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Ensino de História
Material Teórico
A História e os objetos da cultura: imagem e imaginário
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
A História e os objetos da cultura:
imagem e imaginário
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Promover reflexão sobre as atuais tendências da historiografia, a história
do imaginário em especial.
· Apresentar e analisar fontes diversas: como vídeos, fotografias e pinturas.
· Discutir a transdisciplinaridade no fazer histórico
· Contribuir para a formação acadêmica de profissionais das áreas de
ciências humanas, por meio de reflexões que proporcionem maior
aprofundamento no estudo de história.
ORIENTAÇÕES
Nesta unidade, faremos o estudo do imaginário e da história em suas formas
de representação por meio de fontes variadas como: iconografia, cinema e
fotografia. O principal objetivo será aprender a utilizar as fontes imagéticas
em sala de aula e perceber o quanto essas fontes podem ser contributivas para
a pesquisa histórica. Cada cultura, cada sociedade, cada época e até mesmo
cada nível de uma sociedade complexa tem seu imaginário.
UNIDADE A História e os objetos da cultura: imagem e imaginário
Contextualização
Vivemos em um mundo líquido e bombardeado por imagens e informações.
A TV, a internet, a propaganda, por toda parte, a visualidade e a tecnologia
interagem com nossas vidas. A imaginação tornou-se o caminho que nos conduz
a atingir o real e também vislumbrar coisas que possam tornar-se realidade. Nessa
direção, cabe ao professor entender como fazer uso das fontes imagéticas e da
tecnologia em sala de aula. A escola precisa tornar-se interessante para poder
competir com o mundo externo e acompanhar as transformações tecnológicas.
Vamos mergulhar, então, na história do imaginário e no desdobramento e uso de
fontes imagéticas. Como fazer florescer essas fontes na pesquisa histórica e no
ensino dessa disciplina?
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A História e os objetos da cultura:
imagem e imaginário
Onde o homem passou e deixou marca de sua vida e inteligência,
aí está a história. Qualquer tipo de marca.1
O simbólico está presente a todo instante na vida das pessoas nas instâncias
sociais, com a família, em situações econômicas, religiosas, políticas etc.
O simbólico comporta um componente racional real e representa o real
ou tudo aquilo que é indispensável para os homens agirem e pensarem.
[...] Os símbolos mobilizam de maneira afetiva as ações humanas e
legitimam suas ações. A vida social é impossível, portanto, fora de uma
rede simbólica. (LAPLANTINE, 1996)
1 CARDOSO, Ciro Flamarion. História e imagem: os exemplos da fotografia e do cinema. In: CARDOSO, Ciro Flamarion.
Domínios da História: ensaios da teoria e da metodologia. Rio de Janeiro: Campus 1997. p.401.
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https://alriccio.wordpress.com/2013/11/14/entrevista-com-jose-amalio-pinheiro/
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Figura 01
Fonte: Theodor de Bry (1528–1598)/Wikimedia Commons
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[...] Finalmente, é importante ter claro que o artista não ‘’pintava o que via’’,
ou seja, o contato com o mundo natural é relativo. Ainda na Renascença, quando
esta ideia começa a ganhar destaque, tal observação não é direta, já que se fazia
por meio dos cânones, isto é, a partir de fórmulas esquemáticas que triunfaram e
se converteram em convenções. Foi a partir delas que um artista como Theodoro
de Bry representou o índio, não importando que ele nunca tivesse visto um nativo
do Novo Mundo. ’’ (CHICANGANA-BAYONA, 2006, p.43).
Seguem mais duas imagens para que possamos refletir e exercitar uma análise
em fórum.
Figura 02 Figura 03
Fonte: people.ufpr.br Fonte: people.ufpr.br
Staden sobre o Brasil. In: Paulo Herkenhoff (org.). O Brasil e os Holandeses. Rio de Janeiro:
Sextante. 1999. p 121.
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Segue um link de uma aula no youtube que pode ser colaborativa para a análise dessas
Explor
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situamos um pouco de sua história de vida para, então, entender a abordagem das
suas gravuras, ele não foi à América, ele a desenhou por meio de um relato. Foi um
trabalho de encomenda para se criar uma visibilidade/dizibilidade discursiva sobre
a América pelo viés e interesses imperialistas do colonizador.
4 CARDOSO, Ciro Flamarion. História e imagem: Os exemplos da fotografia e do cinema. In: VAINFAS, Ronaldo.
Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
5 Evandro Teixeira fotografou para o Jornal do Brasil, o Cruzeiro, e alguns jornais da Bahia, onde tudo começou. Sua
carreira de quase 50 anos tem como temas os golpes militar do Brasil e Chile, as manifestações de estudantes, Copas
do Mundo, Olimpíadas, aventurou-se também no mundo da moda, e fez um trabalho maravilhoso sobre Canudos.
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Foto do fotógrafo Evandro Teixeira:
Fonte: abi.org.br
Fonte: memoriasdaditadura.org.br
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Fonte: cartamaior.com.br
História e Cinema
O uso da fonte fílmica em sala de aula é um suporte muito interessante. O
cinema é um recurso pedagógico que propicia o aprendizado por mais de um
sentido do corpo. As imagens, conforme Marc Ferro, podem ser consideradas
tais como são, mas para o historiador é preciso apelar para outros saberes para
melhor abordá-las.
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Marc Ferro coloca em artigo sobre o cinema como fonte:
Partir da imagem, das imagens. Não procurar somente nelas ilustrações,
confirmações, ou desmentidos de um outro saber, o da tradição escrita.
Considerar as imagens tais quais são, mesmo se for preciso apelar para
outros saberes para melhor abordá-las.6
Para Marc Ferro, o cinema tem uma linguagem própria e que seria interessante o
professor/ historiador ter um pouco de conhecimento para afinar a olhar crítico dos
saberes existentes no conteúdo fílmico. O cinema também faz parte de um contexto
de produção de conteúdo muitas vezes imerso na indústria de massa, ou do cinema
alternativo. É muito importante, ao utilizar o cinema como material didático, ou como
fonte para história, estar atento ao processo de produção do mesmo, porque os
aspectos ideológicos de quem fez o filme, ou de quem patrocinou, ou produziu, serão
traduzidos na película.
Desse modo, fica claro que, para utilizar o cinema na escola, é preciso que o
professor esteja ciente de que é necessária uma metodologia consistente. O professor
precisa de um preparo antes de passar o filme. Vejamos o que coloca Fonseca:
[...] com relação à operacionalização do trabalho em sala de aula, acreditamos
ser de extrema importância a preparação prévia do professor, ou seja, ele
deve ter domínio em relação ao filme e clareza total da inserção do filme no
curso, bem como dos objetivos e do trabalho a ser realizado após a projeção7.
O filme Carlota Joaquina, por exemplo, filme nacional, dirigido por Carla
Camurati, é muito interessante para se trabalhar a história do Brasil no momento em
que a família real vem para o Brasil, fugindo da invasão Napoleônica.
Segue link para acessar análise do filme, que pode ser muito colaborativa para
o entendimento de como o professor deve se preparar para fazer uso do cinema
em sala de aula.
Explor
Link: http://certahistoria.blogspot.com.br/2012/10/analise-do-filme-carlota-joaquina.html
6 CARDOSO, Ciro Flamarion. História e imagem: os exemplos da fotografia e do cinema. In: VAINFAS, Ronaldo.
Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
7 FONSECA, Claudia Chaves. Os meios de comunicação vão à escola? Belo Horizonte: Autêntica/FCHFUMEC,
2004. p.181.
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Segue mais um link com um texto: O filme na sala de aula, um aprendizado prazeroso:
Explor
Link: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1532-8.pdf
8 NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema em sala de aula. São Paulo: Contexto,
2003. p. 89
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Palestra com o professor Marcos Napolitano sobre o trabalho de materiais culturais em sala de aula
https://goo.gl/iuNc8S
Artigo que aborda a relação da historiografia com a história do imaginário
http://goo.gl/4tYiUr
Filmes
Instantâneos de realidade sobre a trajetória do Fotógrafo Evandro Texeira
http://goo.gl/9M6BZ7
Leitura
História e Fotografia
MAUAD, Ana Maria. Através da imagem: Fotografia e História, interfaces.
http://goo.gl/qXk4AH
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Referências
CHICANGANA-BAYONA, Yobenj Aucardo. Do Apolo de Belvedere ao guerreiro
tupinambá: etnografia e convenções renascentistas. História, São Paulo, v. 25, n.
2, p.15-47, 2006. Bianual.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/his/v25n2/01.pdf Acesso em 23 de
fevereiro 2016.
NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema em sala de aula. São Paulo: Contexto,
2003. p. 89.
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