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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA DA UFSJ


PPGMUSI - UFSJ

TRANSCRIÇÃO E ANÁLISE DO SOLO DE NELSON VERAS PARA O


TEMA “BODY AND SOUL”: POSSIBILIDADES TEXTURAIS NA
IMPROVISAÇÃO AO VIOLÃO SOLO

WESLEY SOUZA SILVA


ORIENTADOR: PROF. DR. GUILHERME CALDEIRA LOSS VINCENS.

São João del-Rei


2022
WESLEY SOUZA SILVA

TRANSCRIÇÃO E ANÁLISE DO SOLO DE NELSON VERAS PARA O


TEMA “BODY AND SOUL”: POSSIBILIDADES TEXTURAIS NA
IMPROVISAÇÃO AO VIOLÃO SOLO

Projeto de pesquisa para o curso de


Mestrado em Música do Programa de Pós-
graduação em Música da Universidade
Federal de São João del-Rei, PPGMUSI –
UFSJ, sob a orientação do Prof. Dr.
Guilherme Caldeira Loss Vincens.

São João del-Rei


2022
2

RESUMO

Visando contribuir para uma compreensão técnica do fazer musical e da improvisação ao


violão solo sob uma perspectiva textural, o presente trabalho propõe transcrever e analisar o
solo de Nelson Veras sobre o standard de Jazz “Body and Soul”, no álbum Prélude com a
trompetista Airelle Besson, visto que o violonista utiliza de um discurso polifônico em seus
improvisos. Abordaremos por meio de pesquisa bibliográfica os termos: Transcrição, Análise,
Textura, Idiomatismo, Digitação e sobre o violonista Nelson Veras. A transcrição de caráter
“descritivo” e “prescritivo” buscará esclarecer os caminhos harmônicos/melódicos
conduzidos por Nelson Veras. A análise buscará descobrir as relações intervalares com a
harmonia do tema, relação escala/acorde, padrões, fórmulas e motivos. Portanto, o presente
projeto se justifica no interesse em compreender os caminhos texturais, a fim de contribuir
com a área da performance. Sendo assim o presente projeto vem a acrescentar nos estudos de
práticas improvisativas e analíticas dos violonistas do meio popular, num campo pouco, mas
cada vez mais explorado no meio acadêmico brasileiro.

Palavras-chave: Transcrição; Análise; Textura; Idiomatismo; Digitação; Nelson Veras.


3

ABSTRACT
Aiming to contribute to a technical understanding of music making and solo guitar
improvisation from a textural perspective, the present project propose transcribes and
analyzes Nelson Veras's solo on the Jazz standard "Body and Soul", on the album Prélude
with the trumpeter Airelle Besson, since the guitarist uses a polyphonic approach in his
improvisations. We will approach through bibliographic research, the terms: Transcription,
Analysis, Idioms, Digitation and guitarist Nelson Veras about. The feature “descriptive” and
“prescriptive” transcription will seek to clarify harmonic/melodic paths by Nelson Veras. The
analysis will seek to discover how interval relationships with the theme harmony, scale/chord
relationship, patterns, formulas and motifs. Therefore, the present is justified in the interest in
understanding the textural paths, in order to contribute to the area of performance. Thus, there
is an increase in the studies of improvisational and analytical practices in the popular
environment, in a little but more and more explored in the Brazilian environment.

Keywords: Transcription; Analysis; Texture; Idioms; Digitation; Nelson Veras.


.
4

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................5
OBJETIVOS............................................................................................................................09
Objetivo Geral.....................................................................................................................09
Objetivos Específicos..........................................................................................................09
JUSTIFICATIVA...................................................................................................................09
METODOLOGIA...................................................................................................................09
Revisão bibliográfica...........................................................................................................09
Transcrição..........................................................................................................................09
Análise..................................................................................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................14
5

INTRODUÇÃO

O violonista brasileiro Nelson Veras nasceu em Salvador, Bahia, e com 14 anos deixou o
Brasil para morar em Paris e se dedicar à carreira musical. De acordo com Leite (2015), Veras
ainda adolescente, possuía uma carreira de destaque no Jazz, participando de projetos
musicais de grandes ícones do Jazz europeu, como Michel Petrucciani e Aldo Romano.
Nelson Veras gravou diversos discos que se tornaram referência na área de improvisação,
como: Nelson Veras; Solo Session Vol. 1; Rouge sur Blanc, Princess Sita (com Dominique di
Piazza), The Last Crooner (com Daniel Yvinek), Prélude (com a trompetista Airelle Besson),
entre outros (LEITE 2015, p. 85).
Ao construir suas improvisações, Nelson Veras toca com os dedos p, i, m, a (polegar,
indicador, médio e anelar) na mão direita usando as unhas, digitação tradicional do violão
clássico que contrasta com a predominância do uso da palheta na guitarra Jazz. Esta técnica
tradicional do violão clássico (e também do flamenco e do violão brasileiro) possibilita o
desenvolvimento de frases não usuais e texturas que não são normalmente ouvidas nas
improvisações de guitarristas de Jazz, e que trazem a sensação de polifonia e autossuficiência
ao discurso criativo.
No álbum Prélude - onde Nelson Veras acompanha a trompetista Airelle Besson - Por
ser um duo com uma trompetista, Nelson Veras realiza improvisos não acompanhados, onde
os caminhos melódicos e harmônicos são preenchidos em um discurso musical baseado na
textura polifônica, ou seja, a textura desenvolvida por ele sugere um viés de vozes em
camadas interagindo entre si. Dentre as improvisações gravadas no álbum Prélude o solo de
Nelson Veras sobre o standard de Jazz “Body and Soul”1 nos chama a atenção sob o aspecto
textural. Este solo será o objeto de análise desta pesquisa.
Como afirma Lopes (2012, p. 14), na cena do Jazz, a prática de tirar e transcrever solos é
extremamente difundida, sendo um dos caminhos fundamentais para a compreensão e
desenvolvimento de aspectos técnicos e musicais inerentes à prática instrumental. Observar,
analisar e reproduzir o solo feito por um instrumentista sempre esteve aliado ao aprendizado,
compreensão e desenvolvimento técnico. Nascimento e Penha (2018) no artigo intitulado “A
importância da transcrição no aprendizado da improvisação musical no Jazz” reforçam a
importância desta ferramenta:

1
Áudio disponível em:
https://open.spotify.com/track/5UfrnhXOUvcA4sGg1SyVvg?si=gLUtsOtjRMCapeIhBY401Q&utm_source=cop
y-link
6

A transcrição propõe um caminho inverso do que o aprendizado por meio da


notação musical oferece, a notação exige entender a informação escrita para
então interpretar, a transcrição ao invés exige o entendimento do estilo e de
outras questões pertinentes para então notar a música. (NASCIMENTO E
PENHA, 2018, p. 11).

Lopes (2012) afirma ainda:

A transcrição se presta ao desenvolvimento da técnica de seu instrumento


musical e vice-versa. Ao estudar solos e composições de mestres do Jazz do
passado se pode aprender e desenvolver com os dispositivos usados em sua
música para expandir em seus motivos e encontrar sua voz original (LOPES
2012, p. 14, tradução nossa)2.

Com a prerrogativa de desenvolver uma linguagem instrumental baseada em


possibilidades texturais no violão solo, o presente trabalho propõe transcrever e analisar o
solo de Nelson Veras, visando contribuir para uma compreensão técnica do fazer musical e da
improvisação ao violão solo sob uma perspectiva polifônica.

A observação da presença de hierarquia vocal, partes análogas, padrões,


lógica, idiomatismo, textura multi-vozes, texturas escalares ou harmônicas,
bem como a interpretação da significância de um tipo de escrita, são critérios
que visam a coerência estrutural. Estas abordagens não definem em última
instância as escolhas digitacionais, mas delimitam os objetivos pertencentes
a outros parâmetros (ALIPIO, 2014, p.95 - 96).

A textura no violão solo traz consigo particularidades e desafios. Sob um olhar


homofônico, o piano, instrumento de teclas individuais, proporciona uma independência das
mãos, que por sua vez, possibilita ao instrumentista fazer o acompanhamento com uma mão
enquanto a outra faz a melodia. No violão, porém, há a necessidade de adaptação dos
elementos musicais (altura, timbre, tonalidade e etc.) para atender à capacidade de digitação
no braço do violão, ainda mais em texturas polifônicas (ALIPIO, 2014, p.95).
No caso da improvisação instrumental Jazzística existe ainda o que Bailey descreve
como impulso instrumental:

É a relação do instrumentista com o elemento tátil, com a experiência física


de tocar um instrumento, com este “impulso instrumental” que estabelece
muito do que o instrumentista toca. Uma das características básicas da
improvisação, detectável em tudo que ele toca, será a maneira como ele

2
Transcription lends itself to the development of technique on your musical instrument and vice versa. By
studying solos and compositions of past Jazz masters one can learn and develop from the devices used in their
music to expand on their motifs to find one’s original voice (LOPES 2012, p. 14).
7

aproveita o impulso instrumental. (BAILEY citado por CLARKE 1992:p-


791).

Ao ouvir o solo de Nelson Veras para o standard Body and Soul, temos a impressão de
que este “impulso instrumental” está presente em um nível de complexidade que permite a
criação espontânea com digitações complexas que criam texturas polifônicas dentro da
estrutura do standard de Jazz. A princípio entendemos a digitação como a “maneira de aplicar
os dedos nos instrumentos para executar a música fácil e confortavelmente [e também à]
notação da melhor ordem para empregar os dedos na execução de um fragmento musical”
(BRENET, 1946, p. 169)3. Assim, este ato de “escolher os dedos” em uma execução
instrumental (BRENET, 1946, p. 171) é determinante em um discurso improvisativo e
caracteriza o “impulso instrumental”. Porém, sob um olhar textural, a execução polifônica
pode contrariar esta ideia de digitação “fácil e confortável”, o que nos leva a pensar e
relativizar também o conceito de “idiomatismo instrumental”. Até mesmo a tonalidade de
uma obra musical pode apontar previamente o quanto ela é ou não idiomática para o violão,
pois dependendo da tonalidade da peça, poderá ser inviável o uso de cordas soltas,
campanellas e outros elementos idiomáticos do violão. No caso do tema “Body and Soul” a
tonalidade de Ré bemol é bem pouco amigável ao violão em sua afinação tradicional, já que o
uso das cordas soltas fica bastante restrito nesta tonalidade.

[...] [O Idiomatismo] refere-se ao conjunto de peculiaridades ou convenções


que compõem o vocabulário de um determinado instrumento. Estas
peculiaridades podem abranger desde características relativas às
possibilidades musicais, como timbre, dinâmica e articulação, até meros
efeitos que criam posteriormente interesse de ordem musical
(SCARDUELLI, Fábio. 2007, p. 139).

Seria possível entender a textura polifônica como idiomática no violão? Sabemos que a
polifonia está presente no repertório do violão desde os vihuelistas4 do século XV. Porém, na
improvisação e no mundo da guitarra Jazz, não se encontra esta textura facilmente já que ela
pressupõe uma habilidade específica do violonista para criar linhas simultâneas que exigem
digitações por vezes complexas para sustentar a trama de vozes criada pelo improvisador.
Expandindo o conceito de idiomatismo, levaremos em conta também as peculiaridades do
violonista e as do instrumento.

3
Manera de aplicar los dedos en los instrumentos para ejecutar la música fácil y cómodamente. Indicación
escrita del mejor orden para emplear los dedos en la ejecución de un fragmento musical (BRENET, 1946, p. 169).

4
Que tocavam a Vihuela, um instrumento de cordas dedilhadas com trastes, do século XV.
8

Compreender os caminhos técnicos e polifônicos do violão utilizados por Nelson Veras


contribuirá para o desenvolvimento técnico na prática violonística ao tocar e improvisar solo.
Compreensão essa que se fará por meio da transcrição e análise do solo do violonista.
Entendemos que o processo analítico e transcritivo é retroalimentado, ou seja, a transcrição
subsidia a análise e a análise ilumina a transcrição. Buscamos portanto uma transcrição clara e
embasada e uma análise que demonstra como o violinista conduz o seu discurso
improvisativo, sob um olhar textural e também dos materiais harmônicos e melódicos, de
forma a demonstrar possibilidades polifônicas (idiomáticas ou não) neste contexto.
9

OBJETIVO GERAL

Demonstrar possibilidades texturais ao violão solo presentes na improvisação de Nelson


Veras para o standard de Jazz “Body and Soul”.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Criticar e embasar o processo transcritivo;


 Transcrever o solo do violonista Nelson Veras na música “Body and Soul”;
 Realizar uma análise harmônica, melódica e textural do solo do violonista;
 Discutir como a digitação é feita por Nelson Veras;
 Identificar o material harmônico/melódico usado no solo.

JUSTIFICATIVA

O projeto se justifica no interesse em compreender os caminhos texturais adotados pelo


violonista Nelson Veras em seu solo feito sobre a música “Body and Soul”, presente no
álbum “Prélude” de Airelle Besson e Nelson Veras, a fim de identificar possibilidades
texturais para a improvisação sem acompanhamento ao violão. Sendo assim, busca-se
contribuir com a prática improvisativa e analítica dos violonistas do meio popular, num
campo pouco, mas cada vez mais explorado no meio acadêmico brasileiro.

METODOLOGIA

Os seguintes métodos serão conduzidos:


1) Revisão Bibliográfica: sobre Improvisação, Transcrição, Análise, Textura,
Idiomatismo, Digitação e sobre o violonista Nelson Veras.

2) Transcrição: No campo da etnomusicologia, onde a transcrição é uma atividade


recorrente e necessária, existem dois conceitos introduzidos por Charles Seeger: transcrição
“prescritiva”- mais voltada à performance - e “descritiva” – mais voltada à análise.
10

[...] o escritor de uma notação prescritiva normalmente inclui apenas o que


é necessário para um nativo que conhece o estilo. Normalmente, são os
“insiders” culturais (como quer que se defina) que escrevem a música para
ser executada. [...] uma notação descritiva tenta, de fato, fornecer uma
descrição completa e objetiva do que acontece em determinada performance
de uma peça, presumivelmente sem fazer (ou aceitar) julgamentos quanto ao
significado relativo de eventos e unidades. É semelhante ao método da
primeira tentativa fonética de descrever os detalhes de uma linguagem
desconhecida (NETTL. 2006, p. 78-79. Tradução e grifo nosso)5.

Tendo em vista as distinções apontadas por Charles Seeger e discutidas por Nettl (2006)
nossa transcrição será de abordagem “descritiva” e “prescritiva” simultaneamente, já que o
objetivo é uma análise que inclui também a performance. Estes conceitos ajudarão no
embasamento e discussão teórica do trabalho.
O processo da transcrição iniciará com a reprodução do áudio do solo no aplicativo
“Music Speed Changer”, que possibilita a dilatação de andamento da faixa para aumentar e
reduzir a velocidade, sem distorções de alturas. Em um primeiro momento, por meio deste
recurso do aplicativo, reduziremos o andamento do solo para que possibilite a identificação de
nota por nota. Com o violão em mãos para a compreensão das notas do solo, será “tirado de
ouvido” todo o solo do violonista . Em um segundo momento, utilizando do programa de
edição de partitura “Musescore” será escrito as notas e ritmos separados em camadas
melódicas, ou seja, primeira camada: linha melódica na região mais aguda; segunda camada:
linha melódica na região intermediaria; terceira camada: linha melódica na região mais grave
e etc. Desta forma orientando uma linha pela outra.
Para o processo da transcrição, a versão do Realbook6 do tema “Body and Soul”, será
importante para evidenciar como o violonista se relaciona com o tema, sequência harmônica e
ritmo, no improviso.

5
[...] the writer of a prescriptive notation normally includes only what is needed by a native who knows the style.
Ordinarily, it’s the cultural “insiders” (however defined) who write music to be performed.[...] a descriptive
notation tries in fact to provide a thorough and objective accounting of what happens in a particular performance
of a piece, presumably without making (or accepting) judgments as to the relative significance of events and
units.It’s similar to the method of a phonetician’s first attempt at describing the details of an unknown language
(NETTL. 2006, p. 78-79).

6
Realbook são livros de registros em partituras de standards do Jazz. Os Realbooks surgiram por volta da década
de 70 pelos alunos da Berklee College of Music.
11

Tema “Body and Soul” do Realbook Vol. 1, 2009.

Identificadas as notas e os ritmos (com as devidas aproximações) será transcrito,


primeiramente, a linha melódica mais aguda do solo. Após conferir o tempo de cada nota, será
adicionado a linha intermediária guiada pela voz mais aguda. Por último, e seguindo o mesmo
padrão, adicionamos a terceira e quarta voz (quando for o caso).
Como forma de exemplificar o processo de transcrição citado acima, foi selecionado um
trecho dos 12 segundos iniciais do solo do violonista Nelson Veras na música “Body and
12

Soul”, e por meio dos procedimentos descritos, o resultado foi a transcrição presente na figura
abaixo.

Transcrição do trecho 2:01 a 2:13 do solo de Nelson Veras sobre o tema “Body and Soul”.

Por fim, buscaremos tocar o solo para saber quais as digitações possíveis e as intenções
polifônicas que o discurso sugere para conseguirmos maior clareza na escrita e indicações
para se tocar o solo. O solo será gravado em vídeo e disponibilizado futuramente.

3) Análise: Gary Potter em um artigo intitulado “Analyzing Improvised Jazz” (POTTER,


1990) nos oferece um resumo e exemplos de 6 tipos de práticas de análise de solos
improvisados: 1 – busca de relações intervalares com as harmonias dos temas, relação
escala/acorde; 2 – busca de padrões, formulas e motivos; 3 – uso de técnicas de Schencker
para o Jazz; 4 – uso de técnicas redutivas; 5 – busca similaridades entre o Jazz e a fala; 6 –
teoria de conjuntos. Buscaremos uma análise enfocada nos itens 1 e 2 acima, procurando a
compreensão das possibilidades de digitação atrelada à textura, além das estruturas
harmônicas e melódicas. Com auxilio da pesquisa bibliográfica, usaremos os livros:
“Harmonia - Método Prático” vol. 1, 2 e 3 de Ian Guest; The Jazz Theory Book de Mark
Levine; “Harmonia e Improvisação” de Almir Chediak; Counterpoint for Guitar de Dusan
Bogdanovic; Pumping Nylon: The Classical Guitarist’s Technique Handbook de Scott
Tennant, que serão referências para as análises do solo, onde procuraremos identificar os
materiais harmônicos, melódicos, escalas, voicings usados e variações texturais (2, 3 ou mais
linhas, blocos, linhas simples de condução etc...)
13

A título ilustrativo e corroborando com a análise, faremos uma breve comparação com o
solo do guitarrista Joe Pass7 para o mesmo tema, demonstrando caminhos texturais no solo de
Nelson Veras.
.

7
Joe Pass foi um dos mais importantes nomes do virtuosismo e improvisação solo da guitarra Jazz.
14

REFERÊNCIAS

ALÍPIO, Alisson. Teoria da Digitação: Um protocolo de instâncias, princípios e perspectivas


para a construção de um cenário digitacional ao violão. 2014. Tese (Doutorado em Música) –
Programa de Pós-Graduação em Música, Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.

BAILEY, Derek. Improvisation: its Nature and Practice in Music. Boston: Da Capo Press,
1993.

BATTISTUZZO, S. A. C. Francisco Araújo: O uso do idiomatismo na composição de obras


para violão solo. 2009. 178f. Dissertação. (Mestrado em Música) – Instituto de Artes,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009.

BESSON, Airelle e VERAS, Nelson. Prelude. Naive. France. 2014. [CD].

BOGDANOVIC, Dusan: Couterpoint for guitar: with improvisation in the renaissance style
and study in motivic metamorphosis. Ancona, Itália: Bèrben Edizioni musicali, 1996. 131p.

CHEDIAK, Almir. Harmonia e Improvisação. Irmãos Vitale, 2020. Volumes 1 e 2.

CLARKE, Erif F. “Improvisation, cognition and education”. In: PAYNTER, John, Editor.
Companion to Contemporary Musical Thought. London. Routledge.1992. Volume 2.

GUEST, Ian. Harmonia - Método Prático. Irmãos Vitale, 2020. Volumes 1, 2 e 3.

LEITE, Luis C. Música Viva: Novas perspectivas sobre a prática da improvisação musical.
2015. Tese (Doutorado em Música) – Programa de Pós- Graduação em Música, Centro de
Letras e Artes, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

LOPES, Alfredo. The Harmonic Explorations Of Joe Henderson: A Study By A Professional


Jazz Musician Of His Contribution To The Modern Jazz Composition And Tenor Saxophone
Sound", 2012.

NASCIMENTO, E. D. D; PENHA, Gustavo Rodrigues. A importância da transcrição no


aprendizado da improvisação musical no Jazz. Jornada de Artes da UEMS - JART,
Campo Grande-MS, v. 1, n. 5, p. 1-12, 2018.

NETTL, Bruno. The Study of Ethnomusicology: Thirty-One Issues and Concepts. Urbana, Ill:
University of Illinois Press, 2006, p. 78-79.

POTTER, Gary. Analyzing Improvised Jazz College. Music Symposium, Vol. 30, No. 1. 1990,
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ROMAN, A.R. O conceito de polifonia. Mestrado em Linguística da Língua Portuguesa


Letras, Curitiba, n.41 -12, p,207 - 220, Editora da UFPR. 1992-93.

SCARDUELLI, Fábio. A Obra Para Violão Solo de Almeida Prado. 2007. 228p. Dissertação
(Mestrado em Música) - UNICAMP, 2007. p. 139.
15

SENNA NETO, C. N. Textura musical: forma e metáfora. TESE DE Doutorado em Música -


Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO, Brasil. 2007.

TENNANT, Scott. Pumping Nylon: The Classical Guitarist's Technique Handbook. Alfred
Music, 2016.

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