projeção de som. Inicialmente, são divididas em vozes
masculinas e femininas. Para trabalharmos neste material, utilizaremos como refe-
rência o livro Arranjo - método prático, de Ian Guest (2010).

As vozes femininas são subdivididas em: soprano, mezzo-soprano e contralto, sendo


a primeira mais aguda, a segunda, média, e a terceira, mais grave. As vozes masculi-
nas são subdivididas em tenor, barítono e baixo, igualmente da mais aguda para a
mais grave. Classi�cações mais especí�cas podem surgir no âmbito da música ope-
rística, sobretudo na classi�cação dos solistas (como soprano lírico coloratura, por
exemplo), mas, para �ns de orquestração e escrita para coro, a divisão em seis vozes
basta.

A voz e o coro
Normalmente, os corais são escritos a quatro vozes, a saber: soprano, contralto, tenor

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e baixo, ou seja, dois naipes masculinos e dois femininos, distanciando-se, em ter-


mos de alturas de notas, em uma oitava. Contudo, não é difícil encontrar formações
e repertórios a três, duas ou uma voz, dependendo do nível técnico do coral, ou, ain-
da, corais masculinos ou femininos apenas.

Coral amador
No caso de um grupo coral amador, se o grupo cantar apenas a duas ou uma voz,
ainda assim, ele deve ser dividido em vozes masculinas e femininas, e a tessitura de
referência deve ser a das vozes médias (mezzo-soprano para as mulheres e barítono
para os homens).

Note que, na Figura 6 a seguir, dispomos a tessitura para corais e grupos musicais
pro�ssionais.

Fonte: adaptado de Guest (2010, p. 56).

Figura 6 Tessitura das vozes humanas (para coral).

No caso de grupos amadores, via de regra, deve-se manter a tessitura dentro do pen-
tagrama para soprano e tenor e não ultrapassar acima da nota Si-3 para o contralto,

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nem da nota Dó-3 para o baixo.

O coral é uma formação de grande capacidade expressiva e, por isso, alguns cuida-
dos na escrita devem ser observados. São eles:

• Trabalhar com as notas das regiões centrais da tessitura na maior parte do


tempo.
• Evitar saltos muito grandes ou dissonantes nas linhas das vozes (saltos de trí-
tonos ou sétimas, por exemplo).
• Escrever linhas explorando o grau conjunto. Em geral, observar as regras de
contraponto pode auxiliar na escrita de boas linhas corais.

Atenção! O coral não deve ser pensado como um instrumento, sendo difícil cantar coisas muito rápidas, que podem
complicar a articulação das palavras pelos cantores. Além disso, é necessário ter em mente que o coro, para produ-
zir som, precisa respirar, sendo, portanto, necessário pensar nas frases e respirações que cada naipe fará.

É de bom tom, também, não misturar vogais no coro, fazendo com que um naipe
cante uma vogal e outro, uma vogal distinta, porque o som do coral vem das vogais,
uma vez que as consoantes são mudas em sua maioria, interferindo apenas na pro-
dução da vogal.

Quando uma mesma nota é cantada em vogais distintas, diferentes harmônicos são
reforçados em cada uma delas, fazendo com que a a�nação do coro �que duvidosa.
Esse efeito também acontece em notas diferentes, portanto, evite usar vogais dife-
rentes em vozes que cantam simultaneamente, ainda mais em notas longas.
Ademais, inversões de acordes, por colocarem uma série harmônica diferente na
voz mais grave, da mesma forma, geram instabilidade na a�nação. Esse recurso não
precisa ser evitado, mas deve ser usado alternadamente, com acordes que possibili-
tem ao coro se encontrar e se a�nar.

Ao tratar o texto na escrita coral, o arranjador/compositor pode optar por uma escri-
ta mais silábica, na qual cada sílaba do texto é posicionada sob um pequeno grupo
de notas, ou por uma escrita melismática, em que uma única sílaba é inserida sob
várias notas, prolongando-se a vogal principal da sílaba. Podemos entender, com es-
sa estratégia, que o primeiro método privilegia o entendimento do texto, enquanto o
segundo exalta as notas.

O coro pode, ainda, utilizar o recurso de cantar com a boca fechada (escreve-se boc-
ca chiusa, ou B.C., sobre a pauta), o que resulta em murmúrio. No caso de o coro estar
acompanhado de instrumentos, ao utilizar esse recurso timbrístico, é preciso ter cui-
dado com o equilíbrio das dinâmicas, a �m de que não se perca o efeito, pois cantar
com a boca fechada produz um volume de som muito menor do que com a boca
aberta.

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Na Figura 7 a seguir, temos o exemplo de uma peça para coro a capella, subdividida
em mais de duas vozes masculinas e femininas. Note que, nas notas longas, há
coincidência de vogais, privilegiando uma melhor a�nação do acorde, enquanto, nas
partes contrapontísticas, em que cada voz canta uma linha diferente, as vogais são
distribuídas independentemente em cada voz.

Figura 7 Excerto (compassos 5-9) da Missa Papae Marcelli, de Giovanni Perluigi da Palestrina, para coral a capella, distribuído

em sopranos I e II, contralto, tenor e baixos I e II. (https://www.wikiwand.com/pt/Giovanni_Pierluigi_da_Palestrina)

Como pensar um arranjo para coro com grupos heterogêneos?


Na lida como educador musical, é bem provável que você se depare com a necessi-
dade de arranjar alguma música para um grupo com capacidade de execução técni-
ca heterogênea. Isso quer dizer que você poderá encontrar, em seu trabalho, mem-
bros de um grupo, em que, de um lado, por exemplo, estarão participantes capazes de
tocar ou cantar escalas em todas as tonalidades, e de outro, integrantes capazes de
tocar ou cantar apenas cinco notas.

Como proceder nesses casos, ao pensarmos no coro?


Em formações corais, o desnível pode ser ainda maior, mas é mais fácil de lidar, pois
as vozes são uma só para cada naipe.

No caso de corais amadores, você pode utilizar cânones para formações a uma voz

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ou escrever um arranjo em que essa única voz seja acompanhada por instrumentos.
No caso do arranjo para uma voz, se o coro for misto, ou seja, composto por homens
e mulheres, você pode alternar: parte da música é cantada pelos homens e parte, pe-
las mulheres, deixando o tutti, em oitavas, para o �nal ou para pontos mais expressi-
vos.

Para duas vozes, uma pode se incumbir da melodia e outra, do contracanto ou de do-
bramentos em terças, sextas ou outros intervalos (harmonização por blocos); para
três vozes, é possível usar todas as técnicas anteriores ou colocar o coro todo para
cantar em uníssono nas estrofes, abrindo a três vozes apenas nos refrões. Observe,
na Figura 8, como as oitavas entre tenor e soprano somam-se, enquanto contralto e
baixo estão em pausas e logo a seguir, ao �nal do compasso 2, todas as vozes se jun-
tam em pequenas aberturas, sempre acompanhadas pelo piano. Esse tipo de arranjo
simpli�ca a execução para um coro de nível médio.

Fonte: Silva (2016).

Figura 8 Excerto de arranjo para coral a quatro vozes e piano.

Pode-se, também, pensar em acompanhamentos simples para as estrofes (essa dica


vale para grupos de duas e quatro vozes). Essa estratégia é válida, pois o acompa-
nhamento instrumental pode dar segurança ao coro, sobretudo em termos de a�na-
ção. Portanto, considere isso como uma alternativa viável e utilize os instrumentos
para dobrar as vozes, caso haja a abertura das mesmas dentro do arranjo. Por �m, a

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criatividade pode ser a melhor saída nesse caso, além do conhecimento das limita-
ções técnicas do grupo, para o qual se está escrevendo o arranjo.

4. Escrevendo para o Coro Infantil


Um coro infantil (Figura 9) é composto por crianças, jovens pré-adolescentes ou que
ainda estejam nas primeiras fases da puberdade. A essas vozes dá-se o nome de vo-
zes brancas.

Figura 9 Coro infantil (https://pt.depositphotos.com/vector-images/crian%C3%A7as-cantando.html).

Transformação da voz
Ao pensarmos na mudança de voz infantil para adulta, vemos que as meninas ten-
dem a viver essa transformação em torno dos 12 anos, enquanto isso acontece com
os meninos um pouco mais tarde, por volta dos 13 ou 14 anos. Com isso, a tessitura
da voz muda de tal forma que algumas crianças passam a destacar-se por suas ha-
bilidades vocais, mas perdem esse talento em fases posteriores da vida.

Na sociedade ocidental, os coros infantis têm uma tradição muito antiga, e suas raí-
zes remontam à música sacra executada em templos cristãos, durante a Alta e a
Baixa Idade Média, por coros compostos apenas por meninos. Interpretavam música
sobretudo nas igrejas, já que, até o século 19, as mulheres não podiam cantar nos

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templos. Os atuais coros de crianças continuam ligados à tradição de interpretar


música sacra, existindo um vasto reportório especí�co para esse tipo de agrupamen-
tos.

Escrevendo para o Coro Infantil


No caso de escrita para coro infantil, pensando em grupos criados em escolas, co-
munidades, projetos sociais etc., dê preferência a:

• Peças a uma única voz.


• Tessitura não maior que uma oitava, �cando dentro da tessitura Lá2 a Lá3, evi-
tando notas muito agudas ou muito graves que possam, além de gerar di�culda-
de de execução para o coro, criar problemas vocais decorrentes do excesso de
esforço.
• Peças de caráter lúdico, que possam inclusive, exigir movimentos das mãos e
dos pés, relacionados à música.

Caso o coro infantil à sua disposição consiga cantar mais de uma voz, dê preferência a
cânones ou aberturas de vozes em contraponto de primeira espécie - "nota contra nota"
(FUX, 1965) -, evitando o uso de dissonâncias.

É importante estar a atentos a: um coro que envolva, além de crianças, também adoles-
centes; é importante que os rapazes façam uma voz mais grave, oitavando abaixo a voz
das moças/crianças, ou, ainda, uma voz independente, caso o coro tenha a habilidade de
cantar em contrapontos.

Coros e Microfones! Como usá-los?


Na escrita para grupo vocal que canta com microfone, o ajuste dos equipamentos de
ampli�cação pode garantir que cada voz seja ouvida, independentemente dos dobra-
mentos.

No mais, os tratamentos e observações para coral aplicam-se da mesma maneira


para essa formação.

Responda à questão autoavaliativa proposta a seguir, para veri�car se assimilou o


conteúdo apresentado e poder prosseguir para o Ciclo 4.

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