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Fevereiro, 2019
ÍNDICE
Introdução……………………………………………………………………………………...3
Prospectus da UEM……………………………………………………………………………4
Plano temático…………………………………………………………………………………5
Lições 1 e 2………………………………………………………………..…………………..6
Lições 3 e 4…………………………………………………………………………………..11
Lições 5 e 6……………………………………………………..……………………………15
Lições 7 e 8………………………………………..…………………………………………17
Lições 9-10……………………………………………………………………………….…..20
Lições 11 e 12…………………………………………………………………………….….25
Lições 13 e 14……………………………………………………………………………..…29
Lições 15 e 16………………………………………………………………………………..29
Lições 17 e 18………………………………………………………………..………………30
Lições 19 e 20………………………………………………………………………………..34
Lições 21 e 22………………………………………………………………………………..37
Lições 23 – 24……………………………………………………………………………..…38
Lições 25 e 26………………………………………………………………………………..43
Lições 27 e 28…………………………………………………………………..……………43
Lições 29 e 30………………………………………………………………………….....….43
Lições 31 e 32…..……………………………………………………………………………44
Considerações finais………………………………………………………………………….45
Pentagrama…………………………………………………………………………………...47
INTRODUÇÃO
Espera-se que esta disciplina seja crucial para a criação de pilares básicos e fortes no seu
perfil como instrumentista (palco) ou pedagogo (sala de aula).
Prospectus da UEM
OBJETIVOS
A disciplina de Teoria da Música é fundamental em ambas as variantes do curso de licenciatura
em Música. Nesta disciplina serão abordados os diversos conceitos da teoria musical, o que
proporcionará ao formando um domínio profundo acerca da teoria da música, dos conceitos
mais elementares aos mais complexos, ao longo dos 6 semestres em que será lecionada.
RESULTADOS ESPERADOS
No final do 1.º Semestre o aluno deverá dominar as seguintes competências:
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS
- Dominar a Notação Musical, a Leitura Musical e a Execução Vocal (melódica, rítmica e/ou
melódico-rítmica) de um trecho apresentado;
- Conhecer os conceitos teóricos elementares (nomes das figuras, claves, compassos simples,
sinais de expressão e de dinâmica);
- Ser capaz de transcrever um trecho ouvido (melódico, rítmico e/ou melódico-rítmico).
COMPETÊNCIAS GENÉRICAS
- Desenvolver a acuidade auditiva;
- Dominar os conceitos e regras da Teoria Musical;
- Perceber a utilidade dos conceitos abordados;
- Relacionar e utilizar a Teoria Musical nas outras disciplinas do curso.
TEMAS
- Música: SOM – quatro propriedades;
- Altura – pentagrama, claves, notas, colocação das notas na pauta;
- Duração – figuras e células rítmicas, compassos simples;
- Intensidade – sinais de expressão e de dinâmica elementares;
- Timbre – definição, fontes sonoras convencionais e não convencionais, reconhecimento
auditivo de timbres.
BIBLIOGRAFIA INDICATIVA
- Kennedy, Michael (1994). Dicionário Oxford de Música. Publicações D. Quixote: Lisboa;
- Michelis, Ulrich (2003). Atlas de Música I – Parte Sistemática. Gradiva: Lisboa;
- Platzer, Frédéric (2001). Compêndio de Música. Edições 70: Lisboa;
- The New Groove Dictionary of Music and Musicians (2001). Macmillan: London;
- Zamacois, Joaquín (2002). Teoria de la Música I. Idea Books: Barcelona.
PLANO TEMÁTICO
INTRODUÇÃO
Nb: A partir do trabalho executado na disciplina, também serão abordados temas emergentes.
Esses temas permitirão uma compreensão mais concisa das matérias previstas.
LIÇÕES 1 - 2
Na UEM-ECA, a teoria de Música apresenta seis níveis que são constituídos por duas
partes “ teórica e prática”. Estas partes do conjunto são lecionadas, no contexto atual, por dois
professores. Portanto, os estudantes devem participar de 32 horas teóricas e outras 32
práticas. Nesse ínterim, a avaliação final do semestre dependerá, tanto da participação ativa
dos estudantes nas lições, quanto à soma das notas obtidas nas duas partes da disciplina.
práticas que dependem de época, espaço, sujeito e situação entre outros aspectos. Portanto,
como indica o etnomusicólogo americano, Bruno Nettl,
“[…] os educadores têm percebido que a música pode ensinar além de muitos
sons agradáveis, como apreciá-los, como produzi-los. Eles entendem que
aprendem sobre pessoas através da sua música, e que muitas pessoas do
mundo expressam muitas coisas importantes sobre a vida e sua cultura
através da música” (NETTL, 2010, p. 2-3, minha tradução)3.
Num mundo contemporâneo, concordamos que “[…] a música é uma importante forma de
definir a sua própria cultura, e também a apropriação da cultura de uma outra sociedade”
(NETTL, 2010, p. 6, minha tradução)4.
Reconhecendo que a música está contida dentro de um grupo cultural é relevante
lembrar o conceito da cultura. Em alguns dicionários encontramos que a cultura é “todo
complexo, incluindo o conhecimento, crenças, arte, moral, leis costumes e outros habitos ou
capacidades adiquirido pelo homem como membro da sociedade” (Tylor 1871, p. 1, tradução
minha)5. Em um conceito moderno e etnomusicológico a “cultura é o metódo pelo qual
aprendemos o caminho da interpretação do mundo, e as regras do comportamento, das
pessoas com as quais fomos educados e convivemos com elas” (NETTL, 2010, p. 6, tradução
minha)6.
Para interpretar o mundo musical na perspectiva instituicional é relevante que “[…]
cada sistema da educação e formação musical […] inclua três components – o estudo da
musica clássica ocidental, o estudo da música tradicional local e alguma coisa da música do
resto do múndo (NETTL, 2010, p. 1, tradução minha, grifo meu)7.
Portanto, não deve ser surpreentente que ao longo das nossas aulas tenhamos
exemplos que ilustram os três componentes apresentados como forma de equipar, educar e
formar um profissional capaz de ser, estar e fazer sua prática com a necessária flexibilidade
epistimologica na contemporaneidade.
3
But at the same time I think that educators have come to realize that music can teach you a lot beyond nice
sounds and how to appreciate them, and how to make them. Increasingly, they find that they learn about people
through their music, that many of the world’s peoples express the important things about their lives and their
culture through music (NETTL, 2010, p. 2-3).
4
[…] and music is an important way of defining your own culture, and also of apprehending the culture of
another society (NETTL, 2010, p. 6).
5
Culture is “that complex whole, including knowledge, belief, art, morals, law, custom, and any other habits or
capacities acquired by man as a member of society” (Tylor 1871, p. 1).
6
Culture is the method by which we learn the ways of interpreting the world, and the rules of behavior, from
people in whose company we are raised and live (NETTL, 2010, p. 6).
7
It included the recommendation that each system of music education should include three components—the
study of Western classical music, the study of local music traditions, and something of the music of the rest of
the world (NETTL, 2010, p. 1)
“[…] todas músicas são iguais. Cada mundo cultural tem desenvolvido
música que serve as suas necessidades. E, cada cultura submete-se a
modernização, ela toma o que ela deseja e necessita de outras músicas com as
quais têm contato, combinando, sitentizando, mesclando, e tudo isto é a nova
autenticidade (NETTL, 2010, p. 8, tradução minha)8.
8
[…] all music are equal. Each of the world’s cultures has developed its music to serve its needs. And, as each
culture undergoes modernization, it takes what it wishes or needs from other music with which it has contact,
combining, synthesizing, fusing, and all of this is the new authenticity (NETTL, 2010, p. 8).
9
Melodias independentes.
Exercícios
2. Dos conceitos apresentados, escolha um que mais lhe identifique e justifique as suas
razões?
5. Na sua opinião existe alguma parte ou elemento da música mais importante? Justifique?
LIÇÕES 3 - 4
Conteúdo: Altura – pentagrama, claves, notas.
Objetivos: - Reconhecer a Notação Musical;
- Identificar corretamente as notas e claves musicais;
- Interpretar a partitura musical fluentemente.
10
Nb: A atual nomenclatura das notas musicais é atribuída à Guido D'arezzo, a partir das primeiras sílabas do
texto de um hino a São João Baptista, em Latim. A versão original em inglês utiliza as primeiras sete letras do
alfabeto para representar o nome das notas em latim: A (lá), B (si), C (dó), D (ré), E (mi), F (fá), e G (sol). Em
português sempre utilizamos a nomenclatura latina para falar o nome das notas, mas para a escrita utilizamos
tanto a escrita completa (dó, ré, mi), quanto a resumida (C, D, E). Ao mesmo tempo, a escrita resumida,
representada pelas letras do alfabeto, também é utilizada para cifras que representam acordes. Nesta disciplina,
, a depender do contexto, tanto o nome latino quanto as letras do alfabeto serão utilizados para representar notas,
de forma a tornar a leitura e escrita mais rápidas ou facilitar a compreensão do texto e dos exemplos. Sempre
que uma letra estiver se referindo a um acorde, essa informação será fornecida. Por exemplo: Toque o acorde de
A. Nesse caso pede-se para tocar o acorde de lá maior, isto é, as notas lá-do#-mi simultaneamente, e não
somente a nota lá (KOSTKA; DOROTHY, 2015, p. 3).
porque está no mesmo registro de oitava, mas a tecla branca à esquerda do dó3 seria chamada
de si2.
Notação na Pauta
Como apresentam os teóricos musicais americanos, Kostka e Dorothy (2015, p. 4), o
nosso sistema de notação musical é similar à um gráfico no qual o tempo é indicado no eixo
X (abscissas) e a altura no eixo Y (ordenadas). Na figura 3, M ocorre antes do O no tempo e
está acima do O na altura da nota.
Um(a) pentagrama ou pauta é usada na música para indicar a altura precisa da nota
desejada. A pauta consiste de cinco linhas e quatro espaços equidistantes, mas pode ser
alargada indefinidamente pelo uso das linhas ou espaços suplementares superiores e
inferiores (figura 4).
Clave
A clave é um sinal que aparece no começo da pauta indicando quais alturas estão
associadas com quais linhas ou espaços intermédias ou suplementares. Na sua abordagem
histórica, o teórico musical demostra que
Alguns estudiosos como Med (1996); Kostka, Dorothy (2015); entre outros
comungam que as três claves comumente usadas atualmente são Sol, Fá e Dó conforme
demostradas na figura 5. Nesta figura em cada clave está ilustrada a posição do dó3. Note que
a clave de dó aparece em duas posições, terceira e quarta linhas.
finalle, sibelius, entre outras. De igual modo, podemos achá-las acompanhadas de outros
sinais auxiliares que demostram o registro das notas (figura 6).
LIÇÕES 5 - 6
1. Nomeie as alturas nos espaços em branco abaixo, usando o devido registro de oitava.
4. A partitura de piano é uma combinação de dois pentagramas unidos por um colchete, com
as claves de sol e de fá nos pentagramas superior e inferior, respectivamente.
4.1. Escreva as alturas na clave mais adequada ao seu ver.
LIÇÕES 7 - 8
Conteúdo: Duração – figuras e células rítmicas, colocação das figuras na pauta.
Objetivos: - Identificar as figuras de valor rítmico e a sua duração;
- Grafar corretamente as figuras musicais;
- Interpretar e transcrever pequenos trechos rítmicos e melódicos.
Simbolos de duração
As “durações são escritas com o uso de símbolos organizados de forma que cada
símbolo tenha o dobro da duração do próximo símbolo mais curto e metade da duração do
próximo símbolo mais longo” (KOSTKA; DOROTHY, 2015, p. 23). A tabela abaixo lista
alguns desses símbolos.
Essa série de figuras pode continuar com fusas, semifusas, e assim por diante.
Existem outras durações diferentes das indicadas na tabela, as quais “devem ser indicadas
através do uso de ligaduras, pontos ou outros símbolos” (KOSTKA; DOROTHY, 2015, p. 23).
Neste caso a ligadura é denominada como uma ligadura de valor, consistindo numa “linha
curva que conecta duas notas de mesma altura, criando uma nova duração que é igual à soma
de seus valores” (KOSTKA; DOROTHY, 2015, p. 23). Igualmente, existe o ponto de
aumentação que adiciona à duração metade do valor da nota, pausa ou ponto que o precede,
como na figura 7.
;
Fonte: Elaboração do autor.
Os teóricos musicais (KOSTKA; DOROTHY, 2015, p. 23) chamam atenção que “Quando
escrito no pentagrama, um ponto nunca é desenhado sobre uma linha do pentagrama. Se a
cabeça da nota está sobre a linha (é cortada pela linha), o ponto é escrito à direita da nota,
mas sempre no espaço acima dela”, conforme se apresenta na figura 8.
Exercícios
1. Quantas semicolcheias são necessárias para se somar e ter a mesma duração que uma
mínima?
2. Dois pontos numa semínima adicionam quais durações à ela?
3. Escreva quantas notas ou pausas de menor valor seriam necessárias para igualar a duração
maior.
1) 2) 3) 4) 5)
6) 7) 8
LIÇÕES 9-10
Métrica
“Os tempos musicais tendem a ser agrupados em padrões que são consistentes por
todo um trecho musical; o padrão de tempos é chamado de métrica. Grupos de dois, três e
quatro tempos são os mais comuns, apesar de que outras métricas possam ocorrer”
(KOSTKA; DOROTHY, 2015, p. 24, grifo meu).
Esses grupos de tempos são chamados de compassos, e na escrita musical o fim de um
compasso é sempre indicado por uma linha vertical que atravessa o pentagrama chamada
barra de compasso; também existe a barra final que é, geralmente, colocada no final da peça
(figura 9). Nesse sentido, acentuação ou compasso “é a divisão de um trecho musical em
séries regulares de tempos ou o agente métrico do ritmo” (MED, 1996, p. 114).
Como pode observar na figura 10, a fórmula do compasso é constituída por duas
parte, as quais, matematicamente são denominada de numerador e denominador da fração. Os
numeradores das frações da acentuação da subdivisão binária11 são representados pelos
seguintes números: acentuação de 2 tempos (2), de 3 tempos (3) e de 4 tempos (4). Os
numeradores indicam a quantidade das unidades de tempo para cada acentuação ou
compasso. Por exemplo a acentuação 2/4 é preenchida por duas semínimas, a 3/4 por três
semínimas e a 4/4 por quatro semínimas sendo 2, 3,4, respetivamente para cada compasso,
valendo cada semínima uma unidade de tempo (UT). Portanto, na subdivisão binária, a
unidade de tempo (UT) é uma semínima (estabelecida pelo denominador). E a unidade do
compasso (UC) vai depender da soma de todas as unidades de tempos previstos no
numerador em um determinado agrupamento (figura 11, 12 e 13).
11
Na subdivisão binária a unidade do tempo é divisivel em duas partes.
Essas durações mais curtas (unidades) são chamadas de divisões do tempo. Quando as
unidades dos tempos são divididas em duas partes iguais, são chamadas de tempos simples ou
subdivisão binária, e quando são divididas em três partes iguais, são tempos compostos ou
subdivisão ternária. Na convicção de Kostka e Dorothy (2015, p. 26) “os tipos comuns de
tempo e métrica podem ser combinados em seis possibilidades” (tabela 3).
Esta disciplina trata apenas dos compassos de tempos simples ou subdivisão binária,
sendo que os restantes estão previstos para Teoria Musical III. Retomemos a essa abordagem
para ficar mais clara.
= ,8= (e assim por diante). Algumas fórmulas de compasso simples estão listadas na
tabela 4.
nos respetivos tempos do compasso. Desta forma cada mundo musical ou grupo cultural
define o seu padrão de acento (tempos fortes ou fracos) segundo suas singularidades práticas.
Os padrões apresentados na tabela 2 são convenções ocidentais, mas aos nos
adentrarmos nas danças moçambicanas como Xigubo, Tufo, Mapiko, Ngalanga, Makwaela,
Zore, Timbila, Xigomani, Mutimba, entre outras podemos nos surpreender bastante com a
colocação cultural das acentuações. Exemplos auditivos: Composição de May Mbira – vozes;
Silambo – Kanhakanhela, Xinghozhozmu, kikiringo; Luka – Mayeza, Albino Mbie-Xibutso
Gaza.
LIÇÕES 11 - 12
Conteúdos: Exercícios (Altura e duração).
Objetivos: - Consolidar as matérias abordadas (Interpretar e transcrever pequenos trechos em
compassos de tempos simples).
3
4
Quaternário
Simples
3. Escreva a melhor fórmula de compasso simples para cada exercício. Em alguns casos mais
do que uma resposta correta é possível. Existe situações sem solução para este nível de teoria,
descubra e examine-as.
4. Cada trecho abaixo está escrito de forma que o tempo está obscurecido de alguma forma.
Sem mudar a maneira na qual a música irá soar, reescreva cada um de modo a clarear o local
do tempo. Isto pode envolver a quebra de alguma das notas longas em durações mais curtas
com ligaduras ou refazer a conexão de algum grupo de colcheias.
Amatuwetwe
12
A língua Xichangani, segundo Ngunga (2004:48), pertence a zona S, grupo Tswa-Ronga S50, no grupo
subsidiário S53. Está classificação das línguas moçambicanas é segundo Guthrie (1967-1971) a que aplica o
critério geográfico-genealógica. Trata-se de uma língua comumente falada na zona sul de Moçambique.
LIÇÕES 13 - 14
Conteúdo: Preparação da I prova.
Objetivos: - Revisar as matérias trabalhadas nas duas unidades temáticas.
LIÇÕES 15 - 16
Conteúdo: 1º teste.
Objetivos: - Examinar o nível de compreensão dos conteúdos aprendidos.
A primeira prova será baseada nos conteúdos das duas unidades temáticas
trabalhadas, nomeadamente o parâmetro altura e duração.
LIÇÕES 17 - 18
Conteúdo: Intensidade – sinais de dinâmica elementar.
Objetivo: - Identificar e interpretar os sinais de expressão elementar.
Dinâmica
A dinâmica é a graduação da intensidade do som, isto é, “o grau da intensidade com
que o som é emitido ou articulado. A intensidade do som depende do impulso que provoca a
vibração, da amplitude das vibrações e do ambiente em que o som é produzido (MED, 1996,
p.213). A intensidade do som equivale à amplitude da vibração, por isso quanto maior for as
amplitudes das vibrações mais forte será o som produzido (figura 14, 15).
Sinais de acentuação
Os sinais de acentuação indicam as notas que são salientadas. Eles são grafados,
preferencialmente, junto à cabeça da figura da nota, como se apresenta a seguir.
O sinal - marcato (figura 19) indica que a nota deve ser acentuada com muito
vigor e suavizada logo em seguida (MED, 1996, p. 217);
O sinal indica qua a nota deve ser acentuada e em seguida suavizada (MED, 1996, p. 217);
O Staccato indica que a nota deve ser divida em duas partes iguais, sendo uma ocupada
pelo valor do som e a outra pela figura de pausa.
Exercícios:
1. Providencie para aula a obra Take the “A” train (jazz standard de Duke Ellington)
arranjada por Nancy Faber e Randall Faber (2011, p. 4-7).
LIÇÕES 19 - 20
Conteúdo: Intensidade – sinais de expressão elementar.
Objetivo - Identificar e interpretar os sinais de expressão elementar
Sinais de expressão
De acordo com o Bohumil Med (1996, p. 221) “para interpretar uma obra, o intérprete
deve compreender todas as intenções e sentimentos do compositor. Muitas vezes o próprio
título da obra nos ajuda”. Xigubo, por exemplo, será uma dança e música guerreira,
Makwaela é uma dança e música de união. Marrabenta é uma dança e música de alegria.
Existem uma lista enorme de temos expressivos sugeriodos por Med (1996, p. 223):
Addolorato – doloroso, triste; Affabile – afável, carinhoso; Affetuuoso – terno, meigo;
Agevole – ágil; Agitato – agitado; Allegramente – Alegre; Amable – Amável; Amoroso –
amoroso; Animato – animado; Appasionato – apaixonado; Ardito – com ardor; Arioso - em
estilo de ária; Brillante – brilhante; Brioso – com brio; Burlesco – cômico; Burlescamente –
cômicamente; Aldamente – com emoção; Aclamato ou Calmando – com calma; Calmo –
calmo; Calore ou Caloroso – com calor; Cantabile – cantado, cantado; Capriccioso –
caprichoso; Comodo – Cômodo; Con abbandono - com abandono; Con allegrezza – com
alegria; Con anima – com alma; Con bravura – com bravura; Con brio – com brio, com
brilho; Con calma – calmamente; Con calore – com calor, calorosamente; Con delicatezza –
delicadamente; Con desiderio – com desejo; Con dolore – com dor; Con duolo – com tristeza;
con eleganza- com elegância; Con elezazione – com nobreza; Con expressione – com
expressão; Con fuoco – com fogo, com intensidade; Con grazia – graciosamente; Con gusto –
com gosto; Con moto – movido, com vida; Con passion – com paixão; Con sentimento –
sentimentalmente; Con spirito – com espiríto; Con tenerezza – com ternura; Con umore –
com humor; Deciso – decidido, firmente; Delicato ou delicamente – delicado; Desto –
animado, vivo, desperto; Disperato – desesperado; Dolce – docemente, doce; Dolcissimo –
muito doce; Delente, doloroso – doloroso; Dramatico – dramático; Elevato – nobremente;
Energico – com energia; Eroico – heróico; Erotico – erótico; Espressivo – expressivo; Feroce
– selvagem; Festivo ou festoso - festivamente; Flebile – triste, quase chorando; Fuocoso -
com fogo; Furioso – furioso; Gaiamente ou gaio – alegre; Generoso – generoso; Gentile –
gentimente; Giocoso – jocoso, brincando, alegre; Giusto – justo, exato; Grandioso – gradioso,
imponente; Grazioso – gracioso; Imprerioso – imperioso, altivo; Impetuoso – tempestado;
Innocente – inocente; Inquieto – inquieto; Lacrimoso - com lágrimas; Lagrimando - com
lágrimas; Lamentoso – lamentando; Languido – lânguido, frágil; Leggiero – ligeiro, agil,
leve; Lugubre – lúgubre, sombrio; Lusingando – carinhoso; Maestoso – majestoso;
Malinconico, Melanconico – melancónico; Marcato – marcado; Marziala – marcial; Mesto –
triste; Misterioso – misterioso; Mosso – movido ou animado; Nobile – nobre; Parlando –
como se fosse falando; Patetico – patético; Pesante – pesadamente; Piacevole –
agradavelemente, prazeirosamente; Piangendo – com lágrimas, chorando; Placido – plácido;
Pomposo – pomposo; Recitativo – como se fosse falando; Religioso – religioso; Risoluto –
resoluto, decidido; Ritmico – com acentos e marcato; Rustico – rústico; Scherzando,
scherzoso – brincando, gracejando; Scioltamente ou sciolto – natural, desembaraçado;
Semplice – com simplicidade; Sensibile – sensível; Serios – sério; Severo – severo; Solenne –
solene; Sordamente – abafado; Sostenuto – sustentando; Soave, soavemente – suavemebnte;
Sonoramente ou sonoro – sonoro; Spiritoso - com espírito; Strepitoso – ruidosamente;
Tempestoso – tempestuoso; Teneramente – com ternura; Timoroso – com medo;
Teneramente - com ternura, ternamente; Timoroso – com medo; Tranquillo – calmo,
tranquilo; Tristemente ou triste – tristemente; Tumultoso – tumultuando; Veloce – veloz;
Vigoroso – com vigor; Vivo – com vivacidade.
Exercícios
LIÇÕES 21 - 22
Conteúdos: Exercícios
Objetivo: - Consolidar as matérias abordadas
Esta aula será destinada para resolução e discussão dos exercícios preparados pelos alunos.
LIÇÕES 23 - 24
Timbre
O timbre é a combinação de vibrações determinadas pela espécie do agente que as
produz. O termo timbre significa colorido sonoro, seja de um instrumento individual ou de
um grupo (KOSTKA, 2006, p. 222; MED, 1996, p.12). Esta propriedade do som deriva das
partes ou elementos da música bem como das outras caraterísticas do som e não podemos
confundi-la com a textura. “A textura refere-se às relações entre as partes (ou vozes) em
qualquer momento de uma composição; diz respeito especialmente às relações entre ritmos e
contornos, mas também à espacialidade e à dinâmica (KOSTKA, 2006, p. 222).
Como escreveu Kostka “Uma parte da exploração de novos timbres e texturas foi
resultante de influências externas – jazz, música folclórica, oriental e latino-americana. De
fato, poucos instrumentos realmente novos foram inventados e introduzidos com sucesso no
século 20, sendo a maioria das exceções instrumentos de percussão (o vibrafone, por
exemplo). Uma exceção muito importante é a música eletrônica, […] (KOSTKA, 2006, p.
222).
Instrumentos de cordas
Um grande número de efeitos especiais são encontrados no repertório contemporâneo
para cordas. Como nos sopros, estes recursos não são invenções recentes, mas são mais
usados agora do que antes. Eles incluem as surdinas, cordas soltas, harmônicos (tanto naturais
Técnicas de arco incluem o tremolo, arcada com a madeira, vários tipos de ataques e
arcadas sem altura definida, cuja idéia é produzir um som “arranhado”. A peça de
Penderecki, Threnody for the Victims of Hiroshima (1961) é famosa por suas técnicas nas
cordas, entre outras coisas. No exemplo 11-4 cada músico realiza uma série de 7 efeitos
especiais o mais rapidamente possível. As linhas onduladas em algumas partes representam
um vibrato lento de quarto-de-tom, o mais agudo possível. Os efeitos da peça de Penderecki
são os seguintes: 1) percussão no tampo, 2) tocar a nota mais aguda possível em pizzicato, 3)
tremolo veloz entre a ponte e o cavalete, 4) fazer um arpejo nas 4 cordas atrás da ponte em
legno battuto (batendo com a madeira do arco), 5) percutir o tampo 2 vezes, 6) tocar a nota
mais aguda em tremolo, 7) tocar entre a ponte e o cavalete (KOSTKA, 2006, p. 226).
O piano
O piano tem sido um campo particularmente fértil para aqueles interessados em
experimentação com novas sonoridades. Os clusters eram em princípio um recurso exclusivo
dos instrumentos de teclado.
A voz
A técnica vocal mais conhecida originada no século 20 é o Sprechgesang, um método
que reside em algum lugar entre o canto e a fala. Schoenberg a usou pela primeira vez em
Pierrot Lunaire (1912). O pequeno “x” em cada haste das figuras da voz é o símbolo
geralmente utilizado para especificar esta técnica. Note que a parte da voz é intitulada
Recitação.
Instrumentos de percussão
Um dos desenvolvimentos mais importantes da música contemporânea é o papel
expandido da percussão. A seção referente a estes instrumentos na orquestra foi expandida da
tradição clássica de um timpanista para um número variável de intérpretes, que tocam uma
multiplicidade de instrumentos, que continuam crescendo.
Instrumentos de sopro
Algumas técnicas para sopros usadas em partituras contemporâneas não são
inteiramente novas, mas representam uma intensificação ou desenvolvimento de usos
anteriores. Isto poderia incluir, por exemplo, o uso de surdinas e glissandos. Os metais
utilizam uma variedade maior de surdinas do que antes, muitas delas com origens no jazz, e
até mesmo as madeiras têm usado este recurso de várias formas. Outras técnicas são o frulato
e o trinado enarmônico, no qual o intérprete alterna rapidamente entre dois dedilhados com a
mesma nota.
Instrumentação e Orquestração
A música do século 19 tendia a ser composta para vários grupos tradicionais: orquestra,
quarteto de cordas, trio com piano, etc. Embora todas estas combinações ainda existam, sua
predominância na cena composicional diminuiu. Por uma razão, é lugar-comum hoje em dia
adicionar ou omitir instrumentos de acordo com a concepção do compositor de como uma
peça deve soar. Os instrumentos adicionados a uma orquestra, por exemplo, podem consistir
em algo qualquer coisa desde saxofones até pianos de brinquedo. Um número de novos
grupos “tradicionais” tem atraído a atenção dos compositores. Um destes, o de percussão, já
foi mencionado; entre outros poderíamos incluir a orquestra de câmara, a banda sinfônica,
grupos de instrumentos de madeira. Além disso existem várias obras escritas para grupos
peculiares – algo que seja único, ou quase exclusivo para aquela composição. Como
exemplos temos a Sonata de Debussy para flauta, viola e harpa (1916); o primeiro livro de
Madrigais de George Crumb (1965), para soprano, vibraphone e contrabaixo, entre vários
outros. Há também um número de obras que deixam a instrumentação em aberto. De
qualquer modo, uma quantidade considerável de peças contemporâneas foram escritas para a
orquestra sinfônica. Vejamos alguns novos recursos de orquestração:
Textura
Discussões acerca de texturas musicais tradicionais geralmente as classificam em 3
categorias principais:
O Pontilhismo recebeu este nome de uma técnica usada por alguns pintores franceses
no século 19, que representavam cenas através de pontos coloridos, ao invés de traços. Em
música, uma textura pontilhística é aquela que apresenta pausas e grandes saltos, uma técnica
que isola os sons em “pontos”.
O termo Massa-Sonora é muitas vezes usado para um acorde no qual o conteúdo das
alturas é irrelevante se comparado com o impacto psicológico e físico do som (KOSTKA,
2006, p. 236).
LIÇÕES 25 - 26
Conteúdo: Exercícios.
Nesta lição serão feitos exercícios analíticos e auditivos das peças que foram
apresentadas ao longo da discussão sobre o Timbre.
LIÇÕES 27 - 28
Conteúdo: Preparação da II prova.
Objetivos: - Revisar as matérias trabalhadas nas duas unidades temáticas.
LIÇÕES 29 - 30
Conteúdo: 2º teste.
Objetivos: - Examinar o nível de compreensão das matérias aprendidas.
A segunda prova será baseada nos conteúdos das duas últimas unidades temáticas
trabalhadas, nomeadamente o parâmetro a intensidade e o timbre.
LIÇÕES 31 - 32
Conteúdo: Correção da prova.
Apresentação do plano de TM II.
Objetivos: - Revisar os conteúdos;
- Apresentar o plano de TM II.
Nesta aula será feita a revisão de todo semestre, apresentação dos resultados,
apresentação do plano de TM II e preparação do Exame da primeira época.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se que durante as suas férias prepare os conteúdos da Teoria de Música II:
Tons e Meios-tons; Intervalos Melódicos; Intervalos Harmónicos; Análise numérica e
qualitativa de intervalos; Cifras dos Intervalos; Tonalidade Maior e menor.
BIBLIOGRAFIA
BLACKING, John. . Music, culture & experience: selected papers of John Blacking. Edited
by Reginald Byron; with foreword by Bruno Nettl. Chicago, USA: University of Chicago
Press, 1995. (Chicago studies in ethnomusicology).
GISMONTI, Egberto. Fala da Paixão. 198113.
KOSTKA, Stephan; DOROTHY, Payne. Harmonia Tonal:
com uma Introdução a música do Século XX. New York: Mcgraw Hill. 2015. 6ª edição.
Traduzido e Editado a partir da 6º edição por Hugo L. Ribeiro e Jamary Oliveira.
KOSTKA, Stephan. “Timbre and Texture: acoustic” in Materials and techniques of
tweteeth century music. Canada: Pearson Education Third edition, 2006 (p. 222-244).
NETTL, Bruno. Music Education and Ethnomusicology: A (Usually) Harmonious
Relationship. Min-Ad: Israel Studies in Musicology Online, Ramat-Gan, Israel, v. 8, n. 1, p.
1-9, 2010. Disponível em: <http://www.biu.ac.il/hu/mu/min-ad/index.htm>. Acesso em: 17
Janeiro 2019.
MERRIAM, Alan Parkhurst. The anthropology of Music. Chicago, USA: Northwestern
University Press, 1964.
MED, Bohumil. Teoria de Música. 4ª Edição. Brasília: Musimed. 1996.
NAZARETH, Ernesto. Escorregando. São Paulo: Irmãos Vitale. 1940. 2º volume.
NAZARETH, Ernesto. Odeon. São Paulo: Irmãos Vitale. 1940. 1º volume
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Só foi encontrada a partitura e não o livro completo.