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História social da Comunicação e das Artes

Teoria do Conhecimento e da Arte:


(...) a arte é uma estratégia evolutiva e adaptativa da espécie humana e de toda espécie
viva também, não só nós. Todas as coisas vivas recorrem a algum critério artístico para
poder sobreviver.
- A arte é um tipo de conhecimento [ponto de vista evolutivo]; precisamos conhecer
para sobreviver [permanecer]; Tipo de conhecimento e forma de conhecimento
[diferem].
-Tipos de conhecimento: arte, ciência, filosofia, senso comum, religião.
- Formas de conhecimento: discursivo, intuitivo, tácito.

Teoria do conhecimento: interação entre dois sistemas


-Sistema Cognitivo (que quer e precisa conhecer)
-Sistema Objeto (aquele a ser conhecido)
“(...) o conhecimento é definido como uma relação que se estabelece entre o sujeito e
o objeto.”
Relação é emparelhamento condicional [matemática]. (...) o ato de conhecer é
efetivamente uma relação. É chamada relação gnosiológica (estudo do conhecimento).

Dentro da Gnosiológica: 5 problemas que alimentaram a filosofia:


- Essência do Conhecimento.

- Origem do conhecimento.
- Possiblidade/ medida do conhecimento.
- O problema da verdade.
(...) cada espécie viva vive num mundo particular dela dimensionado pela sua história
contida e, portanto, elabora a realidade de uma certa maneira que pode ser bastante
diferente da maneira como outras espécies elaboram.

- Unwelt:
O Mundo subjetivo da percepção dos organismos vivos, dos animais e do homem em
relação ao seu meio ambiente e de como eles o compreendiam. Postulava que cada
animal tem seu mundo próprio e que cada um deles tem que ser entendido no seu
habitat (meio em que vive), interessava a Uexkull, neste sentido, o comportamento dos
organismos vivos e suas interações.
. Reptílico (o vírus que fez sucesso entre os répteis).
. Límbico (que já caracteriza os mamíferos).

. Neocórtex (a fonte da racionalidade, do discurso, da linguagem articulada, logo da


linguagem da filosofia, da ciência, etc.).

Conhecimento discursivo vs tácito:


-Conhecimento tácito é aquele que você detém, mas não consegue comunicar por meio
discursivo, como discurso lido, escrito, falado, ouvido. Ex: Linguagem corporal, domínio
no discurso escrito, a poesia.

A Tradição Oral na cultura Clássica:


“A narração oral sempre foi uma atividade praticada desde tempos imemoriais no seio
das comunidades humanas. Social por natureza, o Homem necessita de comunicar
sentimentos, experiências vividas, histórias ouvidas a outros homens, contribuindo
assim para a consolidação e difusão de aspetos culturais particulares que se propagam,
através de inúmeros recontos, no espaço e no tempo . Estas narrativas, património
coletivo acumulado através dos séculos e das quais se perdeu a autoria, vivem assim na
memória de quem as resgata ao caldeirão da tradição que os mais velhos preservam e
transmitem às gerações mais novas. A este processo chamamos tradição oral.”

- O que é cultura Clássica?


Cultura Clássica reporta-se a um conjunto de legados civilizacionais que, ao longo dos
séculos, nos chegou da Antiguidade Clássica Ocidental (Grécia e Roma). Além da forte
matriz judaico-cristã, constituinte de grande parte da cultura europeia ocidental, a
herança greco-latina é uma chave-mestra dessa identidade cultural.
O período da Cultura Clássica reporta-se, grosso modo, aos séculos VI e IV a.C.,
conhecido por «Milagre Grego» (com o desenvolvimento da Ciência, das Artes, da
Literatura e da Filosofia), que depois obteve grande popularidade e permitiu o
desenvolvimento político-cultural na Roma Antiga.

- O que é tradição?
A tradição é a transmissão de costumes, comportamentos, memórias, rumores, crenças,
lendas, para pessoas de uma comunidade, sendo que os elementos transmitidos passam
a fazer parte da cultura.

- O que é oralidades?
É a cultura imaterial e tradição transmitida oralmente de uma geração para outra. As
mensagens ou testemunhos são verbalmente transmitidas em discurso ou canção e
podem tomar a forma, por exemplo, de contos, provérbios, baladas, canções ou
cânticos.
- Os mitos gregos e o sentido da vida:

Os mitos gregos e o sentido da vida


Valor moral X Valor espiritual
Moral: respeitar o outro, a bondade.
Espiritual: você vai morrer, a despeito de respeitar o outro.

A banalidade da vida cotidiana e as angústias que nos tomam.


O que é uma vida boa para quem vai morrer e sabe que vai morrer?
Há duas respostas:
1ª a que passa pela fé e pela religião (Deus) e
2ª a resposta laica (que passa pela Filosofia)

A Odisséia de Homero é a primeira grande espiritualidade laica, uma narrativa de


aventura, fantástica, a matriz de toda a história da filosofia grega – a Filosofia está
inscrita na história, na epopéia de Homero.

Cultura escrita e literatura:


Com as grandes mudanças na vida dos Sapiens, veio a sobrecarga da memória. Era
preciso encontrar outras formas de armazenar informação, então os Sapiens criaram
os números e outros símbolos. Era o prenúncio da escrita. Diversos sistemas de escrita
são criados, como o egípcio e o chinês, bem como outros na América Central. Com a
invenção da escrita, surgiu uma outra demanda: a organização de tudo aquilo que
estava sendo produzido. Essa se mostrou uma tarefa ainda mais complexa que a própria
criação da escrita. A escrita transforma o pensamento holístico em
compartimentalização e burocracia.
-O surgimento da escrita é um marco importante na história do mundo por demarcar a
separação entre a história e a pré-história iniciando o registro dos acontecimentos.
- Suportes da escrita: Sumérios: tijolo de barro; indianos : folha de palmeira; maias e
incas: material macil existente no meio das arvores e madeiras, romanos: tabuas de
madeira comberta com cera; egipsios: papiro ( planta do Nilo) , pergaminho ( pele de
carneiro), papel ( china no sec 2) .

Formas e imagens nas Artes Visuais:


Capitalismo artista ou criativo transestetico:

A atividade estética é uma dimensão consubstancial ao mundo humano-social, “Em toda


parte e sempre, inclusive nas sociedades “primitivas” sem escrita, os homens produziram uma
multidão de fenômenos estéticos de que são testemunhos os acessórios, pinturas do corpo,
códigos culinários, objetos esculpidos, máscaras, penteados, músicas, danças, festas, jogos,
formas de habitat. Não há sociedade que não se empenhe, de uma maneira ou de outra, num
trabalho de estilização ou de “artealização” do mundo, trabalho esse que é o que “singulariza
uma época ou uma sociedade”, efetuando a humanização e a socialização dos sentidos e dos
gostos”.

A artealização ritual
Um segundo momento se instala na saída da Idade Média e se estende até o século
XVIII. Ele constitui as primícias da modernidade estética com o advento do estatuto de
artista separado do de artesão, com a ideia do poder criador do artista-gênio
assinando suas obras, com a unificação das artes particulares no conceito unitário de
arte em seu sentido moderno, aplicando-se a todas as belas-artes, com obras
destinadas a agradar um público endinheirado e instruído, e não mais apenas a
comunicar os ensinamentos religiosos e responder às exigências da Igreja.
O terceiro grande momento histórico a organizar as relações da arte e da sociedade
corresponde à era moderna no Ocidente. Encontrando seu esplendor a partir dos
séculos XVIII e XIX, coincide com o desenvolvimento de uma esfera artística mais
complexa, mais diferenciada, a qual se liberta dos antigos poderes religiosos e
nobiliárquicos. Enquanto os artistas se emancipam progressivamente da tutela da
Igreja, da aristocracia e, depois, da encomenda burguesa, a arte se impõe como um
sistema com alto grau de autonomia. Uma emancipação social dos artistas bem
relativa, na medida em que é acompanhada por uma dependência de novo tipo, a
dependência econômica das leis do mercado.

A era trasestética:
O cosmo hipermoderno: O estilo, a beleza, a mobilização dos gostos e das
sensibilidades se impõem cada dia mais como imperativos estratégicos das marcas: é
um modo de produção estético que define o capitalismo de consumo.

Inovações tecnológica do sec. XIX e seu impacto cultural e social:


- Inovações tecnológicas (eletricidade, locomotiva, telefone, foto) e percepção do
espaço tempo/ memoria.
Do mesmo modo, com a fotografia, os homens descobriram como fazer reportagem
visual sem sintaxe.
(...) a fotografia como uma espécie de automação que eliminava os procedimentos
sintáticos da pena e do lápis.
(...) a ruptura gutenberguiana entre a Idade Média e a Renascença. A fotografia teve um
papel quase semelhante na ruptura entre o industrialismo meramente mecânico e a era
gráfica do homem eletrônico. O passo da era do Homem Tipográfico para a era do
Homem Gráfico foi dado com a invenção da fotografia.
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