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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

ANA CAROLINA DINIZ BERNARDO

ACESSIBILIDADE EM EDIFÍCIOS HISTÓRICOS: PROPOSTA DE ADEQUAÇÃO


PARA O MUSEU SOLAR MONJARDIM, VITÓRIA – ES

Colatina
2018
ANA CAROLINA DINIZ BERNARDO

ACESSIBILIDADE EM EDIFÍCIOS HISTÓRICOS: PROPOSTA DE ADEQUAÇÃO


PARA O MUSEU SOLAR MONJARDIM, VITÓRIA – ES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Coordenadoria do Curso de Arquitetura e
Urbanismo do Instituto Federal do Espírito Santo,
como requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientadora: Profª. Ma. Aline Vargas da


Silveira

Coorientadora: Profª. Ma. Virginia


Magliano Queiroz

Colatina
2018
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Instituto Federal do Espírito Santo – Biblioteca do campus Colatina)

B5232a Bernardo, Ana Carolina Diniz

Acessibilidade em edifícios históricos : proposta de adequação


para o Museu Solar Monjardim / Ana Carolina Diniz Bernardo. - 2018.

145 f. : il. ; 30 cm

Orientadoras: Aline Vargas da Silveira e Virgínia Magliano


Queiroz.

Monografia (graduação) – Instituto Federal do Espírito Santo,


Coordenadoria de Arquitetura e Urbanismo, Bacharelado em Arquitetura
e Urbanismo. 2018.

1. Patrimônio cultural – Projeto de acessibilidade. 2. Edifícios


públicos – Projeto de acessibilidade. 3. Deficientes – Orientação e
mobilidade. I. Silveira, Aline Vargas da. II. Queiroz, Virgínia Magliano. III.
Instituto Federal do Espírito Santo – campus Colatina. IV. Título.

CDD 721.0462

Elaborado por Richards Sartori Corrêa CRB 6-ES / 767


Dedico

A todas as pessoas que buscam acesso à


cultura, mas tem seus direitos anulados
por falta de acessibilidade.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela minha trajetória e por mais essa vitória. É Ele que me guia, me
conforta e torna tudo possível.

As minhas orientadoras por toda paciência, dedicação e carinho. Cada momento que
compartilhamos foi de muito conhecimento. Eu não teria seguido em frente, nesse
trabalho, sem a ajuda de vocês.

Aos meus professores sou grata pelos ensinamentos, pelo companheirismo e pelo
“colo” nos momentos difíceis. Quando pensei em desistir vocês me incentivaram a
seguir.

Ao Instituto Federal do Espírito Santo, agradeço pelo ensino público, gratuito e de


qualidade que recebi durante a minha formação acadêmica.

Ao diretor e aos funcionários do Museu Solar Monjardim, agradeço por terem


abraçado a ideia e por se empenharem em manter parte da história capixaba viva.

As minhas amigas de faculdade, sou imensamente grata por estarem comigo nos
momentos bons e nos ruins. Vocês são incríveis!

Aos meus amigos e familiares, a distância aumenta a saudade, mas não diminui o
sentimento que tenho por vocês.

Por último e não menos importante, a minha mãe e ao meu pai, que sempre me
apoiaram e acreditaram no meu potencial, mesmo quando eu não acreditava mais.
Amo vocês!
Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas
transformam o mundo. (FREIRE, 2018)

Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, o lugar é


deficiente. (FROTA, 2018)
RESUMO

No Brasil, o direito de ir e vir é assegurado a todos pela Constituição Federal de 1988,


porém, as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida enfrentam o desrespeito a
esses direitos diariamente. Nas edificações tombadas pelo patrimônio, a ausência de
acessibilidade muitas vezes é justificada pela necessidade de preservação do edifício.
A presente pesquisa se debruça sobre o Museu Solar Monjardim, primeira construção
do Espírito Santo tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan), a fim de propor intervenções para tornar a edificação acessível. Para isso,
realizou-se revisão teórica sobre os conceitos patrimoniais e de acessibilidade, e
análise da edificação para averiguar o estado de conservação do edifício e sua
adequação às normas vigentes sobre acessibilidade. Assim, apesar da ampla
legislação brasileira garantir o acesso e a utilização completa dos edifícios públicos
por todos, verificou-se que o local não se encontra totalmente acessível para as
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Percebeu-se também que, apesar
da dificuldade em tornar um patrimônio histórico acessível, essa tarefa não é
impossível. Portanto, este trabalho apresenta soluções específicas para o Museu
Solar Monjardim, através de uma proposta de intervenção a fim de torná-lo acessível
e inclusivo.

Palavras chave: Acessibilidade. Patrimônio histórico. Museu. Proposta de Adequação.


ABSTRACT

In Brazil, the Federal Constitution of 1988 guarantees the right to come and go to
everyone, though disabled persons or persons with reduced mobility have to deal with
the disrespect of these rights every day. In heritage-listed buildings, the lack of
accessibility is often justified by the need to preserve the construction. The present
research focuses on The Solar Monjardim Museum, the first building preserved and
protected by Brazil’s National Institute of Historic and Artistic Heritage (Iphan), in order
to propose interventions to make it accessible to all visitors. For this purpose, a
theoretical review of the heritage and accessibility concepts was performed and the
building was examined in order to check its state of conservation and its compliance
with the accessibility standards. Thus, despite the extensive Brazilian legislation
guaranteeing access and full use of public buildings by everyone, it was found that the
place is not fully accessible to disabled persons or persons with reduced mobility. It
was also realized that it is difficult to make a historical heritage reacheable, but this
task is not impossible. Therefore, this work presents specific solutions for the Solar
Monjardim Museum, through an intervention proposal to make it accessible and
inclusive.

Keywords: Accessibility. Historical heritage. Museum. Intervention proposal.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1 – Mapa localizando o Espírito Santo e evidenciando a cidade de Vitória .19

Ilustração 2 – Museu Solar Monjardim ..........................................................................20

Ilustração 3 – Diversidade .............................................................................................31

Ilustração 4 – Diferença entre acessibilidade e desenho universal ..............................31

Ilustração 5 – Portas com sensores que se abrem sem exigir força física ou alcance
das mãos de usuário de alturas variadas ......................................................................32

Ilustração 6 – Tesoura que se adapta a destros e canhotos ........................................32

Ilustração 7 – Sinalização de fácil compreensão ..........................................................32

Ilustração 8 – Mapa tátil sonoro é uma forma de apresentar uma informação de


diferentes maneiras .......................................................................................................32

Ilustração 9 – Elevadores com sensores em diferentes alturas, permitem que sejam


usados com maior segurança .......................................................................................33

Ilustração 10 – Maçaneta tipo alavanca, pode ser acionada com o cotovelo...............33

Ilustração 11 – Poltronas para obesos em teatros e cinemas ......................................33

Ilustração 12 – Museu do Louvre ..................................................................................37

Ilustração 13 – Entrada a partir da pirâmide também é acessível ................................38

Ilustração 14 – Elevador central sendo utilizado no Museu do Louvre .........................38

Ilustração 15 – Cadeirante visitando o museu d’Orsay .................................................39

Ilustração 16 – Galeria com esculturas táteis e piso tátil ..............................................41

Ilustração 17 – Passarela metálica e elevador panorâmico..........................................41


Ilustração 18 – Imagem em relevo ................................................................................42

Ilustração 19 – Piso tátil .................................................................................................42

Ilustração 20 – Réplica tátil do museu...........................................................................43

Ilustração 21 – Empréstimo de objetos .........................................................................43

Ilustração 22 – Igreja de Nossa Senhora do Rosário com rampa em destaque ..........43

Ilustração 23 – Rampa na lateral da igreja ....................................................................44

Ilustração 24 – Junção entre a rampa e a entrada da igreja .........................................45

Ilustração 25 – Plataforma elevatória em destaque ......................................................46

Ilustração 26 – Elevador para o segundo pavimento do museu ...................................47

Ilustração 27 – Plataforma para o palco, no pátio interno .............................................47

Ilustração 28 – Auditório com rampa de acesso ao palco ............................................47

Ilustração 29 – Entrada não é acessível .......................................................................48

Ilustração 30 – Cronologia síntese sobre a história do Solar Monjardim ......................50

Ilustração 31 – Ao fundo o Museu Solar Monjardim na década de 1930 .....................51

Ilustração 32 – Volumetria do casarão ..........................................................................52

Ilustração 33 – Planta de cobertura ...............................................................................52

Ilustração 34 – Fachada principal do Museu Solar Monjardim. ....................................53

Ilustração 35 – Fachada posterior .................................................................................53

Ilustração 36 – Fachada lateral direita ..........................................................................54

Ilustração 37 – Fachada lateral esquerda .....................................................................54


Ilustração 38 – Planta baixa do porão, setas indicam as portas de acesso .................55

Ilustração 39 – Planta baixa do porão, com destaque para parte de suas esquadrias 55

Ilustração 40 – Forro e piso de madeira do porão ........................................................56

Ilustração 41 – Banheiro e copa ....................................................................................56

Ilustração 42 – Acesso ao museu, com destaque para escada e acesso ....................57

Ilustração 43 – Planta baixa do museu, com destaque para o tipo de acesso .............58

Ilustração 44 – Planta baixa da Camarinha, com madeiramento do telhado principal .59

Ilustração 45 – Planta baixa do porão indicando seus respectivos danos ...................61

Ilustração 46 – Planta baixa da camarinha com seus respectivos danos ....................61

Ilustração 47 – Planta baixa do museu indicando seus respectivos danos ..................62

Ilustração 48 – Mapa indicando os pontos de ônibus e os semáforos mais próximos ao


museu. ...........................................................................................................................64

Ilustração 49 – Rebaixamento de calçada e canteiro para travessia de pedestre na


Avenida Paulino Muller ..................................................................................................65

Ilustração 50 – Passeio público de acordo com a NBR 9050:2015 ..............................66

Ilustração 51 – Passeio público no entorno do museu..................................................66

Ilustração 52 – Implantação atual ..................................................................................69

Ilustração 53 – Portões de acesso ao museu, corda em destaque ..............................70

Ilustração 54 – Área para estacionamento e espera.....................................................70

Ilustração 55 – Caminhos de acesso ao edifício (setas) ...............................................71

Ilustração 56 – Acesso ao museu ao final da rampa ....................................................72


Ilustração 57 – Patamar de acesso ao museu, com tapete em evidência....................73

Ilustração 58 – Escada maior de acesso ao porão .......................................................74

Ilustração 59 – Escada de acesso ao museu................................................................74

Ilustração 60 – Escada menos de acesso ao porão .....................................................74

Ilustração 61 – Acesso da rampa de carros ao caminho que leva aos canhões e


anfiteatro ........................................................................................................................74

Ilustração 62 – Desnível existente entre a junção do caminho de pedra com o


anfiteatro ........................................................................................................................74

Ilustração 63 – Área para descanso não é acessível....................................................75

Ilustração 64 – Mobiliário não segue princípios do desenho universal .........................75

Ilustração 65 – Estacionamento ao final da rampa de veículos ....................................76

Ilustração 66 – Estacionamento em frente a fachada de fundos do museu .................76

Ilustração 67 – Localização do anexo no terreno..........................................................77

Ilustração 68 – Veículos obstruindo o acesso ao anexo e em destaque, a fachada


lateral esquerda .............................................................................................................77

Ilustração 69 – Caminho para banheiro acessível ........................................................78

Ilustração 70 – Porta do banheiro acessível .................................................................78

Ilustração 71 – Banheiro acessível ................................................................................78

Ilustração 72 – Desnível para acesso ao porão ............................................................81

Ilustração 73 – Planta baixa porão ................................................................................81

Ilustração 74 – Administrativo........................................................................................82
Ilustração 75 – Copa e banheiros ..................................................................................82

Ilustração 76 – Frente e verso da ficha entregue ao visitante.......................................83

Ilustração 77 – Configuração do museu. .......................................................................84

Ilustração 78 – Exemplo de cômodo em que se é permitido a observação e não a


visitação. Entrada impedida por corda ..........................................................................84

Ilustração 79 – Disposição do mobiliário na capela ......................................................84

Ilustração 80 – Varanda.................................................................................................85

Ilustração 81 – Esquadria da varanda com guarda corpo em madeira. .......................85

Ilustração 82 – Percebe-se que a iluminação da cozinha é insuficiente e que alguns


objetos expostos não são acessíveis, por estarem muito altos ....................................86

Ilustração 83 – Escada de acesso a Camarinha ...........................................................87

Ilustração 84 – Proposta de adequação ........................................................................89

Ilustração 85 – Mapa do entorno do museu com modificações propostas ...................90

Ilustração 86 – Exemplo de sinalização luminosa e sonora para travessia de pedestre,


com acionamento em destaque – Vitória/ES ................................................................91

Ilustração 87 – Novo ponto de ônibus, com recuo ........................................................92

Ilustração 88 – Entrada do museu nivelada com a calçada..........................................93

Ilustração 89 – Novo estacionamento, praça e nova localização da guarita ................94

Ilustração 90 – 3D da rampa proposta ..........................................................................95

Ilustração 91 – Planta baixa: rampa ..............................................................................96

Ilustração 92 – Áreas de descanso no decorrer da rampa ...........................................97


Ilustração 93 – Exemplo de mapa tátil, representando o Panteão e seu arredores –
França ............................................................................................................................97

Ilustração 94 – Localização da praça dos canhões e anfiteatro ...................................98

Ilustração 95 – Deques metálicos para acesso ao porão e ao museu .........................99

Ilustração 96 – Localização do novo anexo ................................................................100

Ilustração 97 – Exemplo de banheiro acessível de acordo com a NBR 9050:2015 ...101

Ilustração 98 – Nova área aos fundos do museu ........................................................102

Ilustração 99 – Localização da nova área para piquenique ........................................103

Ilustração 100 – Propostas para área externa ............................................................104

Ilustração 101 – Medidas para balcão acessível ........................................................106

Ilustração 102 – Pintura em relevo no Museu do Padro – Espanha...........................108

Ilustração 103 – Maquete tátil da Pinacoteca de São Paulo – Brasil..........................108

Ilustração 104 – Exemplo de vitrine horizontal para exposição ..................................109

Ilustração 105 – Zona de acesso visual de objeto exibido na vertical para pessoas com
diferentes estaturas .....................................................................................................110

Ilustração 106 – Inclinação recomendada para visualização de objeto na vertical. ...110

Ilustração 107 – Planta baixa do museu com plataforma ...........................................111

Ilustração 108 – Planta baixa da camarinha com plataforma .....................................111

Ilustração 109 – Deslocamento mínimo em 90º para edificações existentes .............112

Ilustração 110 – Deslocamento mínimo em 90º ..........................................................112

Ilustração 111 – Plataforma elevatória ........................................................................112


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo das patologias encontradas no Solar Monjardim e suas possíveis


soluções .........................................................................................................................60

Tabela 2 – Resumo da situação encontrada na calçada da Av. Paulino Muller ...........67

Tabela 3 – Resumo da situação encontrada na calçada da Rua Professor Carlos


Mattos ............................................................................................................................67

Tabela 4 – Resumo sobre as análises de acessos e circulação vertical ......................76

Tabela 5 – Resumo da situação encontrada em detrimento ........................................79

Tabela 6 – Síntese entre os problemas e as propostas do acesso e área externa ao


museu ..........................................................................................................................105
LISTA DE SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

DPHAN – Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMN – Inspetoria de Monumentos Nacionais

Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

Libras – Língua Brasileira de Sinais

NBR – Norma Brasileira

OMS – Organização Mundial da Saúde

ONU – Organização das Nações Unidas

PMV – Prefeitura Municipal de Vitória

SNPD – Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência

Sphan – Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

Ufes – Universidade Federal do Espírito Santo

UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................18

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..............................................................................22

2.1 PATRIMÔNIO HISTÓRICO ..............................................................................22


2.1.1 Conceitos e Instrumentos para a Preservação do Patrimônio .................22
2.1.2 Preservação do Patrimônio no Brasil ..........................................................26
2.2 ACESSIBILIDADE ............................................................................................28
2.2.1 Desenho Universal .........................................................................................30
2.2.2 Normas Técnicas ............................................................................................33
2.3 PATRIMÔNIO HISTÓRICO ACESSÍVEL .........................................................34
2.4 EXEMPLOS DE INTERVENÇÕES PARA ACESSIBILIDADE .........................36
3 MUSEU SOLAR MONJARDIM........................................................................49

3.1 DIAGNÓSTICO.................................................................................................50
3.1.1 Análise do Edifício..........................................................................................50
3.1.2 Análise da Acessibilidade .............................................................................63
4 PROPOSTAS PARA CONSERVAÇÃO E ACESSIBILIDADE.......................88

4.1 ENTORNO E PASSEIO PÚBLICO ...................................................................90


4.2 ACESSOS E ÁREA EXTERNA À EDIFICAÇÃO ..............................................92
4.3 EDIFÍCIO ........................................................................................................105
5 CONCLUSÕES ..............................................................................................114

REFERÊNCIAS ...........................................................................................................115

APÊNDICE A – CHECKLIST ACESSIBILIDADE........................................................124

ANEXO A – FICHAS CATALOGRÁFICAS .................................................................134


18

1 INTRODUÇÃO

A discussão sobre a proteção do patrimônio histórico, na esfera internacional, ganhou


força a partir do século XIX, com as primeiras teorias sobre o restauro arquitetônico.
No Brasil, a primeira legislação para a proteção do patrimônio histórico nacional foi
elaborada apenas na década de 1930, com o Decreto-Lei nº 25 (BRASIL, 1937).
Desde então, muitas mudanças aconteceram e novas demandas surgiram, dentre
elas a promoção da acessibilidade.

De uma forma geral, as edificações consideradas históricas, sendo públicas ou


privadas, fazem parte da memória e identidade local, além de representar uma
comunidade. Porém, muitas não são acessíveis a toda população, o que fere os
Artigos 5º e 215º da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2016, p.13 e 126), que
declaram respectivamente: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza [...]” e “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão
das manifestações culturais”.

De acordo com o Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE), 23,9% da população declarou possuir alguma deficiência. São
mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de dificuldade em caminhar ou subir
escadas, ver, ouvir, ou com deficiência intelectual (IBGE, 2018). No Espírito Santo são
aproximadamente 824 mil pessoas autodeclaradas com deficiência, o que
corresponde à 23,43% da população (IBGE, 2018).

Compreende-se que tornar uma construção histórica acessível a qualquer cidadão vai
além do respeito às diferenças, faz parte da interação social, da valorização da
memória e do sentido de pertencimento.

Assim, com o intuito de ressaltar a importância de dotar de acessibilidade as


edificações históricas de uso público, sem comprometer suas características originais
ou ferir as premissas relativas à intervenção no patrimônio histórico, propõe-se
adequações para o Museu Solar Monjardim na cidade de Vitória, no Espírito Santo
(ilustração 1).
19

Ilustração 1 – Mapa localizando o Espírito Santo e evidenciando a cidade de Vitória

Fonte: Instituto Jones dos Santos Neves (acesso em 05 nov. 2018)

A capital do Espírito Santo, fundada em 1551, é um exemplo de vila que foi


implantada em terreno acidentado e possui traçado irregular (REIS FILHO, 2001).
Dessa forma, grande parte das edificações que resistiram ao tempo, estando
preservadas e abertas a população, possuem limitações que não atendem a todos os
usuários.

O Museu Solar Monjardim (Ilustração 2) foi escolhido para esse estudo, por ser o
primeiro edifício histórico do Espírito Santo a ser tombado nacionalmente, em 1940, e
o “único exemplar da arquitetura rural do final do século XVIII” (IPHAN, acesso em 2
jun. 2018) inserido na capital Vitória. Além disso, em setembro de 2018 foi registrado o
maior número de visitantes de toda história do museu, quatro vezes mais que no
mesmo período do ano anterior (PORTELA, 2018). Sendo assim, é de suma
importância que o local atenda à diversidade de pessoas que o frequentam.
20

Ilustração 2 – Museu Solar Monjardim

Fonte: Autora (2018)

Esse estudo tem como objetivo propor intervenções para tornar o Museu Solar
Monjardim acessível e baseia-se nos conceitos de acessibilidade e patrimônio
histórico, feitos a partir da análise de legislações e normas vigentes. Em seguida são
identificados os problemas relacionados a conservação e a acessibilidade, com o
intuito de dar suporte para a proposta.

Os procedimentos metodológicos em que se baseiam essa pesquisa foram


estruturados da seguinte forma: revisão bibliográfica, escolha do objeto de estudo,
definição do checklist para avaliar a acessibilidade do local, visitas técnicas, análise do
local e proposta de acessibilidade.

Inicialmente foi feita uma revisão bibliográfica referente aos seguintes assuntos:
arquitetura, acessibilidade e patrimônio histórico, por meio do levantamento e leitura
de normas, leis, artigos técnicos e científicos e dissertações, para fornecer suporte
teórico ao estudo. Buscou-se essas informações a partir da biblioteca da Universidade
Federal do Espírito Santo (Ufes), da biblioteca da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) no Espírito Santo e de sites da internet.

Em seguida foi escolhida a edificação que seria estudada, concomitantemente à


elaboração de um checklist, baseado nas normas brasileiras NBR 15599:2008 (ABNT,
2008), NBR 9050:2015 (ABNT, 2015) e NBR 16537:2016 (ABNT, 2016), dando
21

suporte para analisar a construção e seu entorno com relação a acessibilidade. A


análise da conservação da edificação foi embasada no modelo de fichas especificado
no livro “Mapa de danos: diretrizes de representação gráfica em projetos de restauro”
de Giovana Golçalves Achiamé e Genildo Coelo Hauequestt Filho, o que ajudou na
detecção das patologias.

Posteriormente, realizou-se as visitas ao local, nos meses de maio a novembro, onde


foram feitos o levantamento fotográfico, as medições (quando necessário), a
averiguação do local com a ajuda do checklist e das fichas, além da coleta de
informações com a direção e os funcionários do museu.

Com a análise dos dados coletados foi possível compreender os desafios das
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida em acessar ou percorrer o museu,
fazendo uso de todos os seus ambientes.

Em seguida foi feito o cruzamento de dados entre a parte teórica que foi estudada e
os resultados obtidos. Todas essas informações deram suporte para o
desenvolvimento de um estudo preliminar para proposta de intervenção no Museu
Solar Monjardim.
22

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A seguir serão apresentados os conceitos, leis e normas relacionados aos temas


patrimônio histórico e acessibilidade. Posteriormente esses temas convergiram
mostrando as legislações existentes para a acessibilidade no patrimônio histórico.

2.1 PATRIMÔNIO HISTÓRICO

O patrimônio histórico é um bem recebido como herança dos nossos antepassados e


deve ser preservado para o conhecimento das futuras gerações. Ruskin (1897 apud
Choay, 2006) afirma que a arquitetura é a única forma existente de manter vivo o laço
que temos com o nosso passado, que faz parte da nossa identidade. Para Choay
(2006, p. 139) “[...] esse passado é [...] essencialmente definido pelas gerações
humanas que nos precedem”.

A Declaração do México (1985, p. 4), afirma que “qualquer povo tem o direito e o
dever de defender e preservar o patrimônio cultural, já que as sociedades se
reconhecem a si mesmas através dos valores em que encontram fontes de inspiração
criadora”. A Carta de Cracóvia (2000) complementa declarando a importância da
preservação do patrimônio como forma de proteger a memória coletiva, pois cada
comunidade tem que ter consciência do seu passado.

A princípio o patrimônio pode ter sido apenas de interesse de uma comunidade,


porém seu usufruto se ampliou a uma proporção mundial. A preservação foi limitada,
inicialmente, as edificações de forma individual, porém com o passar do tempo esse
cuidado se alastrou para a malha urbana, o que denominamos hoje de cidades
históricas e conjuntos urbanos (CHOAY, 2006).

Portanto, um bem (móvel, imóvel ou natural) para ser considerado histórico deve
possuir um valor para a sociedade, fazer parte da história e da memória de uma
população, podendo ser local ou a nível global.

2.1.1 Conceitos e Instrumentos para a Preservação do Patrimônio

A discussão sobre a proteção do patrimônio se destacou na Europa a partir do século


XIX, durante a Revolução Industrial, com o objetivo de manter e restaurar os edifícios
23

antigos que estavam sendo ameaçados pela era industrial. A legislação francesa foi
referência primeiramente na Europa e posteriormente para os demais países
(CHOAY, 2006).

No século XX, os estudos sobre conservação e restauração, além de embasados na


história da arquitetura, técnicas e metodologias, necessitaram do aprendizado de
novos conteúdos, principalmente os ligados a degradação de materiais (CHOAY,
2006).

Nesse período, entre meados dos séculos XIX e XX, surgiram as primeiras teorias
sobre o restauro, a princípio com Viollet-le-Duc e Ruskin, e posteriormente com Boito,
Brandi.

Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc (1814–1879), arquiteto francês com grande


influência no campo da restauração (KÜHL, 2006), afirma que “[...] o melhor meio para
conservar um edifício é encontrar para ele uma destinação [...]” (VIOLLET-LE-DUC,
2007, p. 65). Além disso, para este teórico “[...] restaurar um edifício não é mantê-lo,
repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado completo que pode não ter
existido nunca em um dado momento” (VIOLLET-LE-DUC, 2007, p. 29).

Viollet-le-Duc alega que novas inserções devem ocorrer para a melhoria da


edificação, sem criar um falso histórico. Para ele

Que um arquiteto se recuse a fazer com que tubos de gás passem dentro de
uma igreja a fim de evitar mutilações e acidentes é compreensível [...] mas
que ele não consinta na instalação de um calorífero, por exemplo, sob o
pretexto de que a Idade Média não havia adotado esse sistema de
aquecimento nos edifícios religiosos, que ele obrigue assim os fiéis a se
resfriar por causa da arqueologia, isso cai no ridículo (VIOLLET-LE-DUC,
2007, p. 66).

Porém o crítico inglês John Ruskin (1819–1900), considerado o principal teórico da


preservação do séc. XIX na Inglaterra, pensava diferente e deu origem a um
movimento preservacionista, posicionando-se contra a restauração, pregando respeito
a matéria original, a manutenção constante dos monumentos e assumindo a
viabilidade de ‘morte’ (ruína) do edifício (KÜHL, 2006; PINHEIRO, 2008,).

Para Ruskin a restauração “significa a mais total destruição que um edifício pode
sofrer: uma destruição da qual não se salva nenhum vestígio: uma destruição
24

acompanhada pela falsa descrição da coisa destruída” (RUSKIN, 2008, p. 79). Sendo
assim, entende-se que ele não aceita o acréscimo de novos itens, mesmo que seja
para trazer conforto ou segurança ao usuário.

O italiano Camillo Boito (1836–1914),

Como restaurador e teórico (entre outras funções), tem um lugar consagrado


pela historiografia, sendo a ele reservada a posição intermediária e moderada
entre Viollet-le-Duc e Ruskin, sintetizando e elaborando princípios que se
encontram na base da teoria contemporânea de restauração (KÜHL, 2008, p.
9).

Para Boito (2008), a restauração de um monumento arquitetônico é ao mesmo tempo


fácil de refletir, porém difícil de operar. Ele compara o restaurador ao cirurgião, quando
afirma que “seria melhor [...] que o frágil corpo humano não precisasse dos auxílios
cirúrgicos; mas nem todos crêem que seja melhor ver morrer o parente ou o amigo do
que fazer com que lhes seja amputado um dedo ou que usem uma perna de pau”
(BOITO, 2008, p.57).

Sobre a restauração arquitetônica, Camillo Boito tem duas conclusões:

1º É necessário fazer o impossível, é necessário fazer milagres para


conservar no monumento o seu velho aspecto artístico e pitoresco;

2º É necessário que os completamentos, se indispensáveis, e as adições, se


não podem ser evitadas, demonstrem não ser obras antigas, mas obras de
hoje. (BOITO, 2008, p. 60 – 61).

Dessa forma entende-se que ele aceita as adições do tempo presente, mas defende
que deva existir diferença entre os materiais e os estilos. Além disso, deve-se “colocar
uma lápide com inscrições para apontar a data e as obras de restauro realizadas”
(KÜHL, 2008, p. 22).

Cesare Brandi (1906 – 1988), italiano formado em direito e letras, dedicou-se, entre
outras funções, à restauração e à história da arte (CARBONARA, 2008). Ele define
restauração como “o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte, na
sua consistência física e na sua dúplice polaridade estética e histórica, com vistas à
sua transmissão para o futuro” (BRANDI, 2008, p. 30), afirma também que a
“restauração deve visar ao restabelecimento da unidade potencial da obra de arte,
desde que isso seja possível sem cometer um falso artístico ou um falso histórico, e
25

sem cancelar nenhum traço da passagem da obra de arte no tempo” (BRANDI, 2008,
p. 30), o que remete a Viollet-le-Duc.

Sobre adições, Brandi (2008, p.73) diz que “pode completar, ou pode desenvolver,
sobretudo na arquitetura, funções diversas das iniciais; na adição, não se recalca,
antes, se desenvolve ou enxerta”. Com isso entende-se que ele é a favor de
acréscimos, sendo eles necessários e de fácil distinção com o original, assim como
Boito e Le-Duc.

Vale ressaltar que Brandi propôs uma reelaboração teórica, onde desenvolveu o
restauro crítico que enaltece a individualidade de cada obra:

[O restauro crítico] parte da afirmação de que toda intervenção constitui um


caso em si, não classificável em categorias [...], mas que deve ser
reinventado com originalidade [...], caso a caso, em seus critérios e métodos.
Será a própria obra, indagada atentamente com sensibilidade histórico-crítica
e com competência técnica, a sugerir ao restaurador a via mais correta a ser
empreendida (CARBONARA, 2008, p.13).

Além dos teóricos do restauro, existem outros documentos que podem nos guiar com
relação ao tema, como por exemplo, as Cartas Patrimoniais, desenvolvidas a partir de
discussões ocorridas em eventos de caráter científico, que acontecem devido o
estímulo de pessoas e instituições que prezam pela conservação e preservação do
patrimônio. Elas são de cunho indicativo e abordam diretrizes e conceitos para
orientar as decisões sobre preservação, manutenção e reparo do patrimônio, sendo
ele histórico, cultural e/ou artístico (USP apud REIS, 2015).

Ao longo dos anos, novas Cartas, Declarações, Recomendações, Normas e


Resoluções foram elaboradas. Grande parte permanece atual ou vai sendo
complementada conforme as atualizações tecnológicas e as necessidades advindas
com o tempo.

A primeira Carta Patrimonial é de outubro de 1931 e foi organizada pelo Escritório


Internacional dos Museus da Sociedade das Nações. A Carta de Atenas (1931, p. 1)
prima

[...] pela adoção de uma manutenção regular e permanente, apropriada para


assegurar a conservação dos edifícios. Nos casos em que uma restauração
pareça indispensável [...] recomenda que se respeite a obra histórica e
artística do passado [...].
26

Em 1964 foi escrita a Carta de Veneza, que explica sobre a conservação e


restauração dos monumentos e sítios. Essa Carta afirma que a conservação do
monumento deve exigir uma manutenção permanente e deve ter uma destinação útil
a sociedade (1964, p 2).

Já em 1972 foi divulgada a Carta de Restauração, que possui normas para serem
seguidas durante o processo de restauro. O seu oitavo artigo diz que

toda intervenção na obra, ou mesmo na área a ela contígua [...] deve ser
executada de tal modo, e com tais técnicas e materiais, que possa ficar
assegurado que, no futuro, não tornará impossível uma nova eventual
intervenção de salvaguarda ou restauração. Além disso, toda intervenção
deve ser previamente estudada e justificada por escrito [...] (BRANDI, 2008, p.
232).

A Carta de Burra (2013, p. 2, tradução nossa), define o termo conservação como “[...]
todos os processos de cuidar de um lugar para manter seu significado cultural”. O
Artigo 14º declara que a conservação deve ser feita de acordo com as circunstâncias
e deve abranger alguns processos como manutenção, preservação, restauração,
adaptação ou interpretação, sendo comum ocorrer uma combinação dessas técnicas.
(2013, p. 6, tradução nossa).

A partir dessa explanação, a palavra ‘adaptação’ chamou atenção. Para a Carta de


Burra (2013, p. 2, tradução nossa) “Adaptação significa mudar um lugar para se
adequar ao seu uso existente ou uso proposto”. Ainda nessa Carta, dentro do item
Processos de Conservação, temos o Artigo 21 afirmando que a “Adaptação é
aceitável somente quando a adequação tiver um mínimo impacto sobre o significado
cultural do lugar” (2013, p. 7, tradução nossa).

Sendo assim, entende-se que pequenas mudanças podem ocorrer para atualizar um
local e ajustá-lo as necessidades vigentes, apenas deve ser observada qual a
dimensão do impacto que essas alterações podem causar.

2.1.2 Preservação do Patrimônio no Brasil

No Brasil, o primeiro órgão de preservação do patrimônio edificado foi a Inspetoria de


Monumentos Nacionais (IMN). Era vinculada ao Museu Histórico Nacional do Rio de
Janeiro e foi criada em 1934, a partir do Decreto nº 24.735 (BRASIL, 1934). Em 1937,
o Artigo 134 da Constituição (BRASIL, 1937) ampliava a defesa do patrimônio cultural,
27

e no mesmo ano, o Artigo 46 da Lei 378 (BRASIL, 1937) permitiu a criação do Serviço
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) que substituiu o IMN.

Fica criado o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, com a


finalidade de promover, em todo o país e de modo permanente, o
tombamento, a conservação, o enriquecimento e o conhecimento do
patrimônio histórico e artístico nacional (BRASIL, 1937, p.19).

No ano de 1946, o Decreto nº 20.303 aprovou a criação da Diretoria do Patrimônio


Histórico e Artístico Nacional (DPHAN), que era subordinada ao Ministério da
Educação e Saúde e tinha como finalidade “inventariar, classificar, tombar e conservar
monumentos, obras, documentos e objetos de valor histórico e artístico existentes no
país” (BRASIL, 1946, art. 1). Além de citar quais as competências do DPHAN, esse
decreto criou 4 distritos com cidades sedes e suas respectivas abrangências nos
estados. Vale ressaltar que o Espírito Santo não estava compreendido em nenhum
dos distritos.

Em 1970, o Artigo 14 do Decreto nº 66.967 (BRASIL, 1970) renomeia o DPHAN para


Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o qual permanece até
hoje. De acordo com o Artigo 1º do Decreto-Lei nº 25 (BRASIL, 1937), que organiza a
proteção do patrimônio histórico e artístico nacional,

o conjunto dos bem móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação


seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da
história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico,
bibliográfico ou artístico (BRASIL, 1937, p.1).

Esses imóveis, muitas vezes, são tombados e isso ocorre como forma de “[...] impedir
sua destruição ou mutilação, mantendo-o preservado para as gerações futuras”
(IPHAN, acesso 8 maio 2018).

O Decreto-Lei nº 25 de 1937 criou e ainda regulamenta o tombamento, que tem como


objetivo conservar os bens móveis ou imóveis, públicos ou privados, que possuem
algum caráter de valor, cultural ou histórico, além de impor obrigações ao proprietário
(RABELLO, 2015). Por ser uma lei federal, esse tipo de preservação, atinge as três
esferas de governo, porém “o tombamento dos bens pertencentes à União, aos
Estados e aos Municípios se fará de ofício [...] mas deverá ser notificada à entidade a
quem pertence, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada [...]” (BRASIL, 1937, p. 2).
28

Hoje o Espírito Santo possuiu autonomia para suas atuações, pois em 2004, o então
Escritório Técnico que era vinculado a Regional do Rio de Janeiro e foi instalado em
1965, foi elevado a 21ª Superintendência do Iphan (IPHAN, 2018). Este fato,
teoricamente, simplifica a fiscalização e o gerenciamento dos técnicos na atuação dos
processos de preservação e restauração dos bens tombados no Estado, dentre eles o
Museu Solar Monjardim.

2.2 ACESSIBILIDADE

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que “[...] mais de um bilhão de


pessoas vivem com algum tipo de deficiência, o que representa cerca de 15% da
população mundial (com base nas estimativas de 2010 da população global)” (OMS,
2011, p. 269). No Brasil, de acordo com o Censo de 2010, 23,9% da população se
declara com algum tipo de deficiência (IBGE, 2018). Além disso, é preciso entender
que “A deficiência faz parte da condição humana. É correto pensar que praticamente
todos, em algum momento da vida, sofrerão algum tipo de incapacidade, temporária
ou permanente” (OMS, 2011, p. 269).

De acordo com a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com


Deficiência (SNPD), a acessibilidade é

um atributo essencial do ambiente que garante a melhoria da qualidade de


vida das pessoas. Deve estar presente nos espaços, no meio físico, no
transporte, na informação e comunicação, inclusive nos sistemas e
tecnologias da informação e comunicação, bem como em outros serviços e
instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na cidade como no
campo.

É um tema ainda pouco difundido, apesar de sua inegável relevância.


Considerando que ela gera resultados sociais positivos e contribui para o
desenvolvimento inclusivo e sustentável, sua implementação é fundamental,
dependendo, porém, de mudanças culturais e atitudinais (SNPD, acesso em 6
maio 2018).

Em 2011, a OMS em parceria com o Banco Mundial, produziu o Relatório Mundial


sobre a Deficiência, com o objetivo de disponibilizar aos governantes e à sociedade
uma descrição abrangente sobre o assunto (OMS, 2011). Além disso, o Relatório “[...]
foca medidas para melhorar a acessibilidade e igualdade de oportunidades, promover
a participação e inclusão, e elevar o respeito pela autonomia e dignidade das pessoas
com deficiência” (OMS, 2011, p. xxii).
29

No Brasil, segundo Prado, Lopes e Ornstein (2010, p. 9),

Somente em meados de 80 o debate sobre acessibilidade começou a se


popularizar [...], ainda que de uma forma bastante incipiente. Surgem leis,
decretos e documentos técnicos que tratam dos direitos das pessoas com
deficiência garantindo a acessibilidade ao meio físico.

Como forma de aperfeiçoar as políticas públicas voltadas para as pessoas com


deficiência, em 2000 foi promulgada a Lei Federal nº 10.098 que estipula normas e
critérios para promoção da acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade
reduzida (BRASIL, 2000). Com a implementação do Decreto nº 5.296 em 2 de
dezembro de 2004, que regulamentou a Lei acima citada, a acessibilidade tornou-se
exigência legal para projetos arquitetônicos e urbanísticos no Brasil, assim como a
adoção dos princípios do Desenho Universal (BRASIL, 2004).

Desenho Universal é definido pelo Decreto como a

concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender


simultaneamente todas as pessoas, com diferentes características
antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável,
constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a acessibilidade.
(BRASIL, 2004)

Em continuidade aos avanços nessa área, em 2008, o Brasil ratificou a Convenção


sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela Organização das
Nações Unidas (ONU), dando ao documento equivalência de emenda constitucional
(BRASIL, 2011).

Entre os 25 preâmbulos descritos na Convenção, o 22º (letra v) reconhece

a importância da acessibilidade aos meios físico, social, econômico e cultural,


à saúde, à educação e à informação e comunicação, para possibilitar às
pessoas com deficiência o pleno gozo de todos os direitos humanos e
liberdades fundamentais. (BRASIL, 2011, p. 25).

Além disso, em seu Artigo 2º tem-se a definição de “adaptação razoável”

[...] significa as modificações e os ajustes necessários e adequados que não


acarretem ônus desproporcional ou indevido, quando requeridos em cada
caso, a fim de assegurar que as pessoas com deficiência possam gozar ou
exercer, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, todos os
direitos humanos e liberdades fundamentais; (BRASIL, 2011, p. 27).

Dentre os artigos desta Convenção, dois são de maior relevância para esse estudo, o
Artigo 9º, que descreve a importância de fornecer acesso de forma igual as demais
pessoas, e o Artigo 30º que reconhece “o direito das pessoas com deficiência de
30

participar na vida cultural, em igualdade de oportunidade com as demais pessoas”


(BRASIL, 2011, p. 58).

Mais recentemente, em julho de 2015, demostrando o avanço da preocupação


brasileira com a acessibilidade, foi instituída a Lei Federal nº 13.146 (Estatuto da
Pessoa com Deficiência), conhecida como a Lei Brasileira da Inclusão (LBI),
“destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos
direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua
inclusão social e cidadania” (BRASIL, 2015, p.1).

O Artigo 42, da referida lei, trata sobre o direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao
lazer. E o parágrafo segundo desse artigo menciona o acesso ao patrimônio cultural,
afirmando que

O poder público deve adotar soluções destinadas à eliminação, à redução ou


à superação de barreiras para a promoção do acesso a todo patrimônio
cultural, observadas as normas de acessibilidade, ambientais e de proteção
do patrimônio histórico e artístico nacional. (BRASIL, 2015, p. 12)

Já no Artigo 55, a LBI reafirma a necessidade de que todos os projetos atendam aos
princípios do desenho universal, tendo como referência as normas de acessibilidade.
Apesar de ter dado maior relevância e destaque para o desenho universal, a LBI
reconhece que “nas hipóteses em que comprovadamente o desenho universal não
possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação razoável” (BRASIL, 2015, p. 14).

Então, com quase um quarto da população brasileira se declarando com deficiência e


percebendo o quão atual e abrangente é a nossa legislação, referente à
acessibilidade, conclui-se que basta segui-la e haver fiscalização correta, para que
essa parte da população se sinta incluída na sociedade.

2.2.1 Desenho Universal

O desenho universal propõe que a arquitetura e o design foquem na diversidade


humana (ilustração 3), igualando a forma de uso, dando autossuficiência, conforto e
segurança a todas as pessoas, independentemente de suas características pessoais.
31

Ilustração 3 – Diversidade

Fonte: Kartverkey (2014)

É interessante salientar que, apesar de possuírem o mesmo objetivo, existem


diferenças entre a acessibilidade e o desenho universal (ilustração 4). Enquanto o
primeiro tem “[...] maior visibilidade por meio de documentos normativos” (LOPES,
OMSTEIN; PRADO, 2010, p. 12), o segundo é mais democrático e evita “a
necessidade de ambientes e produtos especiais para pessoas com deficiências,
assegurando que todos possam utilizar com segurança e autonomia os diversos
espaços construídos e objetos” (CARLETTO; CAMBIAGHI, 2016, p. 10).

Ilustração 4 – Diferença entre acessibilidade e desenho universal

Fonte: Casa adaptada (2015)

O desenho universal possui sete princípios básicos, que são adotados mundialmente.
A NBR 9050:2015 (ABNT, 2015) explica cada um deles e para alguns fornece
sugestões de aplicação:
32

1. Uso equitativo: quando o ambiente ou o objeto pode ser usado por diversas
pessoas com diferentes capacidades (ilustração 5);
2. Uso flexível: o produto ou o lugar atende pessoas com diferentes habilidades e
preferências, sendo adaptável (ilustração 6);

Ilustração 5 – Portas com sensores que se abrem Ilustração 6 – Tesoura que se


sem exigir força física ou alcance das mãos de adapta a destros e canhotos
usuário de alturas variadas

Fonte: Carletto e Cambiaghi (2007, p. 12) Fonte: Carletto e Cambiaghi (2007, p.


13)

3. Uso simples e intuitivo: fácil compreensão e entendimento, sem precisar de


algum conhecimento prévio (ilustração 7);
4. Informação de fácil percepção: deve ser legível e apresentada em diversos
modos, de forma a ser entendida por cegos, surdos, analfabetos, estrangeiros,
entre outros (ilustração 8);

Ilustração 7 – Sinalização de fácil Ilustração 8 – Mapa tátil sonoro é uma


compreensão forma de apresentar uma informação de
diferentes maneiras

Fonte: Carletto e Cambiaghi (2007, p. 14) Fonte: Elisa Prado (2010)


33

5. Tolerância ao erro: é uma forma de minimizar os riscos e consequências


adversas em possíveis ações acidentais ou não intencionais (ilustração 9);
6. Baixo esforço: quando o objeto ou o ambiente pode ser usado com mínimo
esforço e fadiga, de maneira eficiente e confortável (ilustração 10);
7. Dimensão e espaço de aproximação e uso: permitir a aproximação, uso e
manipulação do espaço, independente do tamanho do corpo, postura ou
mobilidade do usuário (ilustração 11).

Ilustração 9 – Elevadores Ilustração 10 – Ilustração 11 – Poltronas


com sensores em diferentes Maçaneta tipo alavanca, para obesos em teatros e
alturas, permitem que sejam pode ser acionada com cinemas
usados com maior segurança o cotovelo

Fonte: Carletto e Cambiaghi (2007, p. 16)

Dessa forma entende-se que o desenho universal vai além da acessibilidade, pois
procura atender a diversidade humana de forma inclusiva. Tratando–se de edifícios,
reformas de edificações existentes são mais complexas para implantação do desenho
universal se comparadas aos projetos de novas construções. Seguindo esse
raciocínio, quando se trata de um imóvel tombado, pensar modificações ou
adaptações para fazê-lo seguir os princípios do desenho universal é ainda mais
complexo. Esses imóveis encaixam-se, na maioria dos casos, nas exceções da LBI,
sendo permitida a realização de adaptações razoáveis para torná-lo acessível.

2.2.2 Normas Técnicas

De acordo com a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com


Deficiência (SNPD) (acesso em 4 jun. 2018), existem pouco mais de 20 Normas
Brasileiras (NBR’s) relacionadas à acessibilidade e aprovadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Dentre essas, julgou-se relacionadas ao
34

presente estudo a NBR 9050:2015, sobre acessibilidade a edifícios, mobiliário,


espaços e equipamentos urbanos (ABNT, 2015), a NBR 16537:2016, acerca das
diretrizes para elaboração e instalação de sinalização tátil no piso (ABNT, 2016), e a
NBR 15599:2008, comunicação na prestação de serviços (ABNT, 2008),

Em 1985 foi criada a primeira Norma Técnica referente à acessibilidade, a NBR 9050,
que hoje se encontra em sua terceira revisão. A norma

estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quanto ao


projeto, construção, instalação e adaptação do meio urbano e rural, e de
edificações às condições de acessibilidade. [...]

Esta Norma visa proporcionar a utilização de maneira autônoma,


independente e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos
urbanos e elementos à maior quantidade possível de pessoas,
independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou
percepção (ABNT, 2015, p. 8).

A NBR 16537 foi implementada no ano de 2016 visando completar algumas lacunas
da NBR 9050:2015, tratando especificamente sobre a elaboração de projetos e
instalação de sinalização tátil no piso. Esse recurso é utilizado para promover a
segurança e ajudar na orientação para mobilidade das pessoas, principalmente
aquelas com deficiência visual ou surdo-cegueira (ABNT, 2016).

Assim como a anterior, a NBR 15599 também está em sua primeira e única edição.
Implementada no ano de 2008, foi desenvolvida com base nos preceitos do desenho
universal e fornece diretrizes para promover a acessibilidade na prestação de serviços
de comunicação (ABNT, 2008). Inclusive, por destacar o que deve estar disponível e
ofertado em museus, espaços de exposição e exposições culturais, esta NBR recebeu
uma atenção especial neste trabalho.

2.3 PATRIMÔNIO HISTÓRICO ACESSÍVEL

Andrade e Bins Ely (2012, p.76) afirmam que “As cidades brasileiras surgiram em uma
época em que não havia a preocupação em incluir as pessoas com deficiências na
sociedade”, a implantação da Vila de Vitória (atual capital do Espírito Santo) em 1551,
não foi diferente. Porém, hoje

o diálogo entre preservação e acessibilidade precisa avançar para dar boas


soluções de acesso e circulação e, assim, não inibir a participação de
35

ninguém, quaisquer sejam suas características sensoriais, cognitivas e


motoras (ASSIS, 2012, p. 6).

A NBR 9050:2015 faz referência à acessibilidade em bens tombados no item 10.2,


afirmando que todos os projetos para adaptar esse tipo de imóvel devem obedecer ao
que diz a própria norma, garantindo os conceitos de acessibilidade e
“compatibilizando soluções com os critérios estabelecidos por órgãos legisladores”
(ABNT, 2015, p 122).

Além da Norma Brasileira, outro documento oficial que trata da acessibilidade em


edificações históricas (e outras categorias) ‘protegidas’ é a Instrução Normativa nº 1
do Iphan, de 25 de novembro de 2003, que tem como referência a própria NBR 9050
e a Lei Federal nº 10.098 (BRASIL, 2000). Apesar de ser de 2003, fica bem claro em
seu item 6, que qualquer atualização feita, relacionada a acessibilidade, pela
legislação brasileira ou pela ABNT, integra automaticamente o conjunto de referências
da Normativa (IPHAN, 2003).

Entende-se então que a NBR 15599, com sua única edição em 2008, a NBR 9050,
com sua última atualização em 2015, a NBR 16537, com sua primeira edição em 2016
e a Lei Federal nº 13.146 de 2015 (LBI), estão incorporadas à normativa.

A Instrução Normativa nº 1 (IPHAN, 2003), estabelece diretrizes e recomendações


para promover a acessibilidade aos imóveis tombados em nível federal, seguindo os
preceitos do desenho universal. Contudo, cabe ressaltar que cada caso de
intervenção deve ser visto como único e, independente da modificação deve-se
garantir a autenticidade do monumento, pois cada edificação tem suas especificidades
e limitações para se adaptar as soluções de acessibilidade. Entretanto, antes que
qualquer tipo de modificação ocorra, deve-se apresentar o projeto de acessibilidade
para análise e aprovação do Iphan, quando o imóvel for tombado pelo mesmo.

As intervenções poderão ser promovidas através de modificações espaciais e


estruturais; pela incorporação de dispositivos, sistemas e redes de
informática; bem como pela utilização de ajudas técnicas e sinalizações
específicas, de forma a assegurar a acessibilidade plena sempre que
possível, devendo ser legíveis como adições do tempo presente, em
harmonia com o conjunto. (IPHAN, 2003, p. 1)

Além disso, o item 3 da Instrução Normativa (IPHAN, 2003), discorre sobre os critérios
que deverão ser atendidos nas propostas de intervenção, que vão desde a realização
36

do levantamento (histórico, físico, iconográfico e documental) até a adoção de


medidas para quando ocorrer uma exposição temporária.

Em nenhum momento é fornecida alguma informação concreta ou exemplos de


adaptações, o que torna a Normativa um pouco vaga. Fora isso, ela menciona sobre a
capacitação do quadro técnico e administrativo, sobre um Manual Técnico que ainda
não foi feito ou divulgado, além da preocupação em alcançar a maior quantidade de
pessoas possíveis, se articulando com Estados, Municípios e Instituições.

Em suma, ao tratar cada caso como único, a Normativa do Iphan torna-se pouco clara
em suas resoluções, porém vale notar que ela é um marco sobre a acessibilidade em
edifícios históricos.

2.4 EXEMPLOS DE INTERVENÇÕES PARA ACESSIBILIDADE

A seguir serão citados casos de edificações que possuem algum tipo de


acessibilidade. Os exemplos são de museus, internacionais e nacionais, além de
edifícios preservados em diferentes níveis hierárquicos.

a) Museu do Louvre – Paris (França)

O Louvre, situado na cidade de Paris, foi transformado em museu em 1793. No


decorrer dos anos, devido ao aumento de visitantes, houve a necessidade de criar
uma nova entrada. O arquiteto I. M. Pei projetou “uma grande pirâmide de vidro e aço,
cercada por três pirâmides menores (ilustração 12), que fornecem luz aos espaços
subterrâneos” (ARCH DAILY, acesso em 5 fev. 2019). O novo acesso foi aberto em
1989.
37

Ilustração 12 – Museu do Louvre

Fonte: Catraca Livre (2015)

De acordo com o site do museu (acesso em 25 nov. 2018, tradução nossa), torná-lo
acessível é uma prioridade, pois querem garantir que todos tenham uma visita
confortável. Dessa forma, garante-se a todas as pessoas o acesso ao museu
(ilustração 13), bem como ao auditório e a todas as galerias. Os banheiros são
acessíveis e existem alguns recursos de acessibilidade disponíveis, como:
empréstimo de cadeira de rodas, bengalas com ponta de borracha e assentos
dobráveis, mapas para orientação, réplica de obras, maquetes e dispositivos táteis,
para melhor compreensão dos mesmos.

As visitas podem ser programadas para serem guiadas a partir da Língua Francesa de
Sinais, leitura labial ou visitas descritivas. O aplicativo pago “My visit to the Louvre”,
disponível em sete idiomas, ajuda o usuário a se guiar pelo museu, fornece
informações detalhadas sobre eventos culturais, como exposições e workshops e
possui descrições sobre seiscentas obras e partes do palácio do Louvre. Todas as
informações sobre acessibilidade e serviços existentes no museu, estão disponíveis
no Registro Público de Acessibilidade (LOUVRE, acesso em 25 nov. 2018, tradução
nossa).
38

Ilustração 13 – Entrada a partir da pirâmide também é acessível

Fonte: Turista Profissional (2018)

Cabe ressaltar que a entrada do museu, a partir da pirâmide, é um caso à parte. A


pessoa com mobilidade reduzida ou deficiência tem o direito de usar o elevador
central, conhecido como “o tubo”, para ter acesso ao Louvre. A composição entre a
escada helicoidal, o elevador e a parte interna da pirâmide é muito interessante, como
evidencia a ilustração 14.

Ilustração 14 – Elevador central sendo utilizado no Museu do Louvre

Fonte: Silveira (2018)


39

b) Museu d’Orsay – Paris (França)

A estação ferroviária d’Orsay, do arquiteto Victor Laloux, foi construída para a


Exposição Universal de 1900. Com o passar dos anos, suas instalações se tornaram
insuficientes para as novas locomotivas, servindo a diversos propósitos até abrir ao
público como museu, em 1986 (FOLHA DE SÃO PAULO, acesso em 12 fev. 2019).

O site do museu (acesso em 12 fev. 2019) informa que o mesmo é acessível para
pessoas com mobilidade reduzida (ilustração 15), deficientes visuais, intelectuais e
auditivos. É recomendado que visitas personalizadas e em grupo sejam agendadas,
para melhor apreciação do lugar. Visitas guiadas ocorrem durante o ano para grupo
de deficientes auditivos, onde a visita é ministrada a partir da linguagem francesa de
sinais e para grupos de deficientes intelectuais, onde se propõe uma abordagem
voltada a aguçar a curiosidade e a reflexão.

Ilustração 15 – Cadeirante visitando o museu d’Orsay

Fonte: Turismo Adaptado (2012)

Devido à instalação de elevadores e rampas, a locomoção de pessoas com


mobilidade reduzida é facilitada. Porém, para o uso do auditório do museu é
aconselhado a reserva de vagas, pois existe apenas 3 lugares para cadeirantes. Para
a visitação de deficientes visuais, é permitido a circulação de cães guias e o uso de
40

bengala com ponta. Assim como o museu do Louvre, o d’Orsay também possui o
Registro Público de Acessibilidade (MUSÉE D’ORSAY, acesso em 12 fev. 2019).

c) Pinacoteca de São Paulo – São Paulo/SP

A Pinacoteca de São Paulo é o museu de arte mais antigo da cidade, fundado em


1905. Suas instalações ocupam o “antigo edifício do Liceu de Artes e Ofícios,
projetado no final do século XIX pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo”
(PINACOTECA DE SÂO PAULO, acesso em 7 fev. 2019) e foi tombado em 1982 pelo
Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do
Estado de São Paulo (PINACOTECA DE SÂO PAULO, acesso em 24 nov. 2018).

Nos anos 90, o edifício passou por uma refuncionalização para converter-se em
museu artístico. O projeto de intervenção é de autoria do arquiteto Paulo Mendes da
Rocha, que dotou o local com a infraestrutura necessária para seu melhor
funcionamento, como elevadores, passarelas, novos sanitários, ampliação de áreas
para depósito e acervo, laboratório de restauro, biblioteca, entre outros (VITRUVIUS,
acesso em 7 fev. 2019).

O museu possui diferentes ações para atender a diversos públicos, dentre eles o
Programa Educativo para Públicos Especiais (PEPE) que promove o acesso de
pessoas com deficiência através de visitas realizadas em Língua Brasileira de Sinais
(Libras) e videoguias para o público surdo. A galeria tátil de esculturas brasileira foi
desenvolvida para pessoas com deficiência visual, que podem fazer o reconhecimento
das obras através do toque e são guiadas pelo espaço através do piso tátil direcional
(ilustração 16). Além disso, todos os andares do edifício são acessíveis, por meio de
elevadores e passarelas (ilustração 17) instalados na década de 1990 (MUSEU PARA
TODOS, acesso em 24 nov. 2018).
41

Ilustração 16 – Galeria com esculturas Ilustração 17 – Passarela metálica e


táteis e piso tátil elevador panorâmico

Fonte: Hiperlúdica (2013) Fonte: Kon (2015)

d) Museu do Futebol – São Paulo/SP

O Museu do Futebol, localizado no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho


(Pacaembu) em São Paulo, foi inaugurado em 29 de setembro de 2008. Planejado
para ser acessível, este museu busca se aprimorar constantemente para melhorar as
exposições e o atendimento, tanto à pessoa com deficiência quanto ao estrangeiro
(MUSEU DO FUTEBOL, acesso em 24 nov. 2018).

O museu dispõe de diversos recursos, tanto para a acessibilidade física quanto a


comunicacional. Os banheiros são acessíveis e todos os andares são interligados por
escadas e elevadores. Para dar suporte às exposições, existem totens informativos
em português, inglês, espanhol e Braille1, são disponibilizados audioguias em inglês e
espanhol, para visitantes estrangeiros e audioguia para pessoas cegas ou com baixa
visão. A presença de maquetes táteis e imagens em relevo (ilustração 18) ajudam as
pessoas com deficiência visual a compreenderem melhor o local em que se
encontram e a obra exibida. Além disso, todo o percurso da exposição permanente
possui piso tátil, como exemplifica a ilustração 19 (MUSEU DO FUTEBOL, acesso em
24 nov. 2018).

1
É um sistema de leitura e escrita tátil destinado a pessoas cegas ou com baixa visão (FUNDAÇÃO
DORINA NOWILL PARA CEGOS, acesso em 12 fev. 2018).
42

Ilustração 18 – Imagem em relevo Ilustração 19 – Piso tátil

Fonte: Museu do Futebol (acesso em 24 nov. 2018)

Dois programas foram desenvolvidos no museu como forma de qualificar o


atendimento ao idoso (Museu Amigo do Idoso) e ao deficiente (Projeto Deficiente
Residente). A partir dessa troca de experiências e das necessidades indicadas por
eles durante o convívio com a equipe de profissionais, melhorias ocorrem para tornar
o espaço inclusivo (MUSEU DO FUTEBOL, acesso em 24 nov. 2018).

e) Museu Índia Vanuíre – Tupã/SP

O Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre, está situado na cidade de Tupã, no


estado de São Paulo. Foi criado em 1966 por Luiz de Souza Leão e possui dois eixos
temáticos: história local e etnográfica (MUSEU ÍNDIA VANUÍRE, acesso em 24 nov.
2018).

O local passou por uma reformulação museológica e predial, concluídas em 2010,


para incluir as pessoas com deficiência. Hoje ele dispõe de rampas para acesso,
maquete tátil com a representação tridimensional do museu (ilustração 20), réplicas
de objetos da exposição, reproduções de mapas e fotos em relevo, empréstimo de
cadeira de rodas, andador e bengala, para aqueles que não dispõem desses recursos
no momento da visita (ilustração 21), além de aplicativos multimídia para vídeos com
audiodescrição e janela de Libras (MUSEU ÍNDIA VANUÍRE, acesso em 24 nov.
2018).
43

Ilustração 20 – Réplica tátil do museu Ilustração 21 – Empréstimo de objetos

Fonte: Museu Índia Vanuíre (acesso em 24 nov. 2018)

f) Igreja de Nossa Senhora Do Rosário– Vila Velha/ES

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário (ilustração 22) é considerada a mais antiga do


Brasil em funcionamento e foi tombada pelo Iphan em 1950 (IPHAN, 2016).
Localizada na cidade de Vila Velha, foi incialmente construída como capela e
posteriormente ampliada, em 1551, atingindo as dimensões atuais (IPHAN, 2018).

Ilustração 22 – Igreja de Nossa Senhora do Rosário com rampa em destaque

Fonte: Autora (2019)


44

O único item que torna o local acessível, para pessoas com mobilidade reduzida, é a
rampa na lateral da igreja (ilustração 23) instalada em 2016, mesmo ano em que foi
restaurada. A calçada do entorno é de pedra portuguesa e não possui sinalização tátil,
como mostra a ilustração abaixo.

Ilustração 23 – Rampa na lateral da igreja

Fonte: Autora (2019)


45

A rampa está com grande parte dos itens de acordo com a NBR 9050:2015, levando
em consideração a situação para o caso de reforma, entretanto, não possui
sinalização tátil ou de alerta como recomendado pela NBR 16537:2016. As alturas dos
corrimãos estão corretas, mas a rampa não possui guia de balizamento como exigido
na NBR 9050:2015. A mesma norma dita inclinação máxima de 8,33%, a inclinação
do primeiro segmento de rampa é de aproximadamente 6,43% e do segundo 9,76%,
mas o limite máximo estabelecido em casos de reformas é de 12,5%. Com relação a
largura da rampa, foi encontrada um variação entre 112 cm e 117 cm, que é menor
que o mínimo admissível (120 cm), mas está acima do mínimo aceitável para
edificações existentes (90 cm).

Como pode ser observado na ilustração 24, o encontro feito entre a rampa e a entrada
da igreja criou um vão de 3 cm e um desnível, o que pode dificultar o acesso do
usuário.

Ilustração 24 – Junção entre a rampa e a entrada da igreja

Fonte: Autora (2019)


46

g) Igreja (capela) de Santa Luzia – Vitória/ES

A Igreja (capela) de Santa Luzia está situada na cidade de Vitória, no Espírito Santo. É
uma construção do século XVI, considerada a mais antiga da cidade, tombada pelo
Iphan em 1946. Como mostra a ilustração 25, o que permite o acesso das pessoas
com mobilidade reduzida é a plataforma elevatória instalada em 2010 (IPHAN, 2018).
Observa-se também, que a calçada está degradada e não possui sinalização tátil.

Ilustração 25 – Plataforma elevatória em destaque

Fonte: Autora (2018)

h) Museu Capixaba do Negro (Mucane) – Vitória/ES

O Museu Capixaba do Negro (Mucane), situado na cidade de Vitória, foi criado a partir
do decreto nº 15.078 de 4 de julho de 2011 e integra a estrutura organizacional da
Secretaria Municipal de Cultura (VITÓRIA, 2011).

Após as reformas ocorridas em 2006, o museu passou a possuir alguns itens que
promovem a acessibilidade interna, para a pessoa com mobilidade reduzida, dentre
eles a instalação do elevador que leva ao segundo pavimento (ilustração 26) e da
47

plataforma elevatória no pátio interno, para acesso ao palco onde ocorrem


apresentações (ilustração 27). O auditório possui lugares destinados ao cadeirante e
rampa para o palco (ilustração 28).

Ilustração 26 – Elevador Ilustração 27 – Plataforma Ilustração 28 – Auditório


para o segundo pavimento para o palco, no pátio com rampa de acesso ao
do museu interno palco

Fonte: Autora (2019)

Apesar desses acréscimos, o Mucane não é totalmente acessível, internamente não


existe recurso para o deficiente visual, auditivo ou intelectual. Externamente não
possui calçada com sinalização tátil adequada e sua entrada possui um desnível entre
a calçada e o museu (ilustração 29), dificultando a entrada de pessoas com
deficiência.
48

Ilustração 29 – Entrada não é acessível

Fonte: Autora (2019)

Dentre os exemplos citados anteriormente, percebe-se que os Museus do Louvre,


d’Orsay e do Futebol, buscam tornar o ambiente acessível para as diferentes
deficiências. Entretanto, outros exemplos como a Igreja de Nossa Senhora do
Rosário, a Capela de Santa Luzia e o Mucane iniciaram sua adaptação apenas com
projetos focados na acessibilidade motora, sendo assim, avanços precisam ocorrer
para levar a acessibilidade para todos.
49

3 MUSEU SOLAR MONJARDIM

O Museu Solar Monjardim, localizado na cidade de Vitória, ocupa a antiga sede da


Fazenda de Jucutuquara, que dá nome ao bairro, e é o único exemplar de arquitetura
rural (do final do século XVIII) na capital capixaba. Foi o primeiro imóvel no Espírito
Santo a ser tombado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan)
atual Iphan, em 25 de outubro de 1940, sendo declarado um dos “melhores
exemplares da arquitetura rural do litoral sudeste do Brasil” (MUSEUS BR, acesso em
30 out. 2018).

Sua construção é do período colonial, tendo provável início no final do século XVIII e
término em 1805, ano em que o capitão-mor Francisco Pinto Homem foi residir no
casarão. O imóvel passou a pertencer a família Monjardim em 1816, após o
casamento, da única filha de Francisco Pinto Homem de Azevedo, Ana Francisca
Maria da Penha Homem de Azevedo, com José Francisco de Andrade e Almeida
Monjardim. Entre 1816 até 1940, foi residência rural (permanente ou temporária) da
família Monjardim, até ser tombada (GOMES, 2006; DINIZ, 2018).

Antes de se tornar o Museu Solar Monjardim, em 1980, a edificação foi alugada pelo
governo do estado nos anos 40, abrigando o Museu Capixaba entre 1944 e 1964. Em
seguida o imóvel ficou sob gestão da Ufes, entre 1964 e 1969, que o renomeou para
Museu de Arte e História, que era a junção do Museu de Arte Sacra com o Museu
Capixaba (MUSEUS BR, acesso em 30 out. 2018).

Em 1980 foi inaugurado com o atual conceito de recriar uma residência rural de
família abastada do século XIX. Em dezembro de 2003 foi fechado para a realização
de obras, que visavam a proteção da área tombada. Foram realizados restauros e
reparos na edificação, implantados o sistema de drenagem e para-raios, além da
implantação de banheiros públicos. Foi reinaugurado em 31 de outubro de 2006,
sendo aberto para visitação pública apenas no dia seguinte (IPHAN, 2018).

Para compreender mais facilmente todos os fatos que ocorreram no Solar Monjardim,
desde o início de sua construção até os dias atuais, foi elaborada uma breve
cronologia (ilustração 30) listando os principais acontecimentos e seu respectivo
período.
50

Ilustração 30 – Cronologia síntese sobre a história do Solar Monjardim

Fonte: Gomes (2006); Diniz (2018); Iphan (acesso em 30 out. 2018); Museus BR (acesso em 30 out.
2018)

3.1 DIAGNÓSTICO

Durante a pesquisa foram elaborados dois diagnósticos: o primeiro focou no estado de


conservação do bem, tendo em vista sua importância enquanto edifício histórico; e o
segundo partiu de uma análise para diagnosticar o local quanto à acessibilidade.
Ambos são apresentados a seguir.

3.1.1 Análise do Edifício

O Solar Monjardim, construído no final do século XVIII, foi implantado em meia


encosta para aproveitar o desnível do terreno. Esse tipo de construção mais elevada e
próxima a um curso d’água era comum na época, devido a fonte de energia para o
engenho, água para os residentes e controle das terras, tanto com relação a
51

fiscalização da produção quanto a defesa do local. Dessa forma foram erguidos dois
pavimentos no formato retangular, com telhado composto por quatro águas, de telhas
de canal com beiral encachorrado (GOMES, 2006).

A ilustração 31 apesar de ser da década de 1930, mostra o Solar Monjardim elevado


ao fundo e em primeiro plano a canalização do córrego de Jucutuquara (DINIZ, 2018).

Ilustração 31 – Ao fundo o Museu Solar Monjardim na década de 1930

Fonte: Arquivo da Superintendência do Iphan no Espírito Santo (2018)

Em meados do século XIX ocorreu uma ampliação no casarão, devido ao aumento da


família (DINIZ, 2018), por isso, foi construída a camarinha2 na parte superior. O novo
volume, diferente do existente, possui a largura maior que o comprimento, o que tira a
proporcionalidade da volumetria original (ilustração 32). Entretanto, a nova cobertura
acompanha o formato e o tipo do telhado principal (ilustração 33).

2
“Diminutivo de câmara aplicado para designar dormitórios ou alcovas. [...] Foi costume, em nossa
arquitetura particular antiga, a construção de pequenos aposentos superiores, acima do último
pavimento normal, como se fossem pequenos torreões engasgados na cobertura que, longe de
representar um aproveitamento do desvão do telhado, constituíam mais um minúsculo andar,
geralmente servindo de dormitório [...].” (Corona e Lemos, 2017, p.100)
52

Ilustração 32 – Volumetria do casarão

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018), modificado pela autora

Ilustração 33 – Planta de cobertura

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018)

Podemos notar, na ilustração 34, a sequência de esquadrias da fachada principal,


constatando que elas não são alinhadas. Enquanto o primeiro pavimento possui sete
portas e uma janela, o segundo tem oito janelas rasgadas com guarda-corpo em
madeira e o terceiro, três janelas do tipo guilhotina. É nítido que as aberturas não
coincidem, afirmando a falta de ritmo entre os pavimentos (GOMES, 2006).
53

Ilustração 34 – Fachada principal do Museu Solar Monjardim.

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018), modificado pela autora

A fachada posterior (ilustração 35) é composta, em seu pavimento inferior, por seis
janelas, sendo duas delas geminadas, três portas, um pórtico e um “pequeno alpendre
com forro em saia-camisa e piso em tábua corrida” (GOMES, 2006, p. 78). Já o
pavimento superior (camarinha) possui apenas duas janelas.

Ilustração 35 – Fachada posterior

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018)

A partir das fachadas laterais podemos perceber o desnível existente entre o primeiro
e o segundo pavimento, e como ele foi aproveitado para a construção do porão. A
fachada lateral direita (ilustração 36) possui uma porta e duas janelas com guarda-
-corpo em madeira, no andar do museu e duas janelas tipo guilhotina na camarinha.
54

Ilustração 36 – Fachada lateral direita

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018)

Já a fachada lateral esquerda (ilustração 37) é a mais simples das quatro, pois possui
três janelas no segundo pavimento e apenas uma no andar superior.

Ilustração 37 – Fachada lateral esquerda

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018)


55

a) Porão – 1º Pavimento

O pavimento inferior, aqui denominado porão, é um local longo e estreito, que abriga a
administração do museu, banheiros, copa e um depósito, como mostra a ilustração
38. O depósito possui entrada própria, enquanto as demais áreas são acessadas
apenas por duas portas (indicadas na ilustração abaixo).

Ilustração 38 – Planta baixa do porão, setas indicam as portas de acesso

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018), modificado pela autora

As esquadrias, nesse pavimento, “[...] são todas em madeira, encaixe macho fêmea,
possuindo algumas peças de madeira que impossibilitam a passagem (destacadas na
imagem 39), inseridos quando o Iphan se instalou no local” (GOMES, 2006, p. 73).
Dentre todas as portas, a defronte ao banheiro fica permanentemente fechada.

Ilustração 39 – Planta baixa do porão, com destaque para parte de suas esquadrias

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018), modificado pela autora

Nesse pavimento, a estrutura é “[...] constituída de pedra de mão e argamassa de cal


formando firmes e grossas paredes” (GOMES, 2006, p. 73). Possui forro e assoalho
em madeira (ilustração 40), menos na área do banheiro/copa onde o piso é de
56

cimento e atualmente encontra-se sem forro (ilustração 41). Esses ambientes foram
instalados quando o Iphan ficava sediado no local (GOMES, 2006).

Ilustração 40 – Forro e piso de madeira Ilustração 41 – Banheiro e copa


do porão

Fonte: Autora (2018)

b) Museu – 2º Pavimento

A entrada para o segundo pavimento, aqui chamado museu, é feita pela lateral da
edificação, por uma porta após o final da escada, indicada na ilustração 42. Nessa
mesma ilustração, pode-se observar a atual divisão interna do museu, sabe-se que
ele foi alterado com o passar do tempo para atender as necessidades de seus
habitantes.
57

Ilustração 42 – Acesso ao museu, com destaque para escada e acesso

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018), modificado pela autora

Na ilustração 43, temos os cômodos do museu divididos por cores, de acordo com o
tipo de acesso. Em cinza são os ambientes que não podem ser acessados, apenas
observados, pois são utilizadas cordas para impedir a passagem do visitante. Em
laranja temos os cômodos onde a entrada é permitida apenas para os funcionários, já
os demais (branco) são de livre acesso.
58

Ilustração 43 – Planta baixa do museu, com destaque para o tipo de acesso

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018), modificado pela autora

Gomes (2006) descreve que o pavimento do museu:

[...] é constituído por pilares de pedra com argamassa de cal sendo uma
estrutura independente. Os fechamentos são em pau-a-pique nos
compartimentos internos e tijolo maciço cerâmico na varanda e na periferia da
construção. As esquadrias são de madeira com trabalhos de encaixe macho e
fêmea bem diferenciados um dos outros.

Foi observado que o único cômodo em que o assoalho não é de madeira é a cozinha,
onde o piso é em tijoleira. Já a varanda é o único ambiente que não possui forro,
deixando a estrutura da cobertura e as telhas aparentes.

c) Camarinha – 3º Pavimento
59

Hoje o acesso para a camarinha está impossibilitado para o visitante, pois a escada é
estreita (98 cm) e íngreme (com 17 degraus e espelho de 21 cm). Dessa forma usa-se
o local como reserva técnica (ilustração 44), para guardar parte do acervo não
exposto e outros objetos.

Ilustração 44 – Planta baixa da Camarinha, com madeiramento do telhado principal

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018), modificado pela autora

Gomes (2006, p. 129) relata que o Solar possui influência, principalmente da “[...]
arquitetura (rural) paulista e mineira, sobretudo a mineira da segunda fase3 [...]”.
Devido ao longo tempo de existência do casarão, o mesmo sofreu,
comprovadamente, alterações internas e construtivas, anteriores ao tombamento
(GOMES, 2006).

Para a análise da conservação, foram identificados danos no interior e exterior do


imóvel, em seguida, os mesmos foram catalogados em fichas, que se encontram no
anexo A. Essas fichas foram desenvolvidas a partir do modelo especificado no livro
“Mapa de danos: diretrizes de representação gráfica em projetos de restauro” de

3
“As fazendas (mineiras) da segunda fase se desenvolveram [...] na primeira metade do século XVIII.
[...] Essa fase marca diversas mudanças na casa rural mineira, principalmente a alteração do partido.
[...] há uma busca por uma arquitetura que se adaptasse a região” (GOMES, 2006, p. 46).
60

Giovana Golçalves Achiamé e Genildo Coelo Hauequestt Filho (2017), com o objetivo
de facilitar a detecção das patologias. Um resumo do que foi encontrado segue na
tabela abaixo (tabela 1):

Tabela 1 – Resumo das patologias encontradas no Solar Monjardim e suas possíveis


soluções

Código Patologia Resumo da Solução proposta


1 Alteração cromática Limpeza e pintura da área afetada.
3 Ataque de insetos xilófagos Impregnação de substância tóxica para
combate do inseto e substituição da
parte danificada
Higienização e verificar se ocorreu dano
5 Bolor
no local
Limpeza, higienização e verificar se
6 Colonização biológica
ocorreu dano no local
Limpeza do local, caso ocorra corrosão,
8 Crosta negra ou sujidade será necessário a reconstituição ou
substituição
Reconstituição compatível com o original
10 Degradação
ou utilização de prótese
Remover a parte danificada e reconstituir
11 Descascamento
de acordo como substrato
Remoção do revestimento da área
12 Descolamento afetada e reconstituição com material
compatível
Tem solução especifica para cada,
14 Fissuras, trincas ou rachaduras porém é imprescindível identificar a
causa dessa patologia
Interferência de elementos não
17 pertencentes à construção Retirada ou substituição
original
Varia de acordo com a origem da
21 Umidade ascendente
umidade
22 Umidade descendente Recuperação do telhado

Fonte: Achiamé e Hautequeste (2017)

Para simplificar a localização de algumas patologias encontradas, as mesmas serão


assinaladas nas plantas dos seus respectivos pavimentos (ilustrações 45, 46 e 47),
com imagens para exemplificar.
61

Ilustração 45 – Planta baixa do porão indicando seus respectivos danos Ilustração 46 – Planta baixa da camarinha com seus
respectivos danos

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018), modificado pela autora


62

Ilustração 47 – Planta baixa do museu indicando seus respectivos danos

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018), modificado pela autora


63

3.1.2 Análise da Acessibilidade

O diagnóstico a seguir foi baseado no checklist (Apêndice A), e foi o suporte para a
análise da edificação e de seu entorno em relação à acessibilidade. Sua elaboração
foi baseada nas três normas técnicas abordadas no referencial teórico: NBR
15559:2008, NBR 9050:2015 e NBR 16537:2016.

3.1.2.1 Passeio público e entorno


Foi constatado que o entorno do museu (ilustração 48) não é completamente
acessível, devido às diferentes dimensões das calçadas, à falta de sinalização tátil e à
presença de obstáculos no passeio. Existem intervenções pontuais feitas para ajudar
no acesso, como o rebaixamento de calçadas e canteiros, mas a sinalização tátil,
quando existente, não segue a NBR 16537:2016 (ilustração 49). Além disso, os dois
semáforos próximos ao museu não possuem sinais sonoros para travessia.
64

Ilustração 48 – Mapa indicando os pontos de ônibus e os semáforos mais próximos


ao museu.

Fonte: Prefeitura Municipal de Vitória (2018), modificado pela autora


65

Ilustração 49 – Rebaixamento de calçada e canteiro para travessia de pedestre na


Avenida Paulino Muller

Fonte: Prefeitura Municipal de Vitória (2018), modificado pela autora

O passeio no entorno do terreno do museu não segue uma padronização. A calçada


de cimento está desgastada devido ao uso e falta de manutenção, não possui
sinalização tátil e parte dela está sem meio fio. O que poderia corresponder a faixa
livre possui dimensões mínimas menores que as indicadas pela NBR 9050:2015
(ilustração 50).
66

Ilustração 50 – Passeio público de acordo com a NBR 9050:2015 X Realidade local

Fonte: NBR 9050 (ABNT, 2015, p.75) e autora

Os obstáculos ‘fixos’, que podem dificultar o uso da calçada são, basicamente,


árvores, postes, placas de sinalização e o abrigo para passageiros de ônibus. Além
desses existe um obstáculo ‘móvel’, proporcionado pelos residentes próximos, que
depositam seu lixo na calçada (ilustração 51).

Ilustração 51 – Passeio público no entorno do museu

Fonte: Autora (2018)


67

O ponto de ônibus, situado na calçada do museu, está localizado em uma avenida


movimentada, a Paulino Muller, que possui duas faixas nesse sentido da via. Como
não existe área específica para embarque e desembarque do passageiro, o motorista
do coletivo é obrigado a parar o trânsito para que isso aconteça.

As tabelas a seguir resumem a situação que foi encontrada nos passeios do entorno
do museu. A tabela 2 se refere à calçada voltada para a Av. Paulino Muller, enquanto
a tabela 3 refere-se à calçada da Rua Professor Carlos Mattos.

Tabela 2 – Resumo da situação encontrada na calçada da Av. Paulino Muller


Indicado pela NBR 9050:2015 e
Item Situação encontrada
NBR 16537:2016
Faixa livre Mínimo 120 cm Mínimo 105 cm
Faixa de serviço Mínimo 70 cm Mínimo 121 cm
Altura livre Mínimo 210 cm Mínimo 160 cm
Regular, não trepidante e Cimento, está
Piso
antiderrapante (seco ou molhado) desgastado
Apenas uma, das duas
Faixa de pedestre Rebaixo em ambos os lados da rua
faixas de pedestre
com rebaixo e em canteiros (quando existir)
próximas, possui rebaixo
Sinalização tátil Sinalização tátil direcional ou de Não está conforme a
no piso alerta, com contraste de luminância Norma

Fonte: Autora (2018).

Tabela 3 – Resumo da situação encontrada na calçada da Rua Professor Carlos


Mattos
Indicado pela NBR 9050:2015 e
Item Situação encontrada
NBR 16537:2016
Faixa livre Mínimo 120 cm Mínimo 92 cm
Faixa de serviço Mínimo 70 cm Mínimo 72 cm
Altura livre Mínimo 210 cm Livre
Regular, não trepidante e Cimento, está
Piso
antiderrapante (seco ou molhado) desgastado e quebrado
Faixa de pedestre Rebaixo em ambos os lados da rua
Sem faixa de pedestre
com rebaixo e em canteiros (quando existir)
Sinalização tátil Sinalização tátil direcional ou de
Inexistente
no piso alerta, com contraste de luminância
Fonte: Autora (2018).
68

3.1.2.2 Acesso e área externa à edificação


A ilustração 52 mostra como está a atual implantação do museu. Na parte inferior
temos a guarita e o estacionamento. Ao longo da rampa para veículos as áreas de
repouso, o local onde ficam os canhões e o anfiteatro. Na parte superior, temos o
espaço destinado ao piquenique e o anexo, onde se encontram os banheiros públicos,
a área de serviço e a copa, de uso exclusivo para funcionários.
69

Ilustração 52 – Implantação atual

Fonte: Santos (2017); Prefeitura Municipal de Vitória (2018) modificado pela autora

Existem duas formas de adentrar ao terreno do museu, a pé ou com automóvel. O


portão de acesso ao pedestre fica aberto durante os horários de visitação, com 114
cm de largura e altura livre, ele se torna inacessível por possuir um degrau de
aproximadamente 20 cm, como está destacado na ilustração 53.

A entrada para automóveis ocorre através do portão ao lado do de pedestres, e é


impedida por uma corda (evidenciada na ilustração 53) ou pelo próprio portão. Com a
rampa começando na rua e inclinando pela calçada, o fluxo de pessoas é dificultado.
Além disso, por estar próximo à esquina e em uma rua de via dupla (Rua Professor
Carlos Matos), quando o carro para na subida da rampa, esperando a corda ser
retirada (ou o portão ser aberto), obstrui a via. Ainda existe o fato de não haver sinal
sonoro para avisar sobre a entrada e a saída dos automóveis.
70

Ilustração 53 – Portões de acesso ao museu, corda em destaque

Fonte: Autora (2018)

Após adentrar o terreno, do lado esquerdo, fica localizado o estacionamento


demarcado para cinco vagas e uma pequena arquibancada em semicírculo, onde
grupos maiores de visitantes podem esperar. Como pode ser observada na ilustração
54, esta área é de terra batida com um pequeno caminho em pedra, sem
acessibilidade devido aos desníveis e a pavimentação utilizada.

Ilustração 54 – Área para estacionamento e espera

Fonte: Autora (2018)

Para ter acesso ao museu existem duas formas (ilustração 55): caminhando apenas
pela rampa de carro (setas azuis) ou parcialmente pela rampa e na sequência,
subindo as escadas (setas verdes). Nenhuma dessas opções é acessível, devido à
71

inclinação acentuada da rampa e à irregularidade dos pisos de pedra que ocasionam


trepidação.

Ilustração 55 – Caminhos de acesso ao edifício (setas)

Fonte: Santos (2017); Prefeitura Municipal de Vitória (2018) modificado pela autora

A rampa de carros é feita de paralelepípedo. Esse tipo de piso é irregular, em alguns


locais as pedras estão soltando ou estão soltas, além de tudo, quando molhadas se
tornam escorregadias. Ao final da rampa, para ter acesso ao imóvel, pode-se
caminhar pela parte plana de terra batida, ou por uma trilha de aproximadamente 55
cm de largura, com pedras bastante irregulares e que possui uma pequena rampa que
interfere na fluidez do caminho (ilustração 56). Porém, ao final dessa trilha, tem-se a
própria edificação como barreira (pórtico), precisando caminhar pela área de terra
batida para ter acesso ao patamar de entrada do imóvel (ilustração 56).
72

Ilustração 56 – Acesso ao museu ao final da rampa

Fonte: Autora (2018)

O patamar de acesso ao museu também é feito de pedras, que possuem frestas entre
elas e podem se tornar escorregadias quando molhadas. Ainda, existe um tapete na
porta de entrada (ilustração 57), que, segundo a NBR 9050:2015 (ABNT, 2015) deve
ser evitado e, quando existente, deve ser fixado ao piso, sem nenhum tipo de
enrugamento.
73

Ilustração 57 – Patamar de acesso ao museu, com tapete em evidência

Fonte: Autora (2018)

A segunda alternativa de chegada a edificação inicia-se pela rampa de carros, tendo


continuidade pelas escadas. Estas também são feitas de pedras, porém diferentes
das presentes na rampa, estas possuem tamanhos variados e são irregulares. As
escadas possuem alturas de espelhos diversas e não possuem corrimão. Uma
diferença entre a escada maior de acesso ao porão (ilustração 58) e a que dá acesso
ao museu (ilustração 59) é que as pedras da primeira estão se soltando na lateral,
devido ao processo de erosão do solo. Existe também uma pequena escada
(ilustração 60), próxima ao final da rampa, que dá acesso ao porão, com as mesmas
características das demais.
74

Ilustração 58 – Escada Ilustração 59 – Escada de Ilustração 60 – Escada


maior de acesso ao porão acesso ao museu menos de acesso ao porão

Fonte: Autora (2018)

Entre a entrada do museu e o efetivo acesso a ele, existe um caminho (ao lado direito
da rampa) que leva aos canhões e ao anfiteatro (ilustração 61). Ele também é feito de
paralelepípedos que, como citado anteriormente, são irregulares e apresentam
espaçamento entre eles, o que ajuda a tornar o caminho trepidante, além de existirem
degraus que dificultam o acesso aos canhões expostos. Outro problema observado é
a chegada ao anfiteatro, como há mudança de piso e a junção entre eles não foi
realizada com o devido esmero, criou-se um desnível (ilustração 62).

Ilustração 61 – Acesso da rampa de carros Ilustração 62 – Desnível existente entre


ao caminho que leva aos canhões e a junção do caminho de pedra com o
anfiteatro anfiteatro

Fonte: Autora (2018)


75

Intervenções feitas durante a requalificação de 2006 criaram locais na lateral da


rampa de carros, aqui denominados de áreas para descanso. Esses espaços
possuem dimensões variadas, mas o comum entre eles é o piso feito com
paralelepípedos e o mobiliário, que consiste em sua maioria em bancos de madeira. A
largura da faixa de acesso para essas áreas e o piso escolhido não contribui para a
acessibilidade (ilustração 63). Além disso, o mobiliário (ilustração 64) não está de
acordo com a NBR 9050:2015 (ABNT, 2015), que recomenda, entre outras coisas,
seguir os princípios do desenho universal, para que o maior número de usuários seja
atendido, independente de condições físicas ou faixa etária.

Ilustração 63 – Área para descanso não é Ilustração 64 – Mobiliário não segue


acessível princípios do desenho universal

Fonte: Autora (2018)

Na parte superior do terreno, por trás do casarão, existem duas áreas que são usadas
como estacionamento, ao final da rampa de carros (ilustração 65) e defronte a
fachada de fundos do imóvel (ilustração 66). Em sua maioria, os veículos ali
estacionados são de funcionários do museu, sugerindo que o estacionamento próximo
a entrada seja destinado apenas aos visitantes.
76

Ilustração 65 – Estacionamento ao final Ilustração 66 – Estacionamento em frente


da rampa de veículos a fachada de fundos do museu

Fonte: Autora (2018)

Na rampa, nas escadas, no acesso ao anfiteatro e nas áreas de descanso, não


existem corrimão nem piso tátil de alerta ou direcional. Foi verificada que a inclinação
da rampa é de aproximadamente 17%, deixando o trajeto cansativo para o usuário
com ou sem mobilidade reduzida e impossível para visitantes com cadeiras de rodas.
A inexistência de planos e/ou mapas acessíveis também dificulta o acesso autônomo
de pessoas cegas ou com baixa visão. Todos esses fatores consolidam a falta de
acessibilidade para se chegar ao espaço museal, como apresentado sucintamente na
tabela 4.

Tabela 4 – Resumo sobre as análises de acessos e circulação vertical

Indicado pela NBR 9050:2015 e


Item Situação encontrada
NBR 16537:2016

Largura portão
Mínimo 80 cm 114 cm
para pedestre
Altura livre
portão para Mínimo 210 cm Não possui barreira
pedestre
Piso de acesso a Regular, não trepidante e Paralelepípedo e pedras
edificação antiderrapante (seco ou molhado) irregulares

Sinalização tátil Não está em


Sinalização tátil direcional ou de
no piso, escada e conformidade com a
alerta, com contraste de luminância
corrimão Norma

Fonte: Autora (2018)


77

3.1.2.3 Banheiro Público


O edifício, aqui denominado anexo, abriga, entre outros cômodos, os banheiros para
os visitantes. Está localizado na parte superior do terreno, por trás da edificação
principal, ao final da rampa de veículos (ilustração 67).

Ilustração 67 – Localização do anexo no terreno

Fonte: Santos (2017); Prefeitura Municipal de Vitória (2018) modificado pela autora

Como a área em frente ao anexo é usada como estacionamento, e não há uma rota
acessível até o mesmo, os automóveis podem acabar obstruindo a passagem,
dificultando a chegada até os banheiros, como mostra a ilustração 68.

Ilustração 68 – Veículos obstruindo o acesso ao anexo e em destaque, a fachada


lateral esquerda

Fonte: Autora (2018)


78

O caminho para chegar até os banheiros é de paralelepípedos, já constatado não ser


a melhor opção para o usuário. Enquanto os sanitários para o público em geral estão
localizados na fachada principal, o acessível se encontra na lateral esquerda
(ilustração 68). O acesso a este último é dificultado (mas não impedido) pelo pilar da
estrutura do telhado, deixando um vão, entre pilar e parede, de aproximadamente 92
cm (ilustração 69).

A porta de entrada para o banheiro (ilustração 70) tem 78 cm de largura, abre para
dentro do ambiente (não totalmente, pois está emperrando) e não possui barra
horizontal na parte interna da porta, que auxilia na abertura e fechamento da mesma.
Além desses três itens que estão em desacordo com a NBR 9050:2015, a maçaneta,
apesar de ser de alavanca, está quebrada, sendo assim, para se trancar a porta usa-
se o trinco tipo ferrolho.

Internamente (ilustração 71) verificou-se que as barras de apoio da bacia sanitária não
estão posicionadas da maneira correta, e optou-se equivocadamente, por um lavatório
com coluna (não recomendado pela norma), além de não existirem barras de apoio
próximas ao mesmo. Ademais, as lixeiras dificultam o giro no interior do banheiro, e as
áreas de aproximação para bacia sanitária e pia.

Ilustração 69 – Caminho Ilustração 70 – Porta do Ilustração 71 – Banheiro


para banheiro acessível banheiro acessível acessível

Fonte: Autora (2018)


79

Portanto, apesar da existência de um banheiro dito acessível, foi observado que


muitos itens não seguem o que é exigido pela NBR 9050:2015 (ABNT, 2015), como
pode ser constatado na tabela 5.

Tabela 5 – Resumo da situação encontrada em detrimento


(continuação)

Item Indicado pela NBR 9050:2015 Situação encontrada

Entrada independente ou
individual de acordo com o Entrada independente Sim
sexo
Existente, mas não
Símbolo para indicar Usar Símbolo Internacional de
está de acordo com a
acessibilidade Acesso (SIA)
norma
Faixa de alcance entre 120 cm e
160 cm em plano vertical ou entre
Sinalização informativa em
90 cm e 120 cm, quando Inexistente
Braille
instalada na parede ao lado da
maçaneta
Largura da porta Mínimo 80 cm 78 cm
Direção de abertura da Não e está
Lado externo
porta emperrando
Tipo de maçaneta Alavanca Sim, porém quebrada
Altura da maçaneta 90 a 110 cm 107 cm
Porta com puxador
Lado interno da porta Não possui
horizontal
Barra de apoio Auxiliar uso do lavatório Não
Existente, porém
Barra de apoio Auxiliar uso da bacia sanitária
incorreta
Comprimento e altura das
barras de apoio Comprimento mínimo 80 cm Comprimento 62 cm
(posicionada
horizontalmente na parede Altura 75 cm do piso acabado Altura 89 cm
lateral)
Comprimento e altura da Comprimento mínimo 70 cm
barra de apoio (posicionada
Inexistente
verticalmente na parede Altura 10 cm acima da barra
lateral) horizontal
Comprimento e altura da Comprimento mínimo 80 cm Comprimento 61,5 cm
barra de apoio (posicionada
horizontalmente na parede Altura 75 cm do piso acabado ou Altura 89 cm (caixa
de fundos) 89 cm quando caixa acoplada acoplada)
Borda frontal da bacia com Aproximadamente 30
50 cm
relação a face da barra* cm
80

(conclusão)

Item Indicado pela NBR 9050:2015 Situação encontrada

Distância do eixo do vaso e


40 cm Não, 37,5 cm
da face da barra lateral
Bacia sanitária Sem abertura frontal Sim
Altura da bacia sanitária Entre 43 e 45 cm (sem assento) 46,5 cm
Instalada dentro do alcance
Ducha higiênica manual de uma pessoa sentada Inexistente
na bacia sanitária
Lavatório Sem coluna Não
Altura do lavatório 78 a 80 cm 82 cm
Acessórios do banheiro
Faixa de alcance: 80 a 120 cm do
(porta-objetos/ cabide/ Sim
chão
saboneteira/ toalheira)
Acionamento da válvula da Alavanca, sensor eletrônico ou
Não
caixa acoplada dispositivo equivalente
Alavanca, sensor eletrônico ou
Tipo de torneira Não
dispositivo equivalente
Instalação próxima a bacia ou em
Dispositivo de sinalização
locais estratégico, acima 40 cm Não
de emergência
do piso
Piso Antiderrapante Sim
Grelhas e ralos Fora da área de manobra Sim
Fonte: Autora (2018)

3.1.2.4 Área interna


Para ter acesso ao porão, é necessário transpor um desnível total de 42 cm (dois
degraus), onde estão localizadas as duas portas que dão acesso a ele e que possuem
largura de, aproximadamente 88 cm (ilustração 72). Como mostra a ilustração 73,
esse pavimento é estreito (269 cm de largura) e por precisar comportar todo o setor
administrativo do museu, o local acaba sendo pequeno e desconfortável para os sete
funcionários que nele atuam.
81

Ilustração 72 – Desnível para acesso ao porão

Fonte: Autora (2018)

Ilustração 73 – Planta baixa porão

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018), modificado pela autora

Devido a largura do ambiente e a disposição dos móveis, o corredor criado para


circulação (ilustração 74) varia em valores menores que 80 cm, tornando o local
apertado e inacessível à pessoa em cadeira de rodas ou alguma mobilidade reduzida
que exija maior espaço para seu deslocamento.

O espaço da copa e banheiro é de uso exclusivo dos funcionários, o que não legitima
a sua falta de acessibilidade. Com uma área total inferior a 16 m² comporta dois
lavabos (feminino e masculino), um balcão para refeições, um pequeno armário, uma
pia, uma mesa de suporte para o micro-ondas e uma geladeira (ilustração 75). As
82

portas dos sanitários possuem 58 cm de largura e a menor medida do corredor que dá


acesso a eles é de 76 cm. Já na copa, a menor distância entre o balcão para refeição
e o mobiliário do lado oposto é de 133 cm, dessa forma para um cadeirante, por
exemplo, só seria possível uma rotação de 90°.

Ilustração 74 – Administrativo Ilustração 75 – Copa e banheiros

Fonte: Autora (2018)

Já dentro do museu, é necessário o uso de sapatilhas descartáveis, como forma de


preservar o piso de madeira existente. Porém é permitido que uma cadeira de rodas
vinda da rua acesse o espaço museal, mesmo que suas rodas estejam sujas.

Como atualmente as visitas não são guiadas, o usuário recebe uma ficha (ilustração
76) na recepção e faz a visitação por conta própria. Percebeu-se que as opções para
a pessoa com deficiência são praticamente inexistentes, pois não há fichas em Braille,
alguns objetos do acervo não estão em altura adequada para serem visualizados, não
há objetos táteis ou réplicas em relevo, nem audiodescrição, uma forma de traduzir
em palavras tudo o vidente pode enxergar, por exemplo, como são os cômodos, quais
os mobiliários que os compõem, entre outras informações.
83

Ilustração 76 – Frente e verso da ficha entregue ao visitante

Fonte: Autora (2018)

Como pode ser observado na ilustração 77, não são todos os cômodos que permitem
acesso ao visitante (ilustração 78). Para a pessoa com mobilidade reduzida o acesso
por quase todos os ambientes permitidos é feito tranquilamente, pois todas as portas
possuem largura maior que 80 cm e também existe espaçamento adequado para
circulação entre os mobiliários. Apenas na capela (ilustração 79), devido à disposição
dos móveis, não existe espaço suficiente para a passagem e nem para manobra da
cadeira de rodas. O mesmo aconteceria com a Sacristia, caso a entrada fosse
permitida.
84

Ilustração 77 – Configuração do museu.

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018), modificado pela autora

Ilustração 78 – Exemplo de cômodo em Ilustração 79 – Disposição do mobiliário


que se é permitido a observação e não a na capela
visitação. Entrada impedida por corda

Fonte: Autora (2018)


85

A varanda é o cômodo onde acontecem as exposições temporárias. Portanto,


enquanto essas não ocorrem, o percurso das pessoas é feito facilmente pelo amplo
espaço livre para circulação, sem obstáculos (ilustração 80).

É também na varanda que se encontram todas as portas de folha dupla com guarda
corpo de 101 cm, em madeira, voltados para a maior parte do terreno do museu.
Porém como não existe recuo no guarda corpo (ilustração 81), a aproximação do
cadeirante torna-se difícil.

Ilustração 80 – Varanda Ilustração 81 – Esquadria da varanda com


guarda corpo em madeira.

Fonte: Autora (2018)

Na maioria dos cômodos a iluminação não é suficiente (ilustração 82), porém devido a
quantidade de aberturas para o meio externo, a iluminação natural acaba
complementando, mas em dias nublados o local é escuro. Percebe-se também, que
não existe iluminação pontual sobre grande parte dos objetos expostos, apenas luzes
para o cômodo como todo.
86

Cohen, Duarte e Brasileiro, afirmam que a iluminação deve ser constante e “bem
tratada, evitando-se reflexos ou áreas com sombra” (2012, p. 105), nada de ambientes
exageradamente iluminados ou com penumbra.

Ilustração 82 – Percebe-se que a iluminação da cozinha é insuficiente e que alguns


objetos expostos não são acessíveis, por estarem muito altos

Fonte: Autora (2018)

O acesso para a Camarinha é feito apenas por uma escada (ilustração 83), que tem
98 cm de largura, é íngreme e possui dezessete degraus com espelho de 21 cm,
porém o máximo permitido são 18 cm. Além disso, não possui patamar, estando em
desacordo com a NBR 9050:2015 (ABNT, 2015, p. 62), que afirma que “as escadas
devem ter no mínimo um patamar a cada 320 cm de desnível”, sendo que o
encontrado são 357 cm. Todas essas irregularidades impediriam a visitação segura ao
cômodo, entretanto, como atualmente o local é utilizado como reserva técnica, apenas
os funcionários têm acesso.
87

Ilustração 83 – Escada de acesso à Camarinha

Fonte: Autora (2018)

Após essas análises, constatou-se que o museu não oferece acessibilidade aos
usuários e precisa ser restaurado. Dessa forma, inúmeras modificações devem ser
feitas para torná-lo seguro e acessível.
88

4 PROPOSTAS PARA CONSERVAÇÃO E ACESSIBILIDADE

A seguir serão apresentadas sugestões para os problemas analisados anteriormente


no Museu Solar Monjardim. As propostas foram orientadas pelas NBR’s 15559:2008,
9050:2015 e 16537:2016, pela Normativa 01/2003, pelos exemplos de intervenções e
pelos seguintes livros: Acessibilidade a Museus (COHEN; DUARTE; BRASILEIRO,
2012) e Mapa de danos (ACHIAMÉ e HAUTEQUESTT FILHO, 2017). Vale ressaltar
que esse é um estudo preliminar, que para ser realizado precisará de uma análise
aprofundada e detalhada.

A ilustração 84 mostra a planta baixa de toda a proposta de adequação para a área


externa ao museu. A mudança de maior impacto ficou por conta da instalação da
rampa de acesso a praça dos canhões, anfiteatro e o edifício museal, unificando todas
essas áreas e trazendo autonomia ao visitante. Próximo a entrada ocorreram algumas
modificações, dentre elas a criação de uma pequena praça e o aumento de vagas no
estacionamento. Aos fundos do Solar foram implantados um anexo, um
estacionamento e uma nova área para piquenique e contemplação da edificação.
89

Ilustração 84 – Proposta de adequação

Fonte: Santos (2017); Prefeitura Municipal de Vitória (2018) modificado pela autora
90

4.1 Entorno e Passeio Público

Para tornar o entorno do museu acessível, propõe-se as modificações que podem ser
observadas na ilustração 85: elevação das faixas de pedestres existentes (mancha
amarela e vermelha), com a instalação de semáforo visual e/ou sonoro para pedestre
(como indicado na legenda); criação de uma faixa elevada próxima ao museu;
elevação da Rua Professor Carlos Mattos lateral ao solar; e o deslocamento do ponto
de ônibus na calçada do museu.

Ilustração 85 – Mapa do entorno do museu com modificações propostas

Fonte: Prefeitura Municipal de Vitória (2018), modificado pela autora

As faixas de pedestres existentes serão elevadas, pois obriga o motorista a reduzir a


velocidade, o que dá mais segurança ao transeunte, além de ficar no mesmo nível da
91

calçada, o que auxilia na acessibilidade. Converter a rua, lateral ao museu, em uma


via elevada segue o mesmo princípio da faixa, pois a torna caminhável e prioriza o
pedestre.

Para a faixa de pedestre elevada criada próximo ao museu será instalada uma
sinalização diferenciada, sem os semáforos comuns aos automóveis (ilustração 86).
Quando o pedestre pressionar o botão solicitando a travessia, avisos luminosos
alertarão aos carros que devem parar e avisos sonoros serão acionados avisando
sobre a travessia.

Ilustração 86 – Exemplo de sinalização luminosa e sonora para travessia de


pedestre, com acionamento em destaque – Vitória/ES

Fonte: Autora (2018)


92

O ponto de ônibus será deslocado (ilustração 87), poucos metros à frente do atual,
para dar maior fluidez ao trânsito. Esse novo local já possui um recuo na calçada para
estacionamento de veículos, dessa forma o estacionamento será retirado para a
implementação do novo ponto.

Ilustração 87 – Novo ponto de ônibus, com recuo

Fonte: Autora (2018)

4.2 Acessos e área externa à edificação

Para tornar o ingresso ao museu e sua área externa acessíveis, as entradas de


pedestres e veículos serão niveladas com a calçada (ilustração 88), dessa forma a
rampa de acesso para os automóveis não interferirá no fluxo de transeuntes.
93

Ilustração 88 – Entrada do museu nivelada com a calçada

Fonte: Santos (2017); Prefeitura Municipal de Vitória (2018) modificado pela autora

Propõe-se um novo estacionamento com dez vagas para automóveis e quatro para
bicicletas (ilustração 89), além da retirada da arquibancada que fica ao lado dos
veículos estacionados. Nesse local, que antes era subutilizado, será implantada uma
pequena praça, de forma a incentivar os moradores do entorno a usufruírem e se
apropriarem do espaço onde está compreendido o museu. Ambos os lugares terão
piso drenante4, que é uma pavimentação acessível e pouco trepidante quando
assentado de maneira correta.

4
É um piso por onde a água é ‘drenada’ até atingir o solo, por isso o nome. Pode ser conhecido como
piso permeável ou placa drenante (MASTER PLATE, acesso em 26 nov. 2018).
94

A guarita será trocada de lugar (ilustração 89) e terá uma cancela recuada do portão,
dessa forma o carro já adentra ao terreno sem impedir o fluxo de pedestre na calçada.

Ilustração 89 – Novo estacionamento, praça e nova localização da guarita

Fonte: Santos (2017); Prefeitura Municipal de Vitória (2018); Jablonovski (2017); modificado pela autora

Para que todos os usuários consigam ter acesso, de forma autônoma, ao museu, foi
pensada uma rampa (ilustração 90), que inicia próximo a guarita e dá acesso a praça
dos canhões, anfiteatro, os dois pavimentos do museu e toda a área que foi criada
aos fundos do mesmo. Todo esse percurso é sombreado, devido ao grande número
95

de árvores existentes no terreno, o que torna o caminho agradável e interessante para


ser percorrido.

Ilustração 90 – 3D da rampa proposta

Fonte: Achiamé (2018)

Seguindo a NBR 9050:2015 (ABNT, 2015), a rampa foi projetada com inclinação de
8%, largura de 150 cm, patamares, corrimãos, guarda-corpo e áreas para descanso.
Terá sinalização tátil e de alerta, com contraste de luminância, de acordo com a NBR
16537:2016.

A rampa proposta será em estrutura metálica (ilustração 91), para fácil diferenciação
entre as tecnologias construtivas usadas, sendo possível perceber que é uma adição
do tempo presente (ilustração 90), como pontua o item 1.1.a da Normativa 01 (IPHAN,
2003, p.1). Entretanto, antes de ser realizada qualquer intervenção no solo próximo a
um bem tombado, o Iphan determina que seja executada uma prospecção
arqueológica, em busca de artefatos que ali possam existir.
96

Ilustração 91 – Planta baixa: rampa

Fonte: Santos (2017); Prefeitura Municipal de Vitória (2018) modificado pela autora

É proposto que as áreas de descanso (ilustração 92), criadas no decorrer da rampa,


sejam de madeira plástica, devido sua alta durabilidade e menor manutenção quando
comparada a madeira convencional (TEM SUSTENTÁVEL, 2018), e tenham
mobiliário de acordo com os princípios do desenho universal. Cabe ressaltar que as
áreas de descanso existentes serão retiradas, pois algumas se encontram no local
97

onde a rampa será executada, e outras, no lado oposto, teriam seu acesso realizado
através da rampa de carros, causando insegurança ao pedestre.

Ilustração 92 – Áreas de descanso no decorrer da rampa

Fonte: Achiamé (2018)

Além disso, serão utilizados, nas áreas de descanso, mapas e/ou maquetes táteis
(ilustração 93), para auxiliar a pessoa com deficiência visual na descrição e orientação
no local. Totens informativos contarão histórias da região e da edificação, fazendo o
visitante interagir com o museu desde o início do passeio.

Ilustração 93 – Exemplo de mapa tátil, representando o Panteão e seu arredores –


França

Fonte: Silveira (2018)


98

Com a criação da nova rampa, o acesso aos canhões a ao anfiteatro também foi
repensado para ocorrer durante o percurso (ilustração 94). As pedras que serviam
como calçamento dessa área serão trocadas por piso drenante e o caminho de
acesso ao anfiteatro será alargado para 150 cm. Com essa configuração, ampliou-se
o espaço onde ficam expostos os canhões, denominando esse novo ambiente como
Praça dos Canhões, criando assim um espaço de descanso e contemplação que será
nivelado e possuirá mobiliário de acordo com os preceitos do desenho universal.

Ilustração 94 – Localização da praça dos canhões e anfiteatro

Fonte: Santos (2017); Prefeitura Municipal de Vitória (2018) modificado pela autora
99

Para ter acesso ao primeiro e segundo pavimento do imóvel, foram criados deques
metálicos para vencer os desníveis (ilustração 95), seguindo a mesma linha de
raciocínio da rampa, buscando a fácil diferenciação entre as técnicas construtivas
usadas e fornecendo uma chegada comum a todos os usuários.

Ilustração 95 – Deques metálicos para acesso ao porão e ao museu

Fonte: Santos (2017); Prefeitura Municipal de Vitória (2018) modificado pela autora

Um novo anexo será construído, pois foi constatado junto a administração, a


necessidade de ampliação do imóvel devido a novas demandas (descritas no
programa de necessidades). Além disso, notou-se que grande parte das instalações
foi feita de forma improvisada, o que pode gerar riscos tanto ao edifício quanto as
pessoas que ali trabalham ou visitam.

Essa nova edificação (ilustração 96), será implantada na antiga área de piquenique e
deverá ser completamente acessível, seguindo os princípios do desenho universal e
as NBR’s 9050/2015 e 16537/2016. O programa de necessidades deverá contemplar:

 Setor administrativo, para comportar 7 pessoas;


 Reserva técnica;
 Arquivo histórico;
 Mini auditório ou sala multiuso, para aproximadamente 40 pessoas;
 Sala de higienização e conservação do acervo, onde 3 pessoas possam trabalhar;
100

 Biblioteca;
 Sanitários;
 Copa/cozinha, para funcionários;
 Área de serviço;
 Depósito.

Ilustração 96 – Localização do novo anexo

Fonte: Santos (2017); Prefeitura Municipal de Vitória (2018) modificado pela autora

Com a retirada do setor administrativo do porão, optou-se por usar essa área como o
local para a biblioteca, dessa forma o ambiente não fica em desuso e retira-se uma
das solicitações para o novo anexo.

Como foi constatado que o banheiro público existente não é totalmente acessível, ele
será demolido e outro será construído no novo anexo. Ele continuará sendo
101

independente dos demais, conforme exigência normativa. Além disso, sua construção
será baseada na NBR 9050:2015 (ilustração 97).

Ilustração 97 – Exemplo de banheiro acessível de acordo com a NBR 9050:2015

Fonte: NBR 9050 (ABNT, 2015, p. 86)

Ao lado do novo anexo, no lugar do antigo, será implantado o estacionamento


superior (ilustração 98), feito com piso drenante e seis vagas. A prioridade de uso será
do visitante com mobilidade reduzida, que deverá solicitar na guarita a liberação da
cancela para utilizar esse estacionamento.
102

Ilustração 98 – Nova área aos fundos do museu

Fonte: Achiamé (2018)

Como o antigo espaço para piquenique foi substituído pelo novo anexo, uma nova
área foi criada defronte a fachada de fundos, como pode ser observado na ilustração
99. Esse local será feito com piso drenante e todos os caminhos que levam até ele e
até o anexo usaram do mesmo material para a pavimentação.
103

Ilustração 99 – Localização da nova área para piquenique

Fonte: Santos (2017); Prefeitura Municipal de Vitória (2018) modificado pela autora

A ilustração 100 e a tabela 6 mostram todas as propostas que foram implementadas


para a área externa ao museu. Vale lembrar que todo esse espaço deverá ser
sinalizado de forma adequada. Além dos pisos táteis, direcional e de alerta, deverão
ser inseridas placas ou totens, com dupla leitura, podendo ser em Braille e com letras
ampliadas. Esse tipo de leitura auxilia o deficiente visual e a pessoa com baixa visão a
se informar e se localizar de forma autônoma pelo ambiente.
104

Ilustração 100 – Propostas para área externa

Fonte: Santos (2017); Prefeitura Municipal de Vitória (2018) modificado pela autora
105

Tabela 6 – Síntese entre os problemas e as propostas do acesso e área externa ao


museu

Problema Proposta

Acesso de pedestre e veículo Nivelamento com a calçada


Criada duas áreas para estacionar
(inferior e superior)
Vagas no estacionamento Aumento do número de vagas
Vagas para pessoa com deficiência e
idoso
Retirada da arquibancada
Arquibancada/Área ociosa
Criação de praça
Acesso Rampa metálica com 8% de inclinação
Ampliação e nivelamento da área
Canhão/Anfiteatro
Trocar pedras por piso drenante
Corrimão, guarda-corpo e sinalização
Escadas
tátil
Acesso para o imóvel (desnível) Deque metálico
Erosão Muro gabião ou reflorestar a área
Tapete na entrada do museu Retirado
Criada uma nova área acessível por trás
Antiga área de piquenique
do museu
Criado um novo anexo no local da antiga
Antigo anexo
área de piquenique
Fonte: Autora (2018)

4.3 Edifício

Sabe-se que toda e qualquer edificação sofre com a ação das intempéries, de agentes
externos, com a falta de manutenção, com reparo feito de forma inadequada e com o
abandono (ACHIAMÉ e HAUTEQUESTT FILHO, 2017). Sendo assim, após a
identificação das patologias, junto do fichamento das mesmas (anexo A), recomenda-
se que sejam feitas intervenções no imóvel para recuperar a integridade do bem.

Nas fichas (anexo A) existe um item denominado ‘Restauração’, onde é indicado o


tratamento para a patologia listada. Porém, aconselha-se que seja feita uma vistoria
de forma detalhada para verificar a origem de alguns danos, como o desprendimento
106

de algumas tábuas do piso, do qual não se sabe a real causa. Apenas sabendo o
porquê daquele problema é que se conseguirá chegar a uma solução eficaz.

Entende-se que os danos relatados no item diagnóstico, serão sanados antes das
adequações descritas a seguir. Essas mudanças serão realizadas para tornar o
espaço museal atrativo e acessível para todos os usuários.

Foi constatado que o balcão na entrada do museu não é acessível, pois possui 110
cm de altura e não tem área de aproximação para a cadeira de rodas. Será, então,
instalado um novo balcão, seguindo a NBR 9050:2015, como mostra a ilustração 101.
Além disso, a iluminação deve assegurar que a face do atendente fique
uniformemente clareada.

Ilustração 101 – Medidas para balcão acessível

Fonte: NBR 9050 (ABNT, 2015, p. 17), modificado pela autora

Como os visitantes e funcionários precisam usar sapatilhas descartáveis dentro do


museu, para manter a integridade do piso de madeira, serão disponibilizados para
empréstimo cadeira de rodas, bengala com ponta emborrachada e andador, objetos
pertencentes ao museu e para serem usados apenas naquele local.
107

A ficha que o usuário recebe ao chegar, deve ser apresentada em Braille e escrita
ampliada, assim como todas as demais informações referentes a exposição.

Para auxiliar a pessoa com dislexia, deficiência visual ou intelectual será adotada a
audiodescrição. Outro recurso adotado para dar suporte ao deficiente visual e
amparar analfabetos e estrangeiros é o audioguia, que reproduz informações sobre o
local e suas obras, ele deverá ser em português e em pelo menos um outro idioma,
comumente usa-se o inglês. Todo material informativo deve possuir mensagem clara
e breve, com frases simples e curtas para facilitar a comunicação e o entendimento
(COHEN, DUARTE e BRASILEIRO, 2012).

Para o acervo exposto, serão necessárias algumas mudanças e complementações,


como a produção de réplicas em relevo das obras (ilustração 102) e objetos táteis.
Além disso, seguindo diretriz da NBR 15599:2008, será feito o uso de maquetes táteis
(ilustração 103) que mostram, ao não vidente, a arquitetura do casarão e o terreno
onde ele se encontra.
108

Ilustração 102 – Pintura Ilustração 103 – Maquete tátil da Pinacoteca de São Paulo
em relevo no Museu do – Brasil
Padro – Espanha

Fonte: Huffington Post (2015) Fonte: Metrópole Estadão (2013)

Propõe-se atender completamente a NBR 9050:2015 (ABNT, 2015, p. 129), que


afirma que “todos os elementos expostos para visitação pública devem estar em locais
acessíveis” e todo mobiliário deve atender aos princípios do desenho universal. Dessa
forma, os quadros e alguns móveis para exposição do acervo serão reposicionados
para possibilitar ao visitante melhor visualização de tais peças. Será ainda
considerada a orientação de Cohen, Duarte e Brasileiro (2012, p. 124), sendo
utilizadas vitrines horizontais nos espaços expositivos. Como exemplifica a ilustração
104, a profundidade deste tipo de móvel não deve ultrapassar 60 cm, possuindo altura
máxima de 140 cm e área livre de aproximação entre 70 cm e 85 cm, desse modo
permite-se que a contemplação seja feita por crianças e pessoas em cadeira de
rodas.
109

Ilustração 104 – Exemplo de vitrine horizontal para exposição

Fonte: Cohen, Duarte e Brasileiro (2012, p. 126).

A exposição de objetos na vertical, como quadros, seguirá os cones de visualização


estabelecidos pela NBR 9050: 2015, mas também serão consideradas as
recomendações de Cohen, Duarte e Brasileiro (2012), que apresentam duas formas
para contemplação de pessoas com diferentes estaturas (ilustrações 105 e 106):

a) para acesso visual a uma distância de 100 cm, situa-se o objeto verticalmente entre
90 cm e 140 cm do piso. É nessa área que os suportes de informação devem ser
colocados, por exemplo, pois, para além da distância de 120 cm alguns visitantes
podem ter dificuldade para fazer a leitura;
b) para objetos maiores ou que precisem ultrapassar a zona confortável de acesso
visual, recomenda-se inclinação aproximada de 30° para o item que ultrapassar
190 cm de altura ou estiver abaixo de 75 cm, dessa forma atenua-se parcialmente
a dificuldade;
110

Ilustração 105 – Zona de acesso visual de Ilustração 106 – Inclinação recomendada


objeto exibido na vertical para pessoas para visualização de objeto na vertical.
com diferentes estaturas

Fonte: Ministère de Culture Francophonie (1994) apud Cohen, Duarte e Brasileiro (2012, p. 135 e 136)

As notas explicativas sobre o acervo estarão o mais próximo possível do objeto em


questão, além disso, a leitura da informação depende de uma iluminação adequada.
Por isso será instalada iluminação “[...] forte e bem tratada, evitando-se reflexo ou
áreas de sombra [...]”, e para os locais de exposição serão suprimidas mudanças
bruscas na iluminação, atentando-se para os contrastes, que “[...] podem criar pontos
de referências que ajudam na melhor sinalização dos locais” (COHEN; DUARTE;
BRASILEIRO, 2012, p. 105).

Um problema peculiar ao Solar Monjardim é a falta de acesso de todos ao terceiro


pavimento. Para solução, propõe-se o uso de uma plataforma elevatória que será
implantada no alpendre (ilustração 107).
111

Ilustração 107 – Planta baixa do museu com plataforma

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018), modificado pela autora

No terceiro pavimento, houve necessidade de retirar parte de uma parede para dar
acesso da plataforma ao cômodo. Como pode ser observado na ilustração 108 e
comparado com as ilustrações 109 e 110, o cadeirante não teria condições de fazer
uma manobra com deslocamento para adentrar ao recinto.

Ilustração 108 – Planta baixa da camarinha com plataforma

Fonte: Museu Solar Monjardim (2018), modificado pela autora


112

Ilustração 109 – Deslocamento mínimo Ilustração 110 – Deslocamento mínimo


em 90º para edificações existentes em 90º

Fonte: NBR 9050 (ABNT, 2015, p. 11), modificado pela autora

Optou-se por usar a plataforma elevatória fabricada pela San Martin Tecnologia,
modelo PL250 (ilustração 111), pelo baixo impacto visual com relação a edificação e
por atender às necessidades do museu (altura percorrida, dimensão e número de
passageiros).

Ilustração 111 – Plataforma elevatória

Fonte: Move Elevadores Especiais (2018)


113

Por fim, propõe-se o treinamento dos funcionários do museu para uma maior
conscientização com relação aos visitantes, como forma de tornar o atendimento
inclusivo. Sugere-se também a inserção de pessoas com mobilidade reduzida ou
deficiência como parte da equipe, esses podem ajudar na melhoria do atendimento e
ajustes com relação às exposições.
114

5 CONCLUSÕES

O Brasil possui uma ampla e atualizada legislação sobre acessibilidade, além da


normativa do Iphan, de 2003, voltada para a “acessibilidade aos bens culturais
imóveis acautelados em nível federal [...]” (IPHAN, 2003). Mesmo assim identificou-se
que pouco foi feito, nos últimos 15 anos, em relação à acessibilidade das construções
históricas. Grande parte das vezes surgem soluções (boas, precárias ou paliativas)
apenas para o cadeirante, ignorando-se toda a diversidade dos possíveis visitantes
dessas edificações.

Notou-se também uma gama maior de informações sobre acessibilidade em cidades


históricas, mas pouco relacionado ao edifício e menos ainda sobre proposta de
intervenção. Em muitos casos a acessibilidade “termina” quando se faz a entrada para
o imóvel, nem sempre é pensado em como a pessoa com mobilidade reduzida ou
deficiência vai usufruir do espaço. E quando isso ocorre, as adaptações são pontuais,
como no exemplo do Museu do Futebol.

Este estudo demonstrou que existem soluções para tornar o edifício histórico
realmente acessível, e apesar da dificuldade, essa tarefa não é impossível, apenas
trabalhosa. Mas é importante destacar que o que foi apresentado nesta pesquisa é um
estudo preliminar. Para a implantação do mesmo, outros estudos devem ser
realizados, como a prospecção arqueológica, além de um georrefenciamento de todo
o terreno, com suas respectivas construções e árvores, localizadas corretamente.

Porém essa não é uma receita pronta para sanar todos os problemas, cada edifício
tem suas especificidades que precisam de soluções. A proposta aqui apresentada
voltou-se à resolução dos problemas encontrados no Museu Solar Monjardim, sendo
aplicável somente a ele.

Por fim, vale ressaltar que a acessibilidade vai além de uma rampa e um piso tátil,
quando se é feita corretamente, seguindo as normas, gera a inclusão e traz autonomia
ao usuário. A pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida, muitas vezes é
impedida de ter acesso à cultura pelo local não ser acessível, dessa forma seus
direitos garantidos por leis e pela constituição são desrespeitados. Sendo pública ou
privada, a edificação histórica deve ser utilizada por todos, sem discriminação.
115

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METRÓPOLE ESTADÃO. [Acessibilidade] Pinacoteca recebe grupo da


Associação Comunitária Monte Azul. 2013. 1 imagem. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=tMaTlfIWSZM> Acesso em: 20 fev. 2019.

MOVE ELEVADORES ESPECIAIS. Plataforma elevatória. 2 fotografias. Disponível


em: <https://www.moveelevadores.com.br/produto/plataforma_elevatoria> Acesso em:
3 nov. 2018.

MUSÉE D’ORSAY. Accessibilité. Disponível em: < https://www.musee-


orsay.fr/fr/espace-particuliers/particuliers/accessibilite/bienvenue.html> Acesso em: 12
fev. 2019.

MUSEU SOLAR MONJARDIM. Plantas baixas do Museu Solar Monjardim. 2018. 4


plantas baixas e 4 fachadas.

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<http://museus.cultura.gov.br/espaco/6114/> Acesso em: 30 out. 2018.
121

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<https://www.museudofutebol.org.br/> Acesso em: 24 nov. 2018.

MUSE DO FUTEBOL. Museu do Futebol. 2 fotografias. Disponível em:


<https://www.museudofutebol.org.br/> Acesso em: 24 nov. 2018.

MUSEU ÍNDIA VANUÍRE. Acessibilidade no museu. Disponível em:


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MUSEU ÍNDIA VANUÍRE. Acessibilidade no museu. 2 fotografias. Disponível em:


<https://www.museuindiavanuire.org.br/acessibilidade-no-museu> Acesso em: 24 nov.
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Walbe. Desenho Universal: caminhos da acessibilidade no Brasil. 1. Ed. São Paulo:
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SECRETARIA NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS DA PESSOA COM


DEFICIÊNCIA. Características da População Brasileira – Censo 2010. Disponível
em: <http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/node/766> Acesso em: 6 jun. 2018.
123

SECRETARIA NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS DA PESSOA COM


DEFICIÊNCIA. Normas ABNT. Disponível em:
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SILVEIRA, Aline Vargas da. Museu do Louvre e Panteão de Paris. 2018. 4


fotografias.

SISTEMA INTEGRADO DE CONHECIMENTO E GESTÃO. Casa e chácara do


Barão de Monjarrdim. Disponível em:
<http://sicg.iphan.gov.br/sicg/bem/visualizar/146> Acesso em: 29 out. 2018.

SUPERINTENDÊNCIA DO INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO


NACIONAL NO ESPÍRITO SANTO. Museu Solar Monjardim, década de 1930. 2018.
1 fotografia.

TEM SUSTENTÁVEL. A madeira plástica e seus efeitos e vantagens para a


arquitetura sustentável. Disponível em: <https://www.temsustentavel.com.br/a-
madeira-plastica-e-seus-efeitos-e-vantagens-para-a-arquitetura-sustentavel/> Acesso:
20 fev. 2018.

TURISMO ADAPTADO. Museu d’Orsay em Paris: o museu que abraçou a


diversidade. 2012. 1 fotografia. Disponível em:
<https://turismoadaptado.com.br/museu-dorsay-em-paris-o-museu-que-abracou-a-
diversidade/> Acesso em: 12 fev. 2019.

TURISTA PROFISSIONAL. Acessibilidade em Paris: o que é possível visitar? 2018.


1 fotografia. Disponível em: <https://turistaprofissional.com/acessibilidade-em-paris-
dicas/> Acesso em: 25 nov. 2018.

VIOLLET-LE-DUC, Eugène Emmanuel. Restauração. Tradução de Beatriz Mugayar


Kühl. 3. Ed. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2007. 76 p.

VITRUVIUS. Velha-nova Pinacoteca: de espaço a lugar. Disponível em:


<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.007/951> Acesso em: 7 fev.
2019.
124

APÊNDICE A – Checklist Acessibilidade

Data:
PASSEIO PÚBLICO

1. A calçada segue o padrão da Calcada Cidadã proposto pela legislação


municipal?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
2. Existe contraste de luminância na sinalização tátil direcional ou de alerta?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
3. A faixa livre da calçada possui largura de 120 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
4. A faixa de serviço possui 70 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
5. O passeio público possui piso antiderrapante e regular?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
6. O passeio é livre de interferência? (ex.: grelha, tampas, obstáculos)
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
7. Caso existam obstáculos, os mesmos possuem sinalização tátil de alerta?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
8. A altura livre dos passeios é de no mínimo 210 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
9. Existe desnível inferior a 0,5 cm na calçada?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
10. Existe desnível entre 0,5 cm a 2 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
11. O desnível entre 0,5 cm a 2 cm é tratado com inclinação de até 50%?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
125

12. Existe desnível a 7,5 cm?


Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
13. O desnível a 7,5 cm é tratado com inclinação de até 12,5%?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
14. A saída de garagem possui sinal sonoro?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
15. Existe local para o automóvel deixar ou buscar o visitante? (Embarque e
desembarque)
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
16. Ponto de ônibus próximo?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
126

Data:
ACESSO

1. O vão do portão de acesso possui largura livre mínima de 80 cm?


Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
2. O portão possui altura livre mínima de 210 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
3. O acesso ao edifício histórico necessita de interfone ou videofone?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
4. Caso necessite, a botoeira do interfone ou vídeo fone possui altura adequada
para uso de cadeirantes ou pessoas com baixa estatura?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
5. Caso necessite de interfones ou videofone, existe algum tipo de tecnologia
assistiva para pessoas surdas e/ou mudas?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
6. Caso exista, a maçaneta do portão de acesso está entre 80 cm e 110 cm do
piso?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
7. Caso exista, a maçaneta do portão de acesso é do tipo alavanca?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
8. Existe desnível inferior a 0,5 cm para acessar o edifício histórico?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
9. Existe desnível entre 0,5 cm a 2 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
10. O desnível entre 0,5 cm a 2 cm é tratado com inclinação de até 50%?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
11. Existe desnível a 7,5 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
12. O desnível a 7,5 cm é tratado com inclinação de até 12,5%?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
127

Data:
ÁREA EXTERNA

1. Existe caminho protegido de intempéries entre o portão de acesso e a


edificação?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
2. O piso de acesso a edificação possui superfície firme, livre de desníveis e
antiderrapante?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
3. Existe desnível inferior a 0,5 cm para acessar a edificação?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
4. Existe desnível entre 0,5 cm a 2 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
5. O desnível entre 0,5 cm a 2 cm é tratado com inclinação de até 50%?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
6. Existe desnível a 7,5 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
7. O desnível a 7,5 cm é tratado com inclinação de até 12,5%?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
8. Existem planos e mapas acessíveis?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
9. Existe piso tátil de alerta sinalizando algum tipo de risco?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
10. Existe contraste de luminância na sinalização tátil direcional ou de alerta?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
11. Caso exista, o mobiliário atende os princípios do desenho universal?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
128

Data:
CIRCULAÇÃO VERTICAL

1. Existe rampa, elevador ou plataforma associados a escada para circulação


vertical?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
2. Caso exista elevador ou plataforma, os mesmos atendem a NBR 9050:2015?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
3. Caso exista rampa, a mesma atende a NBR 9050:2015?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
4. A Largura mínima da escada é de 120 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
5. A escada possui piso de no mínimo 28 cm e no máximo 32 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
6. A escada possui espelho de no mínimo 16 cm e no máximo 18 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
7. A escada possui no mínimo um patamar a cada 320 cm de desnível ou sempre
que muda a direção?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
8. Os patamares tem dimensão longitudinal mínima de 120 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
9. Os espelhos da escada são vazados?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
10. A escada possui piso ou faixa antiderrapante contrastante com o piso
adjacente?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
11. Existe piso tátil de alerta antes do início e após o término da escada?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
129

12. Existe contraste de luminância na sinalização tátil direcional ou de alerta?


Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
13. Existe corrimão nas escadas?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
14. Os corrimãos são instalados de ambos os lados da escada?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
15. Os corrimãos estão a 92 cm e a 70 cm do piso?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
16. Os corrimãos são contínuos e sem interrupção nos patamares?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
17. Os corrimãos possuem prolongamento de 30 cm nas extremidades?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
18. Os corrimãos possuem diâmetro entre 3 cm e 4,5 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
19. Existe sinalização tátil nos corrimãos?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
130

Data:
BANHEIRO

1. Existe, pelo menos, um banheiro acessível por pavimento?


Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
2. Os sanitários estão em rotas acessíveis?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
3. Os banheiros acessíveis possuem entradas independes, possibilitando que a
pessoa com deficiência utilize a instalação acompanhada por uma pessoa do
sexo oposto?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
4. Existe o Símbolo Internacional de Acesso (SIA) na entrada do banheiro
acessível?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
5. Existe desnível inferior a 0,5 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
6. Existe desnível entre 0,5 cm a 2 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
7. O desnível entre 0,5 cm a 2 cm é tratado com inclinação de até 50%?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
8. Existe desnível a 7,5 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
9. O desnível a 7,5 cm é tratado com inclinação de até 12,5%?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
10. Existe dispositivo de sinalização de emergência nos banheiros acessíveis?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
11. Existe circulação com o giro de 360° no boxe de sanitário acessível?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
131

12. Existe área necessária para garantir a transferência lateral, perpendicular e


diagonal para a bacia sanitária?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
13. A porta abre para o lado externo do sanitário?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
14. A porta possui um puxador horizontal no lado interno do ambiente, medindo no
mínimo 40 cm de comprimento, afastamento de no máximo 4 cm e diâmetro
entre 2,5 cm e 3,5 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
15. Existem barras de apoio para auxiliar o uso dos lavatórios?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
16. ? Caso exista, elas estão dispostas conforme a NBR 9050:2015 orienta?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
17. ? Existem barras de apoio para auxiliar o uso das bacias sanitárias?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
18. ? Caso exista, elas estão dispostas conforme a NBR 9050:2015 orienta?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
19. ? O piso do banheiro é antiderrapante?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
20. ? As grelhas ou ralos estão posicionado fora da área de manobra ou de
transferência?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
21. ? As bacias sanitárias acessíveis possuem abertura frontal?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
22. A bacia sanitária acessível possui altura entre 43 cm a 45 cm do piso acabado
sem o assento?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
23. A bacia sanitária acessível possui altura máxima de 46 cm do piso acabado
com o assento?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
132

24. Caso exista parede na lateral da bacia sanitária a distância mínima é de 40 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
25. Caso exista parede na lateral da bacia sanitária infantil a distância mínima é de
25 cm?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
26. O acionamento da válvula de parede está a 100 cm do piso acabado?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
27. O acionamento da válvula de caixa acoplada e por alavanca, sensores
eletrônicos ou dispositivos equivalentes?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
28. As torneiras dos lavatórios são acionadas por alavancas, sensores eletrônicos
ou dispositivos equivalentes?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
29. Os lavatórios possuem a área de aproximação de uma pessoa em cadeira de
rodas?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
30. Os acessórios tem sua área de utilização dentro da faixa de alcance (Entre 80
cm e 120 cm do chão)?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
31. Existe nos conjuntos de sanitários uma bacia infantil e um lavatório para uso de
pessoas com baixa estatura e de crianças?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
133

Data:
ÁREA INTERNA

1. Todos os elementos expostos estão em locais acessíveis?


Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
2. Elementos, textos, documentos ou similares, atedem a NBR9050:2015?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
3. A bilheteria ou balcão de informação se encontra próximo a entrada?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
4. A bilheteria ou balcão de informação é adquada para uso de cadeirantes ou
pessoas com baixa estatura?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
5. Existe atendimento especial em LIBRAS?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
6. Existem planos, mapas ou maquetes táteis, com descrição dos espaços?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
7. Existe audiodescrição dos ambientes?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
8. Existe audioguia?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
9. Caso exista, audioguia e audiodescrição em outro idioma?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
10. Textos informativos e outros elementos expostos possuem versão em Braille e
letras ampliadas?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
11. Existem réplicas táteis das obras expostas?
Sim ( ) Não( ) Não aplica ( )
Obs.:
134

ANEXO A – Fichas Catalográficas

FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE DANOS FICHA 01/12

Nome: Alteração cromática, mancha ou pátina. Código: 1


Definição: Variação de cor da superfície do material.

Causas prováveis – simultâneas ou não: Mecanismo:


Exposição excessiva ao sol e/ou intempéries. Físico;
Químico.
Substrato:
Madeira

Aspectos observados /consequências:


Variação da cor original da madeira, manchas.

Local de ocorrência na edificação:


Esquadria.
Restauração:
Limpeza e pintura da área afetada.

Alteração cromática, Museu Solar Monjardim, Vitória, Espírito Santo.

Fonte: Autora, 2018.


135

FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE DANOS FICHA 02/12

Nome: Ataque de insetos xilófagos Código: 3


Definição: Insetos que utilizam a madeira para alimentação ou construção de ninhos provocando
estragos na mesma. Dentre eles podemos destacar: cupins (térmitas) brocas, vespas, abelhas,
besouros e formigas.
Causas prováveis – simultâneas ou não: Mecanismo:
Ataque de insetos: cupins (térmitas) brocas, vespas, abelhas, besouros Biológico.
e formigas; Substrato:
Clima quente e úmido que propicia a proliferação dos insetos; Madeira.
Falta de manutenção da madeira.

Aspectos observados /consequências:


Alteração do tecido da madeira;
Aparecimento de pequenos furos ou de um “pó de madeira” no chão, que indica que a peça está
sendo atingida;
Aparecimento de “caminhos” ou colônias de insetos;
Perda da resistência física.
Local de ocorrência na edificação:
Todos os elementos de madeira em um edifício, inclusive bens móveis e integrados:
cobertura, escada, esquadria, estrutura, forro, parede, piso, rodapé, retábulos e mobiliário.
Restauração:
Localização das colônias e das partes afetadas; e impregnação de substâncias tóxicas
para combater especificamente o inseto que esteja atacando a madeira. Caso a parte
afetada tenha perdido suas características físicas, comprometendo sua função estrutural,
deverá ser inteiramente substituída por madeira tratada. Em caso de danos superficiais,
ela deverá ser imunizada e preenchida.
Ataque de insetos xilófagos, Museu Solar Monjardim, Vitória, Espírito Santo.

Fonte: Autora, 2018.


136

FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE DANOS FICHA 03/12

Nome: Bolor Código: 5


Definição: Formação de manchas decorrentes da presença constante de umidade.

Causas prováveis – simultâneas ou não: Mecanismo:


Umidade constante; Biológico;
Proliferação de fungos e bactérias que captam energia para sua Químico
sobrevivência através de reações químicas que podem formar ácidos de Substrato:
ação corrosiva para os materiais da construção. Alvenaria;
Cerâmica;
Reboco.

Aspectos observados /consequências:


Manchas esverdeadas ou escuras sobre a superfície do material.

Local de ocorrência na edificação:


Cobertura e parede.
Restauração:
Higienização – lavagem com sabão neutro e/ou remoção física dependendo do grau de
comprometimento, aplicação de fungicida quando necessário e repintura. A remoção física
poderá ser feita com uma espátula, escova de cerdas médias ou com escova de aço,
dependendo do material, tomando o cuidado para que ele não seja afetado. No caso de ter
ocorrido desagregação do material, a área afetada deverá ser restaurada.
Bolor em parede, Museu Solar Monjardim, Vitória, Espírito Santo.

Fonte: Autora, 2018.


.
137

FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE DANOS FICHA 04/12

Nome: Colonização biológica ou pátina biológica Código: 6


Definição: Presença de micro e/ou macro organismos como líquens, musgos, algas ou fungos, que
se proliferam sobre a parte atingida, podendo ser observados a olho nu. Os líquens são formados
pela associação de fungos e algas que se desenvolvem em superfícies em contato com o excesso
de umidade e luz. Alguns produzem ácidos orgânicos que penetram no substrato prejudicando sua
superfície.
Causas prováveis – simultâneas ou não: Mecanismo:
Constante presença de umidade; Biológico;
Colonização por bactérias, fungos, algas, musgos ou líquens; Substrato:
Falta de manutenção periódica. Tijolo cerâmico;
Tijolo de
barro/adobe..

Aspectos observados /consequências:


Estrato pouco espesso, frágil e homogêneo, aderente à superfície do material e de evidente
natureza biológica, de cores variadas sendo que a mais comum é o verde.
Presença de algas, fungos, musgos ou líquenes;
Manchas;
Alteração do tecido da madeira e posterior apodrecimento da peça;
Perda de resistência do substrato;
Local de ocorrência na edificação:
Cobertura e parede.
Restauração:
Limpeza mecânica e higienização a seco do local afetado com aplicação de herbicida ou
fungicida, dependendo do tipo de colonização biológica, por meio de injeção ou pulverização;
Após limpeza, se o dano foi apenas superficial, o local deverá receber pintura. Se o dano causar
desagregação do substrato ele deverá ser restaurado;
Colonização biológica, Museu Solar Monjardim, Vitória, Espírito Santo.

Fonte: Autora, 2018.


138

FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE DANOS FICHA 05/12

Nome: Crosta negra ou sujidades Código: 8


Definição: Enegrecimento progressivo da superfície do edifício, principalmente de relevos, devido
ao acúmulo de partículas de poeira ou de poluição atmosférica que, em contato principalmente com
a água da chuva, vão se incrustando no substrato. Dependendo do tipo de partícula, em contato
com a água ela poderá sofrer reações químicas corroendo aos poucos a superfície, causando a
desagregação do material. Consideramos crosta negra quando afeta áreas externas do edifício; e
sujidades quando afeta áreas internas.
Causas prováveis – simultâneas ou não: Mecanismo:
Acúmulo de partículas de poeira e/ou de poluição atmosférica, como Físico;
fuligem, por exemplo; Químico.
Acúmulo de excrementos de animais, como pássaros; Substrato:
Falta de manutenção periódica.
Telha cerâmica;
Tijolo cerâmico;
Tijolo de
barro/adobe;
Reboco.
Aspectos observados /consequências:
Enegrecimento progressivo de partes da superfície do edifício.

Local de ocorrência na edificação:


Cobertura e parede.
Restauração:
Proceder a limpeza do local afetado com água e sabão neutro utilizando escovas de cerdas
duras. Em materiais como pedra, por exemplo, a limpeza poderá ser feita com um jato de água
sob pressão. Caso a parte afetada tenha sido corroída em função de reações químicas das
partículas de poeira/poluição, será necessário a reconstituição ou substituição, em situações mais
graves, do material afetado.
Crosta negra, Museu Solar Monjardim, Vitória, Espírito Santo.

Fonte: Autora, 2018.


139

FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE DANOS FICHA 06/12

Nome: Desagregação Código: 10


Definição: Desgaste do material, principalmente por ação de agentes físicos, causando sua
paulatina desagregação.
Causas prováveis – simultâneas ou não: Mecanismo:
Ação do vento e/ou da água; Físico.
Dilatação térmica; Substrato:
Desgaste físico do material pelo uso. Reboco.

Aspectos observados /consequências:


Desgaste do elemento.

Local de ocorrência na edificação:


Parede.
Restauração:
Reconstituição do substrato com características físicas compatíveis com o material o original.
Dependendo do caso poderá ser utilizada uma prótese, argamassa, polímeros ou consolidantes.
Desagregação, Museu Solar Monjardim, Vitória, Espírito Santo.

Fonte: Autora, 2018.


140

FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE DANOS FICHA 07/12

Nome: Descascamento Código: 11


Definição: Destacamento espesso de uma ou mais camadas do substrato superficial que se
manifesta normalmente na pintura ou no reboco, mas que também pode ocorrer em outros
materiais.
Causas prováveis – simultâneas ou não: Mecanismo:
Pintura feita sobre superfície úmida; Físico;
Excesso de repinturas sem remoção das pinturas anteriores; Químico.
Reboco sem cura adequada; Substrato:
Utilização de materiais incompatíveis na pintura ou na argamassa. Camada
superficial de
tinta;
Reboco.
Aspectos observados /consequências:
Perda gradativa da camada de proteção superficial.

Local de ocorrência na edificação:


Forro, parede e piso.
Restauração:
No caso de reboco: Remover a parte danificada, reconstituir com material compatível com o
original e repintar com tinta compatível com o reboco.
No caso de pintura: Remover as camadas de repintura com espátula e, caso seja necessário, em
especial quando se tratar de tinta a óleo, realizar a remoção química. Repintar com tinta
compatível com a original..
Descascamento, Museu Solar Monjardim, Vitória, Espírito Santo.

Fonte: Autora, 2018.


141

FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE DANOS FICHA 08/12

Nome: Descolamento Código: 12


Definição: Separação do material da superfície original.

Causas prováveis – simultâneas ou não: Mecanismo:


Descolamento com pulverulência: Físico;
Excesso de finos no agregado; Químico.
Argamassa magra; Substrato:
Argamassa rica em cal; Reboco.
Ausência de carbonatação da cal;
Argamassa de reboco aplicada em camada muito espessa.

Aspectos observados /consequências:


Descolamento com pulverulência
A película de tinta descola carregando o reboco que se desagrega com facilidade. O revestimento
apresenta som cavo sob percussão.

Local de ocorrência na edificação:


Forro, parede, piso e revestimento.
Restauração:
Remoção do revestimento na área afetada e reconstituição com material compatível.especial
quando se tratar de tinta a óleo, realizar a remoção química. Repintar com tinta compatível com a
original..
Descolamento, Museu Solar Monjardim, Vitória, Espírito Santo.

Fonte: Autora, 2018.


142

FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE DANOS FICHA 09/12

Nome: Fissuras, trincas e rachaduras Código: 14


Definição: Formação de pequenas fendas ou sulcos resultantes das tensões dos materiais quando
a solicitação é maior que sua resistência. Consideramos fissura quando a deformação possui até
0,5mm; trinca quando possui entre 0,5mm e 1mm; e rachadura mais de1mm.
Causas prováveis – simultâneas ou não: Mecanismo:
Movimentações térmicas causando a dilatação e retração dos materiais, Físico
higroscópicas, sobrecargas, recalques ou deformações de alguns materiais; Químico
Fatores químicos como a retração da argamassa por carbonatação, ou sua Substrato:
expansão por ação de sulfatos, ou mesmo retardamento da hidratação da
Tijolo cerâmico;
cal.
Tijolo de
Fissuras:
Dilatações do reboco; barro/adobe;
Expansão ou retração devido a choques mecânicos ou reações químicas. Reboco.
Trincas e Rachaduras:
Recalques da fundação;
Deformação da estrutura;
Sedimento do terreno em camadas profundas;
Carreamento de material pela água da chuva;
Pouca superfície de apoio da fundação.
Aspectos observados /consequências:
Fissuras, trincas e rachaduras horizontais: Distribuídas ao longo da superfície da uma única
camada podendo acarretar o deslocamento do revestimento; sendo observadas a partir de som
cavo sob percussão, no caso de fissuras e trincas; no caso de rachaduras, ficam visíveis.
Fissuras, trincas e rachaduras mapeadas: Distribuídas ao longo da superfície em uma única
camada, podendo acarretar o deslocamento do revestimento em placas de fácil desagregação.
Local de ocorrência na edificação:
Estrutura, parede, revestimento, forro e piso.
Restauração:
Para recuperar rachaduras, o primeiro passo é identificar suas causas e recuperar o problema
estrutural que originou o dano. As fissuras e trincas, após serem mapeadas, têm a recuperação
mais simples pela aplicação de produtos flexíveis, desde que compatíveis com o substrato. Para
isso é necessário abrir um sulco sobre a fissura ou trinca; realizar a limpeza do local; aplicar o
produto que, dependendo do substrato, pode ser um selante acrílico; e esperar a secagem. Após
a secagem é só pintar, lembrando-se de utilizar tinta compatível. No caso de rachaduras de
grande extensão, pode ser necessário aplicar uma tela e fazer o preenchimento sobre ela com
material compatível.
Fissura, Museu Solar Monjardim, Vitória, Espírito Santo.

Fonte: Autora, 2018.


143

FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE DANOS FICHA 10/12

Nome: Interferências de elementos não pertencentes à construção original Código: 17


Definição: Interferências de elementos não pertencentes à construção original (tais como aparelho
de ar condicionado, cobertura, luminárias, instalação hidráulica inadequada, instalação elétrica
inadequada).
Causas prováveis – simultâneas ou não: Mecanismo:
Falta de estrutura no local levando a instalação de diversos equipamentos Antrópico
para melhorar o conforto ambiental e a infraestrutura local. Substrato:
Elementos não previstos no projeto.
Tijolo cerâmico;
Tijolo de
barro/adobe;
Reboco
Aspectos observados /consequências:
Elementos não pertencentes à construção original.

Local de ocorrência na edificação:


Parede.
Restauração:
Elaboração de um projeto de restauro e realização de obra com a retirada e/ou substituição dos
elementos inadequados por outros que atendam as novas necessidades do edifício causando
menor interferência em suas características originais.
Interferência, Museu Solar Monjardim, Vitória, Espírito Santo.

Fonte: Autora, 2018.


144

FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE DANOS FICHA 11/12

Nome: Umidade ascendente Código: 21


Definição: Umidade procedente do solo que sobe pelas paredes em função da atração capilar dos
materiais podendo chegar até a um metro de altura, levando à degradação de alvenarias,
estruturas, pisos, rodapés, rebocos e pinturas. Em casos mais graves pode causar a desagregação
dos materiais.
Causas prováveis – simultâneas ou não: Mecanismo:
Excesso de umidade no solo; Físico
Falta de impermeabilização das fundações Químico
Acúmulo de águas da chuva; Substrato:
Atração capilar da água pelos materiais de construção. Reboco.

Aspectos observados /consequências:


Manchas com aspecto de molhado que com o passar do tempo podem ficar negras ou
esverdeadas;
Pulverulências;
Cristalização de sais no interior do substrato.
Local de ocorrência na edificação:
Estrutura, parede, revestimento.
Restauração:
A restauração dependerá da origem da umidade, de sua extensão e do substrato:
Se a umidade está sendo causada pelo acúmulo de água da chuva, deve-se rever o sistema de
escoamento da água no solo e também o sistema de calhas do telhado;
Se a causa for o excesso de umidade do solo, deve-se implantar um sistema de calhas de
drenagem, cavando uma valeta ao redor da edificação contendo um tubo de drenagem, sob um
colchão de brita, que conduzirá o excesso de água para longe da edificação;
Se a causa for falta de isolamento das fundações, deve-se cortar a base das paredes para a
inserção de material isolante. Outra solução é a interceptação capilar através de uma barreira
química, com aplicação de resinas silicônicas dissolvidas, em furos de 10 a 12cm de distância.
Umidade ascendente, Museu Solar Monjardim, Vitória, Espírito Santo.

Fonte: Autora, 2018.


145

FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE DANOS FICHA 12/12

Nome: Umidade descendente Código: 22


Definição: Umidade advinda da parte superior da construção.

Causas prováveis – simultâneas ou não: Mecanismo:


Umidade constante proveniente da chuva ou de vazamentos de reservatório Físico
de água; Substrato:
Problemas no sistema de escoamento das águas pluviais, como Reboco.
dimensionamento equivocado das calhas ou mesmo vedação inadequada
das mesmas;
Infiltração;
Utilização de materiais permeáveis
Falta de manutenção.
Aspectos observados /consequências:
Manchas com aspecto de molhado que com o passar do tempo podem ficar negras ou
esverdeadas;
Pulverulências;
Cristalização de sais no interior do substrato.
Local de ocorrência na edificação:
Cobertura, esquadrias, estrutura, forro, parede e revestimento.
Restauração:
Recuperação do telhado e do sistema de águas pluviais como calhas;
Contenção do vazamento no reservatório de água;
Se for o caso:
Impermeabilização;
Recuperação da área afetada.
Umidade descendente, Museu Solar Monjardim, Vitória, Espírito Santo.

Fonte: Autora, 2018.

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