INTERCULTURALIDADE

E DIVERSIDADE
AMAZÔNICA

Moradores de comunidade ribeirinha encontram artefatos indígenas

no quintal de casa no interior do Amazonas. Foto: Tácio Melo. Por g1 Prof. Dr. Robeilton Gomes
AM 23/02/2024 21h50 Atualizado há 2 semanas
 O que é cultura?
Cultura é um conceito amplo que representa o conjunto de
tradições, crenças e costumes de determinado grupo social. Ela
é repassada através da comunicação ou imitação às gerações
seguintes.
Dessa forma, a cultura representa o patrimônio social de um
grupo sendo a soma de padrões dos comportamentos humanos
e que envolve: conhecimentos, experiências, atitudes, valores,
crenças, religião, língua, hierarquia, relações espaciais, noção de
tempo, conceitos de universo.
A cultura também pode ser definida como o comportamento
por meio da aprendizagem social. Essa dinâmica faz dela uma
poderosa ferramenta para a sobrevivência humana e tornou-se Edward Burnett Tylor
o foco central da antropologia desde os estudos do britânico (1832-1917)
Edward Tylor (1832-1917).
O desenvolvimento do conceito de cultura.

Edward Tylor em Primitive Culture (1871) defende uma ideia de cultura

como um fenômeno natural e reafirma a ideia de igualdade da natureza
humana. Uma tendência baseada no chamado “Evolucionismo cultural”.
Adolf Bastian (1826- 1905), assim como Tylor acreditava na "unidade
psíquica da humanidade". Essas ideias dão margem ao chamado
“difusionismo cultural”. Franz Boas (1858-1949), critica ambas as tendências.
Ele desenvolveu o particularismo histórico (ou a chamada Escola Cultural
Americana), segundo a qual cada cultura segue os seus próprios caminhos
em função dos diferentes eventos históricos que enfrentou. Alfred Kroeber
(1876-1960) buscou evitar a confusão, ainda tão comum, entre o orgânico e
o cultural, dizendo que o primeiro põe-se acima do segundo, pois cria meios
para superar as suas limitações biológicas.
Ideias sobre a origem da cultura.
Tendência Cognitiva: Segundo diversos autores, entre eles Richard Leackey e Roger Lewin, o
início do desenvolvimento do cérebro humano é uma consequência da vida arborícola de seus
remotos antepassados. David Pilbeam refere-se ao bipedismo como uma característica
exclusiva dos primatas entre todos os mamíferos. Kenneth Oakley destaca a importância da
habilidade manual, possibilitada pela posição ereta, ao proporcionar maiores estímulos ao
cérebro, com o consequente desenvolvimento da inteligência humana. A cultura seria, então,
o resultado de um cérebro mais volumoso e complexo.
Para Claude Lévi-Strauss, o mais destacado antropólogo francês, considera que a cultura surgiu
no momento em que o homem convencionou a primeira regra, a primeira norma. Leslie
White, antropólogo norte-americano contemporâneo, considera que a passagem do estado
animal para o humano ocorreu quando o cérebro do homem foi capaz de gerar símbolos.
Alfred Kroeber concebeu a eclosão da cultura como um acontecimento súbito (ponto crítico),
como um salto na evolução. Para Clifford Geertz a cultura desenvolveu-se, pois,
simultaneamente com o próprio equipamento biológico e é, por isso mesmo, compreendida
como uma das características da espécie, ao lado do bipedismo e de um adequado volume
cerebral.
Teorias modernas sobre cultura.

Roger Keesing refere-se às teorias idealistas de cultura, que subdivide em três

diferentes abordagens:
A primeira: cultura como sistema cognitivo, produto dos chamados "novos
etnógrafos". Esta abordagem antropológica tem se distinguido pelo estudo dos
sistemas de classificação de folk, isto é, a análise dos modelos construídos pelos
membros da comunidade.
A segunda: cultura como sistemas estruturais, ou seja, a perspectiva desenvolvida
por Claude Lévi-Strauss, "que define cultura como um sistema simbólico que é
uma criação acumulativa da mente humana”. estruturação dos domínios culturais
— mito, arte, parentesco e linguagem.
A terceira: teorias idealistas, é a que considera cultura como sistemas simbólicos.
Esta posição foi assumida por Clifford Geertz e David Schneider. Para Geertz,
Estudar a cultura é portanto estudar um código de símbolos partilhados pelos
membros dessa cultura.
 As várias expressões de cultura.

Cultura Popular Cultura de Massa Cultura Erudita

A cultura popular está
intimamente relacionada
com as tradições e os
saberes, os quais são
determinados pelo povo,
por exemplo: as festas, o
folclore, o artesanato, as
músicas e a dança.
A cultura de massa é o conjunto
de ideias e de valores que se
desenvolve tendo como ponto
de partida a mesma mídia,
notícia, música ou arte. Ela é
transmitida sem considerar as
especificidades locais ou
regionais.
Diferente da cultura de massa, a cultura erudita é
resultado do conhecimento adquirido por meio da
pesquisa e do estudo nos mais diferentes campos. Não
é ofertado massivamente, está disponível a poucos e
representa uma forma de diferenciação social permitida
pelo acesso ao conhecimento. Como exemplos, temos:
exposições artísticas, apresentações teatrais e
concertos.

Cultura Imaterial Cultura Material

Diferente da cultura material, a cultura imaterial é formada
pelos elementos intangíveis. Ela representa o conjunto de
saberes, tradições, técnicas, hábitos, comportamentos,
costumes e modos de fazer de um determinado grupo.
Considerada um patrimônio cultural transmitido entre gerações,
temos como exemplos as lendas folclóricas, as feiras populares,
os rituais, as danças, a culinária, etc.
A cultura material representa o conjunto de patrimônio
cultural e histórico formado por elementos concretos
que ao longo de tempo foram construídos pelo ser-
humano. Como exemplos de cultura material temos os
elementos arquitetônicos (igrejas, museus, bibliotecas)
e os objetos de uso pessoal e coletivo (obras de arte,
utensílios, vestimenta)
 Atividade

Em equipe, escreva um texto definindo o que é cultura popular,

erudita, de massa, material e imaterial e dê dois exemplos de
cada expressão.