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Giane Carvalho
SOCIOLOGIA
Para estudarmos as questões sobre indústria cultural
faremos, inicialmente, algumas revisões referente as
discussões sobre cultura.
CULTURA
Na Europa, desde os séculos XIV e XV, cultura era sinônimo de civilização e conhecimento
expresso pelas classes dominantes e dito civilizadas. Ou seja, ter cultura era ser uma pessoa
“culta”, detentora da razão e do conhecimento das coisas. Por conta disso, os valores culturais
eruditos são associados à expansão colonizadora. (LORENSETTI, 2006)
CULTURA
Até o século XIX, “chique” era as pessoas portarem-se como os europeus, tudo nas casas burguesas
era importado e faziam parte da última moda europeia. Com o fortalecimento da indústria do consumo
o ser “chique” era aquele que consumia os produtos da última moda. Desta forma, a cultura chamada
erudita perdeu o apreço por outros atrativos de consumo em massa. (LORENSETTI, 2006)
CULTURA
Portanto, cultura não é algo
natural, pois é uma herança
referenciada pelo social que
envolve a totalidade dos
padrões do comportamento
humano, como conhecimentos,
valores, costumes, crenças,
ideologias, filosofias, papeis,
práticas, fazeres, etc.
Sendo assim, a cultura apresenta
os seguintes aspectos:
Os autores Max Horkheimer e Theodor Adorno da escola de Frankfurt (sec. XX) fazem
uma crítica contundente sobre a indústria cultural. O tratamento da arte como produto
industrializado e produzido em massa, consequentemente, carece de alguns elementos
pela necessidade do mercado de ser constantemente abastecido e renovado. Com isso,
o próprio processo criativo se torna mecanizado e sempre orientado para agradar ao
mercado, ao consumidor, as classes que dominam o mercado e ao lucro, dessa forma o
potencial crítico das pessoas é minimizado.
Controle cultural
Além disso, no Brasil, há situações históricas em que a indústria cultural passa a ser controlada pelo
poder estatal reprimindo expressões artísticas em todos os meios. Por exemplo, na Ditadura Militar
(1964-1985) foi um período de censura de todo tipo de manifestação artística que eram contrárias ao
regime autoritário.
Jovens artistas como Edu Lobo, Chico Buarque de Holanda, Geraldo Vandré, Geraldo Azevedo dentre
outros, fizeram parte do movimento oposicionista de esquerda nos anos sessenta e setenta que se
expressava culturalmente por meio da música. Tal movimento se constituiu numa contracultura, que
mobilizou jovens e intelectuais, durante os anos 60 e 70, que proclamava uma nova maneira de pensar
independente dos valores sócio-culturais e dominantes da época.
O que pode ser aproveitado
da indústria cultural?
Apesar das críticas sobre a
indústria cultural, em um m
dinâmico e cada vez mais in o vimento
tenso suas produções passa
mais a levar informações div m cada vez
ersificadas para diferentes
trabalhando em alguns asp públicos,
ectos a temática do multicu
aproximando os diferentes lturalismo,
e gerando novas discussões
reflexos sobre os preconceit com
os culturais. Além disso, as
gerações são dinâmicas e alg novas
uns grupos fazem seleções c
olhares críticos sobre a ind om alguns
ústria cultural.
Podemos nos posicionar frente a
indústria cultural?
A indústria cultural, característica da sociedade contemporânea, deve ser pensada quanto ao seu papel.
Torna-se necessária uma reflexão sobre quais valores culturais estão sendo veiculados na mídia e a quem
eles servem. Uma atitude otimista quanto à cultura de massa pode existir, porém uma atitude crítica deve
permear os processos de transmissão e assimilação das informações veiculadas. (LORENSETTI, 2006)
Sob este respeito, Walter Benjamin (1892-1940) acredita que esta seja também uma via de
democratização para a arte. Para ele, os mesmos mecanismos que alienam, são capazes de levar cultura
para um número maior de pessoas. O autor reconhece que a Indústria Cultural foi a principal
responsável pela alienação promovida pela destituição da arte de seu papel transformador, por outro
lado, ela pode ser a única capaz de difundir e ressignificar a arte enquanto fator de transformação social.
Podemos nos posicionar frente a
indústria cultural?
O que tem em comum na visão dos autores da escola de Frankfurt, (Benjamin, Horkheimer e Adorno)
é o reconhecimento de que a cultura popular seria um meio de resistência da classe dominada às
imposições da dominante.
No Brasil, por conta das desigualdades socioeconômicas existentes, a classe trabalhadora, embora se
constitua na maioria da população, não tem acesso a todas as manifestações culturais, tais como
o teatro, óperas, educação de qualidade, etc. Por conta desta situação, Gramsci (1891-1937)
consideram que, quando essas classes se manifestam com suas tradições culturais, estão de certa
forma resistindo à cultura dominante e passam a lutar pelo que acreditam ser seu modo de vida, algo
que faz parte de sua maneira de ver o mundo, de se expressar, de se reconhecer como classe.
Existe diferença entre cultura
popular e folclore?
No entanto, cultura popular e folclore são dois termos que, para muitos antropólogos, inclusive para
Brandão, possuem o mesmo significado, pois, não são formas culturais estáticas e irreversíveis, mas
que fazem parte das construções sociais, e por isso é dinâmica. No Brasil, vão além dos ritos,
característicos das culturas africanas e indígenas, configuram também, a religiosidade, as danças, os
pratos típicos de diferentes regiões, vivências e costumes regionais e tradicionais do povo.
Existe diferença entre cultura
popular e folclore?
“Constituem o fato folclórico as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição
popular e pela imitação, e que não sejam diretamente influenciadas pelos círculos eruditos e instituições que
se dedicam ou à renovação e conservação do patrimônio científico e artístico humano ou à fixação de uma
orientação religiosa e filosófica.” (BRANDÃO, 1982: 31 apud LORENSETTI, 2006, p. 150).
Para Benjamin, refletir diante do cinema e do rádio era, antes de tudo, pensar em
todas as modificações que repercutiram na arte burguesa a reprodutibilidade
técnica, ou na visão mais otimista de Benjamin, repensar a arte após a dissolução de
suas formas burguesas e a sua sucessão por uma arte revolucionária.
c a b e à to d o s e
e ra ç õ e s fi n a i s ,
Co m o co n s id s m ú lt ip la s e
ie n t e p e r a n t e a
u m a g ir c o n s c a r a q ue
toda s tr ia c u lt u r a l. P
fe r t a s d a i n d ú s m
inten sa s o a d e m e l h o r , c o
ja r u m a s o c ie d
s a lm e a
possamo ili d a d e é im po r t a n te
c a e r e s p o n s a b o q u e
éti a s q u e fiz e m o s ,
o b r e as e s c o lh p o r
aten ç ão s e p r o d u z i m o s
c e n tiv a m o s e r
o s , in o
consumim c u lt u r a l. O p e n s a m e n t
o d a i n d ú st r ia a is e
mei q u ên c i a s in d iv i d u
s o b re a s c o n s e
crítico a s s o i m p o r ta n te .
so c ia is é u m p
REFERÊNCIAS
ADORNO, Theodor. W. O fetichismo na música e a regressão da audição. In: Adorno et all. Textos
escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
ADORNO, Theodro; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de
Janeiro: Zahar, 1985.
BENJAMIN, Walter. A obra-de-arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: Magia e técnica, arte e
política. Obras escolhidas, vol. 1. São Paulo, Brasiliense, 1985.
BRANDÃO, Carlos. O que é folclore. São Paulo: Editora Brasiliense, 2000.
DAMATTA, Roberto. O que faz o Brasil, Brasil. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1984.
FERNANDES, Florestan. O folclore em questão. 2º. ed. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2003.
LIMA, Luiz Costa. (Org.) Teoria da cultura de massa. 5ª ed. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2000.
LORENSETTI, Everaldo et all. Sociologia: Ensino Médio. Curitiba. SEED-PR, 2º ed. 2006. 85.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.
ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 2003.
GARCIA, Sylvia Gemignani. Folclore e sociologia em Florestan Fernandes. Tempo Social; Rev. Sociol. USP,
S. Paulo, 13(2): 143-167, novembro de 2001.
Texto e design dos slides elaborados por: Giane Carvalho, 2020.
Imagens disponíveis em: pixabay.com.br. Acesso em nov. 2020.