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(https://md.claretiano.edu.br/comarrped-g00374-
dez-2021-grad-ead/)
Objetivos
• Revisitar os conteúdos da disciplina Harmonia, observando as competências
que dialogam com o universo do arranjo.
• Compreender os conceitos relacionados a so�sticação harmônica, ou seja,
a rearmonização.
• Perceber a importância da inserção de acordes alheios no campo harmônico,
como dominantes individuais e acordes de 7ª de Sensível.
• Adquirir habilidades e compreender o trabalho de modulação e transposição
musical, bem como a importância dos acordes pivôs no universo do arranjo e
composição.
Conteúdos
• Revisão de campo harmônico nas tonalidades: maior e menor.
• Revisão de acordes relativos.
• Harmonização de melodia folclórica, usando os graus principais da tonalida-
de, I – IV – V7, e seus relativos.
• Rearmonização usando acordes alheios ao campo harmônico – dominantes
individuais e acordes de 7ª de Sensível.
• Apresentação de transposição e acordes pivôs para processos modulatórios.
Problematização
Qual a importância de sabermos harmonizar uma melodia, usando os graus princi-
pais da tonalidade? E quais seriam as boas maneiras para so�sticar essa harmonia,
usando acordes alheios ao campo harmônico? Acordes pivôs: qual a importância
dos mesmos para usarmos em moduções? Modução e transposição: qual a diferen-
ça entre esses conceitos musicais?
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por meio deles, você poderá ler artigos e textos e assistir a vídeos colaborarão para
que você compreenda os conteúdos.
1. Harmonização e Rearmonização
Neste ciclo, mostraremos algumas técnicas cujo domínio auxiliará no momento da
criação de seus arranjos. Não pretendemos, contudo, esgotar as possibilidades, e sim
apenas fornecer um ponto de partida para você expandir seus horizontes.
Note que a harmonia, nesse caso, contempla somente três acordes, ainda que inver-
tidos: a tônica (C - Dó Maior), a subdominante (F - Fá Maior) e a dominante (G - Sol
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Maior). Temos, então, as três principais funções de acordes quando falamos sobre
sistema tonal.
Assista ao vídeo a seguir, que trata de como criar harmonias, a partir dos graus prin-
cipais da escala:
Pensemos na seguinte imagem: uma pessoa em pé, prestes a caminhar, quando pa-
rada, está em repouso. Nesse ponto, temos o acorde de tônica, em que o "caminhar
harmônico" está em repouso. Em seguida, a pessoa inicia o movimento de cami-
nhar, deixando o repouso. Aqui, nesse movimento de menção do caminhar e de iní-
cio do caminhar, podemos enxergar a função da subdominante, que começa a trazer
movimento para a função harmônica. Depois, o caminhar em si, almejando tornar à
posição inicial de repouso, antes do primeiro passo, pode ser visto como a dominan-
te, requerendo resolução que se resume na vontade de retorno ao estado inicial - que
é a tônica.
Diante disso, ao construirmos tríades sobre cada grau da escala de Dó Maior (C), ve-
remos que os acordes I, IV e V compartilham 2/3 das notas dos demais graus do
campo harmônico:
Exemplo:
Observe as Figuras 2 e 3:
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Na Figura 3, temos os acordes geradores e seus relativos, nos quais as notas compar-
tilhadas estão em cores iguais.
Na Figura 4, note que o acorde de VII grau, por conter o trítono (entre as notas Si e
Fá), é considerado, funcionalmente, como a própria dominante, com sétima menor,
mas sem sua fundamental, conforme é possível ver na Figura 4, anotado sob a cifra
"Dssf" (dominante sem som fundamental), e pode também ser anotado como V ou D
cortado por uma linha (Ð).
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I IV ou V VI II ou III
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II V VI I, II ou III
III VI IV II ou V
IV V I ou II III ou VI
V I VI ou IV III ou II
VI II ou V III ou IV I
VII III · ·
Fonte: adaptado de Piston (1959, p. 17).
É válido dizer, porém, que, no caso de tonalidades menores, o campo harmônico será
composto de maneira diferente: primeiro, devemos sempre utilizar a Escala Menor
Harmônica, a �m de contemplarmos o movimento de Sensível no sétimo grau e pos-
sibilitar a função de dominante ser um acorde maior; depois, para os outros graus,
consideramos a Escala Menor Natural. Dessa forma, tomando como exemplo Lá
Menor, dispomos do campo harmônico, conforme mostra a Figura 6.
Atenção!
No exemplo dado, o campo harmônico de Lá Menor está limitado pela barra dupla.
Os quatro últimos acordes do exemplo são formados com o uso da Escala Menor
Harmônica ou por meio de cromatismos, como é o caso da subdominante
Napolitana - acorde de que trataremos nos próximos ciclos.
Por vezes, o acorde aumentado, analisado no exemplo como dominante com a sexta
bemol no baixo (D6b), funciona como acorde de passagem ou apojatura sobre a do-
minante, com a nota do baixo tendendo a se resolver na quinta do acorde de domi-
nante, especialmente no caso de a terça desse acorde diminuto estar dobrada, refor-
çando sua função de dominante no contexto harmônico, uma vez que essa nota re-
presenta a fundamental da dominante da tonalidade.
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Esses acordes aparecem com certa frequência na literatura musical, mas não neces-
sariamente fazem parte do campo harmônico de Lá Menor, embora possam ser usa-
dos como substitutos das funções às quais estão relacionados, enriquecendo a har-
monia.
Observe que, dentro do campo harmônico de Lá Menor, existe um acorde que é ana-
lisado de forma ambígua pela teoria da Harmonia Funcional: o de segundo grau (II
ø). Esse acorde, nas tonalidades menores, em geral, é tomado como possível substi-
tuto da subdominante, funcionando como subdominante relativa, por compartilhar
duas notas com o acorde de subdominante no modo menor. Não obstante essa fun-
ção, o acorde de segundo grau na tonalidade menor pode, ainda, aparecer como pre-
paração, como dominante da tônica relativa (terceiro grau das tonalidades menores),
uma vez que possui, em sua formação, o trítono que exige resolução para esse grau
da escala.
Para saber mais sobre como criar uma harmonia simples a partir de uma melodia,
assista ao vídeo a seguir:
Agora, note na �gura a seguir, que as funções foram trocadas. Vale lembrar que, para
�ns de �nalização de frase, ou mesmo da música, os movimentos cadenciais são im-
portantes, e tais movimentos são construídos, basicamente, sobre a relação
dominante-tônica. Assim, não é e�caz, do ponto de vista das regras harmônicas,
substituir as funções de dominante e de tônica em cadências, tanto em �nais de fra-
se quanto, sobretudo, no �m do arranjo. É válido dizer que, ao substituir a função de
tônica por sua relativa (mais frequente) ou antirrelativa (menos frequente) em uma
cadência V-I, o efeito que se obtém é conhecido como "cadência deceptiva" (cadên-
cia de engano), suspendendo, momentaneamente, a resolução harmônica da tonali-
dade e, consequentemente, da frase.
Veja a Figura 7:
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2. Rearmonização
Rearmonizar é dar so�sticação a uma harmonia já feita, por meio do uso de acordes
que dão um colorido diferente, produzindo variedade estética e maior interesse. Essa
mudança de acordes pode ser simples ou complexa, dependendo do objetivo a ser al-
cançado. Classi�camos esses acordes como: acordes alheios ao campo harmônico.
A partir de agora, vamos tratar deles.
Mudanças súbitas e rápidas de acordes geram tensão, uma vez que criam o adensa-
mento do número de tensões e repousos em um menor espaço de tempo. Como re-
curso de intensi�cação da tensão, isso pode funcionar de maneira interessante.
Ademais, é preciso cuidado: o acorde de dominante individual deve, de alguma ma-
neira, contemplar a nota presente da melodia, fazendo-a desempenhar o papel de
dissonância como tensão disponível (sétima menor, nona maior ou menor, décima
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Para melhor compreensão sobre a rearmonização por meio das dominantes indivi-
duais, assista ao vídeo indicado a seguir:
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sua natureza instável - haja vista ser construído pelo empilhamento de terças me-
nores, que resulta em dois trítonos intercalados -, tal acorde pode ser utilizado para
substituir a própria dominante da tonalidade ou, ainda, uma dominante individual.
Vale dizer que só existem três acordes de Sétima de Sensível (Dó-Mib-Solb-Lá; Dó#-
Mi-Sol-Sib; Ré-Fá-Láb-Si), posto que os outros são, na verdade, inversões dos únicos
três existentes.
Observe a Figura 9:
E que tal agora você responder à questão proposta a seguir para veri�car se assimi-
lou o conteúdo apresentado até este momento? Se perceber que ainda está com dúvi-
das, retome a leitura e tente novamente!
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3. Transposição musical
"Transposição", em terminologia musical, refere-se ao processo de modi�car a altu-
ra de uma nota, escala ou melodia em um intervalo constante. Transpor uma melo-
dia é, também, mudar a tonalidade da mesma. Esse recurso é frequentemente utili-
zado quando a partitura, cifra ou tablatura é incompatível com a voz ou o instru-
mento tocado.
Observe os exemplos a seguir. Na Figura 10, temos tipos de transposição por interva-
los e por mudança de armadura e, nas Figuras 11 e 12, casos de transposição a partir
de melodias:
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Tonalidades maiores só poderão ser transpostas para novas tonalidades maiores, assim como to-
nalidades menores só poderão ser transpostas para tonalidades menores.
Sugerimos, agora, que você faça uma pausa na sua leitura e re�ita sobre sua apren-
dizagem, realizando a questão a seguir:
4. Modulação
Trata-se do movimento que leva a melodia de uma tonalidade a outra, num processo
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Assim sendo, com esse importante recurso, apontamos o uso de modulação (mu-
dança de tonalidade), como ferramenta geradora de interesse harmônico. Vale res-
saltar que algumas canções já possuem modulações em suas versões originais.
Cabe a você, na condição de arranjador, considerando as questões circunstanciais
relativas ao seu arranjo (como di�culdade técnica, motivação, instrumentação etc.),
decidir se vai respeitar ou não tais modulações.
5. Ponte modulatória
Segundo Dourado (2004, p. 259), de forma genérica, ponte modulatória refere-se a
qualquer trecho de ligação entre tonalidades diferentes em uma modulação.
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vivendo (https://www.superpartituras.com.br/pixinguinha/vou-vivendo).
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Observe o exemplo da Figura 14 e note que o acorde pivô serve de passagem para o
novo ambiente tonal; isso, porém, não dispensa a a�rmação da tonalidade por meio
do uso da dominante da nova tonalidade (lembre-se de que o estabelecimento de
uma tonalidade depende, necessariamente, das relações de tensão e repouso exis-
tentes entre a tônica e a dominante).
Assim, ainda de acordo com o exemplo da �gura, note que o acorde �nal da primeira
parte, Dó Maior (C), funciona como ligação (pivô) entre a tonalidade de partida (Dó
Maior - I grau) e a de chegada (Sol Maior), desempenhando a função de subdomi-
nante da nova tonalidade. O acorde pivô serve de ponte para a aproximação da do-
minante da nova tonalidade, que é o acorde de Ré Maior com sétima de dominante.
A a�rmação da nova tonalidade vem logo no terceiro compasso.
Figura 14 Modulação por acorde pivô - C é I grau e também IV grau na nova tonalidade.
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Para ouvir/ver o exemplo sobre modulação por acorde pivô, acesse o link do vídeo
indicado a seguir:
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No exemplo da Figura 16 a seguir, a nova tonalidade (Lá Maior) foi rea�rmada por
meio da cadência V-I, antes da apresentação da melodia na nova tonalidade.
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Sugerimos, agora, que assista ao vídeo a seguir e entenda como harmonizar uma
melodia, a partir de uma partitura. Em seguida, responda à questão para veri�car co-
mo está sua aprendizagem.
6. Considerações
Caro aluno! Estamos �nalizando o Ciclo 2, no qual tivemos a oportunidade de nos
aprofundarmos um pouco mais no universo da Harmonia, bem como em seus des-
dobramentos na arte da rearmonização. Vimos, também, conteúdos de muita impor-
tância, como transposição, modulações por acordes pivôs, dominantes individuais,
7ª de Sensível, cromatismo e tonalidades homônimas. E todos esses conteúdos,
além de serem de enorme importância na arte do arranjo, servirão de base para os
próximos ciclos. Sigamos!
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