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https://jornal.usp.br/atualidades/mas-afinal-que-genero-e-
esse-a-que-chamam-de-mpb/
Coro amador
Assim como Ades (1983 [1966]), que utiliza o termo “arranjo coral” para denominar desde uma
simples harmonização, até elaborações mais criativas.
Embora o termo "arranjo coral" possa ser aplicado a qualquer escrita vocal, desde a simples harmonização de uma
melodia até configurações vocais tão criativas que são realmente composições, este livro trata da extensão da escrita entre
esses extremos - isto é, arranjo coral prático para o músico que deseja fazer uma configuração eficaz de uma determinada
peça de material musical para um determinado grupo coral. (ADES, 1983 [1966], p. iii, tradução nossa).
Ou seja, é possível que um arranjo seja escrito com pouca intervenção criativa do arranjador em
relação ao “original”, ou até mesmo que haja um movimento de simplificação, considerando para que
grupo se esteja escrevendo e/ou intenções didáticas. E pode haver também um movimento de
ampliação com muitas intervenções do arranjador e que resultem em um arranjo mais complexo em
relação ao “original”. (OLIVEIRA, 2022, p. 24 e 25)
Arranjador – Nestor de Hollanda Cavalcanti
Considerações sobre o meu modo de escrever para coro
“Desde os meus primeiros trabalhos para coro procurei dar toda atenção à
obra como um todo. Tenho muita preocupação com os cantores e com cada
naipe. Debussy tratava com cuidado as partes de um conjunto ou da
orquestra, procurando escrever de modo que cada parte tivesse sentido e
não apenas o todo. Então, num quarteto de cordas, embora a linha condutora
estivesse com, digamos, o violoncelo, as outras partes, violinos e viola,
desenvolviam linhas melódicas com sentido completo. Procuro fazer o mesmo
quando escrevo para coro ou para instrumentos. Tenho cuidado no
tratamento das vozes internas (tenores e contraltos), tanto quanto das vozes
externas (sopranos e baixos).
(...)
Procuro respeitar as letras das músicas. Dou preferência pelo coro cantando em bloco
harmônico a um estilo contrapontístico, por exemplo. Tudo para que o texto não fique
obscurecido por excesso de “melodias com palavras” sobrepostas. Procuro também
explorar os recursos oferecidos pelo texto a ser trabalhado, buscando elementos de
destaque para criar momentos de contraste e humor, sempre que possível.
Dou tratamento ao coro como uma “orquestra de vozes”, utilizando ao máximo os recursos
vocais naturais. Evito o padrão de usar os sopranos como solistas e o resto como
acompanhamento. A “melodia” pode estar em qualquer das vozes. Uso, com frequência,
sons onomatopaicos, imitando instrumentos musicais e similares, como qualquer meio
sonoro, de acordo com a necessidade.
Procuro escrever de forma viva e jovial, em oposição a qualquer formalismo. Faço uso da
harmonia sem entrar no terreno do “absurdo”, isto é, sem exigir intervalos harmônicos e
melódicos – principalmente – difíceis de entonação e realização, com resultado final
discutível. Utilizo o ritmo com intensidade, brincando e fazendo o cantor brincar com a
obra. Uso o som das palmas como elemento de percussão. Procuro trabalhar com ritmos
conhecidos, culturalmente relacionados. Utilizo a tonalidade como base; sou “tonal”,
porque entendo não existir, verdadeiramente a “atonalidade” na arte musical.
E brinco, sempre que possível, com a música: minha ou não. Quero que o (s) intérprete (s)
também brinque (m), pois entendo a música, a arte, como diversão.
É isso. Por enquanto...” (CAVALCANTI in FIGUEIREDO et al., 2006, p. 189 e 190)
Música popular e Arranjos
• PRÓS:
• Aproximação com o universo musical dos cantores
• Motivação
• Adequação / valorização das vozes do coro
• Extensão vocal (muda e ampliação da tessitura)
• CONTRAS:
• Pouca ampliação de repertório e vivência coral / musical
• “Seletividade” do repertório
• Perda da estética musical original / da essência de algumas canções escritas para canto solista
Música popular e arranjos
“Uma demanda nova colocada aos regentes está na necessidade de virem a criar seu
próprio repertório, principalmente ao fazerem arranjos. Todos nós sabemos da
dificuldade cada vez maior de termos um coro equilibrado, no que diz respeito aos
seus naipes. Muitas vezes, a pesquisa de repertório se torna frustrante, ao
constatarmos que aquilo que existe não se adapta ao coro que temos. Os regentes
brasileiros se deram conta do problema e passaram a investir na criatividade,
gerando novas alternativas para repertório. Para que esse processo amadureça, é
necessário que eles se engajem em cursos de Arranjo Vocal, que são cada vez mais
comuns, principalmente no âmbito de cursos de férias e eventos corais de todo tipo.”
(FIGUEIREDO in LAKSCHEVITZ, 2006, p. 13)
Análise de um arranjo
APRECIAÇÃO MUSICAL
SINA – DJAVAN / Arr. Alexandre Zilahi
• https://www.youtube.com/watch?v=5siQ-ml5lqY
• https://www.youtube.com/watch?v=Zsqhl3FaXcs
Coral UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) - Campus Curitiba;
Regente: Priscilla Prueter, Pianista: Ragner Seifert; VII Encontro de Corais da UTFPR -
16/10/2010 na UTFPR
• https://www.youtube.com/watch?v=8RYr3d8DqZM
Grupo Vocal BateBoca - Rio de Janeiro; Eco som em 30/08/2009
DINDI – TOM JOBIM / Arr. Zeca Rodrigues
• https://youtu.be/xz08O4mp0dE?si=R0F8qWLed9QuXwym
• https://youtu.be/gSNPpRNjK7M?si=CxrvP5dgNuOULFCP
4º Laboratório Coral FECORS; Regência: Zeca Rodrigues; Direção Cênica: Reynaldo
Puebla e Ana Abe;Técnica Vocal: Cíntia de Los Santos; Pianista: Lizandra Rodrigues;
Percussão Gustavo Godoy; Violão: Ricardo Barison e Zeca Rodrigues
• https://youtu.be/6nD7WEeBPJE?si=5AN9USVw2FY71vnx
• XXII Laboratório Coral Itajubá – 2009; Regência: Zeca Rodrigues; Direção Cênica:
Reynaldo Puebla
SÃO VICENTE A CAPPELLA – Rio de Janeiro
• https://youtu.be/vRe1AGRyk94?si=OChKTrkqk8TsFno6
• https://youtu.be/uDeem9Qjmhk?si=NpPnZyBbYMScUdvp
• A Era do Rádio
https://youtu.be/xhyYaWKf8ow?si=vZpCVFNniF0jjLn2
https://youtu.be/3n_1iVVyp5s?si=q5kWZPsXKm1UWRQh
• https://youtu.be/rQCZFYRJ_RU?si=EwuwBnau7RgwAxMR
• https://youtu.be/WdnPAIFn32A?si=_VrpDowJeb5ZNiyj
• https://youtu.be/0ILM2CLgdEA?si=u-u6QlmXlSISzz0B
• https://youtu.be/BZcgzKRv4J8?si=m62Gp6d4pPUJJlkR
Onde encontrar arranjos corais?
• http://www.zilahi.com.br/acervo.html
• https://pt.pccantocoral.com/arrangements
• https://www.organizandoacantoria.com
• http://www.edhen.com.br/corelenbaum/
• https://festivaldecorais.com.br/arranjos/
Referências
CAVALCANTI, Nestor de Hollanda. Às voltas com o canto coral. In: FIGUEIREDO, Carlos
Alberto et al. Ensaios: olhares sobre a música coral brasileira. 2ª Edição. Rio de Janeiro:
Centro de Estudos de Música Coral, 2006. p. 5-28.
CHEVITARESE, Maria José. Escolhendo o repertório. In: CHEVITARESE, Maria José et al.
Aprimorando meu coro infantil: técnica e criatividade. Projeto Um Novo Olhar – Funarte. Rio
de Janeiro: Editora Escola de música, UFRJ, 2021b. p. 105-132.
OLIVEIRA, Carolina Andrade. Processos de criação no arranjo vocal. Tese de doutorado. São
Paulo: Universidade de São Paulo - Escola de Comunicação e Artes, 2022.
FIGUEIREDO, Carlos Alberto. Reflexões sobre aspectos da Prática Coral. In: FIGUEIREDO,
Carlos Alberto et al. Ensaios: olhares sobre a música coral brasileira. 2ª Edição. Rio de Janeiro:
Centro de Estudos de Música Coral, 2006. p. 5-28.