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ESCOLA DE CHICAGO

Surgiu nos Estados Unidos, na década de 1910, por iniciativa de sociólogos americanos que
integravam o corpo docente do Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago, fundado
pelo historiador e sociólogo Albion W. Small. Entre 1915 e 1940, a Escola de Chicago produziu um
vasto e variado conjunto de pesquisas sociais, direcionado à investigação dos fenômenos
sociais que ocorriam especificamente no meio urbano da grande metrópole norte-americana.
O surgimento da Escola de Chicago está diretamente ligado ao processo de expansão urbana e
crescimento demográfico da cidade de Chicago no início do século 20, resultado do acelerado
desenvolvimento industrial das metrópoles do Meio-Oeste. Presenciou o aparecimento de
fenômenos sociais urbanos que foram concebidos como problemas sociais:
✓ O crescimento da criminalidade, da delinquência juvenil,
✓ O aparecimento de gangues de marginais,
✓ Os bolsões de pobreza e desemprego, a imigração e,
✓ A formação de várias comunidades segregadas (os guetos).
Ecologia humana
Robert Ezra Park, considerado o grande ícone e precursor dos estudos urbanos, Ernest Watson
Burgess e Roderick Duncan McKenzie elaboraram o conceito de "ecologia humana", a fim de
sustentar teoricamente os estudos de sociologia urbana. O conceito de ecologia humana serviu
de base para o estudo do comportamento humano, tendo como referência a posição dos
indivíduos no meio social urbano.
A abordagem ecológica questiona se o habitat social (ou seja, o espaço físico e as relações
sociais) determina ou influencia o modo e o estilo de vida dos indivíduos. O conceito de
ecologia humana e a concepção ecológica da sociedade foram muito influenciados pelas
abordagens teóricas do "evolucionismo social" - marcante na sociologia em seu estágio inicial de
desenvolvimento -, ao sustentarem uma analogia entre os mundos vegetal e animal, de um lado, e
o meio social integrado pelos seres humanos (neste caso, a cidade), de outro. Considerando, então,
a cidade como um amplo e complexo "laboratório social", as pesquisas sociológicas foram
marcadas pelo uso sistemático dos métodos empíricos (para coleta de dados e informações sobre
as condições e os modos de vida urbanos).

ESCOLA DE FRANKFURT

A Escola de Frankfurt foi uma escola de análise e pensamento filosófico e sociológico que
surgiu na Universidade de Frankfurt, situada na Alemanha. Tinha como objetivo estabelecer um
novo parâmetro de análise social com base em uma releitura do marxismo. Faz uma crítica
social do desenvolvimento intelectual da sociedade que incide sobre as teorias iluministas;
propõe uma leitura crítica do marxismo, com novas propostas para além dele sem perder de vista
os principais ideais da esquerda. Apesar da gama de diferentes pensadores e diferentes
gerações formada pela Escola de Frankfurt, o que une a produção intelectual de todos é a teoria
crítica. Todos eles se dedicaram a construir teorias críticas contra o capitalismo e a atualizar as
leituras sobre o marxismo, criando novas alternativas ao socialismo marxista que se encaixassem
no século XX. O aspecto cultural foi um dos mais debatidos pelos pensadores da instituição.
Seria necessário, segundo uma visão geral da teoria crítica, olhar para a cultura a fim de perceber
que as bases da sociedade capitalista somente eram tão sólidas por conta da disseminação de
uma cultura que favorecia o capitalismo. Foi no bojo da Escola de Frankfurt que surgiu
o conceito de indústria cultural, mais especificamente no livro Dialética do esclarecimento, escrito
pelos filósofos da primeira geração Theodor Adorno e Max Horkheimer. Para eles, uma das
maneiras de dominação capitalista se daria pela cultura. Adorno e Horkheimer entenderam que
havia dois tipos de cultura autêntica: a cultura erudita e a cultura popular.
A cultura erudita é aquela produzida por uma elite intelectual, mais refinada e menos intuitiva. Essa
cultura teria um valor estético maior, visto que é mais elaborada. A cultura erudita seria o escape
para que a intelectualidade se desenvolvesse plenamente, e, na visão dos autores, ela deveria ser
ampliada.
A cultura popular é uma forma autêntica de fazer-se arte e cultura vinculadas às culturas
tradicionais dos povos. Ela é autêntica, mas composta por menor refinamento técnico e
intelectual, sendo mais intuitiva.
Posteriormente, surgiu o conceito de cultura de massa. Diferente dos outros dois tipos, esta é
inautêntica. Fruto de uma fusão de elementos da cultura erudita e da popular e da possibilidade de
alta reprodutibilidade técnica, a cultura de massa seria um recurso capitalista para vender
uma forma inferior de arte que, ao mesmo tempo, manteria a população sob controle. A indústria
cultural se limitaria a levar o entretenimento como se fosse arte ao consumidor, que se sentiria
satisfeito ao deparar-se com elementos aparentemente agradáveis e de fácil consumo. Em relação
às formas de reprodutibilidade técnica, os teóricos citavam a gravação audiovisual (considerando-
se, na época, a gravação de discos, de filmes, de fotografia e de radiodifusão). Nesse sentido, o
autor da obra de arte não precisaria criar, a cada performance, uma obra, mas sim reproduzir em
larga escala uma obra criada anteriormente. O filósofo Walter Benjamin declarou ser essa forma
de reprodução o fim da aura que conferiria à obra de arte a sua autenticidade.

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