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(PUCCamp SP/2016)

Sobre a mitologia referida no texto de Péricles Alcântara, é correto afirmar que, na pólis,

a manutenção da autonomia das cidades-estados, sob o comando de Atenas, incentivou o


desenvolvimento de crenças como as de que os deuses eram seres divinos que moravam no
Monte Olimpo.

o completo afastamento da cultura grega em relação às tradições orientais favoreceu o


surgimento de mitos e lendas sobre deuses com aspectos humanos, responsáveis pelos
fenômenos naturais.

a conquista de dórios e aqueus na época da ocupação do território grego influenciou a


cultura dos habitantes da região e contribuiu para a formação de instituições religiosas que
deram origem à mitologia.

o desenvolvimento de correntes filosóficas que faziam do problema ético o centro de suas


preocupações estimulou a criação de um conjunto de crenças de que os deuses interferiam na
vida dos homens.

as lutas civis conquistaram direitos que estabeleceram o espaço público para a discussão,
para o convencimento e para a decisão racional, negando o preestabelecido e a revelação
sobrenatural.

(UEG GO/2014)

A filosofia surge na Grécia aproximadamente no século VII a.C. e procura formular questões e
respondê-las apenas com auxílio da razão, voltando-se contra o mito, os preconceitos e o
senso comum. Nessa busca pelo conhecimento do mundo e do homem, ela se constitui, em
sua origem, como uma cosmologia racional de tendência monista. Isso significa que a filosofia
surge

propondo uma concepção racional da ordem cósmica e buscando um princípio único


originário.

como diálogo da razão com ela mesma, não se interessando inicialmente por questões
referentes ao cosmo, sendo sua preocupação primordial o mundo humano.
como um conhecimento alimentado pela codificação mítica e procura elucidar os mistérios
dos tempos primordiais por meio de uma verdade revelada.

reforçando o testemunho dos sentidos; portanto, afirma a multiplicidade e a transitoriedade


de todos as coisas.

(UEA AM/2017)

Pode-se definir o pensamento mítico como elaboração simbólica do mundo. Os mitos de


sociedades distintas apresentam traços recorrentes, tais como

origem erudita, verossimilhança, conteúdo trágico.

isolamento humano na natureza, racionalidade, cientificidade.

animismo, descrença religiosa, antropocentrismo.

rituais de magia, ingenuidade cultural, desencantamento do mundo.

ausência de autores conhecidos, elaboração popular, durabilidade.

(UESPI/2009)

A filosofia grega contribuiu para articular o pensamento ocidental durante séculos. O


pensamento dos filósofos gregos já tinha destaque com o surgimento da Escola de Mileto, que:

seguiu um idealismo filosófico bastante abstrato, reforçando princípios míticos e religiosos


da época.

buscava explicar o mundo, usando idéias vindas das religiões mesopotâmicas, nas quais
predominava a astrologia.

procurava entender as origens das coisas e do cosmos, não reafirmando as crenças míticas
da época.
conseguiu, assemelhando-se ao idealismo platônico, influenciar toda a filosofia do mundo
ocidental.

criticou as explicações racionalistas do universo, assegurando a força religiosa dos mitos e


dos sacerdotes.

(UnB DF/2010)

1Estimamos que as mitologias, mais que as ciências e 2as filosofias, encerram, junto com as
religiões, as grandes 3elucidações da essência humana. Aí as culturas, geração após 4geração,
projetaram grandes visões, acumularam reflexões, 5fizeram aprofundamentos e os passaram a
seus pósteros. 6Souberam usar uma linguagem plástica — com imagens tiradas 7das
profundezas do inconsciente coletivo — acessível a todas 8as idades e a todos os tempos.
Além das visões e dos símbolos, 9suscitaram e continuam suscitando grandes emoções.

10Não é seguro que nós, modernos, com nossa 11inteligência instrumental, com nossa
tradição de pesquisa 12empírica, de crítica e de acumulação de saberes sobre 13praticamente
tudo, conheçamos mais o ser humano que os 14antigos formuladores de mitos. Esses se
revelaram 15observadores meticulosos e sábios exímios de cada situação e 16de cada dobra
da existência. Convém revisitá-los, valorizar 17suas contribuições e escutar suas lições, sempre
atuais.

Leonardo Boff. Saber cuidar: ética do humano — compaixão

pela Terra. Petrópolis: Vozes, 2004, p. 36-7 (com adaptações).

Tendo esse texto como referência inicial, selecione a(s) resposta(s) correta(s):

O autor do texto estabelece uma contraposição entre as construções mitológicas e as


científicas a partir, respectivamente, do emprego dos termos “emoções” (ref.9) e
“instrumental” (ref.11), referindo-se, implicitamente, ao processo no qual as ciências, em
geral, e a sociologia, em particular, se envolveram, durante todo o século XIX, para se
libertarem de elementos que impregnassem de elevados graus de subjetividade as suas
análises.

Depreende-se do texto que o autor defende os princípios de uma sociologia de viés


positivista.

No texto, é estabelecida, do ponto de vista lógico, uma premissa essencialista como garantia
de que as lições dos mitos continuam sempre atuais.

A ideia de “inconsciente coletivo” (ref.7) está relacionada ao princípio sociológico básico de


que há forças na sociedade que extrapolam as determinações puramente pessoais.

(UNITAU SP/2016)

“Pois o mito napoleônico baseia-se menos nos méritos de Napoleão do que nos fatos, então
sem paralelo, de sua carreira. Os homens que se tornaram conhecidos por terem abalado o
mundo de forma decisiva no passado tinham começado como reis, como Alexandre, ou
patrícios, como Júlio César, mas Napoleão foi o ‘pequeno cabo’ que galgou o comendo de um
continente pelo seu puro talento pessoal”.

HOBSBAWM, Eric. A Era das revoluções: Europa 1789-1848. Rio

de Janeiro: Paz e Terra, 1977. pp. 93-94.

Considerando-se a citação acima, pode-se dizer que o processo que resultou na coroação de
Napoleão como imperador foi determinado

pela concentração de poderes que Napoleão foi angariando, principalmente após sua
proclamação como primeiro-cônsul vitalício, pela Constituição de 1804.

pela proclamação de Napoleão como imperador, pela vontade popular expressa por meio do
voto livre garantido após a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

pela hegemonia política que Napoleão conseguiu estabelecer na França no período após a
Revolução Francesa.
pelo apoio externo que Napoleão recebeu após conquistar diversos países europeus durante
as guerras que promoveu e que o legitimaram como imperador.

pela conversão de Napoleão como herói nacional após derrotar os jacobinos nas eleições e
estabelecer o Império.

UNCISAL AL/2016)

Desde o advento da Ciência, no século XVII, que rejeitamos a mitologia como um produto das
mentes supersticiosas e primitivas. Contudo, só agora conseguimos ter uma perspectiva mais
profunda e completa da natureza e do papel do mito na história do Homem. […] Os mitos
despertam no Homem pensamentos que lhe são desconhecidos.

LEVI-STRAUSS, Claude. Mito e Significado. Lisboa: Edições 70, 2007. p. 5 e 8.

A redescoberta do papel do mito no mundo contemporâneo tem possibilitado

uma maior afirmação da ciência como fonte válida de interpretação do real e raiz da
inteligibilidade.

a separação entre ciência e metafísica, evidenciando o caráter pueril do conhecimento do


senso comum.

uma maior interação entre as religiões ocidentais e as crenças dos povos nativos da América
e da África.

a valorização do conhecimento primitivo e lançado um novo olhar sobre os hábitos e


tradições dos povos indígenas.

o reconhecimento do saber primitivo como uma forma de compreensão do real tão


fundamentada quanto o saber científico.

(PUCCamp SP/2016)

(…) os mitos e o imaginário fantástico medieval não foram subitamente subtraídos da


mentalidade coletiva europeia durante o século XVI. (…) Conforme Laura de Mello e Sousa,
“parece lícito considerar que, conhecido o Índico e desmitificado o seu universo fantástico, o
Atlântico passará a ocupar papel análogo no imaginário do europeu quatrocentista”.

(VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem: expectativas,

projeções e descobertas portuguesas no Índico (1498- 1554). São Paulo: Annablume, 2010, p.
197)

Se no século XVI a presença de mitos e do imaginário fantástico se fazia notar nas artes e na
literatura europeia, como em Os Lusíadas, de Camões, no Brasil isso não ocorria porque

predominava entre nós a inclinação para as teses do Indianismo.

nossas manifestações literárias consistiam em descrições informativas e textos religiosos.

as tendências literárias mais sistemáticas no país privilegiavam as formas clássicas.

os jesuítas opunham-se a qualquer divulgação de literatura calcada em mitos pagãos.

não era do interesse do colonizador permitir a difusão da alta cultura europeia entre nós.

(Fac. Direito de Franca SP/2013)

“A elaboração de uma mitologia tinha evidentemente começado cedo entre os gregos; jamais
ela tinha cessado onde quer que houvesse gregos, sempre oral e solenemente. Tratava-se de
uma atividade social de alto nível, e não do devaneio fortuito de um poeta ou do excesso de
imaginação de um camponês. O objeto essencial do mito eram as ações, e não as ideias, as
convicções ou as representações simbólicas; eram os fatos — guerras, dilúvios, aventuras em
terra, mar e ar, querelas familiares, nascimentos, casamentos e mortes. Escutando as
narrativas, no decorrer dos ritos (…),vivia-se por procuração a experiência que outros tinham
vivido.”

M. I. Finley. O mundo de Ulisses. Lisboa: Presença, 1972, p. 24-25. Adaptado.

Ao caracterizar o papel dos mitos na Grécia antiga, o texto


valoriza a simbologia que continham e indica a improbabilidade da ocorrência verídica
desses relatos.

destaca seu caráter instrutivo e o significado real que representavam para os gregos.

relembra seu vínculo direto com as disputas entre as cidades-estados, das quais se
originaram.

confirma a importância da fixação escrita das narrativas de guerras como base para a difusão
de tais relatos.

explica sua importância para a constituição e para o desenvolvimento da filosofia e do teatro


gregos.

(Fac. Cultura Inglesa SP/2014)

Os gregos possuíam um vasto repertório de histórias míticas. O mito permitia aos gregos da
época arcaica apreender e conhecer seu passado histórico. Mas o mito não estendia seu
controle sobre tudo. Os gregos estavam, cada vez mais, em presença de explicações e de
justificações divergentes, até mesmo inconciliáveis, mas coexistentes: umas eram míticas,
outras não. A partir do século VI a.C., alguns exprimiram sua dúvida e seu ceticismo; eles não
foram, entretanto, numerosos, pois a maior parte das pessoas não “estudava” os mitos,
contentando-se, simplesmente, em repeti-los.

(Moses Finley. Os primeiros tempos da Grécia, 1980. Adaptado.)

O excerto, que faz uma síntese significativa da cultura do final do período arcaico da história
grega, alude ao surgimento

do ateísmo e da incredulidade na Grécia Antiga, que abarcaram o conjunto do mundo grego.

de direitos políticos concedidos à maioria do povo pela democracia grega, com a exclusão
dos militares.

de críticas às interpretações tradicionais, que se mantiveram restritas a um pequeno


número de indivíduos.
da noção de beleza ideal nas artes gregas, elaborada pelas filosofias platônicas e
aristotélicas.

da união política das cidades gregas, que foi sustentada por fundamentos filosóficos e
crenças religiosas comuns.

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