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UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP


INTERATIVA
Curso de Pós-Graduação Formação em Educação à Distância

DÉBORA CRISTINA ILDÊNCIO

EDUCAÇÃO MUSICAL A DISTÂNCIA: A EVOLUÇÃO E OS DESAFIOS


DOS CURSOS LIVRES

SÃO PAULO
2018
2

UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP


INTERATIVA
Curso de Pós-Graduação Formação em Educação à Distância

DÉBORA CRISTINA ILDÊNCIO

EDUCAÇÃO MUSICAL A DISTÂNCIA


A EVOLUÇÃO E OS DESAFIOS DOS CURSOS LIVRES

Monografia apresentada à UNIP - Universidade Paulista


como parte dos requisitos para conclusão do curso de
Curso de Pós-Graduação Formação em Educação à
Distância.

SÃO PAULO
2018
3

Dedicatória
Dedico esse trabalho aos meus alunos,
que tanto me ensinam e me inspiram e me
incentivam nessa busca constante pelo
conhecimento.
.
4

AGRADECIMENTOS

A família é sem dúvida o alicerce e onde encontramos o primeiro incentivo.


Agradeço especialmente minha irmã Ilma pela inspiração e pelo apoio de sempre, o
que seria de minhas conquistas se você não estivesse por perto?!
Ao meu marido grande parceiro e incentivador que vivencia comigo essa arte e
os desafios da vida musical e do ensino dela nesse país.
Ao meu Maestro que tanto me inspira e ensina em nossas longas conversas
musicais.
Aos meus parceiros e amigos Michael Instrumentos, ao Pedro Checcini e toda
equipe do Music Dot, Valéria Forte, que permitiram experimentar e participar do
funcionamento de suas empresas.
Aos meus alunos, que tanto me motivam e por eles que cada vez mais quero
aprender e ensinar.
A Paula Fernanda pelo apoio e ajuda para concretizar mais essa etapa em
minha vida acadêmica.
5

A principal meta da educação é criar homens que


sejam capazes de fazer coisas novas, não
simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram.
Homens que sejam criadores, inventores,
descobridores. A segunda meta da educação é formar
mentes que estejam em condições de criticar, verificar
e não aceitar tudo que a elas se propõe.
Jean Piaget
6

RESUMO

Durante esses quinze anos ministrando aulas de música em escolas físicas e


onlines pude vivenciar os grandes desafios do ensino. Por muitas vezes encontrei pelo
caminho alunos que chegavam para fazer a aula e que haviam aprendido o
instrumento em métodos ou em videoaulas. Em alguns casos o aprendizado possuía
base e uma excelente fundamento, em outros as instruções recebidas apresentavam
completo equivoco, sendo necessário iniciar do zero para que a aluno pudesse
aprender de forma coerente e correta.
Os desafios continuam! Após essa vivencia direta e ao escrever métodos que
hoje são comercializados em vários países, pude perceber que a tecnologia e
materiais complementares podem sim contribuir cada vez mais para o ensino da arte,
que apesar de ser exata como a matemática, possui o seu lado figurado que depende
do tempo, do momento e de como é executada, algo que não pode ser mensurado,
apenas sentido.
O objetivo desse trabalho é identificar os principais conflitos e pontos que
podemos melhorar no ensino de música nos cursos livres, principalmente nesse novo
formato totalmente online que tem ganhado cada vez mais adeptos!
A investigação compreende duas fazes: A primeira é a reflexão e o
entendimento da evolução e compreensão desde o seu fundamento até nossa
atualidade, por isso, são apresentadas informações sobre o desenvolvimento do
ensino e da arte. No segundo momento, a ideia é apresentar consideração e a
utilização da tecnologia para contribuição desse aprendizado. Analisando os dados
como objetivo de nos nortear para uma melhor compreensão em busca de
ferramentas que contribuam para esse aprendizado, com a utilização de novos
métodos que podem ser somados aos já existentes.
A necessidade de atualizar e a procura cada vez maior de pessoas para o
aprendizado musical permite a evolução e a utilização de novas tecnologias em prol
do ensino cada vez mais eficiente. A coleta de dados foi realizada em grande parte,
através de entrevistas com a Central de Apoio as Escolas de Música e a Escolas que
utilizam o método para atender a demanda em várias partes do país. Em seguida
entrevistas foram realizadas in loco com alunos e professores para entender melhor a
7

necessidade do dia a dia e buscar novas alternativas que contribuam


significativamente para o aprimoramento do ensino e do aprendizado.

Palavras-Chave: Educação a Distância, ensino de música à distância,


Plataformas digitais.
8

ABSTRACT

During these fifteen years teaching music in physical schools and online I was
able to experience the great challenges of teaching. Often I found by the way students
who came to take the lesson and who had learned the instrument in methods or in
videotapes. In some cases the learning had a foundation and an excellent foundation,
in others the instructions received presented complete mistakes, being necessary to
start from scratch so that the student could learn in a coherent and correct way.
The challenges continue! After this direct experience and in writing methods that
are now marketed in several countries, I could see that complementary technology and
materials can contribute more and more to the teaching of art, which, although accurate
as mathematics, has its figurative side which depends on time, moment and how it is
performed, something that can not be measured, only meaning.
The objective of this work is to identify the main conflicts and points that we can
improve in the teaching of music in the free courses, especially in this new format totally
online that has gained more and more fans!
The research comprises two stages: The first is the reflection and the
understanding of evolution and understanding from its foundation to our present day,
therefore, information is presented on the development of teaching and art. In the
second moment, the idea is to present consideration and the use of technology to
contribute to this learning. Analyzing the data as a goal to guide us to a better
understanding in search of tools that contribute to this learning, with the use of new
methods that can be added to the existing ones.
The need to update and the increasing demand of people for the musical
learning allows the evolution and the use of new technologies in favor of the
increasingly efficient teaching. Data collection was carried out largely through
interviews with the Support Center of Music Schools and Schools that use the method
to meet demand in various parts of the country. Next, interviews were held on the spot
with students and teachers to better understand the need of everyday life and to seek
new alternatives that contribute significantly to the improvement of teaching and
learning.
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Keywords: Distance Education, distance music teaching, Digital Platforms.


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LISTAS DE SIGLAS

EaD Educação a Distância


UK University of United Kingdom
UnB Universidade de Brasília
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Cetic.br Centro Regional de Estudos para Desenvolvimento da
Sociedade da Informação
Nic.br Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR
Cgi.br Comitê Gestor da Internet do Brasil
DVD Digital Video Disc
VHS Video Home System
CAEM Central de Apoio as Escolas de Música
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
11

LISTAS DE FIGURAS

Figura 1- Videoaula gravada na Music Dot

Figura 2- Aula aberta ao vivo na Music Dot

Figura 3 - Gravação Videoaula Ritmos Brasileiros

Figura 4 – Ilustração site


12

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 13

1.1. Um breve resumo histórico .................................................................. 14

1.2. A prática musical .............................................................................. 15

2. A INTERNET E OS DESAFIOS ................................................................. 16

2.1. A evolução a atualização das informações ........................................ 18

2.2. A aplicabilidade e a associação de novas ferramentas .................... 20

2.3. A música e seu aprendizado............................................................. 22

2.4 Hipóteses ........................................................................................... 23

3. A NOVA ERA E SEUS DESAFIOS ............................................................. 23

3.1- A pesquisa e teoria .............................................................................. 24

3.2- A pesquisa e a aplicação .................................................................. 26

3.3- A relevância social do problema a ser investigado .......................... 28

4 – A TECONOLOGIA E SUA COLABORAÇÃO ............................................ 28

4.1 – A tecnologia não sobrepoe a música .............................................. 29

4.2 – As necessidades para o aprimoramento ........................................ 30

5. A UTILIZAÇÃO DE FORMA PRÁTICA DE NOVAS FERRAMENTAS........ 31

5.1. O Aprimoramento e a utilização de novas ferramentas ........................ 32

6. Conclusão ................................................................................................... 36

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 37

ANEXO ........................................................................................................... 40

ANEXO 1..................................................................................................... 40

Anexo 2........................................................................................................... 44
13

1. INTRODUÇÃO

O homem querendo cada vez mais libertar-se das limitações da sua oralidade
e desejando que a informação pudesse perdurar pelo tempo, desenvolveu variados
meios para registar suas ações, com inúmeras tentativas para facilitar o ensino e o
aprendizado musical ocorreram até chegarmos nos dias atuais.
A educação à distância é cada vez mais utilizada nas mais variadas áreas do
conhecimento. O desenvolvimento tecnólogo e a acessibilidade da internet cada vez
maior reflete de uma forma rápida e eficiente no aprendizado musical. Seja através de
plataformas especializadas sites de compartilhamento de vídeos, programas musicais
é possível observar a crescente troca de informações. O ensino da Música está a um
clique de quem se interessa, possibilitando cada vez mais o aprendizado e a criação
de cursos na modalidade a distância.
O baixo custo e a comodidade viabilizam o contato com novas músicas,
instrumentos, tecnologia e ainda aulas online com músicos e professores que cada
vez mais se preocupam em alimentar as redes com esse conteúdo. Sua propagação
de forma digital permite o acesso através de uma simples busca por meio de palavras
relacionadas a arte ou ao compositor por exemplo, possibilitando o encontrar acervos,
áudios, partituras, acarretando estudo amplo da disciplina.
Segundo Cajazeira (2004) a combinação do som com material impresso
permitiu a criação do primeiro curso à distância, desenvolvido pela 1Open University
of United Kingdom (UK). O método utilizava playback2 das canções, onde os
instrumentistas e cantores além de analisar conteúdos musicais, podiam experimentar
a improvisação, tendo a sensação que estava sendo acompanhando por uma banda.
Gohn (2011) pontua que somente a partir de 1997, a universidade iniciou a utilização
da internet como ferramenta educacional, mas somente no ano de 2007 surgiram os
primeiros cursos completamente online.
No Brasil, muitas universidades aderiram a modalidade como a Universidade
de Brasília (UnB), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). No âmbito
do ensino livre da música, conteúdos e o preparo de profissionais ainda são desafios

1 Open University of United Kingdom é uma universidade de ensino a distância, fundada e


mantida pelo governo do Reino Unido.
2 Playback – Gravação prévia de uma trilha sonora.
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a grande maioria das escolas ainda não estão preparadas para oferecer cursos nessa
modalidade.

1.1. UM BREVE RESUMO HISTÓRICO

A música também sendo uma forma de comunicação, foi utilizada desde seu
início para expressarem suas sensações e necessidades. Ainda na pré-história a partir
das descobertas dos timbres, o ser humano passou a distingui-los e utiliza-los para se
comunicar, festejar, em rituais religiosos e até para a guerra. Durante muito tempo, foi
transmitida oralmente, sendo passada de geração em geração. E a necessidade de
decodificar os sons para facilitar o aprendizado e transcrevê-los o abstrato de maneira
organizada foi algo muito pertinente.
A notação musical foi sem dúvida a primeira grande revolução nesse processo
para a transmissão do conhecimento musical. Até então os tratados de educação
musical como De Institutine Musical, escrito durante a Idade Média, não possuíam
uma metodologia que aprofundassem essa discussão. Até então, não havia os
registros detalhados de uma obra.
Tendo total ciência da limitação do sistema musical, Guido D’Arezzo, monge
italiano e regente do coro da Catedral de Arezzo na Toscana, idealizou por volta do
ano 1.000 um sistema fonético criando correspondência entre sílabas tônicas da fala
com sons de altura definida utilizado no Hino a São João Batista3, canção na época
muito conhecida.
Anteriormente, outras tentativas ocorreram, mas, nenhuma tão eficaz. Guido,
utilizou as sílabas iniciais dos versos onde cada um iniciava com uma nota diferente,
seguindo uma escala do mais grave para o agudo, e o sétimo e o oitavo versos
iniciavam numa mesma nota, o que permitiu que o monge aproveitasse as duas letras
iniciais para a formação de uma sílaba só.
Esse sistema entraria para a história da música ocidental, permitindo uma
memorização mais eficiente. As aplicações de outros recursos para o aprendizado
foram sendo somadas, ele criou ainda o recurso para ajudar também na determinação
das alturas e graus da escala, facilitando a memorização das notas, o sistema ficou
conhecido como mão guidoriana e mais tarde com seu aperfeiçoamento realizado no

3 Hino a São João Batista intitulado Ut queant Laxis canção.


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século XIX por Glover foi denominado manossolfa4, que durante o tempo passou por
aperfeiçoamentos através de Kodály e outros estudiosos.
Segundo CASALS (1970), citado por WOLF (1988) “Eu nunca tracei uma linha
divisória entre o ensino e o aprendizado. É verdade que um professor deve saber mais
que seu aluno, mas, para mim, ensinar é também aprender. ” Um dos grandes
desafios do ensino à distância de música é conseguir o resultado final esperado e
expressar de forma clara e objetivo uma ciência-arte que tem como pilares percepções
e codificações visuais e auditivas e ao mesmo tempo de sensações artística aliada ao
que se pretende transmitir ao ouvinte. Aliar esses pontos é um grande desafio para
quem ensina e quem aprende. Principalmente quando o aprendizado acontece
virtualmente.
Antes se pensava que apenas as crianças tinham que ser educadas. Pouco
a pouco estamos percebendo que a educação pode e deve continuar durante
toda a vida. Quando deixamos de aprender, quando já não sentimos
curiosidade pelo saber, quando terminam a “plenitude e a alegria” também,
estão se esgotando nossas forças. (WOLF, 1988, p.17)

1.2. A PRÁTICA MUSICAL

A música é uma pratica cultural humana, expressão artística, que pode ser
apreciada e vivida em qualquer fase da vida. Seja por bel prazer, profissionalmente
ou até mesmo recomendação médica, ela trará grandes benefícios a quem a
experimentar. Pesquisas apontam que tanto ouvir música quanto tocar um
instrumento desenvolve a capacidade de trabalhar em equipe, como é o exemplo de
quem toca em um grupo ou numa orquestra. Para que uma música seja executada
perfeitamente é necessário que cada indivíduo aprenda a ouvir e tocar com os demais
participantes. E ainda contribui para o desempenho cognitivo, habilidades em
matemática, leitura e compreensão de texto.

4 Manossolfa – Sistema de Comunicação Gestual que visa representar as notas musicais. Uma
forma prática de sinalizar os sons través de movimentos das mãos e braços, algo que em certa
proporção lembra a uma conversa entre usuários da Língua Brasileira de Sinais – Libras)
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Um estudo publicado pela revista Psychology of Music 5 em 2009 mostrou


que a exposição a música pode estimular o cérebro e aumentam a memória. Também
foi realizado um teste com 22 crianças com faixa etária entre 3 e 4 anos que
receberam aulas de teclado e canto durante um período, e outro grupo de 15 crianças
com a mesma idade não foram expostas ao aprendizado musical durante o mesmo
tempo. O grupo exposto ao ensino musical melhorou suas habilidades de espaço-
temporal de 34% a mais do que as outras crianças.
GAINZA (1988) afirma que a conduta musical pode refletir diferentes níveis de
integração e aspectos em etapas diferentes da vida, apresentando reações e relações
diferentes em cada indivíduo. Uma criança bem pequena por exemplo normalmente
atuará como receptora de sons, suas informações normalmente são passadas através
de choros e o tampar dos ouvidos. Já na sua fase escolar percebe-se que ela não
costuma escutar os sons que ela mesmo produz, por esse motivo, grita quando canta
e ao invés de tocar acaba batendo nos instrumentos, externando sua energia física e
afetiva e ao mesmo tempo explorando o mundo dos sons.
O pré-adolescente normalmente evita gritos e talvez prefira nem cantar. Já o
adolescente pela ansiedade natural, coloca na música sua mente e seu afeto, seu
sistema corporal deseja naturalmente o aprender e reaprender. O adulto manifesta
uma gama de reações especificas diante de um som e de uma música, algumas
trazem por exemplo lembranças da infância ou um de relacionamentos. O que se nota
é que em qualquer fase da vida essa conduta musical reflete diferentes aspectos e
níveis de integração.

2. A INTERNET E OS DESAFIOS

A popularização da internet permite o acesso a informações cada vez mais


rápidas, em qualquer lugar e com apenas um clique. O mercado oferece hoje vários
cursos de graduação em EaD inclusive voltados para música, mas o ensino em cursos
livres ainda é um grande desafio. Além da falta de conhecimento e da atuação dos
professores com ferramentas tecnológicas, muito deles relutarem a esse novo

5 Psychology of Music é um periódico acadêmico criado em 1973 que publica até os dias atuais
artigos no campo da psicologia da Música.
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processo e a compreenderem e se adaptarem a esse novo momento, onde o virtual


cada vez mais faz parte do nosso dia a dia.
Um dos primeiros desafios dos cursos livres é ensinar os primeiros passos
musicais, assim como na alfabetização, é preciso entender, compreender, decodificar
para que o aprendizado aconteça, principalmente para o aluno iniciante e que até
então nunca teve a oportunidade de vivenciar a música de forma prática, seja no
instrumento ou até mesmo o canto. Algo muito diferente para os estudantes que
desejam ingressar numa universidade, mesmo nos cursos a distância o aluno já tem
uma experiência e na grande maioria das vezes já trabalho com a arte se
apresentando em bares, casas de show, etc. Além desse disponível, há também nova
maneira de se relacionar através interatividade e da comunicação.
As escolas e os professores não se preparam para receber esse novo formato
de aluno e a grande maioria das pessoas que se aventuram nesse mercado, oferendo
aulas, dicas e tutoriais e em sua grande maioria tocam o instrumento, mas, não estão
verdadeiramente aptos para essa função. Segundo GONZALEZ (2009) as diferentes
situações e cursos oferecidos, faz com que o professor exerça vários papéis de
coordenador, aprendiz, professor-tutor e instrutor. Os problemas na avaliação do
aluno e dos programas utilizados e a ausência de continuidade são alguns dos
problemas ainda enfrentados na modalidade.
Com a tecnologia os vídeos estão a um click e podem ser assistidos pelos
smartphones e tabletes, a praticidade do equipamento acarretou a extinção ou quase
extinção de vídeos em outros formatos. Criar novos materiais e atualizar os conteúdos
é um grande desafio para as plataformas e sites relacionados ao ensino musical.
Uma pesquisa realizada em 2016 pela Cetic.br6 afirma que o número total de
casas com conexões móveis era de 9,3 milhões de pessoas. No total, 54% de todas
as casas e 61% das pessoas com idade acima de 10 anos já possuíam acesso a
conexões móveis. E entre todos os usuários, 43% já utilizavam apenas o celular para
acessar a internet, 6% das pessoas acessavam apenas pelo computador e 51% tanto
por computadores quanto por dispositivos móveis. Algo interessante a ser ressaltado
que a maior parte dos acessos por smartphones são jovens que moram em cidades

6 O Centro Regional de Estudos para Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br)


é um departamento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (Nic.br), que implementa as
decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet do Brasil (Cgi,br).
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rurais, enquanto isso, os indivíduos que usam ambos dispositivos vivem em centros
urbanos e possuem idade mais avançada.
Vários sites e plataformas são oferecidos para o ensino livre de música, porém
em sua grade maioria entregam o conteúdo de maneira incompleta e muitas vezes
equivocada. Segundo MARCONDES (2017) na internet há mais que informação
inconsistente, achismos e superficialidades.

2.1. A EVOLUÇÃO E A ATUALIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES

A internet no Brasil, surgiu no final da década de 1980, quando as


universidades do país começaram a compartilhar informações com os Estados
Unidos. Porém, somente em 1994, ela sai do nicho acadêmico e passou a ser
comercializada, expandindo o acesso para todo território.
Nesse período não se cogitava a possibilidade de pesquisar informações sobre
instrumentos e nem se pensava em aulas “onlines”. A melhor maneira para escolher
o seu equipamento eram as visitas em lojas especializada. Outro grande problema
era o acesso a músicas populares e partituras que na maioria das vezes eram
compartilhadas entre os grupos através das revistas de música como vendidas em
todo território nacional em bancas de revistas como: a Toque Fácil Teclado, Aprenda
Música, Cante Comigo, Toque Violão e as famosas fitas VHS7 com videoaulas dos
instrumentos, os conteúdos importados que apresentavam áudio e material impresso
eram produtos raros de se encontrar e difícil de ser emprestados, outra maneira de
ter acesso há algumas partituras era através da distribuição realizada por algumas
associações como a Sociedade Brasileira de Autores e Compositores.
O grave problema das revistas eram a inexistência do conteúdo mais
aprofundado e uma segmentação no ensino. As músicas escolhidas para cada edição
eram normalmente aleatórias seguindo simplesmente a escolhas da editora pelo
sucesso do artista ou da canção. Sem uma conexão eficiente dos conteúdos
abordados, em uma mesma edição era possível encontrar uma música de rock, uma
música clássica e até mesmo MPB8, e por sua vez os assuntos quando os assuntos

7 VHS - Video Home System é um padrão de gravação analógica utilizada em fitas de vídeo
(videoteipe).
8 MPB – Música Popular Brasileira é um gênero musical que surgiu em meados da década de
1960.
19

eram abordados na sua grande maioria superficialmente, não tendo realmente uma
separação precisa para indicar o nível que o material foi elaborado. Outro grande
problema é que na maioria das vezes a execução do instrumento era completamente
sensitiva, pois, as informações muito superficiais, e na grande maioria das vezes o
aproveitamento do material não chegava a 50% de todo o conteúdo presente,
comumente pessoas compravam revistas para aprenderem uma única música
presente naquela edição. Já o acesso a partitura só era viável se o indivíduo tivesse
conhecimento para poder executar as canções, pois, diferentemente da revista, as
todas as informações necessárias para sua execução estão grafadas na mesma,
porém para entendê-la e executá-la é necessário um conhecimento mais aprofundado
principalmente em teoria.
Em 1996 surgiu o site brasileiro Cifra Club9, foi iniciando em 1996 no sul de
Minas Gerais com objetivo da digitalização de cifras utilizadas em revistas do
seguimento e a contribuição de novos conteúdos para que as pessoas pudessem
tocar em suas casas, montando suas próprias pastas de repertório. O conteúdo era
alimentado através de seus colaboradores inscritos no próprio site. A partir de 2008 a
plataforma começou a inserir videoaulas e após 20 anos de existência se tornou
referência no país, com mais de 380 mil cifras, e 3 mil vídeos, recebe hoje em média
mais de 39 milhões de visitas todo mês. Apesar do método trazer interação entre os
participantes, há dois grandes problemas: 1- Qualquer pessoa que se cadastre pode
contribuir com o conteúdo e muitas vezes a informação pode chegar de maneira
inadequada ou destorcida para quem procura aprender. 2- A informação é repassada,
mas não existe uma comunicação direta entre o professor e o aluno.
Outro exemplo é o sistema de aulas oferecido pela empresa Edon10, localizada
na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, especializada no ensino e fundada em 2000,
foi pioneira no desenvolvimento de cursos e-learning11 através de videoaulas.
Destaca-se no cenário pelo know-how que oferece aos seus alunos com conteúdo
para vários instrumentos musicais, áudio e sonorização. Porém o método também
apresenta falhas: 1- assim como o modelo citado anteriormente, não há uma interação
direta entre instrutor e aluno, o que pode dificultar o aprendizado musical, tendo em

9 www.cifraclub.com.br

10 www.edon.com.br
11 O e-learning conhecido também com ensino eletrônico, corresponde a um modelo
de ensino não presencial apoiado a tecnologia.
20

vista, que dúvidas podem aparecer, e não há como saná-las diretamente. Não
possuem fórum para interação entre os alunos e professores e nem para alunos com
outros alunos. E nem todos as aulas possuem material complementar como apostilas,
artigos, etc. 2 - A distribuição do conteúdo é somente através de DVD12, formato que
está caindo em desuso e a demora na transição do material em formatos mais atuais
permite que outras empresas iniciem seus trabalhos utilizando formatos mais eficiente
e mais acessíveis aos seus alunos.
Em 2008 o Jornal o Globo já registrava a primeira queda 33% na venda dos
aparelhos de DVD desde quando o produto desembarcou no país nos anos 90. O
drive de DVD também já não é facilmente encontrado nos novos computadores e
notebooks. Desde 2016 após a descontinuação do MacBook Pro da Apple13, a
empresa declarou que a partir de então, não fabricaria mais nenhum modelo com o
leitor e que rodar mídias físicas em um notebook ou desktop eram coisas do passado.
Um terceiro exemplo, é a empresa Music Dot14, localizada em São Paulo
capital, é um uma escola totalmente virtual no ensino de cursos livres que tem
ganhado cada vez mais adeptos. Com uma plataforma própria, completamente
intuitiva oferecendo aulas totalmente onlines, questionários, acompanhamento
personalizado do professor, fóruns e aulas abertas, permitem a interação e discussões
dos seus alunos e professores sobre os temas abordados. O site ainda possui ranking
de participação dos alunos em seu fórum, e uma outra característica interessante é
que após a matricula é possível acessar a todo o conteúdo e ainda fazer vários cursos
simultaneamente, podendo aprender assim vários instrumentos.

2.2. A APLICABILIDADE E A ASSOCIAÇÃO DE NOVAS FERRAMENTAS

12 DVD - "Digital Video Disc", criado em 1995, é um formato digital para arquivar dados,
som e imagem, tendo maior capacidade de armazenamento, devido sua tecnologia óptica e
seu padrão de melhoramento na compressão de dados.
¹¹ Apple é uma multinacional norte-americana fundada em 1976 que projeta e
comercializa produtos eletrônicos como: software e computadores. Seus produtos mais
conhecidos são Macintosh, iPod, iPhone, iPad e ainda o navegador de mídia iTunes.
14 www.musicdot.com.br
21

A música movimenta e auxilia para a transformação e desenvolvimento do


indivíduo. Segundo WILLEMS (1976) cada um dos aspectos ou elementos da música
corresponde a um aspecto humano específico, ao qual mobiliza com exclusividade ou
mais intensamente: o ritmo musical induz ao movimento corporal, a melodia estimula
a afetividade, a ordem ou estrutura musical contribui ativamente para a afirmação ou
para a restauração da ordem metal do homem.
Vivenciando o contexto da EAD durante minha trajetória acadêmica, somada
as minhas experiências como educadora musical, escritora de métodos musicais e
por ensinar conteúdos pela internet conforme mostra as figuras 1,2,3 4
questionamentos pertinentes começaram a apontar: Como ensinar música de uma
forma eficiente na modalidade EAD? Como os professores que atuam nessa
modalidade podem verdadeiramente ajudar o aluno na forma artística e de
interpretação de algo que muitas vezes não se vê e sim se sente? Quais recursos
tecnológicos podemos somar ao ensino a distância? Como esses recursos são
utilizados hoje? Como acompanhar o desenvolvimento desse aluno de forma
eficiente? Como ajuda-lo nos cuidados ergonômicos estando do outro lado da tela?
Procurando atender o mercado musical ainda pouco profissionalizado na área
digital comecei a trabalhar com a educação a distância através de videoaulas no
Youtube15 . Nos primeiros vídeos ainda em 2010, foi possível entender e iniciar os
primeiros direcionamentos para a criação de materiais mais compreensíveis e
eficientes, principalmente para quem deseja tocar um instrumento e não tem nenhum
tipo de experiência. Dois anos após os primeiros vídeos escrevi dois métodos que
abordavam o aprendizado do cajon e do pandeiro, apesar de tocar outros
instrumentos, escolhi esses instrumentos pela falta de material e conteúdo existente,
abordando desde o surgimento do instrumento, exercícios básicos e avançados e
ainda a história de cada ritmo e suas principais características.
A metodologia permitiu uma melhor interação e entendimento das
necessidades dos alunos, porém, um dos questionamentos pertinentes que sempre
pairava em meus pensamentos era como o aluno poderia identificar o seu nível ao
adquirir, assistir ou ter acesso a esses materiais, sem um acompanhamento mais
próximo? A ideia inicial é criar separações mais eficientes de conteúdos para o
iniciante, intermediário e avançado O segundo ponto é criar passo a passo a

15 Youtube - É uma plataforma de compartilhamento de vídeos criado em 2005.

www.youtube.com.br
22

metodologia para que seja possível o acompanhamento do aluno com conclusões de


níveis, através de avaliações de cada etapa, para que a mesma não seja
simplesmente pulada, mas sim cumprida com qualidade e aprendizado. E utilizar
softwares especializados para somarem ao aprendizado, através de

2.3. A MÚSICA E SEU APRENDIZADO

Os educadores experientes não são aqueles que estimulam a transpor as


barreiras exteriores, mas os obstáculos secretos. Não são aqueles que
transformam seus filhos e alunos em depósito de informações, mas os que
estimulam seu apetite intelectual e os animam a digerir informações. (CURY,
2014).

Ensinar música vai além do ato mecânico, é comum dizermos que o


instrumento é a extensão do corpo, como arte é uma forma de expressão, cultural,
social e emocional. Ao se tocar uma música é necessário pensar o que se deseja
passar e o qual reação você espera do ouvinte, isso é algo abstrato, mas que pode
ser previsível. Normalmente ao executar uma música movida, permitimos ao ouvinte
sensações de alegria, em contrapartida, se tocamos uma música triste, podemos
passar essa sensação também. Não somente pela execução, mas, por suas
características de construção, tonalidade, melodia, etc. É como se cada canção fosse
o protagonista. Imagine assistir um filme sem música? Escolha um filme, abaixe
completamente o volume de sua televisão. Muitas cenas, não trarão as sensações
pensadas pelo diretor. Isso porque a música muitas vezes aparenta ser apenas uma
soma para as imagens, mas ao fazer esse teste você perceberá o quanto ela é
importante e fará diferença no contexto.
Muitas vezes nossas sensações de suspense, tristeza, medo, começam antes
mesmo da cena acontecer, somente pela música nossas sensações começam
naturalmente a se manifestar. TUZZO (2009) afirma que a música tem a função de
tocar as pessoas na linguagem audiovisual, emocionando, incomodando, narrando
um acontecimento ou uma perseguição, criando um clima e situações que podem
acalmar ou criar até mesmo um suspense. Ou seja, ela está lá por algum motivo! a
música está lá por algum motivo. Um dos grandes desafios é conseguir ensinar essa
23

parte artística que não se explica, mas se sente aos aspirantes em música. Ainda no
ensino da música temos a parte ergonômica, que é importantíssimo uma postura
correta e uma execução precisa para que possíveis lesões apareçam, seja cantando
ou tocando um instrumento.
Em1971 o guitarrista Milton Raskin já se preocupava com as lesões que
poderiam ocorrer devido a carga horária de estudo do instrumento, preocupado com
isso, lançou um livro abordando exercícios para aquecimento e desaquecimento das
mãos para os instrumentistas estudantes e profissionais.

2.4 HIPÓTESES
Suponha que num mesmo curso a distância no mesmo dia 3 alunos com perfis
diferentes façam a inscrição para aprender a tocar violão. O aluno A – tem uma
vivência musical, e aprendeu a tocar através de vídeos na internet, sem informações
mais aprofundadas sobre o instrumento, além da postura totalmente inadequada para
tocar o instrumento. O aluno B, nunca tocou e não tem nenhuma vivência musical. Já
o aluno C, iniciou o aprendizado de violão numa escola física, porém, devido a sua
carga de trabalho, não conseguiu dar continuidade nas aulas presenciais.
Como os três alunos podem ser avaliados de forma eficiente para que estejam
no nível ideal para o aprendizado? Os três alunos na hora da inscrição e ter certeza
qual o melhor nível enquadrá-los? Como evitar problemas de lesões desses três
alunos, sem avalia-los tocando?

3. A NOVA ERA E SEUS DESAFIOS

As informações começaram a chegar mais facilmente com a acessibilidade a


internet, o e-commerce16 por exemplo, permitiu que as informações sobre os produtos,
chegassem de maneira rápida e mais precisa ao consumidor através de fóruns,
reviews, grupos em redes sociais. Outro ponto a se destacar são os famosos
softwares cada vez mais avançados que permitem escrever, ler a partitura, gravar e
outros programas que auxiliam na lapidação auditiva e no estudo da música, como é
o caso de programas de percepção musical.

16 E-commerce - em português significa comércio eletrônico, é uma modalidade de comércio

por meio de dispositivos e plataformas eletrônicas.


24

A utilização de smartphones, tabletes e notebooks, tem permitido cada vez


mais a expansão da EAD. Pesquisa realizada pelo IBGE17 em 2016, aponta que cerca
de 116 milhões de pessoas estão conectadas a rede, o que equivale a 64,7% da
população com idade superior a 10 anos. Os indivíduos com idade entre 18 e 24 anos
apresentam a maior taxa de conexão chegando a 85%.
Segundo a pesquisa realizada em 2017 pela Central de Apoio as Escolas de
Música (CAEM), 67,9% das escolas de música possuem site e a maior faixa etária
presente em escolas estão entre pessoas de 26-60 anos sendo 29,2% dos alunos, em
segundo lugar alunos de 14-25 anos com 23,5%, em terceiro lugar com 14,9% são os
alunos que compreendem a faixa de 10 a 13 anos.
Dessa maneira, o objetivo é contribuir para os estudos na área de formação
desses professores tendo como foco à Educação Musical a Distância. Trazendo como
base os professores que ministram aulas a distância, relacionando assim, objetivos
gerais e específicos da arte.
Para entender as necessidades e os desafios da Formação de Professores em
Educação Musical a Distância para os cursos livres é importante entendermos nosso
papel e nossa atuação na sociedade. Estudiosos afirmam que somos a sociedade do
conhecimento. O papel do professor é paradoxal, ao mesmo tempo que ajuda na
construção de uma sociedade de aprendizado cria também a sociedade do
conhecimento.

Anteriormente se pensava que apenas as crianças tinham que ser educadas; pouco a
pouco estamos percebendo que a educação pode e deve continuar durante toda a vida.
Quando deixamos e de aprender, quando já não sentimos curiosidade pelo saber, quando
terminam a “plenitude e a alegria” também estão se esgotando nossas forças vitais. (WOLF,
1988. P 17).

3.1- A PESQUISA E TEORIA

Em 1960, quando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) aterrou o


currículo do ensino médio, praticamente extinguiu o aprendizado da música no
ambiente escolar. Durante muito tempo as aulas de música foram direcionadas

17 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é uma organização pública


responsável pelos levantamentos e gerenciamentos dos dados e estatísticas brasileiras.
25

apenas para o instrumento, através de aulas particulares ou em conservatório. De


1960 a 1980, as transformações sociais no país foram marcadas por severas
restrições, levando a população a desenvolver uma cultura através de protestos contra
a situação vigente, o que significou uma maneira de viver e expressar os anseios de
liberdade existencial e política. Essas manifestações podem ser destacadas em
eventos que aconteceram em todo o país como os famosos Festivais da Canção
Popular, que revelou para o mundo grandes nomes da nossa música (HOLANDA;
GONÇALVES, 1986).
Alves (2009), diz que o Brasil até os anos de 1970 foi um dos grandes pioneiros
no desenvolvimento do EAD, porém com a estagnação, outros países se
desenvolveram e somente nos anos 90 retomamos o desenvolvimento com o
incentivo de políticas públicas.
Nos últimos anos o Ensino a Distância tem sido sinônimo de modernidade, mas
é importante ressaltar que o termo não existe a muito tempo, apesar de existirem
registros de aulas a distância em outros países desde o século XVIII.
Três questões norteiam essa pesquisa: 1 - A avaliação do aprendizado teórico
é mais fácil devido a aplicação de questionários e exercícios. Mas como saber
realmente que o aluno está executando corretamente uma música? 2- Como avaliar
que sua postura está correta? 2 - Como ter certeza que estamos formando músicos
saudáveis e que tenham realmente conhecimento?
Dessa forma, o objetivo geral caminhou no sentido de contribuir para os
estudos na área de maneira que os professores gerem conteúdos e analises mais
precisas para a Educação Musical à distância. O investimento em materiais e a
utilização da tecnologia pode sem dúvida contribuir. Para compor esse objetivo geral,
relacionei quatro objetivos específicos:
1 – Descrever a trajetória de formação e caracterizar do material utilizado;
2- Caracterizar os novos formatos de aprendizado que podem ser somados ao
conteúdo ensinado e incorporá-lo no material;
3- Apontar as possíveis percepções em relação a criação das disciplinas e
apontar as possíveis adequações pedagogias/ metodologias para o planejamento das
disciplinas.
26

3.2- CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA EM NÍVEL PRÁTICO

A empresa Music Dot18, localizada em São Paulo, é um exemplo de uma escola


totalmente virtual. Apresentando ensino de cursos livres em instrumentos como:
teclado, violão, ukulele, contrabaixo, canto, bateria, percussão e teoria musical tem
ganhado cada vez mais adeptos.
Utilizando uma plataforma própria, completamente intuitiva, aulas totalmente
onlines, questionários, acompanhamento personalizado do professor, fóruns e aulas
abertas, permitem a interação e discussões dos seus alunos e professores sobre os
temas abordados. O site ainda possui ranking de participação dos alunos em seu
fórum, e uma outra característica interessante é que após a matricula é possível
acessar a todo o conteúdo e ainda fazer vários cursos simultaneamente, podendo
aprender assim vários instrumentos.
O estudo foi dividido em duas etapas, no primeiro momento gravei conteúdos
para algumas empresas, seguindo o planejamento, características de ensino e
objetivos de cada organização. Uma delas foi a Music Dot, onde tive também a
oportunidade de gravar uma videoaula e realizar uma aula aberta para os alunos,
como mostrado nas Erro! Fonte de referência não encontrada. e 2.

Figura 1 - Videoaula gravada na Music Dot, com sede em São Paulo


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=v-qtEgZSlVo

18 www.musicdot.com.br
27

(Youtube, 2017)

Figura 2 - Aula aberta ao vivo na Music Dot, com sede em São Paulo

A empresa apresenta uma excelente organização e conteúdo, gravando


materiais periodicamente e com uma equipe com conhecimento aprofundado no
assunto. Vivenciando e conhecendo o trabalho de algumas empresas como o Cifra
Club, Music Dot, e tendo uma excelente experiência principalmente, ainda senti falta
do acompanhamento mais de perto do aluno. Permitindo não somente que ele tenha
acesso ao conteúdo, mas que o professor ou tutor tenha acesso também ao resultado
desse aprendizado. Apesar das informações mais completas, os questionamentos em
relação ao acompanhamento desse aluno ainda é algo pertinente.
Outro local possível de vivenciar essa busca pelo aprendizado e a dificuldade
do aluno e sua necessidade de acompanhamento foi o canal de vídeos da Michael
Instrumentos que conta hoje com mais de 40 vídeos que gravei. Os comentários e as
dúvidas apontam essa necessidade.

Figura 3 - Gravação Videoaula Ritmos Brasileiros - Michael Instrumentos

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=j80Tl-Qtfr0
28

3.3- A RELEVÂNCIA SOCIAL DO PROBLEMA A SER INVESTIGADO

Segundo SALDAÑA (2017) quase 50% dos professores do ensino médio no


Brasil ministram aulas de disciplinas para as quais não possuem formação específica.
Esse problema afeta redes públicas e privadas. Com a música não é diferente, é
comum encontrar em escolas professores de música e musicalização infantil que não
possuem formação na arte, muitas vezes são instrumentistas que aprenderam sem
um acompanhamento especializado. O grande problema, é que muitas instituições
enxergam a música apenas como uma expressão artística e esquecem que a técnica
é primordial, essa desvalorização dificulta a escolha de profissionais devidamente
qualificados e na grande maioria das vezes os problemas acarretados por
profissionais desqualificados, como lesões provocadas por posturas e técnicas mal
aplicadas, só começam a apresentar ao longo do tempo.

4 – A TECNOLOGIA E SUA COLABORAÇÃO

A evolução e a associação tecnológica podem sem dúvida auxiliar no


aprendizado musical. Proporcionando desenvolvimento em diversas áreas, com a
utilização se softwares, aplicativos, entre outros.
Uma das primeiras evoluções no compartilhamento de músicas foram através
dos copistas. Essa função de copista sofreu alterações ao longo do tempo. Desde o
século III a.C. no Egito, os escribas aprendiam o oficio desde cedo, além do processo
individual de cópias, a boa reputação de um “scriptorium19” dependeria da qualidade
dos exemplares produzidos. A partir do século XII a profissão do copista se difundiu a
partir do surgimento das Universidades e do aumento da demanda de livros. A função
sempre foi necessária especialmente na criação do material original, mesmo com a
difusão da impressão gráfica a partir do século XVII. Um dos grandes nomes da
profissão foi o filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).

19 Scriptorium, se refere a "um local para escrever", é comumente usado para referir a um

quarto onde os copistas na época medieval escreviam os manuscritos.


29

A evolução tecnológica permitiu um maior acesso em qualquer parte do mundo


a partituras musicais, que além de evitar os danos físicos que naturalmente o papel
sofre ao longo do tempo, permitiu que mais pessoas compartilhassem conteúdos em
poucos cliques.
Com o crescimento dos computadores pessoais nos anos de 1980, possibilitou
a criação de inúmeros editores de partitura, porém nos anos 90 muitos deles ficaram
obsoletos. A partir dos anos 90 surgiram outros programas e ao longo dos anos e do
novo milênio essas empresas foram atualizando seus programas. Um dos grandes
destaques desses programas mais avançados de edição é que em muitas
informações o software assim como o corretor ortográfico do Word permite que o
escritor da partitura perceba seus erros e evite informações erradas, em alguns casos
mais avançados, não é necessário nem escrever a partitura, ao tocar o instrumento
plugado ao computador, o próprio software reconhece as alturas e durações e escreve
a partitura para o executante.
Surgiram ainda sites de compartilhamento de conteúdo como cifras, vídeo que
facilitaram ainda mais o acesso a essas informações.

4.1 – A TECNOLOGIA NÃO SOBREPÕE MÚSICA

Os avanços tecnológicos não param, a possibilidade de criar e cada vez mais


somar os recursos para o estudo e aplicabilidade e aprendizado podem facilitar ainda
mais a troca de informações entre o aluno e professor. O produtor João Marcello
Bôscoli realizou uma palestra no Congresso de Escolas de Música realizado em
agosto de 2017 na Universidade Paulista, unidade Indianópolis, onde trouxe as
primeiras informações sobre a utilização da realidade virtual no aprendizado musical.
Segundo ele, a realidade virtual permite ao público sensações de estar no
mesmo ambiente do artista. Sua empresa está na frente de pesquisas e já realizou 50
vídeos musicais em realidade virtual. E pontua ainda que a realidade virtual é uma
forma de recuperar o protagonismo da música, já que o consumo da arte tem perdido
a relevância no dia a dia das pessoas. Por que não aplicar essa realidade virtual
também nas aulas? Imagina tocar uma música, treinar um repertório e ter a sensação
que está tocando num palco com uma plateia te ouvindo? Além da realização isso
permitirá um preparo maior do aluno, antes dele estar realmente nessa situação.
30

É muito comum devido ao nervosismo os alunos não estarem emocionalmente


preparados para enfrentar uma plateia, essa seria uma boa maneira de começar a
preparar psicologicamente o aluno.

4.2 – AS NECESSIDADES PARA O APRIMORAMENTO

Entender a necessidade e contribuir para aprimorar deve ser um dos objetivos


do professor. Apesar de muitos professores não estarem tão ingressados dentro da
tecnologia isso é algo que não é possível ignorar. Mas não é possível também deixar
que ela resolva todas as questões e dificuldades no aprendizado. A facilidade de
manipular o computador, fez com que questões que não existissem surgissem. A
grande missão é fazer o balanço entre favorecer o aprendizado utilizando ferramentas
e não essas ferramentas como resultado final.

A informação transformou-se em uma forma de lixo, não apenas incapaz de


responder as questões humanas, mas fundamentais, mas também pouco útil
em fornecer direções coerentes para a solução de problemas mais mundanos
(POSTMAN, 1993, pg 69)

Os conflitos ainda são muitos, de um lado o mundo tecnológico em que essa


comunicação é extremamente facilitada e acessível, do outro lado o caos gerado por
muitas informações descontextualizadas e incompletas. No início da EAD, os Correios
eram a conexão entre os professores e alunos, a interação basicamente acontecia
através do material enviado.
Com o tempo o aprendizado foi se modificando de algo independente para
colaborativa, porém atualmente podemos atuar com ambas. Anteriormente quando a
comunicação acontecia mais raramente, o contato com o outro tinha o objetivo de
suporte para esse aprendizado independente. Podemos utilizar as duas formas de
aprendizado, que ocorre através de fóruns, softwares, aplicativo de mensagens
instantâneas e pesquisas realizadas na internet.
Espera-se que o tutor ou professor seja proativo e não apenas reativo. Os
debates em fóruns por exemplo criam um sistema de informação como um acervo
online. Aplicativos para smpartphones são hoje a grande sensação do momento
como: Jellynote, Songsterr, MuseScore, Musicnote, nem sempre os aplicativos
31

também são desenvolvidos e acompanhados por músicos com conhecimento


aprofundado, é muito comum encontrar limitações e até deturpações nesses
programas para escrita e compreensão musical.
Identificar essa limitação também é uma forma de aprendizado. Por exemplo,
o programa de Edição de partituras Encore, em sua versão 4.5 tinha a limitação para
escrituração do sinal de ligadura entre compassos em linhas diferentes, para escrever
corretamente a ligadura nesse caso, havia duas formas: com o macete de escrever
um trecho inteiro e depois apagar o que não seria usado para que assim o sinal
continuasse escrito, ou depois de imprimir a partitura fazer o mesmo a caneta.
Outros programas encontramos graves de escrituração, assim como a língua
portuguesa possui suas regras de escrita a música também tem suas particularidades,
que é algo que não pode ser ignorado, tendo em vista que é uma arte com uma mesma
comunicação em todo mundo. Ao escrever uma partitura errada, o erro na hora da
execução não é de quem executa, mas sim, de quem escrever inadequadamente.
Mas, esses erros só serão identificados se o usuário tiver o devido conhecimento, se
não, o erro se propagará.

5. AMPLICABILIDADE DE NOVAS FERRAMENTAS

Foram entrevistados alunos que fazem aula presencial em escola de música,


alunos que não possuem um professor e aprendem através de pesquisas livres e
videos oferecidos por várias pessoas na internet e alunos matriculados em escolas
totalmente virtuais. Foi unanime que todos utilizam materias complementares na
internet, seja songbooks, sites de cifras e vídeaulas. As pessoas que não fazem aula
não souberam dizer o nível que acreditam que se encontram, somente diseeram que
acreditam ser iniciantes, mas a classificação ficou muito superficial.
No caso dos alunos que estudam tanto em escolas físicas quanto onlines
conseguiram descrever o nível que estão no aprendizado devido a testes que são
realizados pela instituição. Já a questão da aula online, os testes são todos teóricos,
não há testes práticos. E isso pode acarretar problemas, pois, sabemos que as vezes
a parte teórica normalmente para o músico iniciantes evolui muito mais rapido do que
o aprendizado do instrumento.
32

Na entrevista de professores, o professor A atua no mercado há mais de 30


anos, não é muito a favor da utilização de aplicativos e softwares para o auxilio no
aprendizado de seus alunos, e ainda disse que a aula presencial permite um vínculo
afetivo entre aluno e professor. O professor B informou que utiliza em suas aulas
aplicativos que auxiliam no trabalho de percepção musical e ainda oferece em sua
escola aulas de gravação e edição musical e ainda edições em programas de
partituras. O professor C ministra somente aulas online, através do Skype20, onde
acontecem individualmente e ao vivo, o que permite uma interação maior e eficiente
com o seu aluno, ele explica o conteúdo ensina e acompanha a execução de seu
aluno, pontuando erros e acertos de cada canção. O professor (D), trabalha somente
com aulas online, através da sua plataforma, os exercícios e demais atividades já
estão no site e são automatizados, a partir do momento que o aluno cumpre a
atividade ele vai evoluindo de nível, a única interação é através da aula aberta, onde
o aluno pode comentar e tirar suas dúvidas, porém não há nenhuma interação ou
avaliação do professor com a parte prática do aluno.
Sobre o método utilizado, tanto o professor (A), (B) quanto o (D) mostraram o
método de ensino e os materiais utilizados para o aprendizado dos alunos. Já o
professor (C) não possui um método pronto, ensina de acordo com o que o aluno
deseja aprender.
As informações coletadas na entrevista, apresentam um grande consenso que
que a tecnologia não pode ser mais ignorada. No entanto em todos os casos alguns
questionamentos permaneceram em aberto.

5.1. APRIMORAMENTO E A UTILIZAÇÃO DE NOVAS FERRAMENTAS

Nos últimos meses me inscrevi em alguns sites voltados para o aprendizado


musical para entender na prática como é o aprendizado principalmente para um aluno
iniciantes. Em uma delas, assim que a inscrição é realizada, você tem acesso a todos
os cursos, podendo escolher aprender mais de um instrumento simultaneamente.
Cada módulo possui as músicas que devem ser tocadas. Existem videoaulas das
batidas e acordes, e questionários que devem ser respondidos para que você conclua
o nível em que se encontra.
33

A ideia seria acrescentar a essas plataformas alguns tópicos. No primeiro


momento criei um website com as informações que acredito serem principais para o
aprendizado do aluno.
No primeiro momento é que o aluno escolha o instrumento que quer aprender
e caso ele já tenha algum conhecimento ele poderá fazer os testes práticos para
começar no nível mais avançado.

1. Cadastro do aluno

O cadastro do aluno seria realizado através de seus dados pessoais, mas,


também com atualização de fotos a cada 3 meses, assim, seria possível acompanhar
o aluno e ter certeza que o material visual que será enviado por ele, realmente será
gravado com o próprio.

2. Classificação dos módulos

Os cursos de violão por exemplo seriam feitos em 5 módulos: o primeiro módulo


voltado para pessoas que nunca tiveram contato nenhum com o instrumento 1. Para
o aluno iniciar num módulo mais avançado, seria necessário fazer os testes. Para o
aluno ir diretamente para o módulo 02 a ideia seria aplicar testes escritos com
conhecimento básicos e testes de vídeo. Onde o aluno gravaria diretamente na
plataforma e o aluno seria avaliado pelo professor. Para módulos mais avançados, os
testes seriam os mesmos, porém com conteúdo mais aprofundados. Na realização
natural do módulo o mesmo só é possível finalizar após completa-lo tanto a parte
teórica quanto a prática.

3. Percepção Musical

Testes de percepção musical através de aplicativos conectados ao site é


possível que o aluno treine seu ouvido. A execução dos testes não será obrigatória,
mas contará pontos em suas atividades.
34

4. Toque com a banda

O espaço é voltado para que o aluno possa trabalhar tocar com outras pessoas
e vários estilos musicais. Podendo utilizar trilhas já gravados pelos professores, assim
permitindo o estudo do improviso musical. Estariam disponíveis trilhas gravadas com
vários instrumentos e o aluno teria a possibilidade de fazer o download ou até mesmo
deixar gravado na sua área de aluno as trilhas.

5. Grave sua música

O aluno poderá utilizar a trilha pronta, retirando o áudio gravado o instrumento


que estuda, ou seja, se ele toca violão por exemplo e escolher uma trilha que tenha
baixo, bateria, guitarra e violão, ele poderia gravar essa trilha retirando o violão já
gravado e colocando o som do seu instrumento. Para ganhar pontuação, ele deverá
gravar o vídeo utilizando o restante do playback e tocando com seu instrumento ao
vivo.

6. Conteúdo para download.

A ideia é permitir o download de cifras, partituras, playbacks para que o aluno


possa estudar e compartilhar o material onde estiver.

7. Conteúdo complementar

Disponibilizar textos, exercícios extras e livros para estudo.

8. Aula Aberta

Agendamento do professor para a realização da aula aberta, para tirar


esclarecer as dúvidas de seus alunos.

9. Fórum
35

Local para reunir, trocar ideias e experiências sobre os temas voltados a


música.

10. Chat

Espaço voltado para o aluno trocar mensagens com seu professor e retirar as
dúvidas

11. Tire suas dúvidas – Agende aula com o professor

O agendamento da aula precisará ser realizado com até 7 dias de antecedência


e desmarcado com prazo mínimo de 2 horas de antecedência do horário marcado. A
ideia seria o aluno ter oportunidade de 1 aula por mês com duração de 1 hora através
de Skype, ou outro software para que suas dúvidas sejam sanadas.

12. Playlist para estudo

A playlist poderá ser criada no 21Spotfy onde o aluno colocará as músicas que
pretende aprender. Podendo compartilhá-la com seu tutor e outros colegas de classe,
permitindo assim um aprendizado mais interativo.

Figura 4 - Criação inicial do site

Fonte: Próprio

21 Spotfy é um serviço de streaming de música.


36

6. CONCLUSÃO

Sabemos que a tecnologia está cada vez mais presente em nosso cotidiano. É
importante saber utilizar as ferramentas existentes e mais que isso avaliar os
conteúdos disponíveis. É necessário que os professores e tutores estejam sempre
antenados e dispostos a conhecer o que a internet tem a oferecer, para que seja
possível pontuar aos seus alunos e instrui-lo no que usar.
O que sabemos é que é impossível vivermos em pleno 2018 alienados a isso,
seja por curiosidade ou pela ansiedade em aprender os alunos irão buscar, pesquisar
conteúdos e cabe a nós estarmos preparados para absorver, interpretar, ensinar e
aprender com nossos alunos. A música nos aproxima e nos faz viver em constante
aprendizado e o analógico não deve se indispor ao digital, as ferramentas devem ser
utilizadas para agregar, permitindo sua melhor aplicabilidade.
A adaptação da tecnologia ainda é um grande desafio para muitos professores,
esse desafio é grande, no início das primeiras gravações por exemplo, o disco de cera
foi compartilhado, depois, os vinis, CD’s, pendrives e hoje através dos streaming.
Ainda podemos utilizar muitas outras ferramentas e fazer que a tecnologia seja
realmente nossa aliada, permitindo assim maior aplicabilidade e conteúdo para
nossos alunos.
37

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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GOHN, D.M. Educação Musical a Distância. São Paulo: Cortez, 2011.

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Argentina de Educación Musical, 1976. trad. Enrique Gainza
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RASKIN, M. Isometrics Guitarists. Washington: Playback Music Publishing


Company. 1971

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38

GOMES. H. S. Brasil tem 116 milhões de pessoas conectadas à internet. 2018.


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em: <https://marceloborba.com/5-aplicativos-para-estudar-musica-no-smartphone/>.
Acessado em: 08 de maio de 2018
40

ANEXO

ANEXO 1

ROTEIRO - ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

ENTREVISTA Nº. 01
Entrevista com o maestro de uma escola de música

01- Nome?

02- Qual é a sua habilitação?

03- Há quanto tempo você exerce a profissão?

05- Você possui alguma formação acadêmica?

( ) Sim ( ) Não

06- Você faz uso do computador como ferramenta auxiliar no seu trabalho de

docência?

( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes ( ) Nunca

07- Você utiliza ou já utilizou algum software musical?


41

( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes ( ) Nunca

08- Qual a sua opinião sobre o aprendizado musical a distância?

09- Como você avalia o material oferecido na internet para o aprendizado musical?

10- Qual a sua opinião, sobre a ausência de ferramentas interativas somadas ao

ensino de música em escolas livres?

ENTREVISTA Nº. 02

Entrevista com o professor da escola de música totalmente online

01- Nome?

02- Qual é a sua habilitação?

03- Há quanto tempo você exerce a profissão?

05- Como você avalia o aprendizado dos seus alunos?

06- Como a parte instrumental dos seus alunos são avaliados para que possam

mudar de nível?

07- Quais são os softwares musicais utilizados para o ensino

08- Como você avalia o material oferecido na internet para o aprendizado musical?

10- Qual a sua opinião, sobre a ausência de ferramentas interativas somadas ao

ensino de música em escolas livres?


42

ENTREVISTA Nº. 03

Entrevista com o iniciante em música que estuda através de materiais disponíveis

pela internet

01- Nome?

02- Qual instrumento você está aprendendo?

03- Há quanto tempo você está aprendendo esse instrumento?

05- Como é a avaliação do seu aprendizado?

06- Quais são os principais sites de pesquisa?

07- Como você clássica o nível que você se encontra hoje no instrumento? E como

chegou a essa conclusão?

08 – Por qual motivo você optou por estudar pela internet?


43

ENTREVISTA Nº. 04

Entrevista com o iniciante em música que estuda através de uma escola online

voltada para o ensino de música

01- Nome?

02- Qual instrumento você está aprendendo?

03- Há quanto tempo você está aprendendo esse instrumento?

05- Como é a avaliação do seu aprendizado?

06 – Qual é o site que você realiza periodicamente suas aulas?

06- Você pesquisa outros sites voltados ao ensino de música? Quais?

08- Como você classifica o nível que você se encontra hoje no instrumento? E como

chegou a essa conclusão?

09 – Por qual motivo você optou por estudar pela internet?

ENTREVISTA Nº. 05

Entrevista com o iniciante em música que estuda em escola livre música presencial

01- Nome?

02- Qual instrumento você está aprendendo?

03- Há quanto tempo você está aprendendo esse instrumento?

05- Como é a avaliação do seu aprendizado?

06- Você utiliza sites para complementar o seu estudo musical? Quais?

07- Como você classifica o nível que você se encontra hoje no instrumento? E como

chegou a essa conclusão?

08 – Por qual motivo você optou por estudar pela internet?


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ANEXO 2
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS SOFTWARES MUSICAIS

FONTE: SOUZA, Jusamara. et al.(2002, p. 148).

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