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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE MÚSICA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM
MÚSICA PPGPROM

RICARDO FERREIRA LEPRE

A TROMPA SEM MISTÉRIOS: Guia para mestres de banda, professores e alunos.

SALVADOR
2014
A TROMPA SEM MISTÉRIOS: Guia para mestres de banda, professores
e alunos.

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Programa de Pós-
Graduação Profissional em Música.
Escola de Música da Universidade
Federal da Bahia. Como requisito
parcial para obtenção de título de
Mestre em Música na área de Educação
Musical.

Orientador: Prof. Dr. Celso José


Rodrigues Benedito

SALVADOR
2014
RESUMO

Este trabalho busca descrever o funcionamento da trompa, sendo destinado aos


mestres de bandas, professores e alunos, procurando auxiliar nas dúvidas iniciais com relação
à postura, embocadura, afinação, transposição e manutenção. Apresentamos estes conceitos
que são relacionados com a prática no ensino do instrumento de forma objetiva e clara. Assim
acreditamos que este trabalho possa tornar um suporte que some ao trabalho destes
profissionais tornando este instrumento cada vez mais popular.

Palavras-chave: postura, embocadura, afinação, transposição, manutenção e ensino.


ABSTRACT

The present work aims at describing how the french horn works. It targets band
directors, teachers, and students. Questions emerge in relation to posture, embouchure, tuning,
transposition and maintenance, causing this instrument to become marginalized in the
ensembles. Believing that this work can add value and become a support to the work of these
professionals, we attempt to present these concepts that are related to the practice of teaching
the instrument in an objective and clear way. We believe this can help making this instrument
more popular.

Keywords: posture; embouchure; tuning; transposition; maintenance and teaching.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Trompa de caça modelo Dampierre.............................................................................4

Figura 2 Trompa natural.............................................................................................................5

Figura 3 Trompa cromática.........................................................................................................6

Figura 4 Partes do bocal..............................................................................................................7

Figura 5 Trompa cromática e suas partes...................................................................................8

Figura 6 Bombas de afinação trompa em Fá e Sib.....................................................................9

Figura 7 Volta de afinação 2º rotor...........................................................................................10

Figura 8 Volta de afinação 1º rotor...........................................................................................10

Figura 9 Volta de afinação 3º rotor...........................................................................................11

Figura 10 Rotor e suas partes....................................................................................................12

Figura 11 Aria from "Cosi fan tutte" W. A. Mozart.................................................................14

Figura 12 Parte transportada para trompa em Fá......................................................................14

Figura 13 Concerto para piano Nº 22 W. A. Mozart................................................................15

Figura 14 Parte transportada para trompa em Fá......................................................................15

Figura 15 Divertimento Nº 1 W. A. Mozart.............................................................................15

Figura 16 Parte transportada para trompa em Fá......................................................................16

Figura 17 Concerto Nº 1 for piano L. Van Beethoven..............................................................16

Figura 18 Parte transportada para trompa em Fá......................................................................16

Figura 19 Duet from “Fidelio" L. Van Beethoven....................................................................17

Figura 20 Parte transportada para trompa em Fá......................................................................17

Figura 21 Concerto Nº 2 in Bb Majos for Piano, J. Brahms.....................................................17

Figura 22 Parte transposta para trompa em Fá..........................................................................18

Figura 23 Concerto for Piano in Bb Major W. A. Mozart........................................................18

Figura 24 Parte transportada para trompa em Fá......................................................................18


Figura 25 Mudança de tonalidade.............................................................................................19

Figura 26 Transposição do Saxhorn para trompa.....................................................................19

Figura 27 Movimento do diafragma.........................................................................................21

Figura 28 Exercitando a respiração...........................................................................................21

Figura 29 Músculos da Face.....................................................................................................22

Figura 30 Embocadura..............................................................................................................23

Figura 31Posicionamento do bocal...........................................................................................24

Figura 32 Posição da mão direita dentro da campana...............................................................25

Figura 33 Tabela da série harmônica em cada posição na trompa em Fá.................................28

Figura 34 Tabela da série harmônica em cada posição trompa Si Bemol................................29

Figura 35 Posição das notas......................................................................................................30

Figura 36 Posicionamento da corda nos rotores.......................................................................33

Figura 37 Lubrificando o rotor.................................................................................................34


SUMÁRIO
1. Introdução 1

2. A Trompa e sua Origem 3

2.1. Trompa de Caça 3

2.2. Trompa Natural 4

2.3. Trompa Cromática 5

3. A Trompa como Conhecemos 7

3.1. Partes do Bocal 7

3.2. O Corpo do Instrumento 8

4. Compreendendo seu Funcionamento9

4.1. As Voltas Individuais 9

4.2. Conhecendo as Voltas 10

4.3. Obtendo as Sete Combinações 11

5. Os Rotores e Suas Partes 12

6. Qual é a Afinação do Instrumento: Fá ou Si Bemol? 13

7. Transposição 14

7.1. Exemplos de Transportes em Orquestras 14

7.2. Mudança de Tonalidade 18

8. Execução do Instrumento 20

8.1. Respiração 20

8.2. Embocadura 21

8.2.1. Praticando a Embocadura 23

8.2.2. Posicionamento do Bocal 23

8.3. Mãos 24

8.3.1. Mão Direita 24

8.3.2. Mão Esquerda 25

8.4. Postura 25
8.5. Função da Língua 26

8.6. Digitação 26

8.6.1. Série Harmônica 26

8.6.1.1. Série Harmônica Trompa em Fá 28

8.6.1.2. Série Harmônica Trompa em Si Bemol 29

8.6.2. Escala Cromática 30

8.6.2.1. Posições para Obter a Escala Cromática na Trompa30

9. Limpeza e Manutenção 31

9.1. Procedimentos para Limpeza 31

9.2. Rotores e Bombas 31

9.3. Bocal e Leadpipe (Tudel) 31

9.4. Chaves com cordas 32

10. Lubrificação 33

11. Conclusão 34

12. Referências 35
8

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho surge com o intuito de auxiliar o professor, aluno e mestre de


banda a compreender como manusear e auxiliar ao tocar este instrumento. Como professor de
trompa da Faculdade de Música do Espírito Santo - FAMES há mais de quatro anos
percebemos a necessidade de algum material que pudesse esclarecer as questões referentes a
este instrumento.
Esta necessidade se concretizou ao coordenarmos, na função de “coordenador de
área”, o projeto “Bandas e Corais nas Escolas”- desenvolvido pela Secretaria de Educação do
Estado do Espírito Santo. Neste projeto foi possível conhecer diversos mestres de banda que
ao saberem de nossa formação como trompista começavam a explanar suas dúvidas e a
dificuldades em ensinar este instrumento.
Dessa forma ao ingressar no programa de pós-graduação da UFBA tivemos a
oportunidade de participar de alguns eventos de grande proporção no cenário musical como:
Painéis Funarte - Aracajú – SE, I Fórum Filarmônicas da Bahia – BA e I Encontro brasileiro
de trompistas em Natal – RN e, nestes encontros constatamos que em outras regiões do Brasil
os questionamentos e dúvidas são parecidos entre professores e estudantes.
Acreditamos que uma boa fundamentação teórica possa auxiliar na execução do
instrumento. Assim, através de uma revisão bibliográfica baseada em autores brasileiros,
percebemos que nos últimos anos muitas pesquisas surgiram referentes ao instrumento, nas
linhas de musicologia, criação e prática musical: Alpert (2010) (2006), Silva (2012), Ferreira
(2009), Vecchia (2008), Benedito (2009), Bozzini (2006), Oliveira (2002), Augusto (1999),
Beltrami (2006), Feitosa (2013). Nesta pesquisa procuraremos contextualizar o instrumento,
realizando uma síntese sobre sua história, mostrando de forma sucinta descrever sua
transformação. Apresentaremos a funcionalidade de cada volta de afinação assim como suas
combinações. Esclareceremos uma das questões que são mais duvidosas ao ensiná-lo:
afinação e transporte, procurando através de exemplos discorrer sobre este tema. Questões
sobre: embocadura, respiração e postura serão explanadas de forma sucinta, tendo em mente
que precisamos levar em conta o aspecto físico de cada aluno como tamanho da arcada
dentária e lábios.
Discorreremos, ainda, sobre as séries harmônicas em cada posição da trompa em
Fá e Si bemol das quais o aluno poderá compreender que diversas notas são produzidas em
9

cada posição e de suas combinações surgem à escala cromática. Com isso demonstraremos
que a extensão do instrumento abrange mais de três oitavas e, que, dessa forma, precisamos
ter a leitura nas claves de Fá na quarta linha e Sol na segunda.
Outro aspecto determinante para um bom desempenho no instrumento é sua
manutenção, assunto também resumidamente abordado, com instruções básicas, mas
extremamente importantes para a qualidade e durabilidade do instrumento.
Sabendo da importância das bandas de música para formação de grandes músicos
esperamos que este trabalho “A TROMPA SEM MISTÉRIOS: Guia para mestres de banda,
professores e alunos” possa auxiliar estes profissionais em suas atividades.
10

2. A TROMPA E SUA ORIGEM

A trompa é um instrumento musical da família dos metais. Sua construção


consiste em um tubo de metal cônico enrolado. Sua história nos remete a uma viagem pelo
tempo. Até final do século XVI era utilizada como ferramenta (através de seu som) para
localização das tropas ou das caças, que ao emitir o som (sinais) indicava sua localização,
chamada de trompa de caça.
A partir do século XVIII surge a trompa natural com dimensões maiores,
possibilitando ao músico introduzir a mão dentro da campana e desenvolver a técnica de
mão1.
Por volta de 1815 aparecem os primeiros modelos de trompa cromática, que
consolida este instrumento na orquestra e dá uma nova perspectiva aos instrumentistas.

2.1. TROMPA DE CAÇA

Originalmente era construída por chifres de animais e utilizada com a finalidade


de indicar a localização da tropa, ou por cavaleiros, quando apanhavam sua caça.
Sua nomenclatura varia entre os países, na França se chama Cor de Chasse, na
Itália Corno da Caccia, na Espanha trompa da Caza e na Alemanha Parforce-Jagdhorn.
A sua forma arredondada permitia que o cavaleiro a envolvesse em seu corpo com
sua campana voltada para cima, apoiando com uma das mãos, deixando a outra livre para
conduzir o cavalo.

Consiste em trabalhar com a mão dentro da campana podendo produzir outros sons fora da
1

série harmônica.
11

Figura 1 Trompa de caça modelo Dampierre


Fonte: Disponível em: www.lest-eclair.fr/article/culture-et-loisirs/concert-de-trompes-de-chasse-au-chateau.
Consultado em 05/08/2013.

A partir do século XVII começa a ser utilizada na orquestra, na fanfarra


“Erminio” (1633) de Michelangelo Rossi (1601/02- 1638), na ópera “ Le Nozze de Teti e di
Peleo” (1639) de Francisco Cavalli (1602-1676) e Jean Babtiste de Lully (1632-1687) na
ópera “Princesse d’Elide” (1664). Segundo Alpert (2010, p. 6): “a única função da trompa
nessas óperas era tocar fanfarras, enquanto a orquestra permanecia em silêncio”.

2.2. TROMPA NATURAL

Na Alemanha é chamada Naturhorn, na Itália Corno Naturale, na França Cor e na


Inglaterra Natural Horn.
O instrumento produz apenas notas relativas à série harmônica de uma
determinada tonalidade, para mudança de afinação o músico acopla um tubo que aumenta ou
diminui seu tamanho.
Anton Joseph Hampel (1710-1771), trompista especializado em tocar notas graves
e luthier, projetou um instrumento com dimensões maiores, desenvolvendo a técnica de mão
que consiste em introduzir a mão direita dentro da campana, produzindo os sons fechados ou
abertos.
12

Figura 2 Trompa natural


Fonte: Disponível em: http://www.public.asu.edu/~jqerics/play-natural-horn.html. Consultado em 05/08/2013.

Com essas características e um timbre aveludado se tornou muito popular na


música de câmara e orquestral fazendo um uma ligação entre madeiras e metais (SILVA,
2012 p.44).

2.3. TROMPA CROMÁTICA

Por volta de 1814 começam a surgir os primeiros modelos à válvula. Seu


mecanismo era a válvula a pistão que quando acionada aumenta o tamanho do tubo surgindo
uma nova série harmônica. O instrumento possuía afinação em Fá com duas válvulas que
possibilitava os harmônicos de Mi e Mi bemol ao serem acionadas simultaneamente produzia
o quarto harmônico em Ré.
Várias foram às tentativas para melhorar o instrumento a pistão, chegando aos
rotores, que facilitam uma melhor passagem de ar pelos tubos, não gerando resistência ao
executante.
13

Figura 3 Trompa cromática


Fonte: Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:French_Horn_(PSF).png. Consultado em
05/08/2013.

O modelo de trompa usado atualmente surge em 1897, com a parceria do


construtor de instrumentos Fritz Kruspe e o professor de trompa do conservatório de Leipzig
F. A. Gumbert, que desenvolvem um modelo que une as tonalidades de Fá e Si bemol criando
assim a trompa dupla (SILVA, 2012 p. 101).
14

3. A TROMPA COMO CONHECEMOS

A trompa é basicamente dividida em:


Bocal, Corpo do instrumento e Campana;

3.1. PARTES DO BOCAL

Figura 4 Partes do bocal


Fonte: http://www.plander.com/bocais_bach.html.

1. Borda
2. Largura da borda
3. Diâmetro do cálice
4. Profundidade do cálice
5. Garganta
6. Furo final
15

7. O CORPO DO INSTRUMENTO

Figura 5 Trompa cromática e suas partes


Fonte: Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/File:French_Horn_back.svg. Consultado em 05/08/2013.

1. Bocal
2. Tudel (Leadpipe)
3. Apoio para mão direita (Flipper)
4. Chave d’água
5. Chaves de alternância entre Fá e Si bemol
6. Chaves (Acionam os rotores)
7. Válvulas (Rotores)
8. Pompas amovíveis (Voltas de afinação removível)
9. Pompa amovível principal (Volta removível da afinação Geral)
10.Pompa amovível (Volta removível) para afinação em Fá
11.Pompa amovível menor (Volta removível) para afinação em Si bemol
12.Tubo da campana (ou campânula)
13.Campana (ou campânula) fixa ou destacável
16

4. COMPREENDENDO SEU FUNCIONAMENTO

A trompa simples em Fá ou Si bemol tem no mínimo quatro voltas, sendo três


referentes aos rotores e uma para afinação geral.
No instrumento duplo Fá/Si bemol terá pelo menos oito voltas, seis referentes aos
rotores que usam duas para cada rotor, uma para afinação geral, uma para trompa em Fá,
alguns modelos possuem a volta para trompa em Si bemol.
Geralmente as bombas dos rotores têm o mesmo desenho, o que diferencia são os
tamanhos, sempre as voltas da trompa em Fá serão maiores. Isso porque em sua construção o
comprimento do tubo na trompa em Si bemol é menor.

Figura 6 Bombas de afinação trompa em Fá e Sib.

4.1. AS VOLTAS INDIVIDUALMENTE

Nesse instrumento pode-se produzir um número determinado de notas sem


pressionar nenhuma chave do rotor. Isso também ocorre quando acionamos algumas das
chaves.
Verifica-se que cada rotor possui diferentes tamanhos de voltas, que combinadas
entre si proporcionam sete posições. Buscaremos descrever a funcionalidade de cada uma
para a trompa em Fá tomaremos como base o Dó Central concentrado na primeira linha
inferior. Para trompa em Si bemol a nota de referência será o Fá escrito no primeiro espaço.
17

4.2. CONHECENDO AS VOLTAS

Percebemos que o rotor de numero dois tem a volta de afinação menor, ao acioná-
la abaixamos a tonalidade em meio-tom.

Figura 7 Volta de afinação 2º rotor

Quando acionada na trompa em Fá, mudamos a tonalidade para Si, sendo seu som
real Mi. Na trompa em Si bemol teremos a nota Mi soando a nota Lá.
O rotor de número um, é praticamente o dobro do tamanho comparado com o
segundo rotor, abaixando um tom inteiro.

Figura 8 Volta de afinação 1º rotor

Quando acionada na trompa em Fá, mudamos a tonalidade para Si bemol, sendo


seu som real Mi bemol. Na trompa em Si bemol teremos a nota Mi bemol soando a nota Lá
bemol.
18

O terceiro rotor equivale uma bomba e meia do rotor de número um, ou a soma
dos dois primeiros rotores baixando um tom e meio.

Figura 9 Volta de afinação 3º rotor

Quando acionada na trompa em Fá, mudamos a tonalidade para Lá, sendo seu som
real Ré. Na trompa em Si bemol teremos a nota Ré soando a nota Sol.

4.3. OBTENDO AS SETE COMBINAÇÕES

Primeira posição: Sem acionar nenhuma chave.

Segunda posição: Acionando o rotor número dois.

Terceira posição: Acionando o rotor de número um.

Quarta posição: Acionando o rotor de número três2. ou

Quinta posição: Acionando os rotores dois e três que juntos abaixa dois tons.

Sexta posição: Acionando os rotores um e três que juntos abaixam dois tons e meio.

Sétima posição: Acionando os três rotores que juntos abaixam três tons.

2
Podemos obter também a quarta posição, com a combinação dos rotores um e dois.
19

5. OS ROTORES E SUAS PARTES

Figura 10 Rotor e suas partes

1. Parafuso do limitador
2. Limitador
3. Ferradura
4. Parafuso da ferradura
5. Camisa do rotor
6. Rotor
7. Tampo interior
8. Capelote interior
20

6. QUAL É A AFINAÇÃO DO INSTRUMENTO: FÁ OU SI BEMOL?

Muitas dúvidas surgem com relação à afinação da trompa. Precisamos


compreender que, independente de qual trompa usamos, a afinação predominante é FA. Se
um aluno usa a trompa em Si bemol, não pensaremos como trompete, mesmo a digitação
sendo semelhante. Isso a torna um instrumento que necessita de pensar em transposição.
21

7. TRANSPOSIÇÃO

O ato de transpor consiste em respeitar a escrita original, como as relações de


intervalos, escrita rítmica, acentos, dinâmicas e andamento. A mudança ocorre apenas na
tonalidade. Segundo Dantas (2003, p. 54) “Transposição é a transcrição, guardando a mesma
proporção de intervalos de um texto musical para uma altura diferente, ou seja, de um tom
para outro.”
Devido à origem do instrumento, existem partituras em diversas tonalidades.
Como sua afinação ficou estabelecida em Fá cabe ao músico desenvolver esta técnica.

7.1. EXEMPLOS DE TRANSPORTES EM ORQUESTRAS

TROMPA EM E (MI).

Figura 11 Aria from "Cosi fan tutte" W. A. Mozart.


Fonte: French horn Passages Volume Three p. 25.

Neste transporte o Músico lê a música uma segunda menor (um semitom) abaixo
em relação às notas escritas ou pensa a escrita com a clave de Dó na quarta linha. A
tonalidade passa a ser Si maior.

Figura 12 Parte transportada para trompa em Fá.

Trompa em Eb (Mi bemol)


22

Figura 13 Concerto para piano Nº 22 W. A. Mozart.


Fonte: French horn Passages Volume Three p. 24.

Neste transporte o Músico lê a música uma segunda maior (dois semitons) abaixo
em relação às notas escritas ou pensa a escrita com a clave de Dó na quarta linha. A
tonalidade passa a ser Si bemol maior.

Figura 14 Parte transportada para trompa em Fá.

Trompa em D (Ré)

Figura 15 Divertimento Nº 1 W. A. Mozart.


Fonte: French horn Passages Volume Three p. 25.

Neste transporte o Músico lê a música uma terça menor (um tom e meio) abaixo
em relação às notas escritas ou pensa a escrita com a clave de Dó na primeira linha. A
tonalidade passa a ser Lá maior.
23

Figura 16 Parte transportada para trompa em Fá.

Trompa em C (Dó)

Figura 17 Concerto Nº 1 for piano L. Van Beethoven


Fonte: French horn Passages Volume Three p. 5.

Neste transporte o Músico lê a música uma quarta justa (dois tons e meio) abaixo
em relação às notas escritas ou pensa a escrita com a clave de Dó na quinta linha. A
tonalidade passa a ser Sol maior.

Figura 18 Parte transportada para trompa em Fá.


24

Trompa em A (Lá)

Figura 19 Duet from “Fidelio" L. Van Beethoven.


Fonte: French horn Passages Volume Two p. 9.

Neste transporte o Músico lê a música uma terça (dois tons) a cima em relação às
notas escritas, ou pensa a escrita com a clave de Fá na quarta linha. A tonalidade passa a ser
Mi maior.

Figura 20 Parte transportada para trompa em Fá.

Trompa em Bb basso (Si bemol baixo)

Figura 21 Concerto Nº 2 in Bb Majos for Piano, J. Brahms.


Fonte: French horn Passages Volume Two p. 10.

Neste transporte o Músico lê a música uma quinta justa (três tons e meio) abaixo
em relação às notas escritas ou pensa a escrita com a clave de dó na segunda linha. A
tonalidade passa a ser Fá maior.
25

Figura 22 Parte transposta para trompa em Fá

Trompa em Bb Alto ( Si bemol alto)

Figura 23 Concerto for Piano in Bb Major W. A. Mozart.


Fonte: French horn Passages Volume Two p. 24.

Neste transporte o Músico lê a música uma quarta justa (dois tons e meio) acima
em relação às notas escritas ou pensa a escrita com a clave de Dó na segunda linha. A
tonalidade passa a ser Fá maior.

Figura 24 Parte transportada para trompa em Fá.

7.2. MUDANÇA DE TONALIDADE

Para que possa tocar em uníssono com um instrumento em Si bemol, pensamos


uma quinta justa abaixo da nota desejada ou três tons e meio. Com um instrumento em Mi
bemol temos que transportar uma segunda maior ou um tom abaixo e para instrumentos em
Dó uma quarta justa ou dois tons e meio abaixo.
Dessa forma quando o aluno toca a nota Do na trompa, será no Sax-alto a nota Ré,
no trompete em Si bemol a nota sol e no trombone a nota Fá.
Pensando na tonalidade de Fá maior para trompa teremos no instrumento com
afinação Mi bemol a tonalidade de Sol maior. Para os instrumentos com afinação Si bemol
26

teremos a tonalidade de Dó maior. Para os instrumentos com afinação em Dó teremos a


tonalidade de Si bemol.

Figura 25 Mudança de tonalidade

Nas corporações musicais é comum vermos partes escritas para saxhorn3 em Mi


bemol, dessa forma o músico trompista deverá ler um tom abaixo da nota que se lê:

Figura 26 Transposição do Saxhorn para trompa

3
Ele foi inventado por Adolphe Sax, o inventor do saxofone, que construiu uma família de saxhornes entre
1843-45, o saxhorn alto, o tenor e o barítono (BARBOSA, 1998, p. 3).
27

8. A EXECUÇÃO DO INSTRUMENTO

Muitas dúvidas são levantadas quando se pratica o instrumento entre elas: porque
a mão direita deve ficar dentro da campana e como isso deve ser feito, qual o posicionamento
do bocal nos lábios, como é a digitação, dificuldade na emissão das notas. Outro fator que em
muitos casos dificulta a iniciação está relacionado com o peso e postura ao tocar instrumento.
Buscaremos neste trabalho apontar quais as formas tradicionais (universais) de
iniciar o aluno, levando em consideração alguns fatores como: arcada dentária, estrutura
física, tamanhos de lábios superiores e inferiores, que podem variar de individuo para
individuo.

8.1. RESPIRAÇÃO

Em todo instrumento de sopro a fonte para suas notas é o ar, assim, na trompa não
é diferente. Sendo necessária uma quantidade de ar maior do que a utilizada por um corpo
humano.
Para BOZZINI (2006, p.14) “O ato de respirar é condição primeira para que haja
vida de qualquer espécie”.
Na nossa vida agitada de hoje em dia muitas vezes nos esquecemos da importância
do ato de respirar, é muito comum até ouvirmos a frase “não tenho tempo nem de
respirar!”. Mas, quem quiser usar sua respiração para tocar um instrumento de sopro
terá de ficar atento à sua respiração, aprendendo a usá-la primeiramente para viver
de forma saudável e, então, para tocar seu instrumento (BOZZINI, 2006, p.14).

Afirma que o diafragma é o principal músculo responsável pela respiração.


Quando inspiramos, ele faz um movimento para baixo, aumentando a área dos
pulmões. Esse aumento da área dos pulmões provoca uma diminuição interna da
pressão do ar, o que faz com que o ar que está do lado de fora, com uma pressão
maior, entre nos pulmões. Quando expiramos, ocorre o processo inverso, o
diafragma comprime o ar que está nos pulmões, provocando um aumento da pressão
interna que expulsa o ar. A essa respiração, damos o nome de respiração abdominal
(BOZZINI, 2006, p. 15).
28

Figura 27 Movimento do diafragma


Fonte: Disponível em: www.afh.bio.br/resp/resp2.asp Consultado em 25/03/2014.

Podemos praticar este procedimento, deitado no chão coloque um livro sobre seu
abdômen e inspirando e expirando pela boca. Perceba o movimento da barriga (BENEDITO,
2009).

Figura 28 Exercitando a respiração


Fonte: Disponível em: http://ericasitta.wordpress.com/2012/01/09/terapia-respiratoria-parte-ii/ Consultado em
25/03/2014

Pratique diariamente, de preferência antes de tirar o instrumento do estojo.

8.2. EMBOCADURA
29

A função da embocadura é a de gerar o som. A energia para produzi-la surge da


respiração.
Quando a exercitamos vários músculos são acionados simultaneamente. Segundo
Benedito
Uma boa definição seria os músculos da boca, queixo, face, tensos e dispostos de
uma maneira precisa e cooperativa, e, portanto soprados para o fim de estabelecer à
coluna de ar uma vibração quando estes lábios estiverem sobre o bocal ou palheta
de um instrumento (FARKAS, 1969, apud BENEDITO, 2009, p. 46)

Figura 29 Músculos da Face


Fonte: Disponível em: cirurgiaplasticalaviano.blogspot.com.br/2012/12/botox.html. Consultado em 25/03/2014.

Ao executar o instrumento deve-se ficar atento para não pressionar o bocal contra
o lábio além do necessário
Muitas técnicas com o passar do tempo foram desenvolvidas em relação à
embocadura. Uma embocadura eficiente é aquela que possa proporcionar ao músico:
- Resistência para que possa executar seu instrumento por horas durante o dia;
- Domínio e controle do timbre, ataque e flexibilidade em toda extensão do
instrumento (BOZZINI, 2006, p. 24).
30

8.2.1. PRATICANDO A EMBOCADURA

Devemos projetar o queixo para baixo, cantos dos lábios firmes e o anel do lábio
circularmente para dentro. Dessa forma quando forçamos a passagem do ar, naturalmente se
construirá uma abertura produzindo a vibração.
Podemos exercitar nossa embocadura praticando alguns minutos por dia sem o
instrumento, apenas com a vibração dos lábios, produzindo um som parecido com o de uma
abelha.
Interessante praticar de frente para um espelho. Os músculos trabalharão em
sentidos opostos para criar a tensão necessária para que os lábios possam vibrar.

Figura 30 Embocadura.
Fonte: Disponível em: http://fan-ieed.blogspot.com.br/2010_07_01_archive.html. Consultado em 25/03/2014.

8.2.2. POSICIONAMENTO DO BOCAL

Devemos pensar a distribuição do copo do bocal em uma maior parte no lábio


superior e menos no inferior. E naturalmente realizando a abelhinha colocar o bocal no lábio
ajustando de forma confortável.
31

Figura 31Posicionamento do bocal.


Fonte: Disponível em: leitaotrompete.blogspot.com.br/2013/05/estudo-da-embocadura.html. Consultado em
25/03/2014.

Buscando auxiliar o estudante a compreender este processo Alpert (2006)


exemplifica como praticar este procedimento:
...o estudante deve tentar lembrar a sensação e memorizar o que está sendo
observado ao usar um espelho como acessório. Com o bocal a mais ou menos um
centímetro dos lábios, comece uma vibração clara e sonora, aproximando e
posicionando lentamente a borda junto aos lábios (sem interromper a vibração) até
encaixar com pressão o suficiente evitando, assim, o vazamento de ar pelos cantos
da boca (ALPERT, 2006, p. 18).

8.3. MÃOS

A trompa é o único instrumento em que o executante introduz e permanece com a


mão direita dentro da campana, fazendo com que esta influencie na qualidade do som e da
afinação.

8.3.1. MÃO DIREITA

Vecchia (2008, p.51) comenta: “Os dedos devem estar fechados e juntos sem
espaço entre eles e estendidos com os nós dos dedos quase alinhados. A mão é em forma de
concha, curvando os nós dos dedos para formar um ângulo de aproximadamente 90 graus”.
32

Figura 32 Posição da mão direita dentro da campana.


Fonte: Disponível em: hornmatters.com/2010/06/hornmasters-merewether-on-right-hand-position/. Consultado
em 25/04/2014.

Outra função da mão direita é a técnica de bouchê, que consiste em fechar toda a
saída da campana com a mão, assim o trompista de tocar meio tom abaixo da notação escrita
(trompa em Mi). Este efeito é representado pelo símbolo + em cima da nota que se deseja o
bouchê.

8.3.2. MÃO ESQUERDA

A mão esquerda serve para apoio e digitação, onde o dedo mínimo se coloca no
apoio, o polegar nas trompas duplas trabalha acionando a quarta chave, na simples fica em
repouso, os outros dedos acionam as chaves que nos proporcionam o cromatismo do
instrumento.

8.4. POSTURA

Refletir a postura, como estado físico, mental e emocional, pode auxiliá-lo a não
desenvolver dores, tensão e até uma má postura. Alguns exercícios de alongamento
colaboram para o desempenho musical não desenvolvendo dores (BENEDITO 2009).

Quando se estuda sentado, a coluna deve estar ereta. Dependendo da estrutura


física do aluno aconselha apoiar a campana na perna direita, podendo providenciar um apoio,
pois às vezes o corpo do instrumento é menor ou maior em relação à coluna.
33

Ao tocar em pé mantenha a mesma posição que sentado da cintura para cima, com
uma posição relaxada, natural e eficiente.
Benedito nos lembra quanto a negligencia em cuidar do corpo:
A Cultura da Dor no Aprendizado- é não considerar a qualidade de vida na relação
corpo- instrumento-músico. Cuidado! Dor é negligência. O Orgulho de sofrer pela e
para a música. Precisamos tocar relaxados, diz o professor. Mas como se relaxa?
Ausência de orientação (BENDITO, 2009, p.63).

8.5. FUNÇÃO DA LÍNGUA

Bozzini (2006, p. 29): “sua função é muito mais importante, pois é ela que
funciona como válvula reguladora da pressão do ar bem como da caixa de ressonância
formada pela cavidade bucal”.
Outro fator predominante é em relação ao ataque, ou a emissão das notas.
A função da língua é simplesmente a de interromper a passagem do ar para separar
cada nota. No momento em que o ar é solto ele produzirá o ataque. O movimento da
língua não deve se parecer ao de um martelo quando bate um prego, mais sim ao de
nossos dedos quando queremos ver se um ferro de passar roupa e está quente. É um
movimento que toca recuando e não empurrando.
Como quem na realidade produz o ataque é o ar, a função da língua será então a de
regular as emissões de ar (BOZZINI, 2006, p. 31).

8.6. DIGITAÇÃO

Como já mencionado o instrumento tem sete combinações de digitação. Cada


posição determina uma série harmônica, que combinando resulta na escala cromática.

8.6.1. SÉRIE HARMÔNICA


34

Consiste na seqüência de sons a partir de uma nota fundamental. Podendo ser


infinita. Na trompa o som gerador pode variar de acordo com a chave acionada que sempre
aumenta o tamanho.
Chamamos de série harmônica ao conjunto de sons que acompanham um som
principal, também chamado som gerador ou fundamental, gerado pela vibração de
um corpo sonoro. Com isso se deduz que uma nota produzida pela vibração de uma
corda ou pela voz de um cantor, por exemplo, não é simplesmente uma nota musical
pura, mas um som principal, acompanhado de outros, cada vez menos audíveis e de
quantidade indeterminada, chamados harmônicos (DANTAS, 2003, p. 64).
35

8.6.1.1. SÉRIE HARMÔNICA TROMPA EM FÁ


36

Figura 33 Tabela da série harmônica em cada posição na trompa em Fá.


8.6.1.2. SÉRIE HARMÔNICA TROMPA SI BEMOL
37
38

Figura 34 Tabela da série harmônica em cada posição trompa Si Bemol

Como podemos observar, a extensão da trompa pode ultrapassar três oitavas


chegando a quatro dependendo do instrumentista. Assim é comum a escrita na clave de Fá na
quarta linha, facilitando a leitura do músico no registro grave.
Alpert (2006) descreve de forma detalhada os registros do instrumento:
A extensão requerida para um trompista profissional é aproximadamente
quatro oitavas, ou quarenta e oito notas diferentes. Distribuídas em cinco
regiões a partir da nota mais aguda: Aguda (dó5 até dó#4), Média (dó4 até
dó#3), Média grave (dó3 até sol#2), Grave (sol2 até fá#1) e Super
grave( fá1 até dó1).

8.6.2. ESCALA CROMÁTICA

É a seqüencia de 12 sons com intervalos de meio tom.

8.6.2.1. POSIÇÕES PARA OBTER A ESCALA CROMÁTICA NA TROMPA


39

Figura 35 Posição das notas


Fonte: Disponível em: http://musicaeadoracao.com.br/recursos/imagens/tecnicos/instrumentos/trompa.gif.
Consultado em 28/03/2014.
9. LIMPEZA E MANUTENÇÃO

Alguns cuidados em relação à limpeza e manutenção podem auxiliar o executante


em seu desempenho.
O melhor funcionamento de qualquer instrumento é a manutenção preventiva. Já no
princípio, deve compreender a importância deste cuidado com o instrumento. O
aluno deve estar familiarizado com o método correto de retirar e lubrificar as
bombas, colocar óleos nos rotores e montar as cordas. (BAILEY et al., 1991 p. 53,
tradução nossa)

9.1. PROCEDIMENTOS PARA LIMPEZA

Para limpeza pode ser utilizado um detergente neutro, polidor Silvio ou Brasso,
flanela, um recipiente onde possa deixar de molho as partes do instrumento. Para facilitar
existem em lojas especializadas que vendem Kits que auxiliam melhor na higiene. Baileyet et
al (1991, p. 53) em relação a limpeza orientam “ a trompa deve ser limpa duas vezes ao
ano[...]”.
40

9.2. ROTORES E BOMBAS

Retire as bombas e voltas de afinação colocando em um recipiente com água e


detergente. Após deixar de molho, lavar com escova de nylon, se for o caso de limpa-las com
o polidor deve-se lavá-las novamente para retirar os resíduos do produto pois isso pode com o
tempo corroer o metal.
Aplique diretamente nos rotores, detergente, com um pouco d’água e mexa para
que com o movimento possa limpá-los, depois enxágüe bem com água.

9.3. BOCAL E LEADPIPE (TUDEL).

Para o bocal adotamos o mesmo procedimento, deixamos de molho, e depois


lavamos com a escova para bocal.
Uma parte fundamental do instrumento é o leadpipe (Tudel), lave com a haste
flexível, este procedimento pode ser feito toda semana, geralmente muita sujeira fica
acumulada nesta parte.

9.4. CHAVES COM CORDAS

As chaves em algumas trompas são acionadas através de cordas, então quando for
montá-las, devemos ficar atentos para que as três chaves fiquem alinhadas. As cordas devem
ser trocadas com freqüência.
Na imagem abaixo segue a seqüência para montar as cordas na chave do rotor. O
exemplo A são para as chaves que ficam a direita do limitador e o exemplo B para as que
ficam a esquerda.
41

Figura 36 Posicionamento da corda nos rotores.


Fonte: Disponível em: http://www.paxman.co.uk/pages/hornmaintenance.html. Consultado em 28/04/2014.

Ao desmontar o instrumento devemos ter alguns acessórios para nos auxiliar. È


fundamental termos uma chave de fenda de tamanho ideal para cada parafuso sendo eles o
limitador do rotor, e os das chaves.

10. LUBRIFICAÇÃO

Como vimos acima, não basta apenas lavar o instrumento e achar que lhe
proporcionará bons resultados, é preciso sempre que necessário colocar óleo nas partes
indicadas.
42

Figura 37 Lubrificando o rotor.


Fonte: Disponível em: http://www.paxman.co.uk/pages/hornmaintenance.html. Consultado em 24/04/2014.
Lembre-se, nosso instrumento é similar a um automóvel, sempre fazemos
manutenção, trocamos óleo, para que as engrenagens possam funcionar normalmente.
43

CONCLUSÃO

Esta pesquisa procurou desenvolver um trabalho com intuito de orientar o


educador em suas atividades. Ao longo do trabalho explanamos sobre suas peculiaridades e
sua forma, que corresponde à postura e posicionamento, afinação e extensão.
Acreditamos que a compreensão de temas como sua história, função de cada volta
de afinação, nomenclatura de suas partes e manutenção trará ao estudante mais segurança para
executar seu instrumento. Sabendo da importância na iniciação de músicos através de mestres
nas bandas de música, nos quais, em sua maioria são autodidatas criando suas próprias
metodologias, esperamos que este trabalho possa auxiliá-lo em suas atividades.
44

REFERÊNCIAS

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Estadual de São Paulo. Programa de Pós-Graduação. São Paulo, 2010.

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compreensão da expressão brasileira da trompa. Universidade Federal do Rio de Janeiro:
Escola de Música curso de mestrado em Música. Rio de Janeiro, 1999.

BAILEY, Wayne. et al. Teaching Brass: a resource manual. [New York]: McGraw-hill Inc.
1991.

BARBOSA, Joel Luís da Silva. Da Capo: Método elementar para o ensino coletivo ou
individual de instrumentos de banda. Saxhorn. Belém: Fundação Gomes, 1998.

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desconhecido. Universidade Estadual de Campinas. Curso de mestrado em Música do
instituto de artes da UNICAMP. Campinas, 2006.

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cultura, Salvador - Bahia, 2009.

BOZZINI, Angelino. A arte do sopro, desvendando a técnica dos instrumentos de bocal.


Editora Keyboard. 2006.

DANTAS, Fred. Teoria e Leitura da Música para Filarmônicas. Casa das Filarmônicas –
Salvador – BA, 2003.

FEITOSA, Radegundis Aranha Tavares. O ensino de trompa: um estudo dos materiais


didáticos utilizados no processo de formação do trompista. Universidade Federal da
Paraíba. Centro de comunicação turismo e artes. Programa de Pós-Graduação em Música.
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FERREIRA, Sarah Ramez. Padrões físicos inadequados na performance da trompa.


Universidade Federal de Minas Gerais: Programa de pós-graduação. Belo Horizonte, (2009).
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do Rio de Janeiro: Sub-Reitoria de Desenvolvimento e Extensão. Rio de Janeiro, 2002.

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Processos de ensino e aprendizagem dos fundamentos técnicos na aplicação do método
Da Capo. Universidade Federal da Bahia: Programa de Pós-Graduação em Música. Salvador,
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