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Alta cultura
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conceito
Na tradição mediterrânea, a alta cultura tem origens históricas
nos ideais estéticos e intelectuais do Mediterrâneo. Dentro
desse ideal clássico, certos autores serviram como referência
ideal de estilo e forma, como a literatura realizada no dialeto
ático[2] que englobava peças dos dramaturgos Ésquilo,
Sófocles, Eurípides e Aristófanes, no século V a.C. além do
filósofo ateniense Platão.[2] O busto de Beethoven por Hugo
Hagen
Mais tarde, especialmente durante o Renascimento, esses
valores foram absorvidos pela aristocracia, e (como
evidenciado em obras como o cortesão de Baldassare Castiglione) o conhecimento clássico tornou-
se parte do ideal aristocrático. Ao longo do tempo, o refinado classicismo da Renascença foi
ampliado para abraçar uma gama mais ampla de autores que produziam em diferentes línguas.
Dentre esses autores estavam figuras como Shakespeare, Goethe, Cervantes, e Victor Hugo.[3]
Tanto no ocidente quanto na Ásia Oriental, a obra que demonstra a imaginação do artista foi
considerada como o tipo de arte mais refinada. No Ocidente, essa tradição remontou aos antigos
gregos, e foi reforçada pelo Renascimento e pelo Romantismo, responsável pelo fim da hierarquia
dos gêneros dentro das artes plásticas.Na China, havia uma distinção entre os sumi-ês feitos pelos
artistas civis do imperador e os trabalhos produzidos por artistas comuns, trabalhando em grande
parte diferentes estilos, ou as artes decorativas como a porcelana chinesa. Na cultura ocidental,
bem como na oriental, a distinção foi especialmente clara na pintura de paisagem, a qual durante
séculos foi considerada como um tipo de obra superior, sendo Pietro Perugino, mestre de Rafael,
um dos mais destacados criadores de vastos espaços onde se situavam os personagens, com uma
forte acentuação de paisagem.
Durante séculos uma imersão na alta cultura foi considerada parte essencial da educação ideal do
cavalheiro, e esse ideal foi transmitido por meio de escolas e instituições em toda a Europa e os
Estados Unidos. Com o passar dos anos, as noções ocidentais de alta cultura foram sendo
expandidas e associadas muitas vezes com: O estudo das "letras", especialmente os clássicos gregos
e latinos, e mais amplamente todos os costumes que fazem parte do novo "cânone"; o cultivo da
etiqueta; das artes plásticas - especialmente por esculturas e pinturas; a literatura em geral; drama
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08/03/23, 17:15 Alta cultura – Wikipédia, a enciclopédia livre
A dicotomia entre alta cultura e cultura de massa foi cada vez mais questionada com o crescente
poder de definição por meio da cultura popular popularizada pela mídia de massa. Segundo
Theodor Adorno, a massificação de produtos culturais provoca uma queda na chamada alta
cultura, pois dispensa um nível maior de educação para sua apreensão é um movimento próprio da
indústria cultural a serviço do consumismo, contribuindo para a passividade e a mediocrização
intelectual, ainda que muitas vezes sob uma roupagem de multiculturalismo e sofisticação.[7][8]
Ver também
Cultura popular
Música clássica
Renascimento
Cânone ocidental
Referências
1. Roger Scruton (2009). Beauty: A Very Short Introduction (https://books.google.com.br/books?id
=wQu97TuXVlAC&dq) (em inglês). [S.l.]: Oxford. p. 199. ISBN 9780191567940. Consultado
em 9 de outubro de 2016
2. «Greek Literature» (http://www.britannica.com/topic-browse/Literature/Greek-Literature) (em
inglês)
3. Matthew Arnold (1869). Culture and Anarchy: An Essay in Political and Social Criticism (https://
books.google.com.br/books?id=gVgJAAAAQAAJ) (em inglês). [S.l.]: Smith, Elder & Company.
p. 272. ISBN 9780192805119. Consultado em 9 de outubro de 2016
4. T. S. Eliot (2014). Notes towards the Definition of Culture (https://books.google.com.br/books?id
=avruAgAAQBAJ) (em inglês). [S.l.]: Houghton Mifflin Harcourt. p. 128. ISBN 9780544358522.
Consultado em 9 de outubro de 2016
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alta_cultura 2/3
08/03/23, 17:15 Alta cultura – Wikipédia, a enciclopédia livre
Ligações externas
«Full text of Matthew Arnold's Culture and Anarchy online» (http://www.authorama.com/culture-
and-anarchy-1.html)
«Memory and modernity:reflections on Ernest Gellner's theory of nationalism - Lecture text by
Anthony D Smith» (http://members.tripod.com/GellnerPage/SmithLec.html)
Bakhtin, M. M. (1981) The Dialogic Imagination: Four Essays (http://books.google.com/books?i
d=JKZztxqdIpgC). Ed. Michael Holquist. Trans. Caryl Emerson and Michael Holquist. Austin
and London: University of Texas Press.
Adorno, Theodor W. The Culture Industry. London: Routledge, 2001. ISBN 9780415253802
«On high art» (http://faculty.frostburg.edu/phil/forum/HighArt.htm)
«On the "High Art" of Nicolas Poussin - New Criterion Magazine, 1995» (http://www.newcriterio
n.com/archive/13/jan95/wilkin.htm)
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