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EDUCAÇÃO
INTRODUÇÃO
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Graduada em Administração pela Faculdade Visconde de Cairu. Possui Licenciatura e Bacharelado em
Sociologia pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é estudante de mestrado na Pós-Graduação
de Museologia na Universidade Federal da Bahia. E-mail: larissaemcontato@yahoo.com.br.
amplo uso sociológico e o uso antropológico nas décadas seguintes. Aos dois sentidos
de cultura soma-se o sentido “mais especializado, ainda que mais comum”, de cultura
como “atividades artísticas e intelectuais, que atualmente englobam “não apenas as
artes e as formas de produção intelectuais, mas também todas as “práticas significativas”
(Williams, 1992).
Existem diversos conceitos para o termo cultura. Para Santos (1994, p. 8):
“Assim, a cultura diz respeito à humanidade como um todo e ao mesmo tempo a cada
um dos povos, nações, sociedades e grupos humanos”. A cultura também é entendida
como processo cativo, dinâmico e contextual de construção e comunicação de
significados (Storey, 2003). Na mesma direção, para Marx, o homem é um produto da
sociedade, isto é, culturalmente constituído por sistemas de significados que são parte
integrante da ação social organizada (Rabello e Interaminense, 2016).
Stuart Hall problematiza o uso dos termos “cultura” e “popular”. Para ele,
estando correlacionados indica “um relacionamento entre cultura e classes, ou seja, a
cultura dos excluídos, ou ainda o povo versus o bloco do poder”. (ALVES, 2010, p. 83).
Também critica as abordagens da cultura popular que valorizam a “tradição” pela
tradição. Na contemporaneidade, Jesus Martín-Barbero traz ligado ao tema da cultura
popular a questão da memória coletiva.
Silva (1994, p. 109) concebe que “uma prática pedagógica que possui a cultura
popular como elemento, implicará a capacidade reflexiva, criativa e inovadora dos
indivíduos”, contrariando o atual processo de invisibilização desta cultura e dos conflitos
que lhe estão associados.
Ratifica Santos (1994, p 79): “mas é ingênuo pensar que, se a cultura comum é
usada para fortalecer os interesses das classes dominantes, ela deve ser por isso jogada
fora”. Por vezes, “adquirindo novos usos, valores e significados, o que eram objetos da
cultura popular ou industrial tornam-se objetos de consumo cultural e artístico de uma
cultura erudita”.
Depois de alguns anos, essa noção foi afetada pela globalização – adquirindo
novas ideias a respeito do patrimônio. Partindo desse princípio há o Patrimônio Cultural
Imaterial: “Entende-se por patrimônio cultural imaterial práticas, representações,
expressões, conhecimentos e saber-fazer – assim como os instrumentos, objetos, artefatos
e espaços culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns
casos, os indivíduos reconhecem como fazendo parte de seu patrimônio cultural
(UNESCO, 2003).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, entendo que a espontaneidade típica da cultura popular torna esse tipo
de manifestação cultural particular e diferenciada, além de ajudar a agregar diferentes
elementos sem deixar de ter sua própria graça, beleza e poesia. Que cada um possa
fazer a sua parte em prol da preservação desse nosso patrimônio e pela defesa da cultura
do povo.
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Paulo César (org.). Cultura: múltiplas leituras. Bauru, SP: EDUSC; Salvador:
EDUFBA, 2010, p. 09-92.
ARANTES, Antonio Augusto. O que é cultura popular. 14.ed. São Paulo: Brasiliense,
1995.
ARAÚJO, Alceu Maynard. Cultura popular brasileira. 2. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2007.
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 14.ed. Brasiliense, 1994 – (Coleção
Primeiros Passos; 110).
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica,
2001.
SODRÉ, Muniz. A Verdade Secreta. 2.ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves Editora S.A.,
1988.
UNESCO, 2003. Convention for the Safeguarding of the Intangible Cultural Heritage.
Paris, 17 de outubro de 2003. Disponível em: http:// http://portal.unesco.org/en/ev.php-
URL_ID=17716&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html . Acesso em 10
de abril de 2019.